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1                                  IPv6 - IPng                         Luiz Arthur


    O IPv6 é a próxima geração do protocolo da camada de rede (modelo OSI)
    projetado pela Internet Enginnering Task Force (IETF) para substituir a versão
    atual do Internet Protocol (IP) versão 4. O IPv6 também é conhecido como
    Internet Protocol New Generation (IPng).

    Antes de iniciar os estudos é bom ter-se em mente que o IPv6 pode ser
    implementado em pouco tempo na Internet, ou mesmo, nunca ser
    implementado! Então, o objetivo deste estudo é refletir sobre o processo
    evolucionário em andamento e examinar um dos mais importantes esforços de
    engenharia já empreendidos, que é a mudança de um protocolo que engrena a
    rede mundial de computadores.

    Porém, uma coisa é certa o protocolo IPv4 atual tem de ser melhorado para
    adaptar-se ao mundo atual globalizado, já que este o mundo atualmente necessita
    de mais endereços representados na Internet e principalmente mais segurança, o
    que não é o foco do IPv4.
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    Por que mudar o TCP/IP e a Internet?

    A tecnologia TCP/IP funcionou bem durante décadas. Então vem a pergunta “Por
    que deveria mudar?”

    Em tese, os desenvolvimentos que estimulam a evolução do TCP/IP e da
    arquitetura da Internet recaem em quatro categorias.

    Após descrever cada uma delas passaremos a examinar uma nova versão proposta,
    de IP, e verificar de que modo cada categoria afetou o projeto.

    1. Novas tecnologias de computadores e de comunicações

    A exemplo da maioria dos grupos orientados pelo desenvolvimento tecnológico, os
    pesquisadores e engenheiros que trabalham em protocolos TCP/IP mantêm um
    vívido interesse pelas novas tecnologias e com a disponibilidade de sistemas de
    computadores de alta velocidade.

    Assim, o protocolo IP deve estar apto a utilizar da melhor forma possível tais
    tecnologias, necessitando assim, que o IP seja renovado a medida que essas novas
    tecnologias surjam.
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    2. Novos Aplicativos

    Na Internet surgem novos aplicativos todo dia, aplicativos estes freqüentemente
    criam uma demanda por recursos ou serviços que os protocolos de redes
    atuais não podem oferecer.

    Por exemplo, um surto de interesse na multimídia criou a demanda por
    protocolos que pudessem transferir o som e imagens com eficácia.

    De modo semelhante, o interesse pela comunicação de áudio e vídeo em tempo
    real criou a demanda por protocolos que pudessem garantir a entrega de
    informações dentro de um retardo fixo de transmissão, bem como protocolos
    que pudessem sincronizar correntes de dados de vídeo e áudio.



    3. Aumentos em tamanhos e da carga

    A Internet global experimentou muitos anos de crescimento exponencial
    ininterrupto, duplicando em tamanho a cada nove meses, ou mais rápido ainda.
4                                   IPv6 - IPng                       Luiz Arthur
    O aumento no tráfego pode ser atribuído a várias causas.

    Primeiro, a população da Internet está deixando de ser formada apenas por
    acadêmicos e cientistas e se abrindo para o publico em geral.

    Segundo, os novos aplicativos que transferem mídias em tempo real necessita
    de mais largura de banda.

    Terceiro, as ferramentas de busca automática geram um volume substancial de
    tráfego, à medida que, inexoravelmente, esquadrinham os sites da Internet para
    buscar dados.


    4. Novas políticas

    À medida que a Internet se expande dentro de novos mercados de trabalho e
    novos países, ela se transforma de uma maneira fundamental: ganha novas
    jurisdições administrativas. E alguns esforços estão ligados a estas políticas
    para que cada grupo administrativo na Internet possa gerenciar suas
    necessidades, deixando a Internet um pouco mais segura.
5                                  IPv6 - IPng                        Luiz Arthur
    Motivação para mudar o IPv4

    A versão 4 do Internet Protocol (IPv4) fornece o mecanismo básico de
    comunicação da pilha TCP/IP e da Internet global. Essa versão permaneceu quase
    inalterada desde o seu início, no final da década de 70.

    A longevidade da versão 4 mostra que o projeto é flexível e poderoso. Porém
    desde o lançamento do IPv4 a mundo e principalmente a Internet mudou muito,
    saindo de alguns poucos hosts para milhões de hosts.

    Assim, um dos primeiros fatores a influenciar a troca do protocolo é a
    necessidade de se ter mais endereços de hosts representados na Internet.

    Embora a necessidade de um espaço maior esteja forçando uma mudança
    imediata no IP, outros fatores estão também contribuindo para o projeto.

    Tal como, comunicação segura, ou seja, um novo protocolo IP deve prover
    recursos que tornem possível validar o transmissor.
6                                IPv6 - IPng                       Luiz Arthur
    O caminho para um nova versão do IP

    Durante vários anos, grupos da IETF vêm trabalhando para formular uma nova
    versão do IP.

    Já que se empenham a produzir padrões abertos, a IETF convidou a
    comunidade inteira a participar do processo de padronização e todos eles
    especificam seus requisitos para o próximo IP e é claro, todos teceram
    comentários sobre propostas específicas.

    Muitos projetos foram propostos para atender a uma finalidade especial ou a
    determinada comunidade.

    Sendo que:

    Um deles teria tornado o IP mais sofisticado à custa do aumento da
    complexidade e do overhead de processamento.

    Um outro projeto propôs a utilização de uma modificação do protocolo OSI
    CLNS.

    Um terceiro projeto importante propôs reter a maioria das idéias no IP, mas
    fazendo simples extensões para conciliar endereços maiores.
7                                   IPv6 - IPng                          Luiz Arthur


    O projeto, conhecido como SIP (Simple IP), tornou-se a base para um proposta
    ampliada que incluiu idéias de outros protocolos.

    A versão estendida de SIP foi chamada Simple IP Plus (SIPP) e posteriormente
    aflorou como o projeto selecionado como uma base para o próximo IP.

    Porém, escolher tal protocolo não é fácil, já que com a popularidade da Internet e
    o mercado atual trabalhando com produtos IP, o mundo inteiro fica vacilante ao
    sucesso deste novo protocolo. Em decorrência disso, as discussões geraram
    calorosos argumentos.


    Características do IPv6

    O protocolo IPv6 proposto mantém muitas das características que
    contribuíram para o sucesso do IPv4. Na verdade, os projetista dotaram o IPv6
    basicamente com as mesmas características do IPv4, com algumas
    modificações.
8                                    IPv6 - IPng                       Luiz Arthur
    Por exemplo, o IPv6 ainda aceita:

    ● Entrega sem conexão, isto é, permite que cada datagrama seja roteado
    independentemente;
    ●   Permite que o transmissor escolha o tamanho de um datagrama;
    ●Requer que o transmissor especifique o número máximo de passos da rota que
    um datagrama pode fazer antes de ser concluído;
    ●   Recursos para fragmentação de datagramas;
    ●   Roteamento de origem.


    A apesar das muitas semelhanças conceituais, o IPv6 muda a maioria dos
    detalhes do protocolos. Por exemplo, o IPv6 usa endereços maiores e revisa
    completamente o formato de datagrama, substituindo o campo de opções de
    comprimento variável do IPv4 por uma série de cabeçalhos de formato
    fixo.

    Desta forma, vamos examinar os detalhes após considerar as principais mudanças
    e a motivação básica para cada uma delas.
9                                  IPv6 - IPng                        Luiz Arthur
    As mudanças introduzidas pelo IPv6 podem ser agrupadas em cinco categorias:

    ●Endereços Maiores: O novo tamanho de endereço é a mudança mais visível. O
    IPv6 quadruplica o tamanho de um endereço de IPv4, de 32 para 128 bits. O
    espaço de endereço de IPv6 é tão grande que não pode ser consumido em um
    futuro previsível.

    ●Formato flexível de cabeçalho: O IPv6 usa um formato de datagrama
    inteiramente novo e incompatível. A contrário do IPv4, que usa um cabeçalho
    de datagrama de formato fixo onde todos os campos, exceto o de opções, ocupam
    um número fixo de octetos com um deslocamento fixo, o IPv6 usa um conjunto de
    cabeçalhos opcionais.

