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A apologia de Sócrates

       Luci Bonini
A acusação
 “A seguinte acusação escreve e jura Meleto, filho
 de Meleto, do povoado de Piteo, contra Sócrates,
 filho de Sofronisco, do povoado de Alópece.
 Sócrates é culpado de não aceitar os deuses que
 são reconhecidos pelo Estado, de introduzir
 novos cultos, e, também, é culpado de
 corromper a juventude. Pena: a morte” (Platão.
 1999, p.59).
Os acusadores
Meleto
 Poeta trágico novo e desconhecido de cabelo
 raro, barba escassa e nariz adunco, era o acusador
 oficial, porém nada exigia que ele como acusador
 oficial fosse o mais respeitável, hábil ou temível,
 mas somente aquele que assinava a acusação. 
  Representava a classe dos poetas e adivinhos
Lícon
 Era um retórico obscuro e o seu nome teve
 pouca importância e autoridade no decorrer
 da condenação de Sócrates. 
  Representava a classe dos oradores e
   professores de retórica.
Ânito
• Líder democrático tinha um filho discípulo de Sócrates (que
  ria dos deuses do pai). Era um rico tanoeiro que
  representava os interesses dos comerciantes e industriais, era
  poderoso e influente não sendo um homem de escrúpulos e
  finezas da moral interior. Foi o mais importante dos
  acusadores e foi aquele que deu a impressão de conhecer
  Sócrates, que a ele aludecomo se Meleto fosse seu
  subordinado, como se deste tivesse originado a ideia de pena
  de morte para persuadir Sócrates a abandonar a cidade antes
  que o processo tivesse seguimento.
  – Representava a classe dos políticos.
Atenas
• Não podia mover ações contra uma pessoa,
 porém um cidadão podia – neste caso esta pessoa
 assumiria o risco de a acusação não ser
 considerada pelo júri.
 – Sócrates era “réu de haver-se ocupado de assuntos
   que não eram de sua alçada, investigando o que existe
   embaixo da terra e no céu, procurando transformar a
   mentira em verdade e ensinando-as às pessoas”
   (Platão. 1999. p. 69).
Sócrates tinha consciência de que estava sendo
acusado injustamente e tinha certeza que se um justo
estava sendo incriminado os injustos também seriam.




Não passará muito tempo, atenienses, e
serão conhecidos e acusados pelos
detratores do Estado como assassinos de
Sócrates, um sábio
Apologia
Significa: defesa, elogio, justificativa e louvor
• Platão  428/27 aC, morreu 348/7 aC
  – Sua família era rica e aristocrática
  – Ele era descendente da antiga família real de Atenas (os
    Medontids). 
  – Seus parentes (especialmente Kritias seu primo) estavam envolvidos
    no governo de ocupação do pós-guerra de Atenas ("Os Trinta
    Tiranos", 403 aC). 
  – Ele estudou com Sócrates por cerca de 10 anos, ca. 409-399. 
• Cerca de 388 aC, ele formou seu próprio grupo de estudiosos
  em Atenas, que se chamava Academia (em honra de Apolo
  Akademos)
• O aluno mais famoso de Platão foi Aristóteles de Estagira
  (384-322 aC). 
  – Escreveu 26 diálogos e mais algumas cartas.
 É também digno de nota
  que a Apologia Sócrates
  nunca menciona um juiz. 
 Todos os seus comentários
  são dirigidos ao júri
Estrutura da obra
Parte 1 - introdução e refutação
PROEMION (Introdução)
 O Júri deve ser conquistado a partir de uma hostilidade
  estabelecida para a Defesa 
  por causa da má reputação de Sócrates
 Sócrates diz que não é um orador, e na idade de 70 ele é
  velho demais para aprender 
Prólogo
• A primeira frase dá o tom e a direção para todo o diálogo. 
• Sócrates, ao abordar os homens de Atenas, afirma que quase
  se esqueceu quem ele era. 
• Os discursos de seus acusadores o levaram a este ponto. 
  – O diálogo será assim uma espécie de "recordar" por Sócrates de
    quem ele é. Ou seja, a Apologia se tornará resposta de Sócrates
    à pergunta: "Quem é Sócrates?"
• Não sei, Atenienses, que influência exerceram os
 meus acusadores em vosso espírito; a mim
 próprio, quase me fizeram esquecer quem sou, tal a
 força de persuasão da sua eloquência. Verdade, porém,
 a bem dizer, não proferiram nenhuma. Uma, sobretudo,
 me assombrou das muitas aleivosias que assacaram: a
 recomendação de cautela para não vos
 deixardes embair pelo orador formidável que
 sou.
• Com efeito, não corarem de me haver eu de desmentir
  prontamente com os fatos, ao mostrar-me um orador nada
  formidável, eis o que me pareceu o maior dos seus
  descaramentos, salvo se essa gente chama
  formidável a quem diz a verdade; se é o que
  entendem, eu cá admitiria que, em contraste com
  eles, sou um orador. Seja como for, repito-o, verdade
  eles não proferiram nenhuma ou quase nenhuma; de mim,
  porém, vós ides ouvir a verdade inteira.
• Mas não, por Zeus, Atenienses, não ouvireis discursos como
  os deles, aprimorados em nomes e verbos, em estilo florido;
  serão expressões espontâneas, nos termos que me ocorrerem,
  porque deposito confiança na justiça do que digo; nem espere
  outra coisa quem quer de vós. Deveras, senhores, não ficaria bem, a um
  velho como eu, vir diante de vós plasmar seus discursos como um
  rapazola. Faço-vos, no entanto, um pedido, Atenienses, uma súplica
  premente; se ouvirdes, na minha defesa, a mesma linguagem que
  habitualmente emprego na praça, junto das bancas, onde tantos dentre
  vós me tendes escutado, e noutros lugares, não a estranheis nem vos
  amotineis por isso.
• Acontece que venho ao tribunal pela primeira
 vez aos setenta anos de idade; sinto-me, assim,
 completamente estrangeiro à linguagem do
 local. Se eu fosse de fato um estrangeiro, sem dúvida me
 desculparíeis o sotaque e o linguajar de minha criação;
 peço-vos nesta ocasião a mesma tolerância, que é de justiça
 a meu ver, para minha linguagem - que poderia ser talvez
 pior, talvez melhor - e que examineis com atenção se o que
 digo é justo ou não. Nisso reside o mérito de um
 juiz; ou de um orador, em dizer a verdade.
