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Edição Especial KM Brasil -Brasil 2007 e 2008
    Esdição Especial • KM 2007                                                                                                                                                            ISSN 1981-5751
                                                                                                                                                                                        ISSN 1981-5751




                                                                                               A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nºnº 09. Fevereirode 2008
                                                                                               A            Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. 09. Dezembro de 2009


                                                                                        O Perfil do Profissional de
                                                                                        Inteligência Competitiva

                                                                                             Portal corporativo como
                                                                                               diferencial estratégico
                                                                                          para tomada de decisões e
                                                                                            Gestão do Conhecimento

                                                                                        Método de avaliação do
                                                                                        conhecimento organizacional
A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 09. Dezembro de 2008
A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 09. Fevereiro de 2009




                                                                                                                                                                            PARTE II
SUMÁRIO

                                Editorial 04              28 Artigo 09
                                                             A Gestão do Conhecimento como
PARTE I                      Artigo 01 05
                                                                  determinante para o desempenho das
                                                                  estratégias organizacionais
                     Gestão Do Conhecimento                       por Ivani Costa, Jailma Araujo dos Santos,
                    E Redes Organizacionais                       José de Arimatéia A. de Lima, Luciana
      por Sonia Maria Marques de Oliveira,                        Ribeiro Rabay, e João Batista de Freitas
    Ana Cristina Francisco e Vera Lúcia Harcar

                             Artigo 02 16                 37 Artigoavaliação do conhecimento
                                                             Método de
                                                                       10
                  Gestão do Conhecimento e                        organizacional
               desenvolvimento tecnológico e                      por Maria De Fátima Peregrino Torres, Ana
                 econômico na avaliação da                        Flávia P. M. Da Fonseca,
         conformidade de válvulas industriais                     Cassia Regina Ossipe Martins Botelho e
     por Ricardo Nóbrega e Walter Câmara.                         Luiz Vicente Da Costa Braga

                             Artigo 03 25                                                    PARTE III
                        Grupos de trabalho

                                                          06 Artigo 11 em saúde pública
                     e comunidades virtuais
           por Marco Aurélio Ferreira Pinto e
                   Carlos Cesar Leal Xavier                  Biblioteca Multimídia
                                                                  por Ana Cristina Da Matta Furniel, Rosane
                             Artigo 04 31                         Mendes, Maria Elisa Andries Reis e Ana
                                                                  Paula Mendonça
      Compartilhamento do conhecimento por

                                                          14 Artigo 12 do conhecimento
           meio da auto-avaliação da gestão
    por João Silva dos Santos e Ricardo José Dória
                                                             A gestão estratégica
                             Artigo 05 44                         a partir de hábitos organizacionais
                                                                  inteligentes
             Gestão do Conhecimento como
                Estratégia para a Inovação                        por Jacqueline Sá Ricarte

                                                          21 Artigo 13
                  na Indústria Farmacêutica
     por Ana Matilde Zarif Moukrzel Rached
                                                             Índice de Desenvolvimento da Gestão
                                                                  Pública na Prefeitura Municipal de Curitiba
PARTE II                   Artigo 06 05                           por Marcia Schlichting
                        O Perfil do Profissional
                   de Inteligência Competitiva
           por Alfredo Passos, Telma Gonçalves
                                                          27 ArtigoCorporativa
                                                             Inteligência
                                                                          14
                   Cunha e Luiz Ricardo Cobra                     por Ana Paula Guzela Bertolin, Adriana
                                                                  Andréa Rodrigues, Cicemara A. D.
                                                                  Cordeiro e Felipe De Lameida Rezende
                             Artigo 07 15
               A educação corporativa como                51 Palavra da SBGC
                                                             por Heitor Pereira
                    estratégia de Gestão do
                               Conhecimento
           por Pedro Carlos Resende Junior e
                 Lúcia Helena Rosa Da Costa


                             Artigo 08 24
           Portal corporativo como diferencial
                  estratégico para tomada de
          decisões e Gestão do Conhecimento
                   por Paulo Roberto Floriano,
                       Juliana Vale Marques e
                   Luciano Xavier De Miranda
Expediente
            EXPEDIENTE

                   Uma publicação da:          Prof. Dr. Ricardo Roberto Behr
        SBGC – Sociedade Brasileira de         Prof. Dr. Roberto Pacheco
              Gestão do Conhecimento           Prof. Dr. Rodrigo Baroni
                      www.sbgc.org.br          Prof. Dr. Serafim Firmo
                                               de Souza Ferraz
                                               Prof. Dr. Silvio Aparecido dos Santos
              Integrantes Permanentes do       Prof. Dr. Sonisley Machado
             Conselho Científico da SBGC       Prof. Dr. Walter Felix Cardoso Jr.




                                                                                       03
              Presidente: Profª Drª Neusa
                   Maria Bastos F. Santos
                                               REVISTA GC BRASIL
  Prof. Dr. Alberto Sulaiman Sade Junior
         Profª Drª Aline França de Abreu       Editora-Chefe:
                       Prof. Dr. André Saito   Elisabeth Gomes
           Prof. Dr. Carlos Olavo Quandt
                   Prof. Dr. Chu Shao Yong     Produção Executiva:
                                               Maria de Lourdes Martins
                  Prof. Dr. Eduardo Moresi
      Profª Drª Faimara do Rocio Strauhs       Jornalista Responsável:
Prof. Dr. Fernando Antonio Ribeiro Serra       Cristiano Pio MG 09315 JP
      Prof. Dr. Hélio Gomes de Carvalho
                 Prof. Dr. Gilson Schwartz     Revisão:
          Prof. Dr. Guilherme Ary Plonski      Isabella Gomes
       Profª Drª Helena Pereira da Silva
                                               Diagramação:
                    Profª Drª Helena Tonet     Ana Mambrini
               Prof. Dr. João Amato Neto
  Prof. Dr. Jorge Tadeu de Ramos Neves         Edição de Imagens:
           Prof. Dr. José Ângelo Gregolin      Maria de Lourdes Martins e
                   Prof. Dr. José Rodrigues    Ana Mambrini
                Profª Drª Kira Tarapanoff
                                               Design:
                Prof. Dr. Marcio Kuniyoshi     Quinto Elemento
   Profª Drª Marília M.R. Damiani Costa
          Prof. Dr. Moacir de M. Oliveira
Profª Drª Mônica Erichsen Nassif Borges
                 Profª Drª Raquel Balceiro     Tecle conosco:
              Profª Drª Resilda Rodrigues      revistagcbrasil@gmail.com
EDITORIAL
Editorial




            Prezados leitores,
            A Gestão de Conhecimento preconiza que todo conhecimento relevante
            deve ser identificado, registrado e disseminado para uso e criação de novos
            conhecimentos. Sendo assim, mesmo depois de tanto tempo a SBGC resolveu
            publicar os conteúdos relativos aos eventos KM Brasil 2007 e KM Brasil 2008.
            Neste número vocês irão verificar ou relembrar o que aconteceu nos eventos
            Mas todos, com certeza irão gostar e, usar.
            O público presente nos dois eventos foi de aproximadamente mil pessoas de vários segmentos da sociedade,
            incluindo empresários empreendedores, gestores dos setores privado e público, formuladores de políticas e
            diretrizes organizacionais nos âmbitos privado e público, consultores empresariais, acadêmicos (professores,
            pesquisadores e estudantes) e representantes do Terceiro Setor.
            Portanto, boa leitura a todos e, qualquer atualização que se faça necessária, enviem para nosso email: revista,
            que faremos a errata na próxima edição.
04




            KM BRASIL 2007
            O Congresso anual da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento – SBGC, o KMBRASIL 2007 foi
            realizado na cidade de São Paulo, nos dias 29 e 30 de novembro de 2007.
            Em sua sexta versão, o evento contou com a participação da área acadêmica, da área , do setor privado e com
            expressiva participação do terceiro setor.
            Em 2007 o tema praticado foi – Crescimento Econômico Sustentável: o Papel da Gestão do Conhecimento.
            No evento se discutiu as práticas relacionadas à informação e ao conhecimento nas organizações, tanto no
            desenvolvimento de tecnologias, processos, produtos e serviços, como na relação com o ambiente, clientes,
            fornecedores e parceiros.
            Dentro do tema debatido se buscou destacar iniciativas no setor privado e público com relação a práticas de
            Gestão do Conhecimento, focada em inovações relacionadas a soluções de infra-estrutura do país com visão
            de longo prazo. Foi um momento para congregar profissionais, gestores e acadêmicos que tem interesse em GC
            e querem compartilhar informações e trocar experiências voltadas para inovações.
            Durante o KM BRASIL 2007 verificamos um ambiente propício para trocas de experiências e geração de novo
            conhecimento relacionado ao crescimento econômico sustentável do país.
            O evento ainda trouxe ao Brasil o ex-diretor do Cynefin Center da IBM, Dave Snowden, grande referências
            mundial no campo da GC e o indiano Soumodip Sarkar, professor associado e diretor do Centro de Estudos e
            Formação Avançada em Gestão e Economia (CEFAGE-UE) da Universidade de Évora.
            KM BRASIL 2008
            Realizado em 2008 o já tradicional evento de Gestão do conhecimento promovido pela SBGC aconteceu no
            período de 27 a 29 de agosto de 2008.
            O tema em 2008 foi – O Conhecimento como Recurso Estratégico Agregando Valor à Organização. A proposta
            foi estabelecer um debate para que os participantes do evento pudessem trocar experiências sobre como
            formular estratégias de criação, disseminação e aplicação do conhecimento nos processos organizacionais de
            modo a transformar o conhecimento (tácito) das pessoas em ativos (recursos estratégicos) que agreguem valor
            à organização como um todo, visando sua sustentabilidade.
            Como sabemos o conhecimento é cada vez mais o recurso estratégico para a competitividade e sobrevivência
            das organizações, portanto construí-lo e disseminá-lo nas organizações é prioritário.
            No decorrer do evento os congressistas tiveram a oportunidade de manter contato com os melhores profissionais
            oriundos das empresas nacionais e internacionais com experiências em práticas de Gestão do Conhecimento.
            Aconteceu também um encontro com profes-
            sores e estudantes atuantes em linhas de
            pesquisa relacionadas à GC e temas co-
            relacionados. Em paralelo pudemos ver uma
            feira com exposição de empresas fornecedoras
            de soluções tecnológicas para GC.                              Elisabeth Gomes
                                                                   Editora-Chefe da GC Brasil
                                                                Coordenadora de Conteúdo e
                                                                         Publicações da SBGC
O Perfil do Profissional de
Inteligência Competitiva:

Um Estudo
Exploratório
Alfredo Passos
Centro Universitário Nove De Julho

Telma Gonçalves Cunha
Ampla

Luiz Ricardo Cobra
Plugar
Resumo: Este estudo, de caráter              sua origem, há um século. O abismo que hoje
Artigo 06



            exploratório, visou analisar as ações        separa indivíduos e organizações é marcado
            cotidianas utilizadas pelos profissionais    por frustrações, des-confiança, decepção e até
            de Inteligência Competitiva no Brasil. Foi   raiva. Além disso, abriga a possibilidade de um
            desenvolvido através de uma amostra          novo capitalismo e uma nova era de geração
            aleatória de 79 empresas entre as            de riquezas.
            500 maiores do Guia das Maiores e            Mas retomando às origens, foi em 1986, que um
            Melhores – Exame 2006, por meio de           grupo formado por profissionais de marketing,
            um questionário estruturado fechado          de agências governamentais e professores
            e um roteiro de entrevistas semi-            universitários fundou, nos Estados Unidos da
            estruturado. Procurou-se identificar o       América, uma associação chamada Society of
            lócus funcional, processos e objetivos       Competitive Intelligence Professionals - SCIP.
            das organizações. Os principais resul-
            tados indicam que a maioria das              Poderia parecer só mais uma associação - em
            empresas acompanham diariamente              um país com competição acirrada, inovação
6




            a atuação dos competidores, que a            em produtos e serviços, mas voltado à alta
            equipe de coleta é interna em sua            performance empresarial. Após 22 anos, o
            grande maioria, que o nome da área           tempo mostrou que não se tratava apenas
            recebe nomes diversificados e que            de mais uma associação, mas sim daquela
            parte representativa das unidades            que começou a registrar uma das questões
            está subordinada ao departamento             empresariais mais desafiantes para qualquer
            de marketing. O artigo apresenta             profissional da atualidade: a competição.
            uma pesquisa bibliográfica sobre             Essa sociedade, ou associação, buscou levar,
            estratégia, vantagem competitiva,            primeiro para os americanos e, mais recen-
            fontes de vantagem competitiva; me-          temente, para outros países, a existência de um
            todologia; resultados, limitações e          conjunto de metodologia, técnicas e modelos de
            recomendações para estudos futuros.          análises para os negócios chamada Inteligência
            Tendo em vista que o país vive o melhor      Competitiva. Na verdade “Competitive Intelli-
            momento econômico em três décadas,           gence”, em inglês.
            combinando estabilidade, aumento do
                                                         A simples tradução não revela todas as idéias
            consumo e da renda e investimentos
                                                         que os fundadores e pensadores acadêmicos
            recordes na produção, o presente
                                                         têm sobre este tema.
            estudo levanta questões práticas im-
            portantes para serem consideradas            E é neste contexto, entre as origens e a atua-
            na formação futura do profissional de        lidade, que o objetivo do estudo foi avaliar,
            Inteligência Competitiva.                    dentro da realidade empresarial brasileira,
                                                         qual a melhor formação para o profissional de
            Palavras Chave: inteligência compe-
                                                         Inteligência Competitiva.
            titiva, perfil profissional, competências
            e habilidades                                Assim, a pergunta que representa o problema
                                                         deste estudo é: quais são as competências e
                                                         habilidades necessárias para o profissional de
            INTRODUÇÃO                                   Inteligência Competitiva, a partir da prática
                                                         atual nas empresas?
            Zuboff (2003) afirma que os indivíduos
            mudaram mais do que as organizações
            de negócios das quais dependem. Os           TEORIA
            últimos cinqüenta anos testemunharam
            o surgimento da nova geração de              Inteligência Competitiva é Estratégia
            indivíduos, embora as empresas               Segundo Porter (1989), a estratégia compreende
            continuem a operar de acordo com             a construção de defesas contra os concorrentes
            uma lógica inventada na época de             ou a descoberta de posições no setor cujas
forças competitivas sejam menos vulneráveis. O     diferenciação do mercado, pela qual




                                                                                             Artigo 06
desenvolvimento de uma estratégia competitiva      a empresa cria uma imagem distinta
tem como finalidade básica a definição             dos concorrentes e consegue atrair
do modo como a empresa irá competir no             clientes para seus produtos e serviços;
mercado. A definição deste posicionamento é        (4) Estratégia de diferenciação de
bastante afetada pela estrutura da indústria,      produtos e serviços que procura
aqui entendida como o grupo de empresas            desenvolver produtos diferentes em
que fabricam produtos substitutos entre si. A      relação aos da concorrência e que
estratégia tem por objetivo definir uma posição,   atendam às necessidades específicas
baseada em vantagens competitivas, que seja        de grupos de clientes.
lucrativa e ao mesmo tempo sustentável, contra
                                                   Para Urich e Lake (1990), a vantagem
o ataque dos concorrentes.
                                                   competitiva ocorre quando uma
Henderson (1989) confirma o conceito de            empresa consegue, em segmento
Porter, quando destaca que a estratégia visa a     específico de mercado, agregar mais
estabelecer planos de ação que desenvolvam         valor a seus clientes e fornecedores




