O documento discute o comércio internacional e a crise econômica mundial de 2008. Ele explica como o mercado imobiliário dos EUA levou à crise através do uso excessivo de hipotecas de alto risco, e como isso desencadeou uma crise global à medida que os bancos pararam de emprestar dinheiro.
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
A economia global
1. Geografia
Comércio na Economia Global
Desde o final da Segunda Guerra, o
processo
de
mundialização
se
intensificou, devido aos avanços das
relações comerciais. A necessidade de
reconstrução econômica levou os países
europeus a desenvolver novos eixos de
exportações e importações, além de
aprimorar os já existentes. A própria
guerra havia demonstrado a intensidade
da interdependência mundial, e essa
mesma consciência foi a responsável
pela criação da ONU. O comércio
internacional é a principal fonte de
divisas para um país, e o objetivo é
manter a balança comercial favorável,
ou seja, exportar mais do que se
importa.
O mesmo se aplica à chamada balança
de pagamentos, um indicador mais
abrangente que a balança comercial,
pois, além das trocas comerciais,
envolve a troca internacional de
serviços,
como
empréstimos
e
pagamento de royalties, que são os
direitos sobre o uso de marcas. Com a
acelerada
internacionalização
da
economia nas últimas décadas, no
entanto, as barreiras alfandegárias na
maior parte das vezes representam um
obstáculo
ao
desenvolvimento
do
capitalismo. As grandes empresas,
principalmente
as
transnacionais,
necessitam de espaços cada vez
maiores, pelos quais possam fazer
circular livremente bens, serviços e
capitais.
As recentes mudanças do comércio
internacional
sob
os
moldes
da
globalização têm alguns aspectos que
merecem destaque:
Um deles é o fato de que os países
subdesenvolvidos,
tradicionalmente exportadores de
matérias-primas, têm investido
mais nos manufaturados.
Outro aspecto é a formação de
alianças entre alguns países para
facilitar o trânsito de mercadorias.
Um terceiro fato é o aumento do
volume de trocas resultante da
queda de barreiras políticas.
Também
merece
análise
a
constatação de que nem todas as
regiões do mundo se beneficiam
igualmente do novo comércio
internacional.
No
atual
contexto
de
grandes
transformações - aumento do volume de
transações
comerciais,
aceleração
tecnológica
e
importância
do
investimento
em
pesquisa,
desenvolvimento e educação -, o
contraste
entre
as
economias
subdesenvolvidas
exportadoras
preferencialmente de matérias-primas e
aquelas
que
exportam
grande
quantidade de manufaturados se torna
ainda mais visível.
A divisão internacional do trabalho tende
a se modificar nos próximos anos, sob a
influência de fatores como:
abertura
ao
mercado
internacional, com a eliminação de
barreiras
protecionistas;
distribuição
internacional
do
trabalho especializado;
capacidade de investimento em
infraestrutura; e avanço das
inovações tecnológicas, com a
queda
dos
custos
de
comunicações.
1
2. Geografia
Crise econômica mundial
Uma
crise
é,
basicamente,
um
desequilíbrio que ocorre em setores
isolados da economia, mas que pode
contaminar todo o sistema econômico.
Esses desequilíbrios sempre ocorreram,
mesmo antes do capitalismo, quando
acontecia, por exemplo, a escassez
súbita de um bem, provocada, quase
sempre, por fatores naturais (secas,
inundações, etc.) ou acontecimentos
sociais (guerras, revoluções, etc.).
À medida que o capitalismo evoluiu e
que a economia se tornou mais
complexa, as crises continuaram a
ocorrer, pois elas fazem parte de um
processo cíclico, inerente ao próprio
desenvolvimento
econômico.
São
flutuações periódicas e alternadas de
expansão e contração da atividade
econômica, e podem ocorrer com
diferentes intensidades.
Entenda a crise econômica mundial em
15 etapas:
A partir de 2001, o mercado
imobiliário dos Estados Unidos
passou por uma fase de expansão
acelerada.
Com a ajuda do Federal Reserve
(o
Banco
Central
norteamericano), que passou a reduzir
a taxa de juros, a demanda por
imóveis
cresceu,
atraindo
compradores.
Ao mesmo tempo, com os juros
baixos, cresceu o número de
pessoas que hipotecavam seus
imóveis, a fim de usar o dinheiro
da hipoteca para pagar dívidas ou
consumir.
Em meio à febre de comprar
imóveis
ou
hipotecá-los,
as
companhias hipotecárias passaram
a atender clientes do segmento
subprime (de baixa renda, às
vezes
com
histórico
de
inadimplência). Contudo, como o
risco de inadimplência desse setor
é maior, os juros cobrados
também eram maiores.
Diante da promessa de retornos
altos aos empréstimos, os bancos
compravam esses títulos subprime
das companhias hipotecárias e
liberavam novas quantias de
dinheiro, antes de o primeiro
empréstimo ser pago.
Ao mesmo tempo, esses títulos
lastreados em hipotecas eram
vendidos a outros investidores,
que, por sua vez, também
emitiam seus próprios títulos,
igualmente
lastreados
nos
subprime, passando-os, a seguir,
para frente.
Todos se esqueceram, no entanto,
de que se o primeiro tomador do
empréstimo não consegue pagar
sua dívida inicial, ele dá início a
um ciclo de não-recebimento, de
tal maneira que todo o mercado
passa a ter medo de continuar
emprestando
dinheiro
ou
2
3. Geografia
comprando
novos
títulos
subprime.
A partir de 2006, os juros, que
vinham subindo desde 2004,
encareceram o crédito e afastaram
os compradores de imóveis. Como
a oferta começou a superar a
demanda, o valor dos imóveis
passou a cair.
Com a subida dos juros, as dívidas
ficaram mais caras (e também as
prestações das hipotecas), o que
aumentou
a
inadimplência,
fazendo com que a oferta de
crédito também diminuísse.
Sem oferta de crédito, a economia
dos EUA se desaqueceu, pois, se
há menos dinheiro disponível,
compra-se menos, o lucro das
empresas diminui e empregos não
são gerados.
contaminado e sofreria graves
consequências.
Instalou-se, assim, uma crise de
confiança e os bancos pararam de
emprestar, congelando economia,
reduzindo o lucro das empresas e
provocando desemprego.
Muitos
países
entraram
em
recessão, e seus respectivos
governos
têm,
desde
então,
tomado diferentes medidas para
aquecer a economia e, ao mesmo
tempo, garantir que o sistema
financeiro volte a emprestar.
Preocupado com os pagamentos
de créditos subprime nos EUA, o
banco BNP Paribas congelou cerca
de 2 bilhões de euros de alguns
fundos.
O mercado imobiliário, então,
entrou em pânico, pois o ciclo de
empréstimos sobre empréstimos
havia sido congelado. Começaram
a surgir os pedidos de concordata.
A crise passou a afetar todo o
sistema
bancário,
afinal,
as
instituições financeiras apostavam
nos
títulos
subprime.
Várias
instituições se viram à beira da
falência. E se descobriu que, com
a
globalização,
o
sistema
financeiro internacional estava
3