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ISSN 1981-5751




                                                                                                                       A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 06. fevereiro de 2008
A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 06. fevereiro de 2008 • Árvore do Conhecimento




                                                                                                                 O PAPEL DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO AUXÍLIO À ENGENHARIA E GESTÃO DO CONHECIMENTO

                                                                                                                 GESTÃO DO CONHECIMENTO PARA PROFISSIONAIS LIBERAIS
                                                                                                                 UmA metodoloGIA pARA A expANSão SUSteNtÁvel doS NeGóCIoS de pRofISSIoNAIS lIBeRAIS empReeNdedoReS

                                                                                                                 ANáLISE, AvALIAÇÃO E OTIMIzAÇÃO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO
SUmÁRIo

                                               editorial
                                           por elisabeth Gomes
                                                                   04
                                            Artigo 01
              Gestão do Conhecimento e educação a distância.
                                                                   07
    entrevista concedida pelo dr. domingo Gallego à diretora
         de Relações Internacionais da SBGC, lourdes martins.
                             tradução: Sonia Goulart (SBGC).

                                            Artigo 02
             Como identificar os vários estilos de aprendizagem
                                                                   11
e utilizá-los como facilitadores da construção do conhecimento.
                               por daniela melaré vieira Barros

                                            Artigo 03
         o papel da tecnologia da informação como auxílio à
                                                                   13
                      engenharia e Gestão do Conhecimento.
     Por Giuvania Terezinha Lehmkuhl, Carla Rosana da Veiga
                              e Gregório Jean Varvakis Rado

                                            Artigo 04
         Gestão do Conhecimento para profissionais liberais -
                                                                   19
              Uma metodologia para a expansão sustentável
        dos negócios de profissionais liberais empreendedores
                                  Por Fabrício Yutaka Fujikawa

                                            Artigo 05
 Implantando um programa de lições aprendidas nas organizações.
                                                                   28
                                          por Alexandre Bello

                                            Artigo 06
 Análise, avaliação e otimização de Gestão do Conhecimento.
                                                                   33
                          por feruccio Bilich e Ricardo da Silva

                                Resenha do livro                   38
              Resenha do livro “A Estratégia do Oceano Azul”.
                              Por Eric Eustáquio M. dos Santos

                                                Agenda
                                         eventos Internacionais
                                                                   41
            direto dos pólos e Núcleos                             42
                    palavra da SBGC
                                             por Heitor pereira
                                                                   43
expediente
   expedIeNte

           Uma publicação da:      Rivadávia Correa Drummond de
SBGC – Sociedade Brasileira de     Alvarenga Neto
      Gestão do Conhecimento       Roberto pacheco
              www.sbgc.org.br      Rodrigo Baroni
                                   Serafim Firmo de Souza Ferraz
                                   Silvio Aparecido dos Santos




                                                                   03
    Integrantes permanentes do     Sonisley machado
   Conselho Científico da SBGC     Walter félix Cardoso Jr.

                   presidente:
   Neusa maria Bastos f. Santos    RevIStA GC BRASIl

                                   editora-Chefe:
   Alberto Sulaiman Sade Júnior
                                   elisabeth Gomes
          Aline frança de Abreu
           Carlos olavo Quandt     produção executiva:
                  Chu Shao Yong    maria de lourdes martins
                 eduardo moresi
                                   Supervisor editorial:
       faimara do Rocio Strauhs
                                   maurício Gomes
 fernando Antônio Ribeiro Serra
      Hélio Gomes de Carvalho      Jornalista Responsável:
                 Gilson Schwartz   Cristiano pio mG 09315 Jp
          Guilherme Ary Plonski
                                   Revisão:
        Helena pereira da Silva
                                   Isabella Braz
                    Helena tonet
               João Amato Neto     diagramação:
   Jorge tadeu de Ramos Neves      Ana mambrini
           José Ângelo Gregolin
                                   edição de Imagens:
                  José Rodrigues   maria de lourdes martins e
                 Kira tarapanoff   Ana mambrini
     marília m.R. damiani Costa
          moacir de m. oliveria    design:
  mônica erichsen Nassif Borges    Quinto elemento
                 Raquel Balceiro   tecle conosco:
               Resilda Rodrigues   gcbrasil@sbgc.org.br
           Ricardo Roberto Behr
editorial
04




            edItoRIAl




            A revista GCBrasil, no seu sexto número, vem abordar um tema muito em “moda”: a Educação
            Corporativa nas suas várias nuances, desde estilos de aprendizado até a relação com a
            Gestão do Conhecimento. para abrir este número temos uma entrevista concedida pelo dr.
            domingo J. Gallego, à diretora de Relações Internacionais da SBGC, lourdes martins, sobre
            esta relação. o entrevistado discute, principalmente, como a Gestão do Conhecimento e os
            Estilos de Aprendizagem podem significar uma nova forma de pensar o trabalho para as
            áreas de Gestão de Pessoas nas empresas e como estes Estilos ensinam às pessoas a gerir
            sua própria capacidade de aprender. Bom e útil texto para quem trabalha com educação.
            em seguida a dra daniela Barros, do lANteC, da UNICAmp discute este tema, mostrando
            com muita propriedade como identificar os vários estilos de aprendizagem e utilizá-los como
            facilitadores da construção do conhecimento. Sugiro a vocês, leitores, que leiam primeiro o
            artigo da Dra Daniela e, em seguida mergulhem na entrevista do Dr Galego. Será ótimo!
            No entanto o mundo do Aprendizado e da Gestão do Conhecimento não se restringe apenas
            a teorias e aplicações metodológicas. existe a necessidade do uso de tecnologias para apoio.
            Sendo assim apresentamos a vocês um artigo sobre o papel da tecnologia da informação
            como auxílio à engenharia e gestão do conhecimento, onde os autores apresentam os
            elementos que compõem um ambiente computacional, bem como ressaltam a importância das
            tecnologias de informação como diferencial competitivo para as organizações, auxiliando-
            as na tomada de decisão. Ao longo do texto, o leitor terá uma maior compreensão sobre a
            importância da tecnologia de Informacao aliada a Gestão do Conhecimento, culminando num
            ferramental tecnológico que interage com os usuários e possibilita a criação, disseminação,
            utilização e a proteção do conhecimento.
            Em seguida optamos por editar e publicar um artigo onde profissionais liberais consigam
            ver como usar Gestão de Conhecimento, seja como processo, seja como apoio tecnológico
para a expansão sustentável dos negócios. Neste artigo, o autor apresenta um metodologia




                                                                                             editorial
simples, apoiada por um ferramental de sistema de informação acessível à capacidade de
investimento dos profissionais liberais, para formação da memória organizacional e suporte
à execução de suas atividades, compondo os alicerces de uma expansão sustentável de
negócios e equipe. E, o que parecia para alguns ser impossível, parece que não é. Gestão
de Conhecimento para profissionais liberais ! Leiam e comentem conosco a aplicabilidade.
leiam também o texto de Alexandre Bello sobre como implantar um programa de lições
Aprendidas onde são apresentados e discutidos os pontos principais desta prática e seus
fatores críticos de sucesso. É um texto escrito de forma fácil e leve.




                                                                                             05
E, por fim, aquela velha questão: implantamos práticas de Gestão do Conhecimento e como
vamos medi-las? Pois bem, neste número temos um artigo que mostra e aplica um modelo
de análise, avaliação e otimização de gestão do conhecimento utilizando métodos de
multicritério. Vá até lá, leia, analise e aplique.
Para terminar temos ainda uma resenha sobre um livro, que em minha opinião, é um dos
mais importantes da última década sobre o tema estratégia empresarial: “A estratégia do
Oceano Azul – Como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante” dos autores
W. Chan Kim e Reneé mauborgne. mas esta resenha é diferente. ela mostra o conteúdo do
livro sob uma ótica empreendedora. Confira.
 e, para terminar damos os parabéns à SBGC, por ter se tornado uma oSCIp. Na coluna
Palavras da SBGC, o presidente da SBGC conta como isto de deu e quais os planos da
sociedade para o futuro.


Boa leitura e até o numero sete !




                                                     elisabeth Gomes
                                              editora-Chefe da GC Brasil
                                            Coordenadora de Conteúdo e
                                                    publicações da SBGC
Gestão do Conhecimento
 e Educação a Distância
                      entrevista concedida pelo
                dr. domingo Gallego à diretora
            de Relações Internacionais da SBGC,
                                lourdes martins.
               tradução: Sonia Goulart (SBGC).
                            maio, 2008. madrid.
1. Qual é a relação entre a teoria dos Estilos       4. Os Estilos de Aprendizagem




                                                                                               Artigo 01
de Aprendizagem, a Educação Corporativa e            ensinam às pessoas a gerir sua
a Gestão do Conhecimento?                            própria capacidade de aprender e
                                                     construir seu conhecimento com mais
A teoria dos estilos de Aprendizagem se              eficiência?
refere à maneira como as pessoas aprendem,
em qualquer idade, em qualquer contexto. A           Uma aplicação correta da teoria
educação corporativa (suponho que você quer          dos Estilos de Aprendizagem na
dizer “formação na empresa”) refere-se a um          organização tem duas dimensões. Por
momento concreto e a um contexto específico da       um lado, os designers pedagógicos
aprendizagem: na organização. A Gestão do            e instrucionais podem preparar mais




                                                                                               07
Conhecimento é uma teoria cronologicamente           adequadamente os conteúdos de
posterior, nascida na empresa e que se pode          forma direcionada ao público-alvo
e se deve ter em conta em outros contextos.          dos programas de capacitação e
Portanto, Estilos de Aprendizagem e Gestão do        formação continuada. e por outro lado,
Conhecimento são duas linhas de reflexão que         o fato de cada indivíduo conhecer
devem incidir significativamente na Educação         seu perfil de estilo de aprendizagem
Corporativa.                                         pode ajudar significativamente no
                                                     metaconhecimento, isto é, na ampliação
2. Como o conhecimento dos Estilos de                da consciência pessoal de seu próprio
Aprendizagem pode ajudar na construção do            processo de aprendizagem.
conhecimento corporativo e facilitar o processo
de Gestão do Conhecimento?                           Se hoje dizemos que a aprendizagem
                                                     dura toda a vida, que devemos estar
Um dos contextos em que a teoria dos estilos         sempre aprendendo para não ficarmos
de Aprendizagem se desenvolveu de maneira            obsoletos, conhecer nossas preferências
relevante é nos desenhos de programas de             de aprendizagem e trabalhar para
capacitação e formação continuada nas                ampliar ao máximo essas preferências
organizações. As investigações de Kolb, Honey,       fazem com que nossa capacidade
mumford, e as desenvolvidas por Alonso e             de aprender se potencialize. Por
Gallego demonstraram que um diagnóstico              isso quando atualmente fazemos um
dos Estilos de Aprendizagem dos participantes        processo seletivo, procuramos pessoas
de capacitações corporativas pode auxiliar           capazes de levar a cabo a tarefa
significativamente no desenho adequado de            relacionada ao posto de trabalho
atividades, práticas, avaliações e, defini-          para o qual serão contratadas e,
tivamente, melhorar os processos de apren-           mas, além disso, capazes de aprender
dizagem, abreviando os tempos dedicados ao           novas capacidades no futuro.
aprendizado e otimizando os resultados.
                                                     5. Existe algum estudo sobre
3. A Gestão do Conhecimento e os Estilos de          empresas que conhecem os estilos de
Aprendizagem podem significar uma nova               aprendizagem de seus colaboradores
forma de pensar o trabalho para as áreas de          e conseguiram gerenciar com
Gestão de Pessoas nas empresas?                      mais facilidade a aprendizagem
                                                     corporativa, e assim serem mais
Certamente. existe o perigo de utilizar a formação
                                                     competitivas?
continuada como elemento “cosmético” apenas
para incluir nos catálogos anuais da empresa,        Já há alguns anos muitas empresas
sem que ela influencie realmente na melhoria da      do Reino Unido e algumas empresas
organização. Se quisermos chegar ao fundo dos        espanholas iniciam seus processos de
processos e construir autênticas organizações        capacitação e educação continuada
que aprendem é imprescindível incluir, desde o       com um diagnóstico dos estilos de
início do desenho das políticas de Gestão de         Aprendizagem dos participantes. Em
Pessoas, os enfoques que favorecem os Estilos de     Portugal existem hoje muitas empresas
Aprendizagem e a Gestão do Conhecimento.             do setor financeiro que levam em
conta os Estilos de Aprendizagem. São
Artigo 01



            desenhados cursos nos quais o primeiro
            momento consiste no diagnóstico dos
            participantes com o questionário
            CHAeA.1 A seguir se atribui aos alunos
            um dos quatro itinerários formativos
            especialmente desenhados para cada
            um dos quatro estilos de aprendizagem.
            Na página da Associação de
            entidades financeiras de portugal o
            UNIBANCo oferece a possibilidade
08




            de fazer um auto-diagnóstico de
            Estilos de Aprendizagem, por meio
            de um questionário simplificado com
            12 perguntas ou por meio da versão
            integral do questionário CHAEA com
            suas 80 perguntas. (Ver: http://www.
            unibanco.pt)
            6. O professor que conhece os Estilos    dr. domingo J. Gallego, UNed, espanha.
            de Aprendizagem de seus alunos
            poderá prover melhor aprendizagem
            e maior eficiência ao ensino?            Dr. Domingo J. Gallego é doutor em Filosofia
            Tradicionalmente     é    preconizado    e letras pela Universidade Complutense de
            aos docentes que atentem para            Filosofia e Ciências da Educação em Madrid,
            a importância de conhecer bem            espanha.
            o aluno, para centrar-se em suas         professor titular da faculdade de educação da
            características e personalizar a         UNed – espanha.
            aprendizagem. Um diagnóstico dos         Atuou como organizador principal em treze
            Estilos de Aprendizagem favorece o       Congressos Internacionais de Informática
            conhecimento e a adaptabilidade dos      educativa e três Congressos Internacionais de
            desenhos pedagógicos e instrucionais.    Estilos de Aprendizagem.
            Também favorece que o docente ajude      É co-diretor do mestrado de “tecnologías
            a cada aluno a desenvolver o mais        para la Educación y el Conocimiento”, UNED,
            possível suas capacidades de aprender    espanha.
            e desenvolver os quatro estilos de
            aprendizagem. Para colaborar nesta       Coordena pesquisas na área de Gestão do
            tarefa um dos capítulos de nosso livro   Conhecimento e educação a distância, possuindo
            “Estilos de aprendizagem” 2explica       várias publicações nessas áreas. Entre as mais
            as maneiras de desenvolver os estilos    conhecidas estão:
            pessoais de aprendizagem e como          AloNSo, C.m.; GAlleGo, d.J.; HoNeY, p.
            superar os possíveis bloqueios que       Estilos de Aprendizaje. Que són. Como se
            algumas pessoas possam ter diante de     diagnostican. Bilbao: Mensajero, 1994
            diferentes formas de aprender.           GAlleGo, d.J.; oNGAllo, C. Conocimiento
            Sugerimos visitar também nossa revista   y Gestión. madrid: pearson & prentice Hall,
            “Estilos de Aprendizagem”: www.          2004.
            estilosdeaprendizaje.es                  e-mail: gallego@edu.uned.es

                                                     1 CHAeA – Cuestionario Honey-Alonso de Estilos de Aprendizaje. C.M.
                                                     Alonso (1999)
                                                     2 Alonso, C.M.; Gallego, D.J. e Honey, P. (2005) Estilos de aprendizaje.
                                                     Bilbao: mensageiro.
Como IdeNtIfICAR
oS vÁRIoS eStIloS
de ApReNdIZAGem
E UTILIZÁ-LOS COMO FACILITADORES DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO



                                         daniela melaré vieira Barros
                                     Pesquisadora do LANTEC – UNICAMP
                                                    dmelare@gmail.com
O grande desafio das organizações atualmente      estilos de Aprendizagem




                                                                                               Artigo 02
é atrair e reter colaboradores, clientes,
fornecedores e transformá-los em parceiros        entendendo os elementos das tecno-
e criadores de conhecimento. A estratégia         logias no âmbito educativo e suas
empresarial deverá estar fortemente apoiada       conseqüências, percebe-se que a
em um conjunto de ações que garantam a            educação sofre essas alterações e,
educação continuada de todas as pessoas que       conseqüentemente, tenta de alguma
constituem o capital humano da organização.       forma adaptar-se ao processo. essa
Mas para que a educação continuada aconteça       adaptação requer inovações no
é preciso que seja estruturada sob medida         contexto teórico e em toda a estrutura
para as necessidades específicas de cada ator     didática. A teoria dos estilos de




