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Hipóteses de um mundo
               perdido
JOÃO FELIPE GOMES




Hipóteses de um
mundo perdido
Estes são alguns poemas, postados no
blog Lugar do Leitor, reunidos então
         numa só antologia.
HOMENS


O céu está estrelado
Conseguimos vê de todos os lados
Homens tristes e calados
Silêncio que os fazem
Serem chamados de incapacitados

Homens quem podem falar
Homens que podem criar um conceito
De todos vivermos num mundo
Sem o preconceito
Ou sem a discriminação
Se eles por isso lutassem
Não viveriam na solidão
Mas com ela vivem
E sem preocupação
Eles já não se importam
Vivem num mundo sem porta
E sem iluminação

Preconceito sinônimo de desrespeito
Discriminação sinônimo de solidão
Com estes dois sinônimos eles vivem
Anônimos ocultos e sem compreensão
TRISTE FAMÍLIA


Sair de casa sem avisar
Não sei se vou voltar
Talvez por aqui vou ficar
Pois não tenho ninguém
Para se preocupar.

Deus meu quando voltarei?
Talvez nunca!
Pois lá não tenho o que fazer
Por aqui fico olhando o sol
Por aqui fico tristemente só.

Em casa tenho tudo
Menos tudo que luto
Luto pela harmonia
Na minha infeliz família.

Lá em casa ninguém coopera
Fazem do dia uma miséria
Miséria que me faz não querer voltar
Para o tão indesejado lugar
DESCULPAS


Leio Livros por não ter amigo
Não há amigo melhor do que o livro
Nos livros encontramos amizades
Que nos faz viver numa eterna felicidade

Através das personagens
Criamos uma imagem
Imagem que leva-nos a uma passagem para
Um mundo com homens
E mulheres de muita coragem

Os homens não lêem os livros
Por isso recebem gritos da mãe Solidão
Se eles lessem, Mãe Solidão morreria
E ficaria guardada num bom livro de ficção.
DESCRIÇÕES


Chamo-Me João
João pé de feijão
O João que tem fortes dores no coração
Coração novo, mas cheio de depressão
Depressão infeliz é a minha que sempre luto para dizer
não

Agora tão triste estou,
Sozinho segurando esta pena
Tristeza pela qual me comoveu
A escrever este poema

Poema triste com muita dor
Não só apenas consegue descrevê-lo
Como descreve também o autor
Autor que guarda muito rancor

Por aqui fico com aminha dor
Por aqui fico com a minha depressão
Depressão que luto para substituí-la
No meu já velho coração
A NOITE FRIA DO INVERNO



Na noite fria do inverno andei,
Andei sem destino, na intenção de encontrar
A paz que sempre sonhei
Na vida não conseguimos nada fácil
E sem a paz que desejava voltei

Na minha solene volta desejei muito mais:
A paz que os homens tanto lutam,
Mas por ela não defendem
Talvez um dia eles lembrem
Mas infelizmente será tarde de mais

Deus, porque tanto sofremos?
Se tu sabes que não suportamos a dor
A dor que nos inferniza,
Dor que nos faz querer parar
Mas em ti ó Deus confiamos
Temos a plena confiança que
Tu guardarás um lugar para os teu
E neste lugar felizes viveremos

Enquanto o criador criar o pleno lugar
Aqui fiquemos andando sem destino
Perdidos nos pensamentos,
Pensamentos pelos quais cobiçamos a paz
A paz vamos obtê-la no tão desejado lugar.
A VERDADEIRA PAIXÃO



A Cidade é uma correria
Quando de dia todos cumprem
O seu objetivo do dia

No finalzinho da tarde
Todos já têm cumprido
O seu objetivo levado à cidade

E a cidade de noite?
É habitada por quem
Creio que seja por aqueles
Que já estão sem ninguém

Quando de dia alguns trabalham,
Outros vendem o que tem de melhor:
O corpo
Que depois de vendido voltam para casa
E no dia seguinte voltam
Até a cidade com o corpo imundo
Deixando suja a cidade tão bem limpa
Por aquele que a criou
Deus, porque existe a prostituição?
Se nosso corpos foram criados para
Vivermos numa doce paixão
A MÃE QUE NÃO TIVE

Mãe tu foste para mim a melhor coisa que Deus fez
Sempre me apoiastes nas horas que mais desejei.
Tu não podes estar mais aqui do meu lado
Mais tu sempre estará no meu coração.

