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Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

                Faculdade de Engenharia Mecânica – FEM

                   Engenharia de Controle e Automação




       Plano de Marketing para Empresa de Internet




                           Luiz Alberto Piovesana

                                RA 034270




Trabalho de Graduação II

Orientador: Antonio Batocchio




                       Campinas, fevereiro de 2010
Agradecimentos

      Como em outras oportunidades, gosto sempre de agradecer aos meus pais
e minha família mais próxima (avós, irmã, padrinhos, tios e tias...), primeiro pela
educação e apoio sempre incondicionais, e também por me proverem com
recursos que possibilitassem minha formação e, inclusive, meu primeiro
empreendimento. Sem que acreditassem em mim, com certeza não estaria aqui.

      Aos meus colegas de faculdade, aqueles que durante todo o período
enfrentaram obstáculos iguais (ou pelo menos parecidos) e que agora são
amigos: João, Maranhão, Alexandre, Guga, Xororó, Emanuel, Fiamozzini,
Schmidt, Léster e Taka (e alguns outros).

      Aos amigos de infância, que estiveram comigo desde os primórdios até
hoje: Leandro, Daniel, Bacia, Topera, Celo, Adriano, Thi, Nikolas, Gugu, Bruno,
Ariella, Jana e diversos outros.

      O pessoal do movimento Empresa Júnior, que não só me ocupou por
infinito tempo, mas que me trouxe infinitas possibilidades. Na Mecatron, a todo o
pessoal entre 2004 e 2007, especial à minha diretoria em 2006: Emanuel, João,
Fiamozzini, Renata, Marcelle, Andre e Lemuel. Na Fejesp, à grande diretoria de
2007: B10, Márcia, Axé, Zé, Guilherme, Bruno, Mari, Renato e Kindi.

      E ao MEJ que me levou pra fora do país, da Brasil Júnior: Raquel, minha
companheira embaixadora, Lucas, conspirador e irmão recente, e ao povo dos
encontros pós-BJ. E o MEJ, na JADE, que conheci e tomei como família bem
diferente: Raquel, Tanya, Frederik, Filip, Natalia, Albert, Sebastian, Frieder,
Katarina e Anika – you‟re awesome!

      Ao instituto que me ensinou, mesmo muito longe de casa e de tudo o que
conhecia, que o empreendedorismo seria um ótimo caminho para mim – pessoal
da UnternehmerTUM: Oliver, Helmut, Manuel, Axel, Olivia e Jeta – vielen Dank!

      Aos meus grandes sócios, aqueles que dominarão o mundo junto comigo,
Millor e Mauro – um obrigado especial e diferente, pois ainda temos muito chão
pela frente.

      Por fim, mais um especial à minha namorada, Carol, que não só faz dos
meus dias algo melhor, mas que também me dá suporte para tudo.

      A todos, meu sincero muito obrigado!
Resumo

      Piovesana, Luiz Alberto. Plano de Marketing para empresa de internet.
Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 2010.

      Trabalho de Graduação II.



      A   grande    variedade     e   especialização   de   produtos   no   mercado,
principalmente os relacionados de alguma forma à internet, faz com que a
inovação seja cada vez maior em como melhor direcionar um produto aos
potenciais clientes e usuários.

      Sendo assim, este trabalho tem como objetivo, a partir do cruzamento
entre boas práticas relacionadas ao desenvolvimento de produtos de internet e
sua inserção no mercado e teorias clássicas sobre plano de marketing, mostrar
uma nova abordagem sobre todo seu ciclo, desde desenvolvimento até pós-
venda.

      Essa nova metodologia formada tem como exemplo aplicado a empresa
Empreendemia, fundada no começo de 2009 por três engenheiros da Unicamp.



      Palavras chave

      Plano de marketing, internet, desenvolvimento de produto.
Abstract

      Piovesana, Luiz Alberto. Marketing Plan for internet companies. Faculdade
de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 2010.

      Graduation Project II.



      Due to a great variety of products on the market, especially the ones
somehow related to the internet, the need of innovative methods for product
displacement rises.

      Considering that, this paper aims at showing a new approach on the
product cycle, from its development and design to customer service. This
approach is based on the crossing of information from internet products‟ design
best practices and the classic theories on marketing planning.

      This new methodology is based on the case of Empreendemia, a Brazilian
company founded by three Unicamp engineers.



      Keywords

      Market plan, internet, product design and development
Índice

RESUMO ....................................................................................................................................... 2


ABSTRACT..................................................................................................................................... 4


AGRADECIMENTOS ....................................................................................................................... 2


ÍNDICE .......................................................................................................................................... 5


1. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 7


1.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 7
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................................. 9
1.3 MOTIVAÇÃO............................................................................................................................... 9


2. REVISÃO TEÓRICA ................................................................................................................... 11


2.1 O PLANO DE MARKETING TRADICIONAL .......................................................................................... 11
2.1.1 A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE MARKETING ...........................................................................................11
2.2 OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS EM UM PLANO DE MARKETING ................................................................ 12
A)    RESUMO ............................................................................................................................................12
B)    ANÁLISE DE OPORTUNIDADE ..................................................................................................................13
C)    ANÁLISES DE AMBIENTE ........................................................................................................................13
D)    DEFINIÇÃO DE POSICIONAMENTO ...........................................................................................................14
E)    OBJETIVOS ..........................................................................................................................................15
F)   METAS E INDICADORES .........................................................................................................................15
G)    FRENTES DE AÇÃO ................................................................................................................................16
2.3 A REALIDADE DAS EMPRESAS DE INTERNET ....................................................................................... 17
2.4 BOAS PRÁTICAS DE MARKETING NA INTERNET ................................................................................... 19
A)    ENTREGAR VALOR AO MUNDO FÍSICO ......................................................................................................19
B)    FALAR COM QUEM COMPRARIA O SEU PRODUTO .......................................................................................19
C)    PROTÓTIPOS SÃO ESSENCIAIS .................................................................................................................19
D)    MODELO PARA MONETIZAÇÃO ...............................................................................................................20
E)    VIRALIZAR O PRODUTO..........................................................................................................................20
F)   BUSCAR A PERFEIÇÃO E NÃO ESPERAR POR ELA ..........................................................................................21
G)    EXAGERAR NO BOM ATENDIMENTO ........................................................................................................21


3. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 22


3.1 PREMISSAS............................................................................................................................... 22
3.2 PLANO DE MARKETING PARA EMPRESA DE INTERNET .......................................................................... 22
A)    OBSERVAÇÃO DE OPORTUNIDADE ...........................................................................................................22
B)    VERIFICAÇÃO DO CONCEITO ...................................................................................................................23
C)    DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA ....................................................................................................................24
D)    DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO ..........................................................................................................25
E)   FRENTES DE AÇÃO ................................................................................................................................27
F)   METAS E PREVISÕES .............................................................................................................................28
3.3 OBSERVAÇÕES .......................................................................................................................... 28


4. ESTUDO DE CASO .................................................................................................................... 30


4.1 SOBRE O CASO .......................................................................................................................... 30
4.2 OBSERVAÇÃO DE OPORTUNIDADE .................................................................................................. 30
4.3 VERIFICAÇÃO DO CONCEITO .......................................................................................................... 32
4.4 DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA........................................................................................................... 44
4.5 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO ................................................................................................. 46
4.6 FRENTES DE AÇÃO E METAS .......................................................................................................... 54


5- CONCLUSÃO............................................................................................................................ 58


6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 59


SOBRE O AUTOR ......................................................................................................................... 60
1. Apresentação
      1.1 Introdução
      Qualquer empresa, seja ela de internet ou não, deve ter em seu
planejamento uma base para guiar suas ações, ainda mais quando se trata da
conquista de seu mercado. Por essa razão, a confecção de um plano de
marketing é o marco inicial para qualquer empresa que está começando ou
desenvolvendo um novo produto ou serviço.

      Um Plano de Marketing é como uma mapa, mostrando à empresa aonde
está indo e como chegar lá. É um plano de ação e um documento escrito, que
deve identificar as mais promissoras oportunidades de negócios e descrever
como entrar, conquistar e manter posição no mercado. Além disso, o Plano de
Marketing é constituído pelos elementos do mix de marketing.

      Hoje contamos com inúmeras teorias sobre como elaborar estratégias e
planos de marketing, mas com o aumento da competição e da mudança
constante dos ambientes, os métodos também são alterados e adaptados,
sempre com foco em se diferenciar da concorrência e conseguir uma maior
parcela do mercado.

      Considerando empresas de internet, os princípios de diferenciação entre si
são os mesmos que diferenciam empresas tradicionais, como qualidade do
produto/serviço, canais de distribuição e custos, por exemplo. Porém, a
importância de alguns parâmetros pode ser totalmente diferente do que é usado
em empresas tradicionais, como por exemplo, o poder viral (quão facilmente
esse produto/serviço será espalhado pelos próprios clientes), a segurança de uso
(tanto sobre a confidencialidade dos dados fornecidos, quanto de pagamento) e a
facilidade de uso (com a quantidade de ofertas).

      Devido   a   essas   diferenças   de   importância   e   pela   velocidade   de
desenvolvimento de novos produtos (criação e disponibilização na web), o
marketing em empresas de internet deve estar ainda mais envolvido: desde a
concepção do produto ou serviço, até a fase de pós-venda, sendo responsável
por analisar todo o ciclo do produto e realimentar a estratégia de marketing.
Além disso, esse ciclo de marketing é mais veloz, principalmente devido à grande
oferta de ferramentas de análise na web
Apesar da maior velocidade, facilidade e poder de análise na internet,
dado o fato de muitas ferramentas na internet serem gratuitas, montar uma
estratégia de marketing e, então, a tática para sua execução demandam uma
união       de   conhecimentos    tradicionais   de   Marketing   juntamente   com    a
contextualização dessas ferramentas disponíveis na internet; além disso, é cada
vez mais forte a necessidade de um bom plano para inserção e gerenciamento de
marca online1, principalmente em mídias sociais.



Visões sobre o mercado de internet, histórico e tendências

        Mesmo o Brasil não sendo o centro das atenções no que se trata de
internet, seria ingênuo não colocá-la como ator vital da economia nos últimos 12
anos. O mundo mudou e se tornou mais rápido, o acesso à informação está
praticamente banalizado e, atualmente, estamos vivendo a web 2.0, o que
significa que o usuário comum (um leigo em computação) pode ser um criador
de conteúdo: uma fonte de informações e opiniões.

        Por volta do fim dos anos 1990 tivemos nos Estados Unidos o primeiro
boom do mercado da internet, com a criação de inúmeras empresas que
atuavam online, tendo suas vendas exclusivamente pela internet. Porém, essa
febre acabou criando empresas que não continham um valor agregado em seus
serviços, logo sem razão de existência, mas na febre do momento qualquer
empreendimento online chamava atenção de investidores privados (fundos de
capital de risco ou mesmo publicamente na bolsa de valores). Em 2001 essa
febre foi subitamente interrompida pelo estouro da Bolha da Internet: empresas
que estavam com os preços de suas ações hiperinflacionados viram seus
investimentos sumirem e, com isso, caos geral.

        Desde então, o mercado de empresas de internet tem sido avaliado com
um pouco mais de realismo do que o que ocorria na época pré-Bolha. Mesmo
assim a atenção não poderia diminuir: num contexto onde seu próximo
investimento pode ser no próximo Google, Facebook, Apple dentre outros muitos
exemplos de estrondoso sucesso, todos querem arriscar, pois sabem que uma
aposta bem feita pode garantir um retorno suficientemente volumoso para que
todo o risco valha a pena.



        1
            Fonte: http://www.scribd.com/doc/2711298/Brand-in-the-Social-Networking
Daí vem a pergunta: como saber se uma empresa de internet será
realmente bem sucedida? Pontos como potencial de mercado, plano de inserção
do produto, análise do perfil do público-alvo são aspectos vitais para qualquer
plano de marketing. Agregados a ele, é essencial lembrar de que uma empresa
de internet também precisa ter uma função, trazer valor etc., logo características
genéricas como facilidade de uso do produto, modelo de negócio e bom
atendimento ao cliente têm aparecido como base comum dentre os casos mais
bem sucedidos.


       1.2 Objetivos
   Criação de boas práticas/metodologia para a montagem de um plano de
    marketing de empresa nascente de internet;
   Estabelecer os pontos cruciais para que um plano de marketing de uma
    empresa de internet seja bem sucedido;
   Estudo das rápidas respostas de clientes e usuários e como isso pode alterar
    seu plano de marketing no curto prazo;
   Mostrar a importância da escolha do modelo de negócios no mercado da
    internet e de se oferecer algo de valor ao cliente;
   Montar o plano de marketing de uma empresa (estudo de caso).


       1.3 Motivação
       A maior motivação para que esse projeto fosse realizado se dá pelo fato do
autor atualmente ser um empreendedor de internet. A empresa chama-se
Empreendemia e tem duas atividades principais: um aplicativo social de
organização      de     contatos     para        empresas       –   localizado      em
http://www.empreendemia.com.br         e    um    blog    com   dicas   práticas   para
empreendedores – localizado em http://www.saiadolugar.com.br.

       Pouco tempo após o lançamento do produto, a estratégia vem se
modelando e, com isso, viu-se o curioso desenrolar do desenvolvimento do
produto e sua relação direta com o plano de marketing, principalmente no que se
refere à construção da marca (e poder viral), usabilidade do sistema e diferentes
possibilidades de monetização, o que torna a base de clientes também bastante
variável.

       A empresa foi fundada juntamente a dois sócios no começo de 2009: Millor
Machado, amigo e colega do autor da turma de 2004 de Engenharia de Controle
e Automação na Unicamp; e Mauro Ribeiro, também amigo e da turma de 2004
de Engenharia de Computação da Unicamp.

      O   histórico     de    todos   os     sócios    mostra   grandes       tendências
empreendedoras,       desde   participação   ativa    em   Empresa   Júnior    e   outras
atividades extracurriculares durante a faculdade, até experiência internacional
em instituições referência em empreendedorismo nos EUA e na Europa. Isso
aliado à também grande habilidade técnica de Mauro (desenvolvedor do sistema
e designer) e ao ambiente de grande avanço da internet no Brasil, faz crer que a
Empreendemia será um empreendimento de sucesso.
2. Revisão Teórica

      2.1 O Plano de Marketing tradicional
      O Marketing e suas metodologias para posicionamento de marcas e
produtos são processos naturais de qualquer negócio – desde as primeiras
formas de produção e comércio, aspectos como preço, praça e promoção (os 4
P‟s do Marketing, junto com produto) são preocupações primárias.

      Durante o século XX alguns grandes nomes do Marketing surgiram, tanto
no campo teórico (ex. Philip Kotler, o „Papa‟ do Marketing), quanto no campo
prático (ex. Steve Jobs, que abriu um mercado totalmente novo na internet com
a criação do iTunes), e nesse período, apesar de enormes mudanças nos meios
utilizados para marketing, foi possível enxergar parâmetros genéricos para a
execução de uma campanha de marketing.

      2.1.1 A importância do Plano de Marketing

      Como já colocado anteriormente, o Plano de Marketing agrega as ações
para inserção, posicionamento e expansão da empresa, seus produtos e sua
marca no mercado.

      Com o aumento da competitividade na maioria dos setores da economia, o
estudo do mercado passou a ser um ponto vital desde a concepção do produto,
passando por todo o processo de desenvolvimento, até venda e pós-venda –
quanto mais informações sobre o mercado e o posicionamento que será
escolhido, mais satisfatório será o resultado do desenvolvimento e inserção do
produto no mercado.

      Além disso, também como fruto da competitividade e alta exigência dos
consumidores, o marketing, no sentido de entender cada vez melhor exatamente
o que o consumidor quer e como ele quer, passou a ser uma das chaves
essenciais para a criação de inovação.

      O termo inovação há muito tempo deixou de ser exclusivo para novas
tecnologias e passou a ser referente a produtos/serviços que, por qualquer
atributo, entregam mais valor e o fazem de uma forma diferenciada.
2.2 Os elementos necessários em um plano de marketing

      Basicamente o plano de marketing define o posicionamento ideal para o
produto/serviço a partir de análises de ambiente, swot, do cliente potencial etc. e
das metas que devem ser alcançadas, para então ter definida a campanha de
marketing, que corresponde às ações para alcançar o posicionamento requerido.

      Antes do início do planejamento de qualquer área (não só marketing), é
necessário que a empresa estabeleça seus objetivos corporativos.

      Para que um plano de marketing esteja completo, ele deve conter:

      a) Resumo

      Apesar de ser o primeiro elemento, o resumo é o último a ser
confeccionado, já que é ele quem apresenta os resultados finais do Plano de
Marketing, sem que alguém que vá executá-lo precise necessariamente entender
todo o processo.

      Para isso, ele responderá as seguintes perguntas, que definem noções do
posicionamento desejado metas e ações planejadas:

      1. Como a empresa quer ser conhecida no mercado?

      2. Qual será a política de preços do portfólio?

      3. Quais serão os canais utilizados para distribuição do produto ou
         serviço?

      4. Quais serão os canais usados para a divulgação do produto/serviço?

      5. Qual será a abordagem utilizada para geração de novos contatos?

      6. Serão utilizadas promoções e descontos para inserção no mercado?

      7. Qual a previsão de unidades vendidas?

      8. Quanto será o orçamento da campanha publicitária?

      9. Quantos vendedores formarão a equipe de vendas?

      10.Qual a receita esperada?

      11.Qual o custo planejado para o processo de vendas?
Todas as questões acima serão trabalhadas a fundo durante a execução do
plano, por isso essa fase trata sobre o estabelecimento de premissas que serão
ou confirmadas ou modificadas a seguir.

       b) Análise de oportunidade

       Considerando não só empresas nascentes, mas também a introdução de
um novo produto no mercado por uma empresa já estabelecida, a análise de
oportunidade funciona como um verificador inicial sobre a qualidade e viabilidade
da produção e comercialização desse novo produto.

       Portanto, essa etapa deverá responder às seguintes perguntas:

   1. Qual é o mercado em potencial?

   2. Quem é o cliente foco?

   3. Quais as necessidades do cliente?

   4. Nosso produto conseguirá atender essas necessidades?

   5. Como o cliente atende essas necessidades atualmente?

   6. É possível atender essas necessidades de uma forma diferenciada?

   7. Qual o tamanho do mercado de clientes em potencial?

   8. As pessoas estão dispostas a pagar pelo produto/serviço?

       c) Análises de ambiente

       As análises são o marco inicial de um produto, onde a empresa levanta
dados sobre o mercado em que planeja se inserir.

