Este documento discute o uso de dispositivos móveis no ensino superior tradicional. Apresenta 3 exemplos de como os dispositivos móveis podem ser usados para melhorar o fluxo de informação e a organização de espaços educacionais. Também resume 2 estudos sobre como os alunos usam dispositivos móveis para apoiar ambientes de aprendizagem colaborativa.
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
O uso de dispositivos móveis no ensino superior tradicional
1. O uso de dispositivos móveis no ensino
superior tradicional: do fluxo de
informação à organização de espaços
Luis Borges Gouveia
@lbgouveia
Workshop do e-learning lab da UL
Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa
Reitoria da Universidade de Lisboa
3 de Julho de 2012
3. Sociedade do Conhecimento
• Crescente importância da informação e do seu
fluxo
– Quem melhor dominar a organização e produção de
informação, é mais capaz
• Crescente importância da mediação digital
– Quem melhor dominar a tecnologia e possuir recursos
humanos com literacia adequada, é mais capaz
• Ciclo perpétuo e rápido de:
– Potencial – capacidade – mudança – adaptação
– Palavra-chave: sustentabilidade
4. A Universidade
(ensino superior tradicional)
• Uma instituição de ensino superior com
capacidade de ensinar e investigar e que
concede graus académicos
• Os edifícios e os espaços
da instituição
• O corpo de alunos e professores
da instituição
5. Taxa de substituição do conhecimento
• A mudança constante provoca a renovação do
conhecimento
– Um valor na ordem dos 20% a 25%
– Significa que o conhecimento é renovado a cada período de 4 –
5 anos
• Implicações: um território tem de possuir a capacidade
de produzir novo conhecimento
– necessário escolas, I&D…
– necessário, mas não suficiente… (demografia, energia, água, …)
Edward Malecki e Bruno Moriset, 2008
Gwangman Part et al., 2006
D. L. Bosworth, 1978
6. Mudança
Excelente oportunidade para empreender!
• O drive não é tecnológico…
– O e-learning é importante
– Tal como foram outras tecnologias
– … e tudo ficou na mesma
– Reativo ou planeado
…dos lms, passando pelos ple, até aos nle
lms: learning management systems
ple: personal learning environment
nle: network learning environment
7. Precisamos de universidades?
SIM! … mas provavelmente não das que temos…
• As Universidade Modernas apareceram no Séc.
XVIII e os seus modelos foram consolidados no
Séc. XIX
• Das élites para a massificação no Séc. XX (60’s) e
para a universidade-empresa (90’s)
• Em 2012 urge repensar a universidade para uma
sociedade pós-industrial, global e com desafios novos,
colocados por novas causas e gentes
8. A universidade
• Da casa do conhecimento à casa da memória
acionável
(que permite fazer)
• Espaço de descoberta e experimentação,
onde se pode criar em ambiente protegido
(legal, ambiental, económico e político – safe
house)
9. A universidade
• Espaço de diálogo e de maturação pessoal
(crescimento e transformação pessoal)
• Local onde se aprende a aprender e se
adquire uma cultura humanística
(criando uma consciência e dimensão
humana)
10. A universidade
• Espaço de confrontação de ideias e de busca
de verdade
(tornar agradável e humana a busca de
conhecimento, falando com quem sabe)
• Local onde se pode encontrar ajuda, resolver
problemas e saber mais sobre algo
(valor social e utilidade)
11. No digital
• Crescente mediação de computadores e redes no
relacionamento humano (Manuel Castells, 2001)
• Desmaterialização de actividades e processos
associados (Ravi Kalakota e Marcia Robinson, 2000)
• Transformação da actividade humana por
alteração do tempo e espaço (Yi-Fu Tuan, 1977)
– O tempo com diferentes ciclos
– Virtualização e transformação do conceito de tempo e
espaço (exemplo: o sítio na Web…)
– (implica) espaço (físico) com diferentes significados
12. Do analógico para o digital (atitudes)
• aprender... (Lev Manovich, 2002)
– no analógico, memorizar para aprender
– no digital, esquecer para aprender
• trabalhar... (Yochai Benkler, 2006)
– no analógico, tomar tempo para trabalhar
– no digital, trabalhar sem tomar o tempo
13. Oportunidades
• Repensar a escola, é…
– Repensar os papeis dos interlocutores
(alunos, professores, funcionários e outros…)
– Repensar os espaços
(físicos e virtuais)
– Repensar as práticas
(pedagógicas e motivacionais)
– Repensar as ferramentas
(do quadro branco ao tablet)
– Repensar o modelo de negócio
(quem paga e o quê… empresas, estudantes,
sociedade, …)
14. Exemplo 1
• Infra estrutura digital
lms – learning management systems
– Uso generalizado entre alunos e docentes…
– Fase 1 é alargar a base de utilização!
