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Lisboa, 11 de Março de 2015
SIRM
Estudo do metabolismo eritrocitário
78125 | Carolina Correia
78680 | Luís Rita
78127| Rui Infante
2
Resumo
Neste primeiro trabalho pretendeu-se, principalmente, compreender o metabolismo
eritrocitário e as melhores condições para a ocorrência do mesmo, tais como a temperatura
ideal a que ocorre a glicólise e a fermentação láctica, processos estes que transformam a
glicose em piruvato e de seguida em lactato, e o conhecimento de métodos de determinação
da concentração de glicose e lactato numa amostra de sangue, incubando esta a diferentes
temperaturas, recorrendo à desproteinização de soluções que, desnaturando proteínas,
conseguem parar determinadas reações e, finalmente, do método espectrofotométrico para a
determinação de concentrações de diferentes compostos, através da relação entre a
quantidade relativa de radiação absorvida pela amostra e a concentração de um dado
composto.
Após a realização deste trabalho, conclui-se que os processos em estudo ocorrem
preferencialmente a 37˚C (em comparação com 4˚C), uma vez que se verificou uma maior
concentração de glicose consumida ([Glicose]consumida = 2,74 mM) e de lactato produzido
([Lactato]produzido = 4,185 mM) a esta temperatura, obtendo-se uma razão molar (𝑅 𝑀 =
[𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜] 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜
[𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒] 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎
) aproximadamente igual a 1,53. Sabendo, desde início, que o valor esperado
seria 𝑅 𝑀 ligeiramente menor que 2, calculou-se um erro relativo de 23,5%, concluindo-se que
na concretização do método existiram erros experimentais que contribuíram para o desvio
verificado.
3
Introdução teórica
Nesta introdução teórica será feita menção a células, vias metabólicas e processos
experimentais que têm relevância para a concretização e compreensão deste trabalho.
Sangue - eritrócitos
O eritrócito é uma das células constituintes do sangue, sendo
responsável pelo transporte de O2 e por uma parte do transporte de
CO2. São células altamente especializadas, produzidas na
eritropoiese, processo no qual perdem o seu núcleo e os restantes
organelos, associando-se a uma molécula especializada no transporte
de O2, a hemoglobina. Por outro lado, apresentam uma forma
bicôncava, característica que permite a rápida transferência de
oxigénio para fora e dentro da célula.
Glicólise
Para que o eritrócito possa obter energia, este recorre à
glicólise. A glicólise ocorre no citoplasma e envolve a oxidação de
glicose em piruvato. Este processo encontra-se dividido em três
fases: a ativação, clivagem e oxidação, e obtenção de ATP.
Na primeira, utilizam-se duas moléculas de ATP, para ativar a
glicose e a transformar em frutose-1,6-bifosfato. Na segunda, esta é clivada e dá origem a dois
gliceraldeídos-3-fosfato. Finalmente, através da oxidação destes
compostos, ocorre a redução do NAD+
a NADH. Paralelamente
formam-se 4 moléculas de ATP. Assim, são obtido como produtos
finais: duas moléculas de ácido pirúvico, duas moléculas de NADH e
um rendimento energético de duas moléculas de ATP.
O NADH tem de ser regenerado à forma oxidada, pois as
quantidades celulares de NAD+
são limitadas. Não possuindo
mitocôndrias, o eritrócito recorre à fermentação láctica para
regenerar NAD+
. Fig. 2 – Esquema da fermentação lática.
Fig. 1 – Esquema da glicólise.
4
Fermentação lática, respiração aeróbia e via das pentoses-fosfato
A fermentação lática consiste na conversão do piruvato a lactato com a oxidação do
NADH a NAD+
, processo realizado pela lactato-desidrogenase. A partir de uma molécula de
glicose se obtém duas de piruvato, assim, a razão molar - razão teórica entre a quantidade de
lactato produzido e de glicose consumida, é:
𝑅 𝑀 =
𝑛º 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑙𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜
𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑔𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎
=
2
1
= 2
Contudo, nem todo o
piruvato passa pela fermentação
lática. Parte pode ser utilizada por
outras células sanguíneas, como os
leucócitos, para a respiração
aeróbia. Nesse caso, quando passa
para a mitocôndria, é
transformado primeiramente em
acetil-CoA, entrando de seguida no
ciclo de Krebs. Finalmente, ocorre
a fosforilação oxidativa.
Por outro lado, nem toda a
glicose origina piruvato: na primeira reação da glicólise, forma-se glucose-6-fosfato, a partir de
glicose. A glicose-6-fosfato é utilizada numa via metabólica de elevada importância para os
eritrócitos: a via das pentoses-fosfato.
Esta via permite que haja produção de
poder redutor sob a forma de NADPH, síntese
de pentoses e o catabolismo de pentoses
provenientes da alimentação. A via pode ser
dividida em duas fases: fase oxidativa
irreversível e a fase não oxidativa de
interconversões reversíveis. Na primeira, a
glicose-6-fosfato transforma-se em ribose-5-
fosfato havendo produção de NADPH.
Fig. 3 – Esquema da fase oxidativa da via dos fosfatos de pentose.
Fig. 4 – Esquema da fase não oxidativa da via dos fosfatos de pentose.
5
Na segunda, ocorrem interconversões reversíveis de fosfatos de oses, permitindo a
obtenção de glicose 6-fosfato. Consequentemente, sintetiza-se mais ribose-5-fosfato e, assim,
mais NADPH.
O NADPH é uma co-enzima que participa na redução do glutatião. O glutatião evita a
danificação de constituintes celulares, prevenindo a formação de espécies reativas de O2,
salientando-se assim a sua grande importância no eritrócito, que está constantemente exposto
ao oxigénio e às suas espécies reativas.
Espectrofotometria e Lei de Lambert-Beer
Os espectrofotómetros avaliam a absorvância de um
material. Esta é uma propriedade que mede a capacidade dele
absorver radiação com uma frequência específica, baseando-se no
princípio que muitas espécies têm de absorver radiação visível e
ultravioleta.