                                                                                             7
novas vantagens competitivas ou que aumentem       do que seus concorrentes. A vantagem
o escopo das vantagens competitivas atuais da      competitiva se compõe de dois ele-
organização.                                       mentos: o valor percebido pelos
Seguindo a mesma linha de raciocínio,              clientes e a criação de fontes únicas
Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) afirmam       ou singulares através de produtos
que a estratégia é ponto alto da atividade         ou serviços que os concorrentes não
dos executivos, razão pela qual tem sido, nas      conseguem imitar.
duas últimas décadas, um tema extensamente         Para Ghemawat (1999), a obtenção
estudado no meio acadêmico. Para os autores,       de uma vantagem competitiva depen-
o conceito de estratégia inclui pelo menos cinco   de de se conseguir grande diferença
definições: estratégia é plano; estratégia é       entre o que o cliente quer pagar e os
padrão ou comportamento consistente ao longo       custos que os competidores conseguem
do tempo; estratégia é posição escolhida pela      ter.
empresa para seus produtos em determinado
mercado; estratégia é perspectiva, isto é, a       De acordo com Aaker (2001), a
maneira como a empresa faz as coisas; e a          vantagem competitiva será criada,
estratégia é truque ou manobra para enganar        se estiver sustentada por ativos, for
os concorrentes.                                   adotada em segmentos que a valorizem
                                                   e for empregada contra concorrentes
Vantagem Competitiva: a razão de ser do            que não poderão facilmente enfrentá-
profissional de Inteligência para à empresa        la. Além disto, precisa ser substancial
Ansoff (1990) entende que o sucesso da             o bastante para fazer a diferença,
empresa é função da estratégia que ela             ser sustentável perante as mudanças
adota. A estratégia determina a vantagem           no ambiente e na concorrência e
competitiva da empresa. O autor destaca            estar alinhada com atributos visíveis
quatro estratégias competitivas possíveis:         dos negócios que irão influenciar os
(1) Estratégia de participação de mercado,         clientes.
que consiste na otimização da participação
                                                   Fontes de Vantagem Competitiva:
de mercado, que consiste na otimização
                                                   quando o profissional de Inteligência
da participação de mercado através de
                                                   faz a diferença
uma política de vendas agressiva, baseada
em preços baixos e sustentada por custos           Porter (1989), afirma que as fontes de
minimizados; (2) Estratégia de crescimento, que    vantagem competitiva são o resultado
se baseia na expansão territorial do mercado,      das ações estratégicas das empresas.
segmentação do mercado, estimulação da             Assim, procurou-se relacionar as fontes
demanda por programas de obsolescência             de vantagem competitiva indicadas
programada, dentre outros; (3) Estratégia de       pelos autores estudados.
• Economias de escala – são ganhos        Business Intelligence e ainda outros falam em
Artigo 06



            decorrentes do volume, que podem          espionagem.
            ocorrer na produção, na pesquisa, no
                                                      Uma adaptação da definição de Inteligência
            marketing e na distribuição (Porter,
                                                      Competitiva da Society of Competitive
            1989; Ghemawat, 2000).
                                                      Intelligence Professionals dos Estados Unidos,
            • Economias de escopo – são derivadas     para a realidade brasileira, pode ser:
            de mercados inter-relacionados. Ocor-
                                                      “Inteligência competitiva é o processo de
            rem quando uma vantagem competitiva
            sustentável que a empresa detém em        monitorar o ambiente competitivo”.
            um mercado pode ser usada em outro        Inteligência Competitiva permite a profissionais
            segmento. Depende da capacidade de        de empresas de todos os tamanhos e portes,
            a empresa partilhar recursos entre as     tomar decisões atualizadas sobre o ambiente
            unidades sem alterar o custo (Chandler,   externo e interno de uma organização,
            1990; Ghemawat, 2000).                    especialmente quanto aos processos de
8




            • Marca reconhecida – decorre de inves-   pesquisa & desenvolvimento e comercialização,
            timentos feitos na marca, que levam a     para definição da estratégia empresarial a
            uma identificação e preferência dos       longo prazo.
            clientes (Ansoff, 1990; Porter, 1989).    Inteligência Competitiva é um processo efetivo e
            • Produto diferenciado – é obtido         contínuo de informação, de forma ética e legal,
            por meio do lançamento de produtos        analisadas e disseminadas para os formadores
            diferentes daqueles oferecidos pela       de opinião.
            concorrência, que atendem a demandas      John E. Prescott e Stephen H. Miller, comentam
            específicas de segmentos de clientes      que “a Inteligência Competitiva nas empresas
            (Ansoff, 1990; Barney, 2002; Porter,      se beneficiou grandemente de práticas e
            1989).
                                                      conhecimentos da inteligência militar e gover-
            • Know-how – tecnologia desenvolvida      namental. Muitos dos pioneiros da comunidade
            pela empresa, que pode ser mantida        de inteligência empresarial são originários
            em segredo ou protegida (Ghemawat,        de várias organizações governamentais. Eles
            2000; Porter, 1989).                      trouxeram consigo um conjunto de conceitos e
            • Competência essencial para inovação     visões decantadas ao longo de séculos.”
            – ocorre quando a empresa, através da     Prescott e Miller, comentam que o “trabalho de
            inovação, desenvolve uma capacidade       Sun Tzu sobre inteligência militar, continua sendo
            para embutir nos produtos uma             lido e é considerado o pai da inteligência.
            funcionalidade irresistível (Prahalad &   Ainda os filmes de James Bond e os romances
            Hamel, 1995).                             de John LeCarré, embasados na experiência
            • Competência essencial para criar        de seus autores no serviço secreto britânico,
            novos produtos – ocorre quando a em-      prenderam a atenção do público em geral.”
            presa desenvolve uma competência          Ainda com definições: para o jornalista
            para criar produtos de que os clientes
                                                      Larry Kahaner, inteligência competitiva é um
            necessitam, mas não imaginam
                                                      programa sistemático de coleta e análise da
            (Prahalad & Hamel, 1990).
                                                      informação sobre atividades dos concorrentes e
                                                      tendências gerais dos negócios, visando atingir
                                                      as metas da empresa.
            Inteligência Competitiva
                                                      Leonard Fuld, um dos pioneiros nesse campo
            Mas afinal o que é Inteligência           e dos fundadores da SCIP, define inteligência
            Competitiva? Muitos confundem com         competitiva como a informação analisada sobre
            Inteligência Emocional, outros com        concorrentes que tem implicações no processo
            Gestão do Conhecimento, outros com        de tomada de decisão da empresa.
Para Jan Herring, inteligência competitiva é




                                                                                             Artigo 06
o conhecimento e previsão do mundo que nos
                                                   Resultados e Discussão
cerca - prelúdio para as decisões e ações do       As estatísticas descritivas mais impor-
presidente da empresa.                             antes indicaram que a idade média
Ben Gilard, outro membro da SCIP, define           dos entrevistados foi de 35,9 anos.
inteligência competitiva como a informação que     Quanto ao sexo dos entrevistados,
garante ao tomador de decisão que a empresa        80% são homens e 20% mulheres,
ainda é competitiva.                               sendo gestores da área/unidade de
                                                   Inteligência. Estes, representam 19%
Morais (1999), desdobra o conceito de              de empresas multinacionais e 81% de
Inteligência Competitiva a um sistema que          empresas nacionais.
contempla o processo de planejamento a priori
e a utilização, disseminação e avaliação a         Em relação ao grau de instrução,
                                                   verificou-se que 100% completaram
posteriori, em relação ao processo de coleta e
                                                   o ensino superior e que 60% estão
análise de dados.




                                                                                             9
                                                   terminando ou terminaram um curso
Para Coelho et al. (2001), o processo da IC        de pós-graduação (especialização
é realizado por meio da coleta ética e do          em sua maioria, 98%, e Strictu senso
uso da informação pública e disponível sobre       em sua minoria, cerca de 2% dos
tendências, eventos e atores no ambiente           entrevistados).
externo da organização, sistematizada para         As indústrias (Porter, 1989) ou setores
ser utilizada dentro da análise de cada            participantes do estudo:
organização.


Procedimentos Metodológicos
Para a avaliação dos objetivos propostos
realizou-se um estudo exploratório com base em
uma amostra composta de 79 empresas entre as
500 maiores do Guia das Maiores e Melhores
– Exame 2006, por meio de um questionário
estruturado fechado e um roteiro de entrevistas
semi-estruturado, ao longo dos dias úteis dos
meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2008,
distribuídos entre os períodos matutinos e
vespertinos, nos escritórios dos entrevistados.
Para a coleta de informações foi utilizado
um questionário estruturado. Foram definidas
15 questões relacionadas a 3 abordagens:
a prática de Inteligência na empresa; a            Destaca-se que 72% dos profissionais
organização da Inteligência na empresa e os        fazem um acompanhamento diário
resultados esperados.                              para suas respectivas empresas, sobre
As perguntas foram desenvolvidas para serem        a atuação dos concorrentes, 16% o
entendidas pelos entrevistados de forma simples,   fazem de forma “pontual – ad hoc”
para evitar dificuldades de comparação com         e 13%, esporádica, ou seja, para o
outras organizações ou falta de entendimento       planejamento anual da empresa.
por falta do entrevistado.                         Destaca-se que a coleta de informações
Artigo 06




            é predominantemente interna, 91%,
            sendo 9% terceirizados, para empre-
            sas prestadoras de serviços de
            clippings impresso, eletrônico, digital,
            consultorias, assessorias de imprensa/
            comunicação e empresas de pesquisas
            de mercado.

                                                       Constatou-se que o tempo de existência da
10




                                                       área/unidade de Inteligência, com processos
                                                       sistematizados, é de 1 e 5 anos em 50% dos
                                                       casos; e 1 ano ou menos de 38% dos casos. Ou
                                                       seja, ainda muitas empresas estão fortalecendo
                                                       suas áreas de Inteligência. Um grupo menor de
                                                       empresas supera os 10 ou 15 anos.

            Constatou-se que o nome da área/
            unidade é variado:




                                                       Quanto ao número de profissionais na equipe
                                                       de Inteligência, de 1 à 3 colaboradores, 59%,
                                                       indica paridade com os padrões internacionais.




                                                       O principal foco ou tema de interesse de
                                                       acompanhamento das empresas/profissionais
                                                       de Inteligência são os concorrentes. Muitos
                                                       citam “concorrentes diretos”.



            Verificou-se que a área de Inteligência,
            está em 31% dos casos, subordinada
            ao Departamento de Marketing da
            empresa. Mas pode-se encontrar pelo
            menos 15 outras vinculações.
O principal cliente interno, ou seja, para quem    dia do profissional de Inteligência.




                                                                                              Artigo 06
o trabalho de Inteligência é voltado, na sua       No caso do perfil do profissional de
grande maioria, 52%, são os profissionais de       Inteligência, objetivo deste estudo, se
vendas, ou seja, a Equipe Comercial/Vendas,        faz necessário acom-panhar o ritmo
seguida da área de Planejamento Estratégico,       imposto pelo novo cenário competitivo.
24%, e Desenvolvimento de Negócios, 18%.           Para exercer e atender aos desafios
                                                   empresariais, é preciso ter um conjunto
                                                   de compe-tências e habilidades, que
                                                   formam o profissional de Inteligência,
                                                   para assim poder facilitar a tomada
                                                   de decisão por parte dos gestores,
                                                   bem como qualificar as áreas internas
                                                   com mais conhecimento, além de
                                                   identificar constantemente os riscos e




                                                                                              11
                                                   ameaças para empresa, seus produtos,
                                                   enfim para o negócio.
                                                   Por isso, a partir dos fatores indicados
Quanto à Disseminação, ou seja, à Comunicação,     na análise, recomenda-se uma série
Apresentação do trabalho de Inteligência, 75%,     de competências e habilidades para
o fazem através de relatórios, posteriormente      o profissional de Inteligência, partin-
disponibilizados através da intranet, email ou     do-se do pressuposto que Inteligên-
papel).                                            cia Competitiva é Estratégia e assim,
                                                   segundo Porter, a estratégia compre-
                                                   ende a definição de um posicionamento
                                                   para a empresa baseado em vantagens
                                                   competitivas, que seja lucrativo e ao
                                                   mesmo tempo sustentável contra o
                                                   ataque dos concorrentes.


                                                   PERFIL PROFISSIONAL
                                                   EM INTELIGÊNCIA
  Quanto à importância da área/unidade de
Inteligência, 84% afirmaram que suas respectivas   COMPETITIVA: um Estudo
empresas já consideram-na essencial, em função     Exploratório
dos seguintes resultados alcançados:
                                                   As competências básicas descrevem
                                                   as habilidades e outras características
                                                   necessárias para o desempenho eficaz
                                                   da função. Estes requisitos representam
                                                   as competências do profissional de IC
                                                   e constituem os padrões pelos quais
                                                   são avaliados. O desenvolvimento
                                                   profissional e a progressão na
                                                   carreira, geralmente, são o resultado
                                                   do aumento dos conhecimentos, das
                                                   habilidades e da experiência. Estar
Conclusões                                         consciente dos pré-requisitos chave
                                                   para a função é essencial para o
Dentre os conceitos citados no referencial teó-    desempenho de sucesso e para o
rico, foram considerados neste estudo o dia-a-     crescimento da carreira.
projetos e tarefas concomitantes, dispondo
Artigo 06


            COMPETÊNCIAS E HABILI-                     de recursos limitados, de forma organizada e
            DADES EM IC                                eficaz.
            DEFINIÇÕES                                 CONSTRUÇÃO DE RELAÇÕES EFICAZES
            TECNOLOGIAS DE COLETA DE                   Envolve a habilidade do indivíduo de iniciar,
            DADOS                                      construir, e manter relações pessoais eficazes
                                                       com a maior variedade possível de indivíduos,
            Conhecimento e experiência nos fun-
                                                       dentro do processo de IC.
            damentos de vários materiais de
            referência, tanto online, como em          PERSPICÁCIA COMERCIAL
            tecnologia de negócios, para dar           A habilidade de compreender processos orça-
            suporte aos processos de Inteligência      mentários internos. A habilidade de gerenciar,
            Competitiva. Isto inclui, mas não se       de forma eficiente, discussões e a resolução de
            limita, a: o conhecimento de publicações   conflitos com outras partes, cujos objetivos e
12




            específicas, organizações de pesquisa,     opiniões possam ser diferentes em relação ao
            cobertura dos analistas de mercado,        resultado pretendido. A habilidade de entender
            além de uma variedade de bancos de         os elementos – chave das bases da economia.
            dados.
                                                       COMUNICAÇÃO VERBAL & ESCRITA
            COLETA DE INTELIGÊNCIA HUMANA
                                                       A habilidade de comunicar informações e
            A habilidade de estabelecer networks       idéias clara e eficientemente, utilizando-se de
            que proporcionem inteligência, assim       meios de comunicação escrita e verbal.
            como a de criar interfaces with
            indivíduos, são elementos críticos.        HABILIDADES ADICIONAIS QUE
            Este aspecto inclui a capacidade de        PODEM SER FUNDAMENTAIS
            estabelecer fontes de informações-
            chave, tanto internas como externas à      PARA O BOM PROFISSIONAL DE
            organização, ao mesmo tempo em que         IC EM VÁRIOS NÍVEIS
            são mantidos os mais altos padrões de
            decoro e confidencialidade.                CONHECIMENTO DE MARKETING
            COMPREENSÃO DOS PROCESSOS                  A habilidade de entender mercados – chave e
            DE IC                                      seus processos de planejamento. Uma compre-
                                                       ensão abrangente dos produtos internos e da
            O profissional de IC deve ter
                                                       estrutura organizacional da empresa também é
            conhecimento dos processos de IC
                                                       altamente recomendada.
            dentro da empresa. Deve-se, também,
            encorajar a aquisição de experiência       CONHECIMENTO DO MERCADO
            adicional por meio da participação         Compreensão de informações – chave e a
            em atividades de associações de            habilidade de identificar tendências para:
            profissionais de IC, assim como em         produtos, tecnologias, consumidores, mercado,
            outras oportunidades de treinamento.       e informações geográficas pertinentes a
            HABILIDADES ANALÍTICAS                     determinada divisão, grupo ou setor da empresa.
            A habilidade de determinar priori-         CONHECIMENTO TÉCNICO
            dades, de detalhar, sintetizar, e re-      Inclui a habilidade de entender fatos técnicos
            construir informações de Inteligência      diferenciadores básicos, e de importância
            Competitiva que sejam pertinentes          chave, que são críticos para o conhecimento
            e acionáveis e que possam afetar as        sólido de produtos dentro de seu respectivo
            ações daqueles que tomam decisões.         mercado competitivo.
            GERENCIAMENTO DE PROJETOS                  PESQUISA
            A habilidade gerenciar eficientemente      A habilidade de construir ou supervisionar
desenhos de pesquisa, assim como a habilidade        projeto ou uma tarefa.