    ●Opções aprimoradas: Como o IPv4, o IPv6 permite que um datagrama inclua
    informações de controle opcionais. O IPv6 inclui novas opções que oferecem
    recursos adicionais não disponíveis no IPv4.
10                                 IPv6 - IPng                         Luiz Arthur
 ●Suporte para alocação de recursos: O IPv6 substitui a especificação de tipo
 de serviço do IPv4 por um mecanismo que permite pré-alocação de recursos
 de rede. Particularmente, o novo mecanismo aceita aplicativos tais como vídeo
 em tempo real, que requer garantias de largura de banda e retardo de
 transmissão.

 ●Provisão para extensão do protocolo: Talvez a mudança mais significativa no
 IPv6 seja uma transição de um protocolo que especifica inteiramente todos os
 detalhes, para um protocolo que pode permitir recursos adicionais. A
 capacidade de extensão tem o potencial para permitir que a IETF adapte o
 protocolo a mudanças no hardware de rede considerado ou a novos aplicativos.

 Formato geral de um datagrama IPv6

 O IPv6 muda completamente o formato de datagrama, ficando com um cabeçalho
 básico de tamanho fixo seguido de zero, ou mais cabeçalhos de extensão seguidos
 de dados.




                 {          opcional                   }
     Cabeçalho    Cabeçalho              Cabeçalho
                                 ...                        Dados...
       básico    de Extensão 1         de Extensão N
11                              IPv6 - IPng                          Luiz Arthur
 Formato do cabeçalho básico do IPv6

 Curiosamente, embora deva acomodar endereços maiores, um cabeçalho básico
 IPv6 contém menos informações do que um cabeçalho IPv4.

 As opções e alguns dos campos fixos que aparecem em um cabeçalho de
 datagrama IPv4 foram removidos para cabeçalhos de extensão no IPv6.

 Em geral, as mudanças no cabeçalho de datagrama refletem mudanças no
 protocolo:

 O alinhamento de comprimento de múltiplos de 32 bits para múltiplos de 64 bits.
 ●




 ●O campo de comprimento de cabeçalho foi eliminado e o campo de comprimento
 de datagrama foi substituído por um campo COMPRIMENTO DO PAYLOAD.

 ●O tamanho dos campos de endereços de origem e de destino foi aumentado para
 16 octetos cada.
12                             IPv6 - IPng                                Luiz Arthur
 ●As informações de fragmentação foram retiradas de campos fixos do cabeçalho
 básico, para um cabeçalho de extensão.

 ●O campo TEMPO DE VIDA foi substituído por um campo chamado LIMITE DE
 PASSOS DA ROTA.

 O campo TIPO DE SERVIÇO foi substituído por um campo RÓTULO DE FLUXO.
 ●




 ●O campo PROTOCOLO foi substituído por um campo que especifica o tipo do
 próximo cabeçalho.


      0            4                    16                   24                      32


          Versão                     RÓTULO DE FLUXO
            COMPRIMENTO DO PAYLOAD       PRÓXIMO CABEÇALHO        LIM. PASSOS ROTA



                             ENDEREÇO DE ORIGEM




                             ENDEREÇO DE DESTINO
13                          IPv6 - IPng                     Luiz Arthur



 Vários campos de um cabeçalho básico do IPv6 correspondem
 diretamente aos campos de um cabeçalho do IPv4.

 Como no IPv4, o campo inicial VERSÃO de 4 bits especifica a versão
 do protocolo; VERSÃO sempre contém 6 em um datagrama IPv6.

 Os campos ENDEREÇOS DE ORIGEM e ENDEREÇO DE DESTINO
 especificam os endereços do transmissor e do destinatário pretendido,
 no entanto cada endereço requer 16 octetos (128 bits cada).

 O campo LIMITE DE PASSOS DA ROTA (HOP LIMIT) corresponde
 ao campo de TEMPO DE VIDA (TIME TO LIVE) do IPv4.

 Ao contrário do IPv4, que interpreta um tempo de vida como uma
 combinação de contagem de passos da rota e do tempo máximo, o IPv6
 interpreta o valor atribuído limite escrito ao número máximo de passos
 da rota que um datagrama pode fazer antes de ser descartado.
14                         IPv6 - IPng                    Luiz Arthur

 O IPv6 trata as especificações de comprimento de datagrama de um
 modo novo.

 Primeiro, visto que o tamanho do cabeçalho básico é fixado em 40
 octetos, o cabeçalho básico não inclui um campo para o comprimento
 do cabeçalho.

 Segundo, o IPv6 substitui o campo de comprimento de datagrama do
 IPv4 por um campo COMPRIMENTO DE CARGA (PAYLOAD) de 16
 bits que especifica o número de octetos transportados em um
 datagrama, excluindo o próprio cabeçalho. Assim, um datagrama do
 IPv6 pode conter 64k de octetos de dados.

 Um novo mecanismo no IPv6 aceita a reserva de recursos e permite
 que um roteador associe cada datagrama a uma dada alocação de
 recursos.

 A abstração considerada, um fluxo, consiste e um caminho através de
 uma interligação em redes, ao longo do qual os roteadores
 intermediários garantem uma qualidade específica de serviços.
15                          IPv6 - IPng                    Luiz Arthur

 Por exemplo, dois aplicativos que precisem enviar vídeos podem
 estabelecer um fluxo no qual o retardo da transmissão e a largura de
 banda sejam garantidos. Reciprocamente, um provedor de rede pode
 exigir que um assinante especifique a qualidade de serviço desejada e
 que, a seguir, use um fluxo para limitar o tráfego que um computador
 específico ou um aplicativo.

 O campo RÓTULO DE FLUXOS do cabeçalho básico contém
 informações que os roteadores usam para associar um datagrama a
 um fluxo e prioridade específicos. O campo está dividido em dois
 sub-campos.
      4 BITS                      24 BITS

     CLASSE T                IDENTIFICADOR DE FLUXO


 Dentro do rótulo de fluxo, o campo de 4 bits CLASSET especifica a
 classe de tráfego para o datagrama. Valores de 0 a 7 são usados para
 especificar a sensibilidade ao tempo do tráfego controlado por fluxo.
 Valores de 8 a 15 são usados para especificar uma prioridade para
 tráfego não controlado por fluxo.
16                              IPv6 - IPng                          Luiz Arthur
 O campo restante, de 24 bits, contém um IDENTIFICADOR DE FLUXO. A
 origem escolhe um identificador de fluxo ao estabelecer um fluxo (isto é feito
 aleatoriamente). Não há conflito potencial entre computadores porque um
 roteador usa a combinação de endereço de origem de datagrama e o identificador
 de fluxo, ao associar um datagrama a um fluxo específico.

 Para resumir, cada datagrama do IPv6 começa por um cabeçalho básico de 40
 octetos que inclui campos para os endereços de origem e destino, o limite máximo
 de passos de rota, o rótulo de fluxo e o tipo do próximo cabeçalho. Assim, um
 datagrama do IPv6 deve conter no mínimo 40 octetos, além dos dados.

 Cabeçalho de extensão do IPv6

 O paradigma de um cabeçalho básico fixo, seguido de um conjunto de cabeçalhos
 de extensão opcionais, foi escolhido como uma acomodação entre a
 generalidade e a eficiência. Para ser totalmente geral, o IPv6 precisa incluir
 mecanismos a fim de aceitar funções como fragmentação, roteamento de origem e
 autenticação.
17                          IPv6 - IPng                    Luiz Arthur

 A opção por alocar campos fixos no cabeçalho de datagrama para
 todos os mecanismos não é eficaz, porque a maioria dos datagramas
 não usa todos os mecanismos; o grande tamanho de endereço de
 IPv6 exacerba a ineficiência. Por exemplo, ao envia um datagrama
 através de uma única rede local, um cabeçalho que contenha campos
 de endereços vazios pode ocupar uma parcela substancial de cada
 quadro. Mais importante, os projetistas verificam que ninguém pode
 prever quais recursos serão necessários.

 O paradigma de cabeçalho de extensão do IPv6 funciona de forma
 semelhante às opções do IPv4 - um transmissor pode optar por
 escolher quais cabeçalhos de extensão inclui em determinado
 datagrama e quais omitir. Assim, os cabeçalhos de extensão
 fornecem flexibilidade.

 Resumindo:

 Os cabeçalhos de extensão do IPv6 são semelhantes às opções do IPv4.
 Cada datagrama inclui cabeçalhos de extensão para aqueles recursos
 que o datagrama usa.
18                          IPv6 - IPng                     Luiz Arthur

 Análise de um datagrama do IPv6

 Cada cabeçalho básico e de extensão contém um campo PRÓXIMA
 CABEÇALHO.

