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LEANDRO LUIZ COLODRO
O JOGO COMO PRÁTICA DE ENSINO INTERDISCIPLINAR.
Ribeirão Pires
1 1
2006
LEANDRO LUIZ COLODRO
O JOGO COMO PRÁTICA DE ENSINO INTERDISCIPLINAR
Monografia de conclusão do curso de
Educação Física, apresentada como
exigência parcial para obtenção do título de
Bacharel e Licenciado em Educação Física
nas Faculdades Integradas de Ribeirão
Pires. Sob orientação da professora Mestra
Katya Eid.
Ribeirão Pires
2006
2 2
AGRADECIMENTOS
Este trabalho teve grande contribuição da Professora Mestra Katya Eid,
que orientou o processo de estudo e dos Professores e Mestres Alexandre Mate e
Carminda André, que foram meus professores de Teatro durante os anos de 1996 a
2000.
Aos meus colegas de trabalho, pelos seus esforços em melhorar a
Educação e a qualidade de vida.
Gostaria de agradecer também todas as pessoas que passaram pela minha
vida e que contribuíram de alguma forma com este trabalho, e principalmente minha
esposa que estava do meu lado o tempo todo e minha filha que foi grande inspiração
para que eu procurasse formas diferentes de Ensino e Aprendizagem.
3 3
“Muda, que quando a gente muda, o mundo muda com a gente. A gente muda o mundo
na mudança da mente. E quando a gente muda à gente anda pra frente. E quando a gente
manda, ninguém manda na gente. Na mudança de atitude não há mal que não se mude,
nem doença sem cura. Na mudança de postura a gente fica mais seguro, na mudança do
presente a gente molda o futuro.”
Gabriel Pensador
4 4
I - APRESENTAÇÃO
A Educação Física vivenciada por mim na época escolar (1983-1994) passou
despercebida. Não entendia a Educação Física como disciplina e sim como espaço onde
eu jogava algum esporte, dava algumas risadas e não me preocupava com a nota no final
do bimestre. Durante as aulas de Educação Física eu não estava preocupado em
aprender e sim apenas em me divertir.
Em 1996 tive a oportunidade de fazer parte de um grupo de pessoas que se
reuniam para aprender teatro, foi onde descobri que existem várias formas de
aprendizagem além daquela encontrada na Escola, com resultados satisfatórios. Lá eu
continuava a jogar, a dar risadas, não tinha preocupação com nota, mas tinha o objetivo
de aprender e exercitar o que estava sendo vivido.
Qual era o diferencial entre as duas formas? Na primeira forma eu não
encontrava uma razão para aprender tal movimento ou esporte, já na segunda eu
participava pelo puro prazer de estar descobrindo o porquê de realizar cada ação.
Após ter algumas experiências na prática de ensino/aprendizado através do
teatro, e ter lido alguns especialistas como Bertold Brecht, Augusto Boal, Viola Spolin
entre outros, percebi que necessitava de uma formação mais teórica. Foi então que
resolvi estudar Letras, cujos dois semestres que estudei (1998), me proporcionaram a
chance de ampliar meus horizontes em relação ao ensino. Infelizmente não consegui
concluir este curso, mas tive a oportunidade de iniciar uma nova experiência de
trabalho, o da recreação.
Nesta fase percebi que um ensino motivador para o aluno seria de grande
importância, comecei então a procurar seguir uma linha de educação interdisciplinar
através do jogo (prazer) e do teatro (relação). Trabalhei com estes temas de 1998 a 2001
nas oficinas de teatro no município de Ribeirão Pires com crianças, adolescentes e
adultos.
Após ter casado e tendo uma filha para educar, senti novamente que seria
necessário estudar, foi então que decidi escolher algo que se aproximasse dos jogos
teatrais e recreativas, escolhi assim o curso de Educação Física.
E foi através do curso de Educação Física que comecei a ter contato com Piaget,
5 5
Vygotsky, Daolio, João Batista Freire entre outros. Tais pensadores firmaram ainda mais
meus pensamentos no que diz respeito ao ensino. Percebi que o jogo seria uma ótima
forma de se ensinar diversos conteúdos disciplinares integrados com a atividade física.
“O jogo como prática de ensino interdisciplinar” foi a forma que encontrei para
unir Teatro, Jogo e Educação Física em favor da educação total do indivíduo.
O trabalho foi dividido em três capítulos: O jogo, a interdisciplinaridade na
escola e a pluralidade cultural como tema transversal, procurando assim sintetizar
algumas idéias e propostas de ensino para a Educação Física, com a preocupação de
uma nova prática de ensino, diferente da que está sendo realizada nas instituições de
Ensino em geral (públicas principalmente).
6 6
II - INTRODUÇÃO
As aulas de Educação Física na escola passam por sérios problemas em seu
planejamento e execução, e acarretando certo “desencanto pelas aulas” por parte dos
alunos e dos professores. Uma das principais razões é que o planejamento é feito através
de um modelo único, independente da cultura de cada região. A visão que prevalece é a
da frustração, descaso e desinteresse do professor em procurar novas alternativas de
aprendizagem, o que faz permanecer a imagem de uma aula em que se “joga bola”.
Outra questão é o foco que está centralizado no esporte, dando ênfase para o
treinamento e a competitividade, não permitindo ao aluno a vivência de suas
capacidades físicas, excluindo o aluno que não se interessa por esporte e ocasionando na
desvalorização da aula por parte dos outros professores.