       Durante essa etapa, as seguintes análises são realizadas:

      A   pesquisa     de      mercado       deve    fornecer    informações     sobre    as
       necessidades e desejos dos clientes/usuários do produto, como isso é feito
       pelos concorrentes e o que fazer para superá-los. Assim, a pesquisa de
       mercado tem as fases: de gabinete, a partir de relatórios de mercado,
       provendo informações sobre o setor e o comportamento macro dos
       consumidores; e de campo, onde entrevistas e observações são feitas
       direto no ambiente de uso, venda ou promoção do produto, provendo
       informações    mais      específicas   sobre   uso   e    valor   direto   visto   pelo
       cliente/usuário final.
   A análise dos produtos concorrentes é mais realizada através da análise
       das 5 forças de Porter (competição direta, produtos substitutos,
       barreiras para novos entrantes, fornecedores e clientes). Com essa
       análise, o principal é reconhecer seus concorrentes (diretos ou não),
       reputação e diferenciais, e práticas de precificação e pagamento.

      A construção da matriz SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e
       ameaças) auxilia a compreensão das informações coletadas durante as
       análises ao classificá-las entre internas (forças e fraquezas) e externas
       (oportunidades e ameaças).

       d) Definição de posicionamento

       O posicionamento no mercado é o fim para o qual o Plano de Marketing é
confeccionado, ou seja, é o equivalente à visão num planejamento geral.

       Enquanto a definição de uma visão envolve, pelo menos, aspectos gerais
como pessoas, processos e finanças, o posicionamento deve ser definido pelos
elementos do mix de marketing:

      Características do produto e público-alvo;

      Preço e custos;

      Publicidade, comunicação e marca;

      Distribuição.

       Para que o posicionamento seja delineado de acordo com os elementos
acima, uma estratégia deve ser escolhida.

       As estratégias genéricas para criar uma posição sustentável, segundo
Michael Porter, são por:

      Custo: a empresa centra seus esforços na busca de eficiência produtiva,
       na ampliação do volume de produção e na minimização de gastos com
       propaganda, assistência técnica, distribuição, pesquisa e desenvolvimento,
       e tem no preço um dos principais atrativos para o consumidor.

      Diferenciação: faz com que a empresa invista mais pesado em imagem,
       tecnologia, assistência técnica, distribuição, pesquisa e desenvolvimento,
       recursos humanos, pesquisa de mercado e qualidade, com a finalidade de
       criar diferenciais para o consumidor.
   Foco:   significa   escolher   um    alvo   restrito,   no   qual,   por     meio     da
       diferenciação ou do custo, a empresa se especializará atendendo a
       segmentos ou nichos específicos.

       A escolha da estratégia da empresa pode tanto adotar um dos pontos
individualmente ou uma combinação entre eles.

       Tendo como base as análises feitas anteriormente e a estratégia definida,
essa fase tem como meta estabelecer qualitativamente como o novo produto se
situará no mercado e, principalmente, como ele se diferenciará dos competidores
para alcançar tal posição.

       e) Objetivos

       Como    o   posicionamento     não     precisa    ser   plenamente         tangível    e
mensurável, deve-se traduzi-lo em uma estratégia-mestra, ou seja, em tópicos
que representem suas dimensões estratégicas prioritárias.

       A partir dessa estratégia-mestra são definidos os objetivos, que servirão
de pilares para o alcance do posicionamento definido. Dessa forma, a Estratégia-
Mestra é semelhante, em conteúdo, ao posicionamento. Porém, enquanto ele
tem caráter mais motivacional e estético, a Estratégia-Mestra possui maior
utilização prática para o desenvolvimento do restante do plano.

       Os objetivos são os componentes parciais do posicionamento. Cada
objetivo representa um ponto específico que deve ser alcançado para que a
posição seja alcançada.

       A partir de cada item da Estratégia-Mestra, será desenvolvido pelo menos
um objetivo, sendo que o conjunto dos objetivos atrelados a cada item deve ser
suficiente para defini-lo.

       Dessa forma, como a Estratégia-Mestra é semelhante, em conteúdo, ao
posicionamento, o conjunto de todos os objetivos levará a ele.

       f) Metas e indicadores

       As metas são determinadas para se medir o desempenho em relação ao
Plano de Marketing, mesmo sem ter alcançado completamente os objetivos (e,
consequentemente, o posicionamento). Além disso, dão um direcionamento mais
claro às ações.
Essas metas devem estar vinculadas diretamente aos objetivos. Elas
refletirão os estados parciais esperados para o alcance total de cada um deles.

      Metas devem ser claras, ter prazos definidos e, acima de tudo, ser
mensuráveis – e, por isso, os indicadores são fundamentais.

      Eles são os índices que possibilitarão o controle do desempenho em
relação ao posicionamento e aos objetivos. Eles traduzirão o desempenho em
valores numéricos, possibilitando a determinação de metas claras e mensuráveis.

      Um método simples e prático para a definição de metas baseia-se na
transformação dos objetivos em perguntas. Por exemplo, se um objetivo for
“Aumentar o número de clientes fidelizados”, a pergunta deverá ser feita “Como
aumentar o número de clientes fidelizados?”. Com isso, será preciso definir o que
são clientes fidelizados e que aspectos formam a fidelização, definindo-se então
os indicadores e valores de metas.

      g) Frentes de ação

      As ações são a tradução das metas e indicadores em algo concreto, ou
seja, são os pontos em que a equipe de marketing (e a empresa) trabalhará para
alcançar as metas e, consequentemente, os objetivos e o posicionamento
desejados.

      Ações compõem as frentes de ação, que poder ser definidas tanto de
acordo com áreas ou departamentos da empresa, quanto com diferentes
aspectos do desenvolvimento do produto ou elementos do mix de marketing.

      A partir dessas definições, é possível não só elaborar um cronograma,
como também planejar projetos, implementar processos na empresa, verificar
possibilidade de parcerias estratégicas, definir canais de distribuição, criar
promoções etc.
2.3 A realidade das empresas de internet
       Com pouco mais de uma década, a internet tornou-se protagonista no que
se refere a comunicações, inovação e negócios, já foi foco infindável de
investimentos, teve uma bolha em 2001 que afastou os investimentos, espalhou-
se, ganhou velocidade e, o principal, ainda promete muito.

       Apesar de ser um campo „novo‟, cada vez mais os negócios na internet
amadurecem e se mostram mais profissionais que qualquer outro. Tomemos
como exemplo o Google, hoje a segunda marca mais valiosa do mundo,
crescimento sólido e forte, uma empresa inovadora - em menos de doze anos, é
há alguns uma referência indiscutível, não só em crescimento, mas também em
bom atendimento, ambiente de trabalho, criatividade e, como nunca pode faltar,
faturamento e entrega de valor ao cliente – um exemplo para empresas de
qualquer área.

       Porém, assim como em todos os meios, a internet também mostra
tendências e vícios, tanto de consumidores quanto de provedores de serviços.
Cada vez mais vemos o acúmulo e excesso de informações na web, o que por
um lado mostrar a „concorrência‟ por atenção, mas que também possibilita que a
qualidade seja um diferencial, assim como em outros ambientes com excesso de
oferta – o consumidor ganha mais opções.

       Os números2 a seguir mostram um significativo crescimento no uso da
internet (no Brasil):
      62 milhões de internautas (crescimento médio de 22% ao ano);
      Brasileiros passam 26 horas e 15 minutos por mês online (1º no mundo);
      Internet é o meio que mais cresce em penetração na população, e é
       equivalente em todas as regiões do país.

       Como consequência do avanço da web 1.0 para a 2.0, ou seja, da versão
broadcasting para colaborativo, hoje muitos têm a chance de serem criadores de
conteúdo e referências – ao contrário de outros meios de comunicação, a
internet dá poder a pequenas empresas ou até mesmo pessoas de virarem
referência através do fator mais justo: a escolha de outras pessoas.

       Os meios usados para produção e compartilhamento de dados são as
mídias sociais, como blogs, compartilhamento de vídeos e fotos; mas uma maior


       2
           Fonte: http://publicidade.uol.com.br/amidiaquemaiscresce/index.html
ênfase deve ser atribuída às redes sociais (orkut, facebook, twitter, linkedin
etc.), que possibilitam maior interação entre colaboradores e possuem maior
índice de uso. Os brasileiros, por exemplo, gastam 80% do seu tempo na
internet em redes sociais3.

         Como efeito direto, os investimentos gerais em publicidade na internet em
2008 aumentaram 44% e mostram tendência de aumentarem em maior ritmo
nos próximos anos.

         Esse fato, apesar de reafirmar a internet como um dos principais meios de
concentração         de    pessoas,     não    assegura     a   lucratividade      de   todos   os
empreendimentos que lá surgirem. Por exemplo, apesar de no Brasil existirem
mais de 60 milhões de pessoas constantemente conectadas, uma porcentagem
irrelevante delas consome produtos online – o que é diferente de fazer compras
online, vide o sucesso de sites de e-commerce, como Submarino e Mercado
Livre.

         Por outro lado, acompanhando a tendência de países mais desenvolvidos
no uso da internet, esse quadro tende a mudar. Pessoas passarão a consumir
mais do que a parte gratuita dos produtos, mas por enquanto sem grande
relevância. Empresas, porém, não só já fazem uso de serviços básicos, como
hospedagem de sites, mas também estão aumentando a parcela de uso de
sistemas online para sua gestão, como por exemplo: atendimento a clientes,
folha de pagamentos, organização de contatos e muitos outros que também
podem ser utilizados no formato “cloud computing”, no qual as informações não
são armazenadas fisicamente, mas em um servidor contratado, tornando-as
acessíveis de qualquer lugar ou máquina com acesso à internet.




         3
             Fonte: http://publicidade.uol.com.br/amidiaquemaiscresce/index.html
2.4 Boas práticas de marketing na internet
      Tendo em vista a realidade das empresas de internet e seus produtos,
abaixo foram reunidas algumas boas práticas, desde a concepção do produto,
passando por pesquisas de mercado, até como se inserir no mercado tendo um
produto de internet.

      a) Entregar valor ao mundo físico

      “Entregar valor ao cliente” é a fórmula mágica para qualquer produto de
sucesso, dentro ou fora da internet. Porém, é possível observar que as empresas
de internet de sucesso deixaram isso mais claro ao falar “entregar valor ao
mundo físico do cliente”. Por mais que a empresa não entregue algo físico, se o
cliente vir rapidamente benefício palpável, o produto estará fadado ao fracasso.

      b) Falar com quem compraria o seu produto

      A pesquisa de mercado tradicional que tem o objetivo de encontrar o
tamanho do mercado não é um fator vital, principalmente em tempos em que os
produtos são desenvolvidos para nichos, e não para a massa. Por exemplo, o
Camiseteria.com, um dos maiores sucessos brasileiros na web através da venda
online de camisetas, ao fazer sua pesquisa de mercado viu que menos de 20%
das pessoas comprariam camisetas online – dado que não se mostrou real
quando posto em prática.

      Trazer potenciais clientes para perto ajuda tanto o desenvolvimento do
produto e sua concepção, quanto a entrada na comunidade que congrega essas
pessoas, que é valor não só por serem mais potenciais clientes, mas também
formadores de opinião nessa área.

      Isso mostra que a atenção para o desenvolvimento do produto deve ser
totalmente nas necessidades do cliente, ao invés da concorrência, como acontece
em inúmeros mercados.

      c) Protótipos são essenciais

      Ao contrário do que é popularmente entendido como um protótipo, no caso
de um produto de internet ele pode ser simplesmente a explicação do conceito,
sem que exista uma linha de código.
Porém, cada protótipo deve ter um período de vida consideravelmente
menor, já que deverá mostrar o avanço do conceito (através de pesquisas e do
envolvimento de clientes e referências do referido mercado).

       d) Modelo para monetização

       A definição do meio de monetização é talvez um dos mais importantes
para um produto de internet, já que a internet é comumente dominada por
produtos gratuitos que podem contar com um pacote premium, contendo mais
serviços, porém pagos.

       As formas mais comuns de modelos de negócios na internet são:

      E-commerce: venda de produtos físicos através de lojas online (ex.:
       Submarino, Amazon, Mercado Livre, Americanas.com, Zappos).

      Serviços: oferecimento de serviços através de ferramentas oferecidas
       online, desde aplicativos para gestão de empresas e webmail, até acesso à
       fóruns e comunidades exclusivas (ex.: Uol, PagSeguro, Locaweb, Google
       apps, Salesforce, Zoho, redes de relacionamento amoroso).

      Informação: relatórios de tendências e uso da internet, principalmente no
       que se refere a interações interpessoais e de consumo (linkedin, twitter,
       navegg, google analytics, buscapé).

      Publicidade: aproveitando-se da contextualização ou do grande número de
       acesso, anúncios podem ser vinculados diretamente para o internauta
       (Google adsense e adwords, Yahoo!, Uol, Terra, DoubleClick).

       e) Viralizar o produto

       Um dos grandes poderes da internet é a facilidade para se fazer uma
campanha de marketing viral, algo que espalhe facilmente e vire um sucesso
naturalmente pelo boca-a-boca.

       Para que isso seja possível, os seguintes modos foram observados:

      Ser diferente: nada ganha atenção se é mais do mesmo, por isso é preciso
       mostrar que há um ganho de valor no que só aquele produto faz.

      Conquistar os formadores de opinião e seguidores: são as pessoas-chave
       para que a mensagem ganhe tamanho e seja espalhada pela internet.
Isso, de maneira alguma, significa investir mais em publicidade. Na
internet grandes tentativas de se comprar influências falharam4, além de
publicidades convencionais serem irrelevantes na web. Por isso a importância de
uma boa política de relações públicas.

      f) Buscar a perfeição e não esperar por ela

      A perfeição de qualquer produto nunca aconteceu em seu primeiro
lançamento, seja ele físico ou de internet. Por isso, não existe razão para o
atraso no lançamento na internet, dada a constante possibilidade de correção e
atualização. Para isso, promover iterações rápidas com os primeiros usuários
(beta testers) é essencial, inclusive como finalização do desenvolvimento do
produto.

      Além de testar seu funcionamento, esses primeiros testes na prática
permitem uma checagem final da interface, que é um ponto crucial em qualquer
software (sendo ou não na web).

      Como grande parte do sucesso de um produto na internet (ou de qualquer
software)     depende    de   sua    interface,   a   maior   recomendação   para   o
desenvolvimento do produto é que ele parta da definição das telas (a interface
com o usuário), para que depois o código seja desenvolvido.

      g) Exagerar no bom atendimento

      Apesar de todas as ferramentas para automatização de serviços de
atendimento ao consumidor, com help desks, softwares de reconhecimento de
voz etc., a forma mais eficiente de tratar pessoas é com pessoas do outro lado,
seja pelo telefone, e-mail, twitter ou qualquer meio existente – mostrar que do
outro lado estão pessoas realmente preocupadas com o bem-estar e a felicidade
dos clientes é um diferencial magnífico, principalmente no Brasil.

      Um dos maiores exemplos em bom atendimento é a Zappos, empresa
online de venda de calçados que em 10 anos de vida alcançou 1 bilhão de
dólares em faturamento. Além de uma forte cultura empresarial, a Zappos é
mundialmente reconhecida por ser bom atendimento sob o lema “As pessoas
podem não se lembrar do que você fez ou disse, mas elas sempre se lembrarão
de como se sentiram”.


      4
          http://www.yogodoshi.com/blog/internet/cases-fail-midias-sociais
3. Metodologia
      3.1 Premissas
      A Revisão Teórica apresentou, de um lado, como é feito um Plano de
Marketing tradicional de forma genérica e, pelo outro lado, mostrando a
realidade dos negócios de internet e suas práticas mais bem sucedidas de
marketing.

      Para a montagem da metodologia abaixo, alguns pontos específicos de
empresas de internet foram levados em conta, como a possibilidade de lançar o
produto durante seu desenvolvimento, já que o plano de marketing será alterado
de acordo, primeiro, com os feedbacks dos primeiros usuários e, segundo, de
acordo com o crescimento da empresa como uma referência na área – por isso,
etapas como análise de oportunidade serão bastante diferentes em relação ao
Plano de Marketing tradicional.

      Mesclando as etapas anteriores, abaixo é apresentada uma metodologia
específica para a elaboração de Planos de Marketing em empresas de internet.


      3.2 Plano de Marketing para empresa de internet

      a) Observação de oportunidade

      “O melhor produto é aquele que o criador fez para si mesmo” – isso é uma
verdade que vale ainda mais na internet e para a infinidade de produtos
(gratuitos) lá disponíveis. Além de observar as suas próprias necessidades, o
empreendedor deve estar a par das últimas novidades tecnológicas e de
usabilidade sobre a área em que espera empreender – a “grande ideia” não
aparecerá sem que haja grande envolvimento.

      O ponto mais importante é não esperar uma ideia magnífica, mas colocar
em prática, por isso a etapa Observação de oportunidade deve ser o mais breve
possível para que a viabilidade inicial seja verificada na fase seguinte.

      As perguntas que o empreendedor deve responder nessa fase são:

   1. Qual é o mercado em potencial?

   2. Quem é o cliente foco?

   3. Quais as necessidades do cliente?

   4. Nossa ideia de produto conseguirá atender essas necessidades?
5. Como o cliente atende essas necessidades atualmente?

   6. Como nosso produto atenderia essas necessidades de uma melhor forma?

      b) Verificação do conceito

      Essa etapa é semelhante à tradicional análise de ambiente, porém ao invés
de definir tamanho de mercado ou aprofundar o estudo dos concorrentes, o
objetivo aqui é entender o cliente, a necessidade que será satisfeita com o
produto e como fazer isso da melhor forma.

      Para verificar o conceito, uma apresentação deve ser construída contendo:

             O problema que está sendo resolvido;

             Qual é a solução proposta;

             Como o produto será monetizado;

             Como essa solução é diferente das já existentes;

             Quais são as soluções já existentes;

             Qual é a estratégia de entrada no mercado.

      Essa apresentação do conceito deve ser compartilhada com dois públicos
diferentes: especialistas da área do produto e clientes desse produto.

      Por “clientes desse produto” entende-se as pessoas com maior interesse
em novos produtos no mercado (principalmente na internet), que não só
conhecem muito sobre o assunto, como também têm uma rede de contatos com
outras pessoas de interesses semelhantes. Assim, é possível não só receber
feedbacks diretos, como também se inserir num com pessoas que podem se
tornar clientes.

      “Especialistas da área” são as pessoas ou empresas que já estão nesse
mercado e/ou são formadores de opinião nessa área e/ou são referências mais
amplas no setor (internet, no caso).