                                                                                              Artigo 06
de analisar e interpretar resultados e conclusões    LUTADOR /ESPÍRITO/ ATIVISTA
significativas que podem gerar informações de
inteligência acionável.                              Indivíduos que possuem forte senso
                                                     de propósito e de realização em suas
CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DO                          atividades de IC.
PROFISSIONAL DE IC
                                                     HABILIDADE DE TRABALHAR
Esta seção descreve diversas características         INDEPENDENTEMENTE
pessoais que não são específicas da Inteligência
Competitiva, mas são fundamentais à atividade        Deve ser capaz de trabalhar nas
e ao seu gerenciamento. Estas características        questões levantadas, tarefas e proje-
esboçam o conhecimento, habilidades, compe-          tos, com um mínimo de contribuição de
tências, a experiência, e aspectos que definem       outros.
o desempenho geral em IC.                            CONFIDENCIALIDADE




                                                                                              13
ESTABELECIMENTO DA CONFIABILIDADE                    A habilidade de manter a discrição
A habilidade de estabelecer a confiabilidade e       e a confidencialidade ao lidar com
ganhar a confiança de terceiros. Muitas vezes,       determinadas informações.
isto requer um alto grau de confidencialidade e      HABILIDADE DE INFLUENCIAR
desempenho exemplar.
                                                     A habilidade de influenciar dirigentes
ÉTICA                                                senior, colegas e subordinados com
Seguir princípios éticos na coleta de inteligência   informações que Você acredite possam
e promover a natureza ética da por toda a            causar impacto significativo em seus
corporação.                                          processos de tomada de decisões.
CREDIBILIDADE                                        Esses aspectos podem colaborar para
                                                     que mais profissionais possam estar
A habilidade de persuadir terceiros não apenas       preparados para os desafios de suas
de que os seus fatos de IC são sólidos ou de que     empresas, e acima de tudo, conscientes
têm origem em fontes confiáveis, mas também          da nova profissão que se descortina,
que suas análises e julgamento merecem               também no Brasil.
consideração e ação.
                                                     LIMITAÇÕES, HIPÓTESES E
OBJETIVIDADE                                         RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS
A habilidade de examinar a informação obtida         FUTUROS
e discernir fatos pertinentes às questões em         As conclusões deste estudo se referem
pauta, sem viés intencional ou que leve decisões     a um grupo de empresas que já se
erradas.                                             decidiram pela implantação de uma
CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL                          área/unidade de Inteligência. Embora
O entendimento das unidades de negócios,             sejam representativas quer pelo seu
objetivos estratégicos, equipe, práticas e           faturamento e contribuição econômica,
historia da empresa (Empresa).                       marcas, número de funcionários e
                                                     grau de desenvolvimento técnico e
PERSPICÁCIA POLÍTICA                                 intelectual, as conclusões não podem
A habilidade de ganhar o apoio efetivo dos           ser generalizadas.
dirigentes senior e de implementar metas e           Ainda vale considerar que os
objetivos, muitas vezes difíceis, dentro da          profissionais tem níveis diferentes de
organização.                                         conhecimento teórico, onde a prática
FORTE AUTO – MOTIVAÇÃO                               vem sendo precedida da teoria.
                                                     Com isso, a formação profissional no
Não requer que alguém indique quais ações
                                                     País, ainda é muito distinta de outros
devem ser realizadas para completar um
                                                     países, notadamente da formação dos
profissionais de Inteligência nos Estados            your business to the top. New York: Simon & Schuster,
Artigo 06



            Unidos da América.                                   1997.
                                                                 McGONAGLE, J.; VELLA C. M. Outsmarting the
            Em relação a estudos futuros, recomenda-             Competition. Naperville (Il): Sourcebooks, 1990.
            se a avaliação de empresas do mesmo                  MINTZBERG, H., Ahlstrand, B., & Lampel, J. Safari de
            porte e setores mais representativos da              estratégia: um roteiro pela selva do planejamento. Porto
            economia brasileira, para verificação                Alegre: Bookman, 2000.
            de eventuais especificidades setoriais.              MORAIS, E. F. C. (1999). Inteligência competitiva:
                                                                 estratégias para pequenas empresas. Brasília: Centro de
            Pode ser oportuno, avaliar também,                   Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, Universidade de
            características e influências regionais              Brasília.
            para a prática e formação profissional               NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. A dynamic theory of
            em Inteligência.                                     organizationa knowledge creation. In: CHOO, C.W.
                                                                 The strategic management of intellectual capital and
            REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS                           organizational knowledge. New York: Oxford University
            AAKER, D.A. Administração estratégica de             Press, 2003.
14




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Pedro Carlos Resende Junior
Empresa Brasileira De Correios E Telégrafos
Lúcia Helena Rosa Da Costa
Empresa Brasileira De Correios E Telégrafos.
Resumo: Atuando em um cenário            (2002) com base no seu objetivo, é do tipo
Artigo 07



            globalizado, a ECT se enquadra na        descritiva, apresentando características de
            categoria de organizações que têm        identificação, determinação dos modelos de
            sido impactadas diretamente pelas        gestão, educação e gestão do conhecimento
            profundas transformações de ordem        aplicados na ECT.
            social, estrutural e gerencial que       Quanto ao método, a pesquisa pode ser
            atravessa o ambiente mercadológico,      classificada como qualitativa por prever a
            onde consumidores apresentam níveis      identificação e o mapeamento de modelos sob
            de serviços cada vez mais exigentes e    uma perspectiva contextual que represente a
            menos condescendes em relação à sua      realidade destes processos no âmbito da ECT.
            prestação, fazendo com regras que
            regem a competitividade estejam em       Quanto ao procedimento, esta pesquisa pode
            permanente mutação. Como estratégia      ser classificada como pesquisa bibliográfica e
            para buscar esta perpetuação no          documental devido ao uso de livros, anais de
            mercado, a gestão de todo capital        congressos, dissertações defendidas, periódicos
16




            intelectual da organização tem           e bases de dados do sistema integrado de
            se mostrado como uma estratégia          gestão e pelos documentos oriundos do modelo
            eficaz. Este relato técnico apresenta    pedagógico da Universidade Corporativa.
            a fundamentação teórica do modelo        3.1. Contextualização
            de educação corporativa da ECT,
                                                     Neste relato técnico será apresentado além do
            demonstrando seu alinhamento com
                                                     referencial teórico que baliza as práticas de
            o modelo de gestão estratégica da
                                                     gestão organizacionais, o modelo de educação
            empresa, bem como sua sustentação por
                                                     da ECT, alinhado à política de Gestão de
            práticas estruturadas e sistematizadas
                                                     conhecimento e ao próprio modelo de gestão
            de gestão do conhecimento.
                                                     da empresa pautado nos critérios de excelência
            Palavras Chave: Educação Corpora-        da Fundação Nacional da Qualidade.
            tiva; Gestão do Conhecimento; Modelo
                                                     Herança de um cenário globalizado, as
            de Gestão.
                                                     organizações têm sido impactadas diretamente
                                                     pelas profundas transformações de ordem
                                                     social, estrutural e gerencial, onde consumidores
            1. Tema                                  apresentam níveis de serviços cada vez mais
            Conceitos e práticas de Gestão do        exigentes e menos condescendes em relação à
            Conhecimento relacionadas ao ensino      sua prestação, fazendo com regras que regem
            e aprendizagem.                          a competitividade nos mercados e ambientes
                                                     competitivos estejam em permanente mutação.
                                                     Como estratégia para buscar esta perpetuação
            2. Objetivo                              no mercado, a gestão de todo capital intelectual
            Apresentar relato técnico e a            da organização tem se mostrado como uma
            fundamentação teórica do modelo de       estratégia eficaz.
            educação corporativa da ECT, demons-     Como visto em Luhmann (2007), uma organi-
            trando seu alinhamento com o modelo      zação constitui um sistema social inserido em um
            de gestão estratégica da empresa,        sistema maior, que age no sentido de diminuir
            bem como sua sustentação por práticas    a complexidade interna, filtrando informações
            estruturadas e sistematizadas de ges-    do ambiente externo que são do seu interesse e
            tão do conhecimento.                     conferindo significado próprio ao seu contexto
                                                     e cultura.
                                                     Uma das principais compreensões que os ad-
            3. Metodologia                           ministradores e dirigentes organizacionais pre-
            A natureza desta pesquisa, de acordo     cisam ter é de como a hiperqualificação das
            com a classificação proposta por Gil     pessoas aumenta o valor dos processos e produtos
gerados pela organização. Essa compreensão          E a evolução da compreensão das




                                                                                              Artigo 07
deve ser percebida como fundamento para a           organizações tem passado por este
construção de estratégias organizacionais ou        tipo de questionamento e reflexão
de aprendizagem corporativa, constituindo uma       sobre a mudança de paradigma.
estratégia informacional (DAVENPORT, 2002).         As organizações, enquanto sistemas
Por meio da estratégia informacional, trata-se      abertos buscam a inserção na cadeia
das acepções da coleta seletiva de informação,      de valor globalizada, tornando-se
e dos mecanismos de transmissão da informação       interdependentes, os modelos que
para a geração do conhecimento.                     enxergam a organização como um
3.2. Organizações enquanto sistemas de              sistema fechado, possuem uma visão
gestão                                              cada vez mais independente de seus
                                                    elementos.
Scott (1998) utiliza uma tipologia de paradigmas
e classificações para ordenar as organizações       3.3. Organizações enquanto
como sistemas compostos pelos seguintes             sistemas abertos de gestão




                                                                                              17
elementos: estrutura social, participantes, tec-    Os sistemas abertos ou vivos apre-
nologia e objetivos. Em sua obra, ele declara       sentam uma dinâmica de crescimento,
que as organizações podem ser vistas como           através da qual elevam ao limite
sistemas racionais, naturais e abertos. As          máximo a sua natureza básica, rea-
características que as delineiam enquanto           gindo às mudanças ou as antecipando
sistemas racionais estão no foco na estrutura       pela assimilação de novos insumos
formalizada e normatizada, enxergando as            energéticos.
pessoas como parte de uma engrenagem na             As organizações têm se deparado
consecução de objetivos específicos voltados à      com a necessidade de gerir processos
produtividade e eficiência. Enquanto sistemas       cada vez mais adaptativos, seja
naturais, a presença da estrutura informal é        em quantidade de funções, seja na
mais importante e produtiva que a formal,           complexidade de suas relações,
visando o ganho da coletividade, onde os            tornando impraticável a sua gestão
relacionamentos entre indivíduos coexistem          sem um modelo que minimize
com os valores organizacionais. E por fim,          conscientemente os riscos da toma-da
as organizações enquanto sistemas abertos,          de decisão, maximizando as possi-
diferentemente das visões anteriores por            bilidades de controle. Esta necessidade
serem autocontidos (fechados), dispõem dos          vai ao encontro da temática de
elementos já citados, acrescentando-se ainda a      Gonçalves (1998) em que afirma que:
perspectiva do próprio ambiente que as cercam       “As empresas gastam parcela cada
selando um constante fluxo de interação e troca     vez maior de sua energia e recursos
de recursos e informações, tendo o seu foco nos     com a sua própria organização e não
seus processos. Esta pesquisa adotará o construto   com o negócio”.
desta última classificação, pois o modelo de
gestão em questão apóia a idéia central nos         Gonçalves (2000) relata que “as
sistemas abertos. Entende-se por modelo de          estruturas organizacionais convenci-
gestão o conjunto de conhecimentos técnicos         onais têm diversas características
                                                    operacionais indesejáveis”, quando
aplicados à situações práticas sustentados por
                                                    na verdade a organização orientada
uma ideologia que tem por objetivo estabelecer
                                                    por processos pressupõe que as
legitimidade e reforçar a sua credibilidade.
                                                    pessoas gerenciem os recursos
Kuhn (1995) reconhece que a mudança de              de forma diferente. As estruturas
qualquer paradigma é conseqüência de                organizacionais convencionais apre-
um ativo processo de aprendizado e desa-            sentam algumas características inde-
prendizado inerente à necessidade de                sejáveis que comprometem o de-
interpretação de certos fenômenos que não são       sempenho das empresas, priori-zando
mais compreendidos pelos modelos existentes.        as funções verticais em detrimento dos
processos essenciais, exagerando na        Durante a pesquisa, foram estudadas várias
Artigo 07



            divisão de tarefas e na otimização do      referências a Peter Senge, como sendo o autor
            funcionamento das áreas funcionais,        que popularizou a noção de organização
            o que leva a hiperespecialização,          de aprendizagem com a publicação de um
            fazendo com que as estruturas hie-         livro chamado A Quinta Disciplina. Desde
            rárquicas rígidas e pesadas executem       então, se tornou um conceito mais difundido
            apenas fragmentos de processos de          e uma proposição que despertou interesse.
            trabalho e transformação.                  O seu principal conteúdo invoca a imagem
            3.4. Aprendizagem                          de pessoas e grupos trabalhando para
                                                       melhorar a inteligência, a criatividade e a
            E a aprendizagem é o mecanismo que         capacidade organizacional. Para isso, segundo
            promove o fôlego da organização, ca-
                                                       Senge apud Freire (2007), as organizações
            racterizando as inovações e melhorias
                                                       devem desenvolver cinco disciplinas para
            nas práticas de gestão e padrões de
                                                       continuamente estarem em processo de
            trabalho da organização. A época
18




                                                       aprendizagem: maestria pessoal, relacionada
            de aprender não é somente quando
                                                       com o autoconhecimento; modelos mentais, que
            existem crises, portanto, aprendizagem
            organizacional dever ser vista como um     trata de imagens que influenciam o modo como
            processo dinâmico e vivo.                  as pessoas vêem o mundo; objetivos comuns,
                                                       aborda as questões relacionadas à clareza e
            A aprendizagem organizacional é            compartilhamento de objetivos; aprendizado
            uma das estratégias para a prática         em grupo, relacionada ao desenvolvimento de
            de disseminação do conhecimento            habilidades coletivas e de ações coordenadas;
            crítico para a organização, uma vez        e pensamento sistêmico, um modelo conceitual
            que este se encontra internalizado nas     formado por um conjunto de conhecimentos e
            pessoas ou grupos que a constituem.
                                                       ferramentas, que buscam o aperfeiçoamento do
            As organizações possuem sistemas
                                                       processo de aprendizagem como um todo. Para
            cognitivos elaborados internamente,
                                                       as organizações serem capazes de aprender,
            que têm profunda inter-relação com
                                                       estas cinco disciplinas deveriam funcionar em
            a cultura organizacional, valendo-se
                                                       conjunto, sendo o raciocínio sistêmico responsável
            de políticas, normas, rotinas e proce-
            dimentos para se fixarem.                  pela integração de todas as demais.

            Alliprandini (1999) assevera que           Na era do conhecimento, momento em que
            alguns autores fazem distinção entre       vários canais são utilizados para disseminação
            organização de aprendizagem e              da informação, tais como a Internet, jornais
            aprendizagem organizacional, contu-        escritos, televisão, rádio, revistas, entre outros,
            do, ele sugere que sejam tratados          a velocidade em que o receptor recebe
            como temas de um mesmo contexto.           novos influxos é bem maior. Nesse sentido, os
            Diz, ainda, que a aprendizagem             dirigentes das organizações devem considerar
            organizacional é uma característica        o aprendizado organizacional para crescimento
            da organização de aprendizagem             da organização, o qual não pode prescindir
            (a organização que aprende). Nesse         do crescimento pessoal dos seus membros. O
            sentido, estar-se-ia diante de um          desenvolvimento do conhecimento é interessante,
            conceito muito mais próximo da filosofia   tanto na organização quanto no indivíduo. A
            que das técnicas, pois não seria           organização que aprende, aprende porque o
            apenas uma mera ferramenta para as         indivíduo aprende, e esse aprendizado deve
            organizações alcançarem seus objetivos.    ocorrer em toda a organização.
            Seria um conceito que não possui um fim
                                                       3.5. Modelo de gestão da ECT com base no
            em si mesmo, considerando que a ação
                                                       Prêmio Nacional da Qualidade
            e a reação advindas das mudanças
            externas ou internas, ocorridas no         A ECT adota os critérios da FNQ como base
            ambiente ou no indivíduo, fazem parte      de seu modelo gestão. Daí a importância de
            do processo de aprendizagem.               se apresentar as premissas de tal modelo
antes da descrição das práticas de ensino e         atividades e processos da organização




                                                                                             Artigo 07
aprendizagem.                                       que agreguem valor para as partes
3.6. Histórico da FNQ                               interessadas, sendo que a tomada
                                                    de decisões e execução de ações
Em 1991 foi instituída a Fundação para o            deve ter como base a medição e
Prêmio Nacional da Qualidade que tinha como         análise do desempenho, levando-
principal atividade administrar o referido          se em consideração as informações
prêmio. A instituição foi fundada por um            disponíveis, além de incluir os riscos
conjunto de organizações públicas e privadas        identificados.
que delinearam seu modelo de gestão baseado
nos fundamentos e critérios do Malcolm Baldrige     6. Visão de futuro: Compreensão dos
National Quality Award – MBNQA, que por sua         fatores que afetam a organização, seu
vez teve a base precursora do Deming Prize, do      ecossistema e o ambiente externo no
Japão.                                              curto e no longo prazo, visando à sua
                                                    perenização.