Um dos maiores problemas é a falta de interesse em discutir o trabalho em
grupo. Em algumas reuniões de professores que participei percebi que os assuntos que
estavam sendo discutidos eram desnecessários em uma discussão de ensino, sendo
muitas vezes de caráter pessoal. Alguns professores davam uma ou outra opinião sobre
um aluno específico, outros faziam algumas reclamações sobre a Escola.De vez em
quando alguém dava uma proposta diferenciada, geralmente o professor de Educação
Física ou Artística, no entanto tais propostas só apareciam para organização de alguns
eventos em datas comemorativas. Concluí assim, que as muitas oportunidades que os
professores tinham para trabalhar em equipe acabavam se transformando em um
trabalho cansativo e obrigatório, e o evento que viria a ser um interessante processo de
ensino/aprendizagem, passava como um acontecimento qualquer.
Vários Psicólogos, Sociólogos, Pedagogos e Educadores Físicos estudam formas
diferenciadas de resolver tal problema, preocupados com o bom desenvolvimento
humano e o aprendizado global do aluno. Um desses profissionais é João Batista Freire,
que em seu livro “Educação de Corpo Inteiro”, procura solucionar alguns problemas da
Educação Física escolar. Outro livro importante é “Educação Física escolar: ser... ou não
ter?”, organizado pela professora Vilma L. Nista Piccolo que contém textos de
estudiosos importantes como Jocimar Daolio e João Francisco Rodrigues de Godoy.
Tais livros citados serviram como inspiração e estudo para o desenvolvimento deste
7 7
trabalho.
“O jogo como prática de ensino interdisciplinar” foi a forma que encontrei para
atrair o aluno para a participação não só na aula de Educação Física, mas também na
escola. A escola está perdendo seus alunos pela falta de prazer que ela proporciona, item
importante para o ensino, descrito neste trabalho. Outra razão que tive foi a de trazer à
tona a preocupação com a relação pessoal no desenvolvimento humano, não apenas
entre os alunos, mas indiscutivelmente também entre os profissionais de ensino.
O objetivo é o tratamento diferenciado da Educação Física em conjunto com
outras disciplinas, motivando o aluno para que tenha interesse não apenas pela atividade
física, mas também pelo aprendizado como um todo, integrando educação afetiva,
social, cognitiva e psicomotora.
8 8
III – DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO 1 - O JOGO
A palavra jogo vem do grego, “ludus”, de lúdico (divertido, prazeroso), seus
conceitos e sua prática segundo alguns pensadores, são tão antigos quanto o homem,
que evolui e transcende conforme o tempo. O jogo é considerado por muitos como
início de uma cultura. Huizinga (1996) cita que “é no jogo e pelo jogo que a civilização
surge e se desenvolve”. Ele descreve dois elementos importantes que conduzem a essa
tese.
“... é desde o inicio que se encontram no
jogo os elementos antiéticos e agonísticos que
constituem os fundamentos da civilização,
porque o jogo é mais antigo e muito mais
original do que a civilização”.(HUIZINGA,
1996)
Através do jogo podemos organizar um determinado grupo onde todos podem
aprender a respeitar e a ser respeitados. O jogo pode proporcionar experiências, práticas
e sensações capazes de firmar nossa moral e ética. Para Teixeira e Mazzei (1967)
através de situações promovidas pelo jogo o indivíduo “revela seu caráter e descobre
sua alma”.
O jogo pode ser utilizado como forma de análise. Jean Chateau (1987) cita: “O
jogo possa servir como meio de análise de caráter... a criança dá inteiramente a seu jogo,
porque este lhe serve para firmar sua personalidade total”.
O jogo ajuda a lidar com fatos complexos, provoca raciocínio, faz com que se
adquira conhecimento para resolver situações difíceis. Piaget (1975) afirmava:
“Os jogos constituem-se admiráveis
instituições sociais... Exercitam a autonomia e
a cidadania, pois as crianças aprendem a
julgar, a argumentar, a chegar a um consenso,
a raciocinar”.
Seja qual for o conceito e o uso do jogo, sabemos que existem várias funções
para o mesmo, e que todas elas são importantes para o aprendizado humano.
9 9
“... quando uma criança brinca um
instante reproduz ações que os adultos
ensinam, e com o passar do tempo deixa de
ser só imitação e passa a ampliar seus
conhecimentos a respeito do mundo que a
cerca”. (GIRARDI, 1995):
O jogo pode também se transformar em uma forma mais dinâmica de
aprendizagem, proporcionando análise, execução e avaliação do que está sendo jogado.
“O jogo ajuda a construir novas
descobertas, desenvolve e enriquece sua
personalidade e simboliza um instrumento
pedagógico... estimulador e avaliador da
aprendizagem”. (ANTUNES, 1998)
Teixeira e Mazzei (1967) destacam no jogo a importância da espontaneidade de
quem pratica e o que isso representa na educação, citando que:
“Seu valor traduz especialmente pela
espontaneidade da sua prática, e pela
satisfação resultante dessa espontaneidade,
pelas oportunidades educacionais que
oferece... não deixa duvida sobre seu
aproveitamento em todas as idades como um
meio reconhecidamente indispensável na
organização dos programas de Educação
Física”.
Para Huizinga (1996) através do fator lúdico (diversão) proporcionado pelo jogo,
a participação de quem esta jogando é fluente e intensiva, o objetivo é solucionar o
problema criado pelo jogo.
Vygotysk (1988) unindo o jogo e a brincadeira descreve muito bem a ligação do
lúdico com a aprendizagem e como contribuiem para o desenvolvimento da criança:
”A ludicidade e a aprendizagem não
podem ser consideradas como ações com
objetivos distintos. O jogo e a brincadeira são,
por si só, uma situação de aprendizagem. As
regras e a imaginação favorecem à criança
comportamento além dos habituais. Nos jogos
ou brincadeiras a criança age como se fosse
maior do que a realidade, e isto, inegavelmente,
contribuem de forma intensa e especial”.
10 1
Peter Slade (1978) profissional da área do teatro cita que “A oportunidade de
jogar, significa ganho e desenvolvimento. A falta de jogo pode significar uma parte de si
mesmo permanentemente perdida”, pode se dizer que o jogo é fundamental para o
indivíduo, uma experiência necessária para o seu desenvolvimento.