Refutação
Velhas acusações
• Sócrates não é um físico (ou seja, cosmólogo)
• Sócrates não é um sofista (ou seja, um profissional de professores
  das artes dos políticos) 
• Sócrates não é um ateu: Apollo o chamou de 'sábio' Sócrates
  (menção ao oráculo de Delfos)
  – A Verdade do Oráculo de Delfos - Depois de "testar" a palavra do deus,
     Sócrates tornou-se ciente da verdade do ditado que "Sócrates é o mais
     sábio" - pode ser expressa da seguinte forma: Sócrates era o mais
     sábio, porque ele era Ciente de sua ignorância. 
     • A resposta de muitos para essa experiência foi a confusão e a raiva. Ao longo
       dos anos, essa raiva tomou a forma de um ressentimento geral contra
       Sócrates.
• Sócrates não é responsável pelo comportamento dos jovens
• Sócrates, longe de ser um corruptor da juventude irreverente, é
  na verdade uma bênção enviada pelos deuses.
• Para mostrar isso, Sócrates se compara a uma mosca, assim como
  ela agita constantemente um cavalo, prevenindo que ele se torne
  lento, assim também, ele impede que as pessoas se tornem
  descuidadas e intolerantes  achando que sabem alguma coisa
  quando não sabem
• Em última análise, toda a vida de Sócrates foi um bem para as
  pessoas (desde que o Oráculo falou dele)
• Cumpre, Atenienses, me defenda, em primeiro lugar,
  das primeiras mentiras contra mim e dos primeiros
  acusadores; depois, das recentes e dos recentes.
• Com efeito, muitos acusadores tenho junto de vós, há
  muitos anos, que nada dizem de verdadeiro. A esses
  tenho mais medo que aos da roda de Ânito, posto que
  estes também são temíveis.
 Mais temíveis, porém, senhores, são aqueles, que,
  encarregando-se da educação da maioria de vós desde
  meninos, fizeram-vos crer, com acusações inteiramente
  falsas, que existe certo Sócrates, homem instruído, que
  estuda os fenômenos celestes, que investigou tudo o que há
  debaixo da terra e que faz prevalecer a razão mais fraca.

 Por terem espalhado esse boato, Atenienses, são esses os meus acusadores;
  temíveis, porque os seus ouvintes acham que os investigadores
  daquelas matérias não creem tão pouco nos deuses.
 Em conclusão, concordai comigo em que meus
 acusadores são de duas classes: os que acabam
 de acusar-me e os do passado, a quem aludi;
 admiti, também, que destes me deva defender
 em primeiro lugar, pois que a suas acusações
 destes ouvido primeiro e muito mais que às dos
 últimos.
• Sócrates fala de uma maneira muito simples, coloquial. 
  • Ele explica que ele não tem experiência com os tribunais e que, ao
    contrário, falam de maneira a que ele está acostumado: com
    honestidade e franqueza. 
• Ele explica que seu comportamento decorre de uma profecia do
  oráculo de Delfos, que alegou que ele era o mais sábio de todos
  os homens. 
  • Reconhecendo a sua ignorância, na maioria dos assuntos mundanos,
    Sócrates concluiu que ele deve ser mais sábio do que os outros
    homens apenas no que ele sabe que nada sabe
Oráculo de Delfos
• Bem, Atenienses, é mister que apresente minha defesa, que empreenda
  delir em vós os efeitos dessa calúnia, a que destes guarida por tantos
  anos, e isso em prazo tão curto.
• Eu quisera que assim acontecesse, para o meu e para o vosso bem, e que
  lograsse êxito a minha defesa; considero, porém, a empresa difícil e não
  tenho a mínima ilusão a esse respeito.
• Seja como for, que tomem as coisas o rumo que aprouver ao deus, mas
  cumpre obedecer à lei e apresentar defesa.
 A fim de difundir essa sabedoria peculiar, Sócrates explica que
  ele considerava seu dever de questionar supostos "sábios"
  homens e expor sua falsa sabedoria como a ignorância. 
 Essas atividades lhe renderam muita admiração entre os jovens
  de Atenas, mas muito ódio e raiva das pessoas que ele
  envergonhado. 
 Ele cita o seu desprezo como a razão para ele ser levado a
  julgamento.
Defesa de sua vida
• Sócrates não tem medo da morte; deserção é desonra
• Sócrates está a agir em obediência a Apollo como um homem da
  ciência
• Sócrates não pode concordar com encerrar sua missão, seria
  contra deus
  – Devoção de Sócrates ao seu trabalho fez com que ele não fosse
    politicamente ativo: seu daimon o alertou para não entrar na política. 
• Missão de Sócrates em ensinar a virtude é uma grande bênção para
  Atenas. 
• Morte de Sócrates seria uma ofensa contra Apollo. 
 Sócrates então passa a interrogar Meleto, o
  homem o principal responsável por trazer
  Sócrates perante o júri. 
 Sua conversa com Meleto, no entanto, é um
  mau exemplo deste método, como parece
  mais voltada para embaraçar Meleto do que
  para chegar à verdade.
 Dize-me cá, Meleto: Dás muita importância a que os jovens sejam melhores?
 Dou, sim.
 Faze, então, o favor de dizer a estes senhores quem é que os torna melhores;
    evidentemente o sabes, pois que te importa. Descoberto o corruptor, segundo
    afirmas, tu me conduzes à presença destes senhores e me acusas; portanto, faze o
    favor de dizer quem os torna melhores; conta-lhes quem é. Estás vendo, Meleto,
    que te calas e não sabes o que dizer? Com efeito, não achas que isso é feio e prova
    que não fazes o mínimo caso, como eu disse? Vamos, bom rapaz, fala; quem é que
    os torna melhores?
   São, as leis.
   Não é isso o que estou perguntando, excelente rapaz; pergunto que homem é, o
    qual, para começar, sabe exatamente isso, as leis.
   As pessoas presentes, Sócrates; os juízes.
   Que dizes, Meleto? Os presentes são capazes de educar os moços e os tornam
    melhores?
 Sem dúvida.
 Todos? Ou uns sim e outros não?
 Todos.
 Boa notícia nos dás, por Hera! Sobram benfeitores! Que mais? E esses da
    assistência os tornam melhores, ou não?
   Eles também.
   Que dizer dos conselheiros? - Também os conselheiros. - Mas, então,
    Meleto, acaso os homens da assembleia, os eclesiastas corrompem a
    mocidade? Ou eles todos também a tornam melhor?
   Também eles.
   Logo, não é assim? todos os atenienses tornam os jovens gente de bem,
    menos eu; eu sou o único a corrompê-la! É isso o que dizes?
   Exatamente Isso é o que digo
 Que imensa desgraça apontas em mim!
 Responde também a esta pergunta: no teu entender, com os cavalos sucede
  o mesmo? Toda gente os melhora e um só os vicia? Ou se dá inteiramente o
  contrário: quem os sabe melhorar é um só, ou muito poucos, os
  adestradores; a maioria, quando trata de cavalos e os monta, vicia-os?