                                                                                             19
A seguir são descritos os fundamentos e critérios
do Prêmio Nacional da Qualidade, mas obser-         7. Geração de valor: Alcance de re-
var-se que o estudo limita-se a referenciar o       sultados consistentes, assegurando a
item que trata da orientação da capacitação e       perenidade da organização pelo au-
desenvolvimento de pessoas.                         mento de valor tangível e intangível
                                                    de forma sustentada para todas as
3.7. Fundamentos do Prêmio Nacional da              partes integrantes.
Qualidade
                                                    8. Valorização das pessoas: Esta-
FNQ (2008) aponta que os Fundamentos da             belecimento de relações com as
Excelência expressam conceitos que se traduzem      pessoas, criando condições para que
em práticas reconhecidas em organizações de         elas se realizem profissionalmente
elevado desempenho. Os fundamentos em que           e humanamente, maximizando seu
se baseiam os Critérios de Excelência do Prêmio     de-sempenho por meio do compro-
Nacional da Qualidade (PNQ) são:                    metimento, desenvolvimento de compe-
1. Pensamento Sistêmico: Entendimento das           tências e espaço para empreender.
re-lações de interdependência entre os diversos     9. Conhecimento sobre o cliente e
componentes de uma organização, bem como            o mercado: Conhecimento e enten-
entre a organização e o ambiente externo.           dimento do cliente e do merca-
2. Aprendizado organizacional: Busca e              do, visando à criação de valor de
alcance de um novo patamar de conhecimento          forma sustentada para o cliente e,
para a organização por meio da percepção,           conseqüentemente, gerando maior
reflexão, avaliação e compartilhamento de           competitividade nos mercados.
experiências.                                       10. Desenvolvimento de Parcerias:
3. Cultura da Inovação: Promoção de um              Desenvolvimento de atividades em
ambiente favorável à criatividade, expe-            conjunto com outras organizações, a
rimentação e implementação de novas idéias          partir da plena utilização das compe-
que possam gerar um diferencial competitivo         tências essenciais de cada uma,
para a organização.                                 objetivando benefícios para as partes.
4. Liderança e constância de propósitos:            11. Responsabilidade Social: Atua-
Atuação de forma aberta, democrática,               ção que se define pela relação ética
inspiradora e motivadora das pessoas, visando       e transparente da organização com
ao desenvolvimento da cultura da excelência,        todos os públicos com os quais se
à promoção de relações de qualidade e à             relaciona, estando voltada para
proteção dos interesses das partes.                 o desenvolvimento sustentável da
                                                    sociedade, preservando recursos
5. Orientação por Processos e Informações:
                                                    ambientais e culturais para gerações
Compreensão e segmentação do conjunto das
futuras; respeitando a diversidade         descreva suas práticas de gestão, e os
Artigo 07



            e promovendo a redução das desi-           respectivos padrões de trabalho, incluindo os
            gualdades sociais como parte inte-         responsáveis e a periodicidade, os métodos de
            grante da estratégia da organização.       controle das práticas, ou seja, de verificação do
            3.8. Critérios de excelência do            cumprimento dos padrões de trabalho, além da
            Prêmio Nacional da Qualidade               aplicação das práticas e padrões, demonstrando
                                                       a disseminação e a continuidade.”.
            O modelo de gestão do Prêmio Nacio-
            nal da Qualidade é composto por oito       Segundo a FNQ (2008), o item 6.2 examina
            critérios de excelência, divididos em      a implementação de processos gerenciais que
            abordagens de enfoque e resultados.        contribuem diretamente para o objetivo de
            Os critérios são:                          capacitar e desenvolver as pessoas da orga-
                                                       nização, contemplando ao atendimento dos
            1. Liderança                               seguintes requisitos de:
            2. Estratégias e Planos
                                                       • identificação das necessidades de capacitação
20




            3. Clientes
            4. Sociedade                               e desenvolvimento, fazendo-se necessária a
            5. Informações e Conhecimento              apresentação das formas de participação neste
            6. Pessoas                                 processo, dos líderes e das próprias pessoas da
            7. Processos                               força de trabalho;
            8. Resultados                              • compatibilização das necessidades das pes-
            Os sete primeiros têm abordagem de         soas com as necessidades operacionais e com
            enfoque, isto é, nos métodos, práticas     as estratégias da organização;
            de gestão e padrões, enquanto o último     • consolidação do aprendizado organizacional
            tem foco nos resultados obtidos por        pela abordagem da a cultura da excelência;
            cada enfoque. O critério 6 – Pessoas
                                                       • concepção de realização dos programas de
            é composto por três itens: 6.1. Sistemas
                                                       capacitação e de desenvolvimento considerando
            de Trabalho, 6.2. Capacitação e
                                                       as necessidades da organização e das pessoas;
            Desenvolvimento, e 6.3. Qualidade
            de Vida da força de trabalho da            • avaliação da eficácia dos programas de ca-
            organização. A seguir será explorado       pacitação em relação ao alcance dos objetivos
            o escopo do item 6.2 como objeto de        operacionais e às estratégias da organização; e,
            estudo deste relato técnico.               • promoção do desenvolvimento integral das
            3.9. Item 6.2 - Capacitação e              pessoas, como indivíduos, cidadãos e profis-
            Desenvolvimento                            sionais.
            Este critério examina os sistemas de
            trabalho da organização, incluindo a
                                                       4. Gestão do Conhecimento na ECT
            organização do trabalho, a estrutura
            de cargos os processos relativos à         Na ECT, é visível, em seu modelo de gestão, a
            seleção e contratação de pessoas,          combinação do modelo de educação corpo-
            assim como a gestão do desempenho          rativa sustentando as práticas de gestão do
            de pessoas e equipes. Também exami-        conhecimento. Tal sustentação demonstra-se
            na os processos relativos à capacitação    importante, pois busca desenvolver os pro-
            e desenvolvimento das pessoas e co-        fissionais que atuam interna e externamente
            mo a organização promove a quali-          à empresa para a consecução dos objetivos
            dade de vida das pessoas interna e         estratégicos, conduzindo a organização a sua
            externamente ao ambiente de tra-           sobrevivência e competitividade.
            balho.                                     A empresa entende que a GC refere-se a todo o
            A palavra “Como” dentro de cada            esforço sistemático realizado pela organização
            requisito tem a seguinte finalidade:       para identificar, capturar, compartilhar, obter,
            “Solicitação de que a organização          criar, organizar, utilizar, melhorar, reter e medir
o seu conhecimento, sempre com o objetivo de      além de uma consistente documentação




                                                                                             Artigo 07
agregar valor à empresa. Nesta mesma linha,       de seus processos operacionais.
Clarke apud Naime (2002), afirma que com          4.2. Histórico da educação na ECT
a GC, a organização aprende, processa e
mantém sua cultura, tecnologia e conhecimento,    • 1969 – Departamento de Correios e
visando criar, organizar e disseminar todo este   Telégrafos é transformado na Estatal
conhecimento para obter vantagem competitiva.     Empresa Brasileira de Correios e
                                                  Telégrafos – ECT. É criada a Divisão
Tarapanoff (2006), aponta que um dos obje-        de Treinamento, com cinco centros de
tivos da GC é “trabalhar sistematicamente a       treinamento: RJ, RS, PE, MG e Bauru.
informação e o conhecimento visando ao aumento
da capacidade de resposta da empresa ao           • 1970/1977 – Departamento de
meio ambiente com inovação e competência          Recursos Humanos – DRH, com repre-
(...)”. Dentre dimensões contempladas pela        sentações regionais.
GC, citam-se: aprendizado individual e orga-      • 1971/1978 - Convênio com a PUC-




                                                                                             21
nizacional (cultura organizacional); conectivi-   RJ: forma as primeiras turmas do curso
dade entre pessoas, diferentes áreas da em-       superior de Administradores Postais.
presa, diferentes empresas e o ambiente;          • 1978/1999 - Escola Superior de
desenvolvimento de competências individuais       Administração Postal – ESAP: criada
e organizacionais; mapeamento, codificação        em Brasília para formar pessoal de
e compartilhamento do conhecimento organi-        nível superior.
zacional; alavancagem dos avanços em
informática e telecomunicações; e, mensuração     • 1978/2002 – Departamento de
do capital intelectual da empresa.                Treinamento e Desenvolvimento, com
                                                  representações Regionais – DETED –
As práticas relacionadas à Gestão do Conhe-       treinamento de pessoal de nível básico,
cimento têm um caráter universal, ou seja,        médio e técnico. Migração do Centro
fazem sentido tanto para empresas de setores      de Treinamento de Bauru para São
tradicionais, como para empresas em setores       Paulo.
de ponta; para empresas em setores primários,
como para empresas em setores manufatureiros      • 2001 - Criação da Universidade
ou de serviços. E também não se limitam, por      Corporativa dos Correios – ÚNICO,
exemplo, ao chão de fábrica, departamento         atendendo a estratégia de unificar as
de novos produtos ou áreas em contato com os      ações de educação empresarial que
                                                  vinham sendo desenvolvidas por dois
clientes. A difusão do conhecimento tem sido
                                                  órgãos distintos (DETED / ESAP), dire-
considerada relevante para qualquer tipo de
                                                  cionando o foco da educação para as
empresa, seja ela grande ou pequena, e para
                                                  estratégias da Empresa.
qualquer área da empresa, atingindo, desse
modo a todos os que estão envolvidos nos seus     Comprometida com a educação e o
processos.                                        desenvolvimento de seus colabora-
                                                  dores, a implantação do sistema de
4.1. Conhecimento e Educação Corporativa
                                                  Educação Corporativa pautado pela
Davenport e Prusak (1998) definem conheci-        gestão de pessoas por competências
mento como “uma mistura fluida de experiência     e vinculado às metas empresariais,
condensada, valores, informação contextual e      promovendo a aplicação do apren-
insight experimentado, a qual proporciona uma     dizado à realidade da ECT e
estrutura para a avaliação e incorporação de      melhorando continuamente a sua per-
novas experiências e informações. D e s d e       formance, conforme por Eboli (2004),
a sua criação, a ECT tem desenvolvido intenso     aconteceu com a criação de sua
trabalho de qualificação profissional de seus     Universidade Corporativa. Algumas
colaboradores, utilizando programas de            características específicas dos Correios
capacitação estandardizados e/ou customiza-       foram determinantes para a criação
dos, sempre com foco em padrões de qualidade,     da UNICO:
• Empresa com demanda intensiva de        4.3. Práticas de educação corporativa
Artigo 07



            mão-de-obra – com um efetivo de           As ações de educação corporativa estruturadas
            110 mil empregados, sendo 48% de
                                                      com foco nas competências e nos objetivos
            carteiros e 11% de profissionais que
                                                      estratégicos propiciam aos empregados condi-
            atuam na triagem de objetos postais e
                                                      ções de aprendizagem, por desenvolverem o
            no transbordo de malotes e caixetas,
                                                      compartilhamento do conhecimento técnico e a
            atividades em que o há pouco uso de
                                                      disseminação da cultura da Organização.
            tecnologias de suporte;
                                                      Para Eboli (2004), as práticas de educação
            • Qualificação específica, não dispo-
                                                      corporativa devem favorecer uma atuação
            nível no mercado – para os cargos
                                                      profissional impregnada de personalidade,
            de carteiro, atendente de agência,
            operadores de triagem de corres-          criando condições para o desenvolvimento do
            pondências e técnicos nas áreas de        conhecimento criador e da postura empre-
            vendas e operações logísticas não         endedora e para o fortalecimento de líderes
                                                      eficazes. É nessa abordagem de atuação que
22




            há profissionais prontos no mercado,
            demandando o desenvolvimento e            a Universidade Corporativa dos Correios tem
            a implementação de programas de           desenvolvido com sucesso as seguintes práticas:
            capacitação;                              • Modelo Pedagógico adotado pela ECT
            • Necessidade de padrão nacional de       – modelo que orienta e estrutura todas as
            qualidade operacional considerando a      ações comentadas anteriormente, visando a
            capilaridade de atuação – os profis-      construção de um padrão de educação para
            sionais citados no item anterior devem    toda a empresa, tendo como base o desen-
            atuar em todo o país dentro de padrões    volvimento e o domínio de competências e o
            comuns de qualidade de atendimento        foco em aprendizagens significativas;
            e operações;                              • Cidadania Postal – programa de ambientação
            • Intensificação do fortalecimento da     pelo qual passam todos os novos empregados e
            marca Correios – aprimoramento contí-     demais colaboradores para disseminação dos
            nuo da qualidade do atendimento e         valores e processos da empresa, com dinâmicas,
            das operações e disponibilização de       palestras e visitas a unidades operacionais e
            novos produtos e serviços que atendam     administrativas;
            às expectativas dos clientes;
                                                      • Comunidades de Prática – ambiente virtual
            • Suporte educacional para o de-          para discussão de assuntos específicos entre
            senvolvimento das competências orga-      profissionais de todo o país, promovendo o
            nizacionais necessárias ao enfrenta-      compartilhamento de conhecimento e o registro
            mento do mercado concor-rencial           documental;
            – desenvolvimento de programas
            de capacitação voltados para as           • Capacitação Básica em Correios – programas
            competências críticas dos Correios, que   de preparação dos novos empregados para o
            agreguem valor e contribuam para          desenvolvimento de suas atividades específicas
            tornar a empresa mais competitiva, e      de Correios, promovidos através de módulos de
            das competências profissionais técni-     treinamento em serviço, presenciais e a distância,
            cas definidas dentro do modelo de         com base em matrizes de desenvolvimento
            competências integradas adotado pe-       profissional;
            la empresa;                               • Gestores Educadores – preparação dos
            • Qualificação da cadeia produtiva da     gestores para atuarem como facilitadores
            empresa (cadeia de valor) – promoção      de aprendizagem, atuando em sessões de
            de programas de capacitação alinha-       Treinamento no Local de Trabalho – TLT,
            dos às estratégias de negócio para        Treinamento em Serviço – TS e também
            os componentes da cadeia de valor         como instrutores temporários em atividades
            envolvidos.                               presenciais;
• Incentivo ao Autodesenvolvimento – programa    Tradução Bernadette Siqueira Abrão.




                                                                                           Artigo 07
de incentivo a elevação da escolaridade dos      São Paulo: Futura. 5. ed. São Paulo,
empregados, através do compartilhamento          2002.
de despesas para cursos de graduação, pós-       EBOLI, M. Educação corporativa no
graduação e idiomas;                             Brasil: mitos e verdades. São Paulo:
• Preparação Gerencial – desenvolvimento dos     Editora Gente, 2004.
níveis gerenciais – estratégico, tático e ope-   FNQ,    Fundação     Nacional  da
racional, com foco no negócio da empresa,        Qualidade. Critérios de Excelência
perpassando as perspectivas do modelo de         2005. São Paulo: FNQ, 2008.
gestão estratégica, gestão de pessoas, gestão
                                                 FREIRE, Luís Carlos. Aprendizagem
de processos, gestão de conhecimento e comu-
                                                 Organizacional. Disponível em: http://
nicação; e,
                                                 www.bb.com.br/appbb /portal/bb/
• Centros de Excelência em Educação – pólos      unv/pub/Fasciculo.jsp>. Acesso em:
descentralizados de produção de material         11 jun. 2007.




                                                                                           23
instrucional, de acordo com o segmento de
                                                 GIL, Antônio Carlos. Como elaborar
atuação da empresa em que determinada
                                                 projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo:
unidade regional da empresa tem excelência       Ed. Atlas, 2002.
de desempenho.
                                                 GONÇALVES, José Ernesto Lima. A
                                                 necessidade de reinventar as empresas.
5. Conclusão                                     RAE - Revista de Administração de
                                                 Empresas, v. 38, n. 2, abr./jun. 1998.
O relato técnico procurou apresentar a conexão
existente entre o modelo de gestão, o modelo     GONÇALVES, José Ernesto Lima.
de educação corporativa e as formas como         As empresas são grandes coleções
são praticadas à gestão do conhecimento na       de processo. RAE - Revista de
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos –    Administração de Empresas, v. 40, n.
ECT. Foi demonstrado a importância de manter     1, jan./mar. 2000.
o desdobramento das diretrizes estratégicas      KUHN, T. S. A Estrutura das Revoluções
se sustentando no alinhamento das práticas de    Científicas. São Paulo: Perspectiva,
gestão de conhecimento e educação corporativa    1995.
a fim de buscar a sustentabilidade a longo       NAIME, A.G.G. Gestão do Conheci-
prazo da empresa. Os referenciais teóricos       mento: Proposta de um modelo apli-
de gestão, de gestão do conhecimento e de        cável às agências de Correios. Tese
educação corporativa fortaleceram a existência   (Mestrado     Profissionalizante   em
das práticas apresentadas pela empresa de        Engenharia) – Escola de Engenharia.
modo estruturado e sistematizado.                Porto Alegre: Universidade Federal do
                                                 Rio Grande do Sul, 2002.
                                                 SCOTT, W. Richard. Organizations:
6. Referências
                                                 rational, natural and open systems. 4.
ALLIPRANDINI, Dário. Aprendizagem Organi-        ed. Upper Saddle River: NJ. Prentice
zacional. Disponível em: <http://www.numa.       Hall, 1998.
org.br/conhecimentos/conhecimentos_port/
                                                 TARAPANOFF, Kira. Métodos e Técni-
pag_conhec/learning_enterprise.html>. Acesso
                                                 cas para a Tomada de Decisão nos
em: 11 de jun. 2007.
                                                 Sistemas de Informação. Brasília:
DAVENPORT, T.H. Ecologia da Informação.          Thesaurus, 1995.
Paulo Roberto Floriano
                Terraforum
     Juliana Vale Marques
                     HSBC
Luciano Xavier De Miranda
                    HSBC.
Resumo: O projeto Portal Intranet Brasil tem o    • Aumentar produtividade;




                                                                                             Artigo 08
objetivo de transformar a intranet do HSBC em     • Melhorar relacionamento com clien-
um portal avançado e com forte alinhamento        tes;
à estratégia corporativa e de negócios da         • Aumentar vendas.
empresa. Este relato técnico visa apresentar      Antes de se iniciar o planejamento
o processo de diagnóstico, definição da estra-    necessário para que a iniciativa atinja
tégia e resultados obtidos nas frentes do         o alto grau de maturidade desejado,
projeto: arquitetura de informação, conteúdo e    foram feitas diversas atividades de
gestão de mudanças.                               diagnóstico para que fosse descoberto
Palavras Chave: gestão do conhecimento, por-      o “ponto de partida” do processo – ou
tal corporativo, estratégia, HSBC                 seja, foi constatado qual o estágio
                                                  atual de evolução da intranet para

1   . INTRODUÇÃO                                  saber quantos e quais passos devem
                                                  ser dados até que o objetivo final seja