      Conversar com esses dois tipos de públicos é vital para cumprir o objetivo
de avaliação e evolução do conceito – se não existir ação por parte do
empreendedor após cada feedback, o conceito não será aceito pelo público-alvo
e assim o produto não terá futuro.

      O resultado final então um conceito embasado nos mesmos seis pontos,
porém com adições feitas pelos principais players, e, como consequência indireta
mas desejada, uma maior presença nesse meio, não só com contatos, mas
também conhecendo os meios utilizados. Sendo assim, essa fase é a que
necessita do maior número de iterações para que o conceito, que será base da
estratégia (próximo passo), já não sofra alterações de base.

       Cuidado: querer agradar a todos resulta em não agradar ninguém o
suficiente, então manter sempre o foco na simplicidade e em não ter mais
funcionalidades do que o necessário é algo para nunca ser perdido de vista.

       c) Definição da estratégia

       Definir a estratégia é definir como esse conceito sairá do papel para a
internet.

       Como uma das grandes vantagens na internet é poder atualizar o produto
ou serviço constantemente, utilizar massivamente iterações com usuários mais
próximos durante uma fase beta, por exemplo, o objetivo da definição da
estratégia é planejar o início do desenvolvimento do produto e detalhar como
será a entrada no mercado.

      Como ser diferente: mesmo que o produto entre num mercado
       comprovado, já existente e com concorrentes, o problema que ele
       soluciona deve ou dar resultados muito melhores ou fazer de um jeito
       melhor – na internet a briga por custo tem pouca relevância.

      Como mostrar o real valor para o cliente: como já citado acima, um
       dos principais problemas de alguns produtos de internet é mostrar o real
       valor que ele traz para o mundo físico do seu cliente, logo é preciso
       colocar isso para ele da forma mais clara possível.

      Como criar o produto: conhecendo os interesses dos envolvidos, é
       necessário escolher a tecnologia com a qual ele será produzido, quais
       serão suas características iniciais e como isso afetará a vida do possível
       cliente.

      Como viabilizar o modelo de negócios: depois que o conceito indica
       como o dinheiro virá, é necessário definir como isso será feito (meios,
       periodicidade, tecnologia, quantidade por transação, etc.).

      Como ser conhecido: a área em que o produto será inserido tem
       conteúdo mais veiculado por blogs, twitter, portais ou outras redes?
       Conhecer essa dinâmica é vital para que o empreendedor trabalhe para
virar uma referência no setor – logo, as decisões aqui devem envolver
       também como se comunicar: publicidade, conteúdo, bom atendimento?

      Escalabilidade: Produtos na internet bem sucedidos são escaláveis, ou
       seja, conseguem atender a uma grande demanda sem que os recursos
       aumentem com a mesma magnitude.

       Apesar dessa estruturação, várias mudanças na estratégia serão apenas
percebidas durante a próxima fase.

       d) Desenvolvimento do produto

       O desenvolvimento do produto é a etapa mais importante no plano de
marketing para uma empresa de internet, já que durante essa fase já é possível
colocar o produto em teste com potenciais clientes, ver sua aceitação e colher
feedback just in time para o restante do desenvolvimento.

       Tratando-se de um software, alguns métodos da metodologia de software
devem ser usados para guiar essa fase, como por exemplo, começando-a pelo
entendimento das interações entre os elementos do software e os usuários.

       Apesar disso, a técnica mais comumente utilizada com sucesso é ter o
projeto de interface com o usuário como não só um dos principais elementos do
desenvolvimento, mas também um dos primeiros.

       Desenvolvimento a partir da interface.

       Ter uma interface não só fácil, mas principalmente intuitiva faz a diferença
para qualquer e-commerce, aplicativo web ou ferramenta para gerenciamento de
conteúdo online.

       Gastar tempo com desenvolvimento do layout das páginas, pensar na
experiência do usuário e fazer diversos testes são os pontos-chave para que uma
interface seja bem desenvolvida.

       Faça o lançamento rapidamente.

       O produto não precisa estar em seu último estágio de desenvolvimento
para ser lançado, muito pelo contrário. Garantir as funcionalidades básicas e
colocar o produto na fase de testes reais dá a possibilidade de conseguir
feedbacks direto do usuário do produto, além de uma melhor análise de erros do
sistema rodando no “campo de batalha”.
Para que se tenha um retorno mais rápido e com qualidade, primeiro
garanta que os principais envolvidos na área (clientes e formadores de opinião)
estão entre os primeiros usuários e, segundo, permita testes gratuitos. Mesmo
que exista uma parte do serviço gratuita, os testes devem ser feitos também (e
principalmente em vários casos) para a parte que será paga. Apenas assim é
possível testar o produto de verdade e, de quebra, ainda consegue mostrar o o
produto funcionando para um possível comprador.

       Bom atendimento e proximidade.

       Apesar de pontos como bom atendimento e proximidade pessoal com os
mais envolvidos sejam mais questões de cultura da empresa do que de
marketing, ambos se mostram muito eficientes em empresas de internet – o
primeiro porque um bom atendimento simplesmente valoriza o cliente e alimenta
a divulgação por boca-a-boca, e o segundo tira a impessoalidade da internet,
trazendo confiança aos consumidores e mostrando que pessoas estão sempre lá
para qualquer coisa.

       Sendo assim, os objetivos dessa etapa são:

       Proximidade com os usuários

      Mostrar o lado pessoal do sistema e quem o gere, gerando confiança;

      Garantir proximidade com os usuários para colher feedback direto e
       adequar o produto em teste ao ideal para seu perfil de cliente;

       Bom atendimento

      Ganhar a adoração dos clientes, facilitando uma divulgação espontânea de
       boca-a-boca;

      Ganhar mais clientes através do bom atendimento em outros canais, como
       blogs, redes sociais e comunicadores de internet.

       Ambos são pontos relevantes na cultura que a empresa passará a ter, mas
são poucas as empresas que sobrevivem hoje sem que eles sejam prioridade.

       As principais decisões serão em relação aos processos e meios para
comunicação com clientes, além do estabelecimento de prazos para resposta e
metas de satisfação e evangelização de clientes.
e) Frentes de ação

       As frentes de ação são objetivos relacionados especificamente a cada
elemento da evolução do produto, envolvendo pontos como estatísticas de uso,
retorno financeiro, política de relações públicas e construção da marca –
basicamente, então, contendo os 4 P‟s do Marketing.

       A partir de cada frente de ação, ações deverão ser definidas com base nas
metas que serão traçadas na próxima fase.

       Frentes de ação que não podem faltar para o plano de marketing em uma
empresa internet são:

      Crescimento do número/engajamento de usuários ou clientes do
       produto: mesmo que o produto não tenha sido usado ainda para que
       números    sejam    estabelecidos,    ações     deverão   existir   para     sua
       implementação e/ou de suas funcionalidades.

      Construção da marca: além da necessidade de implementar ações para
       a difusão da marca, como através de mídias e redes sociais, a construção
       de marca também deverá envolver ações relacionadas a bom atendimento
       e outros pontos culturais da empresa que podem ser relevantes para o o
       estabelecimento da sua marca.

      Política de relações públicas: apesar de também estar relacionada à
       marca e sua difusão, o termo “relações públicas” é mais utilizado para o
       trabalho   feito   com   objetivo    de   ter   seu   produto/marca        citado
       espontaneamente pela mídia e referências da sua área. Para que isso
       ocorra efetivamente, a frente de ação Construção da marca não deve ser
       basicamente publicidade (muito pelo contrário), mas sim composto de
       conteúdo e opiniões relevantes e com poder viral.

      Retorno financeiro: todo produto precisa ter seu retorno financeiro
       mensurado, porém durante um período relevante de construção da marca
       e desenvolvimento do produto, o principal trabalho é garantir que o
       modelo financeiro será funcional, por isso a importância da interação
       constante com possíveis clientes para sua definição (custos, precificação,
       valor real para o cliente etc.). Após a fase inicial e de alguns dados, metas
       financeiras poderão ser traçadas normalmente.
É essencial que esses planos sejam sempre revistos. O fato de o produto
estar em desenvolvimento pede que as iterações devam ocorrer não só com ele,
mas também com seu plano.

      f) Metas e Previsões

      Metas devem ser sempre específicas e alcançáveis, mas também devem
ser desafiantes. Para o começo do desenvolvimento e inserção do produto no
mercado, o maior cuidado é elaborar metas não só numéricas, mas também de
estabelecimento de certas funcionalidades.

      A partir do momento em que as metas passam a ser sobre número de
usuários, de clientes, financeiras etc., o maior cuidado a ser tomado é com as
previsões. Previsões feitas sem uma análise tanto dos recursos da empresa,
quanto do poder viral do produto sem que dados anteriores fossem colhidos são
inúteis. Ou seja, sem que o produto tenha rodado em campo, essas previsões
são totalmente enganosas e, tornando-se metas que foram ou não alcançadas, o
significado disso será zero.

      Por isso, a recomendação é que ou se defina metas de baixo pra cima
(bottom-up) a partir de números colhidos, ou que não se estabeleça metas
numéricas, mas sim de milestones (marcos que podem ser em relação ao
desenvolvimento ou lançamento de funcionalidades, por exemplo) ou até mesmo
que nada seja estabelecido, a não ser fazer o produto „rodar‟.

      Sendo assim, revisões constantes das metas definidas são essenciais, já
que não só é preciso defini-las o tempo todo, como também algumas correções
são sempre necessárias.

      A partir dessas metas e com base nas frentes de ação definidas
anteriormente, ações deverão ser delineadas para alcançar essas metas e
milestones.



      3.3 Observações
      A metodologia apresentada acima para empresas com produtos de internet
mostra que o meio escolhido para sua distribuição e/ou uso apresenta inúmeras
diferentes oportunidades para tanto o desenvolvimento do produto, quanto sua
colocação no mercado e venda.
Pelo fato da internet ser um meio extremamente veloz, que oferece
interatividade e possibilidade de mudanças e atualizações no produto sem a
necessidade de um recall, por exemplo, a dinâmica de como um produto pode
ser desenvolvido muda bastante. Um dos maiores ganhos visto é, primeiro, com
a velocidade do desenvolvimento, segundo com a interação com potenciais
clientes mesmo antes de o produto ser lançado e também pela internet
representar um meio de distribuição e comunicação gratuito e com possibilidades
para “ganho de posição”.

      Além disso, conseguimos ver uma maior interação entre 2 P‟s do
marketing (praça e promoção) como não só parâmetros (praça = internet), como
também o diferencial causado por esses parâmetros com um bom trabalho de
comunicação (promoção), principalmente no oferecimento de produtos do tipo
„cauda longa‟.

      Por fim, é também interessante observar como o plano de marketing pode
ser, nesse caso, um guia para se começar a empresa, sendo que muitas
empresas de internet são iniciadas a partir do desenvolvimento de um produto.
4. Estudo de caso
      4.1 Sobre o caso
      Com a finalidade de mostrar a aplicação da metodologia apresentada
acima, o estudo de caso apresenta o desenvolvimento e implementação do Plano
de Marketing da Empreendemia, empresa de internet fundada por Luiz
Piovesana, Millor Machado e Mauro Ribeiro.

      Contando com experiências anteriores ligadas a empreendedorismo tanto
da faculdade, quanto em estágios e trabalhos paralelos, a Empreendemia foi
concebida com o objetivo de orientar e conectar empreendedores, sendo que
desde o início o meio escolhido para isso foi a internet. Porém, sem nenhum
deles ter experiência em empreendimentos puramente de internet.

      Assim   como     vários   outros   projetos   de   internet,   o   conceito   da
Empreendemia foi constantemente modificado para chegar até o formato atual e,
com absoluta certeza, ainda será alterado para se adequar ao que seus clientes
esperam de um produto como esse.


      4.2 Observação de oportunidade
      Como grande parte das empresas inovadoras, seu início acontece a partir
de um momento “eureka!”, sendo ele por observações ou por numerosas de
profundas pesquisas.

      A Empreendemia foi iniciada quando Millor, durante um curso de
empreendedorismo em Babson College nos EUA, foi auxiliado por um colega do
curso em uma ideia de empresa que tinha. Com as contribuições do colega, ele
enxergou não só que sua ideia anterior não seria viável, mas que se
empreendedores pudessem se ajudar, trocas experiências e interagir mais, eles
poderiam fazer coisas melhores. Junto a isso, enxergamos uma rede através da
pesquisa que Luiz Piovesana fazia na Alemanha durante um estágio, que ajudava
empreendedores a encontrar investidores, funcionários e pessoas experientes
para ajudar. Assim, a Empreendemia foi iniciada, nosso objetivo era conectar e
orientar empreendedores.

      Depois de algumas tentativas de contatar a rede mencionada acima
(gobignetwork.com), os dois resolveram criar sua própria rede online de
empreendedores no Brasil e, para isso, contaram com a entrada do Mauro na
equipe. Além disso, refinaram a ideia para uma rede que além conectar
empreendedores entre si e com investidores, oferecia-lhes a oportunidade de
discussões em fóruns, consultoria de gestão online e de divulgar sua empresa e
seus serviços.

      Sendo assim, as questões básicas foram respondidas para verificar se a
oportunidade era viável em um primeiro olhar:

   1. Qual é o mercado em potencial?

      O mercado em questão é o de orientação a empreendedores e pequenos e
médios empresários, além de ser um lugar para interação entre investidores e
empreendedores.

   2. Quem é o cliente foco?

      Quaisquer tipos de pequenas e médias empresas, porém com maior foco
em empresas de tecnologia. Tendo uma comunidade de empreendedores
formada, investidores Anjo e de Venture e Seed Capital também seriam alvos.

   3. Quais as necessidades do cliente?

      Dos quatro maiores problemas das pequenas e médias empresas
identificados pelo Sebrae, o conceito trabalha em três: difícil acesso a
conhecimentos de gestão, pouca colaboração entre empresas e falta de capital
investidor.

   4. Nossa ideia de produto conseguirá atender essas necessidades?

      Sim.

   5. Como o cliente atende essas necessidades atualmente?

      Conhecimento sobre gestão pode ser encontrado em livros, cursos e sites
– um dos meios mais utilizados é o Sebrae, mas nem este nem outros continham
material relevante explicado de uma forma prática, que o empreendedor poderia
simplesmente aplicar.

      A colaboração entre empresas, apesar de acontecer informalmente,
acontece em baixa escala, sem uma ferramenta própria. Câmaras de comércio
são um dos meios mais utilizados para isso.

      O capital para se iniciar um negócio, na maioria das vezes, é provindo de
família, amigos ou bancos, sendo que este último costuma praticar taxas de
juros muito altas para um pequeno empresário. Por outro lado, investidores
precisam ter acesso a diversos projetos diferentes para poderem ter uma base
maior para escolha, mas dispõe, no máximo, de plataformas próprias de cada
fundo.

   6. Como nosso produto atenderia essas necessidades de uma melhor
         forma?

         A parte de conhecimentos sobre gestão é tratada na área “Orientação ao
Empreendedor” com textos práticos e simples sobre todas as áreas básicas de
gestão e materiais de auxílio, como modelos e planilhas. Complementar a isso, a
consultoria online lidaria com problemas de uma forma mais customizada.

         A partir dos fóruns de discussões e possibilidades de interação através de
uma rede social, empreendedores estariam mais próximos uns dos outros,
podendo conhecer suas empresas e fazer negócios.

         Sendo o Empreendemia uma plataforma independente de qualquer fundo e
com uma base grande de usuários, ele dá a possibilidade para investidores terem
mais opções e para empreendedores conhecerem essa possibilidade.


         4.3 Verificação do conceito
         A primeira versão do conceito foi elaborada usando o MS Office Power
Point, contendo 10 slides de continham os seis pontos principais de um conceito
de negócio:

               O problema que está sendo resolvido;

               Qual é a solução proposta;

               Como o produto será monetizado;

               Como essa solução é diferente das já existentes;

               Quais são as soluções já existentes;

               Qual é a estratégia de entrada no mercado.

         Os slides abaixo:
Ter uma empresa no Brasil é uma
 tarefa extremamente complicada


1   Alta carga tributária e burocrática


2   Difícil acesso a conhecimentos de gestão


3   Pouca colaboração entre empresas




Figura 1 – Slides 1 e 2 do 1º conceito empreendemia
Ter uma empresa no Brasil é uma
 tarefa extremamente complicada


 1    Alta carga tributária e burocrática


 2    Difícil acesso a conhecimentos de gestão


 3    Pouca colaboração entre empresas




Nosso objetivo é facilitar a vida do
    empreendedor brasileiro

Orientação:
• Conceitos de gestão organizados por áreas
• Linguagem simples e objetiva – “Empreendedorismo sem enrolação”
• Sessão “Pergunte ao especialista”

Comunidade on-line:
• Sistema de busca de empresas
• Mural de projetos
• Contato direto com investidores
• Fórum de discussão




Figura 2 – Slides 3 e 4 do 1º conceito empreendemia
Nosso objetivo é facilitar a vida do
    empreendedor brasileiro

Orientação:
• Conceitos de gestão organizados por áreas
• Linguagem simples e objetiva – “Empreendedorismo sem enrolação”




                                      }
• Sessão “Pergunte ao especialista”

Comunidade on-line:
                                              Modelo de negócios
• Sistema de busca de empresas
• Mural de projetos
• Contato direto com investidores
• Fórum de discussão




Figura 3 – Slides 5 e 6 do 1º conceito empreendemia
Figura 4 – Slides 7 e 8 do 1º conceito empreendemia
Figura 5 – Slides 9 e 10 do 1º conceito empreendemia
Esse conceito recebeu diversas adições e pequenas modificações durante
os primeiros meses, quando as conversas aconteceram com: os coordenadores
das incubadoras de empresas e da agência de inovação da Unicamp, referências
em Empreendedorismo do Empretec Sebrae, gestores de fundo de investimento
e de empresas ligadas à inovação e internet – além, claro, de empreendedores
tanto de internet, quanto comerciantes locais de Barão Geraldo (para os últimos
de uma maneira muito mais simples, porém).

      As principais mudanças feitas durante essa fase inicial tiveram como
centro dar maior foco ao negócio, não só em relação a funcionalidades
específicas, mas principalmente em relação a como a comunicação seria feita
com o público alvo do Empreendemia, já que ele poderia incluir qualquer
empreendedor (por necessidade ou oportunidade) e ainda dependia de outros
públicos, como investidores e consultores para o modelo de negócios.

      Foi observado que “orientar” e “conectar” empreendedores a partir da
mesma plataforma daria às empresas grandes dificuldades de comunicação e
mesmo foco de atuação, seria muito difícil mostrar par ao usuário a real utilidade
da ferramenta, aquela „uma maneira‟ que a vida dele é melhorada.