 O software em roteadores intermediários e no destino final que precisa
 processar o datagrama deve usar o valor no campo PRÓXIMO
 CABEÇALHO de cada cabeçalho, para analisar o datagrama.

 Para extrair todas as informações de cabeçalho de datagrama do IPv6,
 é necessária uma pesquisa seqüencial através dos cabeçalhos.

 Naturalmente, analisar um datagrama do IPv6 que tem apenas um
 cabeçalho básico e dados é tão eficiente quanto analisar um datagrama
 do IPv4.

 Mais os roteadores intermediários raramente precisam processar todos
 os cabeçalhos de extensão.
19                                IPv6 - IPng                     Luiz Arthur




               Cabeçalho Básico
                                      Segmento TCP
                PRÓXIMO=TCP




        Cabeçalho Básico Cabeçalho de Rota
                                                Segmento TCP
        PRÓXIMO=ROTA      PRÓXIMO=TCP




Cabeçalho Básico Cabeçalho de
                              Cabeçalho de Rota
   PRÓXIMO=        Autoridade                            Segmento TCP
                               PRÓXIMO=TCP
   Autoridade    PRÓXIMO=ROTA


 Três datagramas com (a) apenas um cabeçalho básico, (b) um cabeçalho básico e
 um de extensão e (c) um cabeçalho básico mais dois de extensão.

 O campo PRÓXIMO CABEÇALHO, em cada cabeçalho, especifica o tipo do
 cabeçalho seguinte.
20                             IPv6 - IPng                       Luiz Arthur
 Fragmentação e remontagem do IPv6

 Como o IPv4, o IPv6 planeja para que o destino final execute a remontagem do
 datagrama. Entretanto, os projetistas tomaram uma decisão inusitada sobre a
 fragmentação. Lembre-se que o IPv4 requer que um roteador intermediário
 fragmente qualquer datagrama que seja grande demais para a MTU da rede sobre
 a qual precise viajar.

 No IPv6, a fragmentação está restrita à própria origem. Antes de enviar
 tráfego, uma origem precisa executar uma técnica de Descoberta de Caminho
 MTU para identificar a MTU mínima ao longo do caminho até o destino.

 Antes de enviar um datagrama, a origem o fragmenta de tal modo que cada
 fragmento seja menor do que a MTU do Caminho. Assim, a fragmentação é fim-
 a-fim. Nenhuma fragmentação necessita ocorrer em roteadores
 intermediários.

 O cabeçalho básico do IPv6 não contém campos análogos aos campos usados para
 fragmentação em um cabeçalho do IPv4. Em vez disso, quando a fragmentação é
 necessária, a origem insere um pequeno cabeçalho de extensão após o
 cabeçalho básico de cada fragmento.
21                             IPv6 - IPng                        Luiz Arthur

 O IPv6 retém grande parte da fragmentação do IPv4. Cada fragmento
 precisa ser um múltiplo de 8 octetos. Um bit no campo MF marca o
 último fragmento como o bit MAIS FRAGMENTOS do IPv4; e o campo
 IDENTIFICAÇÃO DE DATAGRAMA transporta uma única ID que o
 receptor usa para agrupar fragmentos.
     0               8                16                           29    31

         PROX. CAB       RESERVADO         DESLOCAMENTO DE FRAG         MF

                         IDENTIFICAÇAO DE DATAGRAMA

 A conseqüência da fragmentação fim-a-fim

 A motivação para o uso da fragmentação fim-a-fim reside em sua
 habilidade para reduzir o overhead em roteadores e permitir que
 cada roteador lide com mais datagramas por unidade de tempo.

 Na realidade, o overhead de CPU, requerido para a fragmentação do
 IPv4, pode ser significativo – em um roteador convencional, a CPU
 pode chegar a 100% de utilização se o roteador fragmentar muitos ou
 todos os datagramas que recebe. Entretanto, a fragmentação fim-a-fim
 tem uma conseqüência importante: muda um pressuposto fundamental
 sobre a Internet.
22                                IPv6 - IPng                          Luiz Arthur
 Para compreender a conseqüência da fragmentação fim-a-fim, lembre-se de que o
 IPv4 é projetado para permitir que as rotas mudem a qualquer momento. A
 principal vantagem de tal sistema é a flexibilidade – o tráfego pode ser roteado ao
 longo de um caminho alternativo, sem interromper os serviços e sem informar a
 origem ou destino.

 No IPv6, entretanto, as rotas não podem ser mudadas tão facilmente, pois
 uma mudança em uma deles pode também mudar a MTU de Caminho. Se a MTU
 de Caminho ao longo de uma nova rota for menor do que a MTU de Caminho ao
 longo da rota original, há duas alternativas: ou um roteador intermediário deve
 fragmentar o datagrama ou a origem deve ser informada.

 Resumindo:

 Um protocolo de interligação em redes que usa a fragmentação fim-a-fim requer
 que um transmissor descubra a MTU de Caminho para cada destino e fragmente
 qualquer datagrama de partida que seja maior do que a MTU de Caminho. A
 fragmentação fim-a-fim não concilia mudanças de rota.
23                               IPv6 - IPng                       Luiz Arthur

 Para solucionar o problema de mudança de rota que afetam a MTU de Caminho, o
 IPv6 permite que os roteadores intermediários passem por IPv6 através de IPv6.

 Quando um roteador intermediário precisa fragmentar um datagrama, o roteador
 não insere um cabeçalho de extensão de fragmento, nem muda campos do
 cabeçalho básico.

 Em vez disso, o roteador intermediário cria um datagrama inteiramente novo que
 encapsula o datagrama original como dados.

 O roteador divide o novo datagrama em fragmentos, repetindo o cabeçalho básico
 e inserindo um cabeçalho de extensão de fragmento em cada um deles.

 Finalmente, o roteador envia cada fragmento ao destino final.

 Ali, o datagrama original pode ser formado reunindo-se em um datagrama os
 fragmentos chegados e extraindo-se a parte dos dados.
24                              IPv6 - IPng                 Luiz Arthur
 fim



     Cabeçalho
                                          Dados
      Básico




             F1                      F2                F3


                  Cabeçalho   Cabeçalho
                                                  F1
                   Básico       Frag1


                  Cabeçalho   Cabeçalho
                                                  F2
                   Básico       Frag2



                  Cabeçalho   Cabeçalho
                                                  F3
                   Básico       Frag3
25                             IPv6 - IPng                       Luiz Arthur
 Endereçamento IPv6

 Em IPv6, cada endereço ocupa 16 octetos, quatro vezes o tamanho de um
 endereço IPv4.

 O espaço grande de endereço garante que o IPv6 pode tolerar qualquer esquema
 razoável de atribuição de endereço.

 De fato, se posteriormente os projetistas decidirem mudar o esquema de
 endereçamento, o espaço de endereço será suficientemente grande para
 acomodar uma nova atribuição.

 Embora o Ipv6 solucione os problemas de capacidade insuficiente, o tamanho
 grande do endereço cria um problema novo e interessante problema: as pessoas
 que mantêm interligações em redes precisam ler, dar entrada e manipular tais
 endereços.

 Obviamente, anotação binária é indefensável. Contudo, a notação decimal
 pontuada, usada para IPv4, também não torna tais endereços suficientemente
 compactos. Para compreender por que, considere um número de 128 bits, como
 um exemplo, expresso na notação decimal pontuada:

          104.230.140.100.233.233.233.233.0.0.17.128.150.10.255.255
26                               IPv6 - IPng                          Luiz Arthur
 Para ajudar o endereço a tornar-se ligeiramente mais compacto e mais fácil de dar
 entrada, os projetistas do IPv6 propõem o uso da notação hexadecimal de dois
 pontos, na qual o valor de cada conjunto de 16 bits é representado em
 hexadecimal separado por dois pontos.

 Por exemplo, quando o valor mostrado anteriormente em notação decimal
 pontuada tiver sido convertido em notação hexadecimal de dois pontos e impresso
 usando o mesmo espaçamento, ele se tornará:

                     68E6:8C64:FFFF:FFFF:0:1180:96A:FFFF

 A notação hexadecimal de dois pontos tem a vantagem óbvia de requerer menos
 dígitos e menos caracteres separados do que a decimal pontuada. Além disso, a
 notação hexadecimal de dois pontos inclui duas técnicas que a tornam
 extremamente útil.

