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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS - FESO
CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS – UNIFESO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

LEANDRO

Protochordadatas

TERESÓPOLIS
2014
1- Considerações Iniciais
Os protocordados são cordados invertebrados, possuem como todo cordado, a notocorda, tubo
semi rígido flexível geralmente de posição dorsal que fornece sustentação e que é substituído pela
coluna vertebral nos cordados vertebrados. Além de não possuírem crânio e apresentarem um encéfalo
muito simples (cefalocordados). São animais marinhos e estão divididos em dois subfilos, Urocordados
e Cefalocordados.
Os Urocordados são animais que na sua grande maioria são cesseis na fase adulta e que só
possuem a notocorda na sua fase larvar, são filtradores e podem viver solitários ou em colônias fixadas
ao substrato marinho.
Os Cefalocordados são animais pequenos, com cerca de 5cm, semelhantes a peixes, possuem a
notocorda na fase adulta e um encéfalo simples, cujo dos quais se destaca principalmente o anfioxo.
Podem ser livres-natantes ou cesseis, são animais escavadores e filtradores sedentários.
2- Resultados e Discussão
Os dois grupos existentes de cordados não-vertebrados são formados por animais marinhos
pequenos. Podem ter existido mais cordados não-vertebrados no passado, mas estes animais de corpo
mole raramente são preservados como fósseis.
2.1- Urochordata
Os tunicados, chamados assim devido ao fato de possuírem um túnica secretada pela epiderme,
(subfilo Urochordata) atuais são animais marinhos que filtram partículas alimentares da água por meio
de uma faringe perfurada semelhante a um cesto. Existem cerca de 2000 espécies viventes e todas,
exceto aproximadamente 100, são sésseis como adultos, fixando-se ao substrato solitariamente ou na
forma de colônias.
A maioria dos tunicados adultos apresenta pouca similaridade com os cefalocordados e
vertebrados, exceto por terem um endóstilo e uma faringe com fendas usadas para a alimentação por
filtração. Entretanto, suas larvas semelhantes a girinos são mais parecidas com formas que pertencem
ao filo Chordata. As larvas dos tunicados possuem uma notocorda, um tubo nervoso dorsal oco e uma
cauda muscular pós-anal que movimenta o animal com um padrão semelhante ao dos peixes. A maioria
das espécies apresenta um curto período de existência livre-natante (desde alguns minutos até poucos
dias), após o qual se metamorfoseiam em adultos sésseis afixados ao substrato.

Larva livre-natante de tunicado (Urochordata)
Fonte: POUGH, et al. (2008. p. 19)

No subfilo Urocordados caracteriza-se principalmente a classe das Ascídias como melhor
exemplo demonstrativo. Quando adultas vivem presas a algum tipo de substrato, sempre sésseis,
submersas e fixas; possuem o sifão inalante, um funil que permite a entrada de água com partículas
(alimento), caindo na cesta faríngea perfurada que retém as pequenas partículas por filtração quando a
água passa. A Ascídea apresenta um septo onde acima dele encontra-se a cavidade atrial,
compreendendo a cesta faríngea e abaixo encontra-se a cavidade visceral, compreendendo o tubo
digestivo, gônadas e seio cardíaco. Esses organismos são envoltos por uma túnica composta por
isômeros de celulose, conhecidos como tunicina, que está colocada sobre uma rede proteica mais sais
orgânicos (entre as moléculas de tunicina).

Esquema de uma Ascídea
Fonte: POUGH, et al. (2008. p. 19)

2.1.1 – Alimentação.
Em relação a captura de alimento e digestão as ascídeas são grandes filtradoras de água,
partículas orgânicas em suspensão (como zooplancton e fitoplancton). Na entrada do sifão inalante
encontra-se um anel com tentáculos que impede a entrada de partículas maiores que poderiam destruir
as fendas da cesta que é coberta por células especializadas. A água passa pela cesta e as células ciliadas
seguram as partículas e há ainda grande produção de muco pelo endóstilo, fileira de células
especializadas na produção de muco, que irá envolver as partículas dentro da cesta faríngea. Da cesta, a
água com partículas são levadas para um pequeno esôfago por uma estrutura de forma afunilada com
células ciliares chamada goteira. Do esôfago vem o tubo digestivo simples e especializado com
regionalização de estruturas, terminando próximo a abertura do sifão exalante.
