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A PARTICIPAÇÃO DA JUVENTUDE NO
PROCESSO DE CRIAÇÃO DE VALOR

CIBER - REPUTAÇÃO
AUTORAS

      GEORGIA NATAL                  LUCINA VIANA

  Mestranda em Comunicação e    Mestranda em Comunicação e
  Linguagens da UTP - PR, da    Linguagens da UTP - PR, da
  Linha de pesquisa de          Linha de pesquisa de
  Comunicação e Tecnologia,     Comunicação e Tecnologia,
  com pesquisa em andamento     com pesquisa em andamento
  sobre Consumo e construção    sobre consumo da da música
  de identidades adolescentes   na cibercultura, realizada
  na internet.                  com o apoio do Conselho
E-mail: ggnatal@homail.com      Nacional de Desenvolvimento
                                Científico e Tecnológico,
                                CNPq – Brasil
                                E-mail: lucka@onda.com.br
RESUMO
Partindo das definições de Inteligência Coletiva (LÉVY, 2003), da
validação deste conceito como fonte alternativa de poder (JENKINS,
2006) e de sua aplicação nos processos de construção de
identidade juvenil (BOYD, 2007), apresentamos as características
da Geração Net (TAPSCOTT, 1997; TAPSCOTT & WILLIAMS, 2007)
para discutir os motivos pelos quais a colaboração faz parte do
modo como se produzem bens culturais na cibercultura (ANDERSON,
2006; JENKINS, 2006; McCONNELL & HUBA, 2008; TAPSCOTT &
WILLIAMS, 2007).
Ao apresentar a aquisição de reputação como principal força
motora para a colaboração, discutimos as formas de se adquirir
credibilidade online e as possibilidades de influência acerca da
utilização dessa qualidade para referenciar as recomendações
pessoais online, no caminho da autonomia que se espera num
sistema econômico onde cada um de nós é a mensagem
(McCONNELL & HUBA, 2008).
INTELIGÊNCIA COLETIVA
Definição
  quot;uma inteligência distribuída por toda parte,
  incessantemente valorizada, coordenada em tempo real,
  que resulta em uma mobilização efetiva das competênciasquot;
  ( LÉVY, 2003, p. 28)
  nas redes sociais: sustentada por conexões entre pessoas
  promovidas pela tecnologia
  o ciberespaço como ambiente ideal para a disseminação
  do conhecimento
Fonte Alternativa de Poder
  Quando “nenhum de nós pode saber tudo; cada um de nós
  sabe alguma coisa; e nós podemos juntar as peças se
  juntarmos nossos recursos e combinarmos nossas habilidades
  (...) a inteligência coletiva pode ser vista como uma fonte
  alternativa de poder midiático” (JENKINS, 2006, p. 4)
A BUSCA POR IDENTIDADE
Reforçamos nossa identidade através de nosso corpo, nossas
roupas, expressões faciais e movimento,
“gerenciamento de impressão” (GOFFMAN, 1985): habilidade
de lidar com as diferentes formas de expressão de si e fazer
com que nossa imagem faça sentido para o outro.
Perceber o contexto social e se adaptar a ele, agindo
apropriadamente, é um processo crítico e adquirido com o
tempo.
Adolescência: experimentações a respeito destas habilidades
sociais e onde estas mais se desenvolvem (BOYD, 2007).
Identidade juvenil como um processo e não como algo estático,
não como algo que pode ser atingido
algo “fluido e aberto à negociação mas sujeito a muitos
constrangimentos” (WEBER & MITCHELL, 2008, p. 43).
A BUSCA POR IDENTIDADE
No ambiente mediado não existe presença corporal, e é
preciso escrever a própria identidade.
a construção de identidade juvenil auxiliada pelas
ferramentas tecnológicas modela enquanto é modelado
pela participação de cada indivíduo.