                                                                                               11
envolvido no processo e também valorize suas      aprendizagem contribui muito para
competências e habilidades e que possibilite a    a construção do processo de ensino
efetividade na comunicação e na colaboração.      e aprendizagem na perspectiva das
                                                  tecnologias, porque considera as
Sabemos a importância da educação Corporativa     diferenças individuais e é flexível, o que
(eC) dentro de um processo de Gestão do           permite estruturar as especificidades
Conhecimento (GC), pois é uma ferramenta          voltadas as tecnologias.
que facilita a construção e socialização do
                                                  Os estilos de aprendizagem de
conhecimento individual e empresarial.
                                                  acordo com Alonso e Gallego (2002),
A educação Corporativa (EC) eficiente é           com base nos estudos de Keefe
uma ferramenta robusta para a vantagem            (1998) são rasgos cognitivos, afetivos
competitiva da empresa e o uso das tecnologias    e fisiológicos, que servem como
de informação e comunicação (tICs) são            indicadores relativamente estáveis de
amplamente utilizadas principalmente quando       como os alunos percebem, interagem
a empresa utiliza a Educação a Distância.         e respondem a seus ambientes de
Para facilitar a aprendizagem no ambiente         aprendizagem.
empresarial, com qualidade e escala as
                                                  os estilos de aprendizagem referem-se
empresas têm, portanto um grande desafio
                                                  a preferências e tendências altamente
que é desenvolver cursos que atendam o
                                                  individualizadas de uma pessoa,
maior número de pessoas específicas, segundo
                                                  que influenciam em sua maneira de
suas habilidades e competências para atingir
                                                  apreender um conteúdo. Conforme
metas especificadas com eficácia, eficiência e
                                                  Alonso e Gallego (2002), existem
obtendo também satisfação em um contexto de
                                                  quatro estilos definidos: o ativo, o
utilização.
                                                  reflexivo, o teórico e o pragmático.
Como intuito de favorecer o aprendizado           • estilo ativo: valoriza dados da
contínuo e de alta qualidade e eficiência a EC    experiência, entusiasma-se com tarefas
deve oferecer uma gama de possibilidades          novas e é muito ágil;
trazendo soluções e opções para que cada          • estilo reflexivo: atualiza dados,
indivíduo busque aprender e assim, possa          estuda, reflete e analisa;
compartilhar, segundo seu ritmo, competências
                                                  • estilo teórico: é lógico, estabelece
e habilidades.
                                                  teorias, princípios, modelos, busca a
Torna-se, portanto fundamental que a              estrutura, sintetiza;
empresa conheça e identifique qual o estilo de
                                                  • estilo pragmático: aplica a idéia e
aprendizagem predominante em cada indivíduo       faz experimentos.
e direcione a criação do projeto pedagógico
segundo estes parâmetros que irá possibilitar a   essa teoria não tem por objetivo medir
ampliação do que consideramos como formas         os estilos de cada indivíduo e rotulá-lo
de aprender, de acordo com as competências e      de forma estagnada, mas, identificar
habilidades pessoais do indivíduo.                o estilo de maior predominância na
forma de cada um aprender e, com           partindo dessas idéias e das análises de Kolb
Artigo 02



            isso, elaborar o que é necessário          (1981), Honey e mumford (1988) in Alonso e
            desenvolver      nesses     indivíduos,    Gallego (2002) elaboraram um questionário
            em relação aos outros estilos não          e destacaram um estilo de aprendizagem que
            predominantes. esse processo deve ser      se diferenciou de Kolb em dois aspectos: as
            realizado com base em um trabalho          descrições dos estilos são mais detalhadas e
            educativo que possibilite que os outros    se baseiam na ação dos diretivos; as respostas
            estilos também sejam contemplados na       do questionário são um ponto de partida e não
            formação do aluno.                         um fim, isto é, são um ponto de diagnóstico,
                                                       tratamento e melhoria. O questionário está
            o tipo de aprendizagem que a influ-        disponível em: www.estilosdeaprendizaje.es.
12




            ência da tecnologia potencializa nos
            contextos atuais passa necessariamente     O questionário dos estilos de aprendizagem
            por dois aspectos: primeiramente, a        pode ser aplicado em diversas situações
            flexibilidade e a diversidade e, em        de aprendizagem, independente da área
            seguida, os formatos.                      ou conteúdo a ser desenvolvido. também
                                                       destacamos que o teste identifica como já foi
            Kolb (1981) in Alonso e Gallego (2002)     afirmado somente a tendência de aprendizagem
            destacou que a forma de aprender           caracterizada para aquele momento, podendo
            é fruto da herança que trazemos,           ser flexível de acordo com o desenvolvimento
            das experiências anteriores e das          pessoal.
            exigências atuais do ambiente. para
            ele, cinco forças condicionam os estilos   Referências
            de aprendizagem: o tipo psicológico,       ALONSO, C. M.; GALLEGO, D. Aprendizaje y
            a especialidade que o indivíduo está       ordenador. Madrid: Dykinson, 2000.
            em relação a sua profissão, a sua
            carreira profissional e as exigências      AloNSo, C. m.; GAlleGo, d. J.; HoNeY, p.
            que elas trazem, o posto de trabalho       Los estilos de aprendizaje: procedimientos
            ao qual está vinculado e a capacidade      de diagnóstico y mejora. Madrid: Mensajero,
            de adaptação ao posto que estiver          2002.
            ocupando, que exige determinada
            competência.                               www.estilosdeaprendizaje.es
o pApel dA
teCNoloGIA
dA INfoRmAÇão
Como AUxÍlIo À
eNGeNHARIA
e GeStão do
CoNHeCImeNto
Giuvania Terezinha Lehmkuhl
especialista - eGC/UfSC
eletrosul Centrais elétricas S.A
giulehmkuhl@eletrosul.gov.br

Carla Rosana da veiga
Historiadora e mestranda eGC/UfSC
veiga@icablenet.com.br
Gregório Jean Varvakis Rado
engenheiro e doutor UGC/UfSC
grego@deps.ufsc.br
1 INTRODUÇÃO                                controle a operação. E como qualquer outro
Artigo 03



            o contexto mundial vive permanen-           sistema, um sistema de informação opera dentro
            temente submetido às implicações decor-     de um ambiente”.
            rentes de grandes transformações            Com o intuito do melhor posicionamento acerca
            nos cenários políticos, econômicos e        do papel do ambiente computacional nas
            tecnológicos, trazendo como conse-          organizações desenvolveu-se a figura 1, onde
            qüência direta à necessidade dos            está demonstrada a posição do ambiente
            diversos atores sociais encontrarem         computacional como parte integrante do ambiente
            as estratégias mais adequadas a este        organizacional, as tecnologias de informação
            ambiente de constantes mudanças.            que integram o Ambiente Computacional e,
            A informação nesse novo cenário passa       como esse ferramental tecnológico interage
14




            a ser considerada um recurso essencial      com os usuários possibilitando a criação, a
            nas tomadas de decisões. Para Beck          disseminação, a utilização e a proteção do
            (2007), “atualmente, toda empresa           conhecimento, que segue:
            está envolta com amplos e diversos
            tipos de informação e, para competir
            neste contexto dinâmico, o segredo do
            sucesso é a agregação de valor a partir
            do acesso, do tratamento, da utilização
            e da disseminação da informação”.
            A partir dessa premissa o gerenciamento
            do conhecimento na empresa será
            o mais importante patrimônio. A
            distribuição da informação precisará
            de um novo modelo de tecnologia de
            informação e gestão. Uma empresa
            inserida na sociedade da informação
            e do conhecimento deverá conseguir                     figura 01- Ambiente Computacional
            tirar vantagens do uso das modernas                   fonte: elaborada pelos autores (2007)
            tecnologias da informação porque isso       Na visão de Rezende e Abreu (2000), um
            resultará em competitividade.               sistema de informação eficiente pode ter um
            2 O AMBIENTE COMPUTACIONAL                  grande impacto na estratégia corporativa e no
            embora não exista um conceito formado       sucesso da empresa. Entre os benefícios que as
            sobre o que vem a ser um ambiente           empresas buscam estão: suporte a tomada de
            computacional, a revisão bibliográfica      decisão, valor agregado ao produto, melhor
            sobre o tema possibilitou perceber          serviço e vantagem competitiva, produtos de
            que um ambiente computacional               melhor qualidade entre outros.
            integra os recursos de um “Sistema de       As tecnologias de informação mais utilizadas
            Informação”. Esse Sistema, segundo          para implementação e viabilização da gestão
            o´Brien (2003), é formado por: dados;       do conhecimento conforme Cândido e filho
            Redes; Hardware; Software e Pessoas.        (2003) são: videoconferência, growpware,
            No conceito de turban et all (2003),        painéis eletrônicos e grupos de discussão, bases
            “Um sistema de informação – SI, coleta,     de dados on-line, Cd-Roms, Internet, Intranets,
            processa, armazena, analisa e dissemina     sistemas especialistas, agentes de pesquisa
            informações com o propósito especifico.     inteligentes, data warehouse/data mining e
            Como qualquer outro sistema, um             gerenciamento eletrônico de documentos -
            sistema de informação abrange entradas      Ged. essas tecnologias pertencem ao ambiente
            (dados), saídas (relatórios, cálculos),     computacional.
            processa essas entradas e saídas e gera     A partir dos conceitos de mcCune (1999), se
            saídas que são enviadas para o usuário      observa como as tecnologias de informação
            ou outros sistemas. É possível incluir um   explicitadas no parágrafo acima são aplicadas
            mecanismo de resposta feedback – que        de forma a contribuir para a Gestão do
Conhecimento. o autor estrutura a tI aplicada                     e Abreu (2000), veio para atender




                                                                                                            Artigo 03
à GC, a partir de dois grupos:                                    à complexidade e as necessidades
• o primeiro, embasado na tecnologia de                           empresariais. para Cândido e filho
informação que propicia subsídios a tomada                        (2003), dada às características
de decisão e a elaboração de estratégias a                        do atual ambiente de negócios
partir de novos bancos de dados originados                        e de gestão a necessidade das
dos bancos de dados operacionais. pertencem                       organizações serem cada vez mais
a este grupo o data warehouse, data mining e                      adaptáveis, flexíveis e ágeis, suas
data mart.                                                        estruturas e processos precisam estar
• o segundo grupo é o da tecnologia da                            permanentemente sendo reavaliados,
informação, que além de fornecer suporte                          reestruturados e revitalizados. Neste




                                                                                                            15
para a tomada de decisão, se volta para a                         contexto, a tecnologia de Informação -
disseminação do conhecimento na organização,                      TI, terá que identificar encontrar e/ou
seja através de melhores práticas de trabalho,                    desenvolver, implementar tecnologias
seja através do registro de discussões para a                     e sistemas de informação que apóiem
disseminação de conhecimento, caracterizada                       a comunicação empresarial e a troca
pelo Groupware e intranet.                                        de idéias e experiências.
É indiscutível que a TI exerce um importante                      Para Rezende e Abreu (2000), as
papel no âmbito da gestão do conhecimento.                        empresas devem evoluir da empresa
A partir de sua aplicabilidade, distâncias são                    chamada tradicional para empresa
rompidas, a transferência do conhecimento                         baseada na informação, que se
é feita de forma on-line, propiciando que o                       diferem principalmente nos quesitos
conhecimento de uma pessoa ou de um grupo                         apresentados abaixo:
seja retirado, estruturado e empregado por                        Nos últimos anos, o conhecimento tem




                tabela 01 – diferença de empresa tradicional para a empresa baseada na informação
                                          Fonte: Rezende e Abreu (2000)

outros membros de uma organização, bem como                       se tornado um recurso cada vez mais
seus parceiros de negócios em todo o mundo.                       estratégico para as organizações
“A capacidade dos computadores tem pouca                          buscarem sua competitividade e
relevância para o trabalho do conhecimento, mas                   sobrevivência: surgem assim as organi-
os recursos de comunicação e armazenamento                        zações baseadas no conhecimento.
de computadores ligados em rede fazem deles                       Desta forma GARVIN (1993) afirma
propiciadores do conhecimento”. Davenport e                       que o conhecimento organizacional
Prusak (1998).                                                    pode se manifestar de várias formas,
3 A TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO COMO                                 geralmente através de práticas
AUXÍLIO A GESTÃO DO CONHECIMENTO                                  estruturadas ou não. O conjunto de tais
A Tecnologia da Informação, segundo Rezende                       práticas estruturadas é o que constitui
a chamada Gestão do Conhecimento.           clientes.
Artigo 03



            embora o foco de estudo das                 Crawford (2005, p. 3) clarifica que conheci-
            organizações do conhecimento se             mento é conhecimento explícito e tácito, ambos
            estabeleça em torno de empresas de          produzidos de forma coletiva, sendo o conhe-
            tecnologia ou de serviços, é possível       cimento organizacional de caráter social. A
            entender que qualquer organização,          gestão do conhecimento é simultaneamente uma
            independente de seu porte ou setor,         meta e um processo. Como um resultado, ou meta,
            desenvolve e possui um acúmulo de           a gestão do conhecimento é completamente
            conhecimento.                               focalizada no compartilhamento de informações
            Uma empresa baseada em conhecimento         para o benefício da organização. Um projeto
            é uma organização de aprendizagem           de gestão do conhecimento não é tanto sobre o
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            que reconhece o conhecimento como um        controle sobre o compartilhamento, mas como o
            recurso estratégico, e cria conhecimento    conhecimento organizacional se comporta como
            que pode ser processado internamente        um recurso estratégico. o incremento deste
            e utilizado externamente, aproveitando      valor pode ocorrer por meio da conversão
            o potencial de seu capital intelectual,     do conhecimento explicitado pela estratégia
            onde o trabalhador do conhecimento é        em ações operacionais que promovam o
            o componente crítico (GARvIN, 1993).        conhecimento tácito dos agentes envolvidos na
            Oliveira (2003) relata que o bem mais       rede de relacionamento.
            importante de uma organização é o           Oliveira (2003) descreve que a gestão do
            conhecimento, ou capital intelectual, e     conhecimento cuida de agregar valor às
            este capital inclui o conhecimento tácito   informações, e é um processo continuo de
            como a experiência armazenada               aprendizagem, que se dá pela sinergia das
            por cada empregado organização              informações e pela capacidade das pessoas.
            e o conhecimento explícito como os          O conhecimento tácito e o conhecimento explícito,
            documentos, políticas e procedimentos       de acordo com Nonaka e Takeuchi (1997), não
            existentes. O conhecimento tácito para      são entidades totalmente separadas, mas sim
            ser transmitido precisa ser convertido      complementares, interagem entre si e realizam
            em palavras, números ou imagens que         trocas nas atividades criativas dos seres humanos.
            todos da empresa possam entender.           E para esta interação existem quatro modos
            Nesse processo de conversão do              de conversão à Socialização (conhecimento
            conhecimento tácito para o explícito é      tácito em conhecimento tácito); Externalização
            que o conhecimento organizacional é         (conhecimento      tácito     em     conhecimento
            criado.                                     explícito); Combinação (conhecimento explícito
            oliveira (2003) salienta também             em conhecimento explícito); e Internalização
            que o conhecimento e a experiência          (conhecimento explícito em conhecimento tácito).
            adquiridos com o tempo criam                esses conteúdos do conhecimento interagidos
            vantagens competitivas que não podem        entre si, culminam em uma espiral de criação
            ser copiadas, onde numa economia            do conhecimento.
            incerta, apenas o conhecimento é fonte      Conforme pereira (2003), os processos
            segura de vantagem competitiva.             de Gestão do conhecimento, incluem as
            Conforme Nonaka e Takeuchi (1997),          funções de identificação; captura; seleção
            a competição é uma batalha constante        e validação; organização e armazenagem;
            e penosa para as empresas, não              compartilhamento e distribuição; aplicação; e
            podendo relaxar e ser complacente.          criação, assim integrando estes conceitos numa
            o medo de perder impulsiona as              visão sistêmica da gestão do conhecimento.
            empresas a prever mudanças e inventar       No que tange as principais funções componentes
            algo novo, uma nova tecnologia, um          do processo de Gestão do Conhecimento,
            projeto de produto, um novo processo        destacam-se as seguintes características
            de produção, uma nova estratégia            (BeCKmAN, 1999; dAveNpoRt e pRUSAK,
            de marketing, uma nova forma de             1998; peReIRA, 2003):
            distribuição ou nova forma de servir os     a) Identificação: esse processo está voltado
para questões estratégicas, dentre elas            A retenção e transformação podem ser




                                                                                             Artigo 03
identificar que competên-cias são críticas para    trabalhadas dentro de uma perspectiva
o sucesso da organização (competências essen-      de apoio aos sistemas organizacionais,
ciais).                                            e, então, se incorporariam os sistemas
b) Captura: o processo de captura representa       computacionais de auxílio, integrados
a aquisição de conhecimentos, habilidades e        às bases de conhecimento (computer-
experiências necessárias para criar e manter as    assisted knowledge system), sendo
competências essenciais e áreas de conhecimento    estas vistas como repositórios de
selecionadas e mapeadas.                           conhecimento. São exemplos desta
c) Seleção e Validação: o processo de selecionar   segunda forma de aplicação das
e validar conhecimento visa filtrar, avaliar a     bases de conhecimento: os data




                                                                                             17
qualidade e sintetizar o conhecimento para fins    warehouse, os sistemas de informação
de aplicação futura. Nem todo o conhecimento       gerencial, sistemas de apoio à decisão,
gerado, recuperado ou desenvolvido deve ser        sistemas de gestão integrada, entre
armazenado na organização.                         outros. A dimensão da disseminação
d) Organização e Armazenagem: o objetivo           pode ser entendida via tecnologias
desse processo é garantir a recuperação            de informação e de comunicação,
rápida, fácil e correta do conhecimento, por       no entanto a visão do processo de
meio da utilização de sistemas de armazenagem      criação do conhecimento de Nonaka
efeti-vos. o conhecimento, a expertise e a         e Takeuchi (1997) e Nonaka e
experiência informais ou não estruturados, de      Ryoko (2003) e dos espaços para a
posse somente dos indivíduos da organização        criação de conhecimento de Nonaka
e não compartilhados por meio de mecanismos        e Konno (1998) explicam de maneira
adequados, são facilmente perdidos e               mais completa a disseminação de
esquecidos e não podem ser organizados e           conhecimento.
armazenados para aplicação em processos,           4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
produtos e serviços da organização.                As tIC´s inegavelmente podem
e) Compartilhamento (acesso e distribuição):       desempenhar papéis de suma
A prática das organi-zações demonstra que,         importância no processo de construção
em geral, muitas informações e conhecimentos       e disseminação do Conhecimento
per-manecem restritos a um grupo pequeno           nas organizações. Os avanços da
de indivíduos. Além disso, mesmo quando            tecnologia da informação facilitam os
disponíveis, não estão em tempo hábil e nem no     processos requeridos pela Gestão do
local apropriado. Nesta questão, a facilidade      Conhecimento, como a coleta, a seleção,
de acesso torna-se ponto crítico do processo de    a disponibilização e, a disseminação
compartilhamento.                                  de informações, porém existe uma
f) Aplicação: mesmo que os conhecimentos,          barreira final que é a tradução pelos
experiências e informações estejam disponíveis     homens, dessa informação e sua
e compartilhadas, é fundamental que sejam          transformação em ações. A tecnologia
utilizadas, e que se traduzam em benefícios        da informação por si só não assegura
concretos para a organização. Nesse processo,      um processo eficaz de Gestão do
cabe destacar a importância de se registrar        Conhecimento, mas pode propiciar um
as lições aprendidas com a utilização do           relevante suporte para a implantação
conhecimento, os ganhos obtidos e os desafios      da Gestão do Conhecimento em uma
a serem ainda alcançados (novos conhecimentos      organização.
que serão necessários para a organização).         Sendo assim, o sucesso de um projeto
g) Criação de Conhecimento: o processo de          de Gestão do Conhecimento numa
criação de um novo conhecimento envolve as         organização não pode estar atrelado
seguintes dimensões: aprendizagem, externa-        à compra de uma nova tecnologia
lização do conhecimento, lições apren-didas,       da informação. A tecnologia da
pensamento criativo, pesquisa, experimentação,     informação, isoladamente, não pode
descoberta e inovação.                             ser a base da criação e gestão
de conhecimento organizacional. A        Informação como Ferramenta de Apoio para
Artigo 03



            tecnologia deve ser encarada como        a Inteligência Competitiva e a Gestão do
            suporte dentro desse processo.           Conhecimento: um estudo de caso no setor
            A tecnologia da informação para a        varejista. In: Km Brasil 2003, 2003, São paulo.
            Gestão do Conhecimento pode ser vista    Anais do Km Brasil 2003, 2003. v. 1. p. 20-
            como uma tecnologia que apresenta        36.
            subsídios à tomada de decisão e a        CRAWfoRd, C.B. Effects of transformational
            elaboração de estratégias a partir       leadership and organizational position
            de novos bancos de dados originados      on knowledge management. Journal of
            dos bancos de dados operacionais         Knowledge Management. 2005. volume: 9,
            da empresa como, por exemplo, o          Issue: 6.
18