2.1.2 - Trocas gasosas.
As trocas gasosas das ascídeas ocorrem a nível de cesta faríngea, que recebe água
continuamente. A cesta possui uma grande superfície de contato com a água, realizando a troca de gás
carbônico do sangue com o oxigênio difundido na água. Dentro da túnica há um espaço entre o
organismo e a epiderme do manto, sendo esta também uma superfície de contato ocorrendo trocas
gasosas cutâneas
2.1.3 – Circulação.
A circulação de dá através de uma estrutura interna muito simplificada, um seio cardíaco. O
seio cardíaco possui um formato de U, dele saem dois vasos, um dorsal que leva o sangue para alguns
vasos menores da cesta faríngea onde ocorrem as trocas gasosas, e outro ventral que traz o sangue de
volta para o seio venosos passando primeiramente próximo ao intestino retendo os nutrientes. Não é
caracterizada uma circulação fechada, pois os vasos que se ramificam são formados por um tecido
sinusóide com células frouxas, pouco ligadas que fazem as ramificações dos tubos sanguíneos onde o
sangue é expulso para o meio externo e deste volta para o meio interno. O sangue apresenta algumas
células especializadas como os linfócitos que são células primordiais que darão origem as outras
células do sangue; os amebócitos, no caso das Ascídias tem função de carregar nutrientes além de
fagocitar os mesmos não aproveitados. Células morulares carregam o íon orgânico chamado Vanádio,
que é o elemento químico usado para produção da túnica, redutor para formar a tunicina sobre a rede
proteica; as células armazenadoras guardam todo tipo de produtos nitrogenados (compostos como o
ácido úrico que vieram do metabolismo das proteínas), estas células formam pequenos cristais de
produtos nitrogenados que vão parar nas vísceras levados pelo sangue.
2.1.4 - Reprodução.
Conhecidos como pseudo-hermafroditas, exibem o desenvolvimento das duas gônadas
funcionais em épocas diferentes, ou seja, em um determinado período apresentam testículos e em outro
período ovário. Progínia - os ovários se desenvolvem antes que os testículos. Protândria - os testículos
se desenvolvem antes que os ovários. As gônadas simples desembocam no sifão exalante, os gametas
são liberados externamente, a fecundação é externa (reprodução sexuada). A Ascídia filtra água
contendo gametas (masculino ou feminino), estes ficam retidos na cesta faríngea que possui
quimioreceptores, os quais vão ativar o gânglio nervoso a estimular a glândula neural a produzir
gonadotrofina para o desenvolvimento ou de testículos ou de ovários para liberação de seus respectivos
gametas (existem dois tipos de gonadotrofinas, uma estimula o desenvolvimento masculino e a outra o
feminino). Os gametas retidos na cesta, que ativaram os quimioreceptores, não fecundam e são
ingeridos como alimento. A larva da eclosão do ovo surge uma larva girinóide; nesta fase afloram as
características dos Chordata o tubo nervoso dorsal oco, notocorda, cauda pós anal muscular e cesta
faríngea, são livre natantes, porém ao sofrer metamorfose procura um substrato para se fixar. Na
metamorfose o tubo nervoso dorsal oco, notocorda e cauda pós-anal muscular começam a diminuir,
neste período a larva não se alimenta, utiliza estas estruturas como fonte de energia até desaparecerem.
Durante o processo metamórfico o animal sofre uma rotação de 180 graus, os sifões que se
encontravam virados paras o substrato se opõe a ele, assim como as demais estruturas.
2.2- Cephalochordata
O subfilo abrange aproximadamente 22 espécies marinhas todas medindo entre 5 e 6 cm,
aproximadamente e superficialmente semelhantes aos peixes. O cefalocordado melhor conhecido é o
Branchiostoma lanceolatum, o anfioxo (Grego amphi = ambos e oxy = pontiagudo).