                                                                                             25
                                                  cumprido.
As iniciativas de ferramentas digitais para
comunicação corporativa e instrumento de          Além do diagnóstico da ferramenta,
trabalho - intranets e portais corporativos, em   também foi feito um diagnóstico de
seu estágio mais avançado – devem ser desen-      negócio, que serviu de subsídio para
volvidas e gerenciadas de maneira totalmente      determinar as guias de evolução da
interligada aos objetivos dos negócios e das      intranet para permitir o alinhamento
necessidades organizacionais. Um portal deve      com a estratégia organizacional, e
gerar ganhos para a organização tornando-se       para mapear os problemas enfren-
uma ferramenta indispensável para o trabalho      tados hoje pelos colaboradores que
diário dos colaboradores.                         podem ser atendidos pela intranet,
                                                  que serão priorizados através de
O projeto Portal Intranet Brasil do HSBC,
                                                  ações de planejamento de iniciativas.
elaborado pela área de e-business e executado
em conjunto com a TerraForum Consultores, visa
transformar a intranet do HSBC em um portal
avançado e com forte alinhamento em relação
                                                  2   . DESENVOLVIMENTO

à estratégia corporativa e de negócios da         2.1 Contexto
empresa.                                          A HSBC Holdings plc atende mais de
O projeto teve início com a definição dos         128 milhões de clientes ao redor do
objetivos da intranet, descritos a seguir:        mundo, por meio de 10 mil agências
                                                  em 83 países e territórios. Com ativos
Ser a melhor ferramenta de trabalho diário
                                                  de cerca de US$ 2,3 bilhões (2007), o
para o colaborador;
                                                  HSBC é uma das maiores organizações
Estar acessível a partir de qualquer local e      mundiais de serviços bancários e
dispositivo (celular, palm, notebook, etc);       financeiros. O HSBC Bank Brasil é uma
Estimular o compartilhamento do conhecimento      subsidiária integral do grupo. Com
e a produção da inteligência corporativa;         sede em Curitiba, PR, conta com 2,3
                                                  mil pontos de atendimento em 565
Melhorar a comunicação interna.                   municípios do país. Em 2007, obteve
O processo de definição dos objetivos do          lucro líquido de R$ 1,24 bilhão, o
portal esteve intimamente ligado à estratégia     maior resultado desde o início de suas
da organização. Todos os objetivos listados       operações no país, em 26 de março
acima possuem impacto direto nos objetivos de     de 1997.
negócio do HSBC:                                  A intranet do HSBC possui 30 mil
• Aumentar satisfação dos colaboradores em        usuá-rios, distribuídos por todas as
trabalhar no HSBC Brasil;                         regiões do Brasil – incluindo terceiros.
• Reduzir custos;                                 O projeto teve início em 2007, com a
REVISTA GC BRASIL N°. 09
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  • 1. Edição Especial KM Brasil -Brasil 2007 e 2008 Esdição Especial • KM 2007 ISSN 1981-5751 ISSN 1981-5751 A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nºnº 09. Fevereirode 2008 A Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. 09. Dezembro de 2009 O Perfil do Profissional de Inteligência Competitiva Portal corporativo como diferencial estratégico para tomada de decisões e Gestão do Conhecimento Método de avaliação do conhecimento organizacional A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 09. Dezembro de 2008 A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 09. Fevereiro de 2009 PARTE II
  • 2. SUMÁRIO Editorial 04 28 Artigo 09 A Gestão do Conhecimento como PARTE I Artigo 01 05 determinante para o desempenho das estratégias organizacionais Gestão Do Conhecimento por Ivani Costa, Jailma Araujo dos Santos, E Redes Organizacionais José de Arimatéia A. de Lima, Luciana por Sonia Maria Marques de Oliveira, Ribeiro Rabay, e João Batista de Freitas Ana Cristina Francisco e Vera Lúcia Harcar Artigo 02 16 37 Artigoavaliação do conhecimento Método de 10 Gestão do Conhecimento e organizacional desenvolvimento tecnológico e por Maria De Fátima Peregrino Torres, Ana econômico na avaliação da Flávia P. M. Da Fonseca, conformidade de válvulas industriais Cassia Regina Ossipe Martins Botelho e por Ricardo Nóbrega e Walter Câmara. Luiz Vicente Da Costa Braga Artigo 03 25 PARTE III Grupos de trabalho 06 Artigo 11 em saúde pública e comunidades virtuais por Marco Aurélio Ferreira Pinto e Carlos Cesar Leal Xavier Biblioteca Multimídia por Ana Cristina Da Matta Furniel, Rosane Artigo 04 31 Mendes, Maria Elisa Andries Reis e Ana Paula Mendonça Compartilhamento do conhecimento por 14 Artigo 12 do conhecimento meio da auto-avaliação da gestão por João Silva dos Santos e Ricardo José Dória A gestão estratégica Artigo 05 44 a partir de hábitos organizacionais inteligentes Gestão do Conhecimento como Estratégia para a Inovação por Jacqueline Sá Ricarte 21 Artigo 13 na Indústria Farmacêutica por Ana Matilde Zarif Moukrzel Rached Índice de Desenvolvimento da Gestão Pública na Prefeitura Municipal de Curitiba PARTE II Artigo 06 05 por Marcia Schlichting O Perfil do Profissional de Inteligência Competitiva por Alfredo Passos, Telma Gonçalves 27 ArtigoCorporativa Inteligência 14 Cunha e Luiz Ricardo Cobra por Ana Paula Guzela Bertolin, Adriana Andréa Rodrigues, Cicemara A. D. Cordeiro e Felipe De Lameida Rezende Artigo 07 15 A educação corporativa como 51 Palavra da SBGC por Heitor Pereira estratégia de Gestão do Conhecimento por Pedro Carlos Resende Junior e Lúcia Helena Rosa Da Costa Artigo 08 24 Portal corporativo como diferencial estratégico para tomada de decisões e Gestão do Conhecimento por Paulo Roberto Floriano, Juliana Vale Marques e Luciano Xavier De Miranda
  • 3. Expediente EXPEDIENTE Uma publicação da: Prof. Dr. Ricardo Roberto Behr SBGC – Sociedade Brasileira de Prof. Dr. Roberto Pacheco Gestão do Conhecimento Prof. Dr. Rodrigo Baroni www.sbgc.org.br Prof. Dr. Serafim Firmo de Souza Ferraz Prof. Dr. Silvio Aparecido dos Santos Integrantes Permanentes do Prof. Dr. Sonisley Machado Conselho Científico da SBGC Prof. Dr. Walter Felix Cardoso Jr. 03 Presidente: Profª Drª Neusa Maria Bastos F. Santos REVISTA GC BRASIL Prof. Dr. Alberto Sulaiman Sade Junior Profª Drª Aline França de Abreu Editora-Chefe: Prof. Dr. André Saito Elisabeth Gomes Prof. Dr. Carlos Olavo Quandt Prof. Dr. Chu Shao Yong Produção Executiva: Maria de Lourdes Martins Prof. Dr. Eduardo Moresi Profª Drª Faimara do Rocio Strauhs Jornalista Responsável: Prof. Dr. Fernando Antonio Ribeiro Serra Cristiano Pio MG 09315 JP Prof. Dr. Hélio Gomes de Carvalho Prof. Dr. Gilson Schwartz Revisão: Prof. Dr. Guilherme Ary Plonski Isabella Gomes Profª Drª Helena Pereira da Silva Diagramação: Profª Drª Helena Tonet Ana Mambrini Prof. Dr. João Amato Neto Prof. Dr. Jorge Tadeu de Ramos Neves Edição de Imagens: Prof. Dr. José Ângelo Gregolin Maria de Lourdes Martins e Prof. Dr. José Rodrigues Ana Mambrini Profª Drª Kira Tarapanoff Design: Prof. Dr. Marcio Kuniyoshi Quinto Elemento Profª Drª Marília M.R. Damiani Costa Prof. Dr. Moacir de M. Oliveira Profª Drª Mônica Erichsen Nassif Borges Profª Drª Raquel Balceiro Tecle conosco: Profª Drª Resilda Rodrigues revistagcbrasil@gmail.com
  • 4. EDITORIAL Editorial Prezados leitores, A Gestão de Conhecimento preconiza que todo conhecimento relevante deve ser identificado, registrado e disseminado para uso e criação de novos conhecimentos. Sendo assim, mesmo depois de tanto tempo a SBGC resolveu publicar os conteúdos relativos aos eventos KM Brasil 2007 e KM Brasil 2008. Neste número vocês irão verificar ou relembrar o que aconteceu nos eventos Mas todos, com certeza irão gostar e, usar. O público presente nos dois eventos foi de aproximadamente mil pessoas de vários segmentos da sociedade, incluindo empresários empreendedores, gestores dos setores privado e público, formuladores de políticas e diretrizes organizacionais nos âmbitos privado e público, consultores empresariais, acadêmicos (professores, pesquisadores e estudantes) e representantes do Terceiro Setor. Portanto, boa leitura a todos e, qualquer atualização que se faça necessária, enviem para nosso email: revista, que faremos a errata na próxima edição. 04 KM BRASIL 2007 O Congresso anual da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento – SBGC, o KMBRASIL 2007 foi realizado na cidade de São Paulo, nos dias 29 e 30 de novembro de 2007. Em sua sexta versão, o evento contou com a participação da área acadêmica, da área , do setor privado e com expressiva participação do terceiro setor. Em 2007 o tema praticado foi – Crescimento Econômico Sustentável: o Papel da Gestão do Conhecimento. No evento se discutiu as práticas relacionadas à informação e ao conhecimento nas organizações, tanto no desenvolvimento de tecnologias, processos, produtos e serviços, como na relação com o ambiente, clientes, fornecedores e parceiros. Dentro do tema debatido se buscou destacar iniciativas no setor privado e público com relação a práticas de Gestão do Conhecimento, focada em inovações relacionadas a soluções de infra-estrutura do país com visão de longo prazo. Foi um momento para congregar profissionais, gestores e acadêmicos que tem interesse em GC e querem compartilhar informações e trocar experiências voltadas para inovações. Durante o KM BRASIL 2007 verificamos um ambiente propício para trocas de experiências e geração de novo conhecimento relacionado ao crescimento econômico sustentável do país. O evento ainda trouxe ao Brasil o ex-diretor do Cynefin Center da IBM, Dave Snowden, grande referências mundial no campo da GC e o indiano Soumodip Sarkar, professor associado e diretor do Centro de Estudos e Formação Avançada em Gestão e Economia (CEFAGE-UE) da Universidade de Évora. KM BRASIL 2008 Realizado em 2008 o já tradicional evento de Gestão do conhecimento promovido pela SBGC aconteceu no período de 27 a 29 de agosto de 2008. O tema em 2008 foi – O Conhecimento como Recurso Estratégico Agregando Valor à Organização. A proposta foi estabelecer um debate para que os participantes do evento pudessem trocar experiências sobre como formular estratégias de criação, disseminação e aplicação do conhecimento nos processos organizacionais de modo a transformar o conhecimento (tácito) das pessoas em ativos (recursos estratégicos) que agreguem valor à organização como um todo, visando sua sustentabilidade. Como sabemos o conhecimento é cada vez mais o recurso estratégico para a competitividade e sobrevivência das organizações, portanto construí-lo e disseminá-lo nas organizações é prioritário. No decorrer do evento os congressistas tiveram a oportunidade de manter contato com os melhores profissionais oriundos das empresas nacionais e internacionais com experiências em práticas de Gestão do Conhecimento. Aconteceu também um encontro com profes- sores e estudantes atuantes em linhas de pesquisa relacionadas à GC e temas co- relacionados. Em paralelo pudemos ver uma feira com exposição de empresas fornecedoras de soluções tecnológicas para GC. Elisabeth Gomes Editora-Chefe da GC Brasil Coordenadora de Conteúdo e Publicações da SBGC
  • 5. O Perfil do Profissional de Inteligência Competitiva: Um Estudo Exploratório Alfredo Passos Centro Universitário Nove De Julho Telma Gonçalves Cunha Ampla Luiz Ricardo Cobra Plugar
  • 6. Resumo: Este estudo, de caráter sua origem, há um século. O abismo que hoje Artigo 06 exploratório, visou analisar as ações separa indivíduos e organizações é marcado cotidianas utilizadas pelos profissionais por frustrações, des-confiança, decepção e até de Inteligência Competitiva no Brasil. Foi raiva. Além disso, abriga a possibilidade de um desenvolvido através de uma amostra novo capitalismo e uma nova era de geração aleatória de 79 empresas entre as de riquezas. 500 maiores do Guia das Maiores e Mas retomando às origens, foi em 1986, que um Melhores – Exame 2006, por meio de grupo formado por profissionais de marketing, um questionário estruturado fechado de agências governamentais e professores e um roteiro de entrevistas semi- universitários fundou, nos Estados Unidos da estruturado. Procurou-se identificar o América, uma associação chamada Society of lócus funcional, processos e objetivos Competitive Intelligence Professionals - SCIP. das organizações. Os principais resul- tados indicam que a maioria das Poderia parecer só mais uma associação - em empresas acompanham diariamente um país com competição acirrada, inovação 6 a atuação dos competidores, que a em produtos e serviços, mas voltado à alta equipe de coleta é interna em sua performance empresarial. Após 22 anos, o grande maioria, que o nome da área tempo mostrou que não se tratava apenas recebe nomes diversificados e que de mais uma associação, mas sim daquela parte representativa das unidades que começou a registrar uma das questões está subordinada ao departamento empresariais mais desafiantes para qualquer de marketing. O artigo apresenta profissional da atualidade: a competição. uma pesquisa bibliográfica sobre Essa sociedade, ou associação, buscou levar, estratégia, vantagem competitiva, primeiro para os americanos e, mais recen- fontes de vantagem competitiva; me- temente, para outros países, a existência de um todologia; resultados, limitações e conjunto de metodologia, técnicas e modelos de recomendações para estudos futuros. análises para os negócios chamada Inteligência Tendo em vista que o país vive o melhor Competitiva. Na verdade “Competitive Intelli- momento econômico em três décadas, gence”, em inglês. combinando estabilidade, aumento do A simples tradução não revela todas as idéias consumo e da renda e investimentos que os fundadores e pensadores acadêmicos recordes na produção, o presente têm sobre este tema. estudo levanta questões práticas im- portantes para serem consideradas E é neste contexto, entre as origens e a atua- na formação futura do profissional de lidade, que o objetivo do estudo foi avaliar, Inteligência Competitiva. dentro da realidade empresarial brasileira, qual a melhor formação para o profissional de Palavras Chave: inteligência compe- Inteligência Competitiva. titiva, perfil profissional, competências e habilidades Assim, a pergunta que representa o problema deste estudo é: quais são as competências e habilidades necessárias para o profissional de INTRODUÇÃO Inteligência Competitiva, a partir da prática atual nas empresas? Zuboff (2003) afirma que os indivíduos mudaram mais do que as organizações de negócios das quais dependem. Os TEORIA últimos cinqüenta anos testemunharam o surgimento da nova geração de Inteligência Competitiva é Estratégia indivíduos, embora as empresas Segundo Porter (1989), a estratégia compreende continuem a operar de acordo com a construção de defesas contra os concorrentes uma lógica inventada na época de ou a descoberta de posições no setor cujas
  • 7. forças competitivas sejam menos vulneráveis. O diferenciação do mercado, pela qual Artigo 06 desenvolvimento de uma estratégia competitiva a empresa cria uma imagem distinta tem como finalidade básica a definição dos concorrentes e consegue atrair do modo como a empresa irá competir no clientes para seus produtos e serviços; mercado. A definição deste posicionamento é (4) Estratégia de diferenciação de bastante afetada pela estrutura da indústria, produtos e serviços que procura aqui entendida como o grupo de empresas desenvolver produtos diferentes em que fabricam produtos substitutos entre si. A relação aos da concorrência e que estratégia tem por objetivo definir uma posição, atendam às necessidades específicas baseada em vantagens competitivas, que seja de grupos de clientes. lucrativa e ao mesmo tempo sustentável, contra Para Urich e Lake (1990), a vantagem o ataque dos concorrentes. competitiva ocorre quando uma Henderson (1989) confirma o conceito de empresa consegue, em segmento Porter, quando destaca que a estratégia visa a específico de mercado, agregar mais estabelecer planos de ação que desenvolvam valor a seus clientes e fornecedores 7 novas vantagens competitivas ou que aumentem do que seus concorrentes. A vantagem o escopo das vantagens competitivas atuais da competitiva se compõe de dois ele- organização. mentos: o valor percebido pelos Seguindo a mesma linha de raciocínio, clientes e a criação de fontes únicas Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) afirmam ou singulares através de produtos que a estratégia é ponto alto da atividade ou serviços que os concorrentes não dos executivos, razão pela qual tem sido, nas conseguem imitar. duas últimas décadas, um tema extensamente Para Ghemawat (1999), a obtenção estudado no meio acadêmico. Para os autores, de uma vantagem competitiva depen- o conceito de estratégia inclui pelo menos cinco de de se conseguir grande diferença definições: estratégia é plano; estratégia é entre o que o cliente quer pagar e os padrão ou comportamento consistente ao longo custos que os competidores conseguem do tempo; estratégia é posição escolhida pela ter. empresa para seus produtos em determinado mercado; estratégia é perspectiva, isto é, a De acordo com Aaker (2001), a maneira como a empresa faz as coisas; e a vantagem competitiva será criada, estratégia é truque ou manobra para enganar se estiver sustentada por ativos, for os concorrentes. adotada em segmentos que a valorizem e for empregada contra concorrentes Vantagem Competitiva: a razão de ser do que não poderão facilmente enfrentá- profissional de Inteligência para à empresa la. Além disto, precisa ser substancial Ansoff (1990) entende que o sucesso da o bastante para fazer a diferença, empresa é função da estratégia que ela ser sustentável perante as mudanças adota. A estratégia determina a vantagem no ambiente e na concorrência e competitiva da empresa. O autor destaca estar alinhada com atributos visíveis quatro estratégias competitivas possíveis: dos negócios que irão influenciar os (1) Estratégia de participação de mercado, clientes. que consiste na otimização da participação Fontes de Vantagem Competitiva: de mercado, que consiste na otimização quando o profissional de Inteligência da participação de mercado através de faz a diferença uma política de vendas agressiva, baseada em preços baixos e sustentada por custos Porter (1989), afirma que as fontes de minimizados; (2) Estratégia de crescimento, que vantagem competitiva são o resultado se baseia na expansão territorial do mercado, das ações estratégicas das empresas. segmentação do mercado, estimulação da Assim, procurou-se relacionar as fontes demanda por programas de obsolescência de vantagem competitiva indicadas programada, dentre outros; (3) Estratégia de pelos autores estudados.
