O documento discute a integração entre trabalho, ciência, tecnologia e cultura na área de linguagens. Apresenta conceitos destes termos e usa um projeto desenvolvido por alunos como exemplo de como estes eixos podem ser integrados, abordando diferentes linguagens como imagética, gestual e verbal. Finaliza defendendo que a integração exige diálogo entre professores de diferentes áreas.
1. Trabalho, ciência, tecnologia e cultura na
área de linguagens
Professores: Emerson Wanderley, Esli,
Rosciene Marques e Lia Araújo
2. Trabalho, ciência, tecnologia e cultura
na área de linguagens
- O primeiro sentido da integração: a formação
omnilateral = todas as dimensões da vida
humana.
3. TRABALHO
A compreensão do trabalho no seu duplo sentido:
a) ontológico: como práxis humana e, então, como a forma pela qual
o homem produz sua própria existência na relação com a natureza e
com os outros homens e, assim, produz conhecimentos;
b) histórico: que no sistema capitalista se transforma em trabalho
assalariado ou fator econômico, forma específica da produção da
existência humana sob o capitalismo; portanto, como categoria
econômica e práxis diretamente produtiva.
4. Trabalho como princípio educativo
- p. 28: “Se há uma unidade nesta relação – trata-se de
dimensões da vida social –, ela tem como ponto de
partida a produção da existência humana que se dá pelo
trabalho, uma vez que o trabalho é mediação concreta
entre o homem e a sua realidade natural e social”.
- Como colocar esse princípio em prática?
5. CULTURA
Conceito antropológico: “resultado de uma dinâmica coletiva e
dialógica, a qual viabiliza modos de vida das diversas sociedades”.
“A cultura deve ser compreendida como a articulação entre o conjunto
de representações e comportamentos e o processo dinâmico de
socialização”.
As práticas corporais, as manifestações artísticas, os gêneros
literários, as diversas línguas são materializações de sistemas
culturais, e como tal expressam diferentes possibilidades de perceber
e exprimir a realidade.
Um olhar para as práticas de linguagem pelo prisma de perspectivas
não essencializadas e mais politizadas de cultura, implica a
possibilidade de legitimação de diversas manifestações linguísticas e
culturais que estão geralmente colocadas à margem.
6. Performance: A realidade da Surrealidade das Alices Atuais.
Professores: Daniel, Isabel e Lia
Escola José Ribamar Batista
7. CIÊNCIA
Ciência: conjunto de conhecimentos sistematizados,
produzidos socialmente ao longo da história, como
resultado da pesquisa e do embate entre visões de mundo
diversas.
A criticidade que a área de Linguagens pode promover
ajudaria os jovens a explorar o universo de sentidos de
diversas linguagens, dentre elas a linguagem científica,
como também reconhecer o papel das ciências na
produção de novos conhecimentos.
9. Lançamento de foguetes de garrafas pet feito pelos alunos.
Professor de Física: Fernando Ramirez
Escola José Ribamar Batista
10. TECNOLOGIA
- A tecnologia se relaciona com a ciência, mas não é
apenas a sua aplicação. Podemos compreender que a
tecnologia é um conjunto de sistemas, que modifica e
cria – assim como a ciência – alterando a realidade
física e social.
- Exemplo: o surgimento e popularização da informática
mudou radicalmente o cotidiano das pessoas como
também a linguagem por elas empregadas. Tais
transformações devem ser trabalhadas em sala de aula.
11. Aula de Português (pesquisas para o projeto “As Aventuras de Alice no
século XXI”)
Professora: Jaciene Soares
Escola José Ribamar Batista
12. Aula de Português em parceria como o NTE
Professora: Jaciene Soares
Escola José Ribamar Batista
13. Pesquisa como princípio pedagógico
- A contextualização é importante, mas pode trazer alguns
riscos:
a) aceitar a realidade previamente;
b) ver de forma linear e determinada a relação entre a
realidade (o cotidiano) e o conhecimento científico.
- O objetivo da pesquisa como princípio pedagógico é
“(...) formar as pessoas para produzirem novos
conhecimentos, compreender e transformar o mundo
em que se vive”.
É metodológico e é Filosófico!
14. Pesquisas para elaboração de trabalhos do projeto “As Aventuras de
Alice no século XXI
Escola José Ribamar Batista
15. Exemplo de projeto envolvendo os eixos:
trabalho, cultura, ciência e tecnologia
A seguir, exposição de algumas fotos do projeto “As
Aventuras de Alice no século XXI”. Projeto desenvolvido
por alunos da Escola José Ribamar Batista e que
envolveu desde a parte inicial da pesquisa, estranhamento,
interdisciplinaridade até o momento da criação, abordando
diferentes linguagens: imagéticas, gestuais, verbais, etc.
16. Criação de livros de diferentes gêneros textuais (poema,
conto, crônica, desenho) que dialogam com o livro Alice no
País das maravilhas
17. A relação do Livro “Alice no País das Maravilhas”
com as ciências da Natureza
18. A relação do Livro “Alice no País das Maravilhas”
com a Matemática
19. A relação do Livro “Alice no País das Maravilhas”
com as Ciências Humanas
20. A relação do Livro “Alice no País das Maravilhas”
com as diferentes linguagens
21. A relação do Livro “Alice no País das Maravilhas”
com as diferentes linguagens
22. POESIA MATEMÁTICA
MILLÔR FERNANDES
(PARA LER E RELAXAR)
Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos romboides, boca trapezoide,
corpo retangular, seios esferoides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
23. E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
24. E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
frequentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.
Texto extraído do livro "Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de
Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Emmanuel Vão
Gogo.
25. Conclusão
- Integração exige romper e superar nossa própria
condição social fragmentada. Ao mesmo tempo,
integração exige o diálogo entre os professores
(pessoas) das diferentes áreas. Ter curiosidade,
respeito e admiração pela área que você não tem o
domínio poderá ser um primeiro passo.
26. Referências
- BRASIL, Secretaria de Educação Básica. Formação de
professores do ensino médio, etapa II - caderno IV :
linguagens / Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Básica; [autores : Adair Bonini... et al.]. –
Curitiba : UFPR/Setor de Educação, 2014.
- FERNANDES, Millór "Tempo e Contratempo", Edições
O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954.