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PALAVRA: REDAÇÃO PRÉ-VESTIBULAR
Professora: Val Página 1
TEORIA: COMENTÁRIO
COMENTÁRIO: usado tanto na escrita quanto na oralidade, refere-se a um conjunto de notas ou observações,
esclarecedoras ou críticas, expositivas e/ou argumentativas, sobre quaisquer assuntos. São análises, notas ou
ponderações, por escrito ou orais, críticas ou de esclarecimento, acerca de um texto, um evento, um post (v.) de
blog (v.), um ato, etc.
Adaptado de Dicionário de Gêneros Textuais. Sérgio Roberto Costa. Editora Autêntica
ESTRUTURA DO COMENTÁRIO
Esse gênero textual não tem uma estrutura fixa, uma vez que, geralmente, é produzido em situações que
permitem uma dose muito grande de informalidade. É comum principalmente para expressar uma crítica e vem
marcado pelo juízo de valor. Nas formas como se apresenta, principalmente em jornais ou blogs, o comentário
tem no primeiro parágrafo uma apresentação do que exatamente se deseja comentar com o leitor, depois segue
uma sequência lógica de ideias, organizadas sem a preocupação de formar uma estrutura argumentativa, porque
o propósito é apenas marcar a opinião do autor com clareza.
ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito.
LINGUAGEM DO COMENTÁRIO
A linguagem empregada nesse gênero é informal, o que estabelece entre quem escreve e quem lê uma
aproximação. Dependendo do contexto de circulação do comentário, o meio em que ele será reproduzido ou
publicado, a informalidade pode ser maior ou menor. Por exemplo, se a publicação será feita em um blog
pessoal, o autor terá uma imensa liberdade linguística, respeitando-se, logicamente, os limites para não
empregar termos chulos ou vulgares. Caso o comentarista esteja produzindo o texto para jornais ou revistas de
grande circulação, deve ser mais cauteloso para não abusar da oralidade. E não se pode esquecer que o gênero
comentário é obrigatoriamente produzido a partir do uso da primeira pessoa do singular (eu).
ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito.
TEORIA: O CONTO CURTO
O conto curto implica praticamente um exercício quase literário, não se trata apenas de contar uma estória ou
desenvolver um relato, exige todo um trabalho com os elementos da narrativa: narrador, enredo, personagens,
cenário, tempo, foco narrativo, clímax e desfecho. E, a partir disso, é necessário construir uma trama que articule
todos esses elementos. Ao mesmo tempo, as personagens devem ganhar a condição de humanas, preenchidas
por uma alma própria, de forma que se assemelhem a um indivíduo real, dotado de vícios e virtudes, o que
permitirá uma exploração do universo psicológico dos constituintes da trama, enriquecendo-a consideravelmente.
Deve haver descrições das personagens e dos cenários que contribuam com o enredo, também o tempo deve
estar definido para que o leitor possa entender os rumos dessa narrativa. Uma outra preocupação é com a
escolha do foco narrativo, geralmente imposto pela banca elaboradora. Se a exigência é para que se narre em
primeira pessoa (o narrador é também personagem), os poderes de quem narra ficam limitados, principalmente
no que diz respeito à onisciência (o narrador conhece os pensamentos da personagem), esta não é comum
nesse foco, a não ser que seja justificada. Já na terceira pessoa (o narrador é um espectador) ser onisciente é
um recurso que enriquece a estória. Também é possível optar por uma narrativa fantástica, com viagens pelo
mundo da ficção, ou simplesmente abordar aspectos da realidade: os conflitos, as angústias, os amores, as
tristezas, as alegrias e as aventuras dos indivíduos. Sem ignorar que se deve buscar a verossimilhança
(semelhança com a verdade), que garante a coerência do seu texto.
ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito.
ESTRUTURA
Para construir um conto curto, é preciso conseguir uma excelente articulação dos elementos que compõem essa
modalidade:
PALAVRA: REDAÇÃO PRÉ-VESTIBULAR
Professora: Val Página 2
Enredo: A história que se conta, a trama, é o que chamamos enredo. É óbvio que ele constitui a própria
narrativa. E quem deseja tirar uma nota alta deve fugir das histórias de senso comum, dos clichês, deve elaborar
um texto em que o leitor seja seduzido pelos fatos, a sequência de acontecimentos não pode pautar-se em algo
previsível. O final (desfecho) deve ser uma revelação, e mesmo que esta não ocorra no último momento da
trama, é preciso trabalhar um clímax (o ápice da estória). Uma forma de ter êxito na trama é buscar inspiração
nos bons livros de contos.