Esquema de um Anfioxo (Cephalochordata) (miômeros caudais removidos)
Fonte: POUGH, et al. (2008. p. 19)

Uma característica notável do anfioxo é sua locomoção semelhante à de um peixe. Esta resulta
de uma característica compartilhada com os vertebrados: miômeros – blocos de fibras de musculares
estriadas, arranjadas ao longo de ambos os lados do corpo e separadas por septos de tecido conjuntivo
(larvas de tunicados têm músculos bandeados em suas caudas, mas não têm miômeros distintos em
qualquer outro músculo na região do corpo). Contrações sequenciais dos miômeros curvam o corpo de
lado a lado de modo a impulsioná-lo para frente ou para trás. A notocorda atua como um bastonete
elástico e incompressível, estendendo-se por todo o comprimento do corpo e impedindo que ele encurte
quando os miômeros se contraem. A notocorda do anfioxo estende-se desde a extremidade rostral até o
final da cauda, projetando-se bem além da região dos miômeros nas duas extremidades. A elongação
cranial da notocorda aparentemente é uma especialização que auxilia na escavação.
Anfioxos e vertebrados diferem quanto ao uso das fendas faríngeas. O anfioxo não possui
tecido branquial associado a estas fendas; ele é suficientemente pequeno para que a tomada de oxigênio
e a liberação de dióxido de carbono ocorram por difusão em toda a superfície do corpo. Em vez disso,
as fendas branquiais são usadas para a alimentação por filtração.
2.2.1 - Características do corpo.
Os adultos apresentam características básicas dos Chordados, notocorda anterior ao tubo
nervoso dorsal oco, cauda pós-anal muscular, grande faringe que ocupa mais da metade do corpo. Vão
apresentar as primeiras nadadeiras dorsais que não chegam a ser nadadeiras radiais, são membranas
assim como a nadadeira caudal ventral.
Os anfioxos possuem órgãos como pequenos tentáculos que impedem a entrada de partículas
grandes e também mantém o fluxo de água sobre a faringe com seus movimentos; apresentam cirros
pré-bucais (dentes filtradores de partículas menores), velo pré-bucal (tentáculos anteriores a farínge),
todas as peças bucais ao redor da boca. A boca corresponde ao sifão inalante e o átrio ao sifão exalante.
Em adição à cavidade interna do corpo, ou celoma, vista em muitos animais, incluindo todos os
cordados, o anfioxo também tem uma cavidade externa do corpo, chamada átrio, que é ausente em
outros vertebrados. O átrio é formado por evaginações da parede do corpo (dobras metapleurais), que
envolvem o corpo mais ou menos como uma capa. O átrio abre-se para o exterior via atrióporo e parece
controlar a passagem de substâncias pela faringe, em combinação com o batimento ciliar das barras
branquiais e do órgão da roda na cabeça. Um átrio também está presente nos tunicados, podendo ser
um aspecto primitivo de todos os cordados e que é perdido nos vertebrados.
2.2.2 - Captura de alimento e digestão
Na estrutura faríngea encontram-se fendas diagonais (por volta de 150 a 200 fendas) onde as
partículas são retidas, para isso ocorrer, a musculatura se contrai e relaxa mantendo o fluxo de
água, salientando o auxílio das peças bucais. As partículas são retidas por células ciliadas
localizadas na região do endóstilo, secretor de muco (fossetas de Hatschek) e retentor de
partículas, passando pela goteira que com o batimento de seus cílios levam as partículas para o
estômago. O órgão da roda é o aparato pré-bucal característico para manter a boca filtrando
partículas. Encontramos então na região ventral o endóstilo, goteira e dorsalmente (sem
esôfago) o tubo digestivo reto com ânus terminal; ao longo do tubo encontram-se dois
divertículos com papel de secretar enzimas, são glândulas secretoras que podem ser comparadas
a um pré-fígado. Toda água que entra, passa pelas fendas a sai pelo atrióporo.
