2. Os gregos nos deixaram uma enorme herança. Eles criaram grandes
cidades como Esparta e Atenas, a idéia da democracia e da República,
conceberam o cidadão, esse animal social e político, segundo
Aristóteles. Além disso, foi entre os gregos que se desenvolveu o
processo histórico que culminou com a passagem do mito à razão,
responsável pelo nascimento da filosofia e da ciência ocidentais. Devido
à sua influência, a Grécia Antiga é considerada por muitos como o berço
da civilização ocidental.
INTRODUÇÃO
4. > A Grécia Antiga ocupava um território que pode ser dividido em
quatro grandes regiões:
.Grécia Continental – compreende regiões como Tessália, e Ática
(onde situa-se Atenas).
.Grécia Central – Tessália.
.Grécia Peninsular – constituída pela península do Peloponeso (onde
situa-se Esparta).
.Grécia Insular – formada por diversas ilhas, sendo Creta a maior
delas.
> Características Territorial: banhado pelos mares Egeu, Jônio e
Mediterrâneo, território pedregoso, montanhoso e formado por várias
ilhas. Possui aspecto fragmentado. Essas características possibilitaram,
por exemplo: a falta de unificação política e o surgimento das chamadas
cidades-Estado. Outro aspecto a ser notado é que o comércio marítimo e
os contatos mantidos sempre desempenharam importantes papéis na
vida grega.
5. Antecedentes
Os gregos eram humanistas, ou seja, se preocupavam com o ser
humano, nos mais diferentes aspectos. Até alguns deuses gregos
tinham características humanas.
Desenvolveram diversas áreas para a compreensão e valorização
humana, como a filosofia, a história, a democracia, entre outras.
Chamavam a sim mesmo de Helenos, e seu território, Hélade. Gregos
e Grécia foi uma denominação posterior, utilizada pelos romanos. Os
gregos chamavam a outros povos de bárbaros.
O relevo montanhoso e as dificuldades de comunicação contribuiu
para impedir a unidade política da região. Assim, os gregos se
desenvolveram em cidades-estado, denominadas pólis.
A história da Grécia Antiga se divide em cinco períodos: Pré-
Homérico, Homérico, Arcaico, Clássico e Helenístico.
ATENÇÃO: Para compreender melhor este conteúdo, leia também o resumo sobre a Roma Antiga.
6. Período Pré-Homérico
O Período Pré-Homérico ocorreu entre 2000 a.C e 900 a.C,
aproximadamente.
Tribos de pastores nômades chegaram à Grécia em sucessivas ondas
migratórias. Entre estas tribos estavam os aqueus, jônios, eólios e
dórios.
Os aqueus desenvolveram a civilização micênica, absorvendo alguns
aspectos culturais da civilização minóica.
A civilização minóica se desenvolveu na ilha de Creta, ao sul da
Grécia. Seu nome deriva de Minos, como era conhecido o seu rei. Os
minóicos são considerados talassocráticos, por terem desenvolvido
forte poder marítimo.
Considera-se que os complexos palácios de Cnossos, capital
cretense, deram origem ao mito do Minotauro.
7. Período Homérico
O Período Homérico ocorreu entre 900 a.C a 700 a.C, aproximadamente.
O nome deriva do poeta Homero, a quem se atribui a criação de dois famosos
poemas: Ilíada e Odisséia. Estes poemas deram base para a compreensão
deste período.
A Ilíada narra a guerra entre Grécia e Tróia (Ílion), na Ásia Menor. Por sua vez,
a Odisséia narra o retorno de Ulisses (Odisseu) à sua terra natal.
Neste período, a vida na Grécia tinha por base a grande família, denominada
Genos. No entanto, o crescimento da população e a falta de terras férteis fez
estas comunidades entrarem em crise. Os escravos passaram cada vez mais a
fazer parte das atividades econômicas.
Surgiram, então, as cidades-estado, cada uma com organização social e
política próprias. Exemplos de cidades-estado: Atenas, Esparta, Tebas, Corinto,
entre outras. Algumas cidades-estado tinham uma acrópole, que era a parte
mais alta, com função estratégia, religiosa e comercial.
8. Período Arcaico
O Período Arcaico ocorreu entre 700 a.C a 500 a.C.,
aproximadamente.
Este período foi caracterizado por um grande aumento populacional,
que levou a fundação de colônias, como Bizâncio, Siracusa e Nápoles.