 Primeiro, a notação hexadecimal de dois pontos permite a compressão de zero, em
 que um string de zeros repetidos é substituído por um par de dois pontos. Por
 exemplo o endereço:

                                FF05:0:0:0:0:0:0B3

 pode ser escrito:

                                    FF01::B3
27                              IPv6 - IPng                         Luiz Arthur
 Para assegurar que a compressão de zero produz uma interpretação não-ambígua,
 a proposta determina que ela pode ser aplicada apenas um vez em qualquer
 endereço.

 A compressão de zero é especialmente útil quando usada com o esquema zero
 contíguos.

 Segundo, a notação hexadecimal de dois pontos incorpora sufixos de notação
 hexadecimal pontuada. Veremos que tais combinações destinam-se ao uso durante
 a transição do IPv4 para IPv6. Por exemplo, o string a seguir é uma notação
 hexadecimal válida, de dois pontos:

                             0:0:0:0:0:0:128.10.2.1

 Observe que, embora os números separados cada um por dois pontos
 especifiquem o valor de uma quantidade de 16 bits, cada número de parte de
 notação hexadecimal pontuada especifica o valor de um octeto.

 Naturalmente, a compressão de zero pode ser usada com o número acima a fim de
 produzir um string equivalente de notação hexadecimal de dois pontos que parece
 ser totalmente semelhante a um endereço de IPv4:

                                  ::128.10.2.1
28                               IPv6 - IPng                          Luiz Arthur
 Três tipos básicos de endereço do IPv6

 Como o IPv4, o IPv6 associa um endereço a uma conexão de rede específica, não a
 um computador específico.

 Assim, atribuições de endereço são semelhantes a IPv4: um roteador IPv6 tem
 dois ou mais endereços, e um host IPv6 com uma conexão de rede precisa de
 apenas um endereço.

 O IPv6 também retem (e estende) a hierarquia de endereço de IPv4 em que um
 prefixo é atribuído a uma rede física. Entretanto, para facilitar a atribuição e a
 modificação de endereço, o IPv6 permite que vários prefixos sejam atribuídos a
 determinada rede e permite que um computador tenha vários endereços
 simultâneos atribuídos a determinada interface.

 Além de permitir vários endereços simultâneos por conexão de rede, o IPv6
 expande e, em alguns casos, unifica endereços especiais do IPv4.

 Geralmente, um endereço de destino de um datagrama situa-se em uma das três
 categorias a seguir:

 Unicast: O endereço de destino especifica um único computador (host ou
 roteador); o datagrama deverá ser roteado para o destino ao longo do caminho
 mais curto possível;
29                               IPv6 - IPng                          Luiz Arthur
 Cluster (anycast): O destino é um conjunto de computadores que juntos dividem
 um único prefixo de endereço (ex. vinculam-se à mesma rede física). O datagrama
 deverá ser roteado para o grupo ao longo de um caminho o mais curto possível e,
 então, entregue a exatamente um membro do grupo (ex: o membro mais próximo).

 Multicast: O destino é um conjunto de computadores, possivelmente em diversos
 locais. Uma cópia do datagrama será entregue a cada membro do grupo usando
 hardware multicast ou broadcast, conforme o caso

 A dualidade de difusão e multicast

 O IPv6 não usa os termos difusão (broadcast) ou difusão direta para se referir à
 entrega a todos os computadores de uma rede física ou sub-rede lógica IP. Em vez
 disso, usa o termo multicast e trata difusão com uma forma especial de multicast.

 De fato, um engenheiro de hardware envia um pacote de multicast a todos os
 computadores de uma rede, exatamente como um pacote broadcast, e o hardware
 de interface de cada computador filtra todos os pacotes de multicast, exceto
 aqueles que o software tenha instruído o hardware de interface a aceitar.

 Na teoria, a escolha entre multicast e formas limitadas de difusão é irrelevante,
 visto que uma pode ser simulada com a outra. Isto é difusão e multicast são duplos
 de uma outra que oferece a mesma funcionalidade.
30                               IPv6 - IPng                          Luiz Arthur
 Atribuição do espaço de endereço do IPv6 proposto

 A questão de como compartilhar o espaço de endereço tem gerado muita
 polêmica.

 Há dois pontos centrais: como gerenciar as atribuições de endereço e como
 mapear um endereço para uma rota.

 O primeiro ponto focaliza o problema prático de delinear uma hierarquia de
 autoridade. Ao contrário da Internet atual, que usa uma hierarquia de dois níveis
 de prefixo de rede (atribuído pela autoridade da Internet) e de sufixo de host
 (atribuído pela organização), o grande espaço de endereço no IPv6 permite uma
 hierarquia de vários níveis ou várias hierarquias.

 O segundo ponto focaliza a eficácia computacional. Independente da hierarquia de
 autoridade que atribui endereços, um roteador deve examinar cada datagrama e
 escolher um caminho para o destino. Para manter baixo o custo de roteadores de
 alta velocidade, o tempo de processamento exigido para escolher um caminho
 deve ser mantido curto.
31                              IPv6 - IPng                  Luiz Arthur
 Prefixo binário   Tipo de endereço                  Parte do espaço de
                                                     endereço
 0000   0000       Reservado (compatível com IPv4)   1/256
 0000   0001       Reservado                         1/256
 0000   001        Endereços NSAP                    1/128
 0000   010        Endereços IPX                     1/128
 0000   011        Reservado                         1/128
 0000   110        Reservado                         1/128
 0000   111        Reservado                         1/128
 0001              Reservado                         1/16
 001               Reservado                         1/8
 010               Provedor – Unicast Atribuído      1/8
 011               Reservado                         1/8
 100               Reservado para Geográfico         1/8
 101               Reservado                         1/8
 110               Reservado                         1/8
 1110              Reservado                         1/16
 1111   0          Reservado                         1/32
 1111   10         Reservado                         1/64
 1111   110        Reservado                         1/128
 1111   1110       Disponível para Uso Local         1/256
 1111   1111       Usado para Multicast              1/256
32                              IPv6 - IPng                         Luiz Arthur
 Os projetistas propõem a atribuição de classes de endereços de modo semelhante
 ao esquema usado para IPv4.

 Embora os primeiros oito bits de um endereço sejam suficientes para identificar
 seu tipo, o espaço de endereço não é partilhado em seções de igual tamanho.

 Codificação e transição do endereço IPv4

 Mais de 72% do espaço foi reservado para uso futuro, sem incluir a seção
 reservada para endereços geográficos.

 Embora o prefixo 0000 0000 tenha o rótulo reservado, os projetistas planejam
 usar nessa seção uma pequena fração de endereços para codificar endereços de
 IPv4.

 Em particular, qualquer endereço que comece com 80 bits zero (0) seguidos de 16
 bits um (1) ou 16 bits zero (0) contém um endereço IPv4 para IPv6, por duas
 razões.

 Primeira, um computador pode escolher uma atualização de software do IPv4 para
 IPv6 antes que lhe tenha sido atribuído um endereço válido do IPv6. Segundo, um
 computador que execute o software do IPv6 pode ter necessidade de se comunicar
 com outro que execute apenas o software do IPv4.
33                               IPv6 - IPng                          Luiz Arthur
 Dispor de uma forma de codificar um endereço IPv4 em um endereço de IPv6 não
 soluciona o problema de tornar as duas versões inter-operacionais.

 Além da codificação de endereço, a conversão é necessária. Para usar um
 conversor, um computador IPv6 gera um datagrama que contenha a codificação
 do IPv6 do endereço de destino do IPv4.

 O computador do IPv6 envia o datagrama para um conversor que usa IPv4 para se
 comunicar com o destino.

 Quando o conversor recebe uma resposta do destino, converte o datagrama do
 IPv4 para IPv6 e o devolve à origem do Ipv6.

 Provedores, assinantes e hierarquia de endereços

 Um exemplo ajudará a esclarecer como os projetistas imaginam o uso de
 endereços de IPv6. Considere um provedor de acesso a rede (NAP). Determinada
 companhia oferece a conexão à Internet a clientes a quem vamos chamar de
 assinantes.