Mãe eu sinto tanta saudades de ti.
Oh mãe por que tu foste embora?
Não me querias mais?
Se for isto, volta...
Que eu fico no teu lugar.

Mãe tu tens o segredo da vida dentro de teu interior
Tu me reproduziste com muito amor
Aqui estou eu tristemente só
Esperando por ti, aqui ficarei esperando-te
Para me levar contigo para sermos feliz.

Oh mãe volta para sermos felizes.
Volta para fazermos coisa que ainda não tivemos a
oportunidade de fazer.
Volta para mim mamãe, volta e vem me ver.
MAR TRAIÇOERO


Comparo o mar como a vida
Tudo que nela se faz, vai e volta
Se hoje eu estou triste, amanhã estou alegre
O mar é do mesmo jeito, hoje ele está fazendo
Um maremoto e amanhã ele fará uma onda
Tão calma que acalmará toda a tua tristeza

Por isso que agora eu estou na praia
Tentando me acalmar, eu estou esperando pela onda
Que tu disseste que se eu lá fosse iria me ajudar
Por ela já esperei tanto que não agüento mais
Aqui vejo de tudo e principalmente o mar que
Está sendo traiçoeiro comigo e disse-me para voltar

Aqui estou eu novamente, na frente do mar
Já caminhei tanto que meus pés me imploraram para parar
Parei, não quero saber de mais nada e nem ninguém
O mar já não me ajuda, sou um caso perdido
Sem quere saber de nada, entrei no mar
Ensopei-me por completo e me deixei flutuar.
MOTIVOS



Só escrevo poesia à noite
De dia não tenho razão de escrever
Escrevo apenas à noite e aproveito
Para apanha de acoite
Junto com a solene solidão

Solidão porque me bate?
Se eu não mereço isso
Talvez eu devo merecer
Se não Deus não me
Deixaria passar por isso

Solidão retira-se de mim
Vai procurar aqueles
Que já não estar infeliz
Pois João quer voltar a
Ser um menino alegre e feliz

A solidão ainda não foi
De mim ela não quer sair
Já encontrou um lugar
Para morar e fazer-me infeliz
Com ela vou viver até Deus
Revelar-me o que será de mim
NO SILÊNCIO DA NOITE



No silêncio da noite junto com a minha solidão
Segui sem destino, sem rumo, apenas com os meus lívidos
passos
Que me faziam andar sem eu ter uma noção de onde
chegar
Andei até demais e não encontrei nada
Mas eu nada procurava apenas queria andar livremente no
tão cálido
Silêncio da noite que fazia companhia a minha miserável
surdez
Surdez que me deixava surdo e eu não tinha certeza se
era a noite
Que estava calada ou meus ouvidos desligados
Não ouvia o canto dos pássaros nem o barulho do forte
vento
Que me batia agressivamente no meu corpo, minha alma
estava cansada e
Com vontade de se partir ao meio e virar duas, mas
mesmo assim divididas
Elas ainda seriam chamadas de solidão e tristeza
Que denominaria apenas uma pessoa: eu mesmo
Um ser sem destino, sem ponto de chegada
Um ser que camufla tanto os sentimentos que acha que
está dividido
Ambas as partes desta divisão tão mírifica consegue me
descrever em
Tristeza, solidão e por que não: João?
SAUDADE



Saudades é a melhor palavra para
Dizer o que sinto por ti
Sinto saudade do teu corpo
Hoje te tenho só no pensamento
As poucas imagens que foram gravadas
De ti não me completam, pois eu o quero
De verdade só para mim
Não quero fragmentos lhe quero inteiro
Lembrar de ti dói, mas é uma dor inevitável
E um sofrimento opcional
Sofro por ti por saber que tu existes
E que tu não podes está aqui por causa da distância
A vida pediu para você partir, ir embora, me deixar só...
A vida sempre é traiçoeira, ela nunca faz o que queremos
Viver é uma dor estupenda
Recordo-me de ti, da tua voz, do teu cheiro e do teu
sorriso
Antes de ti ter eu era apenas uma sombra, sem luz e sem
cor
Vivia nas trevas e a escuridão era a minha companhia
Eu era carente de luz e tu quando chegasse perto de mim
me clareou
Trouxe-me a luz que me haviam roubado
Meus olhos foram em direção aos teus e
Neles encontrei uma luz submissa a minha escuridão
Fui em direção também aos teus cálidos lábios
Neles encontrei um doce veneno
Este veneno entrou pela minha boca e saiu agora com
toda força
Pelas minhas mãos.
LOUCOS SIM, NORMAIS NÃO



