1. Comunicação Social
Jornalismo
a história da emissora de
1969 a 2009
Liana Vidigal Rocha
Edna de Mello Silva
Universidade Federal do Tocantins
Quarenta anos de TV
Cultura
2. Objetivo do artigo
Relatar fatos importantes e marcantes da história
da TV Cultura, emissora paulista cujo modelo
passou por transformações ao longo das
décadas, mostrando-se ora comercial, ora estatal
e, poucas vezes, pública.
3. TV Cultura
Lançada em junho de 1969;
TV Cultura traz para a televisão brasileira o conceito
de TV pública;
A emissora surge inspirada nos modelos
importantes de emissoras públicas mundiais, como
CBC (Canadá), PBS (EUA) e BBC (Inglaterra).
4. Primeira fase:
de comercial a pública
1958 - os Diários Associados ganham o sinal para
transmitir um novo canal 2;
Setembro de 1960 entra no ar a TV Cultura, cujos
objetivos eram de educar, informar e divertir;
Em 1965, um incêndio acaba destruindo boa parte
dos equipamentos da emissora;
1967 – início da decadência dos Diários
Associados, que vende a emissora para o governo de
São Paulo.
5. Segunda fase:
a emissora no período da ditadura
Fase marcada por intervenções do Estado e um caso
trágico: a morte do jornalista Vladimir Herzog;
Interferência no conteúdo jornalístico;
A emissora vira porta-voz oficial do governo de São
Paulo;
Durante o governo de Paulo Maluf, a TV Cultura recebe
verbas e atenção especial. Motivo: mais espaço para
o governo na programação.
José Maria Marin, governador interino, altera o estatuto
e demite o Conselho Curador.
6. Terceira fase:
se aproxima do modelo público
1983 – Franco Montoro assume o governo paulista e
devolve o direito de auto-gestão à emissora;
1986 – incêndio destrói as instalações da TV Cultura;
Gestão de Roberto Muylaert é marcada pela
democratização do estatuto;
Desfez a mentalidade estatal que reinava na emissora;
A TV Cultura cresce e chega a ter 14 pontos de
audiência;
Se aproxima do modelo público de televisão de países
europeus.
7. Quarta fase:
tempos de crise e de mudanças
Jorge da Cunha Lima assume a emissora em meados
da década de 1990;
Recebe índices de audiência altos, mas também uma
dívida enorme;
Governo Mário Covas impõe corte de verbas, o que
leva a emissora a demitir funcionários;
A TV Cultura implanta o chamado “apoio cultural”;
A emissora entre em crise e sofre com o sucateamento
da estrutura;
Cai a qualidade da produção e as reprises são
constantes na programação.
8. Quarta fase:
tempos de crise e de mudanças
Depois de nove anos no comando da emissora, Jorge
da Cunha Lima tenta se reeleger, mas perde a disputa
para Marcos Mendonça;
Antes, porém, Cunha Lima propõe um acordo:
Mendonça seria o presidente da emissora e ele o
presidente do Conselho Curador.
Junho de 2004 – o acordo é fechado, mas Cunha Lima
é investigado por má administração.
9. TV Cultura: 40 anos
Maio de 2007 – o jornalista Paulo Markun é eleito
presidente da TV Cultura;
Com apenas três meses de mandato, Markun se viu
obrigado a demitir 68 funcionários na tentativa de
“assegurar um futuro sólido para a instituição”;
Markun não consegue modificar a programação e
“reestruturar” a emissora;
Por isso acaba perdendo o apoio do governo de SP
para se reeleger e é substituído por João Sayad em
maio de 2010.
10. CONSIDERAÇÕES
A TV Cultura foi palco de disputas da ordem
econômica, intelectual e, sobretudo, política.
A alternância de poderes teve influência direta na
estruturação e consolidação da emissora que sofreu
com a imparcialidade e a falta de autonomia e
recursos.
Com a estabilização do governo militar no poder, a
situação da emissora piora e padece com as trocas de
direção e as intervenções do Estado.
11. CONSIDERAÇÕES
A emissora ganha caráter estatal é e utilizada em favor
do regime.
A volta da democracia representa uma nova era para
a emissora que se aproxima do conceito de televisão
pública.
Contudo, a crise econômica do país afeta a emissora,
visto que a dependência econômica do governo
estadual paulista ainda era forte.
A TV apresenta qualidade técnica e de conteúdo, mas
a conta não fecha e a falta de recursos é fator
recorrente.
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de ser reconhecida como o modelo
brasileiro de televisão pública, a emissora, ao
longo de sua história, flertou com o modelo
estatal e, nos últimos anos, se aproximou do
modelo comercial em virtude da crise
financeira e do corte de verbas.