 Para permitir que tais provedores aloquem endereços, a autoridade da Internet
 atribui a cada um deles um único identificador. O provedor pode, assim, atribuir
 um bloco de endereços. O assinante então atribui um único ID a cada rede física e
 um único ID de nó a cada computador de cada rede.
34                                    IPv6 - IPng                               Luiz Arthur


     010       ID Provedor     ID do Assinante     ID Sub-Rede           ID do HOST


      Prefixo do Provedor

              Prefixo do Assinante

                       Prefixo da sub-rede

 Assim, cada prefixo sucessivamente mais tem um nome. O string inicial 010 identifica o
 endereço como o tipo atribuído ao provedor. Para tais endereços, o prefixo do provedor
 inclui o tipo de endereço, mais a ID do provedor. O prefixo do assinante abrange o prefixo do
 provedor mais a ID do assinante. Finalmente, o prefixo da sub-rede inclui o prefixo do
 assinante mais as informações da sub-rede.

 Os projetistas recomendam que o campo ID de nó contenha ao menos 48 bits, para permitir
 que sejam usados os endereços estilho 802 da IEEE. Assim, será possível que um nó do IPv6
 use seu endereço da Ethernet como sua ID de nó.

 Embora o formato de endereço mostrado anteriormente implique uma hierarquia de 4 níveis,
 uma organização pode apresentar níveis adicionais, dividindo o campo ID de sub-rede em
 vários campos. Já que o grande espaço de endereço de IPv6 permite a divisão em muitas
 partes.
35     IPv6 - IPng   Luiz Arthur
 fim