Para medir a absorvância, a amostra é colocada no interior
de um recipiente com duas faces transparentes, uma cuvette,
no interior do espectrofotómetro. Para um determinado
comprimento de onda, vai ser emitida luz, com uma certa
intensidade I0, que passará através da cuvette. Visto que parte
da radiação é absorvida pela amostra teremos depois uma intensidade I menor, que será
posteriormente percecionada pelo detetor do espectrofotómetro. Assim, a absorvância é dada
por:
𝐴 = log10
𝐼0
𝐼
De seguida, utilizando a lei de Lambert-Beer é possível obter a concentração da amostra.
Esta dita que a absorvância de uma amostra é diretamente proporcional à concentração da
amostra, segundo a seguinte equação:
𝐴 = 𝛼𝑙𝑐
Em que 𝛼 é o coeficiente de extinção molar (mol-1
L-1
cm-1
), l é o comprimento da cuvette
onde está colocada a amostra e c é a concentração da mesma.
I0
I
0
Fig. 5 – Esquema representativo da absorvância de uma
substância de concentração c e coeficiente de extinção
molar 𝛂.
6
Procedimento Experimental
FASE 1
O primeiro passo da experiência consistiu em separar uma amostra de sangue em 3 porções,
com finalidades distintas. Ao contrário da t0 que seguiu diretamente para o procedimento de
desproteinização, as outras 2 foram incubadas a temperaturas diferentes (t’60 – 4˚C; t60 – 37˚C).
A realização deste passo permitirá, mais tarde, estudar a evolução das concentrações de
lactato e glicose, a diferentes temperaturas, nas respetivas amostras de sangue (por outras
palavras, metabolismo eritrocitário). O período de incubação prolongou-se por cerca de 60
minutos.
Obtenção de desproteinizados para determinação da concentração de glicose
Após a incubação, foram criadas mais duas soluções: “Branco” e “Padrão”. A primeira terá
como objetivo a posterior calibração do espetrofotómetro e a segunda utilizar-se-á como
ponto de referência dos valores que se obterão mais à frente (os valores das absorvâncias
desta solução permitirão calcular, mais tarde, as concentrações de glicose nas amostras). A
grande importância da amostra “Padrão” reside no facto de se conhecer a concentração de
glicose e, portanto, permitir estabelecer uma relação concentração/absorvância. O método de
conceção do “Branco” prendeu-se exclusivamente à adição de 1000 µL de H2O destilada a um
eppendorf, por outro lado, a solução “Padrão” obteve-se adicionando uma quantidade
ligeiramente inferior de água (900 µL) e 100 µL de uma solução padrão de glicose.
Às restantes soluções (G0, G60 e G’60) que continham as amostras de sangue, também se
adicionou água destilada com o intuito de causar a hemólise (lise celular) e, assim, se diluir a
hemoglobina.
As amostras de sangue previamente preparadas serão alvo de algumas modificações ao seu
nível físico-químico, nomeadamente: adicionar-se-á uma base forte que causará a
desnaturação das proteínas presentes (500 µL de Hidróxido de Bário) e um outro composto
químico que fará com que as mesmas precipitem (500 µL de Sulfato de Zinco). Com intuito de
homogeneizar as soluções anteriores, utilizou-se o vórtex. De seguida, procedeu-se à
centrifugação destes compostos, para tornar viável a extração do sobrenadante, presente à
superfície de cada uma das soluções, para um novo eppendorf de 1,5 mL. Por fim, guardaram-
se as amostras desproteinizadas e as soluções “Padrão” e “Branco”. Estas desproteinizações
foram vitais, uma vez que permitiram que os níveis de glicose se mantivessem os mesmos até
à aula seguinte (os eritrócitos presentes no sangue são uma das principais responsáveis pela
7
alteração destes valores, assim sendo, o método descrito incidiu essencialmente em removê-
las do meio).
Obtenção de desproteinizados para determinação da concentração de lactato
Paralelamente, prepararam-se outras 3 soluções, agora com o intuito de registar as
concentrações finais de lactato. Para tal transferiu-se cerca de 500 µL de sangue de cada um
dos tubos (t0, t60 e t’60) para outros 3 eppendorfs de 1,5 mL. Nesta fase, adicionou-se 500 µL de
um ácido muito forte (ácido perclórico) a cada uma das soluções, de modo a que as proteínas
presentes nas mesmas desnaturassem e precipitassem no fundo do eppendorf. Uma vez mais,
homogeneizaram-se os tubos no vórtex para de seguida proceder à centrifugação do conteúdo
presente nos mesmos. Este processo é necessário para, posteriormente, se remover 400 µL do
sobrenadante para outros 3 tubos de eppendorf. Cujo destino final foi, inevitavelmente, o seu
armazenamento até à aula seguinte (amostras guardadas a -20˚C). A intenção da desnaturação
das amostras é a mesma que anteriormente, com exceção de que agora se pretende que
sejam os níveis de lactato a permanecerem imutáveis.
FASE 2
Determinação da concentração de glicose
Apenas nesta segunda aula prática se atingiram os objetivos propostos desde início. Graças a
uma “Mistura de reação” foi possível realizar 2 reações químicas importantíssimas para a
determinação da glicose presente nas amostras. A importância destas transformações, tem
por base o facto de não se determinar a concentração de glicose diretamente, mas sim a de
quinoneimina (produto final desta
cadeia de 2 reações - Fig. 6). A
adição deste composto também se
verificou nas outras 2 soluções de
“Branco” e “Padrão”. Feito isto,
agitaram-se os tubos por inversão
(de modo a homogeneizar as
soluções presentes nos mesmos).
Por fim, incubaram-se as amostras
a 37˚C durante 10 minutos e
aguardou-se que as enzimas adicionadas anteriormente (glicose oxidase e peroxidase)
catalisassem as 2 reações fundamentais de formação de quinoneimina. O último passo
consistiu, naturalmente, na medição das absorvâncias de cada uma das amostras, utilizando
Fig. 6 – Conjunto de reações que conduzem à produção de quinoneimina, a partir de uma molécula
de glicose.