2.2.3 - Trocas gasosas
A entrada de água constante, com grande superfície para trocas gasosas; manto vascularizado
onde é realizada troca gasosa cutânea (epitelial), a epiderme faz trocas gasosas por ser um tegumento
unicelular. A cesta capta o oxigênio e libera o gás carbônico.
2.2.4 – Circulação.
A circulação é fechada com apenas um alargamento de vasos por onde o fluxo sanguíneo drena
lentamente, por ser um animal sedentário. Não apresenta um coração, mas sim um seio venoso. O
sangue é simplificado a nível de amebócitos e células que vão fazer o transporte de nutrientes.
Presença de um padrão muscular que permanece nos vertebrados com tecido conjuntivo. Excreção não possuem órgãos especializados, as células flamas que são pequenas coletoras de produtos
nitrogenados, localizadas próximas ao tubo digestivo, levam os excretas em direção a cavidade
atrial, liberando-os junto com a água via atrióporo.
2.2.5- Sistema nervoso e sensorial.
O tubo nervoso dorsal sobre a notocorda sem cefalização, composto por neurônios sensores que
recebem a informação do ambiente e neurônios motores que reagem levando a resposta ao estímulo;
apresentam neurônios gigantes para respostas rápidas e células pigmentares e fotoreceptoras.
Encontram-se células fotosensíveis ao longo do tubo nervoso, série de tentáculos ciliados impregnados
de quimioreceptores além de células tácteis em toda epiderme (estimulação táctil).
2.2.6- Reprodução –
Os anfioxos são dióicos de reprodução sexuada; as gônadas são pares e os gametas são
liberados dentro do átrio e daí via atrióporo onde a fecundação ocorre externamente, não sofrem
metamorfose como nas Ascídias.
2.3 – Referências
POUGH, F. H.; JANIS, C.M.; HEISER, J.B. A vida dos Vertebrados. Trad. [Ana Maria de Souza,
Paulo Auricchio]. – 4° ed. – São Paulo: Atheneu Editora, 2008.
Projeto Aves Marinhas. UNIVALI. Introdução aos Chordatas (Protochordatas). Disponível a partir
de < http://www.avesmarinhas.com.br/Chordata%20-%20Introdu%E7%E3o.pdf> Acesso em: 08/02/14

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Trabalho procordados

  • 1. FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS - FESO CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS – UNIFESO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LEANDRO Protochordadatas TERESÓPOLIS 2014
  • 2. 1- Considerações Iniciais Os protocordados são cordados invertebrados, possuem como todo cordado, a notocorda, tubo semi rígido flexível geralmente de posição dorsal que fornece sustentação e que é substituído pela coluna vertebral nos cordados vertebrados. Além de não possuírem crânio e apresentarem um encéfalo muito simples (cefalocordados). São animais marinhos e estão divididos em dois subfilos, Urocordados e Cefalocordados. Os Urocordados são animais que na sua grande maioria são cesseis na fase adulta e que só possuem a notocorda na sua fase larvar, são filtradores e podem viver solitários ou em colônias fixadas ao substrato marinho. Os Cefalocordados são animais pequenos, com cerca de 5cm, semelhantes a peixes, possuem a notocorda na fase adulta e um encéfalo simples, cujo dos quais se destaca principalmente o anfioxo. Podem ser livres-natantes ou cesseis, são animais escavadores e filtradores sedentários.