      Sendo    assim,   a    empresa,    que    já   havia   iniciado   um   blog
(SaiadoLugar.com.br – com dicas práticas para o empreendedor que não tem
tempo a perder) resolveu focar seus esforços de orientação a empreendedores
através deste canal, que já mostrava certo crescimento de audiência. Apesar de
cortar a consultoria online, o serviço de consultoria ganhou foco em marketing
digital e palestras sobre empreendedorismo passaram a ser oferecidas – mas
apenas como um algo a mais.

      Já a parte de conectar empreendedores virou o foco principal da
Empreendemia. Com as iterações realizadas nessa fase e, principalmente,
experiência própria, um objetivo foi traçado: acelerar negócios realizados entre
empresas (mercado business-to-business, ou b2b).

      Além de salvar tempo de busca a de um novo fornecedor, a nova
ferramenta idealizada passaria a funcionar com um sistema de reputação, que
seria formada a partir de avaliações feitas por parceiros de negócios de cada
empresa.

      Sendo assim, o novo modelo de negócios seria baseado em publicidade
interna de um membro do Empreendemia para outro. Como todas as
informações de cadastro tanto dos anunciantes, quanto dos seus potenciais
alvos, eram internas, seria de certa forma simples cruzar dados para que
anúncios aparecessem de forma relevante. Esse fato unido ao design único da
página, e do fácil monitoramento das campanhas, garantiria uma maior
atratividade desse tipo de anúncio online do que a média na internet brasileira.

      A estratégia de entrada passou a ser, por um lado, a rede de contatos
formada com referências na internet, parcerias com congregações de empresas,
como câmaras de comércio e federações industriais, mídia e agências de
publicidade – esta última é quem toma grande parte das decisões sobre
publicidade para empresas no Brasil.

      O novo conceito agora explicado em slides:




                 Figura 6 – Slide 1 do conceito parcial empreendemia
Figura 7 – Slides 2 e 3 do conceito parcial empreendemia
Figura 8 – Slides 4 e 5 do conceito parcial empreendemia
Figura 9 – Slides 6 e 7 do conceito parcial empreendemia
Figura 10 – Slides 8 e 9 do conceito parcial empreendemia
4.4 Definição da estratégia
       Tendo o conceito definido, pelo menos temporariamente (já que o
desenvolvimento do produto em paralelo já nos fornecia mais informações),
partiu-se para definir a estratégia de como os primeiros passos seriam dados:
uma mistura entre como desenvolver o produto, e seus parâmetros, e como se
inserir no mercado.

       Resumo do conceito

       “Empreendemia é uma rede online para acelerar negócios entre empresas,
possibilitando   então   que   estas   conheçam      clientes   e   fornecedores   mais
rapidamente e com maior confiabilidade, devido a um sistema de reputação
próprio. Nessa rede as empresas poderão criar um perfil, disponibilizar suas
informações de contato e seu portfólio e conectar-se com clientes, parceiros e
fornecedores. A avaliação da empresa por outros usuários da rede ajudará a
construir sua reputação. O produto, especificamente, é a venda de espaço
publicitário para empresas interessadas no mercado Business-to-Business.”

       Abaixo será possível observar que novas mudanças foram realizadas, já
que a „entrada no mercado‟ sempre requisitou novas iterações (mais brandas) do
conceito.

       Seguindo os pontos da metodologia na parte de estratégia:

      Como ser diferente: sendo o Empreendemia uma rede para conexão
       entre empresas, comparações sempre foram feitas entre este e outras
       redes já estabelecidas, como Linkedin ou Via6. Em relação à primeira, o
       diferencial é a questão de ser uma rede de empresas e não de pessoas
       (profissionais) e, em relação à segunda, a diferença é o foco em conexão
       de empresas, já que a via6 promove comunidades, fóruns e também
       conexões entre empresas, mas sem o objetivo claro de fazer negócios –
       esses são os diferenciais para os usuários.

       Em relação ao modelo de negócios, o diferencial do Empreendemia para
       outros meios de publicidade online é a facilidade de monitoramento do
       retorno (ROI), o maior controle sobre quem receberá o anúncio e o layout
       integrado entre sistema e anúncio.

      Como mostrar o real valor para o cliente: o modelo empreendemia,
       nesse estágio, tinha o problema do ovo e da galinha – precisava de uma
massa significativa de usuários para atrair clientes para anunciar e, ao
    mesmo tempo, só atrairia mais usuários caso a rede estive ativa. Para
    isso,   foram   dois   passos:    primeiro    notou-se    que    o   sistema    de
    gerenciamento de contatos gratuito do Empreendemia poderia ser um
    chamariz, já que as formas utilizadas no mercado são ou complicadas, ou
    muito    amadoras      –   o   sistema   de    organização      de   contatos   do
    Empreendemia se posicionaria como algo muito simples para qualquer
    pessoa por conter somente as funções mais básicas. Segundo, para se
    diferenciar da febre das redes sociais, ao invés de pessoas se adicionarem
    como amigos ou contatos, a função básica de interação é a troca de
    cartões, assim como o perfil de cada usuário passou a ser, principalmente,
    o cartão de visitas.

   Como criar o produto: para a criação de sistemas web, algumas
    linguagens e plataformas surgiram como as mais comuns, como php, asp,
    ruby on rails etc. A linguagem escolhida foi cakePHP, devido ao número de
    bibliotecas de funções existentes, ao fator escalabilidade e ao fato de ser
    uma linguagem popular (principalmente por ser php), facilitando a
    contratação de mão-de-obra compatível no futuro.

   Como viabilizar o modelo de negócios: como a maioria dos anúncios
    na internet, optou-se pelo modelo pré-pago com boleto e então a liberação
    para uso, usando um sistema próprio e simples. Foi decidido também que
    cartões de crédito seriam colocados apenas mais para o futuro, já que isso
    implica em uma alta taxa variável sobre o faturamento devido aos cartões
    e também ao sistema de pagamento.

   Como ser conhecido: com o crescimento do blog Saia do Lugar, do seu
    twitter @empreendemia, dos contatos com grandes referências da internet
    e do empreendedorismo nacional, a empresa conseguiu um lugar de
    destaque e passou a essa posição ao seu favor, que viria a ser essencial
    tanto para adquirir os primeiros usuários do sistema, quanto para
    monetização alternativa durante          o   período de   desenvolvimento       do
    Empreendemia. Além disso, a cultura da empresa em ótimo atendimento,
    fornecimento de conteúdo de qualidade com uma linguagem simples e
    total abertura para novos negócios fez com que não houvesse a
    necessidade de investimento em publicidade para atrair usuários ao
    sistema.
    Escalabilidade: Além de usar a linguagem php e se preocupar com a
        qualidade de seus servidores (conseguidos sem custo através de uma
        parceria com a empresa PowerVPS), o modelo de negócios deveria ser
        escalável, ou seja, não precisar de aumento de infra-estrutura, custos ou
        RH na mesma proporção em que a demanda aumenta.



        4.5 Desenvolvimento do produto
        Por envolver não só a passagem da ideia para algo aplicado, mas também
maior    interação   com   usuários-teste,   o   desenvolvimento   do   produto   é
provavelmente a fase que proporciona as últimas grandes mudanças, mas que
têm grande efeito sobre a viabilidade do produto e seu futuro sucesso.

        Desenvolvimento a partir da interface

        Para que fosse possível o desenvolvimento do sistema do zero utilizando
métodos de engenharia de software, o começo determina as interações entre os
diferentes aspectos e atores do sistema. Para facilitar a racionalização e
visualização do sistema em funcionamento, a base principal para o projeto foi a
definição da interface do usuário.

        Sendo assim, novamente o MS Office Power Point foi utilizado como meio
para o rascunho das interfaces. Alguns exemplos abaixo:




                Figura 11 – visualização em 1ª pessoa da página principal
Funcionários
                                                                                           registrados
                 Logo da                                                                (destacar os que




                           Termômetro
                 empresa                                                                 são da rede do
                                                      Cartão da empresa                     visitante)


                                                                                         Empresas em
                                                                                           destaque
                                                                                         (propaganda)
                 Botões de
                   ação


                                        Depoimentos (recomendações para essa empresa)




              Figura 12 – visualização do perfil de empresa em 3ª pessoa



      O tempo gasto na definição dessas e das demais telas foi bastante longo,
contando com comparações com outras redes sociais, outros gerenciadores de
contatos ou mesmo outros aplicativos web. Porém, esse investimento de tempo
irá se mostrar extremamente valioso, já que a interface do sistema e sua
simplicidade de uso foram, desde o primeiro usuário, dois dos principais pontos
altos do sistema e de grandes elogios.

      Apesar disso, algumas alterações ainda foram (e serão) realizadas depois
do sistema no ar, através de feedbacks de usuários e observações para melhor
aproveitamento dos recursos que o sistema oferece.

      Lançamento do produto

      Após dez meses gastos na concepção do projeto e apenas três de
desenvolvimento, o sistema base foi lançado, algo que já poderia ser útil para os
usuários, mas que pelo primeiro mês serviu como uma plataforma de testes e
correções de erros.

      Pelo fato dos primeiros usuários serem próximos da empresa, eles não se
importavam em ajudar a encontrar erros ou mesmo a contribuir com idéias de
como o Empreendemia poderia ser mais atraente.

      Após dois meses com o sistema no ar, foi possível observar não só que
grande parte dos erros já havia sido consertada, significando um sistema
confiável, mas principalmente o aumento de interessados em participar sem que
nenhuma publicidade tivesse sido realizada diretamente – a palavra foi se
espalhando e cativando as pessoas que enxergavam valor no sistema e na rede
que estava se formando. Os números: 404 pessoas e 333 empresas.

      Após isso, foi iniciado o desenvolvimento das funcionalidades responsáveis
pela monetização do sistema (equivalente à data de entrega desse documento).

      Bom atendimento e proximidade.

      Apesar de esses dois pontos terem sido vitais para os feedbacks obtidos
durante a concepção do projeto, eles se mostraram diferenciais em relação à
grande maioria dos serviços na internet, já que em todos os momentos os
próprios sócios da empresa trabalham com contato direto com usuários do
Empreendemia, leitores do blog ou mesmo no twitter.

      Com essa estratégia, usuários tornaram-se entusiastas e passaram a
ativamente chamar mais pessoas para o sistema e a espalhar a palavra.

      Novo conceito

      Ao fim do desenvolvimento do produto, o conceito do sistema concebido
anteriormente e detalhado na fase de definição de estratégia já havia sofrido
mudanças sensíveis.

      Entre elas, um novo modelo de negócios, trazendo a opção de usuário
premium que agregaria várias possibilidades pagas para não só publicidade, mas
também para maior customização do perfil de empresa e acesso a informações
de mercado baseado nas interações dentro do sistema.

      Abaixo   os   slides   com o   conceito empreendemia após     a   fase   de
desenvolvimento do produto:
Figura 13 – Slides 1 e 2 do novo conceito empreendemia
Figura 14 – Slides 3 e 4 do novo conceito empreendemia
Figura 15 – Slides 5 e 6 do novo conceito empreendemia
Figura 16 – Slides 7 e 8 do novo conceito empreendemia
Figura 17 – Slides 9 e 10 do novo conceito empreendemia
Figura 18 – Slide 11 do novo conceito empreendemia



      4.6 Frentes de ação e metas
      Como não há motivos para a separação entre “frentes de ação” e “metas”,
a não ser para melhor entendimento de cada uma das partes, as duas foram
unidas para que as grandes áreas e suas respectivas metas ficassem ligadas
diretamente.

      Como ações foram mais bem delineadas a partir de julho de 2009, abaixo
se confere as frentes de ação, metas e resultados do segundo semestre de 2009
e, depois, as frentes de ação e metas definidas para o 1º semestre de 2010.

2º semestre de 2009


Tornar o Saia do Lugar um dos maiores blogs de empreendedorismo
mais do Brasil

      Metas para o fim do ano: 8 mil visitantes mensais (Google Analytics) ||
      100 e-mails cadastrados || 200 total feedburner || 700 seguidores no
      Twitter.
Como chegamos a 10 mil visitantes mensais e 200 no feedburner em
       setembro, as novas metas passaram a ser: 20 mil visitantes mensais ao
       blog e 1200 Twitter.


       Resultados: Chegamos a 25 mil visitas mensais. Twitter chegou a 1,5 mil
       no final do ano. Feedburner foram 475 com 146 e-mails cadastrados.


Ter o apoio de referências em empreendedorismo

       Metas para o fim do ano: 5 menções da empreendemia em blogs
       relevantes || 1 parceria bem-feita fechada com média empresa (100
       empresas cadastradas ao final do projeto piloto)


       Resultados: 21 aparições em mídia || Não houve parceria formal, mas as
       empresas Massas De e Shibata aceitaram usar pra chamar a seus
       contatos. Dia 31 estávamos com cerca de 220 empresas.


Sermos reconhecidos como uma ótima opção em publicidade online B2B

       Metas para o fim do ano: uma parceria bem-feita fechada com agência
       digital que tenha mais de 10 clientes na carteira, na região geográfica dos
       usuários cadastrados no site


       Resultados: Nada muito formal fechado, mas temos um número bem
       relevante de agências de marketing digital no sistema e nos seguindo no
       Twitter. Agora é questão de construir o modelo e ir conversando com eles.




Planos e metas para o 1º semestre de 2010


Desenvolvimento da rede - Ter muita gente usando constantemente a
rede (acelerar negócios)

   Expandir a base de usuários: Continuar chamando as pessoas na Newsletter e
    divulgar o sistema freneticamente.

         Meta: 1.8 mil usuários e 1.5 mil empresas (30 de junho)

   Projeto Evangelização (aumentar o uso de quem já está no sistema)

         Meta: métrica ainda não definida
Saia do Lugar - Ser o maior blog de empreendedorismo do Brasil

   Visitas


          Meta: 60 mil (30 de junho)


   Feed RSS


          Meta: 2.5 mil (30 de junho)


   Projeto Hubit: união com outros grandes blogs de empreendedorismo para
    venda conjunta de patrocínio.


          Meta: indefinida ainda


Marca - Sermos reconhecidos como referência em empreendedorismo no
Brasil

   Manter política de relações públicas

          Meta: ação sem meta

   Escrever e-books

          Meta: dois e-books no ano


   Guest Posts


          Meta: 25 no ano


   Participar em eventos


          Meta:   X    eventos   no   total,   Y   com   algum   destaque,   Z   como
          organizadores – meta ainda indefinida


   Twitter


          Meta: 6 mil (30 de junho)


Ganhar dinheiro – mostrar tração financeira

   Evento Tire do Papel

          Meta: Vamos conversar sobre isso dia 1º de julho
   Publicidade no Empreendemia


          Meta: Ter o modelo funcionando (refazer essa meta quando modelo
          estiver pronto)


   Vender aplicativos de gestão – loja no Saia do Lugar e Empreendemia


          Meta: ainda não definido


   Comissão de livros no Saia do Lugar


          Meta: 80 reais (30 de junho)


   Patrocínio no Saia do Lugar


          Meta: 20 mil (30 de junho)




    É possível observar alguns pontos interessantes:

             Apesar do 1º semestre de análises conter poucos dados e poucas
              metas, é visível que eram os pontos principais a ser considerados
              naquele momento.

             Os valores colocados como meta nesse mesmo semestre, apesar de
              serem com base em experiência prévia, não foram se quer perto da
              realidade no final do período, mostrando a dificuldade em se traçar
              metas – e, por isso, ainda muitas metas precisam ser definidas para
              o 1º semestre de 2010

             No segundo semestre de análises, as frentes de ação estão bem
              mais detalhadas e com metas mais próximas de uma realidade de
              produto no mercado, porém com ele, na verdade, ainda no final de
              seu desenvolvimento.
5- Conclusão

      A metodologia criada durante esse trabalho, apesar de conter etapas em
série e citar a necessidade de atualização constante do conceito do produto
durante cada fase, mostra que cada vez menos um produto de internet será
desenvolvido de etapa em etapa, assim como dizem as teorias mais clássicas
sobre Plano de Marketing e Desenvolvimento de Produto.

      Assim, podemos mostrar que apesar da fase “Verificação de conceito” não
ter mostrado o conceito final, ela foi um passo necessário para que o produto e
seu conceito evoluíssem até o estágio atual.

      Além disso, através do estudo de caso, comprovou-se a necessidade de
grande interação entre quem está desenvolvendo o produto e o conceito e os
futuros potenciais clientes e formadores de opinião do setor. Novamente, sem as
informações captadas de fora durante todas as fases do Plano de Marketing, com
certeza o conceito não teria evoluído e provavelmente a Empreendemia teria
algo não interessante ou inútil para mostrar.

      Nota-se que metas e frentes de ação são sim importantes, mas se bem
direcionadas e realmente com significado – algo que difere em muito da cultura
atual de adivinhar um número e depois perceber que a real utilidade dele era
zero, simplesmente um parâmetro sem nenhuma base.

      Além disso, observa-se que o poder de influência é um grande marcador
de águas na internet: quem se posiciona da maneira certa e se envolve com as
pessoas certas    do   seu   setor,   acaba ganhando       a   atenção    não   só   dos
influenciadores, mas também dos interessados (e consumidores) nessa área.
Assim, grandes ações de relações públicas, porém de maneira simples, são mais
que   recomendadas:    interação      com   blogueiros,   respostas   a   comentários,
atividade constante em twitter e outras redes sociais etc., ou mesmo comparecer
a eventos e trocar cartões – tudo que facilite que outras pessoas consigam ver o
que uma passa de conteúdo relevante.

      Por fim, é possível afirmar que cada vez mais, sendo um produto de
internet ou não, a cultura da empresa influi sobre como o produto é desenvolvido
e, principalmente, como a marca da empresa é percebida no mercado.
Elementos como bom atendimento, pessoalidade ou mesmo confiança no cliente
são hoje um dos principais meios de se inovar ao empreender.
6- Referências bibliográficas

     KAWASAKI, Guy. The art of the start. The Time-Tested, Battle-Hardened
      Guide for Anyone Starting Anything. Penguim Group, 2004.

     WESTWOOD, John. O plano de marketing. M. Books, 2007.

     KIM, W. Chan & MAUBORGNE, Renee. A estratégia do oceano azul.
      Editora Campus, 2005.

     37 SIGNALS. Getting real. The smarter, faster, easier way to build a
      successful web application. http://gettingreal.37signals.com/GR_por.php

     PORTER, Michael E. Competitive Strategy – Techniques for analyzing
      Industries and competitors. The Free Press, 1980.

     KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 12ª Edição.