“clicando, postando e mandando mensagens de texto
através de uma paisagem em transformação, a juventude
está misturando gêneros, incorporando idéias antigas,
atividades e imagens em novas bricolagens, mudando a
cara, se não o conteúdo da interação social, e alterando o
modo como eles próprios se vêem” (WEBER & MITCHELL,
2008, p. 44)
A experimentação do poder e da expressão da
criatividade possibilita o trabalho de construção juvenil de
identidade,
A GERAÇÃO NET
a web como “habitat natural de uma tropa de
colaboradores chamados de ‘Geração Net’” que é a
primeira a crescer online” (TAPSCOTT & WILLIAMS, 2007,
p. 63)
é a primeira geração que foi produzida pela tecnologia,
ao invés de ser o resultado de forças sociais históricas ou
culturais.
funciona através da formação de redes de comunidades
formadas por interesses comuns em detrimento da
proximidade
a participação é movida pela vontade de manutenção de
suas conexões com seus amigos (BOYD, 2007)
provoca impacto nos sistemas educacionais, nas formas de
identidade, de relações e nas formas de organização
política e social. (Buckingham ,2008, p. 14)
A GERAÇÃO NET
Características: “rapidez, liberdade, abertura,
inovação, mobilidade, autenticidade e ludicidade”
(BUCKINGHAM, 2008, p. 15), que tratam da imagem
coletiva de todo o grupo.
autonomia em relação à informação, eles são mais
pesquisadores de informação do que recipientes, o que
associado ao seu espírito de investigação os torna muito
mais aptos a promover mudanças do que as gerações
anteriores (TAPSCOTT, 1997).
As diferenças comportamentais em relação ao
engajamento da geração net em tudo o que faz a
torna pressuposta a colaborar. É essa característica e a
amplitude em que ela ocorre que torna a colaboração
em massa uma realidade.
COLABORAÇÃO EM MASSA
 “a colaboração em massa está virando a economia de
cabeça para baixo” (TAPSCOTT & WILLIAMS, 2007, p. 21
“os interesses de produtores e consumidores não são os
mesmos. Em alguns momentos eles se sobrepõem. Em outros
momentos são conflitantes” (JENKINS, 2006, p. 58).
Dos 100% dos visitantes, 10% colabora, e apenas 1%
produz conteúdo (McConnell e Huba, 2008)
público é formado na sua maioria por pessoas jovens, de
alto grau de instrução e interessados em novas descobertas,
sociáveis e curiosos, acreditam na informação livre e tem
intenção de prover informações precisas.
“um público não precisa ser grande para ser
influente”(McCONNELL & HUBA, 2008, p. 22), os produtores
colaboradores são o núcleo sólido que ajudam a dirigir os
outros para a ação.
REPUTAÇÃO E PARTICIPAÇÃO
pessoas identificadas sentem-se livres para utilizar seu tempo disponível em prol de
algo que acreditam. A juventude produz bens culturais na busca por identidade, em
detrimento do impulso financeiro. O que importa é a reputação, que mesmo
quando inconscientemente desejada, é o que motiva a participação.
“microeconomia da mão-de-obra”.
   Motivado por “altruísmo, relevância pessoal, bem comum e status” (McC. & HUBA, 2008,
   p. 84),
   “o objetivo é experimentar uma nova maneira de ganhar visibilidade (...)uma atividade
   de lazer com dimensão social” (TAPSCOTT & WILLIAMS, 2007, p. 51)
impulsionado por “expressão, diversão, experimentação” conta com “a existência
de uma moeda no reino capaz de ser tão motivadora quanto o dinheiro: reputação”
convertendo a reputação “em outras coisas de valor: trabalho, estabilidade,
público e ofertas lucrativas de todos os tipos” (ANDERSON, 2006, p. 71)
A reputação online e fruto de trabalho e de tempo dedicado ao grupo, bem como
a qualidade e a confiabilidade desse trabalho (JENKINS, 2006, p. 34)
Podem também remeter à credibilidade: igualdade, intimidade, paixão, velocidade
nas comunicações, e a facilidade de acesso aos mecanismos de participação
(Bowman e Willis, 2003).
CIBER- REPUTAÇÃO E ATENÇÃO
“estamos nos tornando uma economia em nós mesmos” (TAPSCOTT &
WILLIAMS, 2007, p. 26),
“as pessoas são o antídoto à realidade injetada na cultura do dia-a-dia”
(McCONNELL & HUBA, 2008, p. 20), transformando-se na mensagem e
multiplicando o seu poder individual, pois “esses novos formadores de
preferência não são uma super-elite, cujos componentes são melhores do
que nós. Eles são nós.” (ANDERSON, 2006, p. 105).
