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A herança autossômica
monogênica
(dominante e recessiva)

Profa. Lilian Escobar
O termo autossômico é usado para descrever o
locus gênico localizado em cromossomos não
sexuais, ou seja, nos cromossomos chamados
autossomos.
Monogênico refere-se ao padrão de herança
genético, e que uma determinada característica
anatômica, fisiológica ou até comportamental é
determinada por um gene (localizado em um
locus de um par de homólogos) que apresenta
duas versões (alelos) – um dominante e um
recessivo.
Diferença entre a herança
autossômica dominante e a recessiva

  Recessiva: manifestação clínica só é
   observada em indivíduos homozigotos
   para o alelo mutante (recessivo). Esses
   indivíduos herdam um alelo recessivo de
   cada um dos genitores.
  Dominante: basta a presença de um só
   alelo para se manifestar que pode ser
   herdado de qualquer um dos genitores.
Principais características da recessiva:
 Padrão característico do heredograma horizontal, indivíduos afetados
   se limitam a 1 prole e a doença, geralmente, não é observada em várias
   gerações.
 Homens e mulheres apresentam igual probabilidade de serem
   acometidos e o cruzamento entre dois indivíduos normais (fenótipo
   normal), porém, heterozigotos para o alelo mutante
   (recessivo), apresenta 1 chance em 4 de ter uma criança afetada.
 Se os genitores são heterozigotos (Aa): 1 chance em 4 da criança ser
   homozigota p/ o alelo mutante (aa) e ser afetada.
 A probabilidade de que 2 heterozigotos para o alelo mutante se casem
   depende da frequência de heterozigotos na população. O alelo mutante
   é raro na população.
 Alelos mutantes podem ser transmitidos nas famílias por numerosas
   gerações sem se manifestar.
 Chance de surgir indivíduo afetado aumenta quando genitores são
   aparentados e tenham herdado o alelo mutante de um ancestral
   comum.
Exemplos de manifestações fenotípicas
determinadas por herança monogênica
autossômica recessiva
Doença de Tay Sacks: distúrbio neurológico
degenerativo procedente de uma mutação que
afeta o gene a síntese de uma enzima
(hexoaminidase A), relacionada com o
metabolismo de um tipo de lipídio (nagliosídeos
GM2) da membrana de células nervosas. É uma
doença de manifestação precoce, geralmente por
volta do 6º mês de vida.
Exemplos de manifestações fenotípicas
    determinadas por herança monogênica
    autossômica recessiva
 FIBROSE CÍSTICA: (mucoviscidose) distúrbio
  decorrente de uma mutação que afeta a atividade de
  canais iônicos, o que determina alterações na secreção
  de muco em diferentes órgãos (pulmões, intestino e
  pâncreas). É uma doença comum na população com
  aproximadamente 1 afetado para cada 2000
  nascimentos.
 SINTOMAS: alteração na secreção pulmonar,
  dificultando a respiração e facilitando a ocorrência de
  infecções pulmonares (pneumonia), e alterações das
  secreções intestinais e pancreáticas, comprometendo a
  digestão e a atividade intestinal.
FENILCETONÚRIA (PKU)
É responsável por atingir 1 em cada 10.000 crianças. Originada
de uma mutação que afeta o gene responsável pela síntese da
enzima (fenilalanina hidroxilase), que atua convertendo o
aminoácido fenilalanina em tirosina.
A fenilalanina é um importante aminoácido presente na dieta
humana. Quando presente na dieta do paciente com PKU, o
acúmulo de fenilalanina nos tecidos corpóreos prejudica o
desenvolvimento do sistema nervoso central no lactente e
interfere o funcionamento do cérebro maduro.
A manifestação da doença pode ser evitada se o diagnóstico
for efetuado precocemente (teste do pezinho) e se for
adotada uma dieta que restrinja a ingestão do aminoácido
fenilalanina.
TESTE DO PÉZINHO
Herança autossômica monogênica
        dominante
É uma herança com padrão vertical, isto é, a característica passa de
uma geração para outra verticalmente.
Principais características:
• Afeta igualmente homens e mulheres e podem transmitir o caráter
com igual probabilidade. Todo indivíduo afetado apresenta um genitor
afetado
• Os indivíduos afetados apresentam genótipo homozigoto ou
heterozigoto.