Vários profissionais do Ensino acreditam que jogos ou brincadeiras pertencem
exclusivamente ao mundo infantil, pela capacidade de imaginar e re-criar de uma
atividade lúdica (divertida). Le Boulch (1986), descreve em sua obra que:
“O jogo, atividade própria à criança,
que toma diferentes formas de acordo com a
idade, está centrado no prazer proporcionado
por sua prática... Constitui no motor essencial
de desenvolvimento”.
Mauro Teixeira e Julio Mazzei (1967) reafirmando esta idéia descrevem em sua
obra que o jogo evolui conforme a idade de quem o pratica, toma formas e objetivos
diferentes, se aplicados com crianças, adolescentes ou adultos.
O que este capítulo quer mostrar é a importância do jogo na sociedade e seus
efeitos positivos na educação, independente da idade a ser trabalhada.
É bom deixar claro que o jogo está sendo discutido aqui como um instrumento
de aprendizagem e não simplesmente como lazer ou diversão.
Para quem se destina o jogo não é o objetivo, e sim sua utilização no ensino.
Vamos nos basear em três de formas de jogo: o Competitivo, Cooperativo e o
Dramático.
1.1 - O JOGO COMPETITIVO
Quem nunca ouviu que “O homem é um ser competitivo”. Esta afirmação pode estar
correta, pois, na sociedade competimos a todo o momento, vezes com o mundo e vezes
com nós mesmos, sempre atrás de algo para que se tenhamos vitória que traga
“orgulho”, que segundo o dicionário Aurélio, significa: ”1.Sentimento de dignidade
pessoal” ou pode se entender como “2.Amor-próprio demasiado [Antô.: Humildade]”.
Huizinga (1993) cita que: “Jogamos ou competimos por alguma coisa. O objetivo
pelo qual jogamos e competimos é antes de mais nada a vitória”.
11 11
Há vários conceitos relacionados aos jogos competitivos com seus prós e contras,
mas o que é importante é saber que a competição faz parte da cultura do homem, está no
seu cotidiano.
É necessário encontrar formas para trabalhar esta questão levando em consideração
o meio em que vive e qual é seu objetivo em competir. Por exemplo, em um
acampamento educativo as crianças são divididas em equipe e durante a semana elas
participam de atividades competitivas, porém, o objetivo do acampamento é a
convivência, a sustentação e a independência da criança e do adolescente.
A competição tem algumas características que podem ser observadas em alguns
participantes, uma delas é a de sobressair ou igualar-se ao outro (emulação). Para Tani
(in Brotto, 1999) a competição é “quando uma pessoa ou grupo tem como objetivo um
melhor resultado em relação à outra pessoa ou grupo, é gerada a oposição”.
O jogo competitivo é muito bem representado pelo esporte, que tem como
objetivo a auto-superação e a vitória. O esporte está sendo utilizado por muitos como
única prática de ensino nas aulas de Educação Física, mas deveria ser utilizado como
instrumento e não como treinamento. Moreira (in Santin, 1988) descreve: “O professor
de Educação Física e das práticas esportivas, mais do que saber técnicas e estratégias,
precisará saber brincar”.
É necessária uma discussão sobre a aplicação do esporte na escola (ver anexo
1), para que não haja o equivoco de impor que o aluno deva aprender um esporte
durante o ano.
“O esporte impõe pela atração que
desperta, incita a ação, a competição, a
superação e esforço e como tal deve ser
orientado e dirigido de maneira a assegurar
sua utilidade como meio educacional”
(Teixeira e Mazzei, 1967).
O esporte não deveria ser utilizado como objetivo de aula e sim como estratégia.
João Zanetic (in Pontuschka 1993) afirma que “mais importante que o objeto é o
processo de construção do objeto”.
Mattos e Neira (2003) colocam que alguns educadores tendem a conduzir à uma
sociedade competitiva, justificando a inclusão no esporte em um caráter socializador.
Sobre esse ponto de vista encaram da seguinte forma: ”A competição reflete valores
12 1
importantes na sociedade e, fazendo esporte integramos na sociedade”; “o esporte
oferece a oportunidade de aprendizagem de diversos papéis sociais”.
Contrapondo esta idéia Mattos e Neira (2003) citam também que determinados
autores têm elaborado estudos através de análise do esporte em uma ótica histórica e
cultural, valorizando a relação social em vez da função social. Citam ainda que o
esporte “precisa ser entendido no contexto das atividades nas quais o fenômeno se dá;
competitivo reflete a ideologia de determinadas parcelas da sociedade”.
Not (1993) coloca a necessidade da utilização da competição no ensino, para que
o aluno possa superar obstáculos, enfrentar desafios e alcançar seus objetivos. Além do
mais vivemos em uma sociedade competitiva, e a esse respeito Not cita que
“introduzindo a competição na sala de aula, prepara-se o aluno para situações que ele
encontrará mais tarde”.
Essa afirmação pode estar correta, mas devemos ficar atentos para não incentivar
a competitividade entre os alunos, desviando assim os objetivos de aprender e o de
experiênciar.
O jogo competitivo tem como função superar limites pessoais ou de um grupo,
sejam eles psicológicos, sociais, físicos, ou mentais.
João B. Freire (1997) afirma que “não se pode ser negado na escola a existência
dos jogos competitivos” e diz ainda em seu livro que:
“Professores realmente preocupado com
o desenvolvimento das características
humanas, ao invés de tentar eliminar o
caráter competitivo dos jogos, deveriam
procurar compreendê-los e utilizar para
valorizar as relações”.
O jogo competitivo pode ser utilizado como forma de superação através do
princípio da cooperação. Não se trabalha o jogo competitivo sem o cooperativo, em
qualquer atividade em que haja uma disputa, deve haver um o mínimo de cooperação
entre os participantes.