O excesso empregado pelos meios publicitários confere credibilidade às
vozes individuais. A saturação da propaganda desencadeia um bloqueio
por parte das pessoas
“na economia do futuro, o capital será o homem total” (LÉVY, 2003, pp.
42-45)
o consumo com dimensão pública – não mais uma questão de escolhas e
preferências pessoais, e sim de deliberações coletivas; (JENKINS, 2006, p.
222)
Quando “a propaganda boca a boca é uma conversa pública (...) as
formigas têm megafones” (ANDERSON, 2006, p. 97).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção de um senso mútuo de responsabilidade para com toda a
produção online como processo coletivo é um desafio em curso, do qual
nem todos participam, mas sob o qual estamos todos à mercê. O resultado
do processo serve a todos, mesmo que este seja desenvolvido por poucos.
Dentre estes, a maior parcela é constituída pela geração net.
A funcionalidade do processo só é conseguida porque faz parte da
característica dessa geração, levar a sério o seu papel participativo, talvez
porque participar seja sempre uma escolha e não uma obrigação.
Escolhendo participar, o jovem cria reputação e credibilidade, transferindo
sua notoriedade à sua produção, quando chamar a atenção é, dentre os
comportamentos juvenis, aquele que mais se persegue.
Dentro da economia da reputação e através da ciber-representação como
manifestação da busca pela identidade, os jovens encontram um ambiente
fértil para direcionar o foco sobre eles mesmos sem, contudo causar
desconforto por parte de quem recebe o conteúdo produzido como fruto
dessa auto-afirmação.
BIBLIOGRAFIA
ANDERSON, C. (2006). A Cauda Longa. Rio de Janeiro: Elsevier.
ANDERSON, C. (5 de agosto de 2008). I wish people would stop using quot;economyquot; as
just a smart-sounding metaphor. Acesso em agosto de 2008, disponível em The Long
Tail, A public diary on themes around a book:
http://www.longtail.com/the_long_tail/2008/08/i-wish-people-w.html
BOWMAN, S., & WILLIS, C. (2003). We Media. How audiences are shaping the
future of news and information. Reston, Va.: The Media Center at The American Press
Institute.
BOYD, D. (2007). Why Youth (Heart) Social Network Sites: The Role of Networked
Publics in Teenage Social Life. In: D. BUCKINGHAM, MacArthur Foundation Series on
Digital Learning – Youth, Identity, and Digital. Cambridge, MA: MIT Press.
BUCKINGHAM, D. (2008). Introducing Identity. In: D. BUCKINGHAM, MacArthur
Foundation Series on Digital Learning – Youth, Identity, and Digital (pp. 1–24).
Cambridge, MA: The MIT Press.
DAVENPORT, T., & BECK, J. (2002). The Attention Economy: Understanding the New
Currency of Business. Cambridge MA: Harvard Business School Press .
GOFFMAN, E. (1985). A representaçõa do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Editora
Vozes.
JENKINS, H. (2006). Convergence Culture, when old and new media collide. New
York: New York University Press.
BIBLIOGRAFIA
JENKINS, H. (2006). Fans, Bloggers and Gammers: Exploring Participatory Culture.
New York: New York University Press.
LESSIG, L. (2004). Free culture. How big media uses technology and the law to lock
down culture and control creativity. Penguim Press.
LÉVY, p. (2003). A Inteligencia Coletiva. Por uma antropologia do ciberespaço. São
Paulo: Loyola.
McCONNELL, B., & HUBA, J. (2008). Citizen Marketers. São Paulo: MBooks.
TAPSCOTT, D. (1997). Growing Up Digital: The Rise of the Net Generation. Nova
York: McGraw-Hill.
TAPSCOTT, D., & WILLIAMS, A. (2007). Wikinomics: como a colaboração em massa
pode mudar o seu negócio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
TURKLE, S. (1995). Life on the Screen: Identity in the age of the Internet. New York:
Simon and Shuster.
WEBER, S., & MITCHELL, C. (2008). “Imagining, Keyboarding, and Posting Identities:
Young People and NewMedia Technologies. In: D. BUCKINGHAM, MacArthur
Foundation Series on Digital Learning – Youth, Identity, and Digital (pp. 25-48).
