O documento descreve a origem e princípios das Constelações Familiares, desenvolvidas por Bert Hellinger. As Constelações Familiares usam representantes para iluminar dinâmicas ocultas dentro de sistemas familiares, baseando-se na fenomenologia, terapia sistêmica e técnicas como o psicodrama. Hellinger identificou três "Ordens do Amor" que regem os sistemas familiares: vínculo, hierarquia e equilíbrio entre dar e receber. As Constelações podem a
1. Claudia MariaVassão
ESPAÇOTERAPÊUTICO LUZ DO SER
Formação Livre em
Constelações Familiares
Só o imperfeito pode
evoluir. O perfeito
já se estagnou,
cristalizou-se.
Portanto,
só o imper-
feito tem
futuro.
.
BERT HELLINGER
CRIADOR DAS
CONSTELAÇÕES
FAMILIARES
2. Bert Hellinger
Nasceu em 1925, estudou filosofia, teologia
e pedagogia. Sua formação religiosa levou-o
a ingressar em uma ordem religiosa católica.
Mais tarde, trabalhou como missionário na
África do Sul. No início dos anos 70, deixou
a ordem católica dedicando-se então à
psicoterapia.
3. Influências de outros trabalhos
O trabalho de uma linhagem de filósofos e terapeutas
influenciou e motivou Bert Hellinger a avançar nas suas
percepções e insights acerca de forças misteriosas que ligam
grupos de seres humanos.
Esta linhagem inclui Edmunde Husserl , o pai da
fenomenologia, Levy Moreno,criador do psicodrama,
Virginia Satir , que desenvolveu as esculturas
familiares, precursoras das Constelações Sistêmicas e o
biólogo britânico Rupert Sheldrake, formulador da
teoria de evolução dos "campos morfogenéticos".
4. Como surge a Constelação Sistêmica
Em primeiro lugar, a Teoria Sistêmica desenvolvida pelos
terapeutas familiares no fim da segunda metade do século
XX e que fornece a base teórica para entender as
dinâmicas que emergem nas constelações.
Ela reconhece que todos os elementos dentro de um
sistema, como os membros de uma família, são
interdependentes e interativos.
Cada indivíduo tem papéis específicos e desenvolve o seu
próprio modo de relacionamento com cada um dos outros
indivíduos. Isto torna-se muito claro através desta frase
simples: “os pais são os pais e as crianças são as crianças”.
5. Como surge a Constelação Sistêmica
O segundo aspecto é a técnica que consiste em usar
representantes, primeiro para representar os
membros da família e mais tarde para representar
elementos de sistemas maiores e inclusivamente
conceitos, a exemplo do psicodrama de Levy Moreno,
que foi desenvolvido nas décadas de 1920 e 1930.
A conjugação destes dois primeiros aspectos foi
inicialmente utilizada porVirginia Satir na década de
1960 através do processo de esculturas familiares. Esta
representação tridimensional das dinâmicas familiares
demonstrou ser muito poderosa para descobrir e
clarificar dinâmicas ocultas do sistema.
6. Como surge a Constelação Sistêmica
A Fenomenologia é o terceiro aspecto. Em termos
gerais, trata-se de uma técnica que reconhece o que é,
sem opiniões preconcebidas nem pré-julgadas.
Bert Hellinger foi o responsável da introdução deste
terceiro aspecto, criando um novo método composto
pelos três.A agregação da fenomenologia deu-nos
uma forma de perceber, com maior profundidade, as
dinâmicas sistêmicas, permitindo o aparecimento de
imagens interiores surpreendentes.
7. Cada um tem um lugar seguro
“A maneira como os Zulus o fazem é enterrando os
mortos e logo, ao cabo de um ano, os falecidos são bem
vindos de regresso ao lar através de um ritual.
Os membros da família pegam num ramo e imaginam que
o antepassado está sentado sobre o ramo, este é
arrastado para o interior da casa.
Uma certa parte da choça é reservada para os
antepassados e é onde os mortos têm o seu lugar. O seu
lugar é sempre onde se encontra a cerveja. Quando
alguém toma uma cerveja, ele ou ela dá umas poucas gotas
aos antepassados.”
em “Reconhecendo o que é” de Bert Hellinger
e Gabriele ten Hövel, p58
8. Idéias de Hellinger que ressoem com
as tradições Ancestrais Africanas
O reconhecimento que os pais biológicos são importantes
no sistema familiar, ainda que eles não tenham tido
nenhuma outra relação com os seus filhos.
A idéia de que muitas gerações de antepassados são
sentidas como um recurso e fonte de energia. Isto inclui o
reconhecimento que os nossos antepassados e a nossa
família estão profundamente conectados tanto com o bem
estar como com a doença.
A compreensão que o indivíduo é parte integrante da sua
família e da sua linhagem ancestral. Esta idéia se reflete em
muitas culturas, incluindo a dos Maorís da Nova Zelândia,
que falam da sua linhagem ancestral como o “ whakapapa”.