13 1
1.2 - O JOGO COOPERATIVO
A cooperação entre os indivíduos está relacionada com a necessidade de se
trabalhar em grupo para um determinado objetivo A necessidade de dividir e de se
relacionar, faz com que o indivíduo se organize em “movimentos” de pessoas com algo
em comum. Segundo Brotto (1999) “a cooperação é um processo de interação social,
em que os objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os benefícios são
distribuídos para todos”.
Seguindo o pensamento Ulrich (in Tani, 1988) afirma que a cooperação é:
“Quando as pessoas ou grupos
combinam suas atividades ou trabalham
juntas para conseguir um objetivo comum, de
tal maneira que o maior êxito de alguma das
partes concorra para um maior êxito das
demais, temos o processo de cooperação”.
O jogo cooperativo é muito aplicado como forma de socialização. Algumas
empresas promovem jogos cooperativos com o objetivo de melhorar a relação social de
seus funcionários, para que haja mais produtividade, porém, na educação ele é pouco
utilizado, ou por falta de conhecimento do professor, ou por desinteresse do mesmo em
aplicá-lo. Brotto (1999) faz uma pesquisa ampla sobre os jogos cooperativos,
destacando sua importância na educação.
Através de outros tipos de jogos podemos desenvolver o princípio da
cooperação, Broto (1999) cita que “promovendo pequenas, mas fundamentais mudanças
na estrutura do jogo, podemos criar um tipo de desafio que motive cada pessoa e o
grupo para realizar um objetivo comum”.
Podem ser vários os caminhos para o ensino através do jogo cooperativo,
segundo Brotto (1999):
“Através dos jogos Cooperativos nos
sentimos confortáveis e confiantes para
desfazer nossos bloqueios. Expressamos
livremente o poder que existe dentro de nós e
compartilhamos qualidades e habilidades
humanas essenciais”.
14 1
É através do compartilhar que poderemos perceber os resultados do trabalho em
grupo. Segundo Tartang Tulku (in Brotto, 1999) ”a cooperação libera uma força vital de
energia criativa que proporciona benefícios muito mais amplos do que uma pessoa
sozinha poderia conseguir”.
O jogo cooperativo pode ser aplicado como forma de unir conhecimentos em
favor do grupo, pois dentro da individualidade de cada jogador, há um sentimento de
contribuir sua participação.
O jogo cooperativo possibilita experiênciar o coletivo, onde todos participam e
ninguém é rejeitado. Para Brotto (1999) “Os jogadores aprendem a ter um senso de
unidade e a compartilhar o sucesso”.
Conforme os PCN’s é através da cooperação que poderemos entender a
“diversificação” dos indivíduos, objetivando a construção do conhecimento através da
socialização entre eles.
1.3 - O JOGO DRAMÁTICO.
O jogo dramático ao contrário dos outros é pouco discutido entre os
profissionais da área da Educação, sendo conceituado apenas pelos estudiosos do Teatro
tais como: Ingrid Dormien Koudela, Peter Slade, Viola Spolin, entre outros.
A palavra “drama” originária do Grego tem seu significado na ação, no
movimento. Se levarmos em conta que drama é toda representação do que foi vivido,
podemos então dizer que drama pode ser a representação do que aprendemos.
É bom deixar claro que o objetivo do jogo dramático não é ensinar teatro ou
expor os alunos para uma platéia, mas sim utilizá-lo como ferramenta de ensino para
vários conceitos morais, éticos e sociais. É irrelevante analisar se o aluno está
desenvolvendo bem a personagem, o importante é observar se ele está executando o
objetivo proposto com espontaneidade e expressando suas idéias com clareza.
O jogo dramático pode ser utilizado para vários objetivos no ensino, como forma
de avaliação, como trabalho de desenvolvimento motor, como interpretação de textos e
principalmente como desenvolvimento social. O ato de representar pode expor atitudes
escondidas a serem discutidas, pode promover a vivência do conteúdo e proporcionar o
entendimento das diferenças sociais e podendo opinar sobre qualquer assunto.
15 1
Peter Slade (1978) expõe duas qualidades importantes no jogo dramático, o
envolvimento e a sinceridade, “Devemos estimular essas qualidades por todos os meios
ao nosso alcance, porque elas são de extrema importância para o indivíduo em
crescimento”. Através dessas qualidades Slade (1978) diferencia duas formas de jogo, o
Jogo Pessoal e o Jogo Projetado. O jogo projetado acontece quando a ação principal tem
lugar fora do corpo (externo) e no jogo pessoal a ação provém de quem está jogando
(interno) exemplos:
Jogo Projetado – o jogador entra em cena e começa a cozinhar sobre um fogão,
depois vai até a geladeira e pega os ovos para fazer uma omelete.
Jogo Pessoal – O jogador entra em cena e começa a observar o ambiente, abaixa
a cabeça e chora, enxuga as lágrimas e sai correndo.
Observamos que no primeiro momento o ambiente tem maior destaque do que o
segundo, a diferença esta na importância que terá a ação, se é no ambiente ou no
individuo.
Outra estudiosa do jogo dramático é Viola Spolin (1979) estruturou o jogo sobre
três ações: Quem, onde e o que. Em uma ação sempre existe uma personagem em algum
lugar fazendo algo. Para a utilização dessas ações Spolin descreve que é sempre
necessário um foco de atenção (objetivo). Nele o jogador poderá atuar da forma que
bem entender desde que não fuja do objetivo da ação. Desta forma o resultado é sempre
inesperado.
Ingrid Dormien Koudela, professora da ECA/USP, onde leciona a disciplina
Teatro Aplicado a Educação, e também tradutora de Viola Spolin, descreve em seu livro
como o jogo dramático se desenvolve “como o problema vai ser solucionado depende
da atuação de cada jogador. A tensão desempenha no jogo um papel fundamental, ela
significa incerteza, acaso. A solução do problema implica no esforço dos jogadores para
chegar até o desenlace e na improvisação espontânea de ações para vencer o
imprevisto".