15. Universidade Fernando Pessoa
• Universidade Privada localizada no Porto, Portugal
– Possui um polo em Ponte de Lima (norte interior de Portugal)
– Possui cerca de 33 000 m2 de área útil coberta
(cerca de 34 000 m2 adicionais num hospital escola com arranque
previsto em Fevereiro de 2013)
• Alguns números (instituição com 20 anos)
– Projeto iniciado nos anos 80;
– Primeiros alunos: ano letivo de 1989/90;
– Primeiros programas de doutoramento: 2005;
16. Universidade Fernando Pessoa
• a Universidade está organizada em:
– 3 Faculdades (Ciências da Saúde; Ciências Humanas e Sociais;
Ciência e Tecnologia), uma escola de estudos pós-graduados;
– Uma unidade autónoma (Ponte de Lima);
• 3000+ alunos de graduação, 1600+ de pós graduação, 200+
alunos de doutoramento, 150 funcionários e 385 docentes
(65+% com doutoramento);
• Processo de Bolonha iniciado no ano letivo de 2005/06
17. Implementação da plataforma Sakai
Junho 2003
Iniciativa de e-learning da UFP
Dezembro 2004
UV-UFP projeto piloto
Universidade Virtual
Outubro de 2005
Projeto UFPUV
Escolha da plataforma Setembro de 2006
e tecnologia
UFPUV
Uso e integração da
plataforma
Inicio do suporte a
distância
Sakai 1.0 Sakai 2.x
18. Marketing e comunicação
Vários eventos aberto,
workshops e
tutoriais
Autocolantes para os alunos colocarem
em qualquer lado!
Posters para colocar
nas instalações da
universidade
Utilização de banners e botões nos sites da universidade
Um Blogue & um Wiki
ufpuv.blogspot.com & elearning.ufp.pt/wiki
19. Progresso da plataforma
Janeiro de 2007
UFPUV – aumento da cultura digital
Março de 2008
UFPUV – aumento do uso real
Inicio do suporte a
Junho de 2008
distância
UFPUV – treino
Ganhar todas as pessoas e Setembro de 2008
disseminar práticas
UFPUV
Tirar partido da
plataforma e inovar
Inicio das atividades a
distância
Sakai 2.4 Sakai 2.5
20. UFP - ProjEstQ
Estudo sobre comunicação interna
Uso da plataforma UFPUV A plataforma é o serviço eletrónico mais
utilizado e uma das ferramentas mais
populares (juntamente com o email) para
36,6% partilha de informação entre docentes e
não alunos; entre docentes e para suporte
administrativo.
63,4%
sim
Internal communication suggestions?
Intranet 38,5%
...quando questionados da
utilização de facilidades 37,0%
adicionais para comunicação Caixa de ideias
interna, as respostas foram as
jornal 25,9%
seguintes:
5,9%
outro
21. Estatísticas de utilizadores (2008)
• Utilizadores registados (ativos e inativos):
– UFP
- docentes: 650
- alunos: 7988
– Não UFP
- docentes: 20
- alunos: 678
• Total: 9607 (desde Janeiro de 2006...)
22. Mais algumas estatísticas (2008)
• utilizadores únicos (com atividade UFPUV):
- 1º semestre: 4513
- 2º semestre: 4634
• Total ano letivo 2006/07: 4322
• Total ano letivo 2007/08: 5265 (+1000)
• Total únicos: 7007
23. Mais algumas estatísticas (2008)
• Total de áreas criadas:
1º semestre: 368 (336 pedagógicas, 32 projeto)
2º semester: 384 (338 pedagógicas, 46 projeto)
(sites podem ter mais do que uma disciplina...)
• Total ano letivo 2006/07: 410
(304 pedagógicas, 106 projeto)
• Total ano letivo 2007/08: 752
(674 pedagógicas, 78 projeto)
• Total: 3190 (2949 pedagógicas, 241 projeto)
24. Exemplo 2
• Dispositivos móveis e conetividade
portáteis
smartphones
tablets
– Assegurar alimentação de corrente
– Assegurar acesso sem fios
– O desafio de suporte!
