What's Next 2020-2030. Trend Report Inova Consulting
AYR Emergent Markets Entrevista Meios e Publicidade Jun13
1. Tiragem: 2500
País: Portugal
Period.: Quinzenal
Âmbito: Outros Assuntos
Pág: 14
Cores: Cor
Área: 21,22 x 27,43 cm²
Corte: 1 de 3ID: 48349753 21-06-2013
“Temos assistido à vontade de muitas empresas
quererem entrar nesses mercados [emergentes]
mas sem deter a informação sobre como actuar no
terreno”, afirma Luís Rasquilha, CEO da Ayr Consul-
ting Worldwide, que acaba de lançar uma nova
unidade para prestar consultadoria a empresas que
queiram entrar em mercados como o Brasil, México,
Chile, Roménia, Polónia, Cazaquistão e Cabo Verde.
“O Brasil ou Angola, por exemplo, são mercados de
forte atractividade, mas vemos muitas empresas
viajarem vezes sem conta para esses mercados,
meio ‘às escuras’, perderem tempo e dinheiro e não
fazerem um único negócio, porque não estão dentro
do mindset desses mercados”, explica.
Meios & Publicidade (M&P): Estão a abrir
uma nova unidade de negócio? De que se
trata?
Luís Rasquilha (LR): Deixe-me enquadrar o porquê de
mais uma unidade no grupo. Quando fomos criados,
em 2009, iniciámos a operação com a AYR Consul-
ting, Trends & Innovation, focada na identificação e
observação de tendências do comportamento do
consumidor e na sua tradução em conhecimento
aplicável na gestão das empresas, com grande
foco na inovação estratégica. Dentro da empresa
tínhamos, e temos, três grandes áreas de negócio:
a pesquisa de tendências e venda de trend reports,
por área de negócio, por mercado e por consumidor
tipo, a consultoria de inovação, com a tradução e apli-
cação desse conhecimento oriundo das tendências
em business insights e programas de inovação, e o
training & education, centrado na formação execu-
tiva, através dos masters em coolhunting e gestão
da inovação, MBA em TrendsInnovation e diversos
programas in company.
M&P: Depois em 2011 expandiram para
outros mercados.
LR: Em 2011 abrimos os escritórios de São Paulo,
Madrid e Miami. No final desse ano criámos ainda
o GTO – Global Trends Obsrvatory, uma rede global
presente em 40 países com mais de 20 parceiros
(entre empresas e universidades) que agregam cerca
de 20 mil observadores/coolhunters, tornando-se a
maior rede global de observação de tendências do
mundo. Fazem parte desta rede empresas como
CScout, Brain Reserve, LaRock, TrendWolves, Tren-
dHunter, CoolHunter, TrendAlert, São Paulo Futurists,
entre outras, e universidades como IADE, Central
Saint Martins’ College of Arts and Design, Parson’s
NY, ESAMC, EDC – European Design Centre,
Universidade de Melbourne, de Varsóvia, só para
citar algumas. Com essa rede activa construímos
dentro da AYR o Trends Research Center (TRC),
unidade académica e cientifica, para a observação e
validação do conhecimento produzido pela rede, lide-
rada pelo Nélson Pinheiro, doutorando em Sociologia
do consumo e que agrega por ano cerca de 30 estu-
dantes de mestrados e doutoramentos destas várias
escolas parceiras. No final de 2012 lançámos a
www.ayr-insights.com a nossa plataforma de conhe-
cimento que hoje tem cerca de 900 conteúdos em
PDF para download (desde artigos, estudos, relató-
rios, resumos e critica de livros, etc) num modelo de
negócio de assinatura anual, que permite o acesso a
toda essa informação. E com tudo isto avançámos no
final de 2012 para a constituição da AYR Worldwide,
holding que passa a deter a propriedade das opera-
ções em curso – AYR Portugal, Brasil, EUA, Espanha
mais a gestão do GTO, do TRC e da AYR Insights.