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Redes - IPv6 Teoria

  • 1. 1 IPv6 - IPng Luiz Arthur O IPv6 é a próxima geração do protocolo da camada de rede (modelo OSI) projetado pela Internet Enginnering Task Force (IETF) para substituir a versão atual do Internet Protocol (IP) versão 4. O IPv6 também é conhecido como Internet Protocol New Generation (IPng). Antes de iniciar os estudos é bom ter-se em mente que o IPv6 pode ser implementado em pouco tempo na Internet, ou mesmo, nunca ser implementado! Então, o objetivo deste estudo é refletir sobre o processo evolucionário em andamento e examinar um dos mais importantes esforços de engenharia já empreendidos, que é a mudança de um protocolo que engrena a rede mundial de computadores. Porém, uma coisa é certa o protocolo IPv4 atual tem de ser melhorado para adaptar-se ao mundo atual globalizado, já que este o mundo atualmente necessita de mais endereços representados na Internet e principalmente mais segurança, o que não é o foco do IPv4.
  • 2. 2 IPv6 - IPng Luiz Arthur Por que mudar o TCP/IP e a Internet? A tecnologia TCP/IP funcionou bem durante décadas. Então vem a pergunta “Por que deveria mudar?” Em tese, os desenvolvimentos que estimulam a evolução do TCP/IP e da arquitetura da Internet recaem em quatro categorias. Após descrever cada uma delas passaremos a examinar uma nova versão proposta, de IP, e verificar de que modo cada categoria afetou o projeto. 1. Novas tecnologias de computadores e de comunicações A exemplo da maioria dos grupos orientados pelo desenvolvimento tecnológico, os pesquisadores e engenheiros que trabalham em protocolos TCP/IP mantêm um vívido interesse pelas novas tecnologias e com a disponibilidade de sistemas de computadores de alta velocidade. Assim, o protocolo IP deve estar apto a utilizar da melhor forma possível tais tecnologias, necessitando assim, que o IP seja renovado a medida que essas novas tecnologias surjam.
  • 3. 3 IPv6 - IPng Luiz Arthur 2. Novos Aplicativos Na Internet surgem novos aplicativos todo dia, aplicativos estes freqüentemente criam uma demanda por recursos ou serviços que os protocolos de redes atuais não podem oferecer. Por exemplo, um surto de interesse na multimídia criou a demanda por protocolos que pudessem transferir o som e imagens com eficácia. De modo semelhante, o interesse pela comunicação de áudio e vídeo em tempo real criou a demanda por protocolos que pudessem garantir a entrega de informações dentro de um retardo fixo de transmissão, bem como protocolos que pudessem sincronizar correntes de dados de vídeo e áudio. 3. Aumentos em tamanhos e da carga A Internet global experimentou muitos anos de crescimento exponencial ininterrupto, duplicando em tamanho a cada nove meses, ou mais rápido ainda.
  • 4. 4 IPv6 - IPng Luiz Arthur O aumento no tráfego pode ser atribuído a várias causas. Primeiro, a população da Internet está deixando de ser formada apenas por acadêmicos e cientistas e se abrindo para o publico em geral. Segundo, os novos aplicativos que transferem mídias em tempo real necessita de mais largura de banda. Terceiro, as ferramentas de busca automática geram um volume substancial de tráfego, à medida que, inexoravelmente, esquadrinham os sites da Internet para buscar dados. 4. Novas políticas À medida que a Internet se expande dentro de novos mercados de trabalho e novos países, ela se transforma de uma maneira fundamental: ganha novas jurisdições administrativas. E alguns esforços estão ligados a estas políticas para que cada grupo administrativo na Internet possa gerenciar suas necessidades, deixando a Internet um pouco mais segura.
  • 5. 5 IPv6 - IPng Luiz Arthur Motivação para mudar o IPv4 A versão 4 do Internet Protocol (IPv4) fornece o mecanismo básico de comunicação da pilha TCP/IP e da Internet global. Essa versão permaneceu quase inalterada desde o seu início, no final da década de 70. A longevidade da versão 4 mostra que o projeto é flexível e poderoso. Porém desde o lançamento do IPv4 a mundo e principalmente a Internet mudou muito, saindo de alguns poucos hosts para milhões de hosts. Assim, um dos primeiros fatores a influenciar a troca do protocolo é a necessidade de se ter mais endereços de hosts representados na Internet. Embora a necessidade de um espaço maior esteja forçando uma mudança imediata no IP, outros fatores estão também contribuindo para o projeto. Tal como, comunicação segura, ou seja, um novo protocolo IP deve prover recursos que tornem possível validar o transmissor.
  • 6. 6 IPv6 - IPng Luiz Arthur O caminho para um nova versão do IP Durante vários anos, grupos da IETF vêm trabalhando para formular uma nova versão do IP. Já que se empenham a produzir padrões abertos, a IETF convidou a comunidade inteira a participar do processo de padronização e todos eles especificam seus requisitos para o próximo IP e é claro, todos teceram comentários sobre propostas específicas. Muitos projetos foram propostos para atender a uma finalidade especial ou a determinada comunidade. Sendo que: Um deles teria tornado o IP mais sofisticado à custa do aumento da complexidade e do overhead de processamento. Um outro projeto propôs a utilização de uma modificação do protocolo OSI CLNS. Um terceiro projeto importante propôs reter a maioria das idéias no IP, mas fazendo simples extensões para conciliar endereços maiores.
  • 7. 7 IPv6 - IPng Luiz Arthur O projeto, conhecido como SIP (Simple IP), tornou-se a base para um proposta ampliada que incluiu idéias de outros protocolos. A versão estendida de SIP foi chamada Simple IP Plus (SIPP) e posteriormente aflorou como o projeto selecionado como uma base para o próximo IP. Porém, escolher tal protocolo não é fácil, já que com a popularidade da Internet e o mercado atual trabalhando com produtos IP, o mundo inteiro fica vacilante ao sucesso deste novo protocolo. Em decorrência disso, as discussões geraram calorosos argumentos. Características do IPv6 O protocolo IPv6 proposto mantém muitas das características que contribuíram para o sucesso do IPv4. Na verdade, os projetista dotaram o IPv6 basicamente com as mesmas características do IPv4, com algumas modificações.
  • 8. 8 IPv6 - IPng Luiz Arthur Por exemplo, o IPv6 ainda aceita: ● Entrega sem conexão, isto é, permite que cada datagrama seja roteado independentemente; ● Permite que o transmissor escolha o tamanho de um datagrama; ●Requer que o transmissor especifique o número máximo de passos da rota que um datagrama pode fazer antes de ser concluído; ● Recursos para fragmentação de datagramas; ● Roteamento de origem. A apesar das muitas semelhanças conceituais, o IPv6 muda a maioria dos detalhes do protocolos. Por exemplo, o IPv6 usa endereços maiores e revisa completamente o formato de datagrama, substituindo o campo de opções de comprimento variável do IPv4 por uma série de cabeçalhos de formato fixo. Desta forma, vamos examinar os detalhes após considerar as principais mudanças e a motivação básica para cada uma delas.
  • 9. 9 IPv6 - IPng Luiz Arthur As mudanças introduzidas pelo IPv6 podem ser agrupadas em cinco categorias: ●Endereços Maiores: O novo tamanho de endereço é a mudança mais visível. O IPv6 quadruplica o tamanho de um endereço de IPv4, de 32 para 128 bits. O espaço de endereço de IPv6 é tão grande que não pode ser consumido em um futuro previsível. ●Formato flexível de cabeçalho: O IPv6 usa um formato de datagrama inteiramente novo e incompatível. A contrário do IPv4, que usa um cabeçalho de datagrama de formato fixo onde todos os campos, exceto o de opções, ocupam um número fixo de octetos com um deslocamento fixo, o IPv6 usa um conjunto de cabeçalhos opcionais. ●Opções aprimoradas: Como o IPv4, o IPv6 permite que um datagrama inclua informações de controle opcionais. O IPv6 inclui novas opções que oferecem recursos adicionais não disponíveis no IPv4.
  • 10. 10 IPv6 - IPng Luiz Arthur ●Suporte para alocação de recursos: O IPv6 substitui a especificação de tipo de serviço do IPv4 por um mecanismo que permite pré-alocação de recursos de rede. Particularmente, o novo mecanismo aceita aplicativos tais como vídeo em tempo real, que requer garantias de largura de banda e retardo de transmissão. ●Provisão para extensão do protocolo: Talvez a mudança mais significativa no IPv6 seja uma transição de um protocolo que especifica inteiramente todos os detalhes, para um protocolo que pode permitir recursos adicionais. A capacidade de extensão tem o potencial para permitir que a IETF adapte o protocolo a mudanças no hardware de rede considerado ou a novos aplicativos. Formato geral de um datagrama IPv6 O IPv6 muda completamente o formato de datagrama, ficando com um cabeçalho básico de tamanho fixo seguido de zero, ou mais cabeçalhos de extensão seguidos de dados. { opcional } Cabeçalho Cabeçalho Cabeçalho ... Dados... básico de Extensão 1 de Extensão N
  • 11. 11 IPv6 - IPng Luiz Arthur Formato do cabeçalho básico do IPv6 Curiosamente, embora deva acomodar endereços maiores, um cabeçalho básico IPv6 contém menos informações do que um cabeçalho IPv4. As opções e alguns dos campos fixos que aparecem em um cabeçalho de datagrama IPv4 foram removidos para cabeçalhos de extensão no IPv6. Em geral, as mudanças no cabeçalho de datagrama refletem mudanças no protocolo: O alinhamento de comprimento de múltiplos de 32 bits para múltiplos de 64 bits. ● ●O campo de comprimento de cabeçalho foi eliminado e o campo de comprimento de datagrama foi substituído por um campo COMPRIMENTO DO PAYLOAD. ●O tamanho dos campos de endereços de origem e de destino foi aumentado para 16 octetos cada.
  • 12. 12 IPv6 - IPng Luiz Arthur ●As informações de fragmentação foram retiradas de campos fixos do cabeçalho básico, para um cabeçalho de extensão. ●O campo TEMPO DE VIDA foi substituído por um campo chamado LIMITE DE PASSOS DA ROTA. O campo TIPO DE SERVIÇO foi substituído por um campo RÓTULO DE FLUXO. ● ●O campo PROTOCOLO foi substituído por um campo que especifica o tipo do próximo cabeçalho. 0 4 16 24 32 Versão RÓTULO DE FLUXO COMPRIMENTO DO PAYLOAD PRÓXIMO CABEÇALHO LIM. PASSOS ROTA ENDEREÇO DE ORIGEM ENDEREÇO DE DESTINO