            Data warehouse, o data mining, entre     DAVENPORT, H. Thomas & Laurence, Prusak.
            outros. essas ferramentas, além de dar   Conhecimento empresarial: como as
            subsídios para a tomada de decisão,      organizações gerenciam o seu capital
            estão voltadas à disseminação do         intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
            conhecimento na organização , seja       GARVIN, D. A. Building a learning organization.
            através de melhores práticas de          Harvard Business Review. v. 71 n. 4, p. 78-
            trabalho, seja através do registro de    91,1993.
            discussões para a disseminação de        mcCUNe, JeNNY C. Thirst for Knowledge.
            conhecimento, como por exemplo o         Management Review. April 1999.
            Groupware e a intranet.                  NoNAKA,I; tAKeUCHI, H. Criação do
            A tecnologia de Informação possui        conhecimento na empresa. 4.ed.Rio de Janeiro:
            um papel importante no suporte           Campus, 1997.
            para implementação da gestão             NoNAKA, I; RYoKo, t. The knowledge-
            do conhecimento nas organizações.        creating theory revisited: knowledge creation
            Atentando que a função mais              as a synthesizing process. Knowledge
            valiosa da tecnologia na Gestão do       Management Research & Practice.
            Conhecimento é aumentar o alcance        n. 1, p.2-10, 2003.
            e a velocidade da transferência do       olIveIRA, J.R.m.
            conhecimento. A tecnologia ainda         Modos empregados por uma empresa de
                                                     produtos injetados plásticos, para gerenciar
            possibilita que o conhecimento de uma
                                                     o seu conhecimento disponível: O caso da
            pessoa ou de um grupo seja extraído,
                                                     Multibrás da Amazônia S.A. Dissertação de
            estruturado e utilizado por outros
                                                     Mestrado. 2003. (mestrado em Administração) –
            membros da organização e por seus
                                                     programa de pós-graduação em administração,
            parceiros de negócios no mundo todo,
                                                     Universidade federal de Santa Catarina.
            ajudando na codificação e geração do
                                                     o’BRIeN, JAmeS A. Sistemas de informações:
            conhecimento.
                                                     e as decisões gerenciais na era da internet. 9.
            5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS             ed. americana. São paulo: Saraiva, 2003.
            BeCK, l. Valor agregado e gerência       peReIRA, H. J. Proposição de um modelo
            do conhecimento. mundo virtual.          organizacional baseado no conhecimento:
            Disponível na Internet: http://www.      um estudo de caso em empresa pública.
            agestado.com.br/especial/valor.htm       In: MANAGEMENT IN IBEROAMERICAN
            Consultado em abril de 2007.             COUNTRIES: CURRENT TRENDS AND
            BeCKmAN, t. The current state            FUTURE PROSPECTS, 3., 2003, São paulo.
            of knowledge management. In:             proceedings…São         paulo:   Iberoamerican
            LIEBOWITZ, J. (Ed.) Knowledge            Academy of Management, Brazil, 1 CD ROM.
            management handbook. New York:           ReZeNde d.A. ABReU frança Aline. Tecnologia
            CRC press, 1999.                         da Informação Aplicada a Sistemas de
            CÂNdIdo, G. A.; SIlvA fIlHo, J.          Informação Empresariais. São paulo: Atlas,
            f. Aplicação da Tecnologia da            2000.
GESTÃO DO CONHECIMENTO
PARA PROFISSIONAIS LIBERAIS
Uma metodologia
para a expansão
sustentável dos
negócios de
profissionais
liberais
empreendedores


Fabrício Yutaka Fujikawa
especialista em Gestão estratégica
da Informação - UfRJ
fabriciofuji@yahoo.com.br
1. Introdução                              cerca de 15 milhões de trabalhadores, ou
Artigo 04



            os autores e estudiosos de teorias         23,4% da população ocupada do país. eles
            sócio econômicas têm estabelecido que      trabalham explorando uma atividade eco-
            vivemos na sociedade do conhecimento.      nômica de forma autônoma, com ou sem sócio
            Enquanto na sociedade agrícola o fator     e empregados, utilizam predominantemente o
            de produção - e, conseqüentemente,         exercício técnico e intelectual de conhecimento.
            o pilar da estruturação social - foi       A representatividade da categoria é tão gran-
            a posse de terras, com a revolução         de que nosso país foi o pioneiro mundial na
            industrial e o estabelecimento do          criação de domínios de primeiro nível (dpN) da
            modelo da sociedade industrial, o fator    internet específicos para os profissionais liberais
            de produção passou a ser o capital (a      (por exemplo: bio.br para biólogos e fot.br
20




            indústria) - os grandes industriais, a     para fotógrafos).
            chamada burguesia, ocuparam o topo         Neste trabalho, o profissional liberal empreen-
            da pirâmide sócio econômica. Já na         dedor é aquele profissional eminentemente
            sociedade do conhecimento, o principal     técnico que tem a demanda por seus serviços
            ativo para as atividades econômicas é o    aumentada e percebe a oportunidade de
            conhecimento. Até mesmo as atividades      transformar se em uma empresa, expandindo
            primárias, como fruto de uma intensa       seus negócios.
            competição no setor, hoje administram o    2.2. Expansão Sustentável de Negócios
            conhecimento como um ativo produtivo       No sentido econômico, crescimento sustentável
            - vide os produtos transgênicos e a        consiste no aumento das entradas ou saídas
            embrapa, por exemplo.                      reais que podem ser sustentadas por longos
            As práticas de gestão do conhecimento,     períodos de tempo. em sentido amplo, susten-
            via de regra, encontram-se estabelecidas   tabilidade se relaciona à continuidade dos
            em empresas de médio e grande por-         aspectos econômicos, sociais, culturais e am-
            te, tendo ainda pouca presença em          bientais da sociedade humana. Neste traba-
            pequenas e micro empresas. No caso         lho, a expressão expansão sustentável de negó-
            dos profissionais liberais, em geral,      cios restringe se apenas às características
            essas práticas inexistem.                  econômicas da sustentabilidade de uma orga-
            Neste trabalho será apresentada uma        nização empresarial e se resume em um aumento
            metodologia de gestão do conhecimento      das atividades da organização (faturamento,
            apoiada por um ferramental de sistema      lucro, equipe, clientes, etc.) com bases sólidas,
            de informação acessível à capacidade       duradoura e contínua.
            de investimento dos profissionais libe-    2.3. Conhecimento
            rais, para formação da memória             para davenport (1998), conhecimento é uma
            organizacional e suporte à execução        combinação de experiência condensada, valores,
            de suas atividades. Considerando que,      informação contextual e insight experimentado,
            diferentemente dos fatores de produ-       que proporciona uma referência para avaliação
            ção de outrora, o conhecimento é um        e incorporação de novas experiências e
            ativo que aumenta quanto mais é            informações. Gloor (2001) estabelece que o
            utilizado, e seu custo diminui à medida    conhecimento está embutido nos processos de
            que é compartilhado por um número          trabalho de uma organização.
            maior de pessoas (CAvAlCANtI, 2001),       o conhecimento pode ser classificado como
            a adoção de tal metodologia forma os       tácito ou explícito. Segundo Gomes (2005), o
            alicerces de uma expansão sustentável      conhecimento tácito é aquele armazenado no
            de negócios e equipe para os               âmbito individual, fruto da experiência, crenças
            profissionais liberais empreendedores.     e habilidades pessoais, normalmente difícil de
            2. Fundamentação Teórica                   ser formulado, comunicado e compartilhado
            2.1. Profissionais liberais                com terceiros. Já o conhecimento explícito, é
            empreendedores                             principalmente adquirido pela informação,
            Segundo dados do IBGe, no ano 2000         quase sempre pela educação formal, e
            os profissionais liberais representavam    normalmente se encontra documentado em
linguagem codificada (livros, manuais, bases de                    O capital ambiental é o conjunto de




                                                                                                                  Artigo 04
dados, etc.).                                                      fatores que definem o ambiente de
2.4. Modos de Conversão do Conhecimento e                          negócios no qual a empresa está
a Espiral do Conhecimento                                          inserida: características sócio eco-
Para Nonaka (1997), a interação entre o                            nômicas, aspectos legais, éticos, culturais,
conhecimento tácito e o conhecimento explícito                     governamentais e financeiros.
permite definir quatro formas distintas de con-                    O capital estrutural é formado pela
versão do conhecimento, graficamente assim                         infra estrutura disponível para as
representadas:                                                     operações da organização e sua cultura
Ainda segundo Nonaka (1997), a criação do                          empresarial: sistemas administrativos,
conhecimento organizacional é um processo                          conceitos, modo como trabalha,




                                                                                                                  21
contínuo e dinâmico de interação entre o                           processos, marcas, programas de
conhecimento tácito e o conhecimento explícito,                    computador e outros.
que dá origem à expressão espiral do                               O capital intelectual é um ativo intan-
conhecimento.                                                      gível, pertencente ao indivíduo, não à
                                                                   organização, mas que pode por ela
                                                                   ser utilizado para as suas operações.
                                                                   trata se da capacidade, habilidade,
                                                                   experiência e conhecimento formal
                                                                   das pessoas.
                                                                   Já o capital de relacionamento é
                                                                   formado pelas parcerias estratégicas
                                                                   que uma organização estabelece
      Figura: Espiral do conhecimento. Fonte: Nonaka (1997)        com os principais atores do capital
2.5. Gestão do Conhecimento                                        ambiental (clientes, fornecedores,
de acordo com Jayme teixeira filho (todeSCHI,                      instituições financeiras, etc.) visando
2001), a gestão do conhecimento (GC) é                             à preservação de sua presença no
uma abordagem que busca pontos onde o                              mercado.
conhecimento traga vantagem competitiva                            3. Problemática
para a empresa. pode ser entendida como um                         Tipicamente, os profissionais liberais
amplo processo de criação, uso e disseminação                      atuam de forma autônoma, realizando
do conhecimento na organização, que se                             diversos papéis na estrutura de funcio-
materializa numa série de práticas facilitadoras                   namento de suas atividades - desde
do compartilhamento do conhecimento na                             a execução propriamente dita de sua
empresa, não apenas sobre seus processos                           atividade fim, até a realização de
internos, mas também sobre seus clientes e seu                     tarefas não diretamente ligadas a sua
ambiente competitivo.                                              profissão.
2.6. Capitais do Conhecimento ®                                    As tarefas normalmente são realizadas
Cavalcanti (2001) estabelece que, para                             baseadas no conhecimento tácito do
uma efetiva gestão do conhecimento de uma                          profissional. Quando há conhecimento
organização, deve se utilizar o modelo dos                         explícito envolvido, ele é encontrado na
capitais do conhecimento, que define quatro                        metodologia seguida pelo profissional
capitais a serem monitorados e gerenciados,                        na execução dos processos de sua
conforme a figura seguinte:                                        atividade fim. Dificilmente se trata de
                                                                   conhecimento explícito gerado pelo
                                                                   próprio profissional; na maioria das
                                                                   vezes, são literaturas técnicas usadas
                                                                   como referência.
                                                                   Quando o profissional liberal decide
                                                                   se tornar um empreendedor e ini-
                                                                   ciar sua transformação em uma em-
  Figura: Os quatro capitais do conhecimento ®. Fonte: Centro de
                                                                   presa, ele necessita de mais tempo
   Referência em Inteligência empresarial (CRIe) – Coppe/UfRJ      disponível para realizar sua atividade
fim e se dá conta de que o tempo que          (e, eventualmente, o de relacionamento), mas
Artigo 04



            ele investe em atividades secundárias         a falta de uma metodologia de gestão do
            poderia ser destinado a atender às            conhecimento dificulta o desenvolvimento dos
            novas oportunidades de negócio. Nesse         demais capitais. Considerando que, conforme
            momento, ocorre uma contratação de            Cavalcanti (2001), o capital intelectual é uma
            um novo colaborador para atuar nas            propriedade individual utilizável por uma
            tarefas de apoio - rotinas administrativas,   organização enquanto seu detentor fizer parte
            atendimento telefônico, etc. embora           de seus quadros, nota se que esse aumento do
            menos freqüente, dependendo do                capital intelectual pode ser temporário. Para
            volume da demanda existente, pode             agravar, o conhecimento repassado não é
            ser necessário que o novo colaborador         persistente: caso haja mudanças na equipe, todo
22




            seja um outro profissional para atuar         o conhecimento passado ao colaborador antigo
            na mesma atividade fim.                       deve ser novamente trabalhado e repassado
            Na entrada de novos colaboradores, o          ao novo colaborador. E, mais uma vez, caberá
            treinamento normalmente é feito através       ao profissional liberal transmitir o conhecimento.
            de orientação pessoal durante o horário       Essa excessiva centralização na figura do
            de expediente e à medida em que “as           profissional liberal torna se um limitante para o
            coisas vão acontecendo”, isto é, quando       crescimento da equipe.
            surge a necessidade de execução               Quanto aos produtos ou serviços entregues
            de um procedimento, é realizado o             aos clientes, qual o impacto do aumento de
            treinamento do mesmo - sempre por             equipe segundo a realidade apresentada? Por
            transmissão oral de instruções. Quando        haver pouco ou nenhum processo documentado,
            o profissional liberal não se encontra no     e sendo a socialização o principal modo de
            local de trabalho, a execução de uma          transferência de conhecimento, a tendência ao
            tarefa pelo novo colaborador pode             aumento da variabilidade é grande quando
            ser adiada aguardando seu retorno             da contratação de novos colaboradores para
            ou, dependendo da urgência, as                apoiar o profissional liberal. Campos (1992)
            orientações são passadas por telefone.        define a qualidade de um produto ou serviço
            portanto, o principal modo de                 como o atendimento perfeito, de forma
            transferência do conhecimento é a             confiável, acessível, segura e no tempo certo às
            socialização. A externalização e a            necessidades do cliente. Nesse sentido, conclui-
            combinação podem ser consideradas             se que num contexto de expansão de equipe
            inexistentes, e poucas vezes ocorre           e negócios, o profissional liberal corre o sério
            a internalização, visto que há pouco          risco de impactar negativamente a percepção
            conhecimento explícito envolvido.             da qualidade de seus serviços pelos clientes,
            Considerando que os profissionais             o que, por sua vez, pode destruir uma boa
            liberais atuam em atividades de uso           reputação construída até então.
            intensivo do conhecimento — seja como         É necessária, portanto, uma metodologia
            produto final da atividade (ensino e          de gestão do conhecimento para apoiar os
            consultoria, por exemplo), seja como          profissionais liberais empreendedores no
            fator de produção do produto final            momento da alavancagem de seus negócios.
            gerado (projetos de arquitetura e             4. Proposta de Solução
            sistemas de informação são casos              A proposta de solução engloba uma metodologia
            típicos) — a não abrangência de todos         de gestão do conhecimento que considera os
            os modos de conversão do conhecimento         processos de transformação do conhecimento
            é, sob a ótica da estratégia empresarial,     em suas formas explícita e tácita, faz girar
            uma grande fraqueza.                          a espiral do conhecimento e desenvolve os
            Com relação aos capitais do                   capitais do conhecimento da organização,
            conhecimento, a chegada de novos              através da formação de uma sólida memória
            integrantes na equipe incrementa o            organizacional. Esquematicamente, a figura
            capital intelectual da organização            seguinte representa a metodologia:
Artigo 04
                                                                                                                         23
                            figura: Esquema da metodologia proposta. Fonte: autor