9. Idéias de Hellinger que ressoem com
as tradições Ancestrais Africanas
O alinhamento em termos da ordem na família – quem
chega primeiro, a linhagem geracional e a continuidade da
árvore familiar, incluindo quem ainda poderia estar
causando problemas, até ser reconhecido.
A importância do efeito da parte excluída ou dos assuntos
da vida familiar ou pessoal, seja consciente ou
inconscientemente.
Curando usando símbolos e rituais e conectando com os
mortos.
Honrando os mais velhos e o lugar certo dos mortos.
10. Ordens do Amor
Da observação fenomenológica do processo das
constelações nos sistemas familiares, Bert Hellinger
compreendeu que o sistema familiar tem uma consciência
que exige que o sistema se encontre em ordem.Também
descobriu os princípios que determinam como isto
acontece:
1. VÍNCULO - Todos têm o mesmo direito a pertencer
ao seu sistema familiar
2. ORDEM - Existe uma hierarquia temporal
3. DAR E TOMAR –Que nos trazem experiências de
culpa e inocência.
11. Todos têm o mesmo direito de
pertencer ao seu sistema familiar
Todos os filhos, incluindo os que nasceram
mortos, filhos adotados, meio irmãos e alguns
filhos abortados ou perdidos.
Os pais e os seus irmãos
Casamentos (ligações) anteriores dos pais
Avós e os seus casamentos (ligações) anteriores
Bisavós (às vezes)
Aqueles que, em relação ao sistema familiar,
carregam uma perda ou obtiveram um beneficio
que lhes mudou a vida, por exemplo, pessoas
cujos bens foram roubadas por um antepassado.
12. A exclusão
Podemos excluir membros do nosso coração de
muitas maneiras.
Podemos evitar o luto ou simplesmente esquecer
quem morreu jovem.
Podemos negar abortos, crianças que tenha sido
entregues para a adoção, relações extra conjugais
ou relações anteriores.
Há pessoas que podem ser excluídas devido à sua
orientação sexual ou crenças políticas ou outras
formas de desonra ou rebeldia.
13. A exclusão
Nestes casos, as consequências podem ser sentidas
por indivíduos em gerações posteriores sem que
eles tenham consciência do porque é que sentem o
que sentem.
Por exemplo, uma criança pode carregar o peso de
não pertencer e pode carregar esse sentimento por
um tio homossexual que foi excluído do sistema
familiar.
14. Há uma hierarquia temporal
Esta hierarquia define a relação energética entre os
membros da família.Todos os integrantes do grupo devem
tomar o seu lugar de acordo com o seu nível de pertença,
para que o sistema e os seus membros possam prosperar.
Os pais vieram antes dos filhos. Em consequência, têm a
responsabilidade pelos seus filhos. Às vezes, quando um pai
está debilitado, um filho tenta tratar dele. Quando esta
situação se instala, denomina-se parentificação do filho.
Isto é danoso, não só para o filho envolvido, mas também
para todo o sistema familiar.
Existe uma hierarquia similar, mas menos intensa entre
irmãos e irmãos, respeitando a sua ordem do nascimento.
15. Equilibrando o Dar e Tomar
Há uma necessidade de compensação entre perdas e
ganhos, dar e receber, e como uma Lei Sistêmica, ela atua
em todos os níveis; consciente ou inconscientemente.
Tem-se a necessidade de compensação, e às vezes isso
ocorre fazendo com que se perca algo, com que se
vivencie algo de ruim, mesmo sem a aparente
necessidade ou sem se perceber de onde isto vem. É
como se houvesse um sentido de equilíbrio que dita se
há crédito ou débito com alguém.
16. Equilibrando o Dar e Tomar
É quase matemático: se você deu algo, então você espera
receber algo também (ainda que não seja “na mesma
moeda”). O outro, por sua vez, sente uma pressão para
retribuir, dar também. Se deve algo, há uma pressão para
pagar, para devolver, para quitar.
Se esta troca for efetiva, produtiva, positiva, a relação
será fértil e rica. E isto ocorre tanto no positivo quanto
no negativo.A troca equilibra as relações, tornando
possível uma convivência longa e saudável.
17. O trabalho com as
Constelações Familiares
O trabalho com Constelações nos permite
acessar algo que está presente no sistema e que
muitas vezes não é compreendido, nem
percebido sem se observar o todo.
É um trabalho que se ocupa de questões
relacionadas a emaranhamentos sistêmicos.
18. Ao pensar no tipo de questões/temas, é possível abranger duas
ordens de problemas:
1. Os psicológicos implicam as dificuldades de uma pessoa na vida, de
um modo geral, e quando tratados em terapias convencionais,
ganham melhoras. Os psicopedagógicos são aqueles que tratam
das dificuldades de aprendizagem e de ensinagem, e que também
ganham melhoras com o atendimento psicopedagógico.
2. Os sistêmicos, no entanto, são "resistentes" às terapias, ou seja,
mesmo com um tratamento psicológico de longo prazo, com um
atendimento psicopedagógico onde os pais também colaboram,
permanecem sem grandes melhoras.
O trabalho com as
Constelações Familiares