No jogo dramático não se prevê um resultado, é trabalhado na estrutura do que já
viveu. As possibilidades de atividades são muitas, podendo integrar qualquer assunto
utilizando apenas a representação.
Segundo Viola Spolin (1979) o resultado do jogo dramático depende da
valorização do processo. A atuação de cada jogador é fator essencial no jogo,
16 1
possibilitando inúmeras formas de jogar onde cada resultado adquirido se diferencia
entre si, sendo sempre válido.
É o no jogo dramático que pode possibilitar ao aluno o desenvolvimento da sua
criatividade – criar-atividade - para que possa experimentar. É através dele também que
os alunos podem expressar idéias e concluir pensamentos escondidos no subconsciente,
além de exercitar percepções.
17 1
CAPÍTULO 2 - A INTERDISCIPLINARIDADE NA ESCOLA.
Muitos profissionais discutem o tema “interdisciplinaridade”, levantam teses,
conceituam este termo, no entanto nem sempre o definem. Através do estudo sobre o
tema, Sandra Lucia Ferreira (in Fazenda, 1997) cita que “não há verdades absolutas nem
universos acabados... considerando essa idéia a interdisciplinaridade perde a razão de
ser um conceito com definição fechada”.
Alguns professores trabalham com este tema sem ter noção do que se trata, não
permitindo um trabalho de resultado, impossibilitando sua prática e muitas vezes a
comunicação entre os envolvidos. Ivani Fazenda (1979) cita que: “Interdisciplinaridade
não se ensina, não se aprende, apenas vive-se, exerce-se e por isso exige uma nova
pedagogia, a da comunicação”.
A interdisciplinaridade segundo Ferreira (in Fazenda, 1997) “surge como
possibilidade de enriquecer e ultrapassar a integração dos elementos do conhecimento”.
Para Ivani Fazenda (1979) a interdisciplinaridade não pode ser entendida como
conceito e sim como ação, que precisa ser exercitada, “não possui um sentido único e
instável”, segundo ela pensar em um conceito seria a própria prática.
Segundo Sandra Lúcia Ferreira (Fazenda, 1997) certos educadores vêm
utilizando-se desse termo sem pensar no seu significado mais importante, sua definição
acaba caindo em uma delimitação.
Um dos problemas agravante segundo Penã (in Fazenda, 1997) é como os
professores irão dominar conhecimentos específicos de várias disciplinas, pois o
desinteresse em trabalhar com outras matérias facilita muito para que não ocorra um
trabalho interdisciplinar. Ela descreve também que:
“Muito raramente as falhas
pedagógicas dos professores eram argumentos
para explicar o insucesso e a repetência. Em
geral, a causa do fracasso era atribuída aos
alunos, tidos como incompetentes”.
Este capítulo tenta descrever alguns pontos importantes para que haja a
interdisciplinaridade são eles: A função do professor, a relação da educação física entre
as disciplinas e a aula de Educação Física.
18 1
2.1 - A FUNÇÃO DO PROFESSOR
O papel de educador pode tanto ser uma aventura empolgante quanto frustrante,
dependendo das respostas de algumas questões, por exemplo: Como conversar com
alunos? Como modificar o processo que não está sendo satisfatório? Como manter o
que está tendo bons resultados? O profissional enfrenta essas questões diariamente. O
fato é que nem sempre o professor está preparado para enfrentar tais questões e acaba
impondo a sua forma de ensinar sem considerar as idéias e opiniões dos alunos.
Muitas vezes o professor trata seu educando como se ele não soubesse nada,
ignorando seu conhecimento e sua cultura.
“Não há educação sem amor... Quem
não é capaz de amar o ser inacabado não
pode educar... Quem não ama não
compreende o próximo, não respeita”
(FREIRE, 1983).
A função do professor é possibilitar que o aluno descubra dentro da sua própria
vivência, mostrar a forma mais fácil de aprender outros conhecimentos. Paulo Freire
(1983) descreve: “A educação implica uma busca realizada por um sujeito que é o
homem. O homem deve ser o sujeito de sua própria educação. Não pode ser objeto
dela”.
Para Louis Not (1993) aprender tem dois sentidos. “Um é objetivo o outro é
subjetivo: aprender para si, é apreender, distinguir, dominar o conhecimento, seja por
um trabalho intelectual ou físico, seja pela experiência”.
Uma das principais estratégias do professor para que ocorra aprendizagem entre
os alunos é a motivação que irá proporcionar. A motivação, segundo Aurélio significa:
”Ato ou efeito de motivar; exposição de motivos (que determina ou causa alguma
coisa); que pode fazer mover”, pode ser fundamental tanto no jogo quanto na educação.
Motivar o aluno é sempre importante.“Motivação como chave para o resgate do
interesse pelo aprender”. (João Luiz Martins, 2002).
O homem motivado adquire gosto pelo desafio, pela descoberta e a formação do
conhecimento pode incentivar-lo ainda mais para que busque mais conhecimento.
Para Penã (in Fazenda, 1997), o conhecimento deve trazer a satisfação de
apropriar-se de mais saber, para poder se entender, entender o outro e entender o mundo.
19 1
A função do professor é proporcionar problemas interessantes para que seu
resultado traga satisfação para o aluno. A resolução de um problema é um ótimo
exercício para a construção do conhecimento. Matos e Neira (2003) descrevem que “em
vez de ser levado “ao que fazer” e ser instruído exatamente a ”como fazer", para o aluno
deve ser apresentado um problema cuidadosamente estruturado e em seguida solicitar-
lhe que encontre soluções para esse problema”. O aluno nesta situação, passa a interagir
totalmente com o conteúdo, sem que se perceba.