Que a loucura me domine por completo
Se eu sou normal e todos me reconhecem com louco
Então que a minha insanidade seja proveitosa
Que a minha mente torne-se mentecapta
Talvez assim sendo, enxergarei o mundo com um olhar
ingênuo
Neste mundo temos que nos passar por perdedores da
razão
Então, portanto vamos ser loucos
Vamos desfrutar daquilo que gostamos
O que importa é ser feliz
Sendo louco ou não sempre será um ser
Um ser que tem uma escolha dentro de si
Que a loucura a todos domine e que
Desperte em cada um o olhar ingênuo
Que tem se mostrado tão pouco no
Meio de pessoas tão normais.
LAGRIMAM DESAFIADORAS



Lágrimas desafiam o meu olhar
Apesar de elas não saberem a razão da descida
O meu coração inchado encontra-se
Minha mente concentrada em algo triste
Faz com que os meus olhos fiquem molhados, molhados
de lágrimas
Que a tristeza da minha mente mostre-se enganadora
Talvez assim sendo, poucas lágrimas me desafiarão...
Apenas te peço meu Deus:
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte me encontre distraidamente
Que o medo me seja passageiro e
Que a solidão seja apenas
O desfecho disso que chamamos de vida.
PEDIDOS



Apenas te peço meu Deus:
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte me encontre distraidamente
Que o medo me seja passageiro e
Que a solidão seja apenas
O desfecho disso que chamamos de vida.
CENÁRIOS



A vida é um cenário que Deus fez
Nele vivemos como atores
Atores que não tem uma formação
Neste vasto mundo, vivemos como cobaias
Temos que aprender a encenar
Mas a encenação está sendo feito agora
E se não prestarmos atenção temos
Que sair da peça teatral que é a VIDA.
DE REPENTE



Algo inusitado acontece com o meu corpo
Depois de anos sem tê-la
Achei até que ela havia deixado de existir
Só bastou a platéia não comparecer
Que ela ressurgiu, havendo então
A ressurreição da solidão
O meu corpo mostrou-se leve e inseguro
Não queria tê-la, uma vez, porém,
Que a escolha não me pertence
O responsável por isso
São os meus atos, os meus impulsos
Como uma cena teatral que apresenta vários atos,
A minha vida impulsionada mostra-se
Com a solidão presa nos meus movimentos
Os meus olhos enxergam o mundo de outra maneira
Sendo eu, o personagem perfeito
De uma noite de grandes espetáculos
O teatro encontrava-se vazio, minha vida também
A única coisa que me restou depois de tantas perdas, foi a
voz
Gritei:
- Meu Deus! - Gritei mais alto o que pude,
Ele não me ouviu
Nada aconteceu; o eco da minha voz
Preencheu todo o cenário vazio
Nas cadeiras onde todos deveriam estar sentados
Ressurgia o vazio, a angústia e o choro
Chorei, não teatralmente; mas sim de verdade
Os meus coitados olhos derramaram lágrimas
Sem saber por quê
Minha mente lhes ordenava dizendo:
- Apenas chore, ele está triste
O desarollo foi constante e nisto muitas
Lágrimas escorreram, desordenadamente pela minha face
O choro me ajudou, me senti mais leve
O cenário continuou o mesmo: intacto
A não ser pelo tempo que havia passado,
Nada se modificou
Sendo o mundo este cenário e a sociedade esta platéia
Eu não necessito de mais nada
Como um teatro em reforma ficou a minha vida
Cansado de incorporar tanta gente parei por aqui
Não quero ser mais ninguém, nem eu mesmo
Ser ou não ser? – eis a questão, já dizia Shakespeare
Eu prefiro não ser
Não vou ter compromisso com nada e não vou precisar
Decorar falas, até porque só escrevem enredos mal
escritos
Que roteirista é esse que nem se quer escrever sabe?
OTEMPO E A VIDA



tempo passa
Não pára
Concentra-se nos
Teus pensamentos
E perceberás que a
Vida não pára, passa.
MORRER