Cambridge, MA: The MIT Press.
WILLET, R. (2008). “Consumer Citizens Online: Structure, Agency, and Gender in
Online Participation. In: D. BUCKINGHAM, MacArthur Foundation Series on Digital
Learning – Youth, Identity, and Digital (pp. 49-70). Cambridge, MA: The MIT Press.

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  • 1. A PARTICIPAÇÃO DA JUVENTUDE NO PROCESSO DE CRIAÇÃO DE VALOR CIBER - REPUTAÇÃO
  • 2. AUTORAS GEORGIA NATAL LUCINA VIANA Mestranda em Comunicação e Mestranda em Comunicação e Linguagens da UTP - PR, da Linguagens da UTP - PR, da Linha de pesquisa de Linha de pesquisa de Comunicação e Tecnologia, Comunicação e Tecnologia, com pesquisa em andamento com pesquisa em andamento sobre Consumo e construção sobre consumo da da música de identidades adolescentes na cibercultura, realizada na internet. com o apoio do Conselho E-mail: ggnatal@homail.com Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq – Brasil E-mail: lucka@onda.com.br
  • 3. RESUMO Partindo das definições de Inteligência Coletiva (LÉVY, 2003), da validação deste conceito como fonte alternativa de poder (JENKINS, 2006) e de sua aplicação nos processos de construção de identidade juvenil (BOYD, 2007), apresentamos as características da Geração Net (TAPSCOTT, 1997; TAPSCOTT & WILLIAMS, 2007) para discutir os motivos pelos quais a colaboração faz parte do modo como se produzem bens culturais na cibercultura (ANDERSON, 2006; JENKINS, 2006; McCONNELL & HUBA, 2008; TAPSCOTT & WILLIAMS, 2007). Ao apresentar a aquisição de reputação como principal força motora para a colaboração, discutimos as formas de se adquirir credibilidade online e as possibilidades de influência acerca da utilização dessa qualidade para referenciar as recomendações pessoais online, no caminho da autonomia que se espera num sistema econômico onde cada um de nós é a mensagem (McCONNELL & HUBA, 2008).
  • 4. INTELIGÊNCIA COLETIVA Definição quot;uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competênciasquot; ( LÉVY, 2003, p. 28) nas redes sociais: sustentada por conexões entre pessoas promovidas pela tecnologia o ciberespaço como ambiente ideal para a disseminação do conhecimento Fonte Alternativa de Poder Quando “nenhum de nós pode saber tudo; cada um de nós sabe alguma coisa; e nós podemos juntar as peças se juntarmos nossos recursos e combinarmos nossas habilidades (...) a inteligência coletiva pode ser vista como uma fonte alternativa de poder midiático” (JENKINS, 2006, p. 4)
  • 5. A BUSCA POR IDENTIDADE Reforçamos nossa identidade através de nosso corpo, nossas roupas, expressões faciais e movimento, “gerenciamento de impressão” (GOFFMAN, 1985): habilidade de lidar com as diferentes formas de expressão de si e fazer com que nossa imagem faça sentido para o outro. Perceber o contexto social e se adaptar a ele, agindo apropriadamente, é um processo crítico e adquirido com o tempo. Adolescência: experimentações a respeito destas habilidades sociais e onde estas mais se desenvolvem (BOYD, 2007). Identidade juvenil como um processo e não como algo estático, não como algo que pode ser atingido algo “fluido e aberto à negociação mas sujeito a muitos constrangimentos” (WEBER & MITCHELL, 2008, p. 43).
