1) Abraão Batista é um poeta e xilogravador cearense conhecido por produzir mais de 190 títulos de cordel.
2) Ele vê a xilogravura como complementar à literatura de cordel, atraindo leitores assim como fotos e manchetes atraem leitores de jornais.
3) Embora o cordel gere poucos empregos, ele traz alegria e cultura ao povo, sendo considerado a "voz do povo".
2. Literatura de Cordel
Origem Medieval, popularização no Renascimento com a
impressão dos relatos;
Chegou ao Brasil (sec. XVIII) através dos portugueses e se
difundiu pelo nordeste (Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba,
Bahia);
O nome “cordel” e venda;
Séc. XIX os livretos já possuíam características peculiares
brasileiras, tornando-se a “poesia dos sertanejos”;
Gênero literário popular, “eram o jornal e a novela do povo”,
temas e objetivos;
3. Literatura de Cordel
Linguajar despreocupado, regionalizado e informal;
Estrutura e figuras de linguagem.
Recitados e declamados de forma cadenciada;
Poetas repentistas;
Pai do cordel brasileiro: Leandro Gomes de Barros (1865-1918);
4. Literatura de Cordel
Em linhas gerais, cordel é a “manifestação da opinião do autor
a respeito de algo dentro de sua sociedade”.
“O cordel é a voz do povo” - Abraão Batista
6. Xilogravura
Com o tempo xilogravura e poesia de cordel viraram artes
irmãs.
Antigamente era usada para estampar tecidos, cartas de baralho
e produzir imagens sacras;
No renascimento utilizou-se muito dessa técnica para a
impressão de livros;
7. Xilogravura
• Sofreu forte concorrência da gravura de metal, e durante anos
foi perdendo sua função utilitária;
• E finalmente ressurgiu no campo artístico, como veículo de
comunicação.
10. A anatomia do Frevo
No frevo se manifesta
por completa, a expressão
da alma, a categoria
fazendo manifestação
da foto, frente e verso
corpo, cara e coração.
O frevo surgiu da tribo
da oca pernambucana
banhado nos raios de sol,
mamando caldo de cana
com berço na mata virgem
e no agreste bacana.
No frevo ferve a vida
como música ligeira
no reboliço, o corpo
dança com alma maneira
extravasando do peito
maluquice e canseira.
11. Como o frevo do abafo
é alegre competição,
cada bloco querendo ter
a melhor representação...
Nesse caso os passistas
tiram fogo até do chão.
Firmo nestes meus versos
sobre a classificação;
repito: o frevo de rua,
bem como o frevo canção,
têm com o frevo de bloco
toda a representação.
Como já disse: o frevo
é criação de um povo
nasceu de grande alegria
isso eu digo de novo
o frevo pernambucano
tanto gosto que aprovo.
12. Abraão Batista
Nasceu em Juazeiro do Norte – Ceará, em 4 de abril de 1935;
É professor universitário aposentado, formado em farmácia;
Entrou no mundo das artes ainda na infância;
Em 1968, começou a trabalhar como poeta popular e
xilogravador.
13. Abraão Batista
Abraão Batista sempre foi um amante da literatura;
Produziu mais de 190 títulos de cordel;
É uma das figuras mais representativas da literatura de cordel,
do artesanato popular tradicional e da cultura de raiz como um
todo.
14. Abraão Batista
E a xilogravura?
ABRAÃO – A xilogravura está para o cordel como a fotografia está
para a revista e a manchete está para o jornal. Uma é a imagem do
outro. A xilogravura ajuda a vender o cordel, como a manchete e a
fotografia ajudam a vender o jornal e a revista. Se você vê uma revista
com uma foto bonita, ou um jornal com uma manchete atrativa,
compra, mesmo sem saber o conteúdo. É o mesmo jeito com o cordel,
quando você encontra uma xilogravura expressiva.
(Entrevista feita por Roberto Homem em dezembro de 2004, para o blog
“Sem Leriado”)
15. Abraão Batista
O cordel gera muitos empregos?
ABRAÃO – “Muitos empregos, não. Mas gera muita alegria,
muita felicidade e muito descobrimento. É o nosso jornal, é a
nossa trombeta, é o nosso palanque, é a nossa assembleia.
Enquanto, no jornal, os escritores que são acadêmicos têm medo
do ridículo, os cordelistas de verdade não têm esse medo. Enfim,
o cordel dá mais do que emprego: dá a vida, a brasilidade e o
reconhecimento do que somos”.
(Entrevista feita por Roberto Homem em dezembro de 2004, para
o blog “Sem Leriado”)
16. Referências
MIRANDA, Antônio. Abraão Batista. 2014. Disponível
em:http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/ceara/abraao_batista.ht
ml. Acesso em: 01 de mar. de 2015.
HOMEM, Roberto. O Mundo Encantado do Cordel: Abrão Batista. 2004.
Disponível em: http://zonasulnatal.blogspot.com.br/2004/12/entrevista-
abraao-batista.html. Acesso em: 01 de mar. de 2015.
BATISTA, Abraão. A anatomia do frevo. Xilogravuras de Abraão
Batista. Juazeira do Norte, CE: Edição do Autor, 2006. 120 p. ilus. p&b
16x26 cm. Impresso na Gráfica Nobre. Col. A.M. Edição alternativa.
Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=iv7SBLeC85A&list=PL8Ilb6VB
hdQP6XJReQhutLo5G8HMVcT6B&index=37