  • 3. 2- Resultados e Discussão Os dois grupos existentes de cordados não-vertebrados são formados por animais marinhos pequenos. Podem ter existido mais cordados não-vertebrados no passado, mas estes animais de corpo mole raramente são preservados como fósseis. 2.1- Urochordata Os tunicados, chamados assim devido ao fato de possuírem um túnica secretada pela epiderme, (subfilo Urochordata) atuais são animais marinhos que filtram partículas alimentares da água por meio de uma faringe perfurada semelhante a um cesto. Existem cerca de 2000 espécies viventes e todas, exceto aproximadamente 100, são sésseis como adultos, fixando-se ao substrato solitariamente ou na forma de colônias. A maioria dos tunicados adultos apresenta pouca similaridade com os cefalocordados e vertebrados, exceto por terem um endóstilo e uma faringe com fendas usadas para a alimentação por filtração. Entretanto, suas larvas semelhantes a girinos são mais parecidas com formas que pertencem ao filo Chordata. As larvas dos tunicados possuem uma notocorda, um tubo nervoso dorsal oco e uma cauda muscular pós-anal que movimenta o animal com um padrão semelhante ao dos peixes. A maioria das espécies apresenta um curto período de existência livre-natante (desde alguns minutos até poucos dias), após o qual se metamorfoseiam em adultos sésseis afixados ao substrato. Larva livre-natante de tunicado (Urochordata) Fonte: POUGH, et al. (2008. p. 19) No subfilo Urocordados caracteriza-se principalmente a classe das Ascídias como melhor exemplo demonstrativo. Quando adultas vivem presas a algum tipo de substrato, sempre sésseis,
  • 4. submersas e fixas; possuem o sifão inalante, um funil que permite a entrada de água com partículas (alimento), caindo na cesta faríngea perfurada que retém as pequenas partículas por filtração quando a água passa. A Ascídea apresenta um septo onde acima dele encontra-se a cavidade atrial, compreendendo a cesta faríngea e abaixo encontra-se a cavidade visceral, compreendendo o tubo digestivo, gônadas e seio cardíaco. Esses organismos são envoltos por uma túnica composta por isômeros de celulose, conhecidos como tunicina, que está colocada sobre uma rede proteica mais sais orgânicos (entre as moléculas de tunicina). Esquema de uma Ascídea Fonte: POUGH, et al. (2008. p. 19) 2.1.1 – Alimentação. Em relação a captura de alimento e digestão as ascídeas são grandes filtradoras de água, partículas orgânicas em suspensão (como zooplancton e fitoplancton). Na entrada do sifão inalante encontra-se um anel com tentáculos que impede a entrada de partículas maiores que poderiam destruir as fendas da cesta que é coberta por células especializadas. A água passa pela cesta e as células ciliadas seguram as partículas e há ainda grande produção de muco pelo endóstilo, fileira de células especializadas na produção de muco, que irá envolver as partículas dentro da cesta faríngea. Da cesta, a água com partículas são levadas para um pequeno esôfago por uma estrutura de forma afunilada com
  • 5. células ciliares chamada goteira. Do esôfago vem o tubo digestivo simples e especializado com regionalização de estruturas, terminando próximo a abertura do sifão exalante. 2.1.2 - Trocas gasosas. As trocas gasosas das ascídeas ocorrem a nível de cesta faríngea, que recebe água continuamente. A cesta possui uma grande superfície de contato com a água, realizando a troca de gás carbônico do sangue com o oxigênio difundido na água. Dentro da túnica há um espaço entre o organismo e a epiderme do manto, sendo esta também uma superfície de contato ocorrendo trocas gasosas cutâneas 2.1.3 – Circulação. A circulação de dá através de uma estrutura interna muito simplificada, um seio cardíaco. O seio cardíaco possui um formato de U, dele saem dois vasos, um dorsal que leva o sangue para alguns vasos menores da cesta faríngea onde ocorrem as trocas gasosas, e outro ventral que traz o sangue de volta para o seio venosos passando primeiramente próximo ao intestino retendo os nutrientes. Não é caracterizada uma circulação fechada, pois os vasos que se ramificam são formados por um tecido sinusóide com células frouxas, pouco ligadas que fazem as ramificações dos tubos sanguíneos onde o sangue é expulso para o meio externo e deste volta para o meio interno. O sangue apresenta algumas células especializadas como os linfócitos que são células primordiais que darão origem as outras células do sangue; os amebócitos, no caso das Ascídias tem função de carregar nutrientes além de fagocitar os mesmos não aproveitados. Células morulares carregam o íon orgânico chamado Vanádio, que é o elemento químico usado para produção da túnica, redutor para formar a tunicina sobre a rede proteica; as células armazenadoras guardam todo tipo de produtos nitrogenados (compostos como o ácido úrico que vieram do metabolismo das proteínas), estas células formam pequenos cristais de produtos nitrogenados que vão parar nas vísceras levados pelo sangue. 2.1.4 - Reprodução. Conhecidos como pseudo-hermafroditas, exibem o desenvolvimento das duas gônadas funcionais em épocas diferentes, ou seja, em um determinado período apresentam testículos e em outro período ovário. Progínia - os ovários se desenvolvem antes que os testículos. Protândria - os testículos se desenvolvem antes que os ovários. As gônadas simples desembocam no sifão exalante, os gametas