 Não é assim, Meleto, com os cavalos e com todos os outros animais?
 Que bom para os moços, se há um só a corrompê-los e os outros todos a
  fazer-lhes bem! Ora, Meleto, estás dando provas acabadas de que nunca te
  preocupaste com a mocidade e revelando claramente a tua indiferença
  para com o crime de que me acusas!
• Sócrates é considerado culpado por uma margem estreita e é
  convidado a propor uma pena. 
  • Sócrates sugere brincando que se fosse para conseguir o que ele
    merece, ele deveria ser homenageado com uma grande refeição por
    ser esse tipo de serviço ao Estado. 
• Em uma nota mais séria, ele rejeita prisão e exílio, oferecendo
  talvez em vez de pagar uma multa. 
  • Quando o júri rejeita sua sugestão e sentenças à morte, Sócrates
    estoicamente aceita o veredicto com a observação de que ninguém,
    mas os deuses sabem o que acontece após a morte e por isso seria
    tolice temer o que não se sabe. 
• Ele também adverte os jurados que votaram contra ele que,
  silenciando a sua crítica ao invés de ouvi-lo, eles prejudicaram a
  si mesmos muito mais do que o prejudicado.
 Sustenta-o uma certeza: mais difícil que evitar a morte é "evitar o
  mal, porque ele corre mais depressa que a morte". Quanto a
  esta, apenas pode ser uma destas duas coisas: “ aquele que morre é
  reduzido ao nada e não tem mais qualquer consciência, ou então,
  conforme ao que se diz, a morte é uma mudança, uma transmigração
  da alma do lugar onde nos encontramos para outro lugar. Se a morte
  é a extinção de todo sentimento e assemelha-se a um desses sonos nos
  quais nada se vê, mesmo em sonho, então morrer é um ganho
  maravilhoso. (...). Por outro lado, se a morte é como uma passagem
  daqui para outro lugar, e se é verdade, como se diz, que todos os
  mortos aí se reúnem, pode-se, senhores juízes, imaginar maior
  bem?".
 Apoiado nessas hipóteses – as únicas existentes a respeito de um
  fato que não permite certezas racionais -, o septuagenário
  Sócrates despede-se, tranqüilo, de seus concidadãos: "Mas eis a
  hora de partirmos, eu para a morte, vós para a vida. Quem
  de nós segue o melhor rumo, ninguém o sabe, exceto o deus".
Parte 2
A condenação e penas alternativas
• Sócrates é condenado culpado por uma margem de cerca de
  30 votos. A pena proposta é a morte por cicuta. 
• Neste ponto, Sócrates tem a oportunidade de propor uma
  pena alternativa  argumenta que desde que a pena deve ser
  algo que ele merece, e desde que ele passou sua vida
  livremente oferecer seus serviços para a cidade, ele merece
  refeições gratuitas para o resto de sua vida.
Discursos finais
 Para aqueles que votaram em sua morte  Na sua idade de
  70, a morte teria logo chegou naturalmente. 
   Mas agora essas pessoas vão ter a responsabilidade de tê-lo
    mandado matar
 Ele diz que ele poderia ter vencido o seu caso se ele tivesse
  apelado aos sofismas, mas ele preferiu falar a verdade.
 Ele profetiza que haverá outros para tomar seu
  lugar. Não é a pessoa que está em questão aqui, mas a
  atividade da própria filosofia.
 O resultado deve ser para o bem. Afinal, a morte é uma
  das duas coisas: um sono profundo ou uma mudança de
  lugar.
  • Se ele fosse para entrar no Hades, por outro lado, ele teria a
    oportunidade de conhecer todos os grandes pensadores
    gregos e heróis. E aqui ele poderia perguntar-lhes as mesmas
    perguntas que ele pediu os homens de Atenas.
  • Então ele tem de forma alguma foram prejudicados, pois ele
    quer dormir em paz ou continuar falando.
Eles o julgaram esquecendo que um dia também
seriam, pois na realidade eles é que estavam errados,
julgando um homem justo.




Porque fazem isso comigo na esperança de
não ter que prestar contas de suas vidas, mas
lhes digo que o resultado será bem diferente.
Aqueles que irão forçá-los a prestar contas
serão em número bem maior do que o foram
até aqui...”
Eu nunca fui mestre de ninguém, conquanto nunca
me opusesse a moço ou velho
que me quisesse ouvir no desempenho de minha tarefa.
Tampouco falo se me pagam, e se não pagam, não;
estou igualmente à disposição do rico e do pobre,
para que me interroguem ou, se preferirem ser interrogados,
para que ouçam o que digo.
Se algum deles vira honesto ou não,
não é justo que eu responda pelo que
jamais prometi nem ensinei a ninguém.
 Platão indica que a maioria dos juízes votaram a favor da
  pena de morte, mas ele não indica exatamente como muitos
  o fizeram. 
 Nossa única fonte para os números reais desses votos é
  Diógenes Laércio, que diz que mais 80 votaram a favor da
  pena de morte que tinha votado por culpa de Sócrates
   os detalhes dessa conta foram contestados.  
   outros concluíram a partir disso que discurso de Sócrates irritou o
    júri. 
 Sócrates responde agora ao veredicto. Ele primeiro
  se destina àqueles que votaram para a morte.
 Ele alega que não é a falta de argumentos, que
  resultou em sua condenação, mas sim falta de tempo
  e sua recusa a vergar-se aos apelos emotivos
  habituais esperados de qualquer réu diante da morte.
   Mais uma vez ele insiste que a perspectiva da
    morte não absolve alguém de perseguir o caminho
    da bondade e da verdade.
 Sócrates profetizou que os críticos mais jovens ainda o
  seguiriam, o que se constituiria num vexame
 Para aqueles que votaram por sua absolvição, Sócrates
  dá-lhes encorajamento
   Ele diz que seu daimon não o impediu de realizar sua
    defesa da forma que ele fez, que este era um sinal de
    que era a coisa certa a fazer.
Parte 3
 A terceira parte da Apologia pretende ser a transcrição
 das últimas palavras endereçadas por Sócrates aos que
 haviam acabado de condená-lo a morrer bebendo
 cicuta. Em sua alocução, a mesma serenidade, o
 mesmo tom altaneiro:
  "Não foi por falta de discursos que fui condenado, mas por
   falta de audácia e porque não quis que ouvísseis o que
   para vós teria sido mais agradável, Sócrates lamentando-
   se, gemendo, fazendo e dizendo uma porção de coisas que
   considero indignas de mim, coisas que estais habituados a
   escutar de outros acusados".