• Definir o negócio da organização - o pro-                      a matriz de classificação da figura
fissional liberal empreendedor deve formalizar                   seguinte:
a visão e a missão do negócio em que atua para
estabelecer o norte estratégico do negócio e
auxiliar na identificação das competências
essenciais da organização - o conjunto de
habilidades e tecnologias que permite à
organização oferecer algo de valor para o
cliente (CAvAlCANtI, 2001).
• Elaborar um dicionário corporativo - é co-
mum que haja entendimentos incorretos em
função de terminologias desconhecidas - ou
de interpretações diferentes - para as partes
envolvidas. para evitar situações da espécie e
suas indesejadas conseqüências, recomenda se a
elaboração de um dicionário corporativo com os                   Quadrante 2 - Essenciais
                                                                 Processos/áreas com maior intensidade de conhecimento
termos específicos do negócio e seus significados                e com maior alinhamento a estratégia da empresa.
internos. Uma comunicação uniforme é essencial                   Quadrantes 1, 3 e 4 - Laterais
                                                                 Processos/áreas que podem contribuir para resultados
para a uniformização da cultura organizacional                   essenciais.
e o conseqüente reforço do capital estrutural.                          Figura: matriz de classificação de processos
                                                                                   fonte: Gomes (2005)
• Mapear os processos de negócio – devem
ser mapeados e registrados conforme modelo                       Sob a ótica da matriz de classificação,
do Anexo 1 (Quadro de mapeamento de                              os candidatos prioritários naturais são
Processos). Para a classificação, deve se seguir                 os processos dos quadrantes laterais
a definição de Santoro (2006):                                   (1) e (3), pois são os que exigem
• Primários: relacionam-se diretamente com o                     menor conhecimento para a execução,
cliente;                                                         sendo de delegação mais simples. Já
• De apoio: colaboram com os processos primários                 os processos do quadrante (4) têm
na obtenção de sucesso junto aos clientes;                       baixa prioridade, pois, inversamente,
• Gerenciais: coordenam as atividades de apoio                   requerem uma alta intensidade de
e dos processos primários.                                       conhecimento - que normalmente só
A freqüência, a intensidade de conhecimento                      o profissional liberal possui - e o nível
e a relevância estratégica são categorizadas                     de relevância estratégica não justifica
em alta, média ou baixa. Na avaliação da                         um investimento maior neles. os
relevância estratégica, devem ser consideradas                   processos do quadrante (2), portanto,
as declarações de visão e missão da organi-                      são os intermediários na ordem de
zação.                                                           prioridade.
• Priorizar os processos - deve ser montada                      Dentre os processos do quadrante (1)
e (3), deve se priorizar os processos       controle mais efetivo e são essenciais para
Artigo 04



            primários e de alta freqüência de           garantir uma variabilidade controlada na
            execução.                                   execução do processo, mantendo a percepção
            tais regras não são rígidas e servem        de qualidade por parte do cliente no nível
            como orientação básica para a               desejado.
            priorização. O foco deve ser sempre         • Disponibilizar um espaço para registro
            otimizar o uso do tempo pelo profissional   e troca de sugestões/experiências – fonte
            liberal, de forma que o máximo possível     para coleta de qualquer informação que
            de sua carga horária seja destinada à       possa ser trabalhada para futura geração de
            atividade fim, delegando a execução         conhecimento. o espaço deve ser aberto não
            de tarefas de apoio sem perda de            apenas aos colaboradores, mas também a
24




            qualidade na execução.                      clientes e parceiros estratégicos, com controle de
            • Descrever e modelar os processos          acesso: nem todos os assuntos tratados podem
            - esta é a etapa de explicitação do         ser acessados por todos os participantes. Como
            conhecimento tácito. Deve ser ela-          espaço para o registro de sugestões e trocas
            borado um texto descrevendo o               de experiências diversas, sugere se o uso de
            processo tal como ele ocorre, sua forma     um blog - uma página web na qual é possível
            de execução, as etapas envolvidas, as       registrar temas sob a forma de artigos e os
            regras consideradas para as decisões        visitantes lançam comentários sobre os mesmos.
            a serem tomadas, os atores com quem         • Realizar reuniões periódicas com a
            ele interage e os instrumentos utili-       equipe - sugestões colhidas no blog, opiniões
            zados (documentos, planilhas e outros       manifestadas por clientes, erros ocorridos
            artefatos).                                 nos processos, oportunidades de serviços
            Alternativamente, um quadro com o           em prospecção, entre outros, são temas que
            detalhamento das atividades envol-          devem fazer parte da pauta de tais reuniões.
            vidas em cada processo, nos moldes          O objetivo é compartilhar conhecimento entre
            do Anexo 2 (Quadro de detalhamento          os participantes mediante socialização e
            do processo) pode ser elaborado.            internalização, e propiciar as condições para
            Nesse quadro deve ser registrado o          a geração de novos conhecimentos a partir das
            processo, suas atividades, as entradas,     discussões ocorridas.
            as saídas e os instrumentos de cada         4.1. Web Site como ferramenta tecnológica
            atividade. A atividade é uma ação           de apoio
            concreta realizada no processo. As          Como ferramenta tecnológica de apoio é
            entradas podem ser informações que          sugerido um web site de acesso controlado
            serão processadas pela atividade ou         como repositório para armazenamento, con-
            eventos que disparam a execução da          sulta, compartilhamento e disseminação do
            atividade. As saídas são os resultados      conhecimento explícito da organização pro-
            concretos gerados pela atividade:           duzido pela adoção da metodologia. O mesmo
            um novo evento, uma ação obtida             web site pode ser utilizado como canal de
            ou novas informações geradas. Já            comunicação e divulgação de serviços, atuando
            os instrumentos são os artefatos -          no relacionamento com antigos e novos atores
            formulários, documentos, planilhas, etc.    do ambiente de negócios da empresa.
            - usados na atividade                       4.1.1. Função: repositório do conhecimento
            • Elaborar instrumentos de apoio aos        A disponibilização das informações deve ser
            processos - o passo seguinte é elaborar     realizada através de sistemas de gerenciamento
            os formulários e artefatos utilizados       de conteúdo (SGC), que permitem a usuários
            - registrados na coluna “instrumentos”      sem conhecimento técnico específico atualizarem
            do quadro de detalhamento do                o conteúdo de páginas web - textos, arquivos,
            processo. Padronizando informações          imagens, etc.
            e procedimentos de um processo, os          O processo de disponibilização de conteúdo
            formulários também possibilitam um          deve ser simples, tendo apenas 1 nível de
aprovação (opcional), como o mostrado na                                     mesma infra estrutura tecnológica de




                                                                                                                               Artigo 04
figura abaixo:                                                               SGC do web site como repositório de
                                                                             conhecimento pode ser utilizada para o
                                                                             canal de comunicação e marketing. As
                                                                             informações que constam em ambas as
                                                                             arquiteturas podem ser compartilhadas
   Figura: Processo de disponibilização de conteúdo. Fonte: autor            (isto é, não é necessário publicar duas
A arquitetura de informação sugerida para o                                  vezes o mesmo conteúdo) e o controle
repositório do conhecimento explícito da orga-                               de acesso às informações internas é
nização é a mostrada na figura seguinte.                                     feito através de login/senha para os




                                                                                                                               25
         Figura: Arquitetura de informação sugerida para o web site como repositório do conhecimento explícito. Fonte: autor

4.1.2. Função: canal de comunicação e                                        colaboradores cadastrados.
marketing                                                                    5. Resultados Esperados
O web site também pode ser utilizado como                                    5.1. Quanto aos processos de
canal de comunicação com os atuais clientes.                                 conversão do conhecimento
Adicionalmente, divulgando os produtos e                                     Com a adoção da metodologia, os
serviços prestados, pode atuar no aumento do                                 processos de conversão do conheci-
capital de relacionamento do profissional liberal                            mento ficam assim mapeados e a
- novos clientes, parceiros ou fornecedores podem                            espiral do conhecimento passará a ter
ser integrados. Uma arquitetura de informação                                todos os processos de transformação
adequada ao site institucional de um profissional                            suportados pelos processos de gestão
liberal seria a mostrada na figura abaixo:                                   do conhecimento da metodologia.
                                                                             Socialização: reuniões periódicas, tro-
                                                                             ca de experiências ao longo da execu-
                                                                             ção de rotinas.
                                                                             Externalização: documentação de
                                                                             processos, elaboração de instrumentos
                                                                             para os processos documentados, atas
                                                                             das reuniões periódicas, blog.
 Figura: Arquitetura de informação sugerida para o web site como             Combinação: blog, revisão e melhoria
          canal de comunicação e marketing. Fonte: autor                     dos processos.
Analisando a integração entre as duas                                        Internalização: tópicos usados nas reu-
arquiteturas de informação, tem se que a                                     niões que sejam oriundos de conheci-
mento explícito, treinamentos baseados      seus negócios.
Artigo 04



            em processos documentados.                  A metodologia proposta direciona as iniciativas
            5.2. Quanto aos capitais do                 empreendedoras de profissionais liberais para
            conhecimento ®                              uma orientação por processos, com eficiente
            os capitais do conhecimento passarão        disseminação do conhecimento e estruturação
            a evoluir e interagir entre si, cumprindo   em rede (múltiplos vínculos entre as pessoas),
            a condição para a geração de riqueza        características    por    definição,   segundo
            de uma organização (CAVALCANTI,             Cavalcanti (2001), de uma empresa baseada
            2001):                                      em uso intensivo de conhecimento.
            • Aumento do capital de relacionamento      o uso de um web site como plataforma
            devido à expansão de sua rede de            tecnológica prepara uma futura transformação
26




            relacionamentos oriunda da divulgação       da empresa em e business — entendido como
            das atividades do profissional liberal      “a integração de processos, organizações e
            disponibilizadas no web site.               sistemas por meio de tecnologias baseadas
            • desenvolvimento também do capital         na internet e a elas relacionadas, para criar
            estrutural devido à documentação,           valor de negócio e posições competitivas
            divulgação e assimilação dos processos      diferenciados” (GLOOR, 2001, p. 15).
            de trabalho, e à implantação do web         Entende se, portanto, que a solução apresentada
            site.                                       neste trabalho forma uma sólida memória
            • melhorias com relação à atração e         organizacional sobre um ambiente que permite
            retenção do capital intelectual da          alta escalabilidade, ou seja, pavimenta o
            organização, devido à sua forma             caminho do crescimento sustentável do empre-
            diferenciada de atuação. Além disso,        endimento.
            a organização será menos vulnerável         Como passos seguintes à implantação da
            a eventuais saídas de colaboradores,        metodologia, pode se mencionar: a definição
            devido à maior robustez de seu capital      e aferição de indicadores de desempenho (por
            estrutural.                                 exemplo: satisfação do cliente, inadimplência,
            • o capital ambiental será incrementado     faturamento, quantidade de não conformidades
            devido à geração de vantagem                - erros - nos processos, custo dos processos,
            competitiva pela organização em             horas de treinamento por integrante, etc.), a
            processos.                                  informatização dos processos de negócio (dando
            5.3. Outros                                 prioridade aos essenciais), a integração com
            • formação de sólida memória orga-          sistemas de clientes, parceiros e fornecedores,
            nizacional.                                 entre outros.
            • treinamento de novos colaboradores        Qual a dimensão do esforço do profissional
            será realizado de forma mais eficiente      liberal empreendedor que adotar a metodologia
            • variabilidade no resultado dos serviços   proposta?
            prestados será melhor controlada            Percebe se que, numa empresa incipiente, vários
            • A organização aprenderá com seus          papéis são personificados simultaneamente pelo
            erros, num processo de melhoria con-        profissional liberal, numa tarefa hercúlea. Ele
            tínua.                                      deve buscar com afinco, disciplina e disposição
            • O profissional liberal otimizará a        um ideal abstrato que se concretizará no futuro
            utilização de seu tempo.                    apenas se as decisões corretas forem tomadas
            • Geração de vantagens competitivas         (e trabalho extra seja realizado) agora.
            para a empresa, dando a ela                 Apostando nas características naturais dos
            escalabilidade e agilidade.                 empreendedores que, conforme Dornelas
            6. Conclusão                                (2001), implementam suas ações com total
            os resultados esperados, em última          comprometimento, atropelando as adversidades
            análise, convergem para a melhor utili-     e ultrapassando os obstáculos com uma vontade
            zação do tempo do profissional liberal      ímpar de “fazer acontecer”, acredita se na
            na sua atividade fim e na expansão de       viabilidade prática da metodologia proposta.
Espera se que este trabalho impulsione o             IBGE. Censo Demográfico 2000,




                                                                                              Artigo 04
sucesso de iniciativas empreendedoras que            primeiros Resultados da Amostra.
reconheçam a importância de uma metodologia          Disponível em: http://www.ibge.gov.
de gestão do conhecimento e, em última               br/ibgeteen/datas/profliberal/
análise, humildemente contribua para que o           quantos.html.     Acesso  em:    14/
Brasil ocupe um lugar relevante na sociedade         mar/2007.
do conhecimento.                                     ________. Dia do profissional liberal.
7. Referências                                       Disponível em: http://www.ibge.gov.
CAmpoS, v. f. tQC: Controle da Qualidade total       br/ibgeteen/datas/profliberal/home.
(no estilo japonês). Belo Horizonte: Fundação        html. Acesso em: 17/mar/2007.
                                                     NoNAKA, I; tAKeUCHI, H. Criação




                                                                                              27
Christiano ottoni, escola de engenharia da
UfmG, 1992.                                          de conhecimento na empresa. Rio de
CAvAlCANtI, m; GomeS, e. B. p; peReIRA               Janeiro: elsevier, 1997.
Neto, A. f. Gestão de empresas na sociedade          SANtoRo, f. m; tAvAReS, v. material
do conhecimento: um roteiro para a ação. Rio         do Curso mBA GeI 10 – disciplina:
de Janeiro: elsevier, 2001.                          Estrutura Organizacional e Redesenho
dAveNpoRt, H. t.; pRUSAK, l. Conhecimento            de processos. Rio de Janeiro: UfRJ,
empresarial — como as organizações gerenciam         2006.
o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus,   todeSCHI, l. G. Gestão do
1998.                                                Conhecimento, Capital Intelectual e
doRNelAS, J. C. A. empreendedorismo:                 Inteligência Competitiva: entrevista
transformando idéias em negócios. Rio de             exclusiva com Jayme teixeira filho,
Janeiro: Campus, 2001.                               presidente da Sociedade Brasileira de
GlooR, p. transformando a empresa em e-              Gestão do Conhecimento. disponível
Business. Rio de Janeiro: Atlas, 2001.               em:        http://www.widebiz.com.br/
GomeS, e.. material do Curso mBA GeI 10              gente/todeschi/jayme.html. Publicada
– disciplina: Inteligência empresarial. Rio de       em 19/jul/2001. Acesso em: 08/
Janeiro: UfRJ, 2005.                                 set/2006.
IMPLANTANDO UM PROGRAMA
DE LIÇÕES
APRENDIDAS
NAS ORGANIZAÇÕES
                                                                            Alexandre Bello
Analista de Sistemas, com pós-graduação em Gestão do Conhecimento e Inteligência empresarial
                                                                            pela UfRJ/Coppe
                          Responsável no Brasil pela área Gestão do Conhecimento da Subsea 7
                                                                Alexandre.Bello@Subsea7.com




     Primeiramente é importante que quem       com um conhecimento que existe internamente
     esteja liderando a implantação de um      ou que foi vivenciado por um colega de trabalho
     programa de lições Aprendidas saiba       da sua organização.
     o porquê dessa iniciativa e quais os      Na teoria é simples, porém aprender
     benefícios diretos. Nas atuais práticas   internamente, e principalmente com os erros,
     de gestão e de gestão do conhecimento,    é na verdade uma tarefa complexa. lição
     muito se fala sobre aprendizado, e não    Aprendida é um processo de transferência
     há nada mais prático do que aprender      de experiência entre pessoas de uma mesma
organização, seja ela uma                                           não só pela sua posição hierárquica,




                                                                                                              Artigo 05
experiência positiva ou nega-                                       mas pela sua competência técnica.
tiva. Uma lição Aprendida precisa                                   Antes de capturar é necessário definir
ter um certo grau de ineditismo. Algo                               qual será a estrutura da sua prática
que todos já sabem não é uma lição e sim um                         de Lição Aprendida, ou seja, quais
consenso. Algo que se aprendeu por não ter                          campos deverão ser preenchidos no
seguido um procedimento ou padrão também                            momento em que alguém inserir uma
não é uma lição. padrões e procedimentos                            lição no repositório que voce vai criar
foram feitos para serem seguidos e se existe                        para armazenar a captura das Lições.
uma lição nisso é “Siga o procedimento”. Os                         Para tal você deve pensar o que é
benefícios da prática de Lições Aprendidas                          importante para a sua organização.




                                                                                                              29
são vários, porém os que encantam mais os                           Abaixo um exemplo que servirá como
executivos (aqueles que pagam a conta do                            ponto de partida.
programa e o seu salário) são de economia                           exemplo de estrutura em uma empresa
financeira. A reutilização das lições que a                         organizada por projetos: Título da
sua empresa vivenciou pode gerar economias                          Lição, Autor (pode ter link para outro
extraordinárias. Essas economias devem ser                          sistema com a descrição do perfil
mensuradas e disseminadas para promover a                           profissional da pessoa, também
iniciativa. veremos isso mais à frente no processo                  conhecido como Páginas Amarelas),
de disseminação. os demais benefícios são                           Projeto,    Região,    Disciplina/Tema
economia de tempo, maior qualidade, mais                            (procure criar um leque de opções
segurança para os funcionários, capacitação                         ao invés de deixar esse campo livre),
e especialização sua equipe de trabalho etc.                        Cliente, Contexto/Cenário, Impacto
O mais impressionante e que a maioria dos                           do Acontecimento, lição Aprendida,
erros cometidos não são erros inéditos da sua                       valor estimado da lição (positivo ou
organização. Pode ter certeza disso.                                negativo), oportunidade de melhoria,
Processos de um Programa de Lições                                  palavras Chaves e documentos Anexos.
Aprendidas                                                          Os campos Contexto/Cenário, Impacto
existem diversos meios para se implantar uma                        e lição Aprendida são o coração da
prática de Lições Aprendidas. Os processos                          estrutura. dê atenção à esses campos
descritos a seguir são uma versão simplificada                      pois neles estarão o conhecimento
para tal e tem como objetivo facilitar o trabalho                   de sua organização. O campo Valor
para quem não é especialista em gestão do                           Estimado da Lição irá lhe ajudar
conhecimento. Outro objetivo dessa descrição é                      a justificar os custos investidos no
que ela se torne um mini-guia para lhe orientar                     programa e pleitear mais orçamento
durante a implantação do processo. o ideal é                        Já o campo Oportunidade de Melhoria
que você adapte essas idéias à cultura da sua                       será insumo para o ultimo processo com
empresa e crie uma metodologia própria.                             o mesmo nome.