• A ocorrência de indivíduos afetados homozigotos é muito rara, o
cruzamento usual mais frequente é entre um indivíduo afetado
heterozigoto e um indivíduo homozigoto normal. Neste caso há
50% de chance de nascer uma criança afetada e 50% de ser normal.
Às vezes, dois indivíduos heterozigotos também podem cruzar-se.
Supondo sempre que a penetrância é completa e
haja expressividade por parte do alelo
dominante, as regras são:
 O traço aparece em gerações sucessivas, sem
  “pular” nenhuma (deixar de se manifestar).
 O traço é transmitido de uma pessoa afetada a
  cerca de metade de seus descendentes.
 Homens e mulheres apresentam igual
  probabilidade de manifestar o fenótipo afetado.
 Homens e mulheres possuem igual
  probabilidade de transmitir o alelo dominante.
 Em famílias nas quais os pais são
  normais, nascem filhos normais.
Penetrância de um gene e expressividade
A penetrância corresponde à capacidade que um
determinado alelo de herança monogênica autossômica
dominante tem de se expressar em alguns indivíduos.
Pode ser definida com a porcentagem de indivíduos de
determinado genótipo que exibem o fenótipo associado
ao genótipo, isto é, apenas uma parcela das pessoas que
possuem um dado genótipo exibe genótipo
correspondente.
Quando a frequência de expressão de um fenótipo é
menor de 100%, algumas pessoas com o genótipo não o
expressam, diz-se que o gene apresenta penetrância
reduzida.
Exemplos
   Polidactilia pré-axial - a penetrância é incompleta. Os
    portadores do genótipo heterozigoto nem sempre
    apresentam o caráter (fenótipo).
   Plantas de feijão carioca - um alelo dominante
    responsável por listras marrons na semente que são creme-
    claro. As plantas LL e Ll são listradas (variegadas) e as
    plantas ll produzem sementes sem variegação (variedade
    feijão-mulatinho). Contudo, o alelo dominante L apresenta
    penetrância de 95%, portanto 5% das sementes cultivadas
    não apresentam listras, mesmo apresentando o alelo L.
    Assim, 5% das plantas com genótipos LL ou Ll não
    apresentarão listras sendo semelhantes ao feijão-mulatinho.
EXPRESSIVIDADE
   Modo de expressão de um alelo que pode ser
    uniforme ou variável. A expressividade mede a
    extensão com a qual um determinado
    genótipo se expressa em um indivíduo em
    nível fenotípico.
   Quando o efeito do alelo é bastante constante
    em diferentes ambientes, diz-se que ele
    apresenta alta expressividade.
    Porém, quando um alelo se manifesta com
    diferentes fenótipos, ele possui
    expressividade variável.
   A braquidactilia, encurtamento dos
    dedos, deve-se a um alelo dominante
    (herança autossômica monogênica) que, em
    alguns indivíduos, expressa-se na forma de
    dedos muito encurtados, enquanto, em
    outras pessoas, expressa-se como dedos
    levemente mais curtos que o normal.
Em cães da raça Beagle (presente também nos
demais mamíferos) existe um alelo dominante S
que determina distribuição homogênea dos
melanócitos na epiderme, condicionando
fenótipos não variegados.
Animais com genótipos homozigoto e
heterozigoto dominante (SS ou Ss) apresentam
pelagem uniforme (coloração homogênea),
enquanto os animais com genótipo ss apresentam
pelagem com manchas.
Entretanto, a expressividade do alelo s em
homozigose é variável, havendo, portanto, animais
com pelagem quase homogeneamente
pigmentada até um extremo de pigmentação, com
poucas manchas pigmentadas.
Probabilidade
É a chance de ocorrência de um determinado
evento entre dois ou mais possíveis.

Probabilidade = n. de casos favoráveis/ n. de casos
possíveis
ou
Probabilidade = resultado esperado/n. total de ocorrências
Probabilidade
Exemplo:
No cruzamento entre dois indivíduos heterozigotos (Aa), qual a
probabilidade de nascer uma criança que seja homozigota
recessiva (aa)? Para tal, basta realizar o cruzamento usar o
quadrado de Punnett.