  • 13. 13 IPv6 - IPng Luiz Arthur Vários campos de um cabeçalho básico do IPv6 correspondem diretamente aos campos de um cabeçalho do IPv4. Como no IPv4, o campo inicial VERSÃO de 4 bits especifica a versão do protocolo; VERSÃO sempre contém 6 em um datagrama IPv6. Os campos ENDEREÇOS DE ORIGEM e ENDEREÇO DE DESTINO especificam os endereços do transmissor e do destinatário pretendido, no entanto cada endereço requer 16 octetos (128 bits cada). O campo LIMITE DE PASSOS DA ROTA (HOP LIMIT) corresponde ao campo de TEMPO DE VIDA (TIME TO LIVE) do IPv4. Ao contrário do IPv4, que interpreta um tempo de vida como uma combinação de contagem de passos da rota e do tempo máximo, o IPv6 interpreta o valor atribuído limite escrito ao número máximo de passos da rota que um datagrama pode fazer antes de ser descartado.
  • 14. 14 IPv6 - IPng Luiz Arthur O IPv6 trata as especificações de comprimento de datagrama de um modo novo. Primeiro, visto que o tamanho do cabeçalho básico é fixado em 40 octetos, o cabeçalho básico não inclui um campo para o comprimento do cabeçalho. Segundo, o IPv6 substitui o campo de comprimento de datagrama do IPv4 por um campo COMPRIMENTO DE CARGA (PAYLOAD) de 16 bits que especifica o número de octetos transportados em um datagrama, excluindo o próprio cabeçalho. Assim, um datagrama do IPv6 pode conter 64k de octetos de dados. Um novo mecanismo no IPv6 aceita a reserva de recursos e permite que um roteador associe cada datagrama a uma dada alocação de recursos. A abstração considerada, um fluxo, consiste e um caminho através de uma interligação em redes, ao longo do qual os roteadores intermediários garantem uma qualidade específica de serviços.
  • 15. 15 IPv6 - IPng Luiz Arthur Por exemplo, dois aplicativos que precisem enviar vídeos podem estabelecer um fluxo no qual o retardo da transmissão e a largura de banda sejam garantidos. Reciprocamente, um provedor de rede pode exigir que um assinante especifique a qualidade de serviço desejada e que, a seguir, use um fluxo para limitar o tráfego que um computador específico ou um aplicativo. O campo RÓTULO DE FLUXOS do cabeçalho básico contém informações que os roteadores usam para associar um datagrama a um fluxo e prioridade específicos. O campo está dividido em dois sub-campos. 4 BITS 24 BITS CLASSE T IDENTIFICADOR DE FLUXO Dentro do rótulo de fluxo, o campo de 4 bits CLASSET especifica a classe de tráfego para o datagrama. Valores de 0 a 7 são usados para especificar a sensibilidade ao tempo do tráfego controlado por fluxo. Valores de 8 a 15 são usados para especificar uma prioridade para tráfego não controlado por fluxo.
  • 16. 16 IPv6 - IPng Luiz Arthur O campo restante, de 24 bits, contém um IDENTIFICADOR DE FLUXO. A origem escolhe um identificador de fluxo ao estabelecer um fluxo (isto é feito aleatoriamente). Não há conflito potencial entre computadores porque um roteador usa a combinação de endereço de origem de datagrama e o identificador de fluxo, ao associar um datagrama a um fluxo específico. Para resumir, cada datagrama do IPv6 começa por um cabeçalho básico de 40 octetos que inclui campos para os endereços de origem e destino, o limite máximo de passos de rota, o rótulo de fluxo e o tipo do próximo cabeçalho. Assim, um datagrama do IPv6 deve conter no mínimo 40 octetos, além dos dados. Cabeçalho de extensão do IPv6 O paradigma de um cabeçalho básico fixo, seguido de um conjunto de cabeçalhos de extensão opcionais, foi escolhido como uma acomodação entre a generalidade e a eficiência. Para ser totalmente geral, o IPv6 precisa incluir mecanismos a fim de aceitar funções como fragmentação, roteamento de origem e autenticação.
  • 17. 17 IPv6 - IPng Luiz Arthur A opção por alocar campos fixos no cabeçalho de datagrama para todos os mecanismos não é eficaz, porque a maioria dos datagramas não usa todos os mecanismos; o grande tamanho de endereço de IPv6 exacerba a ineficiência. Por exemplo, ao envia um datagrama através de uma única rede local, um cabeçalho que contenha campos de endereços vazios pode ocupar uma parcela substancial de cada quadro. Mais importante, os projetistas verificam que ninguém pode prever quais recursos serão necessários. O paradigma de cabeçalho de extensão do IPv6 funciona de forma semelhante às opções do IPv4 - um transmissor pode optar por escolher quais cabeçalhos de extensão inclui em determinado datagrama e quais omitir. Assim, os cabeçalhos de extensão fornecem flexibilidade. Resumindo: Os cabeçalhos de extensão do IPv6 são semelhantes às opções do IPv4. Cada datagrama inclui cabeçalhos de extensão para aqueles recursos que o datagrama usa.
  • 18. 18 IPv6 - IPng Luiz Arthur Análise de um datagrama do IPv6 Cada cabeçalho básico e de extensão contém um campo PRÓXIMA CABEÇALHO. O software em roteadores intermediários e no destino final que precisa processar o datagrama deve usar o valor no campo PRÓXIMO CABEÇALHO de cada cabeçalho, para analisar o datagrama. Para extrair todas as informações de cabeçalho de datagrama do IPv6, é necessária uma pesquisa seqüencial através dos cabeçalhos. Naturalmente, analisar um datagrama do IPv6 que tem apenas um cabeçalho básico e dados é tão eficiente quanto analisar um datagrama do IPv4. Mais os roteadores intermediários raramente precisam processar todos os cabeçalhos de extensão.
  • 19. 19 IPv6 - IPng Luiz Arthur Cabeçalho Básico Segmento TCP PRÓXIMO=TCP Cabeçalho Básico Cabeçalho de Rota Segmento TCP PRÓXIMO=ROTA PRÓXIMO=TCP Cabeçalho Básico Cabeçalho de Cabeçalho de Rota PRÓXIMO= Autoridade Segmento TCP PRÓXIMO=TCP Autoridade PRÓXIMO=ROTA Três datagramas com (a) apenas um cabeçalho básico, (b) um cabeçalho básico e um de extensão e (c) um cabeçalho básico mais dois de extensão. O campo PRÓXIMO CABEÇALHO, em cada cabeçalho, especifica o tipo do cabeçalho seguinte.
  • 20. 20 IPv6 - IPng Luiz Arthur Fragmentação e remontagem do IPv6 Como o IPv4, o IPv6 planeja para que o destino final execute a remontagem do datagrama. Entretanto, os projetistas tomaram uma decisão inusitada sobre a fragmentação. Lembre-se que o IPv4 requer que um roteador intermediário fragmente qualquer datagrama que seja grande demais para a MTU da rede sobre a qual precise viajar. No IPv6, a fragmentação está restrita à própria origem. Antes de enviar tráfego, uma origem precisa executar uma técnica de Descoberta de Caminho MTU para identificar a MTU mínima ao longo do caminho até o destino. Antes de enviar um datagrama, a origem o fragmenta de tal modo que cada fragmento seja menor do que a MTU do Caminho. Assim, a fragmentação é fim- a-fim. Nenhuma fragmentação necessita ocorrer em roteadores intermediários. O cabeçalho básico do IPv6 não contém campos análogos aos campos usados para fragmentação em um cabeçalho do IPv4. Em vez disso, quando a fragmentação é necessária, a origem insere um pequeno cabeçalho de extensão após o cabeçalho básico de cada fragmento.
  • 21. 21 IPv6 - IPng Luiz Arthur O IPv6 retém grande parte da fragmentação do IPv4. Cada fragmento precisa ser um múltiplo de 8 octetos. Um bit no campo MF marca o último fragmento como o bit MAIS FRAGMENTOS do IPv4; e o campo IDENTIFICAÇÃO DE DATAGRAMA transporta uma única ID que o receptor usa para agrupar fragmentos. 0 8 16 29 31 PROX. CAB RESERVADO DESLOCAMENTO DE FRAG MF IDENTIFICAÇAO DE DATAGRAMA A conseqüência da fragmentação fim-a-fim A motivação para o uso da fragmentação fim-a-fim reside em sua habilidade para reduzir o overhead em roteadores e permitir que cada roteador lide com mais datagramas por unidade de tempo. Na realidade, o overhead de CPU, requerido para a fragmentação do IPv4, pode ser significativo – em um roteador convencional, a CPU pode chegar a 100% de utilização se o roteador fragmentar muitos ou todos os datagramas que recebe. Entretanto, a fragmentação fim-a-fim tem uma conseqüência importante: muda um pressuposto fundamental sobre a Internet.
  • 22. 22 IPv6 - IPng Luiz Arthur Para compreender a conseqüência da fragmentação fim-a-fim, lembre-se de que o IPv4 é projetado para permitir que as rotas mudem a qualquer momento. A principal vantagem de tal sistema é a flexibilidade – o tráfego pode ser roteado ao longo de um caminho alternativo, sem interromper os serviços e sem informar a origem ou destino. No IPv6, entretanto, as rotas não podem ser mudadas tão facilmente, pois uma mudança em uma deles pode também mudar a MTU de Caminho. Se a MTU de Caminho ao longo de uma nova rota for menor do que a MTU de Caminho ao longo da rota original, há duas alternativas: ou um roteador intermediário deve fragmentar o datagrama ou a origem deve ser informada. Resumindo: Um protocolo de interligação em redes que usa a fragmentação fim-a-fim requer que um transmissor descubra a MTU de Caminho para cada destino e fragmente qualquer datagrama de partida que seja maior do que a MTU de Caminho. A fragmentação fim-a-fim não concilia mudanças de rota.
  • 23. 23 IPv6 - IPng Luiz Arthur Para solucionar o problema de mudança de rota que afetam a MTU de Caminho, o IPv6 permite que os roteadores intermediários passem por IPv6 através de IPv6. Quando um roteador intermediário precisa fragmentar um datagrama, o roteador não insere um cabeçalho de extensão de fragmento, nem muda campos do cabeçalho básico. Em vez disso, o roteador intermediário cria um datagrama inteiramente novo que encapsula o datagrama original como dados. O roteador divide o novo datagrama em fragmentos, repetindo o cabeçalho básico e inserindo um cabeçalho de extensão de fragmento em cada um deles. Finalmente, o roteador envia cada fragmento ao destino final. Ali, o datagrama original pode ser formado reunindo-se em um datagrama os fragmentos chegados e extraindo-se a parte dos dados.
  • 24. 24 IPv6 - IPng Luiz Arthur fim Cabeçalho Dados Básico F1 F2 F3 Cabeçalho Cabeçalho F1 Básico Frag1 Cabeçalho Cabeçalho F2 Básico Frag2 Cabeçalho Cabeçalho F3 Básico Frag3