Dores rebocam o meu corpo,
Cansado de tanto sofrimento
E amargura, com a morte
Marco um encontro.
Morrer não é tudo,
Antes o retorno daquilo
Que ainda não foi.
Morrer seria uma pausa
Para o sofrimento,
O melhor seria aguentar
Calado sem refletir muito.
Até porque, se a reflexão
Marcar sem pena
A minha mente,
Eu morreria de dores de parto
Para gerar aquilo que eu já
Sei que não existe:
SOLUÇÃO.
QUE IMPORTA?



Eu não era o que sou agora
Não sinto falta dos dias que passaram
Os dias apenas passam, passam e passam
E infelizmente mais velho vou ficando

Quero viver cada dia da minha vida
Lutando para que haja o amanhã
Sei também que o amanhã pode
Não nascer mais para mim

Mas que importa? Eu já nasci
O amanhã pode não surgir
Mas eu surgi, e este meu surgimento
Ocorreu nesta minha monótona vida

Vida, que todos os dias vivo
Nesta ligação de segundos
Que me perturbam e faz-me
Questionar o surgimento do amanhã
O que quero eu com amanhã?
Mal tenho capacidade para viver o HOJE
UM PRESENTE DA VIDA



Sensata me é a minha loucura
Tento vê-la nos meus semelhantes
Mas nenhum se encaixam a ela
Não sei se a cruel da sensatez
A reservou especialmente para mim
Sem exagerar muito
Eu a recebo: ALEGRE e ÚNICO.
O MARCADOR DAS HORAS


Porque às vezes eu entendo
Que a minha vida é um
Relógio que trabalha incansavelmente
Todo um período
E depois quase sem forças
Tenta ser o que foi no segundo anterior.

O meu relógio não marca apenas segundos
Marca também as longas horas que eu fico parado
E o meu dono acha que eu por não estar funcionando
Não vivi aquele momento

Pobre de quem pensa como ele
Vivo tudo, funcionando ou não,
Pois o instante é concebido a todos.
E indiferente de se estar funcionando ou não:
PASSA-SE.
DEFINIÇÕES


Triste me é o momento
Pobre agora é o instante
Desconfortável é essa rotina
Infeliz é a minha existência
Todos os poemas apresentados aqui são
de autoria de João Felipe Gomes, autor
       do blog Lugar do Leitor