A chance de nascer uma criança homozigota recessiva será de
25% ou 1/4.
As possibilidades genéticas derivam-se dos eventos casuais
durante a formação dos gametas e dos encontros aleatórios
entre os gametas. Nem sempre o que é esperado efetivamente
acontece. Quanto menor a população analisada, maior será o
desvio do que se esperava. Assim, é necessário ampliar a
amostragem para que possamos ter um resultado mais fiel.
Resultados observados versus
resultados esperados
Em um cruzamento-teste entre uma cobaia
preta heterozigota (Bb) e uma cobaia branca
(bb) espera-se que metade dos descendentes
seja de coloração preta e a outra metade
branca. Contudo, nasceram 5 filhotes: 3
pretos (Bb) e 2 brancos (bb).
O resultado invalida a regra de probabilidade?
Não, pois a amostragem é pequena e
ampliando o número de filhotes tenderemos
a encontrar a proporção esperada.
Combinação de probabilidades
 Eventos independentes (regra do “e”): p x p =
  (1/2)2 = 1/4.
 A probabilidade de ocorrer simultaneamente
  dois ou mais eventos independentes (não
  exclusivos) é igual ao produto dos eventos
  isolados.

   Eventos mutuamente exclusivos (regra do
    “ou”): é a soma A1+ A2 e sua
    probabilidade, por P(A1 + A2). É determinada
    pela soma das probabilidades dos eventos
    isolados.
A probabilidade condicional em
Genética
Em alguns casos, é necessário calcular um determinado
evento previamente para que possamos ter a probabilidade
de outro evento que está vinculado ao primeiro.
Exemplo:
Qual será a probabilidade do indivíduo 11 (normal) ser
portador do alelo (heterozigoto)?
Usando o exemplo anterior, qual a probabilidade de nascer uma
criança afetada do casamento de 11 com 12 sabendo-se que 12 é
normal e heterozigota?
Para nascer uma criança afetada é necessário que 11 seja
heterozigoto.
-Probabilidade de 11 ser heterozigoto (2/3) com a chance da
criança ser afetada (1/4). Portanto, tem-se 2/3 X 1/4 = 2/12
= 1/6. Note que o valor de 1/4 para a criança ser afetada procede
do cruzamento de 11 sendo Aa e de 12 que é Aa.

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A herança autossômica monogênica

  • 1. A herança autossômica monogênica (dominante e recessiva) Profa. Lilian Escobar
  • 2. O termo autossômico é usado para descrever o locus gênico localizado em cromossomos não sexuais, ou seja, nos cromossomos chamados autossomos. Monogênico refere-se ao padrão de herança genético, e que uma determinada característica anatômica, fisiológica ou até comportamental é determinada por um gene (localizado em um locus de um par de homólogos) que apresenta duas versões (alelos) – um dominante e um recessivo.
  • 3. Diferença entre a herança autossômica dominante e a recessiva  Recessiva: manifestação clínica só é observada em indivíduos homozigotos para o alelo mutante (recessivo). Esses indivíduos herdam um alelo recessivo de cada um dos genitores.  Dominante: basta a presença de um só alelo para se manifestar que pode ser herdado de qualquer um dos genitores.
  • 4. Principais características da recessiva:  Padrão característico do heredograma horizontal, indivíduos afetados se limitam a 1 prole e a doença, geralmente, não é observada em várias gerações.  Homens e mulheres apresentam igual probabilidade de serem acometidos e o cruzamento entre dois indivíduos normais (fenótipo normal), porém, heterozigotos para o alelo mutante (recessivo), apresenta 1 chance em 4 de ter uma criança afetada.  Se os genitores são heterozigotos (Aa): 1 chance em 4 da criança ser homozigota p/ o alelo mutante (aa) e ser afetada.  A probabilidade de que 2 heterozigotos para o alelo mutante se casem depende da frequência de heterozigotos na população. O alelo mutante é raro na população.  Alelos mutantes podem ser transmitidos nas famílias por numerosas gerações sem se manifestar.  Chance de surgir indivíduo afetado aumenta quando genitores são aparentados e tenham herdado o alelo mutante de um ancestral comum.