     ANDERSON, Chris. A Cauda Longa. Do mercado de massa para o
      mercado de nicho. Editora Campus.

     MACHADO,     Millor.   Metodologia   para   elaboração     de    Planos      de
      Negócios. Unicamp, 2009.

     BHIDE, Amar. The Questions Every Entrepreneur Must Answer.
      Harvard Business Review, 1996.

     Wikipedia “Mix de Marketing”: pt.wikipedia.org/wiki/Marketing_mix -
      Acesso em janeiro de 2010.

     Portal Santander Empreendedor: www.santanderempreendedor.com.br
      - Acesso em janeiro de 2010.

     Plano   de   Marketing     Sebrae    –   Acesso   em   janeiro   de   2010    -
      http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/1947E3304928A275032
      571FE00630FB1/$File/NT000B4E62.pdf
Sobre o autor

      Apesar da formação em engenharia de controle e automação, sempre me
interessei em vários outros assuntos, principalmente empreendedorismo, música
e futebol.

      Atualmente sou sócio da Empreendemia, empresa usada como Estudo de
Caso nesse documento, responsável pelo blog Saia do Lugar, um dos maiores
blogs sobre empreendedorismo no Brasil, e pelo Empreendemia, um aplicativo
social web para acelerar negócios entre empresas.

      Acredito no empreendedorismo como a forma de mudar o Brasil. Também
acredito nele como uma forma de me tornar uma pessoa melhor e conseguir
ajudar o Brasil a se tornar um lugar melhor. E, apesar de conhecer apenas uma
parcela dos problemas que temos, sei que temos somente muito trabalho pela
frente.

      Como será possível conferir ao decorrer do documento, gosto bastante de
interagir com pessoas interessadas nos mesmo assuntos que eu (ou não) e deixo
aqui meu contato luiz@empreendemia.com.br e meu tempo disponíveis para
conversarmos sobre esse trabalho ou outro assunto.

      Grande abraço,

      Luiz Piovesana

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Plano De Marketing Para Empresa De Internet Tg Ii Luiz Alberto Piovesana 034270

