O documento discute o trabalho e o lazer ao longo da história. Aborda como o trabalho foi essencial para a humanização do ser humano e como sua concepção mudou ao longo dos tempos, da Idade Média para a modernidade, com a ascensão da burguesia e do capitalismo industrial.
2. O trabalho
O ser humano pode ser designado como Homo sapiens
(homem que sabe), mas também é Homo faber (homem que
faz).
Ele modifica a natureza para sobreviver, satisfazer desejos
e realizar projetos.
A posição ereta do corpo liberou as mãos humanas,
transformando-as em instrumento de ação sobre o mundo.
O desenvolvimento da técnica teve três fases: a do utensílio,
a da máquina e a da automação.
3. Trabalho e humanização
O trabalho é condição de humanização.
Por meio do trabalho, o ser humano constrói sua
subjetividade, relaciona-se com os demais e transforma
o mundo em que vive.
Na história da humanidade, porém, estabeleceu-se a
dicotomia entre os que mandam e os que obedecem.
• Para pensadores como Rousseau, essa dicotomia não existia
em sociedades tribais, sendo fruto da invenção da
propriedade privada.
4. Trabalho e humanização
Em algumas sociedades, como na Grécia antiga, o
trabalho braçal era exclusivo dos escravos e considerado
inferior ao trabalho intelectual.
Cena de ritual
funerário datada de
400 a.C., na Grécia
Antiga, na qual se vê
a condição escrava do
menino, da mulher e
do adorador, que
apenas observa.
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5. As teorias da modernidade
Na passagem da Idade Média para a Idade Moderna,
surge uma nova concepção de trabalho.
Essa concepção decorre da ascensão da burguesia,
oriunda dos servos libertos.
A valorização do trabalho deve-se aos novos valores
da modernidade.
Enquanto na Idade Média predominava o saber
contemplativo, na modernidade desenvolve-se o ideal
prometeico da dominação da natureza pela técnica.
6. As teorias da modernidade
Manuscrito medieval mostra camponeses
semeando e cultivando fora dos domínios do
castelo. Na Idade Média, a riqueza e as
relações de trabalho eram definidas pela
posse de terra. Os servos camponeses
recebiam dos senhores feudais (grandes
proprietários) um lote de terra para cultivar
em troca de pagamento de tributos ao
senhor.
O liberalismo econômico e
político criou a figura jurídica
do contrato livre de trabalho.
Essa nova forma de relação
social se contrapunha às
relações servis medievais.
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7. As teorias da modernidade
O desenvolvimento da sociedade capitalista e as
consequências da Revolução Industrial acirraram a
oposição entre a classe burguesa e os trabalhadores.
Os trabalhadores eram cada vez mais explorados
e sujeitos a jornadas exaustivas de trabalho.
8. As teorias da modernidade
Karl Marx (1818-1883) tornou-se o principal crítico da
exploração dos trabalhadores.
Os principais conceitos utilizados por Marx em sua crítica à
sociedade burguesa foram alienação (perda do produto e de si
mesmo), fetichismo (valorização da mercadoria em detrimento
do trabalhador), reificação
(transformação do ser
humano em “coisa”) e
ideologia (ideias da classe
dominante que ocultam a
dominação por ela exercida).
O filme Tempos modernos ilustra a crítica
de Karl Marx à alienação do trabalho.
O trabalhador se perde no trabalho, não
sabe o que produz, pois sua função se
reduz a apertar parafusos.
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9. Michel Foucault (1926-1984) investigou as mudanças
decorrentes do nascimento das fábricas.
Ele também interpretou a exploração do trabalhador como
um lento processo de imposição da disciplina e da
“docilização” do corpo como mecanismos de coerção.
As teorias da modernidade
10. Teorias contemporâneas
A sociedade do século XX observou mudanças profundas nas
relações de trabalho, como o fordismo e o taylorismo e o
deslocamento da mão de obra para o setor de serviços.
• Fordismo: modelo de produção em massa desenvolvido por
Henry Ford.
• Taylorismo: modelo de administração, desenvolvido por
Frederick Taylor, que visa ao aumento da eficiência operacional.
11. Teorias contemporâneas
Linha de montagem da Ford na década de 1920. Nesse modelo, cada trabalhador
é especializado em uma etapa da produção e não tem o conhecimento para produzir
o produto por inteiro.
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12. Teorias contemporâneas
Destacam-se na reflexão filosófica do começo do século
XX os pensadores da Escola de Frankfurt.
Os frankfurtianos eram críticos da técnica e da
racionalidade contemporâneas, que criaram uma
sociedade administrada.
Segundo eles, sob o capitalismo os interesses definem-se
pelo critério de eficiência, produtividade e
competitividade, mas provocam a alienação do
trabalhador e o esgotamento dos recursos naturais.
A civilização industrial do século XX criou a ideia de
lazer como contraponto ao trabalho. No entanto,
são muitos os obstáculos ao lazer criativo.