 Desta forma, o seu daimon foi mesmo dizendo-lhe
 que a morte deve ser uma bênção. 
  Para tanto, é uma aniquilação (assim trazer a paz
   eterna de todas as preocupações, e, portanto, não
   algo para ser verdadeiramente medo) ou uma
   migração para um outro lugar para encontrar
   almas de pessoas famosas,
   como Hesíodo e Homero e heróis como Ulisses 
  Com elas, será uma alegria para continuar a prática
   do diálogo socrático.
 Sócrates conclui sua Apologia com a alegação
 de que ele não tem qualquer rancor contra
 aqueles que acusado e condenado, e pede-
 lhes para cuidar de seus três filhos à medida
 que crescem, garantindo que eles colocaram
 bem antes de interesses egoístas.
 Sócrates deixou os juízes e foi para a prisão,
 teve que esperar mais de um mês a morte no
 cárcere, pois uma lei vedava as execuções
 capitais durante a viagem votativa de um navio
 sagrado a Delos.
Se tivesse dinheiro, estipularia uma multa de minhas posses;
não sofreria nada com isso.
Infelizmente, não tenho mesmo,
salvo se quiserdes estipular tanto quanto possa pagar.
Talvez vos possa pagar uma mina de prata;
é quanto estipulo, portanto.
Mas aí está Platão, Atenienses, com Críton, Critobulo e
Apolodoro, mandando que estipule trinta minas, sob sua fiança.
Estipulo, pois, essa quantia; serão fiadores da soma essas
pessoas idóneas.
 Este navio sagrado ía todos os anos à ilha natal de
 Apolo para celebrar a ajuda que o Deus Apolo havia
 dado a Teseu para vencer um minotauro (monstro)
 que obrigou durante anos Atenas a pagar um cruel
 tributo.
  A lei exigia que nenhuma execução tivesse lugar
   antes do regresso do navio. Por isso, Sócrates ficou
   a ferros 30 dias, sobre custódia dos Onze,
   magistrados encarregados, em Atenas, da polícia e
   da administração penitenciária.
  Durante estes 30 dias recebeu os seus amigos e conversou com
  eles.
   Uma manhã o discípulo Criton preparou e propôs a fuga ao Mestre,
    porém Sócrates recusou, declarando não querer absolutamente
    desobedecer às leis da pátria.
 E passou o tempo preparando-se para o passo extremo em
  palestras espirituais com os amigos.
 Especialmente famoso é o diálogo sobre a imortalidade da alma
  que se teria realizado pouco antes da morte e foi descrito por
  Platão no Fédon com arte incomparável.
  Após 3 dias a proposta de Críton, deu-se o dia da execução.
  Estiveram presentes todos os amigos de Sócrates exceto Aristipo,
  Xenofonte (estava na Ásia) e Platão (estava doente),  Xantipa e
  seus filhos. 
   Recusou ser vestido depois de morto por uma rica túnica que
    Apolodoro lhe havia trazido, preferia o seu manto que havia sido
    suficientemente bom até ali e que continuaria a sê-lo depois da sua
    morte.
   Passou os seus últimos momentos a conversar sobre a imortalidade
    da alma.
 Tomou um banho, e antes que o sol tivesse inteiramente
  desaparecido no horizonte pediu o veneno.
   Críton argumentou proferindo que Sócrates ainda tinha tempo pois
    o sol ainda ía sobre as montanhas.
 No entanto Sócrates não quis adiar o inevitável uma vez que
  não valia apena economizar quando já não lhe sobrava mais
  nada.
   Pediu o veneno e pegou na taça de cicuta com uma mão firme e
    bebeu sem desgosto nem hesitação até ao fundo.
Fédon: a imortalidade da alma
 Então responde-me, se puderes:          -Existe.
    qual é a coisa que, entrando num      -Qual é?
    corpo, o torna vivo?                  -A morte.
   -A alma.                              -Não é verdade que a alma jamais
   -Mas é sempre assim?                   aceitará o contrário do que ela
   -Como não!                             traz consigo?
   -Portanto a alma, empolgando          -Decididamente!
    uma coisa, sempre traz vida para      -(...) Bem, e ao que não admite a
    essa coisa?                            morte como chamaremos?
   -Sempre traz vida!                    -Imortal.
   -Existe um contrário da vida, ou      -A alma não admite a morte, não
    não?                                   é?
                                          -É.
                                          -Logo, a alma é imortal?
                                          -É imortal!
• E antes de chegar o momento de partir, Sócrates fez uma
  petição: “Punam meus filhos quando eles crescerem, senhores,
  perturbando-os como eu perturbei vocês, caso lhes pareça que
  eles se preocupam menos com a virtude do que com o dinheiro
  ou outra coisa qualquer e pensam ser mais do que são,
  repreendam-nos como eu repreendi vocês por se preocuparem
  com o que não deveriam e acharem que significam alguma
  coisa quando não valem nada. Se fizerem isso, tanto eu
  quanto meus filhos teremos recebido o justo tratamento”.
  • O que ele quis dizer é que às vezes é necessário escutarmos um “não”,
    e aprender que determinadas coisas são fúteis, e que não nos trazem
    conteúda algum. E que dessa forma seus filhos estariam sendo
    educados segundo a verdade, a qual, Sócrates ensinou e praticou esse
    ideal de vida até o momento de sua morte.    
Sócrates não tinha medo da morte porque sabia que o
verdadeiro julgamento estaria por vir, seria julgado por
juízes corretos após a morte.




 “ ...Se a morte é, por assim dizer, uma mudança de
 casa daqui para algum outro lugar e se, como afirmam,
 todos os mortos estão lá, que benção maior poderia
 existir, juízes? Pois se ao chegar no outro mundo,
 deixando para trás os que se disseram juízes, o homem
 vai encontrar os verdadeiros juízes que ali se reuniram
 em julgamento...”
 A maneira mais fácil e mais segura de vivermos honradamente,
  consiste em sermos, na realidade, o que parecemos ser.
 Há quatro características que um juiz deve possuir: escutar com
  cortesia, responder sabiamente, ponderar com prudência e decidir
  imparcialmente.
 Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em
  vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa
 O poder se torna mais forte quando ninguém pensa
 A mentira nunca vive o suficiente para envelhecer
 Melhor fazer um bem pequeno, do que um grande mal.
 Eu não me importo que as pessoas dizem sobre mim. Eu me
  importo com os meus erros.