  • 1. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP Faculdade de Engenharia Mecânica – FEM Engenharia de Controle e Automação Plano de Marketing para Empresa de Internet Luiz Alberto Piovesana RA 034270 Trabalho de Graduação II Orientador: Antonio Batocchio Campinas, fevereiro de 2010
  • 2. Agradecimentos Como em outras oportunidades, gosto sempre de agradecer aos meus pais e minha família mais próxima (avós, irmã, padrinhos, tios e tias...), primeiro pela educação e apoio sempre incondicionais, e também por me proverem com recursos que possibilitassem minha formação e, inclusive, meu primeiro empreendimento. Sem que acreditassem em mim, com certeza não estaria aqui. Aos meus colegas de faculdade, aqueles que durante todo o período enfrentaram obstáculos iguais (ou pelo menos parecidos) e que agora são amigos: João, Maranhão, Alexandre, Guga, Xororó, Emanuel, Fiamozzini, Schmidt, Léster e Taka (e alguns outros). Aos amigos de infância, que estiveram comigo desde os primórdios até hoje: Leandro, Daniel, Bacia, Topera, Celo, Adriano, Thi, Nikolas, Gugu, Bruno, Ariella, Jana e diversos outros. O pessoal do movimento Empresa Júnior, que não só me ocupou por infinito tempo, mas que me trouxe infinitas possibilidades. Na Mecatron, a todo o pessoal entre 2004 e 2007, especial à minha diretoria em 2006: Emanuel, João, Fiamozzini, Renata, Marcelle, Andre e Lemuel. Na Fejesp, à grande diretoria de 2007: B10, Márcia, Axé, Zé, Guilherme, Bruno, Mari, Renato e Kindi. E ao MEJ que me levou pra fora do país, da Brasil Júnior: Raquel, minha companheira embaixadora, Lucas, conspirador e irmão recente, e ao povo dos encontros pós-BJ. E o MEJ, na JADE, que conheci e tomei como família bem diferente: Raquel, Tanya, Frederik, Filip, Natalia, Albert, Sebastian, Frieder, Katarina e Anika – you‟re awesome! Ao instituto que me ensinou, mesmo muito longe de casa e de tudo o que conhecia, que o empreendedorismo seria um ótimo caminho para mim – pessoal da UnternehmerTUM: Oliver, Helmut, Manuel, Axel, Olivia e Jeta – vielen Dank! Aos meus grandes sócios, aqueles que dominarão o mundo junto comigo, Millor e Mauro – um obrigado especial e diferente, pois ainda temos muito chão pela frente. Por fim, mais um especial à minha namorada, Carol, que não só faz dos meus dias algo melhor, mas que também me dá suporte para tudo. A todos, meu sincero muito obrigado!
  • 3. Resumo Piovesana, Luiz Alberto. Plano de Marketing para empresa de internet. Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 2010. Trabalho de Graduação II. A grande variedade e especialização de produtos no mercado, principalmente os relacionados de alguma forma à internet, faz com que a inovação seja cada vez maior em como melhor direcionar um produto aos potenciais clientes e usuários. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo, a partir do cruzamento entre boas práticas relacionadas ao desenvolvimento de produtos de internet e sua inserção no mercado e teorias clássicas sobre plano de marketing, mostrar uma nova abordagem sobre todo seu ciclo, desde desenvolvimento até pós- venda. Essa nova metodologia formada tem como exemplo aplicado a empresa Empreendemia, fundada no começo de 2009 por três engenheiros da Unicamp. Palavras chave Plano de marketing, internet, desenvolvimento de produto.
  • 4. Abstract Piovesana, Luiz Alberto. Marketing Plan for internet companies. Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 2010. Graduation Project II. Due to a great variety of products on the market, especially the ones somehow related to the internet, the need of innovative methods for product displacement rises. Considering that, this paper aims at showing a new approach on the product cycle, from its development and design to customer service. This approach is based on the crossing of information from internet products‟ design best practices and the classic theories on marketing planning. This new methodology is based on the case of Empreendemia, a Brazilian company founded by three Unicamp engineers. Keywords Market plan, internet, product design and development
  • 5. Índice RESUMO ....................................................................................................................................... 2 ABSTRACT..................................................................................................................................... 4 AGRADECIMENTOS ....................................................................................................................... 2 ÍNDICE .......................................................................................................................................... 5 1. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 7 1.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 7 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................................. 9 1.3 MOTIVAÇÃO............................................................................................................................... 9 2. REVISÃO TEÓRICA ................................................................................................................... 11 2.1 O PLANO DE MARKETING TRADICIONAL .......................................................................................... 11 2.1.1 A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE MARKETING ...........................................................................................11 2.2 OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS EM UM PLANO DE MARKETING ................................................................ 12 A) RESUMO ............................................................................................................................................12 B) ANÁLISE DE OPORTUNIDADE ..................................................................................................................13 C) ANÁLISES DE AMBIENTE ........................................................................................................................13 D) DEFINIÇÃO DE POSICIONAMENTO ...........................................................................................................14 E) OBJETIVOS ..........................................................................................................................................15 F) METAS E INDICADORES .........................................................................................................................15 G) FRENTES DE AÇÃO ................................................................................................................................16 2.3 A REALIDADE DAS EMPRESAS DE INTERNET ....................................................................................... 17 2.4 BOAS PRÁTICAS DE MARKETING NA INTERNET ................................................................................... 19 A) ENTREGAR VALOR AO MUNDO FÍSICO ......................................................................................................19 B) FALAR COM QUEM COMPRARIA O SEU PRODUTO .......................................................................................19 C) PROTÓTIPOS SÃO ESSENCIAIS .................................................................................................................19 D) MODELO PARA MONETIZAÇÃO ...............................................................................................................20 E) VIRALIZAR O PRODUTO..........................................................................................................................20 F) BUSCAR A PERFEIÇÃO E NÃO ESPERAR POR ELA ..........................................................................................21
  • 6. G) EXAGERAR NO BOM ATENDIMENTO ........................................................................................................21 3. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 22 3.1 PREMISSAS............................................................................................................................... 22 3.2 PLANO DE MARKETING PARA EMPRESA DE INTERNET .......................................................................... 22 A) OBSERVAÇÃO DE OPORTUNIDADE ...........................................................................................................22 B) VERIFICAÇÃO DO CONCEITO ...................................................................................................................23 C) DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA ....................................................................................................................24 D) DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO ..........................................................................................................25 E) FRENTES DE AÇÃO ................................................................................................................................27 F) METAS E PREVISÕES .............................................................................................................................28 3.3 OBSERVAÇÕES .......................................................................................................................... 28 4. ESTUDO DE CASO .................................................................................................................... 30 4.1 SOBRE O CASO .......................................................................................................................... 30 4.2 OBSERVAÇÃO DE OPORTUNIDADE .................................................................................................. 30 4.3 VERIFICAÇÃO DO CONCEITO .......................................................................................................... 32 4.4 DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA........................................................................................................... 44 4.5 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO ................................................................................................. 46 4.6 FRENTES DE AÇÃO E METAS .......................................................................................................... 54 5- CONCLUSÃO............................................................................................................................ 58 6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 59 SOBRE O AUTOR ......................................................................................................................... 60
  • 7. 1. Apresentação 1.1 Introdução Qualquer empresa, seja ela de internet ou não, deve ter em seu planejamento uma base para guiar suas ações, ainda mais quando se trata da conquista de seu mercado. Por essa razão, a confecção de um plano de marketing é o marco inicial para qualquer empresa que está começando ou desenvolvendo um novo produto ou serviço. Um Plano de Marketing é como uma mapa, mostrando à empresa aonde está indo e como chegar lá. É um plano de ação e um documento escrito, que deve identificar as mais promissoras oportunidades de negócios e descrever como entrar, conquistar e manter posição no mercado. Além disso, o Plano de Marketing é constituído pelos elementos do mix de marketing. Hoje contamos com inúmeras teorias sobre como elaborar estratégias e planos de marketing, mas com o aumento da competição e da mudança constante dos ambientes, os métodos também são alterados e adaptados, sempre com foco em se diferenciar da concorrência e conseguir uma maior parcela do mercado. Considerando empresas de internet, os princípios de diferenciação entre si são os mesmos que diferenciam empresas tradicionais, como qualidade do produto/serviço, canais de distribuição e custos, por exemplo. Porém, a importância de alguns parâmetros pode ser totalmente diferente do que é usado em empresas tradicionais, como por exemplo, o poder viral (quão facilmente esse produto/serviço será espalhado pelos próprios clientes), a segurança de uso (tanto sobre a confidencialidade dos dados fornecidos, quanto de pagamento) e a facilidade de uso (com a quantidade de ofertas). Devido a essas diferenças de importância e pela velocidade de desenvolvimento de novos produtos (criação e disponibilização na web), o marketing em empresas de internet deve estar ainda mais envolvido: desde a concepção do produto ou serviço, até a fase de pós-venda, sendo responsável por analisar todo o ciclo do produto e realimentar a estratégia de marketing. Além disso, esse ciclo de marketing é mais veloz, principalmente devido à grande oferta de ferramentas de análise na web
  • 8. Apesar da maior velocidade, facilidade e poder de análise na internet, dado o fato de muitas ferramentas na internet serem gratuitas, montar uma estratégia de marketing e, então, a tática para sua execução demandam uma união de conhecimentos tradicionais de Marketing juntamente com a contextualização dessas ferramentas disponíveis na internet; além disso, é cada vez mais forte a necessidade de um bom plano para inserção e gerenciamento de marca online1, principalmente em mídias sociais. Visões sobre o mercado de internet, histórico e tendências Mesmo o Brasil não sendo o centro das atenções no que se trata de internet, seria ingênuo não colocá-la como ator vital da economia nos últimos 12 anos. O mundo mudou e se tornou mais rápido, o acesso à informação está praticamente banalizado e, atualmente, estamos vivendo a web 2.0, o que significa que o usuário comum (um leigo em computação) pode ser um criador de conteúdo: uma fonte de informações e opiniões. Por volta do fim dos anos 1990 tivemos nos Estados Unidos o primeiro boom do mercado da internet, com a criação de inúmeras empresas que atuavam online, tendo suas vendas exclusivamente pela internet. Porém, essa febre acabou criando empresas que não continham um valor agregado em seus serviços, logo sem razão de existência, mas na febre do momento qualquer empreendimento online chamava atenção de investidores privados (fundos de capital de risco ou mesmo publicamente na bolsa de valores). Em 2001 essa febre foi subitamente interrompida pelo estouro da Bolha da Internet: empresas que estavam com os preços de suas ações hiperinflacionados viram seus investimentos sumirem e, com isso, caos geral. Desde então, o mercado de empresas de internet tem sido avaliado com um pouco mais de realismo do que o que ocorria na época pré-Bolha. Mesmo assim a atenção não poderia diminuir: num contexto onde seu próximo investimento pode ser no próximo Google, Facebook, Apple dentre outros muitos exemplos de estrondoso sucesso, todos querem arriscar, pois sabem que uma aposta bem feita pode garantir um retorno suficientemente volumoso para que todo o risco valha a pena. 1 Fonte: http://www.scribd.com/doc/2711298/Brand-in-the-Social-Networking
  • 9. Daí vem a pergunta: como saber se uma empresa de internet será realmente bem sucedida? Pontos como potencial de mercado, plano de inserção do produto, análise do perfil do público-alvo são aspectos vitais para qualquer plano de marketing. Agregados a ele, é essencial lembrar de que uma empresa de internet também precisa ter uma função, trazer valor etc., logo características genéricas como facilidade de uso do produto, modelo de negócio e bom atendimento ao cliente têm aparecido como base comum dentre os casos mais bem sucedidos. 1.2 Objetivos  Criação de boas práticas/metodologia para a montagem de um plano de marketing de empresa nascente de internet;  Estabelecer os pontos cruciais para que um plano de marketing de uma empresa de internet seja bem sucedido;  Estudo das rápidas respostas de clientes e usuários e como isso pode alterar seu plano de marketing no curto prazo;  Mostrar a importância da escolha do modelo de negócios no mercado da internet e de se oferecer algo de valor ao cliente;  Montar o plano de marketing de uma empresa (estudo de caso). 1.3 Motivação A maior motivação para que esse projeto fosse realizado se dá pelo fato do autor atualmente ser um empreendedor de internet. A empresa chama-se Empreendemia e tem duas atividades principais: um aplicativo social de organização de contatos para empresas – localizado em http://www.empreendemia.com.br e um blog com dicas práticas para empreendedores – localizado em http://www.saiadolugar.com.br. Pouco tempo após o lançamento do produto, a estratégia vem se modelando e, com isso, viu-se o curioso desenrolar do desenvolvimento do produto e sua relação direta com o plano de marketing, principalmente no que se refere à construção da marca (e poder viral), usabilidade do sistema e diferentes possibilidades de monetização, o que torna a base de clientes também bastante variável. A empresa foi fundada juntamente a dois sócios no começo de 2009: Millor Machado, amigo e colega do autor da turma de 2004 de Engenharia de Controle
  • 10. e Automação na Unicamp; e Mauro Ribeiro, também amigo e da turma de 2004 de Engenharia de Computação da Unicamp. O histórico de todos os sócios mostra grandes tendências empreendedoras, desde participação ativa em Empresa Júnior e outras atividades extracurriculares durante a faculdade, até experiência internacional em instituições referência em empreendedorismo nos EUA e na Europa. Isso aliado à também grande habilidade técnica de Mauro (desenvolvedor do sistema e designer) e ao ambiente de grande avanço da internet no Brasil, faz crer que a Empreendemia será um empreendimento de sucesso.
  • 11. 2. Revisão Teórica 2.1 O Plano de Marketing tradicional O Marketing e suas metodologias para posicionamento de marcas e produtos são processos naturais de qualquer negócio – desde as primeiras formas de produção e comércio, aspectos como preço, praça e promoção (os 4 P‟s do Marketing, junto com produto) são preocupações primárias. Durante o século XX alguns grandes nomes do Marketing surgiram, tanto no campo teórico (ex. Philip Kotler, o „Papa‟ do Marketing), quanto no campo prático (ex. Steve Jobs, que abriu um mercado totalmente novo na internet com a criação do iTunes), e nesse período, apesar de enormes mudanças nos meios utilizados para marketing, foi possível enxergar parâmetros genéricos para a execução de uma campanha de marketing. 2.1.1 A importância do Plano de Marketing Como já colocado anteriormente, o Plano de Marketing agrega as ações para inserção, posicionamento e expansão da empresa, seus produtos e sua marca no mercado. Com o aumento da competitividade na maioria dos setores da economia, o estudo do mercado passou a ser um ponto vital desde a concepção do produto, passando por todo o processo de desenvolvimento, até venda e pós-venda – quanto mais informações sobre o mercado e o posicionamento que será escolhido, mais satisfatório será o resultado do desenvolvimento e inserção do produto no mercado. Além disso, também como fruto da competitividade e alta exigência dos consumidores, o marketing, no sentido de entender cada vez melhor exatamente o que o consumidor quer e como ele quer, passou a ser uma das chaves essenciais para a criação de inovação. O termo inovação há muito tempo deixou de ser exclusivo para novas tecnologias e passou a ser referente a produtos/serviços que, por qualquer atributo, entregam mais valor e o fazem de uma forma diferenciada.
  • 12. 2.2 Os elementos necessários em um plano de marketing Basicamente o plano de marketing define o posicionamento ideal para o produto/serviço a partir de análises de ambiente, swot, do cliente potencial etc. e das metas que devem ser alcançadas, para então ter definida a campanha de marketing, que corresponde às ações para alcançar o posicionamento requerido. Antes do início do planejamento de qualquer área (não só marketing), é necessário que a empresa estabeleça seus objetivos corporativos. Para que um plano de marketing esteja completo, ele deve conter: a) Resumo Apesar de ser o primeiro elemento, o resumo é o último a ser confeccionado, já que é ele quem apresenta os resultados finais do Plano de Marketing, sem que alguém que vá executá-lo precise necessariamente entender todo o processo. Para isso, ele responderá as seguintes perguntas, que definem noções do posicionamento desejado metas e ações planejadas: 1. Como a empresa quer ser conhecida no mercado? 2. Qual será a política de preços do portfólio? 3. Quais serão os canais utilizados para distribuição do produto ou serviço? 4. Quais serão os canais usados para a divulgação do produto/serviço? 5. Qual será a abordagem utilizada para geração de novos contatos? 6. Serão utilizadas promoções e descontos para inserção no mercado? 7. Qual a previsão de unidades vendidas? 8. Quanto será o orçamento da campanha publicitária? 9. Quantos vendedores formarão a equipe de vendas? 10.Qual a receita esperada? 11.Qual o custo planejado para o processo de vendas?
  • 13. Todas as questões acima serão trabalhadas a fundo durante a execução do plano, por isso essa fase trata sobre o estabelecimento de premissas que serão ou confirmadas ou modificadas a seguir. b) Análise de oportunidade Considerando não só empresas nascentes, mas também a introdução de um novo produto no mercado por uma empresa já estabelecida, a análise de oportunidade funciona como um verificador inicial sobre a qualidade e viabilidade da produção e comercialização desse novo produto. Portanto, essa etapa deverá responder às seguintes perguntas: 1. Qual é o mercado em potencial? 2. Quem é o cliente foco? 3. Quais as necessidades do cliente? 4. Nosso produto conseguirá atender essas necessidades? 5. Como o cliente atende essas necessidades atualmente? 6. É possível atender essas necessidades de uma forma diferenciada? 7. Qual o tamanho do mercado de clientes em potencial? 8. As pessoas estão dispostas a pagar pelo produto/serviço? c) Análises de ambiente As análises são o marco inicial de um produto, onde a empresa levanta dados sobre o mercado em que planeja se inserir. Durante essa etapa, as seguintes análises são realizadas:  A pesquisa de mercado deve fornecer informações sobre as necessidades e desejos dos clientes/usuários do produto, como isso é feito pelos concorrentes e o que fazer para superá-los. Assim, a pesquisa de mercado tem as fases: de gabinete, a partir de relatórios de mercado, provendo informações sobre o setor e o comportamento macro dos consumidores; e de campo, onde entrevistas e observações são feitas direto no ambiente de uso, venda ou promoção do produto, provendo informações mais específicas sobre uso e valor direto visto pelo cliente/usuário final.
  • 14. A análise dos produtos concorrentes é mais realizada através da análise das 5 forças de Porter (competição direta, produtos substitutos, barreiras para novos entrantes, fornecedores e clientes). Com essa análise, o principal é reconhecer seus concorrentes (diretos ou não), reputação e diferenciais, e práticas de precificação e pagamento.  A construção da matriz SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) auxilia a compreensão das informações coletadas durante as análises ao classificá-las entre internas (forças e fraquezas) e externas (oportunidades e ameaças). d) Definição de posicionamento O posicionamento no mercado é o fim para o qual o Plano de Marketing é confeccionado, ou seja, é o equivalente à visão num planejamento geral. Enquanto a definição de uma visão envolve, pelo menos, aspectos gerais como pessoas, processos e finanças, o posicionamento deve ser definido pelos elementos do mix de marketing:  Características do produto e público-alvo;  Preço e custos;  Publicidade, comunicação e marca;  Distribuição. Para que o posicionamento seja delineado de acordo com os elementos acima, uma estratégia deve ser escolhida. As estratégias genéricas para criar uma posição sustentável, segundo Michael Porter, são por:  Custo: a empresa centra seus esforços na busca de eficiência produtiva, na ampliação do volume de produção e na minimização de gastos com propaganda, assistência técnica, distribuição, pesquisa e desenvolvimento, e tem no preço um dos principais atrativos para o consumidor.  Diferenciação: faz com que a empresa invista mais pesado em imagem, tecnologia, assistência técnica, distribuição, pesquisa e desenvolvimento, recursos humanos, pesquisa de mercado e qualidade, com a finalidade de criar diferenciais para o consumidor.
  • 15. Foco: significa escolher um alvo restrito, no qual, por meio da diferenciação ou do custo, a empresa se especializará atendendo a segmentos ou nichos específicos. A escolha da estratégia da empresa pode tanto adotar um dos pontos individualmente ou uma combinação entre eles. Tendo como base as análises feitas anteriormente e a estratégia definida, essa fase tem como meta estabelecer qualitativamente como o novo produto se situará no mercado e, principalmente, como ele se diferenciará dos competidores para alcançar tal posição. e) Objetivos Como o posicionamento não precisa ser plenamente tangível e mensurável, deve-se traduzi-lo em uma estratégia-mestra, ou seja, em tópicos que representem suas dimensões estratégicas prioritárias. A partir dessa estratégia-mestra são definidos os objetivos, que servirão de pilares para o alcance do posicionamento definido. Dessa forma, a Estratégia- Mestra é semelhante, em conteúdo, ao posicionamento. Porém, enquanto ele tem caráter mais motivacional e estético, a Estratégia-Mestra possui maior utilização prática para o desenvolvimento do restante do plano. Os objetivos são os componentes parciais do posicionamento. Cada objetivo representa um ponto específico que deve ser alcançado para que a posição seja alcançada. A partir de cada item da Estratégia-Mestra, será desenvolvido pelo menos um objetivo, sendo que o conjunto dos objetivos atrelados a cada item deve ser suficiente para defini-lo. Dessa forma, como a Estratégia-Mestra é semelhante, em conteúdo, ao posicionamento, o conjunto de todos os objetivos levará a ele. f) Metas e indicadores As metas são determinadas para se medir o desempenho em relação ao Plano de Marketing, mesmo sem ter alcançado completamente os objetivos (e, consequentemente, o posicionamento). Além disso, dão um direcionamento mais claro às ações.