8
como fator de calibração a solução “Branco” preparada inicialmente (este processo foi
realizado no espetrofotómetro). Antes de se proceder às respetivas leituras, teve de se
transferir as soluções de interesse para o interior de 4 cuvettes diferentes e, agora sim, ligar o
aparelho e dar início ao procedimento (um dos cuidados a ter neste ponto foi assegurar que as
2 faces translúcidas das cuvettes estavam numa posição que permitia a passagem do feixe de
radiação a partir das mesmas. Uma vez com os dados das absorvâncias disponíveis tornou-se
possível calcular a concentração de glicose em cada uma das amostras, recorrendo à seguinte
fórmula:
[𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒] =
𝐴𝑏𝑠 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
𝐴𝑏𝑠 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜
∗ 100 (mg/dL)
Representando o valor 100, a concentração da solução “Padrão” – a tal solução de referência
que se mencionou anteriormente.
Determinação da concentração de lactato
Paralelamente ao procedimento anterior, procedeu-se à preparação das amostras para a
determinação da concentração de lactato. Tal como anteriormente, não se determinou
diretamente a concentração do substrato de interesse, mas sim de um outro produto de
reação – NADH (Fig. 7).
Nesta fase prepararam-se 5 soluções distintas
– “Branco”, “Controlo do método” e 3 amostras
contendo os desproteinizados: L0, L60 e L’60. O objetivo do “Controlo do método” nesta fase,
tem por base a síntese de uma solução que permitirá retirar conclusões acerca do
funcionamento do método descrito.
A preparação do “Branco” consistiu simplesmente na adição de tampão hidrazina, água
destilada, ácido perclórico e NAD+
a um eppendorf. O “Controlo do método” foi preparado de
um modo mais ou menos semelhante ao anterior, no entanto, não se adicionou água destilada
e juntou-se solução padrão de L-lactato.
As amostras L0, L60 e L’60 foram elaboradas recorrendo apenas ao tampão hidrazina, aos
desproteinizados e ao NAD+
. O tampão hidrazina tem um papel fundamental, na medida em
que impede que o piruvato posteriormente formado volte a reagir com o NADH para formar
lactato, ajudando assim a garantir que todo o lactato é convertido em piruvato.
Finalmente, procedeu-se à leitura das absorvâncias de cada uma das amostras anteriores,
contra o branco, ao comprimento de onda de 340 nm (Abs1). Feito isto, foi necessário recolher
Fig. 7 – Reação de formação de NADH.
9
as amostras para novos tubos de eppendorf e agora adicionar 10,8 µL de uma enzima que
catalisará a reação de lactato em piruvato (lactato desidrogenase - LDH), com uma
consequente produção de NADH. Uma vez terminado isto, incubaram-se as amostras por 30
minutos a 37˚C (temperatura ótima de ação desta enzima, permitiu minimizar o tempo de
espera, sem comprometer a ação da mesma) e procedeu-se novamente à leitura das
absorvâncias de cada uma (Abs2).
Recolheram-se os dados obtidos, e a partir das seguintes fórmulas obtiveram-se as
concentrações de lactato do “Controlo do Método” e das amostras, respetivamente:
[𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜] = 7,5 × ∆𝐴𝑏𝑠 (𝑚𝑀)
[𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜] = 6,94 × ∆𝐴𝑏𝑠 (𝑚𝑀)
Resultados
Glicose
Absorvância de cada uma das soluções contra o “Branco”:
s Branco Padrão G0 G60 G’60
Abs 0,000 0,150 0,119 0,045 0,098
Cálculo da concentração de glicose em cada solução:
[𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒] =
𝐴𝑏𝑠 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
𝐴𝑏𝑠 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜
× 100 (mg/dL)
s Branco Padrão G0 G60 G’60
[Glicose]
(mg/dL)
0,000 100 79,3 30,0 65,3
Cálculo da concentração de glicose consumida a diferentes temperaturas:
[𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎]4℃ = [𝐺0] − [𝐺′
60] (mg/dL)
[𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎]37℃ = [𝐺0] − [𝐺60] (mg/dL)
Temperatura (˚C) [Glicose Consumida] (mg/dL)
4 14
37 49,3
I
II
III
10
Lactato
Absorvância de cada uma das soluções contra o “Branco” (antes de se adicionar LDH):
s Branco Controlo L0 L60 L’60
Abs1 0,000 0,009 0,064 0,060 0,066
Absorvância de cada uma das soluções contra o “Branco” (depois de se adicionar LDH):
s Branco Controlo L0 L60 L’60
Abs2 0,000 0,592 0,191 0,790 0,245
Cálculo da concentração de lactato presente em cada solução:
[𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜] = 7,5 × ∆𝐴𝑏𝑠 (𝑚𝑀) – “Controlo do método”
[𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜] = 6,94 × ∆𝐴𝑏𝑠 (𝑚𝑀) – Amostras (L0, L60, L’60)
s Branco Controlo L0 L60 L’60
[Lactato]
(mM)
0,000 4,373 0,881 5,066 1,242
Cálculo da concentração de lactato produzida:
[𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜]4℃ = [𝐿′60] − [𝐿0] (mM)
[𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜]37℃ = [𝐿60] − [𝐿0] (mM)
Temperatura (˚C) [Lactato Produzido] (mM)
4 0,361
37 4,185
IV
V
VI
VII
11
RM
Razão molar entre a concentração de lactato produzida e a concentração de glicose consumida
a 37 ˚C.
[𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠. ]37℃ = 49,3 mg/dL
Mudança de unidades:
1 𝑑𝐿 = 0,1 𝐿
0,1 𝐿 = 0,1 𝑑𝑚3
Existem 0,0493 g de glicose em 0,1 dm3
.
1
0,1
∗ 0,0493 = 0,493 𝑔
Existem 0,493 g de glicose em 1 dm3
deste composto.
1 𝑚𝑜𝑙 (𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒) ≈ 180 𝑔
0,493
180
≈ 0,00274 𝑚𝑜𝑙/𝑑𝑚3
= 2,74 𝑚𝑚𝑜𝑙/𝑑𝑚3
= 2,74 𝑚𝑀
Cálculo da razão molar:
𝑅 𝑀𝑜𝑙𝑎𝑟 =
[𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑. ]37℃
[𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠. ]37℃
≈ 1,53
Glicose - C6H12O6
C – 12 g/mol
H – 1 g/mol
O – 16 g/mol
Massas molares teóricas e
aproximadas de cada elemento.8
12
Discussão e Conclusões
A partir dos resultados obtidos, é possível estudar tanto o efeito do tempo de
incubação como o efeito da temperatura no metabolismo eritrocitário.