Narrador: Quem conta a história é o narrador. Este pode adotar um ponto de vista em primeira pessoa (ele é
narrador e participa da estória) ou em terceira pessoa (quem narra é um mero observador ou vale-se da
onisciência).
Foco narrativo: O ponto de vista de quem narra constitui o foco narrativo. Este pode estar na primeira pessoa
(eu), quando o narrador é também personagem da estória; ou pode estar na terceira pessoa, quando o narrador
não é personagem.
Personagem: Imprescindíveis na narração, as personagens povoam a trama, é sobre elas que o narrador fala.
Assim, em um bom texto narrativo, faz-se uma construção das personagens. Elabora-se uma descrição física e
psicológica delas na medida em que vai construindo-se a trama. Ao descreverem-se os gestos delas, dá-se a
exata dimensão de como são fisicamente. O ideal é mergulhar no universo psicológico delas, traçar o caráter,
falar das angústias, atribuir-lhes vícios e virtudes, dar-lhes uma alma, fazer com que se assemelhem a pessoas
de verdade.
Cenário: O lugar em que se passa a trama é chamado de espaço ou cenário. As melhores narrativas valem-se
do cenário para ajudar a construir a história que se conta, cada descrição do espaço deve ser feita de maneira
sutil. O movimento das personagens, as ações delas devem ir oferecendo aos poucos os detalhes dos elementos
de cenário.
Tempo: Duas são as formas de trabalhar o tempo. Este pode ser psicológico ou cronológico. O primeiro é
aquele que se passa apenas na mente da personagem. O narrador não define o momento exato dos fatos, as
personagens não oferecem indícios de quando se passaram os acontecimentos. O tempo cronológico representa
aquele marcado pelo relógio (manhã, tarde, noite, às quatorze horas, por exemplo).
ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito.
LINGUAGEM
A linguagem de um conto curto implica uma significativa liberdade do narrador, mesmo assim, espera-se que seja
empregado o padrão culto. Este, porém, contará com uma sofisticação a mais, que é própria dos textos literários.
O emprego do vocabulário deve produzir efeitos no leitor, fazendo-o reconhecer nas palavras uma estratégia
para dar mais sentido à trama. Assim, é comum usar, de forma quase irrestrita, a função conotativa da
linguagem: figuras de linguagem em todas as suas variações. As metáforas acabam representando nesse gênero
um precioso recurso, de modo que são exploradas a riqueza e as várias possibilidades de empregar-se um termo
em um texto escrito. Alguns narradores valem-se de uma linguagem extremamente poética e, com essa tática,
tornam a estória muito mais emocionante.
ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito.
TEORIA : ENTREVISTA
A entrevista é um gênero que geralmente apresenta-se na forma oral e implica a interação entre duas pessoas:
o entrevistador (que faz perguntas específicas para alguém que domine um tema ou tenha algo interessante
para dizer sobre algum fato ou evento) e o entrevistado (a quem essas perguntas são dirigidas. As entrevistas
mais comuns são as jornalísticas, talvez porque despertem um interesse maior do público. Mesmo assim, no
contexto social, muitos são entrevistados quando candidatam-se a um emprego, fazem uma consulta médica ou
testemunham uma ocorrência de interesse coletivo. Esse gênero pode ser divulgado em jornais, revistas, rádio,
televisão, blogs, sites ou outros meios de comunicação.
ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito.
ESTRUTURA
A entrevista tem uma estrutura muito simples: em um primeiro momento, o entrevistador faz uma pequena
apresentação acerca do assunto que será abordado e sobre seu convidado, depois passa a fazer as perguntas e
PALAVRA: REDAÇÃO PRÉ-VESTIBULAR
Professora: Val Página 3
ouvir a resposta do entrevistado. No caso de ser transmitida ao vivo a entrevista, é comum um cumprimento
inicial e os agradecimentos dos interlocutores; ao final, são reforçados os agradecimentos; e o conteúdo do
diálogo será transmitido tal qual foi proferido. Nas entrevistas que serão publicadas, faz-se uma pequena
introdução com um resumo sobre o assunto da conversa e sobre a ocupação do entrevistado, elucidando-se a
razão de ele ter sido convidado para falar. Depois, na frente de cada fala, coloca-se o nome de quem pergunta
(jornal, revista ou do entrevistador) e nome de quem responde. Não se fazem agradecimentos ou cumprimentos,
seja no início ou no final da entrevista publicada.
ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito.
LINGUAGEM
Esse gênero vale-se quase que, exclusivamente, do discurso direto. E a linguagem empregada na entrevista é
basicamente oral, não sendo possível fazer adaptações ou edições das falas quando será transmitida ao vivo.
Quando se pressupõe que o texto será editado para a publicação, emprega-se geralmente a linguagem oral
formal (o modo de falar das pessoas instruídas, não se permitindo o emprego de gírias, palavrões ou expressões
que impliquem qualquer intimidade entre os interlocutores), sem reproduzir os possíveis deslizes da fala de quem
entrevistou ou foi entrevistado.
ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito.
FÁBULA: TEORIA
A fábula é um texto narrativo curto utilizado desde há muito tempo para se opor à opressão, para criticar usos e
costumes e mesmo pessoas. Para fugir da repressão que poderia haver por parte de quem fosse criticado, os
autores usavam, muitas vezes, animais como personagens de suas histórias. A fábula apresenta um fundo moral
e geralmente é utilizada com fins educativos. A moral das fábulas adquiriu vida própria transformando-se em
provérbios — frases prontas, vindas do conhecimento popular, transmitidas de boca em boca e que encerram um
certo ensinamento sobre algum aspecto da vida. Por se tratar de um gênero transmitido oralmente, as fábulas
costumam ter muitas versões. A mesma estória ganha roupagens diferentes, em épocas e regiões diferentes.
Essas estórias permitem que a humanidade construa explicações sobre o mundo: as manifestações da natureza,
as relações entre as pessoas (seus defeitos, paixões e virtudes), as relações entre a humanidade e a natureza...
As personagens numa fábula são chamadas de "personagens tipo", porque representam um modo de ser de um
conjunto de pessoas, isto é, elas não são individualizadas. Ao mesmo tempo, os animais têm comportamentos
que podem ser comparados aos vícios e virtudes humanas. Por exemplo, a formiga é sempre trabalhadora, a
cigarra é uma artista, a raposa é dotada de grande esperteza, a coruja é sábia etc.
ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito.
ESTUTURA
A estrutura formal das fábulas tradicionalmente era em verso (escrita em estrofes, com rimas), depois passaram
por muitas adaptações e hoje são encontradas em prosa na versão de vários escritores. Elas podem obedecer ao
padrão estrutural do relato (o enredo centra-se apenas no fato a ser contado) ou explorar de forma rápida o
cenário, a caracterização das personagens, o tempo e o clímax. Geralmente são escritas na terceira pessoa e
trazem sempre uma lição de moral ao final.
ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito.
LINGUAGEM
A linguagem de uma fábula segue exatamente o mesmo padrão da empregada no conto curto: implica uma
significativa liberdade do narrador, mesmo assim, espera-se que seja empregado o padrão culto. Este, porém,
contará com uma sofisticação a mais, que é própria dos textos literários. O emprego do vocabulário deve produzir
efeitos no leitor, fazendo-o reconhecer nas palavras uma estratégia para dar mais sentido à trama. Assim, é
PALAVRA: REDAÇÃO PRÉ-VESTIBULAR
Professora: Val Página 4
comum usar, de forma quase irrestrita, a função conotativa da linguagem: figuras de linguagem em todas as suas
variações. As metáforas acabam representando nesse gênero um precioso recurso, de modo que são exploradas
a riqueza e as várias possibilidades de empregar-se um termo em um texto escrito. Alguns narradores valem-se
de uma linguagem extremamente poética e, com essa tática, tornam a estória muito mais emocionante.
ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito.
Se você deseja saber mais sobre os gêneros textuais, compre o livro Produção de texto: interlocução e
gênero. Maria Luiza Abaurre, Maria Bernadete Marques Abaurre. Editora Moderna.
Este material está registrada em cartório sob a Lei dos Direitos Autorais. Assim, “é vedada a reprodução deste
material — seja para fins didáticos ou comerciais — sem a devida autorização da autora. LEI Nº 9.610, de 19 de
fevereiro, 1998.