  • 6. A BUSCA POR IDENTIDADE No ambiente mediado não existe presença corporal, e é preciso escrever a própria identidade. a construção de identidade juvenil auxiliada pelas ferramentas tecnológicas modela enquanto é modelado pela participação de cada indivíduo. “clicando, postando e mandando mensagens de texto através de uma paisagem em transformação, a juventude está misturando gêneros, incorporando idéias antigas, atividades e imagens em novas bricolagens, mudando a cara, se não o conteúdo da interação social, e alterando o modo como eles próprios se vêem” (WEBER & MITCHELL, 2008, p. 44) A experimentação do poder e da expressão da criatividade possibilita o trabalho de construção juvenil de identidade,
  • 7. A GERAÇÃO NET a web como “habitat natural de uma tropa de colaboradores chamados de ‘Geração Net’” que é a primeira a crescer online” (TAPSCOTT & WILLIAMS, 2007, p. 63) é a primeira geração que foi produzida pela tecnologia, ao invés de ser o resultado de forças sociais históricas ou culturais. funciona através da formação de redes de comunidades formadas por interesses comuns em detrimento da proximidade a participação é movida pela vontade de manutenção de suas conexões com seus amigos (BOYD, 2007) provoca impacto nos sistemas educacionais, nas formas de identidade, de relações e nas formas de organização política e social. (Buckingham ,2008, p. 14)
  • 8. A GERAÇÃO NET Características: “rapidez, liberdade, abertura, inovação, mobilidade, autenticidade e ludicidade” (BUCKINGHAM, 2008, p. 15), que tratam da imagem coletiva de todo o grupo. autonomia em relação à informação, eles são mais pesquisadores de informação do que recipientes, o que associado ao seu espírito de investigação os torna muito mais aptos a promover mudanças do que as gerações anteriores (TAPSCOTT, 1997). As diferenças comportamentais em relação ao engajamento da geração net em tudo o que faz a torna pressuposta a colaborar. É essa característica e a amplitude em que ela ocorre que torna a colaboração em massa uma realidade.
  • 9. COLABORAÇÃO EM MASSA “a colaboração em massa está virando a economia de cabeça para baixo” (TAPSCOTT & WILLIAMS, 2007, p. 21 “os interesses de produtores e consumidores não são os mesmos. Em alguns momentos eles se sobrepõem. Em outros momentos são conflitantes” (JENKINS, 2006, p. 58). Dos 100% dos visitantes, 10% colabora, e apenas 1% produz conteúdo (McConnell e Huba, 2008) público é formado na sua maioria por pessoas jovens, de alto grau de instrução e interessados em novas descobertas, sociáveis e curiosos, acreditam na informação livre e tem intenção de prover informações precisas. “um público não precisa ser grande para ser influente”(McCONNELL & HUBA, 2008, p. 22), os produtores colaboradores são o núcleo sólido que ajudam a dirigir os outros para a ação.
  • 10. REPUTAÇÃO E PARTICIPAÇÃO pessoas identificadas sentem-se livres para utilizar seu tempo disponível em prol de algo que acreditam. A juventude produz bens culturais na busca por identidade, em detrimento do impulso financeiro. O que importa é a reputação, que mesmo quando inconscientemente desejada, é o que motiva a participação. “microeconomia da mão-de-obra”. Motivado por “altruísmo, relevância pessoal, bem comum e status” (McC. & HUBA, 2008, p. 84), “o objetivo é experimentar uma nova maneira de ganhar visibilidade (...)uma atividade de lazer com dimensão social” (TAPSCOTT & WILLIAMS, 2007, p. 51) impulsionado por “expressão, diversão, experimentação” conta com “a existência de uma moeda no reino capaz de ser tão motivadora quanto o dinheiro: reputação” convertendo a reputação “em outras coisas de valor: trabalho, estabilidade, público e ofertas lucrativas de todos os tipos” (ANDERSON, 2006, p. 71) A reputação online e fruto de trabalho e de tempo dedicado ao grupo, bem como a qualidade e a confiabilidade desse trabalho (JENKINS, 2006, p. 34) Podem também remeter à credibilidade: igualdade, intimidade, paixão, velocidade nas comunicações, e a facilidade de acesso aos mecanismos de participação (Bowman e Willis, 2003).
  • 11. CIBER- REPUTAÇÃO E ATENÇÃO “estamos nos tornando uma economia em nós mesmos” (TAPSCOTT & WILLIAMS, 2007, p. 26), “as pessoas são o antídoto à realidade injetada na cultura do dia-a-dia” (McCONNELL & HUBA, 2008, p. 20), transformando-se na mensagem e multiplicando o seu poder individual, pois “esses novos formadores de preferência não são uma super-elite, cujos componentes são melhores do que nós. Eles são nós.” (ANDERSON, 2006, p. 105). O excesso empregado pelos meios publicitários confere credibilidade às vozes individuais. A saturação da propaganda desencadeia um bloqueio por parte das pessoas “na economia do futuro, o capital será o homem total” (LÉVY, 2003, pp. 42-45) o consumo com dimensão pública – não mais uma questão de escolhas e preferências pessoais, e sim de deliberações coletivas; (JENKINS, 2006, p. 222) Quando “a propaganda boca a boca é uma conversa pública (...) as formigas têm megafones” (ANDERSON, 2006, p. 97).