Como se constatou, a amostra t0 não foi submetida à incubação e a sua
desproteinização (processo de remoção de proteínas, como a hemoglobina dos eritrócitos e as
enzimas envolvidas na glicólise – por exemplo, a glicocinase) foi imediata. Deste modo, o
metabolismo “para”, isto é, deixa de ocorrer glicólise (transformação de glicose em piruvato)
e, consequentemente, fermentação láctica (conversão de piruvato em lactato). Ou seja, em t0
não existiu tempo suficiente para que pudessem ocorrer estes processos e a glicose não se
converteu em lactato.
Assim, como era de esperar, verificou-se que a amostra de sangue que continha maior
concentração de glicose era a G0 (79,3 mg/dL) e, simultaneamente, a solução L0 era a que
possuía menor concentração de lactato (0,881 mM).
Por outro lado, contrariamente a t0, as amostras t60 e t’60 foram incubadas,
respetivamente, num banho de água a 37°C e no frigorífico a 4°C. Esta diferença de
temperaturas levou a resultados distintos nas concentrações de glicose e lactato, os quais nos
permitiram averiguar qual das temperaturas era a mais favorável para a ocorrência do
metabolismo da glicose.
Desta forma, o valor para a concentração de glicose em G’60 (65,3 mg/dL) foi maior do
que em G60 (30,0 mg/dL) e, por outro lado, a concentração de lactato em L60 (5,066 mM) foi
maior do que em L’60 (1,242 mM).
A obtenção de tais valores, levaram então a concluir que o metabolismo eritrocitário é
favorecido por temperaturas mais altas: em t60, ao ocorrer uma maior transformação de
glicose em piruvato, maior é a atividade de LDH, e maior é a conversão de piruvato em lactato.
Logo, esta amostra tem maior concentração de lactato e menor de glicose.
Esta primeira conclusão já seria de esperar, pois para além da temperatura corporal
humana ser de aproximadamente 37°C, esta é também a temperatura ótima de atuação de
enzimas, como as da glicólise, favorecendo assim esta via metabólica. Por outro lado, pode-se
verificar que as temperaturas baixas constituem um “inibidor enzimático”.
Em suma, os resultados obtidos estão de acordo com o que era expectável, pois
quanto mais tempo as células tiverem para consumir glicose (assumindo que esta está
13
inicialmente presente na mesma quantidade em todas as amostras) e quanto mais favorável
for a temperatura do meio onde se encontram, maior será a concentração de lactato presente
nas soluções.
Relativamente à razão molar entre a concentração de lactato produzida e a
concentração de glicose consumida, esta foi de 1,53.
𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 + 2𝐴𝐷𝑃 + 2𝑃𝑖 + 2𝑁𝐴𝐷+
→ 2𝑃𝑖𝑟𝑢𝑣𝑎𝑡𝑜 + 2 𝐴𝑇𝑃 + 2𝑁𝐴𝐷𝐻 + 2 𝐻2 𝑂 + 2 𝐻+
2𝑃𝑖𝑟𝑢𝑣𝑎𝑡𝑜 + 2𝑁𝐴𝐷𝐻 + 2 𝐻+
→ 2𝑁𝐴𝐷+
+ 2𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜
Tal como se pode ver pela estequiometria das reações, a razão molar ideal seria de 2, uma vez
que, por cada molécula de glicose, são produzidas duas de lactato. Contudo, o valor que se
obteve foi inferior a 2 e com um erro relativo de 23,5%, o que nos indica, à partida, que nem
toda a glicose se transformou em lactato.
𝐸𝑟(%) =
|𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜|
|𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜|
∗ 100 =
2 − 1,53
2
∗ 100 = 23,5%
No entanto, estes valores podem ser justificados por diversas razões, sendo uma delas
a existência de erros sistemáticos ao longo do procedimento devido, por exemplo, à
inexperiência na pipetagem com micropipetas (diluições, perdas, contaminação das amostras
ou dificuldade em acertar nas unidades de medição), à medição incorreta dos resultados (erros
de leitura no espectrofotómetro), à má calibração das micropipetas, ou até mesmo à influência
das condições do meio (pH e temperatura).
Para além disso, existem ainda outras causas para a diminuição da formação de lactato
que fazem com que a razão molar seja, naturalmente, inferior a 2. Em primeiro lugar, é
importante salientar que nem todo o piruvato vai para a fermentação láctica: pode também
ser utilizado pelos leucócitos na respiração aeróbia.
Por outro lado, os eritrócitos possuem três vias diferentes alternativas à glicólise: a via
dos fosfatos de pentose (para a qual é direcionada a glicose-6-fosfato em excesso); pode
ocorrer a conversão do 1,3-difosfoglicerato em 2,3-difosfoglicerato (pela Bifosfoglicerato
mutase); a meta-hemoglobina redutase pode converter a meta-hemoglobina em hemoglobina
com consumo de NADH (inibindo a fermentação láctica).
14
Por último, deve-se também ter em conta o facto de que as reações químicas ocorridas
podem não ter sido completas ou podem ter tomado parcialmente o sentido inverso, para
além de não terem ocorrido nas condições ótimas de ação enzimática.
Assim, uma das alterações que se poderia ter feito no protocolo de modo a obter uma
razão molar mais próxima do valor teórico passa, essencialmente, pelo prolongamento do
tempo de incubação, uma vez que desta forma se tornaria mais provável que as reações
fossem completas.