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  • 1. Hipóteses de um mundo perdido
  • 2. JOÃO FELIPE GOMES Hipóteses de um mundo perdido
  • 3. Estes são alguns poemas, postados no blog Lugar do Leitor, reunidos então numa só antologia.
  • 4. HOMENS O céu está estrelado Conseguimos vê de todos os lados Homens tristes e calados Silêncio que os fazem Serem chamados de incapacitados Homens quem podem falar Homens que podem criar um conceito De todos vivermos num mundo Sem o preconceito Ou sem a discriminação Se eles por isso lutassem Não viveriam na solidão Mas com ela vivem E sem preocupação Eles já não se importam Vivem num mundo sem porta E sem iluminação Preconceito sinônimo de desrespeito Discriminação sinônimo de solidão Com estes dois sinônimos eles vivem Anônimos ocultos e sem compreensão
  • 5. TRISTE FAMÍLIA Sair de casa sem avisar Não sei se vou voltar Talvez por aqui vou ficar Pois não tenho ninguém Para se preocupar. Deus meu quando voltarei? Talvez nunca! Pois lá não tenho o que fazer Por aqui fico olhando o sol Por aqui fico tristemente só. Em casa tenho tudo Menos tudo que luto Luto pela harmonia Na minha infeliz família. Lá em casa ninguém coopera Fazem do dia uma miséria Miséria que me faz não querer voltar Para o tão indesejado lugar
  • 6. DESCULPAS Leio Livros por não ter amigo Não há amigo melhor do que o livro Nos livros encontramos amizades Que nos faz viver numa eterna felicidade Através das personagens Criamos uma imagem Imagem que leva-nos a uma passagem para Um mundo com homens E mulheres de muita coragem Os homens não lêem os livros Por isso recebem gritos da mãe Solidão Se eles lessem, Mãe Solidão morreria E ficaria guardada num bom livro de ficção.
  • 7. DESCRIÇÕES Chamo-Me João João pé de feijão O João que tem fortes dores no coração Coração novo, mas cheio de depressão Depressão infeliz é a minha que sempre luto para dizer não Agora tão triste estou, Sozinho segurando esta pena Tristeza pela qual me comoveu A escrever este poema Poema triste com muita dor Não só apenas consegue descrevê-lo Como descreve também o autor Autor que guarda muito rancor Por aqui fico com aminha dor Por aqui fico com a minha depressão Depressão que luto para substituí-la No meu já velho coração
  • 8. A NOITE FRIA DO INVERNO Na noite fria do inverno andei, Andei sem destino, na intenção de encontrar A paz que sempre sonhei Na vida não conseguimos nada fácil E sem a paz que desejava voltei Na minha solene volta desejei muito mais: A paz que os homens tanto lutam, Mas por ela não defendem Talvez um dia eles lembrem Mas infelizmente será tarde de mais Deus, porque tanto sofremos? Se tu sabes que não suportamos a dor A dor que nos inferniza, Dor que nos faz querer parar Mas em ti ó Deus confiamos Temos a plena confiança que Tu guardarás um lugar para os teu E neste lugar felizes viveremos Enquanto o criador criar o pleno lugar Aqui fiquemos andando sem destino Perdidos nos pensamentos, Pensamentos pelos quais cobiçamos a paz A paz vamos obtê-la no tão desejado lugar.
  • 9. A VERDADEIRA PAIXÃO A Cidade é uma correria Quando de dia todos cumprem O seu objetivo do dia No finalzinho da tarde Todos já têm cumprido O seu objetivo levado à cidade E a cidade de noite? É habitada por quem Creio que seja por aqueles Que já estão sem ninguém Quando de dia alguns trabalham, Outros vendem o que tem de melhor: O corpo Que depois de vendido voltam para casa E no dia seguinte voltam Até a cidade com o corpo imundo Deixando suja a cidade tão bem limpa Por aquele que a criou Deus, porque existe a prostituição? Se nosso corpos foram criados para Vivermos numa doce paixão
  • 10. A MÃE QUE NÃO TIVE Mãe tu foste para mim a melhor coisa que Deus fez Sempre me apoiastes nas horas que mais desejei. Tu não podes estar mais aqui do meu lado Mais tu sempre estará no meu coração. Mãe eu sinto tanta saudades de ti. Oh mãe por que tu foste embora? Não me querias mais? Se for isto, volta... Que eu fico no teu lugar. Mãe tu tens o segredo da vida dentro de teu interior Tu me reproduziste com muito amor Aqui estou eu tristemente só Esperando por ti, aqui ficarei esperando-te Para me levar contigo para sermos feliz. Oh mãe volta para sermos felizes. Volta para fazermos coisa que ainda não tivemos a oportunidade de fazer. Volta para mim mamãe, volta e vem me ver.