Com o forte crescimento no Brasil e o surgimento
de oportunidades, no que definimos como mercados
emergentes, surge agora a AYR Emergent Markets,
unidade focada no apoio à entrada de empresas nos
mercados emergentes. Mas não vamos ficar por aqui
porque em um ou dois meses teremos algo novo
e absolutamente impactante para apresentar aos
mercados.
M&P: O que motivou o lançamento desta
unidade?
LR: Por um lado, as enormes oportunidades que
existem em mercados emergentes e que se
revestem de algumas dificuldades de aproveita-
mento, nomeadamente ao nível de informação real
dos diversos sectores de actividade, dimensão de
mercados, hábitos de consumo, comportamento dos
consumidores, etc. A AYR ganhou muita experiência
em alguns mercados, seja por projectos realizados,
seja até mesmo por experiência própria de entrada.
“Ir de férias ao Brasil
é uma coisa, fazer
negócio é outra”
Luís Rasquilha, CEO da
AYR Consulting Worldwide,
fala sobre a nova unidade
da empresa e os objectivos
e expectativas para esta
incursão nos mercados
emergentes
PEDRO DURÃES
2. Tiragem: 2500
País: Portugal
Period.: Quinzenal
Âmbito: Outros Assuntos
Pág: 16
Cores: Cor
Área: 21,11 x 21,05 cm²
Corte: 2 de 3ID: 48349753 21-06-2013
Por outro lado, temos assistido à vontade de muitas
empresas quererem entrar nesses mercados
mas sem deter a informação sobre como actuar
no terreno. O Brasil ou Angola, por exemplo, são
mercados de forte atractividade, mas vemos muitas
empresas viajarem vezes sem conta para esses
mercados, meio ‘às escuras’, perderem tempo e
dinheiro e não fazerem um único negócio, porque
não estão dentro do mindset desses mercados. Ir de
férias ao Brasil é uma coisa, fazer negócio é outra
bem diferente. Numa altura em que Portugal está
focado na exportação/entrada em novos mercados,
fruto da nossa experiência no terreno, podemos
acrescentar muito valor às empresas que pretendam
entrar em alguns países onde já criamos condições
para dar esse apoio.
M&P: Que tipo de consultoria será prestada
às empresas europeias que querem entrar em
mercados emergentes?
LR: Essencialmente, os projectos de consultoria
visam assegurar a correta entrada e expansão de
negócios, produtos e serviços nestes mercados
e, assentam em três grandes eixos: estudos de
tendências e comportamento de consumidores para
identificar no país de entrada as diferenças culturais
e comportamentais face ao mercado/país de origem;
desenvolvimento de modelos e planos de negocio
ajustados aos mercados emergentes em questão e
em linha com as oportunidades identificadas; imple-
mentação dos planos detalhados em cada mercado
de actuação para apoio no terreno de como actuar,
com que portfólio, pricing, etc. De referir que adop-
támos também o modelo de remuneração variável
em 50 por cento do valor do projecto. Em todos os
projectos de consultoria a nossa política é 50 por
cento da remuneração indexada a sucess fee.
M&P: Em que mercados vão ajudar essas
empresas a entrar?
LR: Neste momento, a nossa operação centra-se no
Brasil, México, Chile, Roménia, Polónia, Cazaquistão
e Cabo Verde.
M&P: Esta unidade terá escritórios em vários
países ou será tudo feito a partir de cá?
LR: Não. Portugal centraliza apenas a base de intelli-
gence, mas localmente temos equipas e consultores
que gerem os projectos, sejam eles da estrutura AYR
ou da estrutura do GTO.
M&P: Refere que vão ajudar empresas euro-
peias a entrar em mercados emergentes. E
o contrário? Não equacionam a hipótese de
ajudar empresas de mercados emergentes a
entrar na Europa?