15
Bibliografia
Figuras
1 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Glicolise-gliconeogenese.png
2 -
http://pt.wikipedia.org/i/Ficheiro:Esquema_Fermenta%C3%A7%C3%A3o_l%C3%A1ctica1.jpg
3 - http://spdbv.vital-it.ch/TheMolecularLevel/LearnStrats/Images/PPPWay.gif
4 - http://www.studydroid.com/imageCards/0m/mv/card-23821370-front.jpg
5 - http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/b/bf/Beer_lambert1.png
6 - Guia de laboratório (1ª e 2ª Aula Prática)
7 - Guia de laboratório (1ª e 2ª Aula Prática)
Dados
8 - http://www.tabelaperiodicacompleta.com/wp-content/uploads/2011/12/tabela-periodica-
completa.png

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Estudo do Metabolismo Eritrocitário

  • 1. Lisboa, 11 de Março de 2015 SIRM Estudo do metabolismo eritrocitário 78125 | Carolina Correia 78680 | Luís Rita 78127| Rui Infante
  • 2. 2 Resumo Neste primeiro trabalho pretendeu-se, principalmente, compreender o metabolismo eritrocitário e as melhores condições para a ocorrência do mesmo, tais como a temperatura ideal a que ocorre a glicólise e a fermentação láctica, processos estes que transformam a glicose em piruvato e de seguida em lactato, e o conhecimento de métodos de determinação da concentração de glicose e lactato numa amostra de sangue, incubando esta a diferentes temperaturas, recorrendo à desproteinização de soluções que, desnaturando proteínas, conseguem parar determinadas reações e, finalmente, do método espectrofotométrico para a determinação de concentrações de diferentes compostos, através da relação entre a quantidade relativa de radiação absorvida pela amostra e a concentração de um dado composto. Após a realização deste trabalho, conclui-se que os processos em estudo ocorrem preferencialmente a 37˚C (em comparação com 4˚C), uma vez que se verificou uma maior concentração de glicose consumida ([Glicose]consumida = 2,74 mM) e de lactato produzido ([Lactato]produzido = 4,185 mM) a esta temperatura, obtendo-se uma razão molar (𝑅 𝑀 = [𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜] 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 [𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒] 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 ) aproximadamente igual a 1,53. Sabendo, desde início, que o valor esperado seria 𝑅 𝑀 ligeiramente menor que 2, calculou-se um erro relativo de 23,5%, concluindo-se que na concretização do método existiram erros experimentais que contribuíram para o desvio verificado.
  • 3. 3 Introdução teórica Nesta introdução teórica será feita menção a células, vias metabólicas e processos experimentais que têm relevância para a concretização e compreensão deste trabalho. Sangue - eritrócitos O eritrócito é uma das células constituintes do sangue, sendo responsável pelo transporte de O2 e por uma parte do transporte de CO2. São células altamente especializadas, produzidas na eritropoiese, processo no qual perdem o seu núcleo e os restantes organelos, associando-se a uma molécula especializada no transporte de O2, a hemoglobina. Por outro lado, apresentam uma forma bicôncava, característica que permite a rápida transferência de oxigénio para fora e dentro da célula. Glicólise Para que o eritrócito possa obter energia, este recorre à glicólise. A glicólise ocorre no citoplasma e envolve a oxidação de glicose em piruvato. Este processo encontra-se dividido em três fases: a ativação, clivagem e oxidação, e obtenção de ATP. Na primeira, utilizam-se duas moléculas de ATP, para ativar a glicose e a transformar em frutose-1,6-bifosfato. Na segunda, esta é clivada e dá origem a dois gliceraldeídos-3-fosfato. Finalmente, através da oxidação destes compostos, ocorre a redução do NAD+ a NADH. Paralelamente formam-se 4 moléculas de ATP. Assim, são obtido como produtos finais: duas moléculas de ácido pirúvico, duas moléculas de NADH e um rendimento energético de duas moléculas de ATP. O NADH tem de ser regenerado à forma oxidada, pois as quantidades celulares de NAD+ são limitadas. Não possuindo mitocôndrias, o eritrócito recorre à fermentação láctica para regenerar NAD+ . Fig. 2 – Esquema da fermentação lática. Fig. 1 – Esquema da glicólise.
  • 4. 4 Fermentação lática, respiração aeróbia e via das pentoses-fosfato A fermentação lática consiste na conversão do piruvato a lactato com a oxidação do NADH a NAD+ , processo realizado pela lactato-desidrogenase. A partir de uma molécula de glicose se obtém duas de piruvato, assim, a razão molar - razão teórica entre a quantidade de lactato produzido e de glicose consumida, é: 𝑅 𝑀 = 𝑛º 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑙𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑔𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 = 2 1 = 2 Contudo, nem todo o piruvato passa pela fermentação lática. Parte pode ser utilizada por outras células sanguíneas, como os leucócitos, para a respiração aeróbia. Nesse caso, quando passa para a mitocôndria, é transformado primeiramente em acetil-CoA, entrando de seguida no ciclo de Krebs. Finalmente, ocorre a fosforilação oxidativa. Por outro lado, nem toda a glicose origina piruvato: na primeira reação da glicólise, forma-se glucose-6-fosfato, a partir de glicose. A glicose-6-fosfato é utilizada numa via metabólica de elevada importância para os eritrócitos: a via das pentoses-fosfato. Esta via permite que haja produção de poder redutor sob a forma de NADPH, síntese de pentoses e o catabolismo de pentoses provenientes da alimentação. A via pode ser dividida em duas fases: fase oxidativa irreversível e a fase não oxidativa de interconversões reversíveis. Na primeira, a glicose-6-fosfato transforma-se em ribose-5- fosfato havendo produção de NADPH. Fig. 3 – Esquema da fase oxidativa da via dos fosfatos de pentose. Fig. 4 – Esquema da fase não oxidativa da via dos fosfatos de pentose.
