O documento descreve os objetivos do ensino fundamental brasileiro de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1998, incluindo valorizar a diversidade cultural e o uso de diferentes linguagens para expressão. Ele também discute as críticas ao ensino tradicional e as propostas para uma abordagem mais contextualizada e baseada no uso da linguagem.
1. Parâmetros Curriculares Nacionais
(1998)
• Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como objetivos do
ensino fundamental que os alunos sejam capazes de:
1) Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural
brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e
nações, posicionando-se contra qualquer discriminação social,
crença, de sexo, de etnia ou outras características individuais e
sociais;
2) Utilizar as diferentes linguagens- verbal, musical,
matemática,gráfica, matemática, corporal- como meio para
produzir, expressar e comunicar ideias interpretar e usufruir das
produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a
diferentes intenções e situações de comunicação.
(PCN, 1998, p. 7)
2. Entre as críticas mais frequentes que se
faziam ao ensino tradicional destacavam-
se:
1) excessiva valorização da gramática normativa
e a insistência nas regras de exceção, com o
consequente preconceito contra as formas de
oralidade e as variedades não padrão;
2) ensino descontextualizado da
metalinguagem, normalmente associado a
exercícios mecânicos de identificação de
fragmentos linguísticos em frases soltas;
(PCN, 1998, p. 18)
3. Pode-se dizer que, apesar de ainda imperar no tecido social uma atitude
corretiva e preconceituosa em relação as formas não canônicas de expressão
linguística, as propostas de transformação do ensino de Língua Portuguesa
consolidaram-se em práticas de ensino em que tanto o ponto de partida quanto
o ponto de chegada é o uso da linguagem.
• Pode-se dizer que hoje é praticamente consensual que as práticas devem
partir do uso possível aos alunos para permitir a conquista de novas
habilidades linguísticas, particularmente daquelas associadas aos padrões
da escrita, sempre considerando que:
1) razão de ser das propostas de uso da fala e da escrita é a interlocução
efetiva, e não a produção de textos para serem objetos de correção;
2) as situações didáticas têm como objetivo levar os alunos a pensar sobre a
linguagem para poder compreendê-la e utilizá-la apropriadamente em
situações e aos propósitos definidos.
(PCN, 1998, p. 19)
4. Seleção de textos para o trabalho em
sala de aula.
• TEXTOS ORAIS:
(...) a aprendizagem da língua oral, por se dar no espaço doméstico, não é
tarefa da escola, as situações de ensino vêm utilizando a modalidade oral
da linguagem unicamente como instrumento para permitir o tratamento
dos diversos conteúdos.
(...)
• Dessa forma, cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral no
planejamento e realização de apresentações públicas: realização de
entrevistas, debates, seminários ,apresentações teatrais etc. Trata-se de
propor situações didáticas nas quais essas atividades façam sentido de
fato, pois é descabido treinar um nível mais formal da fala, tomado como
mais apropriado para todas as situações. A aprendizagem de
procedimentos apropriados de fala e de escuta, em contextos públicos,
dificilmente ocorrer· se a escola não tomar para si a tarefa de promovê-la.
(PCN, 1998, p. 24)
5. • Textos escritos:
• A visão do que seja um texto adequado ao leitor
iniciante transbordou os limites da escola e influiu até
na produção editorial. A possibilidade de se divertir
com alguns dos textos da chamada literatura infantil ou
infanto-juvenil, de se comover com eles, de fruí- los
esteticamente é limitada. Por trás da boa intenção de
promover a aproximação entre alunos e textos, há um
equívoco de origem: tenta-se aproximar os textos
simplificando-os aos alunos, no lugar de aproximar os
alunos a textos de qualidade.
(PCN, 1998, p. 24)
6. Reflexão sobre a linguagem.
• Tomando-se a linguagem como atividade discursiva, o texto
como unidade de ensino e a noção de gramática como
relativa ao conhecimento que o falante tem de sua
linguagem, as atividades curriculares em Língua Portuguesa
correspondem, principalmente, a atividades discursivas:
uma prática constante de escuta de textos orais e leitura de
textos escritos e de produção de textos orais e escritos, que
devem permitir, por meio da análise e reflexão, sobre os
múltiplos aspectos envolvidos, a expansão e construção de
instrumentos que permitam ao aluno, progressivamente,
ampliar sua competência discursiva.
(PCN, 1998, p. 24)
7. Relativização do pronome relativo onde.
Você gosta de poesia?
• Canção do Exílio
"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
• Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
Gonçalves Dias
8. Relativização do pronome onde
Você gosta de música?
Música: Onde canta o Sabiá
Banda: Mastruz com leite
Eu vou te levar
Onde canta o sabiá
Onde a lua nos espiá
Com olhar de menina
Com cheiro do mato
O vento vindo das colinas
Nossa cama é a grama
Pra fazer amor menina
(refrão)
Sou caboclo do sertão
Só tenho amor no coração
Pra oferecer
A natureza é minha casa,
Vida viver
Tudo pra eu e ocê
Lá tem um riacho para a gente se
banhar
Pega peixe, nadar junto
Até vadiar
Quando for de noite, nós
Acende, nosso amor
Faz fogueira, não tem frio,
Pois sou seu cobertor
Sou caboclo do sertão
Só tenho amor no coração
Pra oferecer
A natureza é minha casa,
Vida viver
Tudo pra eu e ocê
Quando for cedinho
A passarada a cantar
Vem o sol alumiando
Pra nós acordar
Lá meu paraíso tudo é feito
Com amor
Só faltava uma deusa
E você chegou
9. Pronominalização
Você gosta de música?
BEIJA EU
Seja eu,
Seja eu,
Deixa que eu seja eu.
E aceita
O que seja seu.
Então deita e aceita eu.
Molha eu,
Seca eu,
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu.
Anoiteça e amanheça eu.
Beija eu,
Beija eu,
Beija eu, me beija.
Deixa
O que seja ser
Então beba e receba
Meu corpo no seu corpo,
Eu no meu corpo,
Deixa,
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça
Link:http://www.vagalume.com.br/maria
monte/beijaeu.html#ixzz33XOWV6GJ
11. Pronominalização
Você gosta de música?
A lua inteira agora é um manto negro
O fim das vozes no meu rádio
São quatro ciclos no escuro deserto do céu
Quero um machado pra quebrar o gelo
Quero acordar do sonho agora mesmo
Quero uma chance de tentar viver sem dor
Sempre estar lá
E ver ele voltar
Não era mais o mesmo
Mas estava em seu lugar
Sempre estar lá
E ver ele voltar
O tolo teme a noite
Como a noite vai temer o fogo
• Vou chorar sem medo
Vou lembrar do tempo
De onde eu via o mundo azul
A trajetória escapa o risco nu...
As nuvens queimam o céu matiz azul...
Desculpe estranho, eu voltei mais puro do
céu
Na lua o lado escuro é sempre igual...
No espaço a solidão é tão normal...
Desculpe estranho, eu voltei mais puro do
céu
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Link: http://www.vagalume.com.br/nenhum-
de-nos/astronauta-de
marmore.html#ixzz33hTactLF
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