Referências
 APOLOGIA DE SÓCRATES (excertos) in http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/
  protagoras/links/apol_soc.htm
 COMMENTARY ON PLATO'S Apology of Socrates In. http://www.friesian.com/apology.htm
 MADJAROF, ROSANA. Introdução à Apologia de Sócrates. In.
  http://www.mundodosfilosofos.com.br/socrates1.htm
 MARROW, Daniel. The apology of Socrates- defense In.
  http://www.ancientgreece.com/essay/v/the_apology_socrates_defensePLATÃO. Apologia
  de Sócrates. São Paulo:Saraiva. 2011
 PESSANHA. J.A.MOTTA. Comentário Sobre A "Apologia De Sócrates” In "Sócrates",
  coleção "Os Pensadores", Editora Nova Cultural, 1987, pág. VIII a XI. In
  http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/comentarioapologia.html
 SPARK NOTES. Apology. In.
  http://www.sparknotes.com/philosophy/apology/summary.html

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  • 2.
  • 3. A acusação  “A seguinte acusação escreve e jura Meleto, filho de Meleto, do povoado de Piteo, contra Sócrates, filho de Sofronisco, do povoado de Alópece. Sócrates é culpado de não aceitar os deuses que são reconhecidos pelo Estado, de introduzir novos cultos, e, também, é culpado de corromper a juventude. Pena: a morte” (Platão. 1999, p.59).
  • 5. Meleto  Poeta trágico novo e desconhecido de cabelo raro, barba escassa e nariz adunco, era o acusador oficial, porém nada exigia que ele como acusador oficial fosse o mais respeitável, hábil ou temível, mas somente aquele que assinava a acusação.   Representava a classe dos poetas e adivinhos
  • 6. Lícon  Era um retórico obscuro e o seu nome teve pouca importância e autoridade no decorrer da condenação de Sócrates.   Representava a classe dos oradores e professores de retórica.
  • 7. Ânito • Líder democrático tinha um filho discípulo de Sócrates (que ria dos deuses do pai). Era um rico tanoeiro que representava os interesses dos comerciantes e industriais, era poderoso e influente não sendo um homem de escrúpulos e finezas da moral interior. Foi o mais importante dos acusadores e foi aquele que deu a impressão de conhecer Sócrates, que a ele aludecomo se Meleto fosse seu subordinado, como se deste tivesse originado a ideia de pena de morte para persuadir Sócrates a abandonar a cidade antes que o processo tivesse seguimento. – Representava a classe dos políticos.
  • 8. Atenas • Não podia mover ações contra uma pessoa, porém um cidadão podia – neste caso esta pessoa assumiria o risco de a acusação não ser considerada pelo júri. – Sócrates era “réu de haver-se ocupado de assuntos que não eram de sua alçada, investigando o que existe embaixo da terra e no céu, procurando transformar a mentira em verdade e ensinando-as às pessoas” (Platão. 1999. p. 69).
  • 9. Sócrates tinha consciência de que estava sendo acusado injustamente e tinha certeza que se um justo estava sendo incriminado os injustos também seriam. Não passará muito tempo, atenienses, e serão conhecidos e acusados pelos detratores do Estado como assassinos de Sócrates, um sábio
  • 10. Apologia Significa: defesa, elogio, justificativa e louvor
  • 11. • Platão  428/27 aC, morreu 348/7 aC – Sua família era rica e aristocrática – Ele era descendente da antiga família real de Atenas (os Medontids).  – Seus parentes (especialmente Kritias seu primo) estavam envolvidos no governo de ocupação do pós-guerra de Atenas ("Os Trinta Tiranos", 403 aC).  – Ele estudou com Sócrates por cerca de 10 anos, ca. 409-399.  • Cerca de 388 aC, ele formou seu próprio grupo de estudiosos em Atenas, que se chamava Academia (em honra de Apolo Akademos) • O aluno mais famoso de Platão foi Aristóteles de Estagira (384-322 aC).  – Escreveu 26 diálogos e mais algumas cartas.
  • 12.  É também digno de nota que a Apologia Sócrates nunca menciona um juiz.   Todos os seus comentários são dirigidos ao júri
  • 14. Parte 1 - introdução e refutação
  • 15. PROEMION (Introdução)  O Júri deve ser conquistado a partir de uma hostilidade estabelecida para a Defesa  por causa da má reputação de Sócrates  Sócrates diz que não é um orador, e na idade de 70 ele é velho demais para aprender 
  • 16. Prólogo • A primeira frase dá o tom e a direção para todo o diálogo.  • Sócrates, ao abordar os homens de Atenas, afirma que quase se esqueceu quem ele era.  • Os discursos de seus acusadores o levaram a este ponto.  – O diálogo será assim uma espécie de "recordar" por Sócrates de quem ele é. Ou seja, a Apologia se tornará resposta de Sócrates à pergunta: "Quem é Sócrates?"
  • 17. • Não sei, Atenienses, que influência exerceram os meus acusadores em vosso espírito; a mim próprio, quase me fizeram esquecer quem sou, tal a força de persuasão da sua eloquência. Verdade, porém, a bem dizer, não proferiram nenhuma. Uma, sobretudo, me assombrou das muitas aleivosias que assacaram: a recomendação de cautela para não vos deixardes embair pelo orador formidável que sou.
  • 18. • Com efeito, não corarem de me haver eu de desmentir prontamente com os fatos, ao mostrar-me um orador nada formidável, eis o que me pareceu o maior dos seus descaramentos, salvo se essa gente chama formidável a quem diz a verdade; se é o que entendem, eu cá admitiria que, em contraste com eles, sou um orador. Seja como for, repito-o, verdade eles não proferiram nenhuma ou quase nenhuma; de mim, porém, vós ides ouvir a verdade inteira.
  • 19. • Mas não, por Zeus, Atenienses, não ouvireis discursos como os deles, aprimorados em nomes e verbos, em estilo florido; serão expressões espontâneas, nos termos que me ocorrerem, porque deposito confiança na justiça do que digo; nem espere outra coisa quem quer de vós. Deveras, senhores, não ficaria bem, a um velho como eu, vir diante de vós plasmar seus discursos como um rapazola. Faço-vos, no entanto, um pedido, Atenienses, uma súplica premente; se ouvirdes, na minha defesa, a mesma linguagem que habitualmente emprego na praça, junto das bancas, onde tantos dentre vós me tendes escutado, e noutros lugares, não a estranheis nem vos amotineis por isso.
  • 20. • Acontece que venho ao tribunal pela primeira vez aos setenta anos de idade; sinto-me, assim, completamente estrangeiro à linguagem do local. Se eu fosse de fato um estrangeiro, sem dúvida me desculparíeis o sotaque e o linguajar de minha criação; peço-vos nesta ocasião a mesma tolerância, que é de justiça a meu ver, para minha linguagem - que poderia ser talvez pior, talvez melhor - e que examineis com atenção se o que digo é justo ou não. Nisso reside o mérito de um juiz; ou de um orador, em dizer a verdade.