  • 5. 5 Na segunda, ocorrem interconversões reversíveis de fosfatos de oses, permitindo a obtenção de glicose 6-fosfato. Consequentemente, sintetiza-se mais ribose-5-fosfato e, assim, mais NADPH. O NADPH é uma co-enzima que participa na redução do glutatião. O glutatião evita a danificação de constituintes celulares, prevenindo a formação de espécies reativas de O2, salientando-se assim a sua grande importância no eritrócito, que está constantemente exposto ao oxigénio e às suas espécies reativas. Espectrofotometria e Lei de Lambert-Beer Os espectrofotómetros avaliam a absorvância de um material. Esta é uma propriedade que mede a capacidade dele absorver radiação com uma frequência específica, baseando-se no princípio que muitas espécies têm de absorver radiação visível e ultravioleta. Para medir a absorvância, a amostra é colocada no interior de um recipiente com duas faces transparentes, uma cuvette, no interior do espectrofotómetro. Para um determinado comprimento de onda, vai ser emitida luz, com uma certa intensidade I0, que passará através da cuvette. Visto que parte da radiação é absorvida pela amostra teremos depois uma intensidade I menor, que será posteriormente percecionada pelo detetor do espectrofotómetro. Assim, a absorvância é dada por: 𝐴 = log10 𝐼0 𝐼 De seguida, utilizando a lei de Lambert-Beer é possível obter a concentração da amostra. Esta dita que a absorvância de uma amostra é diretamente proporcional à concentração da amostra, segundo a seguinte equação: 𝐴 = 𝛼𝑙𝑐 Em que 𝛼 é o coeficiente de extinção molar (mol-1 L-1 cm-1 ), l é o comprimento da cuvette onde está colocada a amostra e c é a concentração da mesma. I0 I 0 Fig. 5 – Esquema representativo da absorvância de uma substância de concentração c e coeficiente de extinção molar 𝛂.
  • 6. 6 Procedimento Experimental FASE 1 O primeiro passo da experiência consistiu em separar uma amostra de sangue em 3 porções, com finalidades distintas. Ao contrário da t0 que seguiu diretamente para o procedimento de desproteinização, as outras 2 foram incubadas a temperaturas diferentes (t’60 – 4˚C; t60 – 37˚C). A realização deste passo permitirá, mais tarde, estudar a evolução das concentrações de lactato e glicose, a diferentes temperaturas, nas respetivas amostras de sangue (por outras palavras, metabolismo eritrocitário). O período de incubação prolongou-se por cerca de 60 minutos. Obtenção de desproteinizados para determinação da concentração de glicose Após a incubação, foram criadas mais duas soluções: “Branco” e “Padrão”. A primeira terá como objetivo a posterior calibração do espetrofotómetro e a segunda utilizar-se-á como ponto de referência dos valores que se obterão mais à frente (os valores das absorvâncias desta solução permitirão calcular, mais tarde, as concentrações de glicose nas amostras). A grande importância da amostra “Padrão” reside no facto de se conhecer a concentração de glicose e, portanto, permitir estabelecer uma relação concentração/absorvância. O método de conceção do “Branco” prendeu-se exclusivamente à adição de 1000 µL de H2O destilada a um eppendorf, por outro lado, a solução “Padrão” obteve-se adicionando uma quantidade ligeiramente inferior de água (900 µL) e 100 µL de uma solução padrão de glicose. Às restantes soluções (G0, G60 e G’60) que continham as amostras de sangue, também se adicionou água destilada com o intuito de causar a hemólise (lise celular) e, assim, se diluir a hemoglobina. As amostras de sangue previamente preparadas serão alvo de algumas modificações ao seu nível físico-químico, nomeadamente: adicionar-se-á uma base forte que causará a desnaturação das proteínas presentes (500 µL de Hidróxido de Bário) e um outro composto químico que fará com que as mesmas precipitem (500 µL de Sulfato de Zinco). Com intuito de homogeneizar as soluções anteriores, utilizou-se o vórtex. De seguida, procedeu-se à centrifugação destes compostos, para tornar viável a extração do sobrenadante, presente à superfície de cada uma das soluções, para um novo eppendorf de 1,5 mL. Por fim, guardaram- se as amostras desproteinizadas e as soluções “Padrão” e “Branco”. Estas desproteinizações foram vitais, uma vez que permitiram que os níveis de glicose se mantivessem os mesmos até à aula seguinte (os eritrócitos presentes no sangue são uma das principais responsáveis pela
  • 7. 7 alteração destes valores, assim sendo, o método descrito incidiu essencialmente em removê- las do meio). Obtenção de desproteinizados para determinação da concentração de lactato Paralelamente, prepararam-se outras 3 soluções, agora com o intuito de registar as concentrações finais de lactato. Para tal transferiu-se cerca de 500 µL de sangue de cada um dos tubos (t0, t60 e t’60) para outros 3 eppendorfs de 1,5 mL. Nesta fase, adicionou-se 500 µL de um ácido muito forte (ácido perclórico) a cada uma das soluções, de modo a que as proteínas presentes nas mesmas desnaturassem e precipitassem no fundo do eppendorf. Uma vez mais, homogeneizaram-se os tubos no vórtex para de seguida proceder à centrifugação do conteúdo presente nos mesmos. Este processo é necessário para, posteriormente, se remover 400 µL do sobrenadante para outros 3 tubos de eppendorf. Cujo destino final foi, inevitavelmente, o seu armazenamento até à aula seguinte (amostras guardadas a -20˚C). A intenção da desnaturação das amostras é a mesma que anteriormente, com exceção de que agora se pretende que sejam os níveis de lactato a permanecerem imutáveis. FASE 2 Determinação da concentração de glicose Apenas nesta segunda aula prática se atingiram os objetivos propostos desde início. Graças a uma “Mistura de reação” foi possível realizar 2 reações químicas importantíssimas para a determinação da glicose presente nas amostras. A importância destas transformações, tem por base o facto de não se determinar a concentração de glicose diretamente, mas sim a de quinoneimina (produto final desta cadeia de 2 reações - Fig. 6). A adição deste composto também se verificou nas outras 2 soluções de “Branco” e “Padrão”. Feito isto, agitaram-se os tubos por inversão (de modo a homogeneizar as soluções presentes nos mesmos). Por fim, incubaram-se as amostras a 37˚C durante 10 minutos e aguardou-se que as enzimas adicionadas anteriormente (glicose oxidase e peroxidase) catalisassem as 2 reações fundamentais de formação de quinoneimina. O último passo consistiu, naturalmente, na medição das absorvâncias de cada uma das amostras, utilizando Fig. 6 – Conjunto de reações que conduzem à produção de quinoneimina, a partir de uma molécula de glicose.