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Gêneros textuais e suas estruturas

  • 1. PALAVRA: REDAÇÃO PRÉ-VESTIBULAR Professora: Val Página 1 TEORIA: COMENTÁRIO COMENTÁRIO: usado tanto na escrita quanto na oralidade, refere-se a um conjunto de notas ou observações, esclarecedoras ou críticas, expositivas e/ou argumentativas, sobre quaisquer assuntos. São análises, notas ou ponderações, por escrito ou orais, críticas ou de esclarecimento, acerca de um texto, um evento, um post (v.) de blog (v.), um ato, etc. Adaptado de Dicionário de Gêneros Textuais. Sérgio Roberto Costa. Editora Autêntica ESTRUTURA DO COMENTÁRIO Esse gênero textual não tem uma estrutura fixa, uma vez que, geralmente, é produzido em situações que permitem uma dose muito grande de informalidade. É comum principalmente para expressar uma crítica e vem marcado pelo juízo de valor. Nas formas como se apresenta, principalmente em jornais ou blogs, o comentário tem no primeiro parágrafo uma apresentação do que exatamente se deseja comentar com o leitor, depois segue uma sequência lógica de ideias, organizadas sem a preocupação de formar uma estrutura argumentativa, porque o propósito é apenas marcar a opinião do autor com clareza. ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito. LINGUAGEM DO COMENTÁRIO A linguagem empregada nesse gênero é informal, o que estabelece entre quem escreve e quem lê uma aproximação. Dependendo do contexto de circulação do comentário, o meio em que ele será reproduzido ou publicado, a informalidade pode ser maior ou menor. Por exemplo, se a publicação será feita em um blog pessoal, o autor terá uma imensa liberdade linguística, respeitando-se, logicamente, os limites para não empregar termos chulos ou vulgares. Caso o comentarista esteja produzindo o texto para jornais ou revistas de grande circulação, deve ser mais cauteloso para não abusar da oralidade. E não se pode esquecer que o gênero comentário é obrigatoriamente produzido a partir do uso da primeira pessoa do singular (eu). ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito. TEORIA: O CONTO CURTO O conto curto implica praticamente um exercício quase literário, não se trata apenas de contar uma estória ou desenvolver um relato, exige todo um trabalho com os elementos da narrativa: narrador, enredo, personagens, cenário, tempo, foco narrativo, clímax e desfecho. E, a partir disso, é necessário construir uma trama que articule todos esses elementos. Ao mesmo tempo, as personagens devem ganhar a condição de humanas, preenchidas por uma alma própria, de forma que se assemelhem a um indivíduo real, dotado de vícios e virtudes, o que permitirá uma exploração do universo psicológico dos constituintes da trama, enriquecendo-a consideravelmente. Deve haver descrições das personagens e dos cenários que contribuam com o enredo, também o tempo deve estar definido para que o leitor possa entender os rumos dessa narrativa. Uma outra preocupação é com a escolha do foco narrativo, geralmente imposto pela banca elaboradora. Se a exigência é para que se narre em primeira pessoa (o narrador é também personagem), os poderes de quem narra ficam limitados, principalmente no que diz respeito à onisciência (o narrador conhece os pensamentos da personagem), esta não é comum nesse foco, a não ser que seja justificada. Já na terceira pessoa (o narrador é um espectador) ser onisciente é um recurso que enriquece a estória. Também é possível optar por uma narrativa fantástica, com viagens pelo mundo da ficção, ou simplesmente abordar aspectos da realidade: os conflitos, as angústias, os amores, as tristezas, as alegrias e as aventuras dos indivíduos. Sem ignorar que se deve buscar a verossimilhança (semelhança com a verdade), que garante a coerência do seu texto. ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito. ESTRUTURA Para construir um conto curto, é preciso conseguir uma excelente articulação dos elementos que compõem essa modalidade:
  • 2. PALAVRA: REDAÇÃO PRÉ-VESTIBULAR Professora: Val Página 2 Enredo: A história que se conta, a trama, é o que chamamos enredo. É óbvio que ele constitui a própria narrativa. E quem deseja tirar uma nota alta deve fugir das histórias de senso comum, dos clichês, deve elaborar um texto em que o leitor seja seduzido pelos fatos, a sequência de acontecimentos não pode pautar-se em algo previsível. O final (desfecho) deve ser uma revelação, e mesmo que esta não ocorra no último momento da trama, é preciso trabalhar um clímax (o ápice da estória). Uma forma de ter êxito na trama é buscar inspiração nos bons livros de contos. Narrador: Quem conta a história é o narrador. Este pode adotar um ponto de vista em primeira pessoa (ele é narrador e participa da estória) ou em terceira pessoa (quem narra é um mero observador ou vale-se da onisciência). Foco narrativo: O ponto de vista de quem narra constitui o foco narrativo. Este pode estar na primeira pessoa (eu), quando o narrador é também personagem da estória; ou pode estar na terceira pessoa, quando o narrador não é personagem. Personagem: Imprescindíveis na narração, as personagens povoam a trama, é sobre elas que o narrador fala. Assim, em um bom texto narrativo, faz-se uma construção das personagens. Elabora-se uma descrição física e psicológica delas na medida em que vai construindo-se a trama. Ao descreverem-se os gestos delas, dá-se a exata dimensão de como são fisicamente. O ideal é mergulhar no universo psicológico delas, traçar o caráter, falar das angústias, atribuir-lhes vícios e virtudes, dar-lhes uma alma, fazer com que se assemelhem a pessoas de verdade. Cenário: O lugar em que se passa a trama é chamado de espaço ou cenário. As melhores narrativas valem-se do cenário para ajudar a construir a história que se conta, cada descrição do espaço deve ser feita de maneira sutil. O movimento das personagens, as ações delas devem ir oferecendo aos poucos os detalhes dos elementos de cenário. Tempo: Duas são as formas de trabalhar o tempo. Este pode ser psicológico ou cronológico. O primeiro é aquele que se passa apenas na mente da personagem. O narrador não define o momento exato dos fatos, as personagens não oferecem indícios de quando se passaram os acontecimentos. O tempo cronológico representa aquele marcado pelo relógio (manhã, tarde, noite, às quatorze horas, por exemplo). ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito. LINGUAGEM A linguagem de um conto curto implica uma significativa liberdade do narrador, mesmo assim, espera-se que seja empregado o padrão culto. Este, porém, contará com uma sofisticação a mais, que é própria dos textos literários. O emprego do vocabulário deve produzir efeitos no leitor, fazendo-o reconhecer nas palavras uma estratégia para dar mais sentido à trama. Assim, é comum usar, de forma quase irrestrita, a função conotativa da linguagem: figuras de linguagem em todas as suas variações. As metáforas acabam representando nesse gênero um precioso recurso, de modo que são exploradas a riqueza e as várias possibilidades de empregar-se um termo em um texto escrito. Alguns narradores valem-se de uma linguagem extremamente poética e, com essa tática, tornam a estória muito mais emocionante. ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito. TEORIA : ENTREVISTA A entrevista é um gênero que geralmente apresenta-se na forma oral e implica a interação entre duas pessoas: o entrevistador (que faz perguntas específicas para alguém que domine um tema ou tenha algo interessante para dizer sobre algum fato ou evento) e o entrevistado (a quem essas perguntas são dirigidas. As entrevistas mais comuns são as jornalísticas, talvez porque despertem um interesse maior do público. Mesmo assim, no contexto social, muitos são entrevistados quando candidatam-se a um emprego, fazem uma consulta médica ou testemunham uma ocorrência de interesse coletivo. Esse gênero pode ser divulgado em jornais, revistas, rádio, televisão, blogs, sites ou outros meios de comunicação. ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito. ESTRUTURA A entrevista tem uma estrutura muito simples: em um primeiro momento, o entrevistador faz uma pequena apresentação acerca do assunto que será abordado e sobre seu convidado, depois passa a fazer as perguntas e