  • 8. • Economias de escala – são ganhos Business Intelligence e ainda outros falam em Artigo 06 decorrentes do volume, que podem espionagem. ocorrer na produção, na pesquisa, no Uma adaptação da definição de Inteligência marketing e na distribuição (Porter, Competitiva da Society of Competitive 1989; Ghemawat, 2000). Intelligence Professionals dos Estados Unidos, • Economias de escopo – são derivadas para a realidade brasileira, pode ser: de mercados inter-relacionados. Ocor- “Inteligência competitiva é o processo de rem quando uma vantagem competitiva sustentável que a empresa detém em monitorar o ambiente competitivo”. um mercado pode ser usada em outro Inteligência Competitiva permite a profissionais segmento. Depende da capacidade de de empresas de todos os tamanhos e portes, a empresa partilhar recursos entre as tomar decisões atualizadas sobre o ambiente unidades sem alterar o custo (Chandler, externo e interno de uma organização, 1990; Ghemawat, 2000). especialmente quanto aos processos de 8 • Marca reconhecida – decorre de inves- pesquisa & desenvolvimento e comercialização, timentos feitos na marca, que levam a para definição da estratégia empresarial a uma identificação e preferência dos longo prazo. clientes (Ansoff, 1990; Porter, 1989). Inteligência Competitiva é um processo efetivo e • Produto diferenciado – é obtido contínuo de informação, de forma ética e legal, por meio do lançamento de produtos analisadas e disseminadas para os formadores diferentes daqueles oferecidos pela de opinião. concorrência, que atendem a demandas John E. Prescott e Stephen H. Miller, comentam específicas de segmentos de clientes que “a Inteligência Competitiva nas empresas (Ansoff, 1990; Barney, 2002; Porter, se beneficiou grandemente de práticas e 1989). conhecimentos da inteligência militar e gover- • Know-how – tecnologia desenvolvida namental. Muitos dos pioneiros da comunidade pela empresa, que pode ser mantida de inteligência empresarial são originários em segredo ou protegida (Ghemawat, de várias organizações governamentais. Eles 2000; Porter, 1989). trouxeram consigo um conjunto de conceitos e • Competência essencial para inovação visões decantadas ao longo de séculos.” – ocorre quando a empresa, através da Prescott e Miller, comentam que o “trabalho de inovação, desenvolve uma capacidade Sun Tzu sobre inteligência militar, continua sendo para embutir nos produtos uma lido e é considerado o pai da inteligência. funcionalidade irresistível (Prahalad & Ainda os filmes de James Bond e os romances Hamel, 1995). de John LeCarré, embasados na experiência • Competência essencial para criar de seus autores no serviço secreto britânico, novos produtos – ocorre quando a em- prenderam a atenção do público em geral.” presa desenvolve uma competência Ainda com definições: para o jornalista para criar produtos de que os clientes Larry Kahaner, inteligência competitiva é um necessitam, mas não imaginam programa sistemático de coleta e análise da (Prahalad & Hamel, 1990). informação sobre atividades dos concorrentes e tendências gerais dos negócios, visando atingir as metas da empresa. Inteligência Competitiva Leonard Fuld, um dos pioneiros nesse campo Mas afinal o que é Inteligência e dos fundadores da SCIP, define inteligência Competitiva? Muitos confundem com competitiva como a informação analisada sobre Inteligência Emocional, outros com concorrentes que tem implicações no processo Gestão do Conhecimento, outros com de tomada de decisão da empresa.
  • 9. Para Jan Herring, inteligência competitiva é Artigo 06 o conhecimento e previsão do mundo que nos Resultados e Discussão cerca - prelúdio para as decisões e ações do As estatísticas descritivas mais impor- presidente da empresa. antes indicaram que a idade média Ben Gilard, outro membro da SCIP, define dos entrevistados foi de 35,9 anos. inteligência competitiva como a informação que Quanto ao sexo dos entrevistados, garante ao tomador de decisão que a empresa 80% são homens e 20% mulheres, ainda é competitiva. sendo gestores da área/unidade de Inteligência. Estes, representam 19% Morais (1999), desdobra o conceito de de empresas multinacionais e 81% de Inteligência Competitiva a um sistema que empresas nacionais. contempla o processo de planejamento a priori e a utilização, disseminação e avaliação a Em relação ao grau de instrução, verificou-se que 100% completaram posteriori, em relação ao processo de coleta e o ensino superior e que 60% estão análise de dados. 9 terminando ou terminaram um curso Para Coelho et al. (2001), o processo da IC de pós-graduação (especialização é realizado por meio da coleta ética e do em sua maioria, 98%, e Strictu senso uso da informação pública e disponível sobre em sua minoria, cerca de 2% dos tendências, eventos e atores no ambiente entrevistados). externo da organização, sistematizada para As indústrias (Porter, 1989) ou setores ser utilizada dentro da análise de cada participantes do estudo: organização. Procedimentos Metodológicos Para a avaliação dos objetivos propostos realizou-se um estudo exploratório com base em uma amostra composta de 79 empresas entre as 500 maiores do Guia das Maiores e Melhores – Exame 2006, por meio de um questionário estruturado fechado e um roteiro de entrevistas semi-estruturado, ao longo dos dias úteis dos meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2008, distribuídos entre os períodos matutinos e vespertinos, nos escritórios dos entrevistados. Para a coleta de informações foi utilizado um questionário estruturado. Foram definidas 15 questões relacionadas a 3 abordagens: a prática de Inteligência na empresa; a Destaca-se que 72% dos profissionais organização da Inteligência na empresa e os fazem um acompanhamento diário resultados esperados. para suas respectivas empresas, sobre As perguntas foram desenvolvidas para serem a atuação dos concorrentes, 16% o entendidas pelos entrevistados de forma simples, fazem de forma “pontual – ad hoc” para evitar dificuldades de comparação com e 13%, esporádica, ou seja, para o outras organizações ou falta de entendimento planejamento anual da empresa. por falta do entrevistado. Destaca-se que a coleta de informações
  • 10. Artigo 06 é predominantemente interna, 91%, sendo 9% terceirizados, para empre- sas prestadoras de serviços de clippings impresso, eletrônico, digital, consultorias, assessorias de imprensa/ comunicação e empresas de pesquisas de mercado. Constatou-se que o tempo de existência da 10 área/unidade de Inteligência, com processos sistematizados, é de 1 e 5 anos em 50% dos casos; e 1 ano ou menos de 38% dos casos. Ou seja, ainda muitas empresas estão fortalecendo suas áreas de Inteligência. Um grupo menor de empresas supera os 10 ou 15 anos. Constatou-se que o nome da área/ unidade é variado: Quanto ao número de profissionais na equipe de Inteligência, de 1 à 3 colaboradores, 59%, indica paridade com os padrões internacionais. O principal foco ou tema de interesse de acompanhamento das empresas/profissionais de Inteligência são os concorrentes. Muitos citam “concorrentes diretos”. Verificou-se que a área de Inteligência, está em 31% dos casos, subordinada ao Departamento de Marketing da empresa. Mas pode-se encontrar pelo menos 15 outras vinculações.
  • 11. O principal cliente interno, ou seja, para quem dia do profissional de Inteligência. Artigo 06 o trabalho de Inteligência é voltado, na sua No caso do perfil do profissional de grande maioria, 52%, são os profissionais de Inteligência, objetivo deste estudo, se vendas, ou seja, a Equipe Comercial/Vendas, faz necessário acom-panhar o ritmo seguida da área de Planejamento Estratégico, imposto pelo novo cenário competitivo. 24%, e Desenvolvimento de Negócios, 18%. Para exercer e atender aos desafios empresariais, é preciso ter um conjunto de compe-tências e habilidades, que formam o profissional de Inteligência, para assim poder facilitar a tomada de decisão por parte dos gestores, bem como qualificar as áreas internas com mais conhecimento, além de identificar constantemente os riscos e 11 ameaças para empresa, seus produtos, enfim para o negócio. Por isso, a partir dos fatores indicados Quanto à Disseminação, ou seja, à Comunicação, na análise, recomenda-se uma série Apresentação do trabalho de Inteligência, 75%, de competências e habilidades para o fazem através de relatórios, posteriormente o profissional de Inteligência, partin- disponibilizados através da intranet, email ou do-se do pressuposto que Inteligên- papel). cia Competitiva é Estratégia e assim, segundo Porter, a estratégia compre- ende a definição de um posicionamento para a empresa baseado em vantagens competitivas, que seja lucrativo e ao mesmo tempo sustentável contra o ataque dos concorrentes. PERFIL PROFISSIONAL EM INTELIGÊNCIA Quanto à importância da área/unidade de Inteligência, 84% afirmaram que suas respectivas COMPETITIVA: um Estudo empresas já consideram-na essencial, em função Exploratório dos seguintes resultados alcançados: As competências básicas descrevem as habilidades e outras características necessárias para o desempenho eficaz da função. Estes requisitos representam as competências do profissional de IC e constituem os padrões pelos quais são avaliados. O desenvolvimento profissional e a progressão na carreira, geralmente, são o resultado do aumento dos conhecimentos, das habilidades e da experiência. Estar Conclusões consciente dos pré-requisitos chave para a função é essencial para o Dentre os conceitos citados no referencial teó- desempenho de sucesso e para o rico, foram considerados neste estudo o dia-a- crescimento da carreira.
  • 12. projetos e tarefas concomitantes, dispondo Artigo 06 COMPETÊNCIAS E HABILI- de recursos limitados, de forma organizada e DADES EM IC eficaz. DEFINIÇÕES CONSTRUÇÃO DE RELAÇÕES EFICAZES TECNOLOGIAS DE COLETA DE Envolve a habilidade do indivíduo de iniciar, DADOS construir, e manter relações pessoais eficazes com a maior variedade possível de indivíduos, Conhecimento e experiência nos fun- dentro do processo de IC. damentos de vários materiais de referência, tanto online, como em PERSPICÁCIA COMERCIAL tecnologia de negócios, para dar A habilidade de compreender processos orça- suporte aos processos de Inteligência mentários internos. A habilidade de gerenciar, Competitiva. Isto inclui, mas não se de forma eficiente, discussões e a resolução de limita, a: o conhecimento de publicações conflitos com outras partes, cujos objetivos e 12 específicas, organizações de pesquisa, opiniões possam ser diferentes em relação ao cobertura dos analistas de mercado, resultado pretendido. A habilidade de entender além de uma variedade de bancos de os elementos – chave das bases da economia. dados. COMUNICAÇÃO VERBAL & ESCRITA COLETA DE INTELIGÊNCIA HUMANA A habilidade de comunicar informações e A habilidade de estabelecer networks idéias clara e eficientemente, utilizando-se de que proporcionem inteligência, assim meios de comunicação escrita e verbal. como a de criar interfaces with indivíduos, são elementos críticos. HABILIDADES ADICIONAIS QUE Este aspecto inclui a capacidade de PODEM SER FUNDAMENTAIS estabelecer fontes de informações- chave, tanto internas como externas à PARA O BOM PROFISSIONAL DE organização, ao mesmo tempo em que IC EM VÁRIOS NÍVEIS são mantidos os mais altos padrões de decoro e confidencialidade. CONHECIMENTO DE MARKETING COMPREENSÃO DOS PROCESSOS A habilidade de entender mercados – chave e DE IC seus processos de planejamento. Uma compre- ensão abrangente dos produtos internos e da O profissional de IC deve ter estrutura organizacional da empresa também é conhecimento dos processos de IC altamente recomendada. dentro da empresa. Deve-se, também, encorajar a aquisição de experiência CONHECIMENTO DO MERCADO adicional por meio da participação Compreensão de informações – chave e a em atividades de associações de habilidade de identificar tendências para: profissionais de IC, assim como em produtos, tecnologias, consumidores, mercado, outras oportunidades de treinamento. e informações geográficas pertinentes a HABILIDADES ANALÍTICAS determinada divisão, grupo ou setor da empresa. A habilidade de determinar priori- CONHECIMENTO TÉCNICO dades, de detalhar, sintetizar, e re- Inclui a habilidade de entender fatos técnicos construir informações de Inteligência diferenciadores básicos, e de importância Competitiva que sejam pertinentes chave, que são críticos para o conhecimento e acionáveis e que possam afetar as sólido de produtos dentro de seu respectivo ações daqueles que tomam decisões. mercado competitivo. GERENCIAMENTO DE PROJETOS PESQUISA A habilidade gerenciar eficientemente A habilidade de construir ou supervisionar
  • 13. desenhos de pesquisa, assim como a habilidade projeto ou uma tarefa. Artigo 06 de analisar e interpretar resultados e conclusões LUTADOR /ESPÍRITO/ ATIVISTA significativas que podem gerar informações de inteligência acionável. Indivíduos que possuem forte senso de propósito e de realização em suas CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DO atividades de IC. PROFISSIONAL DE IC HABILIDADE DE TRABALHAR Esta seção descreve diversas características INDEPENDENTEMENTE pessoais que não são específicas da Inteligência Competitiva, mas são fundamentais à atividade Deve ser capaz de trabalhar nas e ao seu gerenciamento. Estas características questões levantadas, tarefas e proje- esboçam o conhecimento, habilidades, compe- tos, com um mínimo de contribuição de tências, a experiência, e aspectos que definem outros. o desempenho geral em IC. CONFIDENCIALIDADE 13 ESTABELECIMENTO DA CONFIABILIDADE A habilidade de manter a discrição A habilidade de estabelecer a confiabilidade e e a confidencialidade ao lidar com ganhar a confiança de terceiros. Muitas vezes, determinadas informações. isto requer um alto grau de confidencialidade e HABILIDADE DE INFLUENCIAR desempenho exemplar. A habilidade de influenciar dirigentes ÉTICA senior, colegas e subordinados com Seguir princípios éticos na coleta de inteligência informações que Você acredite possam e promover a natureza ética da por toda a causar impacto significativo em seus corporação. processos de tomada de decisões. CREDIBILIDADE Esses aspectos podem colaborar para que mais profissionais possam estar A habilidade de persuadir terceiros não apenas preparados para os desafios de suas de que os seus fatos de IC são sólidos ou de que empresas, e acima de tudo, conscientes têm origem em fontes confiáveis, mas também da nova profissão que se descortina, que suas análises e julgamento merecem também no Brasil. consideração e ação. LIMITAÇÕES, HIPÓTESES E OBJETIVIDADE RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS A habilidade de examinar a informação obtida FUTUROS e discernir fatos pertinentes às questões em As conclusões deste estudo se referem pauta, sem viés intencional ou que leve decisões a um grupo de empresas que já se erradas. decidiram pela implantação de uma CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL área/unidade de Inteligência. Embora O entendimento das unidades de negócios, sejam representativas quer pelo seu objetivos estratégicos, equipe, práticas e faturamento e contribuição econômica, historia da empresa (Empresa). marcas, número de funcionários e grau de desenvolvimento técnico e PERSPICÁCIA POLÍTICA intelectual, as conclusões não podem A habilidade de ganhar o apoio efetivo dos ser generalizadas. dirigentes senior e de implementar metas e Ainda vale considerar que os objetivos, muitas vezes difíceis, dentro da profissionais tem níveis diferentes de organização. conhecimento teórico, onde a prática FORTE AUTO – MOTIVAÇÃO vem sendo precedida da teoria. Com isso, a formação profissional no Não requer que alguém indique quais ações País, ainda é muito distinta de outros devem ser realizadas para completar um países, notadamente da formação dos