                        figura: processos de lições Aprendidas – visão Geral. fonte: autor


Processo 1 - Captura de Lições Aprendidas                           depois de elaborar a estrutura para
o processo de captura é o mais difícil. Na                          a sua lição aprendida você precisa
verdade o difícil não é construir o processo, mas                   pensar onde armazenará essa lição e
mudar a cultura das pessoas e fazer com que elas                    como fazer com que os colaboradores
abracem essa iniciativa. Um bom patrocinador                        e parceiros de sua empresa alimentem
irá ajudar bastante nesse processo de mudança                       a prática com descrições das lições.
cultural. O ideal é que ele seja reconhecido                        As lições Aprendidas podem ser
armazenadas de maneira simples              negativas (baseadas nos
Artigo 05



            e sem a complexidade de grandes             erros). Recomenda-se que
            sistemas. É claro que, se a sua             seja feito um trabalho de “lição
            empresa já possui um sistema com            de casa” levantando as lições que serão
            essa funcionalidade ou se existe a          apresentadas e discutidas no evento. desse
            facilidade da construção, opte por isso.    evento precisa sair um plano de ação, com
            porém, tome muito cuidado. diversas         datas e responsáveis por inserir as lições no
            práticas de gestão do conhecimento          sistema de informações da sua empresa.
            passam por falência múltipla (dinheiro,     Close-out-report ou reunião de fechamento de
            atraso de cronograma, motivação dos         projeto: diversas empresas possuem relatórios
            envolvidos, patrocínio etc) quando se       de fechamento de projeto e de fechamento de
30




            envolvem demais com tecnologia. Uma         fases de um projeto. O PMBOK® recomenda
            base de dados em microsoft Access           que seja feito registro dos acontecimentos e
            com uma interface clara e simples           das lições Aprendidas. Aproveite situações
            pode ser suficiente. Ou quem sabe           como essa. transforme sua estrutura de lições
            criar um template no microsoft Word         Aprendidas em um formulário e anexe ao
            para inserção das lições e salvar           procedimento.
            em um diretório de rede. Quando a           Incident Report ou Relatório de Incidentes:
            prática começar a ganhar volume,            Atualmente as grandes empresas possuem
            a solução simples provavelmente             áreas de Segurança, Meio Ambiente, Saúde
            precisará de melhorias, como um boa         e Qualidade, também conhecidas como
            ferramenta de busca. porém nesse            QSMS ou HSEQ. Por se tratar de questões
            momento, provavelmente, você já             extremamente críticas, as anormalidades às
            terá economizado alguns milhares            normas e procedimentos estabelecidos por
            para a sua empresa e poderá pedir           essas áreas geram alertas e notificações. É um
            investimento em algo mais complexo.         bom meio para capturar lições Aprendidas,
            Bom, já vimos como estruturar os campos     principalmente se a sua empresa possui uma
            das lições, de que forma armazenar e        área de operações onde falar de gestão
            agora veremos como atuar na inclusão        de conhecimento pode ser extremamente
            de lições Aprendidas. existem dois          difícil. Pegue uma carona em um processo já
            modos:                                      estabelecido.
            Captura de Lições: é o método mais          Processo 2 - Análise e Aprovação
            fácil porque os profissionais acessam o     toda lição aprendida deve passar por uma
            sistema e inserem, por conta própria,       análise e, se estiver dentro dos critérios de
            as suas lições. No entanto, até que         qualidade estabelecidos, ser aprovada
            este modo faça parte do dia a dia do        para ser inlcuida no sistema e usada pelos
            profissional isto não irá acontecer. Você   colaboradores da empresa. Nesse processo
            terá que captar as Lições Aprendidas        você deverá definir um especialista e um
            de maneira offline, por meio de reuniões    auxiliar por disciplina ou tema de cada lição,
            e encontros. Nesse caso a liderança dos     que serão denominados de aprovador.
            superiores imediatos é fundamental          Essas pessoas serão responsáveis por aprovar
            para conseguir a colaboração dos            a lição ou devolvê-las para o autor com
            profissionais que você quer atingir. Os     sugestões de melhoria. procure, ao criar o
            casos mais comuns de métodos offline        fluxo de aprovação, que nenhuma lição seja
            são:                                        rejeitada. Elas deverão retornar ao autor com
            Workshop de Lições Aprendidas:              as sugestões de melhoria do aprovador quantas
            É feito um encontro com o foco de           vezes forem necessárias. Com o passar do
            apresentar e discutir lições Aprendidas.    tempo, na medida em que e o programa estiver
            Nesse encontro é necessário que fique       com diversas lições, você terá que pensar em
            bem claro os objetivos e a importância      mesclar novas lições com lições antigas quando
            do evento. É fundamental o clima de         se tratar do mesmo tema.
            confiança entre os participantes para       essa fase visa não somente dar credibilidade e
            que não ocorram inibições no momento        agregar valor às lições, como também envolver
            da apresentação das lições Aprendidas       o especialista na disciplina com o que ocorreu
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REVISTA GC BRASIL N°. 06