  • 5. Exemplos de manifestações fenotípicas determinadas por herança monogênica autossômica recessiva Doença de Tay Sacks: distúrbio neurológico degenerativo procedente de uma mutação que afeta o gene a síntese de uma enzima (hexoaminidase A), relacionada com o metabolismo de um tipo de lipídio (nagliosídeos GM2) da membrana de células nervosas. É uma doença de manifestação precoce, geralmente por volta do 6º mês de vida.
  • 6. Exemplos de manifestações fenotípicas determinadas por herança monogênica autossômica recessiva  FIBROSE CÍSTICA: (mucoviscidose) distúrbio decorrente de uma mutação que afeta a atividade de canais iônicos, o que determina alterações na secreção de muco em diferentes órgãos (pulmões, intestino e pâncreas). É uma doença comum na população com aproximadamente 1 afetado para cada 2000 nascimentos.  SINTOMAS: alteração na secreção pulmonar, dificultando a respiração e facilitando a ocorrência de infecções pulmonares (pneumonia), e alterações das secreções intestinais e pancreáticas, comprometendo a digestão e a atividade intestinal.
  • 7. FENILCETONÚRIA (PKU) É responsável por atingir 1 em cada 10.000 crianças. Originada de uma mutação que afeta o gene responsável pela síntese da enzima (fenilalanina hidroxilase), que atua convertendo o aminoácido fenilalanina em tirosina. A fenilalanina é um importante aminoácido presente na dieta humana. Quando presente na dieta do paciente com PKU, o acúmulo de fenilalanina nos tecidos corpóreos prejudica o desenvolvimento do sistema nervoso central no lactente e interfere o funcionamento do cérebro maduro. A manifestação da doença pode ser evitada se o diagnóstico for efetuado precocemente (teste do pezinho) e se for adotada uma dieta que restrinja a ingestão do aminoácido fenilalanina.
  • 9. Herança autossômica monogênica dominante É uma herança com padrão vertical, isto é, a característica passa de uma geração para outra verticalmente. Principais características: • Afeta igualmente homens e mulheres e podem transmitir o caráter com igual probabilidade. Todo indivíduo afetado apresenta um genitor afetado • Os indivíduos afetados apresentam genótipo homozigoto ou heterozigoto. • A ocorrência de indivíduos afetados homozigotos é muito rara, o cruzamento usual mais frequente é entre um indivíduo afetado heterozigoto e um indivíduo homozigoto normal. Neste caso há 50% de chance de nascer uma criança afetada e 50% de ser normal. Às vezes, dois indivíduos heterozigotos também podem cruzar-se.
  • 10. Supondo sempre que a penetrância é completa e haja expressividade por parte do alelo dominante, as regras são:  O traço aparece em gerações sucessivas, sem “pular” nenhuma (deixar de se manifestar).  O traço é transmitido de uma pessoa afetada a cerca de metade de seus descendentes.  Homens e mulheres apresentam igual probabilidade de manifestar o fenótipo afetado.  Homens e mulheres possuem igual probabilidade de transmitir o alelo dominante.  Em famílias nas quais os pais são normais, nascem filhos normais.
  • 11.
  • 12.
  • 13. Penetrância de um gene e expressividade A penetrância corresponde à capacidade que um determinado alelo de herança monogênica autossômica dominante tem de se expressar em alguns indivíduos. Pode ser definida com a porcentagem de indivíduos de determinado genótipo que exibem o fenótipo associado ao genótipo, isto é, apenas uma parcela das pessoas que possuem um dado genótipo exibe genótipo correspondente. Quando a frequência de expressão de um fenótipo é menor de 100%, algumas pessoas com o genótipo não o expressam, diz-se que o gene apresenta penetrância reduzida.
  • 14. Exemplos  Polidactilia pré-axial - a penetrância é incompleta. Os portadores do genótipo heterozigoto nem sempre apresentam o caráter (fenótipo).  Plantas de feijão carioca - um alelo dominante responsável por listras marrons na semente que são creme- claro. As plantas LL e Ll são listradas (variegadas) e as plantas ll produzem sementes sem variegação (variedade feijão-mulatinho). Contudo, o alelo dominante L apresenta penetrância de 95%, portanto 5% das sementes cultivadas não apresentam listras, mesmo apresentando o alelo L. Assim, 5% das plantas com genótipos LL ou Ll não apresentarão listras sendo semelhantes ao feijão-mulatinho.