27. convergência
Representação da informação
Persistência e preservação de dados
Memória e organização
Multimédia, serviços e aplicações
Computadores e redes
Inovação e criatividade
Tempo e espaço digital
29. proximidade
Logística e estar perto
Mobilidade
Espaço, tempo e ubiquidade
Serviços de localização
Autonomia e independência
Disponibilidade e acesso
Redes sociais e temáticas
31. adaptação
Desmaterialização da informação
Funcionalidade e serviços
Modelos de negócio mutantes
Aprendizagem contínua
Redes emergentes
Serviços de contexto e conhecimento
Interacção e relacionamento
32. Exemplo 3
• Espaços físicos
tradicionais
impacto do digital
integrar o analógico com o digital
– Investir em novos espaços
– Diversificar e aumentar os espaços sociais
33. Novos estudantes, sistemas antigos
Espaços de aprendizagem tradicionais
Exemplo…
Os estudantes das nossas Universidades
estão a mudar mais rapidamente que as
Universidades. Estes necessitam de mais
actividade e mais interacção, algo que é
ainda deficitário nos sistemas actuais de
ensino.
A sala de aula tradicional, já não satisfaz
as necessidades e expectativas
dos estudantes
Uma abordagem pedagógica do tipo eu
O digital e o espaço físico falo ou demonstro e vocês observam e
ouvem, não faz sentido para as novas
Pedro Silva, Doutoramento (UFP)
gerações de estudantes
- Julho de 2011
34. Novos estudantes sistemas novos
“Geração net”
- Preferem o informal
- Pequenos grupos de discussão
- Com presença de tecnologia
- Aprendizagem baseada no diálogo
- …e em ambientes de trabalho colaborativo
O espaço deve ser pensado de forma a
suportar o ensino como sendo uma actividade
social – LOCAL adaptado.
39. Connectivism (conetivismo)
(Siemens e Downes, 2004)
O produto não é o conhecimento, é o aluno
Não é que não haja nada para aprender, a realidade é
complexa, relativa e necessita de ser navegada… (reflexão
por vivência)
40. Construtivismo Social Vygotsky (1978)
Quem aprende beneficia do suporte do professor ou de um
colega que possui um maior nível de desenvolvimento
41. Research Question 1: “Is the availability of Web 2.0 tools having a significant impact on
teaching and learning activities in the context of higher education?”
Study A (Faculty) Study B (Students)
N=681 (from 2903 contacted in 12 HEI’s) N=550 (from 5 HEI’s)
Single Online Survey data collected face-to-face in the classroom context
Web 2.0 and Higher Education
Luis Simões Cunha, Doutoramento (UFP)
41
- Junho de 2012
42. Research Question 2: “What benefits do faculty and students perceive from the use of
Web 2.0 tools to support teaching and learning in higher education?”
Faculty
42
43. Research Question 2: “What benefits do faculty and students perceive from the use of
Web 2.0 tools to support teaching and learning in higher education?”
Students
43
44. Research Question 3: “What factors best predict faculty's decision to adopt Web 2.0 tools
to supplement their classroom instruction?”
51. Um estudo sobre uso de dispositivos móveis (2010)
• Primeira fase
– Experiência dos estudantes no uso de dispositivos
móveis para suporte a ambientes colaborativos
– 83 respostas válidas
• Segunda fase
– Estudar a perceção dos estudantes do uso de
dispositivos móveis para suporte a ambientes
colaborativos
– 108 respostas válidas
O m-learning no ensino superior
Steven Abrantes, Doutoramento (UFP)
– Julho de 2011
52. Estudo – fase 1
o uso de dispositivos móveis no ensino superior
• Foi verificado:
– 79.52% são do sexo masculino, dos quais 83.13% com
idades superiores a 20 anos;
– O dispositivo móvel mais frequente são os telefones (74) e
os portáteis (69);
– Sobre o uso do e-mail em dispositivos móveis:
• 22 não usam esta aplicação (26.51%)
• 13 indicaram que a utilizam (15.66%).
– Sobre a utilidade do acesso ao e-mail em dispositivos
móveis, 58 (69.88%) concordam totalmente sobre essa
utilidade
53. Estudo – fase 1
o uso de dispositivos móveis no ensino superior
• No estudo, foi verificado:
– Sobre o uso de dispositivos móveis para acesso à Internet
• 16 não utilizam (19.28%)
• 37 indicam que o fazem (44.58%).
– Sobre a utilidade do acesso à Internet em dispositivos
móveis, 66 concordam totalmente com a utilidade desta
aplicação (79.52%)
54. Estudo – fase 1
o uso de dispositivos móveis no ensino superior
• Neste estudo foi verificado:
– Sobre o uso da camera no dispositivo móvel:
• 9 não a utilizam (10.84%)
• 28 indicaram que a usam (33.73%).
– Sobre a perceção da utilidade da câmera em
dispositivos móveis, 31 concordam totalmente na
sua utilidade (37.35%)
55. Estudo – fase 2
perceção e potencial das aplicações móveis em
ambientes colaborativos
• No estudo verificou-se:
– Todos os estudantes conheciam o Hi5 (100%) e a maioria
utilizava esta rede social (79%);
– Os estudantes, na sua maioria, conheciam o Facebook,
embora, também, na sua maioria não o utilizem (83% e
71%, respetivamente).