  • 22. Velhas acusações • Sócrates não é um físico (ou seja, cosmólogo) • Sócrates não é um sofista (ou seja, um profissional de professores das artes dos políticos)  • Sócrates não é um ateu: Apollo o chamou de 'sábio' Sócrates (menção ao oráculo de Delfos) – A Verdade do Oráculo de Delfos - Depois de "testar" a palavra do deus, Sócrates tornou-se ciente da verdade do ditado que "Sócrates é o mais sábio" - pode ser expressa da seguinte forma: Sócrates era o mais sábio, porque ele era Ciente de sua ignorância.  • A resposta de muitos para essa experiência foi a confusão e a raiva. Ao longo dos anos, essa raiva tomou a forma de um ressentimento geral contra Sócrates. • Sócrates não é responsável pelo comportamento dos jovens
  • 23. • Sócrates, longe de ser um corruptor da juventude irreverente, é na verdade uma bênção enviada pelos deuses. • Para mostrar isso, Sócrates se compara a uma mosca, assim como ela agita constantemente um cavalo, prevenindo que ele se torne lento, assim também, ele impede que as pessoas se tornem descuidadas e intolerantes  achando que sabem alguma coisa quando não sabem • Em última análise, toda a vida de Sócrates foi um bem para as pessoas (desde que o Oráculo falou dele)
  • 24. • Cumpre, Atenienses, me defenda, em primeiro lugar, das primeiras mentiras contra mim e dos primeiros acusadores; depois, das recentes e dos recentes. • Com efeito, muitos acusadores tenho junto de vós, há muitos anos, que nada dizem de verdadeiro. A esses tenho mais medo que aos da roda de Ânito, posto que estes também são temíveis.
  • 25.  Mais temíveis, porém, senhores, são aqueles, que, encarregando-se da educação da maioria de vós desde meninos, fizeram-vos crer, com acusações inteiramente falsas, que existe certo Sócrates, homem instruído, que estuda os fenômenos celestes, que investigou tudo o que há debaixo da terra e que faz prevalecer a razão mais fraca.  Por terem espalhado esse boato, Atenienses, são esses os meus acusadores; temíveis, porque os seus ouvintes acham que os investigadores daquelas matérias não creem tão pouco nos deuses.
  • 26.  Em conclusão, concordai comigo em que meus acusadores são de duas classes: os que acabam de acusar-me e os do passado, a quem aludi; admiti, também, que destes me deva defender em primeiro lugar, pois que a suas acusações destes ouvido primeiro e muito mais que às dos últimos.
  • 27. • Sócrates fala de uma maneira muito simples, coloquial.  • Ele explica que ele não tem experiência com os tribunais e que, ao contrário, falam de maneira a que ele está acostumado: com honestidade e franqueza.  • Ele explica que seu comportamento decorre de uma profecia do oráculo de Delfos, que alegou que ele era o mais sábio de todos os homens.  • Reconhecendo a sua ignorância, na maioria dos assuntos mundanos, Sócrates concluiu que ele deve ser mais sábio do que os outros homens apenas no que ele sabe que nada sabe
  • 29. • Bem, Atenienses, é mister que apresente minha defesa, que empreenda delir em vós os efeitos dessa calúnia, a que destes guarida por tantos anos, e isso em prazo tão curto. • Eu quisera que assim acontecesse, para o meu e para o vosso bem, e que lograsse êxito a minha defesa; considero, porém, a empresa difícil e não tenho a mínima ilusão a esse respeito. • Seja como for, que tomem as coisas o rumo que aprouver ao deus, mas cumpre obedecer à lei e apresentar defesa.
  • 30.  A fim de difundir essa sabedoria peculiar, Sócrates explica que ele considerava seu dever de questionar supostos "sábios" homens e expor sua falsa sabedoria como a ignorância.   Essas atividades lhe renderam muita admiração entre os jovens de Atenas, mas muito ódio e raiva das pessoas que ele envergonhado.   Ele cita o seu desprezo como a razão para ele ser levado a julgamento.
  • 31.
  • 32. Defesa de sua vida • Sócrates não tem medo da morte; deserção é desonra • Sócrates está a agir em obediência a Apollo como um homem da ciência • Sócrates não pode concordar com encerrar sua missão, seria contra deus – Devoção de Sócrates ao seu trabalho fez com que ele não fosse politicamente ativo: seu daimon o alertou para não entrar na política.  • Missão de Sócrates em ensinar a virtude é uma grande bênção para Atenas.  • Morte de Sócrates seria uma ofensa contra Apollo. 
  • 33.  Sócrates então passa a interrogar Meleto, o homem o principal responsável por trazer Sócrates perante o júri.   Sua conversa com Meleto, no entanto, é um mau exemplo deste método, como parece mais voltada para embaraçar Meleto do que para chegar à verdade.
  • 34.  Dize-me cá, Meleto: Dás muita importância a que os jovens sejam melhores?  Dou, sim.  Faze, então, o favor de dizer a estes senhores quem é que os torna melhores; evidentemente o sabes, pois que te importa. Descoberto o corruptor, segundo afirmas, tu me conduzes à presença destes senhores e me acusas; portanto, faze o favor de dizer quem os torna melhores; conta-lhes quem é. Estás vendo, Meleto, que te calas e não sabes o que dizer? Com efeito, não achas que isso é feio e prova que não fazes o mínimo caso, como eu disse? Vamos, bom rapaz, fala; quem é que os torna melhores?  São, as leis.  Não é isso o que estou perguntando, excelente rapaz; pergunto que homem é, o qual, para começar, sabe exatamente isso, as leis.  As pessoas presentes, Sócrates; os juízes.  Que dizes, Meleto? Os presentes são capazes de educar os moços e os tornam melhores?
  • 35.  Sem dúvida.  Todos? Ou uns sim e outros não?  Todos.  Boa notícia nos dás, por Hera! Sobram benfeitores! Que mais? E esses da assistência os tornam melhores, ou não?  Eles também.  Que dizer dos conselheiros? - Também os conselheiros. - Mas, então, Meleto, acaso os homens da assembleia, os eclesiastas corrompem a mocidade? Ou eles todos também a tornam melhor?  Também eles.  Logo, não é assim? todos os atenienses tornam os jovens gente de bem, menos eu; eu sou o único a corrompê-la! É isso o que dizes?  Exatamente Isso é o que digo
  • 36.  Que imensa desgraça apontas em mim!  Responde também a esta pergunta: no teu entender, com os cavalos sucede o mesmo? Toda gente os melhora e um só os vicia? Ou se dá inteiramente o contrário: quem os sabe melhorar é um só, ou muito poucos, os adestradores; a maioria, quando trata de cavalos e os monta, vicia-os?  Não é assim, Meleto, com os cavalos e com todos os outros animais?  Que bom para os moços, se há um só a corrompê-los e os outros todos a fazer-lhes bem! Ora, Meleto, estás dando provas acabadas de que nunca te preocupaste com a mocidade e revelando claramente a tua indiferença para com o crime de que me acusas!