  • 15.
  • 16. EXPRESSIVIDADE  Modo de expressão de um alelo que pode ser uniforme ou variável. A expressividade mede a extensão com a qual um determinado genótipo se expressa em um indivíduo em nível fenotípico.  Quando o efeito do alelo é bastante constante em diferentes ambientes, diz-se que ele apresenta alta expressividade. Porém, quando um alelo se manifesta com diferentes fenótipos, ele possui expressividade variável.
  • 17. A braquidactilia, encurtamento dos dedos, deve-se a um alelo dominante (herança autossômica monogênica) que, em alguns indivíduos, expressa-se na forma de dedos muito encurtados, enquanto, em outras pessoas, expressa-se como dedos levemente mais curtos que o normal.
  • 18. Em cães da raça Beagle (presente também nos demais mamíferos) existe um alelo dominante S que determina distribuição homogênea dos melanócitos na epiderme, condicionando fenótipos não variegados. Animais com genótipos homozigoto e heterozigoto dominante (SS ou Ss) apresentam pelagem uniforme (coloração homogênea), enquanto os animais com genótipo ss apresentam pelagem com manchas. Entretanto, a expressividade do alelo s em homozigose é variável, havendo, portanto, animais com pelagem quase homogeneamente pigmentada até um extremo de pigmentação, com poucas manchas pigmentadas.
  • 19. Probabilidade É a chance de ocorrência de um determinado evento entre dois ou mais possíveis. Probabilidade = n. de casos favoráveis/ n. de casos possíveis ou Probabilidade = resultado esperado/n. total de ocorrências
  • 20. Probabilidade Exemplo: No cruzamento entre dois indivíduos heterozigotos (Aa), qual a probabilidade de nascer uma criança que seja homozigota recessiva (aa)? Para tal, basta realizar o cruzamento usar o quadrado de Punnett. A chance de nascer uma criança homozigota recessiva será de 25% ou 1/4. As possibilidades genéticas derivam-se dos eventos casuais durante a formação dos gametas e dos encontros aleatórios entre os gametas. Nem sempre o que é esperado efetivamente acontece. Quanto menor a população analisada, maior será o desvio do que se esperava. Assim, é necessário ampliar a amostragem para que possamos ter um resultado mais fiel.
  • 21. Resultados observados versus resultados esperados Em um cruzamento-teste entre uma cobaia preta heterozigota (Bb) e uma cobaia branca (bb) espera-se que metade dos descendentes seja de coloração preta e a outra metade branca. Contudo, nasceram 5 filhotes: 3 pretos (Bb) e 2 brancos (bb). O resultado invalida a regra de probabilidade? Não, pois a amostragem é pequena e ampliando o número de filhotes tenderemos a encontrar a proporção esperada.
  • 22. Combinação de probabilidades  Eventos independentes (regra do “e”): p x p = (1/2)2 = 1/4.  A probabilidade de ocorrer simultaneamente dois ou mais eventos independentes (não exclusivos) é igual ao produto dos eventos isolados.  Eventos mutuamente exclusivos (regra do “ou”): é a soma A1+ A2 e sua probabilidade, por P(A1 + A2). É determinada pela soma das probabilidades dos eventos isolados.
  • 23. A probabilidade condicional em Genética Em alguns casos, é necessário calcular um determinado evento previamente para que possamos ter a probabilidade de outro evento que está vinculado ao primeiro. Exemplo: Qual será a probabilidade do indivíduo 11 (normal) ser portador do alelo (heterozigoto)?
  • 24. Usando o exemplo anterior, qual a probabilidade de nascer uma criança afetada do casamento de 11 com 12 sabendo-se que 12 é normal e heterozigota? Para nascer uma criança afetada é necessário que 11 seja heterozigoto. -Probabilidade de 11 ser heterozigoto (2/3) com a chance da criança ser afetada (1/4). Portanto, tem-se 2/3 X 1/4 = 2/12 = 1/6. Note que o valor de 1/4 para a criança ser afetada procede do cruzamento de 11 sendo Aa e de 12 que é Aa.