  • 14. profissionais de Inteligência nos Estados your business to the top. New York: Simon & Schuster, Artigo 06 Unidos da América. 1997. McGONAGLE, J.; VELLA C. M. Outsmarting the Em relação a estudos futuros, recomenda- Competition. Naperville (Il): Sourcebooks, 1990. se a avaliação de empresas do mesmo MINTZBERG, H., Ahlstrand, B., & Lampel, J. Safari de porte e setores mais representativos da estratégia: um roteiro pela selva do planejamento. Porto economia brasileira, para verificação Alegre: Bookman, 2000. de eventuais especificidades setoriais. MORAIS, E. F. C. (1999). Inteligência competitiva: estratégias para pequenas empresas. Brasília: Centro de Pode ser oportuno, avaliar também, Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, Universidade de características e influências regionais Brasília. para a prática e formação profissional NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. A dynamic theory of em Inteligência. organizationa knowledge creation. In: CHOO, C.W. The strategic management of intellectual capital and REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS organizational knowledge. New York: Oxford University AAKER, D.A. Administração estratégica de Press, 2003. 14 Mercado. Porto Alegre: Bookman, 2001. PAGEL, R. Economic espionage. Database, v.21, no. 4, p. ANSOFF, H.I. A nova estratégia empresarial. 23- 29, 1998. São Paulo: Atlas, 1990. PORTER, M. Estratégia competitiva: técnicas para análise ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANALISTAS DE de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, INTELIGÊNCIA COMPETITIVA – ABRAIC. Sobre 1989. a ABRAIC. Disponível em: www.abraic.org.br . PRAHALAD, C.K.& Hamel, G. The core competence of the Acesso em: 01/06/2008. corporation. Harvard Business Review 1990, 68(3), 79-92. BIRKINSHAW Julian; GIBSON, Cristina Building PRAHALAD, C.K., & Hamel, G. Competindo pelo futuro: Ambidexterity into an Organization. MIT Sloan estratégias inovadoras para obter o controle do seu Management Review, v.45, no.4, 2004. setor e criar os mercados de amanhã. Rio de Janeiro: CHANDLER, A.K. Strategy and structure: Campus, 1995. chapters in the history of the american industrial PRAHALAD, C.K.; HAMEL, G. The Core Competence of the enterprise. Massachusetts: Library of Congress Corporation. Boston (MA): HBR OnPoint Enhanced Edition Cataloguing-in-Publication, 1969. – PDF, 2001. COELHO, Gilda Massari et al. Inteligência PRESCOTT, J. E.; MILLER, S. H. Inteligência competitiva na competitiva e tecnológica. Disponível em: prática. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2002. <www.fgv.br/dg/diti/bib/geral/htm/ RICCARDI, R.; RODRIGUES, L.C. Inteligencia Competitiva hpbb15.htm>. Acesso em: 10/09/01 – en los negocios y en las organizaciones. Buenos Aires: CORREIA, C.C. Getting Competitive. Library Ediciones Macchi, 2003. Journal, v.131, No. 7, p. 52-54, 2006. SOCIETY OF COMPETITIVE INTELLIGENCE CRANE, A. In the company of spies: When PROFISSIONALS – SCIP. About SCIP. Disponível em: www. competitive intelligence gathering becomes scip.org . Acesso em: 01/06/2008. industrial espionage. Business Horizons. Vol.48, SWARTZ, N. Competitive Intelligence underutilized. no.3, p. 233-239, 2005. Information Management Journal, v. 39, no. 3, p. 10, FINDER, J. The Myth of the Corporate Spy. 2005. Forbes, v.177, No.12-15, p. 36, 2006. TEIXEIRA FILHO, J. O contexto empresarial do analista FRAUMAN, E. Economic espionage: Security de informação. Revista eletrônica Insight informal. 2000. missions redefined. Public Administration Disponível no site: www.informal.com.br. Acesso em Review, v.57, No. 4, p. 303 – 309, 1997. 02/06/06. FULD, Leonard M. The New Competitor TYSON, K.W.M. The complete guide to competitive Intelligence. U.S.A: John Wiley & Sons, Inc.- intelligence. Chicago: Kirk Tyson International, 1998. 1995. URICH, D., & lake, D. Organizational capability: GHEMAWAT, P. Strategy and the business competing from the inside out. New York: Wiley, 1990. landscape. Massachussets: Addison-Wesley, WALKER, B.A.; KAPELIANIS, D.; HUTT, M.D. Competitive 1999. Cognition. MIT Sloan Management Review. V.46, No.4, HULNICK, A. Risky Business. Harvard p. 10, 2005. International Review. v.24, No. 3, p. 68 – 73, ZUBOFF, Shoshana e MAXMIN, James. O novo jogo 2002. dos negócios: como entender o que está acontecendo KAHANER, Larry. Competitive Intelligence: how e conquistar os novos consumidores. Rio de Janeiro: to gather, analyse, and use information to move Campus, 2003.
  • 15. Pedro Carlos Resende Junior Empresa Brasileira De Correios E Telégrafos Lúcia Helena Rosa Da Costa Empresa Brasileira De Correios E Telégrafos.
  • 16. Resumo: Atuando em um cenário (2002) com base no seu objetivo, é do tipo Artigo 07 globalizado, a ECT se enquadra na descritiva, apresentando características de categoria de organizações que têm identificação, determinação dos modelos de sido impactadas diretamente pelas gestão, educação e gestão do conhecimento profundas transformações de ordem aplicados na ECT. social, estrutural e gerencial que Quanto ao método, a pesquisa pode ser atravessa o ambiente mercadológico, classificada como qualitativa por prever a onde consumidores apresentam níveis identificação e o mapeamento de modelos sob de serviços cada vez mais exigentes e uma perspectiva contextual que represente a menos condescendes em relação à sua realidade destes processos no âmbito da ECT. prestação, fazendo com regras que regem a competitividade estejam em Quanto ao procedimento, esta pesquisa pode permanente mutação. Como estratégia ser classificada como pesquisa bibliográfica e para buscar esta perpetuação no documental devido ao uso de livros, anais de mercado, a gestão de todo capital congressos, dissertações defendidas, periódicos 16 intelectual da organização tem e bases de dados do sistema integrado de se mostrado como uma estratégia gestão e pelos documentos oriundos do modelo eficaz. Este relato técnico apresenta pedagógico da Universidade Corporativa. a fundamentação teórica do modelo 3.1. Contextualização de educação corporativa da ECT, Neste relato técnico será apresentado além do demonstrando seu alinhamento com referencial teórico que baliza as práticas de o modelo de gestão estratégica da gestão organizacionais, o modelo de educação empresa, bem como sua sustentação por da ECT, alinhado à política de Gestão de práticas estruturadas e sistematizadas conhecimento e ao próprio modelo de gestão de gestão do conhecimento. da empresa pautado nos critérios de excelência Palavras Chave: Educação Corpora- da Fundação Nacional da Qualidade. tiva; Gestão do Conhecimento; Modelo Herança de um cenário globalizado, as de Gestão. organizações têm sido impactadas diretamente pelas profundas transformações de ordem social, estrutural e gerencial, onde consumidores 1. Tema apresentam níveis de serviços cada vez mais Conceitos e práticas de Gestão do exigentes e menos condescendes em relação à Conhecimento relacionadas ao ensino sua prestação, fazendo com regras que regem e aprendizagem. a competitividade nos mercados e ambientes competitivos estejam em permanente mutação. Como estratégia para buscar esta perpetuação 2. Objetivo no mercado, a gestão de todo capital intelectual Apresentar relato técnico e a da organização tem se mostrado como uma fundamentação teórica do modelo de estratégia eficaz. educação corporativa da ECT, demons- Como visto em Luhmann (2007), uma organi- trando seu alinhamento com o modelo zação constitui um sistema social inserido em um de gestão estratégica da empresa, sistema maior, que age no sentido de diminuir bem como sua sustentação por práticas a complexidade interna, filtrando informações estruturadas e sistematizadas de ges- do ambiente externo que são do seu interesse e tão do conhecimento. conferindo significado próprio ao seu contexto e cultura. Uma das principais compreensões que os ad- 3. Metodologia ministradores e dirigentes organizacionais pre- A natureza desta pesquisa, de acordo cisam ter é de como a hiperqualificação das com a classificação proposta por Gil pessoas aumenta o valor dos processos e produtos
  • 17. gerados pela organização. Essa compreensão E a evolução da compreensão das Artigo 07 deve ser percebida como fundamento para a organizações tem passado por este construção de estratégias organizacionais ou tipo de questionamento e reflexão de aprendizagem corporativa, constituindo uma sobre a mudança de paradigma. estratégia informacional (DAVENPORT, 2002). As organizações, enquanto sistemas Por meio da estratégia informacional, trata-se abertos buscam a inserção na cadeia das acepções da coleta seletiva de informação, de valor globalizada, tornando-se e dos mecanismos de transmissão da informação interdependentes, os modelos que para a geração do conhecimento. enxergam a organização como um 3.2. Organizações enquanto sistemas de sistema fechado, possuem uma visão gestão cada vez mais independente de seus elementos. Scott (1998) utiliza uma tipologia de paradigmas e classificações para ordenar as organizações 3.3. Organizações enquanto como sistemas compostos pelos seguintes sistemas abertos de gestão 17 elementos: estrutura social, participantes, tec- Os sistemas abertos ou vivos apre- nologia e objetivos. Em sua obra, ele declara sentam uma dinâmica de crescimento, que as organizações podem ser vistas como através da qual elevam ao limite sistemas racionais, naturais e abertos. As máximo a sua natureza básica, rea- características que as delineiam enquanto gindo às mudanças ou as antecipando sistemas racionais estão no foco na estrutura pela assimilação de novos insumos formalizada e normatizada, enxergando as energéticos. pessoas como parte de uma engrenagem na As organizações têm se deparado consecução de objetivos específicos voltados à com a necessidade de gerir processos produtividade e eficiência. Enquanto sistemas cada vez mais adaptativos, seja naturais, a presença da estrutura informal é em quantidade de funções, seja na mais importante e produtiva que a formal, complexidade de suas relações, visando o ganho da coletividade, onde os tornando impraticável a sua gestão relacionamentos entre indivíduos coexistem sem um modelo que minimize com os valores organizacionais. E por fim, conscientemente os riscos da toma-da as organizações enquanto sistemas abertos, de decisão, maximizando as possi- diferentemente das visões anteriores por bilidades de controle. Esta necessidade serem autocontidos (fechados), dispõem dos vai ao encontro da temática de elementos já citados, acrescentando-se ainda a Gonçalves (1998) em que afirma que: perspectiva do próprio ambiente que as cercam “As empresas gastam parcela cada selando um constante fluxo de interação e troca vez maior de sua energia e recursos de recursos e informações, tendo o seu foco nos com a sua própria organização e não seus processos. Esta pesquisa adotará o construto com o negócio”. desta última classificação, pois o modelo de gestão em questão apóia a idéia central nos Gonçalves (2000) relata que “as sistemas abertos. Entende-se por modelo de estruturas organizacionais convenci- gestão o conjunto de conhecimentos técnicos onais têm diversas características operacionais indesejáveis”, quando aplicados à situações práticas sustentados por na verdade a organização orientada uma ideologia que tem por objetivo estabelecer por processos pressupõe que as legitimidade e reforçar a sua credibilidade. pessoas gerenciem os recursos Kuhn (1995) reconhece que a mudança de de forma diferente. As estruturas qualquer paradigma é conseqüência de organizacionais convencionais apre- um ativo processo de aprendizado e desa- sentam algumas características inde- prendizado inerente à necessidade de sejáveis que comprometem o de- interpretação de certos fenômenos que não são sempenho das empresas, priori-zando mais compreendidos pelos modelos existentes. as funções verticais em detrimento dos
  • 18. processos essenciais, exagerando na Durante a pesquisa, foram estudadas várias Artigo 07 divisão de tarefas e na otimização do referências a Peter Senge, como sendo o autor funcionamento das áreas funcionais, que popularizou a noção de organização o que leva a hiperespecialização, de aprendizagem com a publicação de um fazendo com que as estruturas hie- livro chamado A Quinta Disciplina. Desde rárquicas rígidas e pesadas executem então, se tornou um conceito mais difundido apenas fragmentos de processos de e uma proposição que despertou interesse. trabalho e transformação. O seu principal conteúdo invoca a imagem 3.4. Aprendizagem de pessoas e grupos trabalhando para melhorar a inteligência, a criatividade e a E a aprendizagem é o mecanismo que capacidade organizacional. Para isso, segundo promove o fôlego da organização, ca- Senge apud Freire (2007), as organizações racterizando as inovações e melhorias devem desenvolver cinco disciplinas para nas práticas de gestão e padrões de continuamente estarem em processo de trabalho da organização. A época 18 aprendizagem: maestria pessoal, relacionada de aprender não é somente quando com o autoconhecimento; modelos mentais, que existem crises, portanto, aprendizagem organizacional dever ser vista como um trata de imagens que influenciam o modo como processo dinâmico e vivo. as pessoas vêem o mundo; objetivos comuns, aborda as questões relacionadas à clareza e A aprendizagem organizacional é compartilhamento de objetivos; aprendizado uma das estratégias para a prática em grupo, relacionada ao desenvolvimento de de disseminação do conhecimento habilidades coletivas e de ações coordenadas; crítico para a organização, uma vez e pensamento sistêmico, um modelo conceitual que este se encontra internalizado nas formado por um conjunto de conhecimentos e pessoas ou grupos que a constituem. ferramentas, que buscam o aperfeiçoamento do As organizações possuem sistemas processo de aprendizagem como um todo. Para cognitivos elaborados internamente, as organizações serem capazes de aprender, que têm profunda inter-relação com estas cinco disciplinas deveriam funcionar em a cultura organizacional, valendo-se conjunto, sendo o raciocínio sistêmico responsável de políticas, normas, rotinas e proce- dimentos para se fixarem. pela integração de todas as demais. Alliprandini (1999) assevera que Na era do conhecimento, momento em que alguns autores fazem distinção entre vários canais são utilizados para disseminação organização de aprendizagem e da informação, tais como a Internet, jornais aprendizagem organizacional, contu- escritos, televisão, rádio, revistas, entre outros, do, ele sugere que sejam tratados a velocidade em que o receptor recebe como temas de um mesmo contexto. novos influxos é bem maior. Nesse sentido, os Diz, ainda, que a aprendizagem dirigentes das organizações devem considerar organizacional é uma característica o aprendizado organizacional para crescimento da organização de aprendizagem da organização, o qual não pode prescindir (a organização que aprende). Nesse do crescimento pessoal dos seus membros. O sentido, estar-se-ia diante de um desenvolvimento do conhecimento é interessante, conceito muito mais próximo da filosofia tanto na organização quanto no indivíduo. A que das técnicas, pois não seria organização que aprende, aprende porque o apenas uma mera ferramenta para as indivíduo aprende, e esse aprendizado deve organizações alcançarem seus objetivos. ocorrer em toda a organização. Seria um conceito que não possui um fim 3.5. Modelo de gestão da ECT com base no em si mesmo, considerando que a ação Prêmio Nacional da Qualidade e a reação advindas das mudanças externas ou internas, ocorridas no A ECT adota os critérios da FNQ como base ambiente ou no indivíduo, fazem parte de seu modelo gestão. Daí a importância de do processo de aprendizagem. se apresentar as premissas de tal modelo
  • 19. antes da descrição das práticas de ensino e atividades e processos da organização Artigo 07 aprendizagem. que agreguem valor para as partes 3.6. Histórico da FNQ interessadas, sendo que a tomada de decisões e execução de ações Em 1991 foi instituída a Fundação para o deve ter como base a medição e Prêmio Nacional da Qualidade que tinha como análise do desempenho, levando- principal atividade administrar o referido se em consideração as informações prêmio. A instituição foi fundada por um disponíveis, além de incluir os riscos conjunto de organizações públicas e privadas identificados. que delinearam seu modelo de gestão baseado nos fundamentos e critérios do Malcolm Baldrige 6. Visão de futuro: Compreensão dos National Quality Award – MBNQA, que por sua fatores que afetam a organização, seu vez teve a base precursora do Deming Prize, do ecossistema e o ambiente externo no Japão. curto e no longo prazo, visando à sua perenização. 19 A seguir são descritos os fundamentos e critérios do Prêmio Nacional da Qualidade, mas obser- 7. Geração de valor: Alcance de re- var-se que o estudo limita-se a referenciar o sultados consistentes, assegurando a item que trata da orientação da capacitação e perenidade da organização pelo au- desenvolvimento de pessoas. mento de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as 3.7. Fundamentos do Prêmio Nacional da partes integrantes. Qualidade 8. Valorização das pessoas: Esta- FNQ (2008) aponta que os Fundamentos da belecimento de relações com as Excelência expressam conceitos que se traduzem pessoas, criando condições para que em práticas reconhecidas em organizações de elas se realizem profissionalmente elevado desempenho. Os fundamentos em que e humanamente, maximizando seu se baseiam os Critérios de Excelência do Prêmio de-sempenho por meio do compro- Nacional da Qualidade (PNQ) são: metimento, desenvolvimento de compe- 1. Pensamento Sistêmico: Entendimento das tências e espaço para empreender. re-lações de interdependência entre os diversos 9. Conhecimento sobre o cliente e componentes de uma organização, bem como o mercado: Conhecimento e enten- entre a organização e o ambiente externo. dimento do cliente e do merca- 2. Aprendizado organizacional: Busca e do, visando à criação de valor de alcance de um novo patamar de conhecimento forma sustentada para o cliente e, para a organização por meio da percepção, conseqüentemente, gerando maior reflexão, avaliação e compartilhamento de competitividade nos mercados. experiências. 10. Desenvolvimento de Parcerias: 3. Cultura da Inovação: Promoção de um Desenvolvimento de atividades em ambiente favorável à criatividade, expe- conjunto com outras organizações, a rimentação e implementação de novas idéias partir da plena utilização das compe- que possam gerar um diferencial competitivo tências essenciais de cada uma, para a organização. objetivando benefícios para as partes. 4. Liderança e constância de propósitos: 11. Responsabilidade Social: Atua- Atuação de forma aberta, democrática, ção que se define pela relação ética inspiradora e motivadora das pessoas, visando e transparente da organização com ao desenvolvimento da cultura da excelência, todos os públicos com os quais se à promoção de relações de qualidade e à relaciona, estando voltada para proteção dos interesses das partes. o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos 5. Orientação por Processos e Informações: ambientais e culturais para gerações Compreensão e segmentação do conjunto das