LR: Obviamente que temos parceiros e clientes,
especialmente no Brasil, que olham para a nossa
operação em Portugal como a porta de entrada
para a Europa mas, de uma maneira geral, neste
momento não sentimos grande interesse de muitas
empresas em dar esse passo. A Europa não é neste
momento, infelizmente, atractiva para quem está em
mercados de pleno emprego e economia aquecida
como América Latina. No futuro veremos, com as
mudanças globais, o que poderá acontecer.
M&P: Como será constituída a equipa desta
nova unidade?
LR: Portugal, através dos VPs João Peres e Eduardo
Garcia centralizam a base de intelligence. Depois,
em cada mercado temos VP’s locais que gerem os
projectos. No Brasil neste momento temos, além de
mim, que estou um pouco em todo o lado, quatro
pessoas, no Chile uma pessoa, Polónia e Roménia
com uma pessoa que assegura os dois países,
México, Cazaquistão e Cabo Verde com parceiros
locais. Em função dos projectos a equipa de Portugal
pode acompanhar a ida ao terreno destes mercados.
M&P: Qual o volume de investimento envol-
vido no lançamento da mesma?
LR: Sendo uma holding SA não podemos por regras
de governance revelar investimentos ou volumes de
negócio. O investimento tem mais a ver com a contra-
tação de consultores e investimento em marketing
B2B, que nesta fase de arranque, é ainda reduzida.
Vamos adaptar as equipas caso a caso, de acordo
com o volume de trabalho e os projectos. Nunca
entrámos em loucuras de estruturas nem seria agora
que o iríamos fazer. O GTO assegura a maior estru-
tura de gestão e implementação numa base project
oriented. Pode parecer uma resposta politicamente
correcta mas é a verdade. A estrutura é muito flexível
e móvel. E todos têm passaportes actualizados para
viajarem a qualquer momento. A nossa linha de custo
em viagens é enorme.
M&P: Quais são as vossas expectativas ao
nível do volume de negócios para o primeiro
ano de actividade e qual a percentagem/peso
que espera que venha a ter esta unidade no
volume de negócios total da AYR?
LR: O grande crescimento e a dimensão dos nossos
projectos na América Latina, nomeadamente no
Brasil, não permite neste momento esperar que esta
unidade possa representar um peso muito grande.
Nem sabemos como estimar porque não há qualquer
benchmark. Mais uma vez inovámos até na forma
como actuamos no mercado e nos modelos de
negócio que criamos e por isso entendemos que é
difícil estimar mas acreditamos que pode trazer novas
relações com parceiros, que, a prazo, possam repre-
sentar projectos de consultoria de maior dimensão.
Mas um número não temos.
M&P: Já estão a trabalhar projectos neste
sentido? Pode adiantar alguma coisa?
LR: Temos neste momento alguns projectos de
empresas portuguesas a querer entrar no Brasil, na
Polónia e na Roménia. Por questões de confidencia-
lidade, não podemos revelar nomes. Mas estamos
a falar de empresas de tecnologia, formação/
educação, turismo, alimentação e empreendedores,
à procura de oportunidades em mercados onde
as oportunidades existem em grande quantidade.
Temos de voltar a olhar para o mundo se quisermos
sobreviver ao caos em que a Europa se tornou.
“Temos de
voltar a olhar
para o mundo
se quisermos
sobreviver ao caos
em que a Europa
se tornou”
3. Tiragem: 2500
País: Portugal
Period.: Quinzenal
Âmbito: Outros Assuntos
Pág: 1
Cores: Cor
Área: 17,07 x 13,32 cm²
Corte: 3 de 3ID: 48349753 21-06-2013
Luís Rasquilha, CEO da AYR Consulting Worldwide, apresenta
em entrevista a nova unidade da empresa e os objectivos e
expectativas para a nova incursão na consultoria para
mercados emergentes
PÁG. 14MERCADO