Para se ter um bom relacionamento com o aluno o professor deve dar-lhe
atenção, fornecer alternativas e oportunidades para opinar. Ele poderá ter grandes
chances de obter sucesso em suas aulas, podendo torná-la mais dinâmica, interessante e
significativa para os alunos.
“... O educador já não é o que apenas
educa, mas o que, enquanto educa, é educado,
em diálogo com o educando que, ao ser
educado, também educa. Ambos, assim, se
tornam sujeitos do processo em que crescem
juntos...” (FREIRE 1987).
Matos e Nieira (2003) citam em sua obra o quanto é significativa a postura do
professor para o aluno, podendo ela ser positiva ou negativa para o seu
desenvolvimento.
“... se o aluno gostar do professor, que
gosta de um assunto que não agrada o aluno,
ainda sim, é possível a interação na situação
de aprendizagem”.
A função do professor não é mostrar o que o aluno deve aprender e sim lhe
indicar caminhos para seguir. Matos e Nieira (2003) descrevem que: “A situação de
aprendizagem não deve ser dirigidas pelas instruções optativas do professor”, este deve
estimular o interesse do aluno em descobrir, "a descoberta deveria ser a mais
significativa se ensinar o conhecimento”.
Para a aula ser mais interessante é necessário que se haja interesse do aluno em
aprender, e para isso o professor deverá dar mais atenção aos conhecimentos que os
alunos adquiriram em sua vida.
20 2
“O interesse do aluno passou a ser a
força que comanda o processo da
aprendizagem, suas experiências e
descobertas... e o professor um gerador de
situações estimuladoras e eficazes”.
(ANTUNES, 1999)
O objetivo de se ter uma boa relação com os alunos é favorecer o entendimento
das diversas disciplinas, exigindo do professor participação orgânica no grupo. “É uma
relação de reciprocidade, de mutualidade, um regime de co-propriedade que iria
possibilitar o diálogo entre os interessados”(Fazenda, 1979). Isso pode facilitar a
participação do aluno em aula, aumentando seu interesse.
Através da interação o aluno começa a comunicar, a se relacionar, a jogar, e
assim construir todo um ambiente de aprendizado.
Um texto sobre interação no “Referencial Curricular Nacional para Educação
Infantil” (Brasil, 1998) cita:
“... cabe ao professor propiciar
situações de conversa, brincadeira ou de
aprendizagens que garantam a troca entre as
crianças, de forma a que possam comunicar-
se, demonstrando seus modos de agir, de
pensar e de sentir, em um ambiente acolhedor
e que propicie a confiança e a auto-estima”.
2.2 – A EDUCAÇÃO FÍSICA E OUTRAS DISCIPLINAS
Trabalhar com interdisciplinaridade na Educação Física nem sempre vai ser
fácil, a dificuldade será relacionar uma disciplina diferente com a sua e entendê-la. Por
esta questão é importante a constante discussão sobre o assunto, o como planejar,
elaborar e estruturar a interdisciplinaridade de forma que todos os professores
colaborem para o aprendizado do aluno.
Segundo Matos e Neira (2003) é possível encontrar formas de trabalhar com
outras disciplinas na Educação Física através de “projetos com a elaboração de jogos,
resgate de brincadeiras populares, narração de fatos e elaboração de coreografias podem
estar perfeitamente articulados com Português, História, Geografia ou Sociologia”. Eles
esclarecem que a integração não deve partir apenas da Educação Física, mas das outras
21 2
disciplinas também, o que significa que as demais áreas devem ter movimento,
buscando integrar-se de forma eficiente com a educação do indivíduo.
A discussão do processo de ensino tem que ser constante e em equipe, a relação
do Educador Físico pode refletir no grupo escolar. Por esta questão o bom entendimento
do currículo escolar e saber bem qual relação ás disciplinas podem ter, pode ser o
caminho para o desenvolvimento saudável.
É de extrema necessidade que o grupo de trabalho tenha como objetivo novas
estratégias para um bom desenvolvimento do aluno. Para que isso ocorra é muito
importante para o Educador ter capacidade de trabalhar em equipe por um objetivo
maior, no caso, a formação do aluno.
Cada professor tem suas diferenças e as especificidades de suas disciplinas, no
entanto o ensino não funciona somente com igualdade, é importante que haja a
diferença para que os professores possam através de pontos distintos, analisar, avaliar e
reconhecer o que é satisfatório para o conhecimento e desenvolvimento do aluno e
assim direcioná-lo para um caminho.
Não reciclar os métodos e conceitos pode ser um grande problema do Educador
Físico. É necessário que o professor dê atenção às mudanças da sociedade e da
comunidade em que ensina, e que esteja sempre informado a respeito dos
acontecimentos, para que haja um trabalho integrado com outras disciplinas
(contextualização). A adaptação dos métodos de ensino deve ser constante, a cada dia
existe uma nova situação, um novo aluno e um novo professor.
Para o Educador Físico trabalhar com a diversidade e a pluralidade cultural (que
será discutido no capítulo 3), é necessário ter um vasto conhecimento e um estudo
contínuo sobre o que pretende desenvolver.
“É necessário uma formação
continuada e atualizações constantes para que
haja processos inovadores na área
educacional... os educadores devem ser
multifuncionais, com conhecimento amplo de
outras matérias” (MARTINS, 2002).
E é através da multidisciplinaridade, do conhecimento diversificado que
podemos evoluir nossos métodos de ensino, atingindo um vasto território de
conhecimento. O Professor atualizado estará mais preparado para qualquer
22 2
eventualidade. A formação constante e ampliada possibilita diferentes estratégias de
ensino, o trabalho interdisciplinar se torna mais fácil de acontecer e a convivência com
outros profissionais torna-se mais prazerosa.