  • 16. Essas metas devem estar vinculadas diretamente aos objetivos. Elas refletirão os estados parciais esperados para o alcance total de cada um deles. Metas devem ser claras, ter prazos definidos e, acima de tudo, ser mensuráveis – e, por isso, os indicadores são fundamentais. Eles são os índices que possibilitarão o controle do desempenho em relação ao posicionamento e aos objetivos. Eles traduzirão o desempenho em valores numéricos, possibilitando a determinação de metas claras e mensuráveis. Um método simples e prático para a definição de metas baseia-se na transformação dos objetivos em perguntas. Por exemplo, se um objetivo for “Aumentar o número de clientes fidelizados”, a pergunta deverá ser feita “Como aumentar o número de clientes fidelizados?”. Com isso, será preciso definir o que são clientes fidelizados e que aspectos formam a fidelização, definindo-se então os indicadores e valores de metas. g) Frentes de ação As ações são a tradução das metas e indicadores em algo concreto, ou seja, são os pontos em que a equipe de marketing (e a empresa) trabalhará para alcançar as metas e, consequentemente, os objetivos e o posicionamento desejados. Ações compõem as frentes de ação, que poder ser definidas tanto de acordo com áreas ou departamentos da empresa, quanto com diferentes aspectos do desenvolvimento do produto ou elementos do mix de marketing. A partir dessas definições, é possível não só elaborar um cronograma, como também planejar projetos, implementar processos na empresa, verificar possibilidade de parcerias estratégicas, definir canais de distribuição, criar promoções etc.
  • 17. 2.3 A realidade das empresas de internet Com pouco mais de uma década, a internet tornou-se protagonista no que se refere a comunicações, inovação e negócios, já foi foco infindável de investimentos, teve uma bolha em 2001 que afastou os investimentos, espalhou- se, ganhou velocidade e, o principal, ainda promete muito. Apesar de ser um campo „novo‟, cada vez mais os negócios na internet amadurecem e se mostram mais profissionais que qualquer outro. Tomemos como exemplo o Google, hoje a segunda marca mais valiosa do mundo, crescimento sólido e forte, uma empresa inovadora - em menos de doze anos, é há alguns uma referência indiscutível, não só em crescimento, mas também em bom atendimento, ambiente de trabalho, criatividade e, como nunca pode faltar, faturamento e entrega de valor ao cliente – um exemplo para empresas de qualquer área. Porém, assim como em todos os meios, a internet também mostra tendências e vícios, tanto de consumidores quanto de provedores de serviços. Cada vez mais vemos o acúmulo e excesso de informações na web, o que por um lado mostrar a „concorrência‟ por atenção, mas que também possibilita que a qualidade seja um diferencial, assim como em outros ambientes com excesso de oferta – o consumidor ganha mais opções. Os números2 a seguir mostram um significativo crescimento no uso da internet (no Brasil):  62 milhões de internautas (crescimento médio de 22% ao ano);  Brasileiros passam 26 horas e 15 minutos por mês online (1º no mundo);  Internet é o meio que mais cresce em penetração na população, e é equivalente em todas as regiões do país. Como consequência do avanço da web 1.0 para a 2.0, ou seja, da versão broadcasting para colaborativo, hoje muitos têm a chance de serem criadores de conteúdo e referências – ao contrário de outros meios de comunicação, a internet dá poder a pequenas empresas ou até mesmo pessoas de virarem referência através do fator mais justo: a escolha de outras pessoas. Os meios usados para produção e compartilhamento de dados são as mídias sociais, como blogs, compartilhamento de vídeos e fotos; mas uma maior 2 Fonte: http://publicidade.uol.com.br/amidiaquemaiscresce/index.html
  • 18. ênfase deve ser atribuída às redes sociais (orkut, facebook, twitter, linkedin etc.), que possibilitam maior interação entre colaboradores e possuem maior índice de uso. Os brasileiros, por exemplo, gastam 80% do seu tempo na internet em redes sociais3. Como efeito direto, os investimentos gerais em publicidade na internet em 2008 aumentaram 44% e mostram tendência de aumentarem em maior ritmo nos próximos anos. Esse fato, apesar de reafirmar a internet como um dos principais meios de concentração de pessoas, não assegura a lucratividade de todos os empreendimentos que lá surgirem. Por exemplo, apesar de no Brasil existirem mais de 60 milhões de pessoas constantemente conectadas, uma porcentagem irrelevante delas consome produtos online – o que é diferente de fazer compras online, vide o sucesso de sites de e-commerce, como Submarino e Mercado Livre. Por outro lado, acompanhando a tendência de países mais desenvolvidos no uso da internet, esse quadro tende a mudar. Pessoas passarão a consumir mais do que a parte gratuita dos produtos, mas por enquanto sem grande relevância. Empresas, porém, não só já fazem uso de serviços básicos, como hospedagem de sites, mas também estão aumentando a parcela de uso de sistemas online para sua gestão, como por exemplo: atendimento a clientes, folha de pagamentos, organização de contatos e muitos outros que também podem ser utilizados no formato “cloud computing”, no qual as informações não são armazenadas fisicamente, mas em um servidor contratado, tornando-as acessíveis de qualquer lugar ou máquina com acesso à internet. 3 Fonte: http://publicidade.uol.com.br/amidiaquemaiscresce/index.html
  • 19. 2.4 Boas práticas de marketing na internet Tendo em vista a realidade das empresas de internet e seus produtos, abaixo foram reunidas algumas boas práticas, desde a concepção do produto, passando por pesquisas de mercado, até como se inserir no mercado tendo um produto de internet. a) Entregar valor ao mundo físico “Entregar valor ao cliente” é a fórmula mágica para qualquer produto de sucesso, dentro ou fora da internet. Porém, é possível observar que as empresas de internet de sucesso deixaram isso mais claro ao falar “entregar valor ao mundo físico do cliente”. Por mais que a empresa não entregue algo físico, se o cliente vir rapidamente benefício palpável, o produto estará fadado ao fracasso. b) Falar com quem compraria o seu produto A pesquisa de mercado tradicional que tem o objetivo de encontrar o tamanho do mercado não é um fator vital, principalmente em tempos em que os produtos são desenvolvidos para nichos, e não para a massa. Por exemplo, o Camiseteria.com, um dos maiores sucessos brasileiros na web através da venda online de camisetas, ao fazer sua pesquisa de mercado viu que menos de 20% das pessoas comprariam camisetas online – dado que não se mostrou real quando posto em prática. Trazer potenciais clientes para perto ajuda tanto o desenvolvimento do produto e sua concepção, quanto a entrada na comunidade que congrega essas pessoas, que é valor não só por serem mais potenciais clientes, mas também formadores de opinião nessa área. Isso mostra que a atenção para o desenvolvimento do produto deve ser totalmente nas necessidades do cliente, ao invés da concorrência, como acontece em inúmeros mercados. c) Protótipos são essenciais Ao contrário do que é popularmente entendido como um protótipo, no caso de um produto de internet ele pode ser simplesmente a explicação do conceito, sem que exista uma linha de código.
  • 20. Porém, cada protótipo deve ter um período de vida consideravelmente menor, já que deverá mostrar o avanço do conceito (através de pesquisas e do envolvimento de clientes e referências do referido mercado). d) Modelo para monetização A definição do meio de monetização é talvez um dos mais importantes para um produto de internet, já que a internet é comumente dominada por produtos gratuitos que podem contar com um pacote premium, contendo mais serviços, porém pagos. As formas mais comuns de modelos de negócios na internet são:  E-commerce: venda de produtos físicos através de lojas online (ex.: Submarino, Amazon, Mercado Livre, Americanas.com, Zappos).  Serviços: oferecimento de serviços através de ferramentas oferecidas online, desde aplicativos para gestão de empresas e webmail, até acesso à fóruns e comunidades exclusivas (ex.: Uol, PagSeguro, Locaweb, Google apps, Salesforce, Zoho, redes de relacionamento amoroso).  Informação: relatórios de tendências e uso da internet, principalmente no que se refere a interações interpessoais e de consumo (linkedin, twitter, navegg, google analytics, buscapé).  Publicidade: aproveitando-se da contextualização ou do grande número de acesso, anúncios podem ser vinculados diretamente para o internauta (Google adsense e adwords, Yahoo!, Uol, Terra, DoubleClick). e) Viralizar o produto Um dos grandes poderes da internet é a facilidade para se fazer uma campanha de marketing viral, algo que espalhe facilmente e vire um sucesso naturalmente pelo boca-a-boca. Para que isso seja possível, os seguintes modos foram observados:  Ser diferente: nada ganha atenção se é mais do mesmo, por isso é preciso mostrar que há um ganho de valor no que só aquele produto faz.  Conquistar os formadores de opinião e seguidores: são as pessoas-chave para que a mensagem ganhe tamanho e seja espalhada pela internet.
  • 21. Isso, de maneira alguma, significa investir mais em publicidade. Na internet grandes tentativas de se comprar influências falharam4, além de publicidades convencionais serem irrelevantes na web. Por isso a importância de uma boa política de relações públicas. f) Buscar a perfeição e não esperar por ela A perfeição de qualquer produto nunca aconteceu em seu primeiro lançamento, seja ele físico ou de internet. Por isso, não existe razão para o atraso no lançamento na internet, dada a constante possibilidade de correção e atualização. Para isso, promover iterações rápidas com os primeiros usuários (beta testers) é essencial, inclusive como finalização do desenvolvimento do produto. Além de testar seu funcionamento, esses primeiros testes na prática permitem uma checagem final da interface, que é um ponto crucial em qualquer software (sendo ou não na web). Como grande parte do sucesso de um produto na internet (ou de qualquer software) depende de sua interface, a maior recomendação para o desenvolvimento do produto é que ele parta da definição das telas (a interface com o usuário), para que depois o código seja desenvolvido. g) Exagerar no bom atendimento Apesar de todas as ferramentas para automatização de serviços de atendimento ao consumidor, com help desks, softwares de reconhecimento de voz etc., a forma mais eficiente de tratar pessoas é com pessoas do outro lado, seja pelo telefone, e-mail, twitter ou qualquer meio existente – mostrar que do outro lado estão pessoas realmente preocupadas com o bem-estar e a felicidade dos clientes é um diferencial magnífico, principalmente no Brasil. Um dos maiores exemplos em bom atendimento é a Zappos, empresa online de venda de calçados que em 10 anos de vida alcançou 1 bilhão de dólares em faturamento. Além de uma forte cultura empresarial, a Zappos é mundialmente reconhecida por ser bom atendimento sob o lema “As pessoas podem não se lembrar do que você fez ou disse, mas elas sempre se lembrarão de como se sentiram”. 4 http://www.yogodoshi.com/blog/internet/cases-fail-midias-sociais
  • 22. 3. Metodologia 3.1 Premissas A Revisão Teórica apresentou, de um lado, como é feito um Plano de Marketing tradicional de forma genérica e, pelo outro lado, mostrando a realidade dos negócios de internet e suas práticas mais bem sucedidas de marketing. Para a montagem da metodologia abaixo, alguns pontos específicos de empresas de internet foram levados em conta, como a possibilidade de lançar o produto durante seu desenvolvimento, já que o plano de marketing será alterado de acordo, primeiro, com os feedbacks dos primeiros usuários e, segundo, de acordo com o crescimento da empresa como uma referência na área – por isso, etapas como análise de oportunidade serão bastante diferentes em relação ao Plano de Marketing tradicional. Mesclando as etapas anteriores, abaixo é apresentada uma metodologia específica para a elaboração de Planos de Marketing em empresas de internet. 3.2 Plano de Marketing para empresa de internet a) Observação de oportunidade “O melhor produto é aquele que o criador fez para si mesmo” – isso é uma verdade que vale ainda mais na internet e para a infinidade de produtos (gratuitos) lá disponíveis. Além de observar as suas próprias necessidades, o empreendedor deve estar a par das últimas novidades tecnológicas e de usabilidade sobre a área em que espera empreender – a “grande ideia” não aparecerá sem que haja grande envolvimento. O ponto mais importante é não esperar uma ideia magnífica, mas colocar em prática, por isso a etapa Observação de oportunidade deve ser o mais breve possível para que a viabilidade inicial seja verificada na fase seguinte. As perguntas que o empreendedor deve responder nessa fase são: 1. Qual é o mercado em potencial? 2. Quem é o cliente foco? 3. Quais as necessidades do cliente? 4. Nossa ideia de produto conseguirá atender essas necessidades?
  • 23. 5. Como o cliente atende essas necessidades atualmente? 6. Como nosso produto atenderia essas necessidades de uma melhor forma? b) Verificação do conceito Essa etapa é semelhante à tradicional análise de ambiente, porém ao invés de definir tamanho de mercado ou aprofundar o estudo dos concorrentes, o objetivo aqui é entender o cliente, a necessidade que será satisfeita com o produto e como fazer isso da melhor forma. Para verificar o conceito, uma apresentação deve ser construída contendo:  O problema que está sendo resolvido;  Qual é a solução proposta;  Como o produto será monetizado;  Como essa solução é diferente das já existentes;  Quais são as soluções já existentes;  Qual é a estratégia de entrada no mercado. Essa apresentação do conceito deve ser compartilhada com dois públicos diferentes: especialistas da área do produto e clientes desse produto. Por “clientes desse produto” entende-se as pessoas com maior interesse em novos produtos no mercado (principalmente na internet), que não só conhecem muito sobre o assunto, como também têm uma rede de contatos com outras pessoas de interesses semelhantes. Assim, é possível não só receber feedbacks diretos, como também se inserir num com pessoas que podem se tornar clientes. “Especialistas da área” são as pessoas ou empresas que já estão nesse mercado e/ou são formadores de opinião nessa área e/ou são referências mais amplas no setor (internet, no caso). Conversar com esses dois tipos de públicos é vital para cumprir o objetivo de avaliação e evolução do conceito – se não existir ação por parte do empreendedor após cada feedback, o conceito não será aceito pelo público-alvo e assim o produto não terá futuro. O resultado final então um conceito embasado nos mesmos seis pontos, porém com adições feitas pelos principais players, e, como consequência indireta
  • 24. mas desejada, uma maior presença nesse meio, não só com contatos, mas também conhecendo os meios utilizados. Sendo assim, essa fase é a que necessita do maior número de iterações para que o conceito, que será base da estratégia (próximo passo), já não sofra alterações de base. Cuidado: querer agradar a todos resulta em não agradar ninguém o suficiente, então manter sempre o foco na simplicidade e em não ter mais funcionalidades do que o necessário é algo para nunca ser perdido de vista. c) Definição da estratégia Definir a estratégia é definir como esse conceito sairá do papel para a internet. Como uma das grandes vantagens na internet é poder atualizar o produto ou serviço constantemente, utilizar massivamente iterações com usuários mais próximos durante uma fase beta, por exemplo, o objetivo da definição da estratégia é planejar o início do desenvolvimento do produto e detalhar como será a entrada no mercado.  Como ser diferente: mesmo que o produto entre num mercado comprovado, já existente e com concorrentes, o problema que ele soluciona deve ou dar resultados muito melhores ou fazer de um jeito melhor – na internet a briga por custo tem pouca relevância.  Como mostrar o real valor para o cliente: como já citado acima, um dos principais problemas de alguns produtos de internet é mostrar o real valor que ele traz para o mundo físico do seu cliente, logo é preciso colocar isso para ele da forma mais clara possível.  Como criar o produto: conhecendo os interesses dos envolvidos, é necessário escolher a tecnologia com a qual ele será produzido, quais serão suas características iniciais e como isso afetará a vida do possível cliente.  Como viabilizar o modelo de negócios: depois que o conceito indica como o dinheiro virá, é necessário definir como isso será feito (meios, periodicidade, tecnologia, quantidade por transação, etc.).  Como ser conhecido: a área em que o produto será inserido tem conteúdo mais veiculado por blogs, twitter, portais ou outras redes? Conhecer essa dinâmica é vital para que o empreendedor trabalhe para
  • 25. virar uma referência no setor – logo, as decisões aqui devem envolver também como se comunicar: publicidade, conteúdo, bom atendimento?  Escalabilidade: Produtos na internet bem sucedidos são escaláveis, ou seja, conseguem atender a uma grande demanda sem que os recursos aumentem com a mesma magnitude. Apesar dessa estruturação, várias mudanças na estratégia serão apenas percebidas durante a próxima fase. d) Desenvolvimento do produto O desenvolvimento do produto é a etapa mais importante no plano de marketing para uma empresa de internet, já que durante essa fase já é possível colocar o produto em teste com potenciais clientes, ver sua aceitação e colher feedback just in time para o restante do desenvolvimento. Tratando-se de um software, alguns métodos da metodologia de software devem ser usados para guiar essa fase, como por exemplo, começando-a pelo entendimento das interações entre os elementos do software e os usuários. Apesar disso, a técnica mais comumente utilizada com sucesso é ter o projeto de interface com o usuário como não só um dos principais elementos do desenvolvimento, mas também um dos primeiros. Desenvolvimento a partir da interface. Ter uma interface não só fácil, mas principalmente intuitiva faz a diferença para qualquer e-commerce, aplicativo web ou ferramenta para gerenciamento de conteúdo online. Gastar tempo com desenvolvimento do layout das páginas, pensar na experiência do usuário e fazer diversos testes são os pontos-chave para que uma interface seja bem desenvolvida. Faça o lançamento rapidamente. O produto não precisa estar em seu último estágio de desenvolvimento para ser lançado, muito pelo contrário. Garantir as funcionalidades básicas e colocar o produto na fase de testes reais dá a possibilidade de conseguir feedbacks direto do usuário do produto, além de uma melhor análise de erros do sistema rodando no “campo de batalha”.
  • 26. Para que se tenha um retorno mais rápido e com qualidade, primeiro garanta que os principais envolvidos na área (clientes e formadores de opinião) estão entre os primeiros usuários e, segundo, permita testes gratuitos. Mesmo que exista uma parte do serviço gratuita, os testes devem ser feitos também (e principalmente em vários casos) para a parte que será paga. Apenas assim é possível testar o produto de verdade e, de quebra, ainda consegue mostrar o o produto funcionando para um possível comprador. Bom atendimento e proximidade. Apesar de pontos como bom atendimento e proximidade pessoal com os mais envolvidos sejam mais questões de cultura da empresa do que de marketing, ambos se mostram muito eficientes em empresas de internet – o primeiro porque um bom atendimento simplesmente valoriza o cliente e alimenta a divulgação por boca-a-boca, e o segundo tira a impessoalidade da internet, trazendo confiança aos consumidores e mostrando que pessoas estão sempre lá para qualquer coisa. Sendo assim, os objetivos dessa etapa são: Proximidade com os usuários  Mostrar o lado pessoal do sistema e quem o gere, gerando confiança;  Garantir proximidade com os usuários para colher feedback direto e adequar o produto em teste ao ideal para seu perfil de cliente; Bom atendimento  Ganhar a adoração dos clientes, facilitando uma divulgação espontânea de boca-a-boca;  Ganhar mais clientes através do bom atendimento em outros canais, como blogs, redes sociais e comunicadores de internet. Ambos são pontos relevantes na cultura que a empresa passará a ter, mas são poucas as empresas que sobrevivem hoje sem que eles sejam prioridade. As principais decisões serão em relação aos processos e meios para comunicação com clientes, além do estabelecimento de prazos para resposta e metas de satisfação e evangelização de clientes.
  • 27. e) Frentes de ação As frentes de ação são objetivos relacionados especificamente a cada elemento da evolução do produto, envolvendo pontos como estatísticas de uso, retorno financeiro, política de relações públicas e construção da marca – basicamente, então, contendo os 4 P‟s do Marketing. A partir de cada frente de ação, ações deverão ser definidas com base nas metas que serão traçadas na próxima fase. Frentes de ação que não podem faltar para o plano de marketing em uma empresa internet são:  Crescimento do número/engajamento de usuários ou clientes do produto: mesmo que o produto não tenha sido usado ainda para que números sejam estabelecidos, ações deverão existir para sua implementação e/ou de suas funcionalidades.  Construção da marca: além da necessidade de implementar ações para a difusão da marca, como através de mídias e redes sociais, a construção de marca também deverá envolver ações relacionadas a bom atendimento e outros pontos culturais da empresa que podem ser relevantes para o o estabelecimento da sua marca.  Política de relações públicas: apesar de também estar relacionada à marca e sua difusão, o termo “relações públicas” é mais utilizado para o trabalho feito com objetivo de ter seu produto/marca citado espontaneamente pela mídia e referências da sua área. Para que isso ocorra efetivamente, a frente de ação Construção da marca não deve ser basicamente publicidade (muito pelo contrário), mas sim composto de conteúdo e opiniões relevantes e com poder viral.  Retorno financeiro: todo produto precisa ter seu retorno financeiro mensurado, porém durante um período relevante de construção da marca e desenvolvimento do produto, o principal trabalho é garantir que o modelo financeiro será funcional, por isso a importância da interação constante com possíveis clientes para sua definição (custos, precificação, valor real para o cliente etc.). Após a fase inicial e de alguns dados, metas financeiras poderão ser traçadas normalmente.
  • 28. É essencial que esses planos sejam sempre revistos. O fato de o produto estar em desenvolvimento pede que as iterações devam ocorrer não só com ele, mas também com seu plano. f) Metas e Previsões Metas devem ser sempre específicas e alcançáveis, mas também devem ser desafiantes. Para o começo do desenvolvimento e inserção do produto no mercado, o maior cuidado é elaborar metas não só numéricas, mas também de estabelecimento de certas funcionalidades. A partir do momento em que as metas passam a ser sobre número de usuários, de clientes, financeiras etc., o maior cuidado a ser tomado é com as previsões. Previsões feitas sem uma análise tanto dos recursos da empresa, quanto do poder viral do produto sem que dados anteriores fossem colhidos são inúteis. Ou seja, sem que o produto tenha rodado em campo, essas previsões são totalmente enganosas e, tornando-se metas que foram ou não alcançadas, o significado disso será zero. Por isso, a recomendação é que ou se defina metas de baixo pra cima (bottom-up) a partir de números colhidos, ou que não se estabeleça metas numéricas, mas sim de milestones (marcos que podem ser em relação ao desenvolvimento ou lançamento de funcionalidades, por exemplo) ou até mesmo que nada seja estabelecido, a não ser fazer o produto „rodar‟. Sendo assim, revisões constantes das metas definidas são essenciais, já que não só é preciso defini-las o tempo todo, como também algumas correções são sempre necessárias. A partir dessas metas e com base nas frentes de ação definidas anteriormente, ações deverão ser delineadas para alcançar essas metas e milestones. 3.3 Observações A metodologia apresentada acima para empresas com produtos de internet mostra que o meio escolhido para sua distribuição e/ou uso apresenta inúmeras diferentes oportunidades para tanto o desenvolvimento do produto, quanto sua colocação no mercado e venda.
  • 29. Pelo fato da internet ser um meio extremamente veloz, que oferece interatividade e possibilidade de mudanças e atualizações no produto sem a necessidade de um recall, por exemplo, a dinâmica de como um produto pode ser desenvolvido muda bastante. Um dos maiores ganhos visto é, primeiro, com a velocidade do desenvolvimento, segundo com a interação com potenciais clientes mesmo antes de o produto ser lançado e também pela internet representar um meio de distribuição e comunicação gratuito e com possibilidades para “ganho de posição”. Além disso, conseguimos ver uma maior interação entre 2 P‟s do marketing (praça e promoção) como não só parâmetros (praça = internet), como também o diferencial causado por esses parâmetros com um bom trabalho de comunicação (promoção), principalmente no oferecimento de produtos do tipo „cauda longa‟. Por fim, é também interessante observar como o plano de marketing pode ser, nesse caso, um guia para se começar a empresa, sendo que muitas empresas de internet são iniciadas a partir do desenvolvimento de um produto.