  • 8. 8 como fator de calibração a solução “Branco” preparada inicialmente (este processo foi realizado no espetrofotómetro). Antes de se proceder às respetivas leituras, teve de se transferir as soluções de interesse para o interior de 4 cuvettes diferentes e, agora sim, ligar o aparelho e dar início ao procedimento (um dos cuidados a ter neste ponto foi assegurar que as 2 faces translúcidas das cuvettes estavam numa posição que permitia a passagem do feixe de radiação a partir das mesmas. Uma vez com os dados das absorvâncias disponíveis tornou-se possível calcular a concentração de glicose em cada uma das amostras, recorrendo à seguinte fórmula: [𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒] = 𝐴𝑏𝑠 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝐴𝑏𝑠 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 ∗ 100 (mg/dL) Representando o valor 100, a concentração da solução “Padrão” – a tal solução de referência que se mencionou anteriormente. Determinação da concentração de lactato Paralelamente ao procedimento anterior, procedeu-se à preparação das amostras para a determinação da concentração de lactato. Tal como anteriormente, não se determinou diretamente a concentração do substrato de interesse, mas sim de um outro produto de reação – NADH (Fig. 7). Nesta fase prepararam-se 5 soluções distintas – “Branco”, “Controlo do método” e 3 amostras contendo os desproteinizados: L0, L60 e L’60. O objetivo do “Controlo do método” nesta fase, tem por base a síntese de uma solução que permitirá retirar conclusões acerca do funcionamento do método descrito. A preparação do “Branco” consistiu simplesmente na adição de tampão hidrazina, água destilada, ácido perclórico e NAD+ a um eppendorf. O “Controlo do método” foi preparado de um modo mais ou menos semelhante ao anterior, no entanto, não se adicionou água destilada e juntou-se solução padrão de L-lactato. As amostras L0, L60 e L’60 foram elaboradas recorrendo apenas ao tampão hidrazina, aos desproteinizados e ao NAD+ . O tampão hidrazina tem um papel fundamental, na medida em que impede que o piruvato posteriormente formado volte a reagir com o NADH para formar lactato, ajudando assim a garantir que todo o lactato é convertido em piruvato. Finalmente, procedeu-se à leitura das absorvâncias de cada uma das amostras anteriores, contra o branco, ao comprimento de onda de 340 nm (Abs1). Feito isto, foi necessário recolher Fig. 7 – Reação de formação de NADH.
  • 9. 9 as amostras para novos tubos de eppendorf e agora adicionar 10,8 µL de uma enzima que catalisará a reação de lactato em piruvato (lactato desidrogenase - LDH), com uma consequente produção de NADH. Uma vez terminado isto, incubaram-se as amostras por 30 minutos a 37˚C (temperatura ótima de ação desta enzima, permitiu minimizar o tempo de espera, sem comprometer a ação da mesma) e procedeu-se novamente à leitura das absorvâncias de cada uma (Abs2). Recolheram-se os dados obtidos, e a partir das seguintes fórmulas obtiveram-se as concentrações de lactato do “Controlo do Método” e das amostras, respetivamente: [𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜] = 7,5 × ∆𝐴𝑏𝑠 (𝑚𝑀) [𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜] = 6,94 × ∆𝐴𝑏𝑠 (𝑚𝑀) Resultados Glicose Absorvância de cada uma das soluções contra o “Branco”: s Branco Padrão G0 G60 G’60 Abs 0,000 0,150 0,119 0,045 0,098 Cálculo da concentração de glicose em cada solução: [𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒] = 𝐴𝑏𝑠 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝐴𝑏𝑠 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 × 100 (mg/dL) s Branco Padrão G0 G60 G’60 [Glicose] (mg/dL) 0,000 100 79,3 30,0 65,3 Cálculo da concentração de glicose consumida a diferentes temperaturas: [𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎]4℃ = [𝐺0] − [𝐺′ 60] (mg/dL) [𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎]37℃ = [𝐺0] − [𝐺60] (mg/dL) Temperatura (˚C) [Glicose Consumida] (mg/dL) 4 14 37 49,3 I II III
  • 10. 10 Lactato Absorvância de cada uma das soluções contra o “Branco” (antes de se adicionar LDH): s Branco Controlo L0 L60 L’60 Abs1 0,000 0,009 0,064 0,060 0,066 Absorvância de cada uma das soluções contra o “Branco” (depois de se adicionar LDH): s Branco Controlo L0 L60 L’60 Abs2 0,000 0,592 0,191 0,790 0,245 Cálculo da concentração de lactato presente em cada solução: [𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜] = 7,5 × ∆𝐴𝑏𝑠 (𝑚𝑀) – “Controlo do método” [𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜] = 6,94 × ∆𝐴𝑏𝑠 (𝑚𝑀) – Amostras (L0, L60, L’60) s Branco Controlo L0 L60 L’60 [Lactato] (mM) 0,000 4,373 0,881 5,066 1,242 Cálculo da concentração de lactato produzida: [𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜]4℃ = [𝐿′60] − [𝐿0] (mM) [𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜]37℃ = [𝐿60] − [𝐿0] (mM) Temperatura (˚C) [Lactato Produzido] (mM) 4 0,361 37 4,185 IV V VI VII
  • 11. 11 RM Razão molar entre a concentração de lactato produzida e a concentração de glicose consumida a 37 ˚C. [𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠. ]37℃ = 49,3 mg/dL Mudança de unidades: 1 𝑑𝐿 = 0,1 𝐿 0,1 𝐿 = 0,1 𝑑𝑚3 Existem 0,0493 g de glicose em 0,1 dm3 . 1 0,1 ∗ 0,0493 = 0,493 𝑔 Existem 0,493 g de glicose em 1 dm3 deste composto. 1 𝑚𝑜𝑙 (𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒) ≈ 180 𝑔 0,493 180 ≈ 0,00274 𝑚𝑜𝑙/𝑑𝑚3 = 2,74 𝑚𝑚𝑜𝑙/𝑑𝑚3 = 2,74 𝑚𝑀 Cálculo da razão molar: 𝑅 𝑀𝑜𝑙𝑎𝑟 = [𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑. ]37℃ [𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠. ]37℃ ≈ 1,53 Glicose - C6H12O6 C – 12 g/mol H – 1 g/mol O – 16 g/mol Massas molares teóricas e aproximadas de cada elemento.8