2.3 – AAULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
A educação física apresenta como característica própria a possibilidade da
construção do conhecimento corporal e seu relacionamento com o meio em que está
inserido, através do movimento, gestos e expressões, levando o aluno à prática.
Para Mattos e Neira (2003) “a prática educativa é bastante complexa, pois o
contexto de aula traz situações de ordem afetiva, emocional, cognitiva, física e de
relação pessoal”. Os acontecimentos em aula, mesmo que planejados, dificilmente
ocorrem conforme o programado, as situações acima citadas interferem diretamente na
dinâmica da aula planejada.
Antes de qualquer planejamento o Educador Físico deve estar atento para as
experiências dos alunos no que diz respeito aos conhecimentos sobre o corpo, aptidão
física, saúde, costumes, etc. O Professor deve criar situações que coloquem esses
conhecimentos em questão, como já foi dito anteriormente situações que solicitem do
aluno a resolução de um problema de caráter estratégico, motor ou conceitual.
Através de uma proposta de trabalho embasada na perspectiva construtivista-
interacionista, Mattos e Neira (2003) constatam que “o desenvolvimento é o resultado
da construção de estruturas mentais que tendem a se equilibrar e que permitem a
adaptação do sujeito ao meio físico e social, através da contínua interação com esse
meio”. Essas estruturas são construídas pelo próprio aluno através da ação sobre o que
quer conhecer.
Constantes desafios aos alunos provocam situações que precisam ser resolvidas
e é nessa necessidade de resolver que ocorre a construção do pensamento.
A discussão das propostas de atividades físicas, sempre que possível devem ser
estimuladas e o professor deve adotar uma postura de coordenador dos debates,
questionando o grupo de forma que favoreça o aproveitamento de respostas e reflexões
individuais e coletivas.
“Os alunos devem ser estimulados a
23 2
explicar as suas posições e ações e essa
explicação far-se-á no sentido de atribuir-lhes
um significado. Isto permite ao aluno o
questionamento de condutas e valores do grupo
e de si próprio”. (MATTOS e NEIRA, 2003)
O professor deve adotar a postura de interlocutor de informações, sendo flexível
às mudanças do planejamento e do programa de curso. Segundo Mattos e Neira (2003)
o professor deve “mostrar aos alunos que aquele é um espaço de aprendizagem e
procurar entender e aceitar as relações corporais existentes no mundo humano para o
bom desempenho do seu papel de educador”.
O Educador Físico deve criar um ambiente harmonioso, tranqüilo para trabalhar,
assim os alunos sentirão este ambiente acolhedor;
24 2
CAPITULO 3 - PLURALIDADE CULTURAL COMO TEMA TRANSVERSAL
Nos capítulos anteriores já foi citada a importância de considerar nas aulas a
cultura e o conhecimento dos alunos inseridos na escola. Neste capítulo será abordado a
pluralidade cultural e qual a importância de trabalhar com outras culturas, costumes e
conhecimentos para a formação do indivíduo e uma convivência mais tolerável. Os
PCN’s destacam que a Pluralidade Cultural oferece para os alunos “oportunidades de
conhecimento de suas origens como brasileiro e como participante de grupos culturais
específicos”.
Através dos PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997) podemos
desenvolver situações onde a cultura e os conhecimentos do aluno podem ser utilizados
como instrumento de ensino, além de possibilitar a ele o conhecimento de outras
culturas, mostrando suas diferenças e semelhanças.
A Pluralidade Cultural pode ser utilizada como ligação para o trabalho
interdisciplinar na Educação Física em vários momentos como por exemplo: ao ensinar
uma luta o professor poderá trabalhar a cultura daquela luta, onde foi criada, qual
biotipo de quem pratica, em qual parte geográfica é praticada, e muito mais. Além disso
a Pluralidade Cultural traz oportunidades pedagógicas muito interessantes,
motivadoras, que relacionam não apenas com a escola, mas também com a comunidade
local e sociedade. Este tema possibilita ampliar questões do cotidiano para o âmbito
mundial e vice-versa, colocando-se assim simultaneamente, como objetivo e como meio
do processo educacional.
Segundo os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997) o aluno deve ser
capaz se: Utilizar as diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica e
corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias... Para isso é
necessário que o professor tenha uma formação e informação ampla sobre as culturas,
podendo assim disponibilizar alternativas, escolhas para sua formação sócio-cultural.
“Afirmação da diversidade como traço fundamental na construção de uma identidade”.
Para os PCNs pluraridade cultural: “Diz respeito ao conhecimento e à
valorização das características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais”. Não
significa aderir aos valores do outro, mas sim, respeitá-los como expressão da
diversidade, sem qualquer discriminação.
25 2
A pluralidade cultura procura entender e modificar uma ação, ou atitude de um
grupo, ocorrendo uma aculturação, que segundo o dicionário Aurélio (2001) significa:
“transformação da cultura de um grupo, decorrente de assimilação de elementos
culturais de outro grupo social com que mantém contato direto e regular”.
A questão da desigualdade social e da exclusão são discutidas dentro da
pluralidade cultural, indicando possíveis soluções. Tais questões segundo os PCNs são
produzidas na relação de dominação e exploração socioeconômica e política. Grandes
movimentos culturais e sociais foram organizados por consequência de discriminação
ou violação dos direitos.
Para os PCNs: Pluralidade Cultural, não é a divisão ou enquadrinhamento da
sociedade em grupos culturais fechados e sim pelo convívio e pelas opções pessoais. A
relação interpessoal contribui para as transformações necessárias à construção de uma
sociedade mais justa.
As culturas são produzidas pelos grupos
sociais ao longo das suas histórias, na
construção de suas formas de subsistência, na
organização da vida social e política, nas suas
relações com o meio e com outros grupos.