  • 30. 4. Estudo de caso 4.1 Sobre o caso Com a finalidade de mostrar a aplicação da metodologia apresentada acima, o estudo de caso apresenta o desenvolvimento e implementação do Plano de Marketing da Empreendemia, empresa de internet fundada por Luiz Piovesana, Millor Machado e Mauro Ribeiro. Contando com experiências anteriores ligadas a empreendedorismo tanto da faculdade, quanto em estágios e trabalhos paralelos, a Empreendemia foi concebida com o objetivo de orientar e conectar empreendedores, sendo que desde o início o meio escolhido para isso foi a internet. Porém, sem nenhum deles ter experiência em empreendimentos puramente de internet. Assim como vários outros projetos de internet, o conceito da Empreendemia foi constantemente modificado para chegar até o formato atual e, com absoluta certeza, ainda será alterado para se adequar ao que seus clientes esperam de um produto como esse. 4.2 Observação de oportunidade Como grande parte das empresas inovadoras, seu início acontece a partir de um momento “eureka!”, sendo ele por observações ou por numerosas de profundas pesquisas. A Empreendemia foi iniciada quando Millor, durante um curso de empreendedorismo em Babson College nos EUA, foi auxiliado por um colega do curso em uma ideia de empresa que tinha. Com as contribuições do colega, ele enxergou não só que sua ideia anterior não seria viável, mas que se empreendedores pudessem se ajudar, trocas experiências e interagir mais, eles poderiam fazer coisas melhores. Junto a isso, enxergamos uma rede através da pesquisa que Luiz Piovesana fazia na Alemanha durante um estágio, que ajudava empreendedores a encontrar investidores, funcionários e pessoas experientes para ajudar. Assim, a Empreendemia foi iniciada, nosso objetivo era conectar e orientar empreendedores. Depois de algumas tentativas de contatar a rede mencionada acima (gobignetwork.com), os dois resolveram criar sua própria rede online de empreendedores no Brasil e, para isso, contaram com a entrada do Mauro na equipe. Além disso, refinaram a ideia para uma rede que além conectar
  • 31. empreendedores entre si e com investidores, oferecia-lhes a oportunidade de discussões em fóruns, consultoria de gestão online e de divulgar sua empresa e seus serviços. Sendo assim, as questões básicas foram respondidas para verificar se a oportunidade era viável em um primeiro olhar: 1. Qual é o mercado em potencial? O mercado em questão é o de orientação a empreendedores e pequenos e médios empresários, além de ser um lugar para interação entre investidores e empreendedores. 2. Quem é o cliente foco? Quaisquer tipos de pequenas e médias empresas, porém com maior foco em empresas de tecnologia. Tendo uma comunidade de empreendedores formada, investidores Anjo e de Venture e Seed Capital também seriam alvos. 3. Quais as necessidades do cliente? Dos quatro maiores problemas das pequenas e médias empresas identificados pelo Sebrae, o conceito trabalha em três: difícil acesso a conhecimentos de gestão, pouca colaboração entre empresas e falta de capital investidor. 4. Nossa ideia de produto conseguirá atender essas necessidades? Sim. 5. Como o cliente atende essas necessidades atualmente? Conhecimento sobre gestão pode ser encontrado em livros, cursos e sites – um dos meios mais utilizados é o Sebrae, mas nem este nem outros continham material relevante explicado de uma forma prática, que o empreendedor poderia simplesmente aplicar. A colaboração entre empresas, apesar de acontecer informalmente, acontece em baixa escala, sem uma ferramenta própria. Câmaras de comércio são um dos meios mais utilizados para isso. O capital para se iniciar um negócio, na maioria das vezes, é provindo de família, amigos ou bancos, sendo que este último costuma praticar taxas de juros muito altas para um pequeno empresário. Por outro lado, investidores precisam ter acesso a diversos projetos diferentes para poderem ter uma base
  • 32. maior para escolha, mas dispõe, no máximo, de plataformas próprias de cada fundo. 6. Como nosso produto atenderia essas necessidades de uma melhor forma? A parte de conhecimentos sobre gestão é tratada na área “Orientação ao Empreendedor” com textos práticos e simples sobre todas as áreas básicas de gestão e materiais de auxílio, como modelos e planilhas. Complementar a isso, a consultoria online lidaria com problemas de uma forma mais customizada. A partir dos fóruns de discussões e possibilidades de interação através de uma rede social, empreendedores estariam mais próximos uns dos outros, podendo conhecer suas empresas e fazer negócios. Sendo o Empreendemia uma plataforma independente de qualquer fundo e com uma base grande de usuários, ele dá a possibilidade para investidores terem mais opções e para empreendedores conhecerem essa possibilidade. 4.3 Verificação do conceito A primeira versão do conceito foi elaborada usando o MS Office Power Point, contendo 10 slides de continham os seis pontos principais de um conceito de negócio:  O problema que está sendo resolvido;  Qual é a solução proposta;  Como o produto será monetizado;  Como essa solução é diferente das já existentes;  Quais são as soluções já existentes;  Qual é a estratégia de entrada no mercado. Os slides abaixo:
  • 33. Ter uma empresa no Brasil é uma tarefa extremamente complicada 1 Alta carga tributária e burocrática 2 Difícil acesso a conhecimentos de gestão 3 Pouca colaboração entre empresas Figura 1 – Slides 1 e 2 do 1º conceito empreendemia
  • 34. Ter uma empresa no Brasil é uma tarefa extremamente complicada 1 Alta carga tributária e burocrática 2 Difícil acesso a conhecimentos de gestão 3 Pouca colaboração entre empresas Nosso objetivo é facilitar a vida do empreendedor brasileiro Orientação: • Conceitos de gestão organizados por áreas • Linguagem simples e objetiva – “Empreendedorismo sem enrolação” • Sessão “Pergunte ao especialista” Comunidade on-line: • Sistema de busca de empresas • Mural de projetos • Contato direto com investidores • Fórum de discussão Figura 2 – Slides 3 e 4 do 1º conceito empreendemia
  • 35. Nosso objetivo é facilitar a vida do empreendedor brasileiro Orientação: • Conceitos de gestão organizados por áreas • Linguagem simples e objetiva – “Empreendedorismo sem enrolação” } • Sessão “Pergunte ao especialista” Comunidade on-line: Modelo de negócios • Sistema de busca de empresas • Mural de projetos • Contato direto com investidores • Fórum de discussão Figura 3 – Slides 5 e 6 do 1º conceito empreendemia
  • 36. Figura 4 – Slides 7 e 8 do 1º conceito empreendemia
  • 37. Figura 5 – Slides 9 e 10 do 1º conceito empreendemia
  • 38. Esse conceito recebeu diversas adições e pequenas modificações durante os primeiros meses, quando as conversas aconteceram com: os coordenadores das incubadoras de empresas e da agência de inovação da Unicamp, referências em Empreendedorismo do Empretec Sebrae, gestores de fundo de investimento e de empresas ligadas à inovação e internet – além, claro, de empreendedores tanto de internet, quanto comerciantes locais de Barão Geraldo (para os últimos de uma maneira muito mais simples, porém). As principais mudanças feitas durante essa fase inicial tiveram como centro dar maior foco ao negócio, não só em relação a funcionalidades específicas, mas principalmente em relação a como a comunicação seria feita com o público alvo do Empreendemia, já que ele poderia incluir qualquer empreendedor (por necessidade ou oportunidade) e ainda dependia de outros públicos, como investidores e consultores para o modelo de negócios. Foi observado que “orientar” e “conectar” empreendedores a partir da mesma plataforma daria às empresas grandes dificuldades de comunicação e mesmo foco de atuação, seria muito difícil mostrar par ao usuário a real utilidade da ferramenta, aquela „uma maneira‟ que a vida dele é melhorada. Sendo assim, a empresa, que já havia iniciado um blog (SaiadoLugar.com.br – com dicas práticas para o empreendedor que não tem tempo a perder) resolveu focar seus esforços de orientação a empreendedores através deste canal, que já mostrava certo crescimento de audiência. Apesar de cortar a consultoria online, o serviço de consultoria ganhou foco em marketing digital e palestras sobre empreendedorismo passaram a ser oferecidas – mas apenas como um algo a mais. Já a parte de conectar empreendedores virou o foco principal da Empreendemia. Com as iterações realizadas nessa fase e, principalmente, experiência própria, um objetivo foi traçado: acelerar negócios realizados entre empresas (mercado business-to-business, ou b2b). Além de salvar tempo de busca a de um novo fornecedor, a nova ferramenta idealizada passaria a funcionar com um sistema de reputação, que seria formada a partir de avaliações feitas por parceiros de negócios de cada empresa. Sendo assim, o novo modelo de negócios seria baseado em publicidade interna de um membro do Empreendemia para outro. Como todas as
  • 39. informações de cadastro tanto dos anunciantes, quanto dos seus potenciais alvos, eram internas, seria de certa forma simples cruzar dados para que anúncios aparecessem de forma relevante. Esse fato unido ao design único da página, e do fácil monitoramento das campanhas, garantiria uma maior atratividade desse tipo de anúncio online do que a média na internet brasileira. A estratégia de entrada passou a ser, por um lado, a rede de contatos formada com referências na internet, parcerias com congregações de empresas, como câmaras de comércio e federações industriais, mídia e agências de publicidade – esta última é quem toma grande parte das decisões sobre publicidade para empresas no Brasil. O novo conceito agora explicado em slides: Figura 6 – Slide 1 do conceito parcial empreendemia
  • 40. Figura 7 – Slides 2 e 3 do conceito parcial empreendemia
  • 41. Figura 8 – Slides 4 e 5 do conceito parcial empreendemia
  • 42. Figura 9 – Slides 6 e 7 do conceito parcial empreendemia
  • 43. Figura 10 – Slides 8 e 9 do conceito parcial empreendemia
  • 44. 4.4 Definição da estratégia Tendo o conceito definido, pelo menos temporariamente (já que o desenvolvimento do produto em paralelo já nos fornecia mais informações), partiu-se para definir a estratégia de como os primeiros passos seriam dados: uma mistura entre como desenvolver o produto, e seus parâmetros, e como se inserir no mercado. Resumo do conceito “Empreendemia é uma rede online para acelerar negócios entre empresas, possibilitando então que estas conheçam clientes e fornecedores mais rapidamente e com maior confiabilidade, devido a um sistema de reputação próprio. Nessa rede as empresas poderão criar um perfil, disponibilizar suas informações de contato e seu portfólio e conectar-se com clientes, parceiros e fornecedores. A avaliação da empresa por outros usuários da rede ajudará a construir sua reputação. O produto, especificamente, é a venda de espaço publicitário para empresas interessadas no mercado Business-to-Business.” Abaixo será possível observar que novas mudanças foram realizadas, já que a „entrada no mercado‟ sempre requisitou novas iterações (mais brandas) do conceito. Seguindo os pontos da metodologia na parte de estratégia:  Como ser diferente: sendo o Empreendemia uma rede para conexão entre empresas, comparações sempre foram feitas entre este e outras redes já estabelecidas, como Linkedin ou Via6. Em relação à primeira, o diferencial é a questão de ser uma rede de empresas e não de pessoas (profissionais) e, em relação à segunda, a diferença é o foco em conexão de empresas, já que a via6 promove comunidades, fóruns e também conexões entre empresas, mas sem o objetivo claro de fazer negócios – esses são os diferenciais para os usuários. Em relação ao modelo de negócios, o diferencial do Empreendemia para outros meios de publicidade online é a facilidade de monitoramento do retorno (ROI), o maior controle sobre quem receberá o anúncio e o layout integrado entre sistema e anúncio.  Como mostrar o real valor para o cliente: o modelo empreendemia, nesse estágio, tinha o problema do ovo e da galinha – precisava de uma
  • 45. massa significativa de usuários para atrair clientes para anunciar e, ao mesmo tempo, só atrairia mais usuários caso a rede estive ativa. Para isso, foram dois passos: primeiro notou-se que o sistema de gerenciamento de contatos gratuito do Empreendemia poderia ser um chamariz, já que as formas utilizadas no mercado são ou complicadas, ou muito amadoras – o sistema de organização de contatos do Empreendemia se posicionaria como algo muito simples para qualquer pessoa por conter somente as funções mais básicas. Segundo, para se diferenciar da febre das redes sociais, ao invés de pessoas se adicionarem como amigos ou contatos, a função básica de interação é a troca de cartões, assim como o perfil de cada usuário passou a ser, principalmente, o cartão de visitas.  Como criar o produto: para a criação de sistemas web, algumas linguagens e plataformas surgiram como as mais comuns, como php, asp, ruby on rails etc. A linguagem escolhida foi cakePHP, devido ao número de bibliotecas de funções existentes, ao fator escalabilidade e ao fato de ser uma linguagem popular (principalmente por ser php), facilitando a contratação de mão-de-obra compatível no futuro.  Como viabilizar o modelo de negócios: como a maioria dos anúncios na internet, optou-se pelo modelo pré-pago com boleto e então a liberação para uso, usando um sistema próprio e simples. Foi decidido também que cartões de crédito seriam colocados apenas mais para o futuro, já que isso implica em uma alta taxa variável sobre o faturamento devido aos cartões e também ao sistema de pagamento.  Como ser conhecido: com o crescimento do blog Saia do Lugar, do seu twitter @empreendemia, dos contatos com grandes referências da internet e do empreendedorismo nacional, a empresa conseguiu um lugar de destaque e passou a essa posição ao seu favor, que viria a ser essencial tanto para adquirir os primeiros usuários do sistema, quanto para monetização alternativa durante o período de desenvolvimento do Empreendemia. Além disso, a cultura da empresa em ótimo atendimento, fornecimento de conteúdo de qualidade com uma linguagem simples e total abertura para novos negócios fez com que não houvesse a necessidade de investimento em publicidade para atrair usuários ao sistema.
  • 46. Escalabilidade: Além de usar a linguagem php e se preocupar com a qualidade de seus servidores (conseguidos sem custo através de uma parceria com a empresa PowerVPS), o modelo de negócios deveria ser escalável, ou seja, não precisar de aumento de infra-estrutura, custos ou RH na mesma proporção em que a demanda aumenta. 4.5 Desenvolvimento do produto Por envolver não só a passagem da ideia para algo aplicado, mas também maior interação com usuários-teste, o desenvolvimento do produto é provavelmente a fase que proporciona as últimas grandes mudanças, mas que têm grande efeito sobre a viabilidade do produto e seu futuro sucesso. Desenvolvimento a partir da interface Para que fosse possível o desenvolvimento do sistema do zero utilizando métodos de engenharia de software, o começo determina as interações entre os diferentes aspectos e atores do sistema. Para facilitar a racionalização e visualização do sistema em funcionamento, a base principal para o projeto foi a definição da interface do usuário. Sendo assim, novamente o MS Office Power Point foi utilizado como meio para o rascunho das interfaces. Alguns exemplos abaixo: Figura 11 – visualização em 1ª pessoa da página principal
  • 47. Funcionários registrados Logo da (destacar os que Termômetro empresa são da rede do Cartão da empresa visitante) Empresas em destaque (propaganda) Botões de ação Depoimentos (recomendações para essa empresa) Figura 12 – visualização do perfil de empresa em 3ª pessoa O tempo gasto na definição dessas e das demais telas foi bastante longo, contando com comparações com outras redes sociais, outros gerenciadores de contatos ou mesmo outros aplicativos web. Porém, esse investimento de tempo irá se mostrar extremamente valioso, já que a interface do sistema e sua simplicidade de uso foram, desde o primeiro usuário, dois dos principais pontos altos do sistema e de grandes elogios. Apesar disso, algumas alterações ainda foram (e serão) realizadas depois do sistema no ar, através de feedbacks de usuários e observações para melhor aproveitamento dos recursos que o sistema oferece. Lançamento do produto Após dez meses gastos na concepção do projeto e apenas três de desenvolvimento, o sistema base foi lançado, algo que já poderia ser útil para os usuários, mas que pelo primeiro mês serviu como uma plataforma de testes e correções de erros. Pelo fato dos primeiros usuários serem próximos da empresa, eles não se importavam em ajudar a encontrar erros ou mesmo a contribuir com idéias de como o Empreendemia poderia ser mais atraente. Após dois meses com o sistema no ar, foi possível observar não só que grande parte dos erros já havia sido consertada, significando um sistema
  • 48. confiável, mas principalmente o aumento de interessados em participar sem que nenhuma publicidade tivesse sido realizada diretamente – a palavra foi se espalhando e cativando as pessoas que enxergavam valor no sistema e na rede que estava se formando. Os números: 404 pessoas e 333 empresas. Após isso, foi iniciado o desenvolvimento das funcionalidades responsáveis pela monetização do sistema (equivalente à data de entrega desse documento). Bom atendimento e proximidade. Apesar de esses dois pontos terem sido vitais para os feedbacks obtidos durante a concepção do projeto, eles se mostraram diferenciais em relação à grande maioria dos serviços na internet, já que em todos os momentos os próprios sócios da empresa trabalham com contato direto com usuários do Empreendemia, leitores do blog ou mesmo no twitter. Com essa estratégia, usuários tornaram-se entusiastas e passaram a ativamente chamar mais pessoas para o sistema e a espalhar a palavra. Novo conceito Ao fim do desenvolvimento do produto, o conceito do sistema concebido anteriormente e detalhado na fase de definição de estratégia já havia sofrido mudanças sensíveis. Entre elas, um novo modelo de negócios, trazendo a opção de usuário premium que agregaria várias possibilidades pagas para não só publicidade, mas também para maior customização do perfil de empresa e acesso a informações de mercado baseado nas interações dentro do sistema. Abaixo os slides com o conceito empreendemia após a fase de desenvolvimento do produto:
  • 49. Figura 13 – Slides 1 e 2 do novo conceito empreendemia
  • 50. Figura 14 – Slides 3 e 4 do novo conceito empreendemia
  • 51. Figura 15 – Slides 5 e 6 do novo conceito empreendemia
  • 52. Figura 16 – Slides 7 e 8 do novo conceito empreendemia
  • 53. Figura 17 – Slides 9 e 10 do novo conceito empreendemia
  • 54. Figura 18 – Slide 11 do novo conceito empreendemia 4.6 Frentes de ação e metas Como não há motivos para a separação entre “frentes de ação” e “metas”, a não ser para melhor entendimento de cada uma das partes, as duas foram unidas para que as grandes áreas e suas respectivas metas ficassem ligadas diretamente. Como ações foram mais bem delineadas a partir de julho de 2009, abaixo se confere as frentes de ação, metas e resultados do segundo semestre de 2009 e, depois, as frentes de ação e metas definidas para o 1º semestre de 2010. 2º semestre de 2009 Tornar o Saia do Lugar um dos maiores blogs de empreendedorismo mais do Brasil Metas para o fim do ano: 8 mil visitantes mensais (Google Analytics) || 100 e-mails cadastrados || 200 total feedburner || 700 seguidores no Twitter.
  • 55. Como chegamos a 10 mil visitantes mensais e 200 no feedburner em setembro, as novas metas passaram a ser: 20 mil visitantes mensais ao blog e 1200 Twitter. Resultados: Chegamos a 25 mil visitas mensais. Twitter chegou a 1,5 mil no final do ano. Feedburner foram 475 com 146 e-mails cadastrados. Ter o apoio de referências em empreendedorismo Metas para o fim do ano: 5 menções da empreendemia em blogs relevantes || 1 parceria bem-feita fechada com média empresa (100 empresas cadastradas ao final do projeto piloto) Resultados: 21 aparições em mídia || Não houve parceria formal, mas as empresas Massas De e Shibata aceitaram usar pra chamar a seus contatos. Dia 31 estávamos com cerca de 220 empresas. Sermos reconhecidos como uma ótima opção em publicidade online B2B Metas para o fim do ano: uma parceria bem-feita fechada com agência digital que tenha mais de 10 clientes na carteira, na região geográfica dos usuários cadastrados no site Resultados: Nada muito formal fechado, mas temos um número bem relevante de agências de marketing digital no sistema e nos seguindo no Twitter. Agora é questão de construir o modelo e ir conversando com eles. Planos e metas para o 1º semestre de 2010 Desenvolvimento da rede - Ter muita gente usando constantemente a rede (acelerar negócios)  Expandir a base de usuários: Continuar chamando as pessoas na Newsletter e divulgar o sistema freneticamente. Meta: 1.8 mil usuários e 1.5 mil empresas (30 de junho)  Projeto Evangelização (aumentar o uso de quem já está no sistema) Meta: métrica ainda não definida
  • 56. Saia do Lugar - Ser o maior blog de empreendedorismo do Brasil  Visitas Meta: 60 mil (30 de junho)  Feed RSS Meta: 2.5 mil (30 de junho)  Projeto Hubit: união com outros grandes blogs de empreendedorismo para venda conjunta de patrocínio. Meta: indefinida ainda Marca - Sermos reconhecidos como referência em empreendedorismo no Brasil  Manter política de relações públicas Meta: ação sem meta  Escrever e-books Meta: dois e-books no ano  Guest Posts Meta: 25 no ano  Participar em eventos Meta: X eventos no total, Y com algum destaque, Z como organizadores – meta ainda indefinida  Twitter Meta: 6 mil (30 de junho) Ganhar dinheiro – mostrar tração financeira  Evento Tire do Papel Meta: Vamos conversar sobre isso dia 1º de julho
  • 57. Publicidade no Empreendemia Meta: Ter o modelo funcionando (refazer essa meta quando modelo estiver pronto)  Vender aplicativos de gestão – loja no Saia do Lugar e Empreendemia Meta: ainda não definido  Comissão de livros no Saia do Lugar Meta: 80 reais (30 de junho)  Patrocínio no Saia do Lugar Meta: 20 mil (30 de junho) É possível observar alguns pontos interessantes:  Apesar do 1º semestre de análises conter poucos dados e poucas metas, é visível que eram os pontos principais a ser considerados naquele momento.  Os valores colocados como meta nesse mesmo semestre, apesar de serem com base em experiência prévia, não foram se quer perto da realidade no final do período, mostrando a dificuldade em se traçar metas – e, por isso, ainda muitas metas precisam ser definidas para o 1º semestre de 2010  No segundo semestre de análises, as frentes de ação estão bem mais detalhadas e com metas mais próximas de uma realidade de produto no mercado, porém com ele, na verdade, ainda no final de seu desenvolvimento.
  • 58. 5- Conclusão A metodologia criada durante esse trabalho, apesar de conter etapas em série e citar a necessidade de atualização constante do conceito do produto durante cada fase, mostra que cada vez menos um produto de internet será desenvolvido de etapa em etapa, assim como dizem as teorias mais clássicas sobre Plano de Marketing e Desenvolvimento de Produto. Assim, podemos mostrar que apesar da fase “Verificação de conceito” não ter mostrado o conceito final, ela foi um passo necessário para que o produto e seu conceito evoluíssem até o estágio atual. Além disso, através do estudo de caso, comprovou-se a necessidade de grande interação entre quem está desenvolvendo o produto e o conceito e os futuros potenciais clientes e formadores de opinião do setor. Novamente, sem as informações captadas de fora durante todas as fases do Plano de Marketing, com certeza o conceito não teria evoluído e provavelmente a Empreendemia teria algo não interessante ou inútil para mostrar. Nota-se que metas e frentes de ação são sim importantes, mas se bem direcionadas e realmente com significado – algo que difere em muito da cultura atual de adivinhar um número e depois perceber que a real utilidade dele era zero, simplesmente um parâmetro sem nenhuma base. Além disso, observa-se que o poder de influência é um grande marcador de águas na internet: quem se posiciona da maneira certa e se envolve com as pessoas certas do seu setor, acaba ganhando a atenção não só dos influenciadores, mas também dos interessados (e consumidores) nessa área. Assim, grandes ações de relações públicas, porém de maneira simples, são mais que recomendadas: interação com blogueiros, respostas a comentários, atividade constante em twitter e outras redes sociais etc., ou mesmo comparecer a eventos e trocar cartões – tudo que facilite que outras pessoas consigam ver o que uma passa de conteúdo relevante. Por fim, é possível afirmar que cada vez mais, sendo um produto de internet ou não, a cultura da empresa influi sobre como o produto é desenvolvido e, principalmente, como a marca da empresa é percebida no mercado. Elementos como bom atendimento, pessoalidade ou mesmo confiança no cliente são hoje um dos principais meios de se inovar ao empreender.
  • 59. 6- Referências bibliográficas  KAWASAKI, Guy. The art of the start. The Time-Tested, Battle-Hardened Guide for Anyone Starting Anything. Penguim Group, 2004.  WESTWOOD, John. O plano de marketing. M. Books, 2007.  KIM, W. Chan & MAUBORGNE, Renee. A estratégia do oceano azul. Editora Campus, 2005.  37 SIGNALS. Getting real. The smarter, faster, easier way to build a successful web application. http://gettingreal.37signals.com/GR_por.php  PORTER, Michael E. Competitive Strategy – Techniques for analyzing Industries and competitors. The Free Press, 1980.  KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 12ª Edição.  ANDERSON, Chris. A Cauda Longa. Do mercado de massa para o mercado de nicho. Editora Campus.  MACHADO, Millor. Metodologia para elaboração de Planos de Negócios. Unicamp, 2009.  BHIDE, Amar. The Questions Every Entrepreneur Must Answer. Harvard Business Review, 1996.  Wikipedia “Mix de Marketing”: pt.wikipedia.org/wiki/Marketing_mix - Acesso em janeiro de 2010.  Portal Santander Empreendedor: www.santanderempreendedor.com.br - Acesso em janeiro de 2010.  Plano de Marketing Sebrae – Acesso em janeiro de 2010 - http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/1947E3304928A275032 571FE00630FB1/$File/NT000B4E62.pdf
  • 60. Sobre o autor Apesar da formação em engenharia de controle e automação, sempre me interessei em vários outros assuntos, principalmente empreendedorismo, música e futebol. Atualmente sou sócio da Empreendemia, empresa usada como Estudo de Caso nesse documento, responsável pelo blog Saia do Lugar, um dos maiores blogs sobre empreendedorismo no Brasil, e pelo Empreendemia, um aplicativo social web para acelerar negócios entre empresas. Acredito no empreendedorismo como a forma de mudar o Brasil. Também acredito nele como uma forma de me tornar uma pessoa melhor e conseguir ajudar o Brasil a se tornar um lugar melhor. E, apesar de conhecer apenas uma parcela dos problemas que temos, sei que temos somente muito trabalho pela frente. Como será possível conferir ao decorrer do documento, gosto bastante de interagir com pessoas interessadas nos mesmo assuntos que eu (ou não) e deixo aqui meu contato luiz@empreendemia.com.br e meu tempo disponíveis para conversarmos sobre esse trabalho ou outro assunto. Grande abraço, Luiz Piovesana