  • 6. são liberados externamente, a fecundação é externa (reprodução sexuada). A Ascídia filtra água contendo gametas (masculino ou feminino), estes ficam retidos na cesta faríngea que possui quimioreceptores, os quais vão ativar o gânglio nervoso a estimular a glândula neural a produzir gonadotrofina para o desenvolvimento ou de testículos ou de ovários para liberação de seus respectivos gametas (existem dois tipos de gonadotrofinas, uma estimula o desenvolvimento masculino e a outra o feminino). Os gametas retidos na cesta, que ativaram os quimioreceptores, não fecundam e são ingeridos como alimento. A larva da eclosão do ovo surge uma larva girinóide; nesta fase afloram as características dos Chordata o tubo nervoso dorsal oco, notocorda, cauda pós anal muscular e cesta faríngea, são livre natantes, porém ao sofrer metamorfose procura um substrato para se fixar. Na metamorfose o tubo nervoso dorsal oco, notocorda e cauda pós-anal muscular começam a diminuir, neste período a larva não se alimenta, utiliza estas estruturas como fonte de energia até desaparecerem. Durante o processo metamórfico o animal sofre uma rotação de 180 graus, os sifões que se encontravam virados paras o substrato se opõe a ele, assim como as demais estruturas. 2.2- Cephalochordata O subfilo abrange aproximadamente 22 espécies marinhas todas medindo entre 5 e 6 cm, aproximadamente e superficialmente semelhantes aos peixes. O cefalocordado melhor conhecido é o Branchiostoma lanceolatum, o anfioxo (Grego amphi = ambos e oxy = pontiagudo). Esquema de um Anfioxo (Cephalochordata) (miômeros caudais removidos) Fonte: POUGH, et al. (2008. p. 19) Uma característica notável do anfioxo é sua locomoção semelhante à de um peixe. Esta resulta de uma característica compartilhada com os vertebrados: miômeros – blocos de fibras de musculares
  • 7. estriadas, arranjadas ao longo de ambos os lados do corpo e separadas por septos de tecido conjuntivo (larvas de tunicados têm músculos bandeados em suas caudas, mas não têm miômeros distintos em qualquer outro músculo na região do corpo). Contrações sequenciais dos miômeros curvam o corpo de lado a lado de modo a impulsioná-lo para frente ou para trás. A notocorda atua como um bastonete elástico e incompressível, estendendo-se por todo o comprimento do corpo e impedindo que ele encurte quando os miômeros se contraem. A notocorda do anfioxo estende-se desde a extremidade rostral até o final da cauda, projetando-se bem além da região dos miômeros nas duas extremidades. A elongação cranial da notocorda aparentemente é uma especialização que auxilia na escavação. Anfioxos e vertebrados diferem quanto ao uso das fendas faríngeas. O anfioxo não possui tecido branquial associado a estas fendas; ele é suficientemente pequeno para que a tomada de oxigênio e a liberação de dióxido de carbono ocorram por difusão em toda a superfície do corpo. Em vez disso, as fendas branquiais são usadas para a alimentação por filtração. 2.2.1 - Características do corpo. Os adultos apresentam características básicas dos Chordados, notocorda anterior ao tubo nervoso dorsal oco, cauda pós-anal muscular, grande faringe que ocupa mais da metade do corpo. Vão apresentar as primeiras nadadeiras dorsais que não chegam a ser nadadeiras radiais, são membranas assim como a nadadeira caudal ventral. Os anfioxos possuem órgãos como pequenos tentáculos que impedem a entrada de partículas grandes e também mantém o fluxo de água sobre a faringe com seus movimentos; apresentam cirros pré-bucais (dentes filtradores de partículas menores), velo pré-bucal (tentáculos anteriores a farínge), todas as peças bucais ao redor da boca. A boca corresponde ao sifão inalante e o átrio ao sifão exalante. Em adição à cavidade interna do corpo, ou celoma, vista em muitos animais, incluindo todos os cordados, o anfioxo também tem uma cavidade externa do corpo, chamada átrio, que é ausente em outros vertebrados. O átrio é formado por evaginações da parede do corpo (dobras metapleurais), que envolvem o corpo mais ou menos como uma capa. O átrio abre-se para o exterior via atrióporo e parece controlar a passagem de substâncias pela faringe, em combinação com o batimento ciliar das barras branquiais e do órgão da roda na cabeça. Um átrio também está presente nos tunicados, podendo ser um aspecto primitivo de todos os cordados e que é perdido nos vertebrados.