– No que respeita ao Orkut, 54% conhecem e 88% não o
utilizam;
– A maioria dos inquiridos conhecem o Google Groups, mas
não o utilizam (58% e 70%, respetivamente)
– A maioria dos alunos conhecem o Yahoo Groups, mas não
o utilizam (56% e 75%, respetivamente)
56. Estudo – fase 2
perceção e potencial das aplicações móveis em
ambientes colaborativos
• No estudo foi verificado:
• Quanto ao MSN, a maioria conhece e utiliza (98% e 93%,
respetivamente);
• Metade dos inquiridos conhecem o Twitter e poucos o
utilizam (50% e 11%, respetivamente);
• A maioria conhece os serviços Wiki (66%);
• A maioria dos alunos não conhece o Flikr e não o usa
(65% e 93%) e não conhece serviços como o Twain (94%),
Digg (80%) e del.icio.us (88%).
57. Estudo – fase 2
perceção e potencial das aplicações móveis em
ambientes colaborativos
• Utilidade dos serviços móveis
58. Conclusões do estudo
• Sobre o uso do e-mail em dispositivos móveis, a
maioria não utiliza, mas pretende utilizar num futuro
próximo.
• A maioria utiliza a Internet num dispositivo móvel e
aqueles que ainda não o fazem, pretende usar no
futuro
• Sobre o uso de transporte de ficheiros e conteúdos
num dispositivo móvel, a maioria dos alunos usa,
mas os que não o fazem, não o pretendem fazer no
futuro
59. Conclusões do estudo
• As aplicações mais familiares são Hi5, Facebook,
MySpace, Google Groups, Yahoo Groups, SMS, MSN,
Twitter, Wiki, Blogs e YouTube
• As aplicações mais desconhecidas são:
– Flikr, Twain, Digg e del.icio.us.
• Para o uso de aplicações móveis de suporte a
ambientes colaborativos, os alunos consideraram
apenas
– Hi5, SMS, MSN, Wiki, blogues e YouTube
60. Conclusões do estudo
• Foi possível concluir que os alunos:
– Tinham conhecimento da existência de várias
aplicações de suporte a ambientes colaborativos;
– Utilizam apenas os mais comuns e populares e
não estão disponíveis para pagar para os usar;
– São pessoas que utilizam as aplicações mais
comuns em dispositivos móveis e aqueles que não
o fazem, indicam que não o pretendem fazer no
futuro
61. 3 doutoramentos sobre o tema
• Web 2.0 and Higher Education : A Psychological perspective
Luis António Morão Pinto Simões da Cunha
http://bdigital.ufp.pt/handle/10284/3218
Doutoramento em Ciências da Informação, especialização em Sistemas e Tecnologias da
Informação, Universidade Fernando Pessoa
Junho de 2012
• A Influência do Digital na Criação de Espaços de Aprendizagem de Alta Qualidade
Pedro Nuno Moreira da Silva
http://bdigital.ufp.pt/handle/10284/2250
Doutoramento em Ciências da Informação, especialização em Sistemas e Tecnologias da
Informação, Universidade Fernando Pessoa
Julho de 2011
• O m-learning no contexto do Ensino Superior
Steven Lopes Abrantes
http://bdigital.ufp.pt/handle/10284/2242
Doutoramento em Ciências da Informação, especialização em Sistemas e Tecnologias da
Informação, Universidade Fernando Pessoa
Julho de 2011
63. Comentários finais
• Pensar o lado procura
• Focar na interacção
• Desenvolver novas
competências de rede
• Concentrar esforços
no digital
• Orientar para:
– a partilha do conhecimento
– o conhecimento com valor social
– Distribuir e envolver quem aprende
67. Mudou…
• Do
anytime, anywhere
• Passando pelo
anyhow, any device
• Até ao
BYOD
bring your own device
68. @lbgouveia
lmbg@ufp.edu.pt
• Luis Borges Gouveia nasceu no Porto em 1966
Professor Associado com Agregação na Faculdade de Ciência e
Tecnologia da Universidade Fernando Pessoa. Agregado em
Gestão Industrial (UA, 2010) e Doutor em Ciências da
Computação (Lancaster, UK, 2002). É membro do núcleo
Tecnologia, Sociedade e Governança (CAPP), Universidade
Técnica de Lisboa. Investiga e publica sobre como pode o
digital e as suas aplicações beneficiar a atividade humana.
Possui página Web em http://about.me/lbgouveia