  • 11. MAR TRAIÇOERO Comparo o mar como a vida Tudo que nela se faz, vai e volta Se hoje eu estou triste, amanhã estou alegre O mar é do mesmo jeito, hoje ele está fazendo Um maremoto e amanhã ele fará uma onda Tão calma que acalmará toda a tua tristeza Por isso que agora eu estou na praia Tentando me acalmar, eu estou esperando pela onda Que tu disseste que se eu lá fosse iria me ajudar Por ela já esperei tanto que não agüento mais Aqui vejo de tudo e principalmente o mar que Está sendo traiçoeiro comigo e disse-me para voltar Aqui estou eu novamente, na frente do mar Já caminhei tanto que meus pés me imploraram para parar Parei, não quero saber de mais nada e nem ninguém O mar já não me ajuda, sou um caso perdido Sem quere saber de nada, entrei no mar Ensopei-me por completo e me deixei flutuar.
  • 12. MOTIVOS Só escrevo poesia à noite De dia não tenho razão de escrever Escrevo apenas à noite e aproveito Para apanha de acoite Junto com a solene solidão Solidão porque me bate? Se eu não mereço isso Talvez eu devo merecer Se não Deus não me Deixaria passar por isso Solidão retira-se de mim Vai procurar aqueles Que já não estar infeliz Pois João quer voltar a Ser um menino alegre e feliz A solidão ainda não foi De mim ela não quer sair Já encontrou um lugar Para morar e fazer-me infeliz Com ela vou viver até Deus Revelar-me o que será de mim
  • 13. NO SILÊNCIO DA NOITE No silêncio da noite junto com a minha solidão Segui sem destino, sem rumo, apenas com os meus lívidos passos Que me faziam andar sem eu ter uma noção de onde chegar Andei até demais e não encontrei nada Mas eu nada procurava apenas queria andar livremente no tão cálido Silêncio da noite que fazia companhia a minha miserável surdez Surdez que me deixava surdo e eu não tinha certeza se era a noite Que estava calada ou meus ouvidos desligados Não ouvia o canto dos pássaros nem o barulho do forte vento Que me batia agressivamente no meu corpo, minha alma estava cansada e Com vontade de se partir ao meio e virar duas, mas mesmo assim divididas Elas ainda seriam chamadas de solidão e tristeza Que denominaria apenas uma pessoa: eu mesmo Um ser sem destino, sem ponto de chegada Um ser que camufla tanto os sentimentos que acha que está dividido Ambas as partes desta divisão tão mírifica consegue me descrever em Tristeza, solidão e por que não: João?
  • 14. SAUDADE Saudades é a melhor palavra para Dizer o que sinto por ti Sinto saudade do teu corpo Hoje te tenho só no pensamento As poucas imagens que foram gravadas De ti não me completam, pois eu o quero De verdade só para mim Não quero fragmentos lhe quero inteiro Lembrar de ti dói, mas é uma dor inevitável E um sofrimento opcional Sofro por ti por saber que tu existes E que tu não podes está aqui por causa da distância A vida pediu para você partir, ir embora, me deixar só... A vida sempre é traiçoeira, ela nunca faz o que queremos Viver é uma dor estupenda Recordo-me de ti, da tua voz, do teu cheiro e do teu sorriso Antes de ti ter eu era apenas uma sombra, sem luz e sem cor Vivia nas trevas e a escuridão era a minha companhia Eu era carente de luz e tu quando chegasse perto de mim me clareou Trouxe-me a luz que me haviam roubado Meus olhos foram em direção aos teus e Neles encontrei uma luz submissa a minha escuridão Fui em direção também aos teus cálidos lábios Neles encontrei um doce veneno Este veneno entrou pela minha boca e saiu agora com toda força Pelas minhas mãos.
  • 15. LOUCOS SIM, NORMAIS NÃO Que a loucura me domine por completo Se eu sou normal e todos me reconhecem com louco Então que a minha insanidade seja proveitosa Que a minha mente torne-se mentecapta Talvez assim sendo, enxergarei o mundo com um olhar ingênuo Neste mundo temos que nos passar por perdedores da razão Então, portanto vamos ser loucos Vamos desfrutar daquilo que gostamos O que importa é ser feliz Sendo louco ou não sempre será um ser Um ser que tem uma escolha dentro de si Que a loucura a todos domine e que Desperte em cada um o olhar ingênuo Que tem se mostrado tão pouco no Meio de pessoas tão normais.
  • 16. LAGRIMAM DESAFIADORAS Lágrimas desafiam o meu olhar Apesar de elas não saberem a razão da descida O meu coração inchado encontra-se Minha mente concentrada em algo triste Faz com que os meus olhos fiquem molhados, molhados de lágrimas Que a tristeza da minha mente mostre-se enganadora Talvez assim sendo, poucas lágrimas me desafiarão... Apenas te peço meu Deus: Que a dor não me seja indiferente Que a morte me encontre distraidamente Que o medo me seja passageiro e Que a solidão seja apenas O desfecho disso que chamamos de vida.