Neste período, desenvolveu-se a filosofia, que significa “amor à
sabedoria”, uma das maiores contribuições gregas para a civilização
ocidental.
Além disso, as cidades-estado se desenvolveram. A aristocracia, com
cada vez mais poder, passou a comandar. A política passou por várias
transições, até o surgimento da democracia.
Em Atenas, o poder excessivo nas mãos da aristocracia gerou uma
crise social e política que só foi contornada no momento em que os
legisladores – criadores de leis – entraram em cena.
9. Legisladores atenienses
Em 621 a.C., o legislador Drácon dedicou-se a elaboração do primeiro conjunto
de leis escritas da cidade. Tal medida estabeleceu uma limitação dos poderes
até então exercidos pela aristocracia.
Entretanto, estas leias não traduziram a demanda pela ampliação dos direitos
políticos ao preservar boa parte dos privilégios destinados à elite ateniense.
Em 594 a.C., Sólon estabeleceu um conjunto mais significativo de
transformações. Primeiramente, decretou o fim da escravidão por dívidas. Em
seguida, dividiu a população em faixas de renda.
Porém, mesmo buscando um cenário político mais equilibrado, as reformas de
Sólon foram desconsideradas pelos governos tirânicos que ascenderam com o
apoio popular.
Somente em 507 a.C., as reformas de Sólon foram retomadas pela ação do
legislador Clístenes, fundamental na consolidação da democracia ateniense.
10. Democracia
A democracia grega atingiu seu apogeu com Péricles, no século V
a.C. Limitada a uma parcela da população, apenas homens livres
adultos eram considerados cidadãos.
Mulheres, crianças, escravos e estrangeiros não eram considerados
cidadãos. Logo, não podiam votar.
A votação era feito na ostraka, ou conchas. As leis, ou assuntos
relativos a votação, variavam. Denominava-se ostracismo o ato de
exilar indivíduos através do voto na ostraka.
A democracia grega era denominada direta, pois o cidadão votava
direto nas leis. Nossa democracia é denominada representativa, pois
votamos em representantes que, por sua vez, votam nas leis.
Vale ressaltar que, geralmente, os participantes das assembleias
pertenciam a grupos de elite, com grande número de escravos.
11. Período Clássico
O Período Clássico ocorreu entre 500 a.C. e 338 a.C.,
aproximadamente. É considerado, por alguns historiadores, a “Idade do
Ouro” da civilização grega.
Neste período, algumas cidades-estado se uniram para enfrentar os
persas, nas Guerras Médicas. No fim, os gregos saíram vitoriosos.
Por ter liderado os gregos na vitória contra os persas, Atenas se tornou
uma das cidades-estado mais importantes da Grécia. Reuniu outras
cidades sob sua influência, através da Liga de Delos.
Esparta não concordava com a liderança de Atenas e criou a Liga do
Peloponeso. As duas cidades acabaram entrando em um conflito
chamado Guerra do Peloponeso. Desta guerra, Esparta saiu vitoriosa.
Alguns historiadores defendem que os conflitos envolvendo Atenas e
Esparta têm origem nas grandes diferenças entre as duas cidades-
estado.
12. Atenas e Esparta
Haviam grandes diferenças entre a organização social e política
de Atenas e Esparta.
Atenas era uma cidade de navegadores, agricultores, filósofos e
artistas. Foi o berço da democracia grega.
Esparta, por outro lado, era uma cidade militarista, aristocrática
e conservadora.
A educação, em Atenas, tinha como objetivo a formação
completa do homem, nos aspectos físico, intelectual e artístico.
Em Esparta, a educação tinha como objetivo dar a cada
indivíduo a perfeição física, coragem e disciplina para que se
tornasse um soldado ideal.
13. Período Helenístico
O Período Helenístico ocorreu entre 338 a.C. e 30 a.C.,
aproximadamente.
Após a Guerra do Peloponeso, a Grécia continuou agitada por causa
de lutas internas.
Filipe, rei da Macedônia, aproveitando-se disso, dominou toda a
Grécia.
Seu filho, Alexandre Magno, continuou as conquistas, construindo um
rápido e vasto império, que se estendeu até a Índia. Morreu aos 33
anos de idade.
Suas conquistas ajudaram a difundir a cultura grega para o oriente.
Esta fusão entre a cultura grega e oriental é denominada helenismo.