  • 37. • Sócrates é considerado culpado por uma margem estreita e é convidado a propor uma pena.  • Sócrates sugere brincando que se fosse para conseguir o que ele merece, ele deveria ser homenageado com uma grande refeição por ser esse tipo de serviço ao Estado.  • Em uma nota mais séria, ele rejeita prisão e exílio, oferecendo talvez em vez de pagar uma multa.  • Quando o júri rejeita sua sugestão e sentenças à morte, Sócrates estoicamente aceita o veredicto com a observação de que ninguém, mas os deuses sabem o que acontece após a morte e por isso seria tolice temer o que não se sabe.  • Ele também adverte os jurados que votaram contra ele que, silenciando a sua crítica ao invés de ouvi-lo, eles prejudicaram a si mesmos muito mais do que o prejudicado.
  • 38.  Sustenta-o uma certeza: mais difícil que evitar a morte é "evitar o mal, porque ele corre mais depressa que a morte". Quanto a esta, apenas pode ser uma destas duas coisas: “ aquele que morre é reduzido ao nada e não tem mais qualquer consciência, ou então, conforme ao que se diz, a morte é uma mudança, uma transmigração da alma do lugar onde nos encontramos para outro lugar. Se a morte é a extinção de todo sentimento e assemelha-se a um desses sonos nos quais nada se vê, mesmo em sonho, então morrer é um ganho maravilhoso. (...). Por outro lado, se a morte é como uma passagem daqui para outro lugar, e se é verdade, como se diz, que todos os mortos aí se reúnem, pode-se, senhores juízes, imaginar maior bem?".
  • 39.  Apoiado nessas hipóteses – as únicas existentes a respeito de um fato que não permite certezas racionais -, o septuagenário Sócrates despede-se, tranqüilo, de seus concidadãos: "Mas eis a hora de partirmos, eu para a morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo, ninguém o sabe, exceto o deus".
  • 41. A condenação e penas alternativas • Sócrates é condenado culpado por uma margem de cerca de 30 votos. A pena proposta é a morte por cicuta.  • Neste ponto, Sócrates tem a oportunidade de propor uma pena alternativa  argumenta que desde que a pena deve ser algo que ele merece, e desde que ele passou sua vida livremente oferecer seus serviços para a cidade, ele merece refeições gratuitas para o resto de sua vida.
  • 42. Discursos finais  Para aqueles que votaram em sua morte  Na sua idade de 70, a morte teria logo chegou naturalmente.   Mas agora essas pessoas vão ter a responsabilidade de tê-lo mandado matar  Ele diz que ele poderia ter vencido o seu caso se ele tivesse apelado aos sofismas, mas ele preferiu falar a verdade.
  • 43.  Ele profetiza que haverá outros para tomar seu lugar. Não é a pessoa que está em questão aqui, mas a atividade da própria filosofia.  O resultado deve ser para o bem. Afinal, a morte é uma das duas coisas: um sono profundo ou uma mudança de lugar. • Se ele fosse para entrar no Hades, por outro lado, ele teria a oportunidade de conhecer todos os grandes pensadores gregos e heróis. E aqui ele poderia perguntar-lhes as mesmas perguntas que ele pediu os homens de Atenas. • Então ele tem de forma alguma foram prejudicados, pois ele quer dormir em paz ou continuar falando.
  • 44. Eles o julgaram esquecendo que um dia também seriam, pois na realidade eles é que estavam errados, julgando um homem justo. Porque fazem isso comigo na esperança de não ter que prestar contas de suas vidas, mas lhes digo que o resultado será bem diferente. Aqueles que irão forçá-los a prestar contas serão em número bem maior do que o foram até aqui...”
  • 45. Eu nunca fui mestre de ninguém, conquanto nunca me opusesse a moço ou velho que me quisesse ouvir no desempenho de minha tarefa. Tampouco falo se me pagam, e se não pagam, não; estou igualmente à disposição do rico e do pobre, para que me interroguem ou, se preferirem ser interrogados, para que ouçam o que digo. Se algum deles vira honesto ou não, não é justo que eu responda pelo que jamais prometi nem ensinei a ninguém.
  • 46.  Platão indica que a maioria dos juízes votaram a favor da pena de morte, mas ele não indica exatamente como muitos o fizeram.   Nossa única fonte para os números reais desses votos é Diógenes Laércio, que diz que mais 80 votaram a favor da pena de morte que tinha votado por culpa de Sócrates  os detalhes dessa conta foram contestados.    outros concluíram a partir disso que discurso de Sócrates irritou o júri. 
  • 47.  Sócrates responde agora ao veredicto. Ele primeiro se destina àqueles que votaram para a morte.  Ele alega que não é a falta de argumentos, que resultou em sua condenação, mas sim falta de tempo e sua recusa a vergar-se aos apelos emotivos habituais esperados de qualquer réu diante da morte.  Mais uma vez ele insiste que a perspectiva da morte não absolve alguém de perseguir o caminho da bondade e da verdade.
  • 48.  Sócrates profetizou que os críticos mais jovens ainda o seguiriam, o que se constituiria num vexame  Para aqueles que votaram por sua absolvição, Sócrates dá-lhes encorajamento  Ele diz que seu daimon não o impediu de realizar sua defesa da forma que ele fez, que este era um sinal de que era a coisa certa a fazer.
  • 50.  A terceira parte da Apologia pretende ser a transcrição das últimas palavras endereçadas por Sócrates aos que haviam acabado de condená-lo a morrer bebendo cicuta. Em sua alocução, a mesma serenidade, o mesmo tom altaneiro:  "Não foi por falta de discursos que fui condenado, mas por falta de audácia e porque não quis que ouvísseis o que para vós teria sido mais agradável, Sócrates lamentando- se, gemendo, fazendo e dizendo uma porção de coisas que considero indignas de mim, coisas que estais habituados a escutar de outros acusados".
  • 51.  Desta forma, o seu daimon foi mesmo dizendo-lhe que a morte deve ser uma bênção.   Para tanto, é uma aniquilação (assim trazer a paz eterna de todas as preocupações, e, portanto, não algo para ser verdadeiramente medo) ou uma migração para um outro lugar para encontrar almas de pessoas famosas, como Hesíodo e Homero e heróis como Ulisses   Com elas, será uma alegria para continuar a prática do diálogo socrático.