  • 12. CONSIDERAÇÕES FINAIS A construção de um senso mútuo de responsabilidade para com toda a produção online como processo coletivo é um desafio em curso, do qual nem todos participam, mas sob o qual estamos todos à mercê. O resultado do processo serve a todos, mesmo que este seja desenvolvido por poucos. Dentre estes, a maior parcela é constituída pela geração net. A funcionalidade do processo só é conseguida porque faz parte da característica dessa geração, levar a sério o seu papel participativo, talvez porque participar seja sempre uma escolha e não uma obrigação. Escolhendo participar, o jovem cria reputação e credibilidade, transferindo sua notoriedade à sua produção, quando chamar a atenção é, dentre os comportamentos juvenis, aquele que mais se persegue. Dentro da economia da reputação e através da ciber-representação como manifestação da busca pela identidade, os jovens encontram um ambiente fértil para direcionar o foco sobre eles mesmos sem, contudo causar desconforto por parte de quem recebe o conteúdo produzido como fruto dessa auto-afirmação.
  • 13. BIBLIOGRAFIA ANDERSON, C. (2006). A Cauda Longa. Rio de Janeiro: Elsevier. ANDERSON, C. (5 de agosto de 2008). I wish people would stop using quot;economyquot; as just a smart-sounding metaphor. Acesso em agosto de 2008, disponível em The Long Tail, A public diary on themes around a book: http://www.longtail.com/the_long_tail/2008/08/i-wish-people-w.html BOWMAN, S., & WILLIS, C. (2003). We Media. How audiences are shaping the future of news and information. Reston, Va.: The Media Center at The American Press Institute. BOYD, D. (2007). Why Youth (Heart) Social Network Sites: The Role of Networked Publics in Teenage Social Life. In: D. BUCKINGHAM, MacArthur Foundation Series on Digital Learning – Youth, Identity, and Digital. Cambridge, MA: MIT Press. BUCKINGHAM, D. (2008). Introducing Identity. In: D. BUCKINGHAM, MacArthur Foundation Series on Digital Learning – Youth, Identity, and Digital (pp. 1–24). Cambridge, MA: The MIT Press. DAVENPORT, T., & BECK, J. (2002). The Attention Economy: Understanding the New Currency of Business. Cambridge MA: Harvard Business School Press . GOFFMAN, E. (1985). A representaçõa do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Editora Vozes. JENKINS, H. (2006). Convergence Culture, when old and new media collide. New York: New York University Press.
  • 14. BIBLIOGRAFIA JENKINS, H. (2006). Fans, Bloggers and Gammers: Exploring Participatory Culture. New York: New York University Press. LESSIG, L. (2004). Free culture. How big media uses technology and the law to lock down culture and control creativity. Penguim Press. LÉVY, p. (2003). A Inteligencia Coletiva. Por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Loyola. McCONNELL, B., & HUBA, J. (2008). Citizen Marketers. São Paulo: MBooks. TAPSCOTT, D. (1997). Growing Up Digital: The Rise of the Net Generation. Nova York: McGraw-Hill. TAPSCOTT, D., & WILLIAMS, A. (2007). Wikinomics: como a colaboração em massa pode mudar o seu negócio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. TURKLE, S. (1995). Life on the Screen: Identity in the age of the Internet. New York: Simon and Shuster. WEBER, S., & MITCHELL, C. (2008). “Imagining, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and NewMedia Technologies. In: D. BUCKINGHAM, MacArthur Foundation Series on Digital Learning – Youth, Identity, and Digital (pp. 25-48). Cambridge, MA: The MIT Press. WILLET, R. (2008). “Consumer Citizens Online: Structure, Agency, and Gender in Online Participation. In: D. BUCKINGHAM, MacArthur Foundation Series on Digital Learning – Youth, Identity, and Digital (pp. 49-70). Cambridge, MA: The MIT Press.