O documento discute os modos de conhecimento e a relação entre conhecimento e verdade. Apresenta duas formas tradicionais de conhecimento: intuição e conhecimento discursivo. Também discute as posições do dogmatismo e ceticismo sobre a possibilidade do conhecimento verdadeiro.
1. 7 Conhecimento e verdade
FILOSOFAR COM TEXTOS:
TEMAS E HISTÓRIA DA
FILOSOFIA
Capítulo
2. Os modos de conhecer
A relação entre conhecimento e verdade diz respeito
às garantias de certeza do que pensamos saber.
Por ato de conhecimento entende-se a relação entre
o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido.
Por produto do conhecimento entende-se o resultado
do ato de conhecer.
3. Os modos de conhecer
O triunfo da verdade, pintura de Luigi Mussini, 1847. Nesta obra, a verdade (jovem
segurando a tocha) está cercada por grandes pensadores da história de diversas áreas do
conhecimento. Entre os representados à direita: Isaac Newton, Galileu (de verde), Dante
Alighieri, Copérnico (de amarelo), Blaise Pascal (atrás de Copérnico), Giordano Bruno (com
capa), Cristóvão Colombo (com o globo na mão) e Ptolomeu (de joelhos). À esquerda:
Confúcio, Platão, Sócrates (de amarelo), Heródoto (com louros), entre outros.
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4. Tradicionalmente, distinguem-se dois modos de conhecer:
pela intuição e pelo conhecimento discursivo.
A intuição é um conhecimento imediato, direto,
indemonstrável. A intuição pode ser:
• Empírica: quando se trata de um conhecimento imediato,
baseado na experiência (sensível, quando adquirida pelos
sentidos; ou psicológica, quando adquirida por experiência
interna).
• Inventiva: responde pelas descobertas súbitas; por exemplo,
as descobertas do sábio, do artista e do cientista.
• Intelectual: caracteriza-se pela captação direta da essência
do objeto. Um exemplo é a maneira como o filósofo Descartes
chegou à sua primeira verdade, o cogito.
Os modos de conhecer
5. Os modos de conhecer
O conhecimento discursivo não se dá diretamente, como
no caso da intuição, mas opera por encadeamento de
raciocínios que levam a demonstrações e conclusões.
É responsável pelos conceitos e ideias gerais que compõem
o conhecimento.
Por isso é um conhecimento mediato e abstrato.
6. Os modos de conhecer
A pergunta pela verdade se dá pela verificação dos juízos
que fazemos sobre as coisas.
Uma coisa isolada simplesmente é, ou seja, tem realidade.
Do ponto de vista epistemológico, a verdade
é a consideração do juízo e a possibilidade de dizer
se ele é verdadeiro ou falso.
Do ponto de vista da moral, trata-se da verdade
como veracidade, pela qual o que é dito pode ser
verdade ou mentira.
7. Dogmatismo e ceticismo
Diz-se que há certeza quando se considera algo verdadeiro.
Do ponto de vista da história da filosofia, há duas correntes
principais que se opuseram em relação à possibilidade de
conhecermos a verdade: o dogmatismo filosófico e o
ceticismo radical.
• O dogmatismo filosófico é a afirmação da possibilidade de
termos certezas, de alcançarmos um conhecimento verdadeiro.
Ele não se confunde com a postura dogmática de afirmar
autoritária e unilateralmente algo.
• Quando se trata de afirmar a possibilidade do conhecimento e
da verdade, a maioria dos filósofos é dogmática.
8. Dogmatismo e ceticismo
• Inspirado em Hume, Kant foi o primeiro a avaliar as
possibilidades e os limites do conhecimento.
• O ceticismo radical considera o conhecimento como algo
impossível. O ceticismo moderado impõe limites ao
conhecimento ou opera pela suspensão provisória do juízo.
• Os principais representantes do ceticismo são Górgias, Pirro,
Montaigne e Hume.
9. O critério mais recorrente na filosofia para o reconhecimento da
verdade é o da evidência. Trata-se da correspondência de
uma proposição a um fato da realidade.
Esse critério de verdade como representação e correspondência
foi posto decisivamente em questão a partir da segunda
metade do século XIX.
A filosofia contemporânea, e mais especificamente aqueles
filósofos chamados por Paul Ricoeur de “mestres da suspeita”
(Marx, Nietzsche e Freud), tornou problemática a postura
puramente dogmática e o ceticismo radical.
A verdade passaria a figurar num horizonte de busca.
Dogmatismo e ceticismo
10. A condição humana, pintura de René
Magritte, 1933. Um dos principais
expoentes do surrealismo, Magritte
tem como um de seus temas a
relação entre o ilusório e o real. Será
possível o conhecimento verdadeiro?
Dogmatismo
e ceticismo
Capítulo 7 – Conhecimento e verdade
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