  • 12. 12 Discussão e Conclusões A partir dos resultados obtidos, é possível estudar tanto o efeito do tempo de incubação como o efeito da temperatura no metabolismo eritrocitário. Como se constatou, a amostra t0 não foi submetida à incubação e a sua desproteinização (processo de remoção de proteínas, como a hemoglobina dos eritrócitos e as enzimas envolvidas na glicólise – por exemplo, a glicocinase) foi imediata. Deste modo, o metabolismo “para”, isto é, deixa de ocorrer glicólise (transformação de glicose em piruvato) e, consequentemente, fermentação láctica (conversão de piruvato em lactato). Ou seja, em t0 não existiu tempo suficiente para que pudessem ocorrer estes processos e a glicose não se converteu em lactato. Assim, como era de esperar, verificou-se que a amostra de sangue que continha maior concentração de glicose era a G0 (79,3 mg/dL) e, simultaneamente, a solução L0 era a que possuía menor concentração de lactato (0,881 mM). Por outro lado, contrariamente a t0, as amostras t60 e t’60 foram incubadas, respetivamente, num banho de água a 37°C e no frigorífico a 4°C. Esta diferença de temperaturas levou a resultados distintos nas concentrações de glicose e lactato, os quais nos permitiram averiguar qual das temperaturas era a mais favorável para a ocorrência do metabolismo da glicose. Desta forma, o valor para a concentração de glicose em G’60 (65,3 mg/dL) foi maior do que em G60 (30,0 mg/dL) e, por outro lado, a concentração de lactato em L60 (5,066 mM) foi maior do que em L’60 (1,242 mM). A obtenção de tais valores, levaram então a concluir que o metabolismo eritrocitário é favorecido por temperaturas mais altas: em t60, ao ocorrer uma maior transformação de glicose em piruvato, maior é a atividade de LDH, e maior é a conversão de piruvato em lactato. Logo, esta amostra tem maior concentração de lactato e menor de glicose. Esta primeira conclusão já seria de esperar, pois para além da temperatura corporal humana ser de aproximadamente 37°C, esta é também a temperatura ótima de atuação de enzimas, como as da glicólise, favorecendo assim esta via metabólica. Por outro lado, pode-se verificar que as temperaturas baixas constituem um “inibidor enzimático”. Em suma, os resultados obtidos estão de acordo com o que era expectável, pois quanto mais tempo as células tiverem para consumir glicose (assumindo que esta está
  • 13. 13 inicialmente presente na mesma quantidade em todas as amostras) e quanto mais favorável for a temperatura do meio onde se encontram, maior será a concentração de lactato presente nas soluções. Relativamente à razão molar entre a concentração de lactato produzida e a concentração de glicose consumida, esta foi de 1,53. 𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 + 2𝐴𝐷𝑃 + 2𝑃𝑖 + 2𝑁𝐴𝐷+ → 2𝑃𝑖𝑟𝑢𝑣𝑎𝑡𝑜 + 2 𝐴𝑇𝑃 + 2𝑁𝐴𝐷𝐻 + 2 𝐻2 𝑂 + 2 𝐻+ 2𝑃𝑖𝑟𝑢𝑣𝑎𝑡𝑜 + 2𝑁𝐴𝐷𝐻 + 2 𝐻+ → 2𝑁𝐴𝐷+ + 2𝐿𝑎𝑐𝑡𝑎𝑡𝑜 Tal como se pode ver pela estequiometria das reações, a razão molar ideal seria de 2, uma vez que, por cada molécula de glicose, são produzidas duas de lactato. Contudo, o valor que se obteve foi inferior a 2 e com um erro relativo de 23,5%, o que nos indica, à partida, que nem toda a glicose se transformou em lactato. 𝐸𝑟(%) = |𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜| |𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜| ∗ 100 = 2 − 1,53 2 ∗ 100 = 23,5% No entanto, estes valores podem ser justificados por diversas razões, sendo uma delas a existência de erros sistemáticos ao longo do procedimento devido, por exemplo, à inexperiência na pipetagem com micropipetas (diluições, perdas, contaminação das amostras ou dificuldade em acertar nas unidades de medição), à medição incorreta dos resultados (erros de leitura no espectrofotómetro), à má calibração das micropipetas, ou até mesmo à influência das condições do meio (pH e temperatura). Para além disso, existem ainda outras causas para a diminuição da formação de lactato que fazem com que a razão molar seja, naturalmente, inferior a 2. Em primeiro lugar, é importante salientar que nem todo o piruvato vai para a fermentação láctica: pode também ser utilizado pelos leucócitos na respiração aeróbia. Por outro lado, os eritrócitos possuem três vias diferentes alternativas à glicólise: a via dos fosfatos de pentose (para a qual é direcionada a glicose-6-fosfato em excesso); pode ocorrer a conversão do 1,3-difosfoglicerato em 2,3-difosfoglicerato (pela Bifosfoglicerato mutase); a meta-hemoglobina redutase pode converter a meta-hemoglobina em hemoglobina com consumo de NADH (inibindo a fermentação láctica).
  • 14. 14 Por último, deve-se também ter em conta o facto de que as reações químicas ocorridas podem não ter sido completas ou podem ter tomado parcialmente o sentido inverso, para além de não terem ocorrido nas condições ótimas de ação enzimática. Assim, uma das alterações que se poderia ter feito no protocolo de modo a obter uma razão molar mais próxima do valor teórico passa, essencialmente, pelo prolongamento do tempo de incubação, uma vez que desta forma se tornaria mais provável que as reações fossem completas.
  • 15. 15 Bibliografia Figuras 1 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Glicolise-gliconeogenese.png 2 - http://pt.wikipedia.org/i/Ficheiro:Esquema_Fermenta%C3%A7%C3%A3o_l%C3%A1ctica1.jpg 3 - http://spdbv.vital-it.ch/TheMolecularLevel/LearnStrats/Images/PPPWay.gif 4 - http://www.studydroid.com/imageCards/0m/mv/card-23821370-front.jpg 5 - http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/b/bf/Beer_lambert1.png 6 - Guia de laboratório (1ª e 2ª Aula Prática) 7 - Guia de laboratório (1ª e 2ª Aula Prática) Dados 8 - http://www.tabelaperiodicacompleta.com/wp-content/uploads/2011/12/tabela-periodica- completa.png