  • 1. ISSN 1981-5751 A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 06. fevereiro de 2008 A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 06. fevereiro de 2008 • Árvore do Conhecimento O PAPEL DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO AUXÍLIO À ENGENHARIA E GESTÃO DO CONHECIMENTO GESTÃO DO CONHECIMENTO PARA PROFISSIONAIS LIBERAIS UmA metodoloGIA pARA A expANSão SUSteNtÁvel doS NeGóCIoS de pRofISSIoNAIS lIBeRAIS empReeNdedoReS ANáLISE, AvALIAÇÃO E OTIMIzAÇÃO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO
  • 2. SUmÁRIo editorial por elisabeth Gomes 04 Artigo 01 Gestão do Conhecimento e educação a distância. 07 entrevista concedida pelo dr. domingo Gallego à diretora de Relações Internacionais da SBGC, lourdes martins. tradução: Sonia Goulart (SBGC). Artigo 02 Como identificar os vários estilos de aprendizagem 11 e utilizá-los como facilitadores da construção do conhecimento. por daniela melaré vieira Barros Artigo 03 o papel da tecnologia da informação como auxílio à 13 engenharia e Gestão do Conhecimento. Por Giuvania Terezinha Lehmkuhl, Carla Rosana da Veiga e Gregório Jean Varvakis Rado Artigo 04 Gestão do Conhecimento para profissionais liberais - 19 Uma metodologia para a expansão sustentável dos negócios de profissionais liberais empreendedores Por Fabrício Yutaka Fujikawa Artigo 05 Implantando um programa de lições aprendidas nas organizações. 28 por Alexandre Bello Artigo 06 Análise, avaliação e otimização de Gestão do Conhecimento. 33 por feruccio Bilich e Ricardo da Silva Resenha do livro 38 Resenha do livro “A Estratégia do Oceano Azul”. Por Eric Eustáquio M. dos Santos Agenda eventos Internacionais 41 direto dos pólos e Núcleos 42 palavra da SBGC por Heitor pereira 43
  • 3. expediente expedIeNte Uma publicação da: Rivadávia Correa Drummond de SBGC – Sociedade Brasileira de Alvarenga Neto Gestão do Conhecimento Roberto pacheco www.sbgc.org.br Rodrigo Baroni Serafim Firmo de Souza Ferraz Silvio Aparecido dos Santos 03 Integrantes permanentes do Sonisley machado Conselho Científico da SBGC Walter félix Cardoso Jr. presidente: Neusa maria Bastos f. Santos RevIStA GC BRASIl editora-Chefe: Alberto Sulaiman Sade Júnior elisabeth Gomes Aline frança de Abreu Carlos olavo Quandt produção executiva: Chu Shao Yong maria de lourdes martins eduardo moresi Supervisor editorial: faimara do Rocio Strauhs maurício Gomes fernando Antônio Ribeiro Serra Hélio Gomes de Carvalho Jornalista Responsável: Gilson Schwartz Cristiano pio mG 09315 Jp Guilherme Ary Plonski Revisão: Helena pereira da Silva Isabella Braz Helena tonet João Amato Neto diagramação: Jorge tadeu de Ramos Neves Ana mambrini José Ângelo Gregolin edição de Imagens: José Rodrigues maria de lourdes martins e Kira tarapanoff Ana mambrini marília m.R. damiani Costa moacir de m. oliveria design: mônica erichsen Nassif Borges Quinto elemento Raquel Balceiro tecle conosco: Resilda Rodrigues gcbrasil@sbgc.org.br Ricardo Roberto Behr
  • 4. editorial 04 edItoRIAl A revista GCBrasil, no seu sexto número, vem abordar um tema muito em “moda”: a Educação Corporativa nas suas várias nuances, desde estilos de aprendizado até a relação com a Gestão do Conhecimento. para abrir este número temos uma entrevista concedida pelo dr. domingo J. Gallego, à diretora de Relações Internacionais da SBGC, lourdes martins, sobre esta relação. o entrevistado discute, principalmente, como a Gestão do Conhecimento e os Estilos de Aprendizagem podem significar uma nova forma de pensar o trabalho para as áreas de Gestão de Pessoas nas empresas e como estes Estilos ensinam às pessoas a gerir sua própria capacidade de aprender. Bom e útil texto para quem trabalha com educação. em seguida a dra daniela Barros, do lANteC, da UNICAmp discute este tema, mostrando com muita propriedade como identificar os vários estilos de aprendizagem e utilizá-los como facilitadores da construção do conhecimento. Sugiro a vocês, leitores, que leiam primeiro o artigo da Dra Daniela e, em seguida mergulhem na entrevista do Dr Galego. Será ótimo! No entanto o mundo do Aprendizado e da Gestão do Conhecimento não se restringe apenas a teorias e aplicações metodológicas. existe a necessidade do uso de tecnologias para apoio. Sendo assim apresentamos a vocês um artigo sobre o papel da tecnologia da informação como auxílio à engenharia e gestão do conhecimento, onde os autores apresentam os elementos que compõem um ambiente computacional, bem como ressaltam a importância das tecnologias de informação como diferencial competitivo para as organizações, auxiliando- as na tomada de decisão. Ao longo do texto, o leitor terá uma maior compreensão sobre a importância da tecnologia de Informacao aliada a Gestão do Conhecimento, culminando num ferramental tecnológico que interage com os usuários e possibilita a criação, disseminação, utilização e a proteção do conhecimento. Em seguida optamos por editar e publicar um artigo onde profissionais liberais consigam ver como usar Gestão de Conhecimento, seja como processo, seja como apoio tecnológico
  • 5. para a expansão sustentável dos negócios. Neste artigo, o autor apresenta um metodologia editorial simples, apoiada por um ferramental de sistema de informação acessível à capacidade de investimento dos profissionais liberais, para formação da memória organizacional e suporte à execução de suas atividades, compondo os alicerces de uma expansão sustentável de negócios e equipe. E, o que parecia para alguns ser impossível, parece que não é. Gestão de Conhecimento para profissionais liberais ! Leiam e comentem conosco a aplicabilidade. leiam também o texto de Alexandre Bello sobre como implantar um programa de lições Aprendidas onde são apresentados e discutidos os pontos principais desta prática e seus fatores críticos de sucesso. É um texto escrito de forma fácil e leve. 05 E, por fim, aquela velha questão: implantamos práticas de Gestão do Conhecimento e como vamos medi-las? Pois bem, neste número temos um artigo que mostra e aplica um modelo de análise, avaliação e otimização de gestão do conhecimento utilizando métodos de multicritério. Vá até lá, leia, analise e aplique. Para terminar temos ainda uma resenha sobre um livro, que em minha opinião, é um dos mais importantes da última década sobre o tema estratégia empresarial: “A estratégia do Oceano Azul – Como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante” dos autores W. Chan Kim e Reneé mauborgne. mas esta resenha é diferente. ela mostra o conteúdo do livro sob uma ótica empreendedora. Confira. e, para terminar damos os parabéns à SBGC, por ter se tornado uma oSCIp. Na coluna Palavras da SBGC, o presidente da SBGC conta como isto de deu e quais os planos da sociedade para o futuro. Boa leitura e até o numero sete ! elisabeth Gomes editora-Chefe da GC Brasil Coordenadora de Conteúdo e publicações da SBGC
  • 6. Gestão do Conhecimento e Educação a Distância entrevista concedida pelo dr. domingo Gallego à diretora de Relações Internacionais da SBGC, lourdes martins. tradução: Sonia Goulart (SBGC). maio, 2008. madrid.
  • 7. 1. Qual é a relação entre a teoria dos Estilos 4. Os Estilos de Aprendizagem Artigo 01 de Aprendizagem, a Educação Corporativa e ensinam às pessoas a gerir sua a Gestão do Conhecimento? própria capacidade de aprender e construir seu conhecimento com mais A teoria dos estilos de Aprendizagem se eficiência? refere à maneira como as pessoas aprendem, em qualquer idade, em qualquer contexto. A Uma aplicação correta da teoria educação corporativa (suponho que você quer dos Estilos de Aprendizagem na dizer “formação na empresa”) refere-se a um organização tem duas dimensões. Por momento concreto e a um contexto específico da um lado, os designers pedagógicos aprendizagem: na organização. A Gestão do e instrucionais podem preparar mais 07 Conhecimento é uma teoria cronologicamente adequadamente os conteúdos de posterior, nascida na empresa e que se pode forma direcionada ao público-alvo e se deve ter em conta em outros contextos. dos programas de capacitação e Portanto, Estilos de Aprendizagem e Gestão do formação continuada. e por outro lado, Conhecimento são duas linhas de reflexão que o fato de cada indivíduo conhecer devem incidir significativamente na Educação seu perfil de estilo de aprendizagem Corporativa. pode ajudar significativamente no metaconhecimento, isto é, na ampliação 2. Como o conhecimento dos Estilos de da consciência pessoal de seu próprio Aprendizagem pode ajudar na construção do processo de aprendizagem. conhecimento corporativo e facilitar o processo de Gestão do Conhecimento? Se hoje dizemos que a aprendizagem dura toda a vida, que devemos estar Um dos contextos em que a teoria dos estilos sempre aprendendo para não ficarmos de Aprendizagem se desenvolveu de maneira obsoletos, conhecer nossas preferências relevante é nos desenhos de programas de de aprendizagem e trabalhar para capacitação e formação continuada nas ampliar ao máximo essas preferências organizações. As investigações de Kolb, Honey, fazem com que nossa capacidade mumford, e as desenvolvidas por Alonso e de aprender se potencialize. Por Gallego demonstraram que um diagnóstico isso quando atualmente fazemos um dos Estilos de Aprendizagem dos participantes processo seletivo, procuramos pessoas de capacitações corporativas pode auxiliar capazes de levar a cabo a tarefa significativamente no desenho adequado de relacionada ao posto de trabalho atividades, práticas, avaliações e, defini- para o qual serão contratadas e, tivamente, melhorar os processos de apren- mas, além disso, capazes de aprender dizagem, abreviando os tempos dedicados ao novas capacidades no futuro. aprendizado e otimizando os resultados. 5. Existe algum estudo sobre 3. A Gestão do Conhecimento e os Estilos de empresas que conhecem os estilos de Aprendizagem podem significar uma nova aprendizagem de seus colaboradores forma de pensar o trabalho para as áreas de e conseguiram gerenciar com Gestão de Pessoas nas empresas? mais facilidade a aprendizagem corporativa, e assim serem mais Certamente. existe o perigo de utilizar a formação competitivas? continuada como elemento “cosmético” apenas para incluir nos catálogos anuais da empresa, Já há alguns anos muitas empresas sem que ela influencie realmente na melhoria da do Reino Unido e algumas empresas organização. Se quisermos chegar ao fundo dos espanholas iniciam seus processos de processos e construir autênticas organizações capacitação e educação continuada que aprendem é imprescindível incluir, desde o com um diagnóstico dos estilos de início do desenho das políticas de Gestão de Aprendizagem dos participantes. Em Pessoas, os enfoques que favorecem os Estilos de Portugal existem hoje muitas empresas Aprendizagem e a Gestão do Conhecimento. do setor financeiro que levam em
  • 8. conta os Estilos de Aprendizagem. São Artigo 01 desenhados cursos nos quais o primeiro momento consiste no diagnóstico dos participantes com o questionário CHAeA.1 A seguir se atribui aos alunos um dos quatro itinerários formativos especialmente desenhados para cada um dos quatro estilos de aprendizagem. Na página da Associação de entidades financeiras de portugal o UNIBANCo oferece a possibilidade 08 de fazer um auto-diagnóstico de Estilos de Aprendizagem, por meio de um questionário simplificado com 12 perguntas ou por meio da versão integral do questionário CHAEA com suas 80 perguntas. (Ver: http://www. unibanco.pt) 6. O professor que conhece os Estilos dr. domingo J. Gallego, UNed, espanha. de Aprendizagem de seus alunos poderá prover melhor aprendizagem e maior eficiência ao ensino? Dr. Domingo J. Gallego é doutor em Filosofia Tradicionalmente é preconizado e letras pela Universidade Complutense de aos docentes que atentem para Filosofia e Ciências da Educação em Madrid, a importância de conhecer bem espanha. o aluno, para centrar-se em suas professor titular da faculdade de educação da características e personalizar a UNed – espanha. aprendizagem. Um diagnóstico dos Atuou como organizador principal em treze Estilos de Aprendizagem favorece o Congressos Internacionais de Informática conhecimento e a adaptabilidade dos educativa e três Congressos Internacionais de desenhos pedagógicos e instrucionais. Estilos de Aprendizagem. Também favorece que o docente ajude É co-diretor do mestrado de “tecnologías a cada aluno a desenvolver o mais para la Educación y el Conocimiento”, UNED, possível suas capacidades de aprender espanha. e desenvolver os quatro estilos de aprendizagem. Para colaborar nesta Coordena pesquisas na área de Gestão do tarefa um dos capítulos de nosso livro Conhecimento e educação a distância, possuindo “Estilos de aprendizagem” 2explica várias publicações nessas áreas. Entre as mais as maneiras de desenvolver os estilos conhecidas estão: pessoais de aprendizagem e como AloNSo, C.m.; GAlleGo, d.J.; HoNeY, p. superar os possíveis bloqueios que Estilos de Aprendizaje. Que són. Como se algumas pessoas possam ter diante de diagnostican. Bilbao: Mensajero, 1994 diferentes formas de aprender. GAlleGo, d.J.; oNGAllo, C. Conocimiento Sugerimos visitar também nossa revista y Gestión. madrid: pearson & prentice Hall, “Estilos de Aprendizagem”: www. 2004. estilosdeaprendizaje.es e-mail: gallego@edu.uned.es 1 CHAeA – Cuestionario Honey-Alonso de Estilos de Aprendizaje. C.M. Alonso (1999) 2 Alonso, C.M.; Gallego, D.J. e Honey, P. (2005) Estilos de aprendizaje. Bilbao: mensageiro.
  • 9.
  • 10. Como IdeNtIfICAR oS vÁRIoS eStIloS de ApReNdIZAGem E UTILIZÁ-LOS COMO FACILITADORES DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO daniela melaré vieira Barros Pesquisadora do LANTEC – UNICAMP dmelare@gmail.com
  • 11. O grande desafio das organizações atualmente estilos de Aprendizagem Artigo 02 é atrair e reter colaboradores, clientes, fornecedores e transformá-los em parceiros entendendo os elementos das tecno- e criadores de conhecimento. A estratégia logias no âmbito educativo e suas empresarial deverá estar fortemente apoiada conseqüências, percebe-se que a em um conjunto de ações que garantam a educação sofre essas alterações e, educação continuada de todas as pessoas que conseqüentemente, tenta de alguma constituem o capital humano da organização. forma adaptar-se ao processo. essa Mas para que a educação continuada aconteça adaptação requer inovações no é preciso que seja estruturada sob medida contexto teórico e em toda a estrutura para as necessidades específicas de cada ator didática. A teoria dos estilos de 11 envolvido no processo e também valorize suas aprendizagem contribui muito para competências e habilidades e que possibilite a a construção do processo de ensino efetividade na comunicação e na colaboração. e aprendizagem na perspectiva das tecnologias, porque considera as Sabemos a importância da educação Corporativa diferenças individuais e é flexível, o que (eC) dentro de um processo de Gestão do permite estruturar as especificidades Conhecimento (GC), pois é uma ferramenta voltadas as tecnologias. que facilita a construção e socialização do Os estilos de aprendizagem de conhecimento individual e empresarial. acordo com Alonso e Gallego (2002), A educação Corporativa (EC) eficiente é com base nos estudos de Keefe uma ferramenta robusta para a vantagem (1998) são rasgos cognitivos, afetivos competitiva da empresa e o uso das tecnologias e fisiológicos, que servem como de informação e comunicação (tICs) são indicadores relativamente estáveis de amplamente utilizadas principalmente quando como os alunos percebem, interagem a empresa utiliza a Educação a Distância. e respondem a seus ambientes de Para facilitar a aprendizagem no ambiente aprendizagem. empresarial, com qualidade e escala as os estilos de aprendizagem referem-se empresas têm, portanto um grande desafio a preferências e tendências altamente que é desenvolver cursos que atendam o individualizadas de uma pessoa, maior número de pessoas específicas, segundo que influenciam em sua maneira de suas habilidades e competências para atingir apreender um conteúdo. Conforme metas especificadas com eficácia, eficiência e Alonso e Gallego (2002), existem obtendo também satisfação em um contexto de quatro estilos definidos: o ativo, o utilização. reflexivo, o teórico e o pragmático. Como intuito de favorecer o aprendizado • estilo ativo: valoriza dados da contínuo e de alta qualidade e eficiência a EC experiência, entusiasma-se com tarefas deve oferecer uma gama de possibilidades novas e é muito ágil; trazendo soluções e opções para que cada • estilo reflexivo: atualiza dados, indivíduo busque aprender e assim, possa estuda, reflete e analisa; compartilhar, segundo seu ritmo, competências • estilo teórico: é lógico, estabelece e habilidades. teorias, princípios, modelos, busca a Torna-se, portanto fundamental que a estrutura, sintetiza; empresa conheça e identifique qual o estilo de • estilo pragmático: aplica a idéia e aprendizagem predominante em cada indivíduo faz experimentos. e direcione a criação do projeto pedagógico segundo estes parâmetros que irá possibilitar a essa teoria não tem por objetivo medir ampliação do que consideramos como formas os estilos de cada indivíduo e rotulá-lo de aprender, de acordo com as competências e de forma estagnada, mas, identificar habilidades pessoais do indivíduo. o estilo de maior predominância na
  • 12. forma de cada um aprender e, com partindo dessas idéias e das análises de Kolb Artigo 02 isso, elaborar o que é necessário (1981), Honey e mumford (1988) in Alonso e desenvolver nesses indivíduos, Gallego (2002) elaboraram um questionário em relação aos outros estilos não e destacaram um estilo de aprendizagem que predominantes. esse processo deve ser se diferenciou de Kolb em dois aspectos: as realizado com base em um trabalho descrições dos estilos são mais detalhadas e educativo que possibilite que os outros se baseiam na ação dos diretivos; as respostas estilos também sejam contemplados na do questionário são um ponto de partida e não formação do aluno. um fim, isto é, são um ponto de diagnóstico, tratamento e melhoria. O questionário está o tipo de aprendizagem que a influ- disponível em: www.estilosdeaprendizaje.es. 12 ência da tecnologia potencializa nos contextos atuais passa necessariamente O questionário dos estilos de aprendizagem por dois aspectos: primeiramente, a pode ser aplicado em diversas situações flexibilidade e a diversidade e, em de aprendizagem, independente da área seguida, os formatos. ou conteúdo a ser desenvolvido. também destacamos que o teste identifica como já foi Kolb (1981) in Alonso e Gallego (2002) afirmado somente a tendência de aprendizagem destacou que a forma de aprender caracterizada para aquele momento, podendo é fruto da herança que trazemos, ser flexível de acordo com o desenvolvimento das experiências anteriores e das pessoal. exigências atuais do ambiente. para ele, cinco forças condicionam os estilos Referências de aprendizagem: o tipo psicológico, ALONSO, C. M.; GALLEGO, D. Aprendizaje y a especialidade que o indivíduo está ordenador. Madrid: Dykinson, 2000. em relação a sua profissão, a sua carreira profissional e as exigências AloNSo, C. m.; GAlleGo, d. J.; HoNeY, p. que elas trazem, o posto de trabalho Los estilos de aprendizaje: procedimientos ao qual está vinculado e a capacidade de diagnóstico y mejora. Madrid: Mensajero, de adaptação ao posto que estiver 2002. ocupando, que exige determinada competência. www.estilosdeaprendizaje.es
  • 13. o pApel dA teCNoloGIA dA INfoRmAÇão Como AUxÍlIo À eNGeNHARIA e GeStão do CoNHeCImeNto Giuvania Terezinha Lehmkuhl especialista - eGC/UfSC eletrosul Centrais elétricas S.A giulehmkuhl@eletrosul.gov.br Carla Rosana da veiga Historiadora e mestranda eGC/UfSC veiga@icablenet.com.br Gregório Jean Varvakis Rado engenheiro e doutor UGC/UfSC grego@deps.ufsc.br
  • 14. 1 INTRODUÇÃO controle a operação. E como qualquer outro Artigo 03 o contexto mundial vive permanen- sistema, um sistema de informação opera dentro temente submetido às implicações decor- de um ambiente”. rentes de grandes transformações Com o intuito do melhor posicionamento acerca nos cenários políticos, econômicos e do papel do ambiente computacional nas tecnológicos, trazendo como conse- organizações desenvolveu-se a figura 1, onde qüência direta à necessidade dos está demonstrada a posição do ambiente diversos atores sociais encontrarem computacional como parte integrante do ambiente as estratégias mais adequadas a este organizacional, as tecnologias de informação ambiente de constantes mudanças. que integram o Ambiente Computacional e, A informação nesse novo cenário passa como esse ferramental tecnológico interage 14 a ser considerada um recurso essencial com os usuários possibilitando a criação, a nas tomadas de decisões. Para Beck disseminação, a utilização e a proteção do (2007), “atualmente, toda empresa conhecimento, que segue: está envolta com amplos e diversos tipos de informação e, para competir neste contexto dinâmico, o segredo do sucesso é a agregação de valor a partir do acesso, do tratamento, da utilização e da disseminação da informação”. A partir dessa premissa o gerenciamento do conhecimento na empresa será o mais importante patrimônio. A distribuição da informação precisará de um novo modelo de tecnologia de informação e gestão. Uma empresa inserida na sociedade da informação e do conhecimento deverá conseguir figura 01- Ambiente Computacional tirar vantagens do uso das modernas fonte: elaborada pelos autores (2007) tecnologias da informação porque isso Na visão de Rezende e Abreu (2000), um resultará em competitividade. sistema de informação eficiente pode ter um 2 O AMBIENTE COMPUTACIONAL grande impacto na estratégia corporativa e no embora não exista um conceito formado sucesso da empresa. Entre os benefícios que as sobre o que vem a ser um ambiente empresas buscam estão: suporte a tomada de computacional, a revisão bibliográfica decisão, valor agregado ao produto, melhor sobre o tema possibilitou perceber serviço e vantagem competitiva, produtos de que um ambiente computacional melhor qualidade entre outros. integra os recursos de um “Sistema de As tecnologias de informação mais utilizadas Informação”. Esse Sistema, segundo para implementação e viabilização da gestão o´Brien (2003), é formado por: dados; do conhecimento conforme Cândido e filho Redes; Hardware; Software e Pessoas. (2003) são: videoconferência, growpware, No conceito de turban et all (2003), painéis eletrônicos e grupos de discussão, bases “Um sistema de informação – SI, coleta, de dados on-line, Cd-Roms, Internet, Intranets, processa, armazena, analisa e dissemina sistemas especialistas, agentes de pesquisa informações com o propósito especifico. inteligentes, data warehouse/data mining e Como qualquer outro sistema, um gerenciamento eletrônico de documentos - sistema de informação abrange entradas Ged. essas tecnologias pertencem ao ambiente (dados), saídas (relatórios, cálculos), computacional. processa essas entradas e saídas e gera A partir dos conceitos de mcCune (1999), se saídas que são enviadas para o usuário observa como as tecnologias de informação ou outros sistemas. É possível incluir um explicitadas no parágrafo acima são aplicadas mecanismo de resposta feedback – que de forma a contribuir para a Gestão do