  • 3. PALAVRA: REDAÇÃO PRÉ-VESTIBULAR Professora: Val Página 3 ouvir a resposta do entrevistado. No caso de ser transmitida ao vivo a entrevista, é comum um cumprimento inicial e os agradecimentos dos interlocutores; ao final, são reforçados os agradecimentos; e o conteúdo do diálogo será transmitido tal qual foi proferido. Nas entrevistas que serão publicadas, faz-se uma pequena introdução com um resumo sobre o assunto da conversa e sobre a ocupação do entrevistado, elucidando-se a razão de ele ter sido convidado para falar. Depois, na frente de cada fala, coloca-se o nome de quem pergunta (jornal, revista ou do entrevistador) e nome de quem responde. Não se fazem agradecimentos ou cumprimentos, seja no início ou no final da entrevista publicada. ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito. LINGUAGEM Esse gênero vale-se quase que, exclusivamente, do discurso direto. E a linguagem empregada na entrevista é basicamente oral, não sendo possível fazer adaptações ou edições das falas quando será transmitida ao vivo. Quando se pressupõe que o texto será editado para a publicação, emprega-se geralmente a linguagem oral formal (o modo de falar das pessoas instruídas, não se permitindo o emprego de gírias, palavrões ou expressões que impliquem qualquer intimidade entre os interlocutores), sem reproduzir os possíveis deslizes da fala de quem entrevistou ou foi entrevistado. ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito. FÁBULA: TEORIA A fábula é um texto narrativo curto utilizado desde há muito tempo para se opor à opressão, para criticar usos e costumes e mesmo pessoas. Para fugir da repressão que poderia haver por parte de quem fosse criticado, os autores usavam, muitas vezes, animais como personagens de suas histórias. A fábula apresenta um fundo moral e geralmente é utilizada com fins educativos. A moral das fábulas adquiriu vida própria transformando-se em provérbios — frases prontas, vindas do conhecimento popular, transmitidas de boca em boca e que encerram um certo ensinamento sobre algum aspecto da vida. Por se tratar de um gênero transmitido oralmente, as fábulas costumam ter muitas versões. A mesma estória ganha roupagens diferentes, em épocas e regiões diferentes. Essas estórias permitem que a humanidade construa explicações sobre o mundo: as manifestações da natureza, as relações entre as pessoas (seus defeitos, paixões e virtudes), as relações entre a humanidade e a natureza... As personagens numa fábula são chamadas de "personagens tipo", porque representam um modo de ser de um conjunto de pessoas, isto é, elas não são individualizadas. Ao mesmo tempo, os animais têm comportamentos que podem ser comparados aos vícios e virtudes humanas. Por exemplo, a formiga é sempre trabalhadora, a cigarra é uma artista, a raposa é dotada de grande esperteza, a coruja é sábia etc. ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito. ESTUTURA A estrutura formal das fábulas tradicionalmente era em verso (escrita em estrofes, com rimas), depois passaram por muitas adaptações e hoje são encontradas em prosa na versão de vários escritores. Elas podem obedecer ao padrão estrutural do relato (o enredo centra-se apenas no fato a ser contado) ou explorar de forma rápida o cenário, a caracterização das personagens, o tempo e o clímax. Geralmente são escritas na terceira pessoa e trazem sempre uma lição de moral ao final. ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito. LINGUAGEM A linguagem de uma fábula segue exatamente o mesmo padrão da empregada no conto curto: implica uma significativa liberdade do narrador, mesmo assim, espera-se que seja empregado o padrão culto. Este, porém, contará com uma sofisticação a mais, que é própria dos textos literários. O emprego do vocabulário deve produzir efeitos no leitor, fazendo-o reconhecer nas palavras uma estratégia para dar mais sentido à trama. Assim, é
  • 4. PALAVRA: REDAÇÃO PRÉ-VESTIBULAR Professora: Val Página 4 comum usar, de forma quase irrestrita, a função conotativa da linguagem: figuras de linguagem em todas as suas variações. As metáforas acabam representando nesse gênero um precioso recurso, de modo que são exploradas a riqueza e as várias possibilidades de empregar-se um termo em um texto escrito. Alguns narradores valem-se de uma linguagem extremamente poética e, com essa tática, tornam a estória muito mais emocionante. ROCHA, Val Moreira. Curso Palavra. Inédito. Se você deseja saber mais sobre os gêneros textuais, compre o livro Produção de texto: interlocução e gênero. Maria Luiza Abaurre, Maria Bernadete Marques Abaurre. Editora Moderna. Este material está registrada em cartório sob a Lei dos Direitos Autorais. Assim, “é vedada a reprodução deste material — seja para fins didáticos ou comerciais — sem a devida autorização da autora. LEI Nº 9.610, de 19 de fevereiro, 1998.