  • 52.  Sócrates conclui sua Apologia com a alegação de que ele não tem qualquer rancor contra aqueles que acusado e condenado, e pede- lhes para cuidar de seus três filhos à medida que crescem, garantindo que eles colocaram bem antes de interesses egoístas.
  • 53.  Sócrates deixou os juízes e foi para a prisão, teve que esperar mais de um mês a morte no cárcere, pois uma lei vedava as execuções capitais durante a viagem votativa de um navio sagrado a Delos.
  • 54. Se tivesse dinheiro, estipularia uma multa de minhas posses; não sofreria nada com isso. Infelizmente, não tenho mesmo, salvo se quiserdes estipular tanto quanto possa pagar. Talvez vos possa pagar uma mina de prata; é quanto estipulo, portanto. Mas aí está Platão, Atenienses, com Críton, Critobulo e Apolodoro, mandando que estipule trinta minas, sob sua fiança. Estipulo, pois, essa quantia; serão fiadores da soma essas pessoas idóneas.
  • 55.
  • 56.  Este navio sagrado ía todos os anos à ilha natal de Apolo para celebrar a ajuda que o Deus Apolo havia dado a Teseu para vencer um minotauro (monstro) que obrigou durante anos Atenas a pagar um cruel tributo.  A lei exigia que nenhuma execução tivesse lugar antes do regresso do navio. Por isso, Sócrates ficou a ferros 30 dias, sobre custódia dos Onze, magistrados encarregados, em Atenas, da polícia e da administração penitenciária.
  • 57.
  • 58.   Durante estes 30 dias recebeu os seus amigos e conversou com eles.  Uma manhã o discípulo Criton preparou e propôs a fuga ao Mestre, porém Sócrates recusou, declarando não querer absolutamente desobedecer às leis da pátria.  E passou o tempo preparando-se para o passo extremo em palestras espirituais com os amigos.  Especialmente famoso é o diálogo sobre a imortalidade da alma que se teria realizado pouco antes da morte e foi descrito por Platão no Fédon com arte incomparável.
  • 59.   Após 3 dias a proposta de Críton, deu-se o dia da execução. Estiveram presentes todos os amigos de Sócrates exceto Aristipo, Xenofonte (estava na Ásia) e Platão (estava doente),  Xantipa e seus filhos.   Recusou ser vestido depois de morto por uma rica túnica que Apolodoro lhe havia trazido, preferia o seu manto que havia sido suficientemente bom até ali e que continuaria a sê-lo depois da sua morte.  Passou os seus últimos momentos a conversar sobre a imortalidade da alma.
  • 60.  Tomou um banho, e antes que o sol tivesse inteiramente desaparecido no horizonte pediu o veneno.  Críton argumentou proferindo que Sócrates ainda tinha tempo pois o sol ainda ía sobre as montanhas.  No entanto Sócrates não quis adiar o inevitável uma vez que não valia apena economizar quando já não lhe sobrava mais nada.  Pediu o veneno e pegou na taça de cicuta com uma mão firme e bebeu sem desgosto nem hesitação até ao fundo.
  • 62.  Então responde-me, se puderes:  -Existe. qual é a coisa que, entrando num  -Qual é? corpo, o torna vivo?  -A morte.  -A alma.  -Não é verdade que a alma jamais  -Mas é sempre assim? aceitará o contrário do que ela  -Como não! traz consigo?  -Portanto a alma, empolgando  -Decididamente! uma coisa, sempre traz vida para  -(...) Bem, e ao que não admite a essa coisa? morte como chamaremos?  -Sempre traz vida!  -Imortal.  -Existe um contrário da vida, ou  -A alma não admite a morte, não não? é?  -É.  -Logo, a alma é imortal?  -É imortal!
  • 63. • E antes de chegar o momento de partir, Sócrates fez uma petição: “Punam meus filhos quando eles crescerem, senhores, perturbando-os como eu perturbei vocês, caso lhes pareça que eles se preocupam menos com a virtude do que com o dinheiro ou outra coisa qualquer e pensam ser mais do que são, repreendam-nos como eu repreendi vocês por se preocuparem com o que não deveriam e acharem que significam alguma coisa quando não valem nada. Se fizerem isso, tanto eu quanto meus filhos teremos recebido o justo tratamento”. • O que ele quis dizer é que às vezes é necessário escutarmos um “não”, e aprender que determinadas coisas são fúteis, e que não nos trazem conteúda algum. E que dessa forma seus filhos estariam sendo educados segundo a verdade, a qual, Sócrates ensinou e praticou esse ideal de vida até o momento de sua morte.    
  • 64. Sócrates não tinha medo da morte porque sabia que o verdadeiro julgamento estaria por vir, seria julgado por juízes corretos após a morte. “ ...Se a morte é, por assim dizer, uma mudança de casa daqui para algum outro lugar e se, como afirmam, todos os mortos estão lá, que benção maior poderia existir, juízes? Pois se ao chegar no outro mundo, deixando para trás os que se disseram juízes, o homem vai encontrar os verdadeiros juízes que ali se reuniram em julgamento...”
  • 65.  A maneira mais fácil e mais segura de vivermos honradamente, consiste em sermos, na realidade, o que parecemos ser.
  • 66.  Há quatro características que um juiz deve possuir: escutar com cortesia, responder sabiamente, ponderar com prudência e decidir imparcialmente.
  • 67.  Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa
  • 68.  O poder se torna mais forte quando ninguém pensa
  • 69.  A mentira nunca vive o suficiente para envelhecer
  • 70.  Melhor fazer um bem pequeno, do que um grande mal.
  • 71.  Eu não me importo que as pessoas dizem sobre mim. Eu me importo com os meus erros.
  • 72. Referências  APOLOGIA DE SÓCRATES (excertos) in http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/ protagoras/links/apol_soc.htm  COMMENTARY ON PLATO'S Apology of Socrates In. http://www.friesian.com/apology.htm  MADJAROF, ROSANA. Introdução à Apologia de Sócrates. In. http://www.mundodosfilosofos.com.br/socrates1.htm  MARROW, Daniel. The apology of Socrates- defense In. http://www.ancientgreece.com/essay/v/the_apology_socrates_defensePLATÃO. Apologia de Sócrates. São Paulo:Saraiva. 2011  PESSANHA. J.A.MOTTA. Comentário Sobre A "Apologia De Sócrates” In "Sócrates", coleção "Os Pensadores", Editora Nova Cultural, 1987, pág. VIII a XI. In http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/comentarioapologia.html  SPARK NOTES. Apology. In. http://www.sparknotes.com/philosophy/apology/summary.html