  • 25. 25 IPv6 - IPng Luiz Arthur Endereçamento IPv6 Em IPv6, cada endereço ocupa 16 octetos, quatro vezes o tamanho de um endereço IPv4. O espaço grande de endereço garante que o IPv6 pode tolerar qualquer esquema razoável de atribuição de endereço. De fato, se posteriormente os projetistas decidirem mudar o esquema de endereçamento, o espaço de endereço será suficientemente grande para acomodar uma nova atribuição. Embora o Ipv6 solucione os problemas de capacidade insuficiente, o tamanho grande do endereço cria um problema novo e interessante problema: as pessoas que mantêm interligações em redes precisam ler, dar entrada e manipular tais endereços. Obviamente, anotação binária é indefensável. Contudo, a notação decimal pontuada, usada para IPv4, também não torna tais endereços suficientemente compactos. Para compreender por que, considere um número de 128 bits, como um exemplo, expresso na notação decimal pontuada: 104.230.140.100.233.233.233.233.0.0.17.128.150.10.255.255
  • 26. 26 IPv6 - IPng Luiz Arthur Para ajudar o endereço a tornar-se ligeiramente mais compacto e mais fácil de dar entrada, os projetistas do IPv6 propõem o uso da notação hexadecimal de dois pontos, na qual o valor de cada conjunto de 16 bits é representado em hexadecimal separado por dois pontos. Por exemplo, quando o valor mostrado anteriormente em notação decimal pontuada tiver sido convertido em notação hexadecimal de dois pontos e impresso usando o mesmo espaçamento, ele se tornará: 68E6:8C64:FFFF:FFFF:0:1180:96A:FFFF A notação hexadecimal de dois pontos tem a vantagem óbvia de requerer menos dígitos e menos caracteres separados do que a decimal pontuada. Além disso, a notação hexadecimal de dois pontos inclui duas técnicas que a tornam extremamente útil. Primeiro, a notação hexadecimal de dois pontos permite a compressão de zero, em que um string de zeros repetidos é substituído por um par de dois pontos. Por exemplo o endereço: FF05:0:0:0:0:0:0B3 pode ser escrito: FF01::B3
  • 27. 27 IPv6 - IPng Luiz Arthur Para assegurar que a compressão de zero produz uma interpretação não-ambígua, a proposta determina que ela pode ser aplicada apenas um vez em qualquer endereço. A compressão de zero é especialmente útil quando usada com o esquema zero contíguos. Segundo, a notação hexadecimal de dois pontos incorpora sufixos de notação hexadecimal pontuada. Veremos que tais combinações destinam-se ao uso durante a transição do IPv4 para IPv6. Por exemplo, o string a seguir é uma notação hexadecimal válida, de dois pontos: 0:0:0:0:0:0:128.10.2.1 Observe que, embora os números separados cada um por dois pontos especifiquem o valor de uma quantidade de 16 bits, cada número de parte de notação hexadecimal pontuada especifica o valor de um octeto. Naturalmente, a compressão de zero pode ser usada com o número acima a fim de produzir um string equivalente de notação hexadecimal de dois pontos que parece ser totalmente semelhante a um endereço de IPv4: ::128.10.2.1
  • 28. 28 IPv6 - IPng Luiz Arthur Três tipos básicos de endereço do IPv6 Como o IPv4, o IPv6 associa um endereço a uma conexão de rede específica, não a um computador específico. Assim, atribuições de endereço são semelhantes a IPv4: um roteador IPv6 tem dois ou mais endereços, e um host IPv6 com uma conexão de rede precisa de apenas um endereço. O IPv6 também retem (e estende) a hierarquia de endereço de IPv4 em que um prefixo é atribuído a uma rede física. Entretanto, para facilitar a atribuição e a modificação de endereço, o IPv6 permite que vários prefixos sejam atribuídos a determinada rede e permite que um computador tenha vários endereços simultâneos atribuídos a determinada interface. Além de permitir vários endereços simultâneos por conexão de rede, o IPv6 expande e, em alguns casos, unifica endereços especiais do IPv4. Geralmente, um endereço de destino de um datagrama situa-se em uma das três categorias a seguir: Unicast: O endereço de destino especifica um único computador (host ou roteador); o datagrama deverá ser roteado para o destino ao longo do caminho mais curto possível;
  • 29. 29 IPv6 - IPng Luiz Arthur Cluster (anycast): O destino é um conjunto de computadores que juntos dividem um único prefixo de endereço (ex. vinculam-se à mesma rede física). O datagrama deverá ser roteado para o grupo ao longo de um caminho o mais curto possível e, então, entregue a exatamente um membro do grupo (ex: o membro mais próximo). Multicast: O destino é um conjunto de computadores, possivelmente em diversos locais. Uma cópia do datagrama será entregue a cada membro do grupo usando hardware multicast ou broadcast, conforme o caso A dualidade de difusão e multicast O IPv6 não usa os termos difusão (broadcast) ou difusão direta para se referir à entrega a todos os computadores de uma rede física ou sub-rede lógica IP. Em vez disso, usa o termo multicast e trata difusão com uma forma especial de multicast. De fato, um engenheiro de hardware envia um pacote de multicast a todos os computadores de uma rede, exatamente como um pacote broadcast, e o hardware de interface de cada computador filtra todos os pacotes de multicast, exceto aqueles que o software tenha instruído o hardware de interface a aceitar. Na teoria, a escolha entre multicast e formas limitadas de difusão é irrelevante, visto que uma pode ser simulada com a outra. Isto é difusão e multicast são duplos de uma outra que oferece a mesma funcionalidade.
  • 30. 30 IPv6 - IPng Luiz Arthur Atribuição do espaço de endereço do IPv6 proposto A questão de como compartilhar o espaço de endereço tem gerado muita polêmica. Há dois pontos centrais: como gerenciar as atribuições de endereço e como mapear um endereço para uma rota. O primeiro ponto focaliza o problema prático de delinear uma hierarquia de autoridade. Ao contrário da Internet atual, que usa uma hierarquia de dois níveis de prefixo de rede (atribuído pela autoridade da Internet) e de sufixo de host (atribuído pela organização), o grande espaço de endereço no IPv6 permite uma hierarquia de vários níveis ou várias hierarquias. O segundo ponto focaliza a eficácia computacional. Independente da hierarquia de autoridade que atribui endereços, um roteador deve examinar cada datagrama e escolher um caminho para o destino. Para manter baixo o custo de roteadores de alta velocidade, o tempo de processamento exigido para escolher um caminho deve ser mantido curto.
  • 31. 31 IPv6 - IPng Luiz Arthur Prefixo binário Tipo de endereço Parte do espaço de endereço 0000 0000 Reservado (compatível com IPv4) 1/256 0000 0001 Reservado 1/256 0000 001 Endereços NSAP 1/128 0000 010 Endereços IPX 1/128 0000 011 Reservado 1/128 0000 110 Reservado 1/128 0000 111 Reservado 1/128 0001 Reservado 1/16 001 Reservado 1/8 010 Provedor – Unicast Atribuído 1/8 011 Reservado 1/8 100 Reservado para Geográfico 1/8 101 Reservado 1/8 110 Reservado 1/8 1110 Reservado 1/16 1111 0 Reservado 1/32 1111 10 Reservado 1/64 1111 110 Reservado 1/128 1111 1110 Disponível para Uso Local 1/256 1111 1111 Usado para Multicast 1/256
  • 32. 32 IPv6 - IPng Luiz Arthur Os projetistas propõem a atribuição de classes de endereços de modo semelhante ao esquema usado para IPv4. Embora os primeiros oito bits de um endereço sejam suficientes para identificar seu tipo, o espaço de endereço não é partilhado em seções de igual tamanho. Codificação e transição do endereço IPv4 Mais de 72% do espaço foi reservado para uso futuro, sem incluir a seção reservada para endereços geográficos. Embora o prefixo 0000 0000 tenha o rótulo reservado, os projetistas planejam usar nessa seção uma pequena fração de endereços para codificar endereços de IPv4. Em particular, qualquer endereço que comece com 80 bits zero (0) seguidos de 16 bits um (1) ou 16 bits zero (0) contém um endereço IPv4 para IPv6, por duas razões. Primeira, um computador pode escolher uma atualização de software do IPv4 para IPv6 antes que lhe tenha sido atribuído um endereço válido do IPv6. Segundo, um computador que execute o software do IPv6 pode ter necessidade de se comunicar com outro que execute apenas o software do IPv4.
  • 33. 33 IPv6 - IPng Luiz Arthur Dispor de uma forma de codificar um endereço IPv4 em um endereço de IPv6 não soluciona o problema de tornar as duas versões inter-operacionais. Além da codificação de endereço, a conversão é necessária. Para usar um conversor, um computador IPv6 gera um datagrama que contenha a codificação do IPv6 do endereço de destino do IPv4. O computador do IPv6 envia o datagrama para um conversor que usa IPv4 para se comunicar com o destino. Quando o conversor recebe uma resposta do destino, converte o datagrama do IPv4 para IPv6 e o devolve à origem do Ipv6. Provedores, assinantes e hierarquia de endereços Um exemplo ajudará a esclarecer como os projetistas imaginam o uso de endereços de IPv6. Considere um provedor de acesso a rede (NAP). Determinada companhia oferece a conexão à Internet a clientes a quem vamos chamar de assinantes. Para permitir que tais provedores aloquem endereços, a autoridade da Internet atribui a cada um deles um único identificador. O provedor pode, assim, atribuir um bloco de endereços. O assinante então atribui um único ID a cada rede física e um único ID de nó a cada computador de cada rede.
  • 34. 34 IPv6 - IPng Luiz Arthur 010 ID Provedor ID do Assinante ID Sub-Rede ID do HOST Prefixo do Provedor Prefixo do Assinante Prefixo da sub-rede Assim, cada prefixo sucessivamente mais tem um nome. O string inicial 010 identifica o endereço como o tipo atribuído ao provedor. Para tais endereços, o prefixo do provedor inclui o tipo de endereço, mais a ID do provedor. O prefixo do assinante abrange o prefixo do provedor mais a ID do assinante. Finalmente, o prefixo da sub-rede inclui o prefixo do assinante mais as informações da sub-rede. Os projetistas recomendam que o campo ID de nó contenha ao menos 48 bits, para permitir que sejam usados os endereços estilho 802 da IEEE. Assim, será possível que um nó do IPv6 use seu endereço da Ethernet como sua ID de nó. Embora o formato de endereço mostrado anteriormente implique uma hierarquia de 4 níveis, uma organização pode apresentar níveis adicionais, dividindo o campo ID de sub-rede em vários campos. Já que o grande espaço de endereço de IPv6 permite a divisão em muitas partes.
  • 35. 35 IPv6 - IPng Luiz Arthur fim