7. Introdução.
Nessa lição veremos o quanto o crente deve ser
cuidadoso na maneira de falar com os outros.
Tema do terceiro capítulo da epístola, o meio-
irmão do Senhor escreve sobre um pequeno
membro do nosso corpo: a língua. Este
acanhado, mas poderoso órgão humano, pode
destruir ou edificar a vida das pessoas. Por isso,
a nossa língua deve ser controlada pelo Espírito
Santo a fim de sermos canais de bênçãos para
aqueles que nos ouve.
8.
9. 1. O rigor com os mestres.
A palavra hebraica para mestre é rabbi, cujo
significado é "meu mestre". Os mestres eram
honrados em toda a comunidade judaica,
gozando de grande respeito e prestígio. Na
realidade, o ofício rabínico era uma das
posições mais almejadas pelos judeus, pois era
notória a influência dos mestres sobre as pessoas
(Mt 23.1-7). Daí o porquê de muitos
ambicionarem tal posição. E é exatamente
alarmado por isso que Tiago inicia então o
capítulo três, referindo-se aos que acalentavam
essa aspiração, visando obter prestígio, privilégio
e fama, a que tivessem cuidado (v.1). Antes de
almejarmos o ministério da Palavra devemos
estar cônscios de nossa responsabilidade e de
que um dia o Altíssimo nos pedirá conta dos atos
e dos talentos a nós dispensados.
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11. 2. A seriedade com os mestres na igreja (v.1).
Em Mateus 5.19 lemos sobre a advertência de
Jesus quanto à seriedade e a fidelidade dos
discípulos no ensino do Evangelho. Devido a sua
importância, Jesus estabeleceu o ensino como um
meio de propagar o Evangelho a toda criatura e,
assim, ordenou a sua Igreja que fizesse seguidores
do Caminho pelo mundo (Mt 28.19,20). É
interessante notarmos o paralelo que Tiago faz em
relação à advertência proferida por Jesus em tempo
anterior: Quem foi vocacionado para ser mestre não
pode ter o "espírito" dos fariseus, mas o de Cristo
(Mc 12.38-40).
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13. 3. Perfeição que domina o corpo (v.2).
Quem domina ou controla a sua língua, sem
cometer delitos (excessos, descontroles,
julgamentos precipitados, difamações, etc.),
sem dúvida, é "perfeito". O controle da língua
significa que a pessoa tem a capacidade de
controlar as demais áreas da vida, pois a
língua é poderosa "para também refrear todo
o corpo". Quem tem domínio sobre a língua,
tem igualmente o coração preservado, pois a
boca fala do que o coração está cheio.
Discipline-se! Faça um propósito com Deus e
consigo mesmo: não empreste os seus lábios
para fazer o mal.
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15.
16.
17. 1. As pequenas coisas no governo do todo
(vv.3-5).
Tiago faz uma analogia acerca da nossa
capacidade de usarmos a língua. Ele
remete-nos ao exemplo do leme dos navios
e do freio dos cavalos. Apesar de tais
objetos serem pequenos, porém, são
fundamentais para controlar e dirigir
transportes grandes e pesados. Assim, o
apóstolo nos mostra que, apesar de
pequena, a língua é capaz de realizar
grandes empreendimentos - edificantes ou
destrutivos. Como um pequeno membro é
capaz de "acender um bosque inteiro"?
18.
19. 2. "A língua também é um fogo" (vv.6,7).
Quantas pessoas não frequentam mais as nossas
reuniões porque foram feridas com palavras?
Você já se fez essa pergunta? É preciso usar
nossa língua sabiamente, pois "a morte e a vida
estão no poder da língua [...]" (Pv 18.21). Grande
parte dos incêndios nas florestas inicia através de
uma pequena fagulha. Todavia, essa faísca
alastra-se podendo destruir grandes áreas de
vegetação. Da mesma forma, são as palavras
por nós pronunciadas. Se não forem
proclamadas com bom senso, muitas tragédias
podem acontecer.
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21. 3. Para dominar a língua.
Ainda no versículo sete, Tiago faz outra ilustração
em relação ao tema do uso da língua. Ele mostra
que a natureza humana conseguiu domar e
adestrar as bestas-feras, as aves, os répteis e os
animais do mar. Mas a língua do ser humano até
hoje não houve quem fosse capaz de dominar.
Por esforço próprio o homem não terá forças
para domar o seu desejo e as suas vontades. Mas
quando Deus passa a nos governar, a língua do
crente deixa de ser um órgão de destruição e
passa a ser um instrumento poderoso e
abençoador, usado para o louvor da glória do
Eterno. A fim de dominar a nossa língua, devemos
entregar o nosso coração inteiramente ao
Senhor, "Pois do que há em abundância no
coração, disso fala a boca" (Mt 12.34).
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25. 1. Bênção e maldição (v.10).
Tiago até reconhece a possibilidade de
alguém usar a língua de modo ambíguo.
Entretanto, deve a mesma língua que expressa
o amor a Deus, deixar-se usar para destruir
pessoas? Apesar de o meio-irmão do Senhor
dizer que tudo que existe obedece sua própria
natureza, se experimentamos o novo
nascimento, tornamo-nos uma nova criação,
isto é, adquirimos outra natureza. Esta tem de
ser manifesta em nosso falar e agir. Portanto, se
você foi transformado pela graça de Deus
mediante a fé de Cristo, a sua língua não pode
ser um instrumento maligno. A fofoca, a
mentira, a calúnia e a difamação são obras
carnais e não podem ter lugar em nossa vida.
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27. 2. Exemplos da natureza (vv.11,12).
O líder da igreja de Jerusalém usa dois
exemplos da natureza para apontar a
incoerência de agirmos duplamente. Tiago
questiona a possibilidade de a fonte que jorra
água doce jorrar igualmente água salgada.
Para provar a impossibilidade natural deste
fenômeno, o meio-irmão do Senhor pergunta,
de maneira retórica, se uma figueira poderia
produzir azeitonas, e a videira, figos.
Naturalmente, a resposta é um sonoro não!
Portanto, a pessoa que bendiz ao Senhor não
maldiz o próximo. Se Deus é amor, como
podemos odiar alguém?
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29. 3. Uma única fonte.
Aquele que bebe da água da
vida não pode fazer jorrar água
para morte. Quem bebe da água
limpa do Cristo de Deus não pode
transbordar água suja. Portanto, a
palavra proferida por um discípulo
de Cristo deve edificar os irmãos,
dar graça aos que ouvem e sarar
quem se encontra ferido.
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33. Conclusão.
Uma vez Salomão disse que a boca do justo
é manancial de vida (Pv 10.11), e que as
palavras da boca do homem são águas
profundas (Pv 18.4). Tomemos o devido
cuidado com a maneira como usamos a
nossa língua. Não esqueçamos que, no dia
do Juízo, daremos conta a Deus de toda
palavra ociosa proferida pela nossa boca
(Mt 12.36).