  • 8. 2.2.2 - Captura de alimento e digestão Na estrutura faríngea encontram-se fendas diagonais (por volta de 150 a 200 fendas) onde as partículas são retidas, para isso ocorrer, a musculatura se contrai e relaxa mantendo o fluxo de água, salientando o auxílio das peças bucais. As partículas são retidas por células ciliadas localizadas na região do endóstilo, secretor de muco (fossetas de Hatschek) e retentor de partículas, passando pela goteira que com o batimento de seus cílios levam as partículas para o estômago. O órgão da roda é o aparato pré-bucal característico para manter a boca filtrando partículas. Encontramos então na região ventral o endóstilo, goteira e dorsalmente (sem esôfago) o tubo digestivo reto com ânus terminal; ao longo do tubo encontram-se dois divertículos com papel de secretar enzimas, são glândulas secretoras que podem ser comparadas a um pré-fígado. Toda água que entra, passa pelas fendas a sai pelo atrióporo. 2.2.3 - Trocas gasosas A entrada de água constante, com grande superfície para trocas gasosas; manto vascularizado onde é realizada troca gasosa cutânea (epitelial), a epiderme faz trocas gasosas por ser um tegumento unicelular. A cesta capta o oxigênio e libera o gás carbônico. 2.2.4 – Circulação. A circulação é fechada com apenas um alargamento de vasos por onde o fluxo sanguíneo drena lentamente, por ser um animal sedentário. Não apresenta um coração, mas sim um seio venoso. O sangue é simplificado a nível de amebócitos e células que vão fazer o transporte de nutrientes. Presença de um padrão muscular que permanece nos vertebrados com tecido conjuntivo. Excreção não possuem órgãos especializados, as células flamas que são pequenas coletoras de produtos nitrogenados, localizadas próximas ao tubo digestivo, levam os excretas em direção a cavidade atrial, liberando-os junto com a água via atrióporo. 2.2.5- Sistema nervoso e sensorial. O tubo nervoso dorsal sobre a notocorda sem cefalização, composto por neurônios sensores que recebem a informação do ambiente e neurônios motores que reagem levando a resposta ao estímulo; apresentam neurônios gigantes para respostas rápidas e células pigmentares e fotoreceptoras.
  • 9. Encontram-se células fotosensíveis ao longo do tubo nervoso, série de tentáculos ciliados impregnados de quimioreceptores além de células tácteis em toda epiderme (estimulação táctil). 2.2.6- Reprodução – Os anfioxos são dióicos de reprodução sexuada; as gônadas são pares e os gametas são liberados dentro do átrio e daí via atrióporo onde a fecundação ocorre externamente, não sofrem metamorfose como nas Ascídias.
  • 10. 2.3 – Referências POUGH, F. H.; JANIS, C.M.; HEISER, J.B. A vida dos Vertebrados. Trad. [Ana Maria de Souza, Paulo Auricchio]. – 4° ed. – São Paulo: Atheneu Editora, 2008. Projeto Aves Marinhas. UNIVALI. Introdução aos Chordatas (Protochordatas). Disponível a partir de < http://www.avesmarinhas.com.br/Chordata%20-%20Introdu%E7%E3o.pdf> Acesso em: 08/02/14