  • 15. Conhecimento. o autor estrutura a tI aplicada e Abreu (2000), veio para atender Artigo 03 à GC, a partir de dois grupos: à complexidade e as necessidades • o primeiro, embasado na tecnologia de empresariais. para Cândido e filho informação que propicia subsídios a tomada (2003), dada às características de decisão e a elaboração de estratégias a do atual ambiente de negócios partir de novos bancos de dados originados e de gestão a necessidade das dos bancos de dados operacionais. pertencem organizações serem cada vez mais a este grupo o data warehouse, data mining e adaptáveis, flexíveis e ágeis, suas data mart. estruturas e processos precisam estar • o segundo grupo é o da tecnologia da permanentemente sendo reavaliados, informação, que além de fornecer suporte reestruturados e revitalizados. Neste 15 para a tomada de decisão, se volta para a contexto, a tecnologia de Informação - disseminação do conhecimento na organização, TI, terá que identificar encontrar e/ou seja através de melhores práticas de trabalho, desenvolver, implementar tecnologias seja através do registro de discussões para a e sistemas de informação que apóiem disseminação de conhecimento, caracterizada a comunicação empresarial e a troca pelo Groupware e intranet. de idéias e experiências. É indiscutível que a TI exerce um importante Para Rezende e Abreu (2000), as papel no âmbito da gestão do conhecimento. empresas devem evoluir da empresa A partir de sua aplicabilidade, distâncias são chamada tradicional para empresa rompidas, a transferência do conhecimento baseada na informação, que se é feita de forma on-line, propiciando que o diferem principalmente nos quesitos conhecimento de uma pessoa ou de um grupo apresentados abaixo: seja retirado, estruturado e empregado por Nos últimos anos, o conhecimento tem tabela 01 – diferença de empresa tradicional para a empresa baseada na informação Fonte: Rezende e Abreu (2000) outros membros de uma organização, bem como se tornado um recurso cada vez mais seus parceiros de negócios em todo o mundo. estratégico para as organizações “A capacidade dos computadores tem pouca buscarem sua competitividade e relevância para o trabalho do conhecimento, mas sobrevivência: surgem assim as organi- os recursos de comunicação e armazenamento zações baseadas no conhecimento. de computadores ligados em rede fazem deles Desta forma GARVIN (1993) afirma propiciadores do conhecimento”. Davenport e que o conhecimento organizacional Prusak (1998). pode se manifestar de várias formas, 3 A TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO COMO geralmente através de práticas AUXÍLIO A GESTÃO DO CONHECIMENTO estruturadas ou não. O conjunto de tais A Tecnologia da Informação, segundo Rezende práticas estruturadas é o que constitui
  • 16. a chamada Gestão do Conhecimento. clientes. Artigo 03 embora o foco de estudo das Crawford (2005, p. 3) clarifica que conheci- organizações do conhecimento se mento é conhecimento explícito e tácito, ambos estabeleça em torno de empresas de produzidos de forma coletiva, sendo o conhe- tecnologia ou de serviços, é possível cimento organizacional de caráter social. A entender que qualquer organização, gestão do conhecimento é simultaneamente uma independente de seu porte ou setor, meta e um processo. Como um resultado, ou meta, desenvolve e possui um acúmulo de a gestão do conhecimento é completamente conhecimento. focalizada no compartilhamento de informações Uma empresa baseada em conhecimento para o benefício da organização. Um projeto é uma organização de aprendizagem de gestão do conhecimento não é tanto sobre o 16 que reconhece o conhecimento como um controle sobre o compartilhamento, mas como o recurso estratégico, e cria conhecimento conhecimento organizacional se comporta como que pode ser processado internamente um recurso estratégico. o incremento deste e utilizado externamente, aproveitando valor pode ocorrer por meio da conversão o potencial de seu capital intelectual, do conhecimento explicitado pela estratégia onde o trabalhador do conhecimento é em ações operacionais que promovam o o componente crítico (GARvIN, 1993). conhecimento tácito dos agentes envolvidos na Oliveira (2003) relata que o bem mais rede de relacionamento. importante de uma organização é o Oliveira (2003) descreve que a gestão do conhecimento, ou capital intelectual, e conhecimento cuida de agregar valor às este capital inclui o conhecimento tácito informações, e é um processo continuo de como a experiência armazenada aprendizagem, que se dá pela sinergia das por cada empregado organização informações e pela capacidade das pessoas. e o conhecimento explícito como os O conhecimento tácito e o conhecimento explícito, documentos, políticas e procedimentos de acordo com Nonaka e Takeuchi (1997), não existentes. O conhecimento tácito para são entidades totalmente separadas, mas sim ser transmitido precisa ser convertido complementares, interagem entre si e realizam em palavras, números ou imagens que trocas nas atividades criativas dos seres humanos. todos da empresa possam entender. E para esta interação existem quatro modos Nesse processo de conversão do de conversão à Socialização (conhecimento conhecimento tácito para o explícito é tácito em conhecimento tácito); Externalização que o conhecimento organizacional é (conhecimento tácito em conhecimento criado. explícito); Combinação (conhecimento explícito oliveira (2003) salienta também em conhecimento explícito); e Internalização que o conhecimento e a experiência (conhecimento explícito em conhecimento tácito). adquiridos com o tempo criam esses conteúdos do conhecimento interagidos vantagens competitivas que não podem entre si, culminam em uma espiral de criação ser copiadas, onde numa economia do conhecimento. incerta, apenas o conhecimento é fonte Conforme pereira (2003), os processos segura de vantagem competitiva. de Gestão do conhecimento, incluem as Conforme Nonaka e Takeuchi (1997), funções de identificação; captura; seleção a competição é uma batalha constante e validação; organização e armazenagem; e penosa para as empresas, não compartilhamento e distribuição; aplicação; e podendo relaxar e ser complacente. criação, assim integrando estes conceitos numa o medo de perder impulsiona as visão sistêmica da gestão do conhecimento. empresas a prever mudanças e inventar No que tange as principais funções componentes algo novo, uma nova tecnologia, um do processo de Gestão do Conhecimento, projeto de produto, um novo processo destacam-se as seguintes características de produção, uma nova estratégia (BeCKmAN, 1999; dAveNpoRt e pRUSAK, de marketing, uma nova forma de 1998; peReIRA, 2003): distribuição ou nova forma de servir os a) Identificação: esse processo está voltado
  • 17. para questões estratégicas, dentre elas A retenção e transformação podem ser Artigo 03 identificar que competên-cias são críticas para trabalhadas dentro de uma perspectiva o sucesso da organização (competências essen- de apoio aos sistemas organizacionais, ciais). e, então, se incorporariam os sistemas b) Captura: o processo de captura representa computacionais de auxílio, integrados a aquisição de conhecimentos, habilidades e às bases de conhecimento (computer- experiências necessárias para criar e manter as assisted knowledge system), sendo competências essenciais e áreas de conhecimento estas vistas como repositórios de selecionadas e mapeadas. conhecimento. São exemplos desta c) Seleção e Validação: o processo de selecionar segunda forma de aplicação das e validar conhecimento visa filtrar, avaliar a bases de conhecimento: os data 17 qualidade e sintetizar o conhecimento para fins warehouse, os sistemas de informação de aplicação futura. Nem todo o conhecimento gerencial, sistemas de apoio à decisão, gerado, recuperado ou desenvolvido deve ser sistemas de gestão integrada, entre armazenado na organização. outros. A dimensão da disseminação d) Organização e Armazenagem: o objetivo pode ser entendida via tecnologias desse processo é garantir a recuperação de informação e de comunicação, rápida, fácil e correta do conhecimento, por no entanto a visão do processo de meio da utilização de sistemas de armazenagem criação do conhecimento de Nonaka efeti-vos. o conhecimento, a expertise e a e Takeuchi (1997) e Nonaka e experiência informais ou não estruturados, de Ryoko (2003) e dos espaços para a posse somente dos indivíduos da organização criação de conhecimento de Nonaka e não compartilhados por meio de mecanismos e Konno (1998) explicam de maneira adequados, são facilmente perdidos e mais completa a disseminação de esquecidos e não podem ser organizados e conhecimento. armazenados para aplicação em processos, 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS produtos e serviços da organização. As tIC´s inegavelmente podem e) Compartilhamento (acesso e distribuição): desempenhar papéis de suma A prática das organi-zações demonstra que, importância no processo de construção em geral, muitas informações e conhecimentos e disseminação do Conhecimento per-manecem restritos a um grupo pequeno nas organizações. Os avanços da de indivíduos. Além disso, mesmo quando tecnologia da informação facilitam os disponíveis, não estão em tempo hábil e nem no processos requeridos pela Gestão do local apropriado. Nesta questão, a facilidade Conhecimento, como a coleta, a seleção, de acesso torna-se ponto crítico do processo de a disponibilização e, a disseminação compartilhamento. de informações, porém existe uma f) Aplicação: mesmo que os conhecimentos, barreira final que é a tradução pelos experiências e informações estejam disponíveis homens, dessa informação e sua e compartilhadas, é fundamental que sejam transformação em ações. A tecnologia utilizadas, e que se traduzam em benefícios da informação por si só não assegura concretos para a organização. Nesse processo, um processo eficaz de Gestão do cabe destacar a importância de se registrar Conhecimento, mas pode propiciar um as lições aprendidas com a utilização do relevante suporte para a implantação conhecimento, os ganhos obtidos e os desafios da Gestão do Conhecimento em uma a serem ainda alcançados (novos conhecimentos organização. que serão necessários para a organização). Sendo assim, o sucesso de um projeto g) Criação de Conhecimento: o processo de de Gestão do Conhecimento numa criação de um novo conhecimento envolve as organização não pode estar atrelado seguintes dimensões: aprendizagem, externa- à compra de uma nova tecnologia lização do conhecimento, lições apren-didas, da informação. A tecnologia da pensamento criativo, pesquisa, experimentação, informação, isoladamente, não pode descoberta e inovação. ser a base da criação e gestão
  • 18. de conhecimento organizacional. A Informação como Ferramenta de Apoio para Artigo 03 tecnologia deve ser encarada como a Inteligência Competitiva e a Gestão do suporte dentro desse processo. Conhecimento: um estudo de caso no setor A tecnologia da informação para a varejista. In: Km Brasil 2003, 2003, São paulo. Gestão do Conhecimento pode ser vista Anais do Km Brasil 2003, 2003. v. 1. p. 20- como uma tecnologia que apresenta 36. subsídios à tomada de decisão e a CRAWfoRd, C.B. Effects of transformational elaboração de estratégias a partir leadership and organizational position de novos bancos de dados originados on knowledge management. Journal of dos bancos de dados operacionais Knowledge Management. 2005. volume: 9, da empresa como, por exemplo, o Issue: 6. 18 Data warehouse, o data mining, entre DAVENPORT, H. Thomas & Laurence, Prusak. outros. essas ferramentas, além de dar Conhecimento empresarial: como as subsídios para a tomada de decisão, organizações gerenciam o seu capital estão voltadas à disseminação do intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998. conhecimento na organização , seja GARVIN, D. A. Building a learning organization. através de melhores práticas de Harvard Business Review. v. 71 n. 4, p. 78- trabalho, seja através do registro de 91,1993. discussões para a disseminação de mcCUNe, JeNNY C. Thirst for Knowledge. conhecimento, como por exemplo o Management Review. April 1999. Groupware e a intranet. NoNAKA,I; tAKeUCHI, H. Criação do A tecnologia de Informação possui conhecimento na empresa. 4.ed.Rio de Janeiro: um papel importante no suporte Campus, 1997. para implementação da gestão NoNAKA, I; RYoKo, t. The knowledge- do conhecimento nas organizações. creating theory revisited: knowledge creation Atentando que a função mais as a synthesizing process. Knowledge valiosa da tecnologia na Gestão do Management Research & Practice. Conhecimento é aumentar o alcance n. 1, p.2-10, 2003. e a velocidade da transferência do olIveIRA, J.R.m. conhecimento. A tecnologia ainda Modos empregados por uma empresa de produtos injetados plásticos, para gerenciar possibilita que o conhecimento de uma o seu conhecimento disponível: O caso da pessoa ou de um grupo seja extraído, Multibrás da Amazônia S.A. Dissertação de estruturado e utilizado por outros Mestrado. 2003. (mestrado em Administração) – membros da organização e por seus programa de pós-graduação em administração, parceiros de negócios no mundo todo, Universidade federal de Santa Catarina. ajudando na codificação e geração do o’BRIeN, JAmeS A. Sistemas de informações: conhecimento. e as decisões gerenciais na era da internet. 9. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ed. americana. São paulo: Saraiva, 2003. BeCK, l. Valor agregado e gerência peReIRA, H. J. Proposição de um modelo do conhecimento. mundo virtual. organizacional baseado no conhecimento: Disponível na Internet: http://www. um estudo de caso em empresa pública. agestado.com.br/especial/valor.htm In: MANAGEMENT IN IBEROAMERICAN Consultado em abril de 2007. COUNTRIES: CURRENT TRENDS AND BeCKmAN, t. The current state FUTURE PROSPECTS, 3., 2003, São paulo. of knowledge management. In: proceedings…São paulo: Iberoamerican LIEBOWITZ, J. (Ed.) Knowledge Academy of Management, Brazil, 1 CD ROM. management handbook. New York: ReZeNde d.A. ABReU frança Aline. Tecnologia CRC press, 1999. da Informação Aplicada a Sistemas de CÂNdIdo, G. A.; SIlvA fIlHo, J. Informação Empresariais. São paulo: Atlas, f. Aplicação da Tecnologia da 2000.
  • 19. GESTÃO DO CONHECIMENTO PARA PROFISSIONAIS LIBERAIS Uma metodologia para a expansão sustentável dos negócios de profissionais liberais empreendedores Fabrício Yutaka Fujikawa especialista em Gestão estratégica da Informação - UfRJ fabriciofuji@yahoo.com.br
  • 20. 1. Introdução cerca de 15 milhões de trabalhadores, ou Artigo 04 os autores e estudiosos de teorias 23,4% da população ocupada do país. eles sócio econômicas têm estabelecido que trabalham explorando uma atividade eco- vivemos na sociedade do conhecimento. nômica de forma autônoma, com ou sem sócio Enquanto na sociedade agrícola o fator e empregados, utilizam predominantemente o de produção - e, conseqüentemente, exercício técnico e intelectual de conhecimento. o pilar da estruturação social - foi A representatividade da categoria é tão gran- a posse de terras, com a revolução de que nosso país foi o pioneiro mundial na industrial e o estabelecimento do criação de domínios de primeiro nível (dpN) da modelo da sociedade industrial, o fator internet específicos para os profissionais liberais de produção passou a ser o capital (a (por exemplo: bio.br para biólogos e fot.br 20 indústria) - os grandes industriais, a para fotógrafos). chamada burguesia, ocuparam o topo Neste trabalho, o profissional liberal empreen- da pirâmide sócio econômica. Já na dedor é aquele profissional eminentemente sociedade do conhecimento, o principal técnico que tem a demanda por seus serviços ativo para as atividades econômicas é o aumentada e percebe a oportunidade de conhecimento. Até mesmo as atividades transformar se em uma empresa, expandindo primárias, como fruto de uma intensa seus negócios. competição no setor, hoje administram o 2.2. Expansão Sustentável de Negócios conhecimento como um ativo produtivo No sentido econômico, crescimento sustentável - vide os produtos transgênicos e a consiste no aumento das entradas ou saídas embrapa, por exemplo. reais que podem ser sustentadas por longos As práticas de gestão do conhecimento, períodos de tempo. em sentido amplo, susten- via de regra, encontram-se estabelecidas tabilidade se relaciona à continuidade dos em empresas de médio e grande por- aspectos econômicos, sociais, culturais e am- te, tendo ainda pouca presença em bientais da sociedade humana. Neste traba- pequenas e micro empresas. No caso lho, a expressão expansão sustentável de negó- dos profissionais liberais, em geral, cios restringe se apenas às características essas práticas inexistem. econômicas da sustentabilidade de uma orga- Neste trabalho será apresentada uma nização empresarial e se resume em um aumento metodologia de gestão do conhecimento das atividades da organização (faturamento, apoiada por um ferramental de sistema lucro, equipe, clientes, etc.) com bases sólidas, de informação acessível à capacidade duradoura e contínua. de investimento dos profissionais libe- 2.3. Conhecimento rais, para formação da memória para davenport (1998), conhecimento é uma organizacional e suporte à execução combinação de experiência condensada, valores, de suas atividades. Considerando que, informação contextual e insight experimentado, diferentemente dos fatores de produ- que proporciona uma referência para avaliação ção de outrora, o conhecimento é um e incorporação de novas experiências e ativo que aumenta quanto mais é informações. Gloor (2001) estabelece que o utilizado, e seu custo diminui à medida conhecimento está embutido nos processos de que é compartilhado por um número trabalho de uma organização. maior de pessoas (CAvAlCANtI, 2001), o conhecimento pode ser classificado como a adoção de tal metodologia forma os tácito ou explícito. Segundo Gomes (2005), o alicerces de uma expansão sustentável conhecimento tácito é aquele armazenado no de negócios e equipe para os âmbito individual, fruto da experiência, crenças profissionais liberais empreendedores. e habilidades pessoais, normalmente difícil de 2. Fundamentação Teórica ser formulado, comunicado e compartilhado 2.1. Profissionais liberais com terceiros. Já o conhecimento explícito, é empreendedores principalmente adquirido pela informação, Segundo dados do IBGe, no ano 2000 quase sempre pela educação formal, e os profissionais liberais representavam normalmente se encontra documentado em
  • 21. linguagem codificada (livros, manuais, bases de O capital ambiental é o conjunto de Artigo 04 dados, etc.). fatores que definem o ambiente de 2.4. Modos de Conversão do Conhecimento e negócios no qual a empresa está a Espiral do Conhecimento inserida: características sócio eco- Para Nonaka (1997), a interação entre o nômicas, aspectos legais, éticos, culturais, conhecimento tácito e o conhecimento explícito governamentais e financeiros. permite definir quatro formas distintas de con- O capital estrutural é formado pela versão do conhecimento, graficamente assim infra estrutura disponível para as representadas: operações da organização e sua cultura Ainda segundo Nonaka (1997), a criação do empresarial: sistemas administrativos, conhecimento organizacional é um processo conceitos, modo como trabalha, 21 contínuo e dinâmico de interação entre o processos, marcas, programas de conhecimento tácito e o conhecimento explícito, computador e outros. que dá origem à expressão espiral do O capital intelectual é um ativo intan- conhecimento. gível, pertencente ao indivíduo, não à organização, mas que pode por ela ser utilizado para as suas operações. trata se da capacidade, habilidade, experiência e conhecimento formal das pessoas. Já o capital de relacionamento é formado pelas parcerias estratégicas que uma organização estabelece Figura: Espiral do conhecimento. Fonte: Nonaka (1997) com os principais atores do capital 2.5. Gestão do Conhecimento ambiental (clientes, fornecedores, de acordo com Jayme teixeira filho (todeSCHI, instituições financeiras, etc.) visando 2001), a gestão do conhecimento (GC) é à preservação de sua presença no uma abordagem que busca pontos onde o mercado. conhecimento traga vantagem competitiva 3. Problemática para a empresa. pode ser entendida como um Tipicamente, os profissionais liberais amplo processo de criação, uso e disseminação atuam de forma autônoma, realizando do conhecimento na organização, que se diversos papéis na estrutura de funcio- materializa numa série de práticas facilitadoras namento de suas atividades - desde do compartilhamento do conhecimento na a execução propriamente dita de sua empresa, não apenas sobre seus processos atividade fim, até a realização de internos, mas também sobre seus clientes e seu tarefas não diretamente ligadas a sua ambiente competitivo. profissão. 2.6. Capitais do Conhecimento ® As tarefas normalmente são realizadas Cavalcanti (2001) estabelece que, para baseadas no conhecimento tácito do uma efetiva gestão do conhecimento de uma profissional. Quando há conhecimento organização, deve se utilizar o modelo dos explícito envolvido, ele é encontrado na capitais do conhecimento, que define quatro metodologia seguida pelo profissional capitais a serem monitorados e gerenciados, na execução dos processos de sua conforme a figura seguinte: atividade fim. Dificilmente se trata de conhecimento explícito gerado pelo próprio profissional; na maioria das vezes, são literaturas técnicas usadas como referência. Quando o profissional liberal decide se tornar um empreendedor e ini- ciar sua transformação em uma em- Figura: Os quatro capitais do conhecimento ®. Fonte: Centro de presa, ele necessita de mais tempo Referência em Inteligência empresarial (CRIe) – Coppe/UfRJ disponível para realizar sua atividade
  • 22. fim e se dá conta de que o tempo que (e, eventualmente, o de relacionamento), mas Artigo 04 ele investe em atividades secundárias a falta de uma metodologia de gestão do poderia ser destinado a atender às conhecimento dificulta o desenvolvimento dos novas oportunidades de negócio. Nesse demais capitais. Considerando que, conforme momento, ocorre uma contratação de Cavalcanti (2001), o capital intelectual é uma um novo colaborador para atuar nas propriedade individual utilizável por uma tarefas de apoio - rotinas administrativas, organização enquanto seu detentor fizer parte atendimento telefônico, etc. embora de seus quadros, nota se que esse aumento do menos freqüente, dependendo do capital intelectual pode ser temporário. Para volume da demanda existente, pode agravar, o conhecimento repassado não é ser necessário que o novo colaborador persistente: caso haja mudanças na equipe, todo 22 seja um outro profissional para atuar o conhecimento passado ao colaborador antigo na mesma atividade fim. deve ser novamente trabalhado e repassado Na entrada de novos colaboradores, o ao novo colaborador. E, mais uma vez, caberá treinamento normalmente é feito através ao profissional liberal transmitir o conhecimento. de orientação pessoal durante o horário Essa excessiva centralização na figura do de expediente e à medida em que “as profissional liberal torna se um limitante para o coisas vão acontecendo”, isto é, quando crescimento da equipe. surge a necessidade de execução Quanto aos produtos ou serviços entregues de um procedimento, é realizado o aos clientes, qual o impacto do aumento de treinamento do mesmo - sempre por equipe segundo a realidade apresentada? Por transmissão oral de instruções. Quando haver pouco ou nenhum processo documentado, o profissional liberal não se encontra no e sendo a socialização o principal modo de local de trabalho, a execução de uma transferência de conhecimento, a tendência ao tarefa pelo novo colaborador pode aumento da variabilidade é grande quando ser adiada aguardando seu retorno da contratação de novos colaboradores para ou, dependendo da urgência, as apoiar o profissional liberal. Campos (1992) orientações são passadas por telefone. define a qualidade de um produto ou serviço portanto, o principal modo de como o atendimento perfeito, de forma transferência do conhecimento é a confiável, acessível, segura e no tempo certo às socialização. A externalização e a necessidades do cliente. Nesse sentido, conclui- combinação podem ser consideradas se que num contexto de expansão de equipe inexistentes, e poucas vezes ocorre e negócios, o profissional liberal corre o sério a internalização, visto que há pouco risco de impactar negativamente a percepção conhecimento explícito envolvido. da qualidade de seus serviços pelos clientes, Considerando que os profissionais o que, por sua vez, pode destruir uma boa liberais atuam em atividades de uso reputação construída até então. intensivo do conhecimento — seja como É necessária, portanto, uma metodologia produto final da atividade (ensino e de gestão do conhecimento para apoiar os consultoria, por exemplo), seja como profissionais liberais empreendedores no fator de produção do produto final momento da alavancagem de seus negócios. gerado (projetos de arquitetura e 4. Proposta de Solução sistemas de informação são casos A proposta de solução engloba uma metodologia típicos) — a não abrangência de todos de gestão do conhecimento que considera os os modos de conversão do conhecimento processos de transformação do conhecimento é, sob a ótica da estratégia empresarial, em suas formas explícita e tácita, faz girar uma grande fraqueza. a espiral do conhecimento e desenvolve os Com relação aos capitais do capitais do conhecimento da organização, conhecimento, a chegada de novos através da formação de uma sólida memória integrantes na equipe incrementa o organizacional. Esquematicamente, a figura capital intelectual da organização seguinte representa a metodologia:
  • 23. Artigo 04 23 figura: Esquema da metodologia proposta. Fonte: autor • Definir o negócio da organização - o pro- a matriz de classificação da figura fissional liberal empreendedor deve formalizar seguinte: a visão e a missão do negócio em que atua para estabelecer o norte estratégico do negócio e auxiliar na identificação das competências essenciais da organização - o conjunto de habilidades e tecnologias que permite à organização oferecer algo de valor para o cliente (CAvAlCANtI, 2001). • Elaborar um dicionário corporativo - é co- mum que haja entendimentos incorretos em função de terminologias desconhecidas - ou de interpretações diferentes - para as partes envolvidas. para evitar situações da espécie e suas indesejadas conseqüências, recomenda se a elaboração de um dicionário corporativo com os Quadrante 2 - Essenciais Processos/áreas com maior intensidade de conhecimento termos específicos do negócio e seus significados e com maior alinhamento a estratégia da empresa. internos. Uma comunicação uniforme é essencial Quadrantes 1, 3 e 4 - Laterais Processos/áreas que podem contribuir para resultados para a uniformização da cultura organizacional essenciais. e o conseqüente reforço do capital estrutural. Figura: matriz de classificação de processos fonte: Gomes (2005) • Mapear os processos de negócio – devem ser mapeados e registrados conforme modelo Sob a ótica da matriz de classificação, do Anexo 1 (Quadro de mapeamento de os candidatos prioritários naturais são Processos). Para a classificação, deve se seguir os processos dos quadrantes laterais a definição de Santoro (2006): (1) e (3), pois são os que exigem • Primários: relacionam-se diretamente com o menor conhecimento para a execução, cliente; sendo de delegação mais simples. Já • De apoio: colaboram com os processos primários os processos do quadrante (4) têm na obtenção de sucesso junto aos clientes; baixa prioridade, pois, inversamente, • Gerenciais: coordenam as atividades de apoio requerem uma alta intensidade de e dos processos primários. conhecimento - que normalmente só A freqüência, a intensidade de conhecimento o profissional liberal possui - e o nível e a relevância estratégica são categorizadas de relevância estratégica não justifica em alta, média ou baixa. Na avaliação da um investimento maior neles. os relevância estratégica, devem ser consideradas processos do quadrante (2), portanto, as declarações de visão e missão da organi- são os intermediários na ordem de zação. prioridade. • Priorizar os processos - deve ser montada Dentre os processos do quadrante (1)
  • 24. e (3), deve se priorizar os processos controle mais efetivo e são essenciais para Artigo 04 primários e de alta freqüência de garantir uma variabilidade controlada na execução. execução do processo, mantendo a percepção tais regras não são rígidas e servem de qualidade por parte do cliente no nível como orientação básica para a desejado. priorização. O foco deve ser sempre • Disponibilizar um espaço para registro otimizar o uso do tempo pelo profissional e troca de sugestões/experiências – fonte liberal, de forma que o máximo possível para coleta de qualquer informação que de sua carga horária seja destinada à possa ser trabalhada para futura geração de atividade fim, delegando a execução conhecimento. o espaço deve ser aberto não de tarefas de apoio sem perda de apenas aos colaboradores, mas também a 24 qualidade na execução. clientes e parceiros estratégicos, com controle de • Descrever e modelar os processos acesso: nem todos os assuntos tratados podem - esta é a etapa de explicitação do ser acessados por todos os participantes. Como conhecimento tácito. Deve ser ela- espaço para o registro de sugestões e trocas borado um texto descrevendo o de experiências diversas, sugere se o uso de processo tal como ele ocorre, sua forma um blog - uma página web na qual é possível de execução, as etapas envolvidas, as registrar temas sob a forma de artigos e os regras consideradas para as decisões visitantes lançam comentários sobre os mesmos. a serem tomadas, os atores com quem • Realizar reuniões periódicas com a ele interage e os instrumentos utili- equipe - sugestões colhidas no blog, opiniões zados (documentos, planilhas e outros manifestadas por clientes, erros ocorridos artefatos). nos processos, oportunidades de serviços Alternativamente, um quadro com o em prospecção, entre outros, são temas que detalhamento das atividades envol- devem fazer parte da pauta de tais reuniões. vidas em cada processo, nos moldes O objetivo é compartilhar conhecimento entre do Anexo 2 (Quadro de detalhamento os participantes mediante socialização e do processo) pode ser elaborado. internalização, e propiciar as condições para Nesse quadro deve ser registrado o a geração de novos conhecimentos a partir das processo, suas atividades, as entradas, discussões ocorridas. as saídas e os instrumentos de cada 4.1. Web Site como ferramenta tecnológica atividade. A atividade é uma ação de apoio concreta realizada no processo. As Como ferramenta tecnológica de apoio é entradas podem ser informações que sugerido um web site de acesso controlado serão processadas pela atividade ou como repositório para armazenamento, con- eventos que disparam a execução da sulta, compartilhamento e disseminação do atividade. As saídas são os resultados conhecimento explícito da organização pro- concretos gerados pela atividade: duzido pela adoção da metodologia. O mesmo um novo evento, uma ação obtida web site pode ser utilizado como canal de ou novas informações geradas. Já comunicação e divulgação de serviços, atuando os instrumentos são os artefatos - no relacionamento com antigos e novos atores formulários, documentos, planilhas, etc. do ambiente de negócios da empresa. - usados na atividade 4.1.1. Função: repositório do conhecimento • Elaborar instrumentos de apoio aos A disponibilização das informações deve ser processos - o passo seguinte é elaborar realizada através de sistemas de gerenciamento os formulários e artefatos utilizados de conteúdo (SGC), que permitem a usuários - registrados na coluna “instrumentos” sem conhecimento técnico específico atualizarem do quadro de detalhamento do o conteúdo de páginas web - textos, arquivos, processo. Padronizando informações imagens, etc. e procedimentos de um processo, os O processo de disponibilização de conteúdo formulários também possibilitam um deve ser simples, tendo apenas 1 nível de
  • 25. aprovação (opcional), como o mostrado na mesma infra estrutura tecnológica de Artigo 04 figura abaixo: SGC do web site como repositório de conhecimento pode ser utilizada para o canal de comunicação e marketing. As informações que constam em ambas as arquiteturas podem ser compartilhadas Figura: Processo de disponibilização de conteúdo. Fonte: autor (isto é, não é necessário publicar duas A arquitetura de informação sugerida para o vezes o mesmo conteúdo) e o controle repositório do conhecimento explícito da orga- de acesso às informações internas é nização é a mostrada na figura seguinte. feito através de login/senha para os 25 Figura: Arquitetura de informação sugerida para o web site como repositório do conhecimento explícito. Fonte: autor 4.1.2. Função: canal de comunicação e colaboradores cadastrados. marketing 5. Resultados Esperados O web site também pode ser utilizado como 5.1. Quanto aos processos de canal de comunicação com os atuais clientes. conversão do conhecimento Adicionalmente, divulgando os produtos e Com a adoção da metodologia, os serviços prestados, pode atuar no aumento do processos de conversão do conheci- capital de relacionamento do profissional liberal mento ficam assim mapeados e a - novos clientes, parceiros ou fornecedores podem espiral do conhecimento passará a ter ser integrados. Uma arquitetura de informação todos os processos de transformação adequada ao site institucional de um profissional suportados pelos processos de gestão liberal seria a mostrada na figura abaixo: do conhecimento da metodologia. Socialização: reuniões periódicas, tro- ca de experiências ao longo da execu- ção de rotinas. Externalização: documentação de processos, elaboração de instrumentos para os processos documentados, atas das reuniões periódicas, blog. Figura: Arquitetura de informação sugerida para o web site como Combinação: blog, revisão e melhoria canal de comunicação e marketing. Fonte: autor dos processos. Analisando a integração entre as duas Internalização: tópicos usados nas reu- arquiteturas de informação, tem se que a niões que sejam oriundos de conheci-
  • 26. mento explícito, treinamentos baseados seus negócios. Artigo 04 em processos documentados. A metodologia proposta direciona as iniciativas 5.2. Quanto aos capitais do empreendedoras de profissionais liberais para conhecimento ® uma orientação por processos, com eficiente os capitais do conhecimento passarão disseminação do conhecimento e estruturação a evoluir e interagir entre si, cumprindo em rede (múltiplos vínculos entre as pessoas), a condição para a geração de riqueza características por definição, segundo de uma organização (CAVALCANTI, Cavalcanti (2001), de uma empresa baseada 2001): em uso intensivo de conhecimento. • Aumento do capital de relacionamento o uso de um web site como plataforma devido à expansão de sua rede de tecnológica prepara uma futura transformação 26 relacionamentos oriunda da divulgação da empresa em e business — entendido como das atividades do profissional liberal “a integração de processos, organizações e disponibilizadas no web site. sistemas por meio de tecnologias baseadas • desenvolvimento também do capital na internet e a elas relacionadas, para criar estrutural devido à documentação, valor de negócio e posições competitivas divulgação e assimilação dos processos diferenciados” (GLOOR, 2001, p. 15). de trabalho, e à implantação do web Entende se, portanto, que a solução apresentada site. neste trabalho forma uma sólida memória • melhorias com relação à atração e organizacional sobre um ambiente que permite retenção do capital intelectual da alta escalabilidade, ou seja, pavimenta o organização, devido à sua forma caminho do crescimento sustentável do empre- diferenciada de atuação. Além disso, endimento. a organização será menos vulnerável Como passos seguintes à implantação da a eventuais saídas de colaboradores, metodologia, pode se mencionar: a definição devido à maior robustez de seu capital e aferição de indicadores de desempenho (por estrutural. exemplo: satisfação do cliente, inadimplência, • o capital ambiental será incrementado faturamento, quantidade de não conformidades devido à geração de vantagem - erros - nos processos, custo dos processos, competitiva pela organização em horas de treinamento por integrante, etc.), a processos. informatização dos processos de negócio (dando 5.3. Outros prioridade aos essenciais), a integração com • formação de sólida memória orga- sistemas de clientes, parceiros e fornecedores, nizacional. entre outros. • treinamento de novos colaboradores Qual a dimensão do esforço do profissional será realizado de forma mais eficiente liberal empreendedor que adotar a metodologia • variabilidade no resultado dos serviços proposta? prestados será melhor controlada Percebe se que, numa empresa incipiente, vários • A organização aprenderá com seus papéis são personificados simultaneamente pelo erros, num processo de melhoria con- profissional liberal, numa tarefa hercúlea. Ele tínua. deve buscar com afinco, disciplina e disposição • O profissional liberal otimizará a um ideal abstrato que se concretizará no futuro utilização de seu tempo. apenas se as decisões corretas forem tomadas • Geração de vantagens competitivas (e trabalho extra seja realizado) agora. para a empresa, dando a ela Apostando nas características naturais dos escalabilidade e agilidade. empreendedores que, conforme Dornelas 6. Conclusão (2001), implementam suas ações com total os resultados esperados, em última comprometimento, atropelando as adversidades análise, convergem para a melhor utili- e ultrapassando os obstáculos com uma vontade zação do tempo do profissional liberal ímpar de “fazer acontecer”, acredita se na na sua atividade fim e na expansão de viabilidade prática da metodologia proposta.
  • 27. Espera se que este trabalho impulsione o IBGE. Censo Demográfico 2000, Artigo 04 sucesso de iniciativas empreendedoras que primeiros Resultados da Amostra. reconheçam a importância de uma metodologia Disponível em: http://www.ibge.gov. de gestão do conhecimento e, em última br/ibgeteen/datas/profliberal/ análise, humildemente contribua para que o quantos.html. Acesso em: 14/ Brasil ocupe um lugar relevante na sociedade mar/2007. do conhecimento. ________. Dia do profissional liberal. 7. Referências Disponível em: http://www.ibge.gov. CAmpoS, v. f. tQC: Controle da Qualidade total br/ibgeteen/datas/profliberal/home. (no estilo japonês). Belo Horizonte: Fundação html. Acesso em: 17/mar/2007. NoNAKA, I; tAKeUCHI, H. Criação 27 Christiano ottoni, escola de engenharia da UfmG, 1992. de conhecimento na empresa. Rio de CAvAlCANtI, m; GomeS, e. B. p; peReIRA Janeiro: elsevier, 1997. Neto, A. f. Gestão de empresas na sociedade SANtoRo, f. m; tAvAReS, v. material do conhecimento: um roteiro para a ação. Rio do Curso mBA GeI 10 – disciplina: de Janeiro: elsevier, 2001. Estrutura Organizacional e Redesenho dAveNpoRt, H. t.; pRUSAK, l. Conhecimento de processos. Rio de Janeiro: UfRJ, empresarial — como as organizações gerenciam 2006. o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, todeSCHI, l. G. Gestão do 1998. Conhecimento, Capital Intelectual e doRNelAS, J. C. A. empreendedorismo: Inteligência Competitiva: entrevista transformando idéias em negócios. Rio de exclusiva com Jayme teixeira filho, Janeiro: Campus, 2001. presidente da Sociedade Brasileira de GlooR, p. transformando a empresa em e- Gestão do Conhecimento. disponível Business. Rio de Janeiro: Atlas, 2001. em: http://www.widebiz.com.br/ GomeS, e.. material do Curso mBA GeI 10 gente/todeschi/jayme.html. Publicada – disciplina: Inteligência empresarial. Rio de em 19/jul/2001. Acesso em: 08/ Janeiro: UfRJ, 2005. set/2006.
  • 28. IMPLANTANDO UM PROGRAMA DE LIÇÕES APRENDIDAS NAS ORGANIZAÇÕES Alexandre Bello Analista de Sistemas, com pós-graduação em Gestão do Conhecimento e Inteligência empresarial pela UfRJ/Coppe Responsável no Brasil pela área Gestão do Conhecimento da Subsea 7 Alexandre.Bello@Subsea7.com Primeiramente é importante que quem com um conhecimento que existe internamente esteja liderando a implantação de um ou que foi vivenciado por um colega de trabalho programa de lições Aprendidas saiba da sua organização. o porquê dessa iniciativa e quais os Na teoria é simples, porém aprender benefícios diretos. Nas atuais práticas internamente, e principalmente com os erros, de gestão e de gestão do conhecimento, é na verdade uma tarefa complexa. lição muito se fala sobre aprendizado, e não Aprendida é um processo de transferência há nada mais prático do que aprender de experiência entre pessoas de uma mesma
  • 29. organização, seja ela uma não só pela sua posição hierárquica, Artigo 05 experiência positiva ou nega- mas pela sua competência técnica. tiva. Uma lição Aprendida precisa Antes de capturar é necessário definir ter um certo grau de ineditismo. Algo qual será a estrutura da sua prática que todos já sabem não é uma lição e sim um de Lição Aprendida, ou seja, quais consenso. Algo que se aprendeu por não ter campos deverão ser preenchidos no seguido um procedimento ou padrão também momento em que alguém inserir uma não é uma lição. padrões e procedimentos lição no repositório que voce vai criar foram feitos para serem seguidos e se existe para armazenar a captura das Lições. uma lição nisso é “Siga o procedimento”. Os Para tal você deve pensar o que é benefícios da prática de Lições Aprendidas importante para a sua organização. 29 são vários, porém os que encantam mais os Abaixo um exemplo que servirá como executivos (aqueles que pagam a conta do ponto de partida. programa e o seu salário) são de economia exemplo de estrutura em uma empresa financeira. A reutilização das lições que a organizada por projetos: Título da sua empresa vivenciou pode gerar economias Lição, Autor (pode ter link para outro extraordinárias. Essas economias devem ser sistema com a descrição do perfil mensuradas e disseminadas para promover a profissional da pessoa, também iniciativa. veremos isso mais à frente no processo conhecido como Páginas Amarelas), de disseminação. os demais benefícios são Projeto, Região, Disciplina/Tema economia de tempo, maior qualidade, mais (procure criar um leque de opções segurança para os funcionários, capacitação ao invés de deixar esse campo livre), e especialização sua equipe de trabalho etc. Cliente, Contexto/Cenário, Impacto O mais impressionante e que a maioria dos do Acontecimento, lição Aprendida, erros cometidos não são erros inéditos da sua valor estimado da lição (positivo ou organização. Pode ter certeza disso. negativo), oportunidade de melhoria, Processos de um Programa de Lições palavras Chaves e documentos Anexos. Aprendidas Os campos Contexto/Cenário, Impacto existem diversos meios para se implantar uma e lição Aprendida são o coração da prática de Lições Aprendidas. Os processos estrutura. dê atenção à esses campos descritos a seguir são uma versão simplificada pois neles estarão o conhecimento para tal e tem como objetivo facilitar o trabalho de sua organização. O campo Valor para quem não é especialista em gestão do Estimado da Lição irá lhe ajudar conhecimento. Outro objetivo dessa descrição é a justificar os custos investidos no que ela se torne um mini-guia para lhe orientar programa e pleitear mais orçamento durante a implantação do processo. o ideal é Já o campo Oportunidade de Melhoria que você adapte essas idéias à cultura da sua será insumo para o ultimo processo com empresa e crie uma metodologia própria. o mesmo nome. figura: processos de lições Aprendidas – visão Geral. fonte: autor Processo 1 - Captura de Lições Aprendidas depois de elaborar a estrutura para o processo de captura é o mais difícil. Na a sua lição aprendida você precisa verdade o difícil não é construir o processo, mas pensar onde armazenará essa lição e mudar a cultura das pessoas e fazer com que elas como fazer com que os colaboradores abracem essa iniciativa. Um bom patrocinador e parceiros de sua empresa alimentem irá ajudar bastante nesse processo de mudança a prática com descrições das lições. cultural. O ideal é que ele seja reconhecido As lições Aprendidas podem ser
  • 30. armazenadas de maneira simples negativas (baseadas nos Artigo 05 e sem a complexidade de grandes erros). Recomenda-se que sistemas. É claro que, se a sua seja feito um trabalho de “lição empresa já possui um sistema com de casa” levantando as lições que serão essa funcionalidade ou se existe a apresentadas e discutidas no evento. desse facilidade da construção, opte por isso. evento precisa sair um plano de ação, com porém, tome muito cuidado. diversas datas e responsáveis por inserir as lições no práticas de gestão do conhecimento sistema de informações da sua empresa. passam por falência múltipla (dinheiro, Close-out-report ou reunião de fechamento de atraso de cronograma, motivação dos projeto: diversas empresas possuem relatórios envolvidos, patrocínio etc) quando se de fechamento de projeto e de fechamento de 30 envolvem demais com tecnologia. Uma fases de um projeto. O PMBOK® recomenda base de dados em microsoft Access que seja feito registro dos acontecimentos e com uma interface clara e simples das lições Aprendidas. Aproveite situações pode ser suficiente. Ou quem sabe como essa. transforme sua estrutura de lições criar um template no microsoft Word Aprendidas em um formulário e anexe ao para inserção das lições e salvar procedimento. em um diretório de rede. Quando a Incident Report ou Relatório de Incidentes: prática começar a ganhar volume, Atualmente as grandes empresas possuem a solução simples provavelmente áreas de Segurança, Meio Ambiente, Saúde precisará de melhorias, como um boa e Qualidade, também conhecidas como ferramenta de busca. porém nesse QSMS ou HSEQ. Por se tratar de questões momento, provavelmente, você já extremamente críticas, as anormalidades às terá economizado alguns milhares normas e procedimentos estabelecidos por para a sua empresa e poderá pedir essas áreas geram alertas e notificações. É um investimento em algo mais complexo. bom meio para capturar lições Aprendidas, Bom, já vimos como estruturar os campos principalmente se a sua empresa possui uma das lições, de que forma armazenar e área de operações onde falar de gestão agora veremos como atuar na inclusão de conhecimento pode ser extremamente de lições Aprendidas. existem dois difícil. Pegue uma carona em um processo já modos: estabelecido. Captura de Lições: é o método mais Processo 2 - Análise e Aprovação fácil porque os profissionais acessam o toda lição aprendida deve passar por uma sistema e inserem, por conta própria, análise e, se estiver dentro dos critérios de as suas lições. No entanto, até que qualidade estabelecidos, ser aprovada este modo faça parte do dia a dia do para ser inlcuida no sistema e usada pelos profissional isto não irá acontecer. Você colaboradores da empresa. Nesse processo terá que captar as Lições Aprendidas você deverá definir um especialista e um de maneira offline, por meio de reuniões auxiliar por disciplina ou tema de cada lição, e encontros. Nesse caso a liderança dos que serão denominados de aprovador. superiores imediatos é fundamental Essas pessoas serão responsáveis por aprovar para conseguir a colaboração dos a lição ou devolvê-las para o autor com profissionais que você quer atingir. Os sugestões de melhoria. procure, ao criar o casos mais comuns de métodos offline fluxo de aprovação, que nenhuma lição seja são: rejeitada. Elas deverão retornar ao autor com Workshop de Lições Aprendidas: as sugestões de melhoria do aprovador quantas É feito um encontro com o foco de vezes forem necessárias. Com o passar do apresentar e discutir lições Aprendidas. tempo, na medida em que e o programa estiver Nesse encontro é necessário que fique com diversas lições, você terá que pensar em bem claro os objetivos e a importância mesclar novas lições com lições antigas quando do evento. É fundamental o clima de se tratar do mesmo tema. confiança entre os participantes para essa fase visa não somente dar credibilidade e que não ocorram inibições no momento agregar valor às lições, como também envolver da apresentação das lições Aprendidas o especialista na disciplina com o que ocorreu