O documento é um relato reflexivo sobre solidão. A pessoa questiona como ainda pode se sentir só cercada pela natureza e por Deus, e acredita que o isolamento das outras pessoas e o orgulho de não permitir que conheçam sua vida são fatores contribuintes. Ela planeja conversar mais com as pessoas, ouvir suas vidas, e visitar parentes para se sentir mais útil e menos só.
2. Algumas folhas de papel, caídas sobre a areia de uma praia pouco
visitada, traziam as seguintes linhas:
"Quando abraço o oceano com o olhar, volto a questionar milhões de
coisas, tantas quanto as ondas que ganham a areia.
3. Volto a questionar: Como alguém
pode sentir-se só na presença do
mar? Na presença desta brisa
incessante? Na companhia deste
perfume raro?!
4. Como ainda posso me sentir só, sabendo que os braços do
Invisível me abraçam, que aqueles que partiram continuam
existindo, e que todos nós, sem exceção, somos amados por
alguém!? Como ainda posso me sentir só?
5. Talvez seja porque eu me isole do Mundo, e seja
exigente demais com as pessoas. Pode ser isso.
Talvez seja porque eu não permita que os outros
conheçam minha vida, meus sonhos, minhas
dificuldades - acho que há um pouco de orgulho nisso.
6. Quem sabe seja porque eu procure a solidão, e não ela que
me persiga, como eu imaginava.
É... talvez eu precise conversar mais com as pessoas, me
interessar mais por suas vidas, ouvir.
7. Há tempos que não ouço alguém; um desconhecido
relatando os acontecimentos corriqueiros do dia-a-dia; um
colega de trabalho falando das peripécias de seus filhos.
8. Meus irmãos: há tempos não
converso com eles sobre
assuntos profundos, como
planos para o futuro,
lembranças boas do passado.
9. É curioso, pois lembro-me de que há algumas
semanas ouvi uma mensagem de cinco minutos,
num programa de rádio, que falava sobre isso,
sobre como as pessoas se isolam umas das outras, e
do quanto isto é prejudicial para a saúde mental e
física, já que uma é conseqüência da outra.
10. O locutor dizia que ‘Quem ama não
se sente só', pois está sempre se
doando, se envolvendo com os
corações mais próximos, na intenção
de ajudar.
11. Dizia ainda que, quando nos sentimos úteis, e que muitos
dependem de nossa dedicação, de nosso amor, também
esquecemos da solidão.
12. Acredito que ele tenha
razão, pois lembro que
naquele dia fui visitar uns
tios que não via há muito
tempo, e aquela visita fez-
me tão bem!
13. Dentro do carro, voltando para casa,
observando o movimento intenso nas ruas,
lembro de fazer estas mesmas perguntas:
Como pode alguém sentir-se só na
presença de tanta gente, de tanta vida!?
14. Quantos desses corações esperam
apenas por uma visita? E quantos
deles estão dispostos a fazer uma?
15. E aqui está você, amigo oceano, à minha frente, ouvindo todas
estas minhas divagações. Acho que foi sua presença, rei das
águas, que me ajudou a entender melhor o que se passa em
meu íntimo.
16. Agradeço profundamente por sua companhia, por conseguir me
ouvir, e por me dizer, mesmo sem falar, que o que preciso fazer
é visitar mais o coração de meu próximo.
Muito obrigado."
17. Seja o que você quer ser, porque você
possui apenas uma vida e nela só
Temos uma chance de fazer aquilo
que queremos.
FORMATAÇÃO: LUZIA GABRIELE
EMAIL: luziagabriele@hotmail.com
FOTOS: INTERNET
MÚSICA: LA PALOMA
TEXTO: DESCONHEÇO A AUTORIA
DATA : 15 DE JUNHO DE 2014