  • 20. futuras; respeitando a diversidade descreva suas práticas de gestão, e os Artigo 07 e promovendo a redução das desi- respectivos padrões de trabalho, incluindo os gualdades sociais como parte inte- responsáveis e a periodicidade, os métodos de grante da estratégia da organização. controle das práticas, ou seja, de verificação do 3.8. Critérios de excelência do cumprimento dos padrões de trabalho, além da Prêmio Nacional da Qualidade aplicação das práticas e padrões, demonstrando a disseminação e a continuidade.”. O modelo de gestão do Prêmio Nacio- nal da Qualidade é composto por oito Segundo a FNQ (2008), o item 6.2 examina critérios de excelência, divididos em a implementação de processos gerenciais que abordagens de enfoque e resultados. contribuem diretamente para o objetivo de Os critérios são: capacitar e desenvolver as pessoas da orga- nização, contemplando ao atendimento dos 1. Liderança seguintes requisitos de: 2. Estratégias e Planos • identificação das necessidades de capacitação 20 3. Clientes 4. Sociedade e desenvolvimento, fazendo-se necessária a 5. Informações e Conhecimento apresentação das formas de participação neste 6. Pessoas processo, dos líderes e das próprias pessoas da 7. Processos força de trabalho; 8. Resultados • compatibilização das necessidades das pes- Os sete primeiros têm abordagem de soas com as necessidades operacionais e com enfoque, isto é, nos métodos, práticas as estratégias da organização; de gestão e padrões, enquanto o último • consolidação do aprendizado organizacional tem foco nos resultados obtidos por pela abordagem da a cultura da excelência; cada enfoque. O critério 6 – Pessoas • concepção de realização dos programas de é composto por três itens: 6.1. Sistemas capacitação e de desenvolvimento considerando de Trabalho, 6.2. Capacitação e as necessidades da organização e das pessoas; Desenvolvimento, e 6.3. Qualidade de Vida da força de trabalho da • avaliação da eficácia dos programas de ca- organização. A seguir será explorado pacitação em relação ao alcance dos objetivos o escopo do item 6.2 como objeto de operacionais e às estratégias da organização; e, estudo deste relato técnico. • promoção do desenvolvimento integral das 3.9. Item 6.2 - Capacitação e pessoas, como indivíduos, cidadãos e profis- Desenvolvimento sionais. Este critério examina os sistemas de trabalho da organização, incluindo a 4. Gestão do Conhecimento na ECT organização do trabalho, a estrutura de cargos os processos relativos à Na ECT, é visível, em seu modelo de gestão, a seleção e contratação de pessoas, combinação do modelo de educação corpo- assim como a gestão do desempenho rativa sustentando as práticas de gestão do de pessoas e equipes. Também exami- conhecimento. Tal sustentação demonstra-se na os processos relativos à capacitação importante, pois busca desenvolver os pro- e desenvolvimento das pessoas e co- fissionais que atuam interna e externamente mo a organização promove a quali- à empresa para a consecução dos objetivos dade de vida das pessoas interna e estratégicos, conduzindo a organização a sua externamente ao ambiente de tra- sobrevivência e competitividade. balho. A empresa entende que a GC refere-se a todo o A palavra “Como” dentro de cada esforço sistemático realizado pela organização requisito tem a seguinte finalidade: para identificar, capturar, compartilhar, obter, “Solicitação de que a organização criar, organizar, utilizar, melhorar, reter e medir
  • 21. o seu conhecimento, sempre com o objetivo de além de uma consistente documentação Artigo 07 agregar valor à empresa. Nesta mesma linha, de seus processos operacionais. Clarke apud Naime (2002), afirma que com 4.2. Histórico da educação na ECT a GC, a organização aprende, processa e mantém sua cultura, tecnologia e conhecimento, • 1969 – Departamento de Correios e visando criar, organizar e disseminar todo este Telégrafos é transformado na Estatal conhecimento para obter vantagem competitiva. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. É criada a Divisão Tarapanoff (2006), aponta que um dos obje- de Treinamento, com cinco centros de tivos da GC é “trabalhar sistematicamente a treinamento: RJ, RS, PE, MG e Bauru. informação e o conhecimento visando ao aumento da capacidade de resposta da empresa ao • 1970/1977 – Departamento de meio ambiente com inovação e competência Recursos Humanos – DRH, com repre- (...)”. Dentre dimensões contempladas pela sentações regionais. GC, citam-se: aprendizado individual e orga- • 1971/1978 - Convênio com a PUC- 21 nizacional (cultura organizacional); conectivi- RJ: forma as primeiras turmas do curso dade entre pessoas, diferentes áreas da em- superior de Administradores Postais. presa, diferentes empresas e o ambiente; • 1978/1999 - Escola Superior de desenvolvimento de competências individuais Administração Postal – ESAP: criada e organizacionais; mapeamento, codificação em Brasília para formar pessoal de e compartilhamento do conhecimento organi- nível superior. zacional; alavancagem dos avanços em informática e telecomunicações; e, mensuração • 1978/2002 – Departamento de do capital intelectual da empresa. Treinamento e Desenvolvimento, com representações Regionais – DETED – As práticas relacionadas à Gestão do Conhe- treinamento de pessoal de nível básico, cimento têm um caráter universal, ou seja, médio e técnico. Migração do Centro fazem sentido tanto para empresas de setores de Treinamento de Bauru para São tradicionais, como para empresas em setores Paulo. de ponta; para empresas em setores primários, como para empresas em setores manufatureiros • 2001 - Criação da Universidade ou de serviços. E também não se limitam, por Corporativa dos Correios – ÚNICO, exemplo, ao chão de fábrica, departamento atendendo a estratégia de unificar as de novos produtos ou áreas em contato com os ações de educação empresarial que vinham sendo desenvolvidas por dois clientes. A difusão do conhecimento tem sido órgãos distintos (DETED / ESAP), dire- considerada relevante para qualquer tipo de cionando o foco da educação para as empresa, seja ela grande ou pequena, e para estratégias da Empresa. qualquer área da empresa, atingindo, desse modo a todos os que estão envolvidos nos seus Comprometida com a educação e o processos. desenvolvimento de seus colabora- dores, a implantação do sistema de 4.1. Conhecimento e Educação Corporativa Educação Corporativa pautado pela Davenport e Prusak (1998) definem conheci- gestão de pessoas por competências mento como “uma mistura fluida de experiência e vinculado às metas empresariais, condensada, valores, informação contextual e promovendo a aplicação do apren- insight experimentado, a qual proporciona uma dizado à realidade da ECT e estrutura para a avaliação e incorporação de melhorando continuamente a sua per- novas experiências e informações. D e s d e formance, conforme por Eboli (2004), a sua criação, a ECT tem desenvolvido intenso aconteceu com a criação de sua trabalho de qualificação profissional de seus Universidade Corporativa. Algumas colaboradores, utilizando programas de características específicas dos Correios capacitação estandardizados e/ou customiza- foram determinantes para a criação dos, sempre com foco em padrões de qualidade, da UNICO:
  • 22. • Empresa com demanda intensiva de 4.3. Práticas de educação corporativa Artigo 07 mão-de-obra – com um efetivo de As ações de educação corporativa estruturadas 110 mil empregados, sendo 48% de com foco nas competências e nos objetivos carteiros e 11% de profissionais que estratégicos propiciam aos empregados condi- atuam na triagem de objetos postais e ções de aprendizagem, por desenvolverem o no transbordo de malotes e caixetas, compartilhamento do conhecimento técnico e a atividades em que o há pouco uso de disseminação da cultura da Organização. tecnologias de suporte; Para Eboli (2004), as práticas de educação • Qualificação específica, não dispo- corporativa devem favorecer uma atuação nível no mercado – para os cargos profissional impregnada de personalidade, de carteiro, atendente de agência, operadores de triagem de corres- criando condições para o desenvolvimento do pondências e técnicos nas áreas de conhecimento criador e da postura empre- vendas e operações logísticas não endedora e para o fortalecimento de líderes eficazes. É nessa abordagem de atuação que 22 há profissionais prontos no mercado, demandando o desenvolvimento e a Universidade Corporativa dos Correios tem a implementação de programas de desenvolvido com sucesso as seguintes práticas: capacitação; • Modelo Pedagógico adotado pela ECT • Necessidade de padrão nacional de – modelo que orienta e estrutura todas as qualidade operacional considerando a ações comentadas anteriormente, visando a capilaridade de atuação – os profis- construção de um padrão de educação para sionais citados no item anterior devem toda a empresa, tendo como base o desen- atuar em todo o país dentro de padrões volvimento e o domínio de competências e o comuns de qualidade de atendimento foco em aprendizagens significativas; e operações; • Cidadania Postal – programa de ambientação • Intensificação do fortalecimento da pelo qual passam todos os novos empregados e marca Correios – aprimoramento contí- demais colaboradores para disseminação dos nuo da qualidade do atendimento e valores e processos da empresa, com dinâmicas, das operações e disponibilização de palestras e visitas a unidades operacionais e novos produtos e serviços que atendam administrativas; às expectativas dos clientes; • Comunidades de Prática – ambiente virtual • Suporte educacional para o de- para discussão de assuntos específicos entre senvolvimento das competências orga- profissionais de todo o país, promovendo o nizacionais necessárias ao enfrenta- compartilhamento de conhecimento e o registro mento do mercado concor-rencial documental; – desenvolvimento de programas de capacitação voltados para as • Capacitação Básica em Correios – programas competências críticas dos Correios, que de preparação dos novos empregados para o agreguem valor e contribuam para desenvolvimento de suas atividades específicas tornar a empresa mais competitiva, e de Correios, promovidos através de módulos de das competências profissionais técni- treinamento em serviço, presenciais e a distância, cas definidas dentro do modelo de com base em matrizes de desenvolvimento competências integradas adotado pe- profissional; la empresa; • Gestores Educadores – preparação dos • Qualificação da cadeia produtiva da gestores para atuarem como facilitadores empresa (cadeia de valor) – promoção de aprendizagem, atuando em sessões de de programas de capacitação alinha- Treinamento no Local de Trabalho – TLT, dos às estratégias de negócio para Treinamento em Serviço – TS e também os componentes da cadeia de valor como instrutores temporários em atividades envolvidos. presenciais;
  • 23. • Incentivo ao Autodesenvolvimento – programa Tradução Bernadette Siqueira Abrão. Artigo 07 de incentivo a elevação da escolaridade dos São Paulo: Futura. 5. ed. São Paulo, empregados, através do compartilhamento 2002. de despesas para cursos de graduação, pós- EBOLI, M. Educação corporativa no graduação e idiomas; Brasil: mitos e verdades. São Paulo: • Preparação Gerencial – desenvolvimento dos Editora Gente, 2004. níveis gerenciais – estratégico, tático e ope- FNQ, Fundação Nacional da racional, com foco no negócio da empresa, Qualidade. Critérios de Excelência perpassando as perspectivas do modelo de 2005. São Paulo: FNQ, 2008. gestão estratégica, gestão de pessoas, gestão FREIRE, Luís Carlos. Aprendizagem de processos, gestão de conhecimento e comu- Organizacional. Disponível em: http:// nicação; e, www.bb.com.br/appbb /portal/bb/ • Centros de Excelência em Educação – pólos unv/pub/Fasciculo.jsp>. Acesso em: descentralizados de produção de material 11 jun. 2007. 23 instrucional, de acordo com o segmento de GIL, Antônio Carlos. Como elaborar atuação da empresa em que determinada projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: unidade regional da empresa tem excelência Ed. Atlas, 2002. de desempenho. GONÇALVES, José Ernesto Lima. A necessidade de reinventar as empresas. 5. Conclusão RAE - Revista de Administração de Empresas, v. 38, n. 2, abr./jun. 1998. O relato técnico procurou apresentar a conexão existente entre o modelo de gestão, o modelo GONÇALVES, José Ernesto Lima. de educação corporativa e as formas como As empresas são grandes coleções são praticadas à gestão do conhecimento na de processo. RAE - Revista de Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – Administração de Empresas, v. 40, n. ECT. Foi demonstrado a importância de manter 1, jan./mar. 2000. o desdobramento das diretrizes estratégicas KUHN, T. S. A Estrutura das Revoluções se sustentando no alinhamento das práticas de Científicas. São Paulo: Perspectiva, gestão de conhecimento e educação corporativa 1995. a fim de buscar a sustentabilidade a longo NAIME, A.G.G. Gestão do Conheci- prazo da empresa. Os referenciais teóricos mento: Proposta de um modelo apli- de gestão, de gestão do conhecimento e de cável às agências de Correios. Tese educação corporativa fortaleceram a existência (Mestrado Profissionalizante em das práticas apresentadas pela empresa de Engenharia) – Escola de Engenharia. modo estruturado e sistematizado. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002. SCOTT, W. Richard. Organizations: 6. Referências rational, natural and open systems. 4. ALLIPRANDINI, Dário. Aprendizagem Organi- ed. Upper Saddle River: NJ. Prentice zacional. Disponível em: <http://www.numa. Hall, 1998. org.br/conhecimentos/conhecimentos_port/ TARAPANOFF, Kira. Métodos e Técni- pag_conhec/learning_enterprise.html>. Acesso cas para a Tomada de Decisão nos em: 11 de jun. 2007. Sistemas de Informação. Brasília: DAVENPORT, T.H. Ecologia da Informação. Thesaurus, 1995.
  • 24. Paulo Roberto Floriano Terraforum Juliana Vale Marques HSBC Luciano Xavier De Miranda HSBC.
  • 25. Resumo: O projeto Portal Intranet Brasil tem o • Aumentar produtividade; Artigo 08 objetivo de transformar a intranet do HSBC em • Melhorar relacionamento com clien- um portal avançado e com forte alinhamento tes; à estratégia corporativa e de negócios da • Aumentar vendas. empresa. Este relato técnico visa apresentar Antes de se iniciar o planejamento o processo de diagnóstico, definição da estra- necessário para que a iniciativa atinja tégia e resultados obtidos nas frentes do o alto grau de maturidade desejado, projeto: arquitetura de informação, conteúdo e foram feitas diversas atividades de gestão de mudanças. diagnóstico para que fosse descoberto Palavras Chave: gestão do conhecimento, por- o “ponto de partida” do processo – ou tal corporativo, estratégia, HSBC seja, foi constatado qual o estágio atual de evolução da intranet para 1 . INTRODUÇÃO saber quantos e quais passos devem ser dados até que o objetivo final seja 25 cumprido. As iniciativas de ferramentas digitais para comunicação corporativa e instrumento de Além do diagnóstico da ferramenta, trabalho - intranets e portais corporativos, em também foi feito um diagnóstico de seu estágio mais avançado – devem ser desen- negócio, que serviu de subsídio para volvidas e gerenciadas de maneira totalmente determinar as guias de evolução da interligada aos objetivos dos negócios e das intranet para permitir o alinhamento necessidades organizacionais. Um portal deve com a estratégia organizacional, e gerar ganhos para a organização tornando-se para mapear os problemas enfren- uma ferramenta indispensável para o trabalho tados hoje pelos colaboradores que diário dos colaboradores. podem ser atendidos pela intranet, que serão priorizados através de O projeto Portal Intranet Brasil do HSBC, ações de planejamento de iniciativas. elaborado pela área de e-business e executado em conjunto com a TerraForum Consultores, visa transformar a intranet do HSBC em um portal avançado e com forte alinhamento em relação 2 . DESENVOLVIMENTO à estratégia corporativa e de negócios da 2.1 Contexto empresa. A HSBC Holdings plc atende mais de O projeto teve início com a definição dos 128 milhões de clientes ao redor do objetivos da intranet, descritos a seguir: mundo, por meio de 10 mil agências em 83 países e territórios. Com ativos Ser a melhor ferramenta de trabalho diário de cerca de US$ 2,3 bilhões (2007), o para o colaborador; HSBC é uma das maiores organizações Estar acessível a partir de qualquer local e mundiais de serviços bancários e dispositivo (celular, palm, notebook, etc); financeiros. O HSBC Bank Brasil é uma Estimular o compartilhamento do conhecimento subsidiária integral do grupo. Com e a produção da inteligência corporativa; sede em Curitiba, PR, conta com 2,3 mil pontos de atendimento em 565 Melhorar a comunicação interna. municípios do país. Em 2007, obteve O processo de definição dos objetivos do lucro líquido de R$ 1,24 bilhão, o portal esteve intimamente ligado à estratégia maior resultado desde o início de suas da organização. Todos os objetivos listados operações no país, em 26 de março acima possuem impacto direto nos objetivos de de 1997. negócio do HSBC: A intranet do HSBC possui 30 mil • Aumentar satisfação dos colaboradores em usuá-rios, distribuídos por todas as trabalhar no HSBC Brasil; regiões do Brasil – incluindo terceiros. • Reduzir custos; O projeto teve início em 2007, com a