  • 17. PEDIDOS Apenas te peço meu Deus: Que a dor não me seja indiferente Que a morte me encontre distraidamente Que o medo me seja passageiro e Que a solidão seja apenas O desfecho disso que chamamos de vida.
  • 18. CENÁRIOS A vida é um cenário que Deus fez Nele vivemos como atores Atores que não tem uma formação Neste vasto mundo, vivemos como cobaias Temos que aprender a encenar Mas a encenação está sendo feito agora E se não prestarmos atenção temos Que sair da peça teatral que é a VIDA.
  • 19. DE REPENTE Algo inusitado acontece com o meu corpo Depois de anos sem tê-la Achei até que ela havia deixado de existir Só bastou a platéia não comparecer Que ela ressurgiu, havendo então A ressurreição da solidão O meu corpo mostrou-se leve e inseguro Não queria tê-la, uma vez, porém, Que a escolha não me pertence O responsável por isso São os meus atos, os meus impulsos Como uma cena teatral que apresenta vários atos, A minha vida impulsionada mostra-se Com a solidão presa nos meus movimentos Os meus olhos enxergam o mundo de outra maneira Sendo eu, o personagem perfeito De uma noite de grandes espetáculos O teatro encontrava-se vazio, minha vida também A única coisa que me restou depois de tantas perdas, foi a voz Gritei: - Meu Deus! - Gritei mais alto o que pude, Ele não me ouviu Nada aconteceu; o eco da minha voz Preencheu todo o cenário vazio Nas cadeiras onde todos deveriam estar sentados Ressurgia o vazio, a angústia e o choro Chorei, não teatralmente; mas sim de verdade Os meus coitados olhos derramaram lágrimas Sem saber por quê Minha mente lhes ordenava dizendo: - Apenas chore, ele está triste
  • 20. O desarollo foi constante e nisto muitas Lágrimas escorreram, desordenadamente pela minha face O choro me ajudou, me senti mais leve O cenário continuou o mesmo: intacto A não ser pelo tempo que havia passado, Nada se modificou Sendo o mundo este cenário e a sociedade esta platéia Eu não necessito de mais nada Como um teatro em reforma ficou a minha vida Cansado de incorporar tanta gente parei por aqui Não quero ser mais ninguém, nem eu mesmo Ser ou não ser? – eis a questão, já dizia Shakespeare Eu prefiro não ser Não vou ter compromisso com nada e não vou precisar Decorar falas, até porque só escrevem enredos mal escritos Que roteirista é esse que nem se quer escrever sabe?
  • 21. OTEMPO E A VIDA tempo passa Não pára Concentra-se nos Teus pensamentos E perceberás que a Vida não pára, passa.
  • 22. MORRER Dores rebocam o meu corpo, Cansado de tanto sofrimento E amargura, com a morte Marco um encontro. Morrer não é tudo, Antes o retorno daquilo Que ainda não foi. Morrer seria uma pausa Para o sofrimento, O melhor seria aguentar Calado sem refletir muito. Até porque, se a reflexão Marcar sem pena A minha mente, Eu morreria de dores de parto Para gerar aquilo que eu já Sei que não existe: SOLUÇÃO.
  • 23. QUE IMPORTA? Eu não era o que sou agora Não sinto falta dos dias que passaram Os dias apenas passam, passam e passam E infelizmente mais velho vou ficando Quero viver cada dia da minha vida Lutando para que haja o amanhã Sei também que o amanhã pode Não nascer mais para mim Mas que importa? Eu já nasci O amanhã pode não surgir Mas eu surgi, e este meu surgimento Ocorreu nesta minha monótona vida Vida, que todos os dias vivo Nesta ligação de segundos Que me perturbam e faz-me Questionar o surgimento do amanhã O que quero eu com amanhã? Mal tenho capacidade para viver o HOJE
  • 24. UM PRESENTE DA VIDA Sensata me é a minha loucura Tento vê-la nos meus semelhantes Mas nenhum se encaixam a ela Não sei se a cruel da sensatez A reservou especialmente para mim Sem exagerar muito Eu a recebo: ALEGRE e ÚNICO.
  • 25. O MARCADOR DAS HORAS Porque às vezes eu entendo Que a minha vida é um Relógio que trabalha incansavelmente Todo um período E depois quase sem forças Tenta ser o que foi no segundo anterior. O meu relógio não marca apenas segundos Marca também as longas horas que eu fico parado E o meu dono acha que eu por não estar funcionando Não vivi aquele momento Pobre de quem pensa como ele Vivo tudo, funcionando ou não, Pois o instante é concebido a todos. E indiferente de se estar funcionando ou não: PASSA-SE.
  • 26. DEFINIÇÕES Triste me é o momento Pobre agora é o instante Desconfortável é essa rotina Infeliz é a minha existência
  • 27. Todos os poemas apresentados aqui são de autoria de João Felipe Gomes, autor do blog Lugar do Leitor