(PCN’s, 1997)
O que precisa ser enfatizado é que impedindo que o aluno tenha bens materiais e
culturais produzidos na sociedade, excluindo-o da participação coletiva, possivelmente
formaremos pessoas preconceituosas e discriminadoras.
A Pluralidade Cultural enfatiza tendências culturais que convivem com a
população oferecendo informações, alternativas e formando novas mentalidades.
Mas para acontecer Pluralidade Cultura é necessário que o professor saiba
discutir a diversidade cultural a partir das próprias diferenças dos alunos, é um modo de
conduzir o tema da forma mais próxima da realidade brasileira, criando uma
contextualização para qualquer assunto.
26 2
IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desse trabalho e da experiência que tive como educador pude perceber a
importância que tem a Educação Física escolar em relação às outras matérias, através da
fundamentação teórica, da vinculação das aulas com os objetivos do trabalho em grupo,
da não improvisação e principalmente, da elaboração de um plano que atenda às
necessidades, interesses e motivações dos alunos.
O Educador Físico não pode ignorar a cultura dos alunos, e inserir algo de forma
imposta, para “que seja feita apenas a nossa vontade”, é necessário utilizar o
conhecimento dos educandos, para que se possa trabalhar em conjunto, através de uma
forma adequada de ensino, que ao meu entender esta inserida na prática construtivista-
interacionista citada por Mattos e Neira (2003).
O trabalho do professor de Educação Física vai além do ensinar a jogar, antes de
tudo ele é um Educador para a vida. A adoção do esporte como componente único fez
com que a aula se tornasse sem importância para a maioria dos alunos e dos professores.
Através das colocações postas pelos autores aqui citados é percebida uma nova
ótica sobre a Educação Física escolar, que objetiva a formação total do aluno, inserindo-
o na aula e eliminado-o de qualquer tipo de discriminação. Há a preocupação da
formação interdisciplinar onde o aluno pode relacionar o que esta sendo aprendido nas
diversas matérias com o seu meio em que vive.
A interdisciplinaridade é algo que deve ser trabalhada, discutida e enfatizada
sempre, pois conseguimos tornar o estudo mais dinâmico, interessante e interativo.
Mostrar ao mundo escolar que a Educação Física não se limita ao espaço "quadra" é
nosso dever, temos muito a acrescentar para as outras disciplinas. O jogo é um possível
caminho para o ensino interdisciplinar.
Ao utilizar os jogos podemos motivar os alunos para várias situações de ensino. O
prazer proporcionado pelo jogo permite que aluno descubra o que mais lhe agrada.
Para inserir o jogo no ensino, o professor terá que estar preparado no sentido de
possibilitar conteúdos suficientes para que haja a interdisciplinaridade em sua prática. A
constante discussão, planejamento, elaboração e estruturação são itens relevantes que o
professor deve levar em consideração para a prática da interdisciplinaridade.
27 2
Na tentativa de indicar possíveis caminhos a serem seguidos pelos profissionais
que atuam na área, este trabalho propõe formas de atuação e competências que
proporcionam o envolvimento da totalidade dos alunos e não somente dos mais
habilidosos, vinculando a Educação Física de forma lúdica, educativa e contributiva
para o processo de ensino multidisciplinar e interdisciplinar.
28 2
V - METODOLOGIA
Para a conclusão do trabalho foram utilizadas: pesquisas bibliográficas,
experiências e práticas anteriores nas áreas de teatro e recreação, pesquisa em site e
utilização de assuntos abordados em sala de aula.
29 2
VI – ANEXO
Matéria do Jornal “Diário do Grande ABC”, dia 15 de outubro de 2006.
30 3
31 3
VII - BIBLIOGRAFIA
ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Petrópolis:
Vozes, 1998.
ANTUNES, Celso. Manual de técnicas de dinâmicas de grupo de sensibilização de
ludo pedagogia. 16 ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
BRASIL. Secretaria de Educação infantil. Referencial curricular nacional para a
educação infantil, v. 1. MEC/SEF - Brasília, 1998.
BRASIL Secretaria de Educação fundamental. Parâmetros curriculares nacionais –
Pluralidade cultural e orientação sexual. MEC/SEF - Brasília, 2003.
BROTO, Fábio O. Jogos cooperativos – se o importante é competir, o fundamental é
cooperar! 2 ed. Santos: Projeto Cooperação, 1999.
CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987.
FAZENDA, Ivani (Org.) Novos enfoques da pesquisa educacional. 4 ed. São Paulo:
Cortez, 2001.
FAZENDA, Ivani (Org.) Práticas interdisciplinares na escola, 4 ed. São Paulo: Cortez,
1997.
FAZENDA, I.C.A. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade
ou ideologia? São Paulo: Loyola, 1979.
FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física.
São Paulo: Scipione, 1997.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido, 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
HUIZINGA, Johan. Homo ludens. São Paulo: Perspectiva, 1996.
JACQUIN, Guy. A educação pelo jogo. 2 ed. São Paulo: Flamboyant, 1963.
KOUDELA, Ingrid D. Jogos teatrais. 4 ed. São Paulo: Perspectiva, 1984.
LE BOULCH, Jean. A Educação pelo movimento: a psicocinética na idade escolar.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.
MATTOS, Mauro G.; NEIRA Marcos G. Educação Física na adolescência:
construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte, 2003.
32 3
MAZZEI, Julio; TEIXEIRA, Mauro S. Coleção v 1. Cultura, educação, educação
física, esportes e recreação.2 ed. São Paulo: Fulgor, 1967
NOT, Louis. Ensinando a aprender: elementos de psicodidática geral. São Paulo:
Summus, 1993.
PIAGET, Jean. A construção do real da criança. Rio de Janeiro: Zahar/MEC, 1975.
PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? 7 Ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora,
1980.
PICCOLO, Vilma. L. N. (Org). Educação física escolar: ser... ou não ter? Campinas:
Unicamp, 1995.
PONTUSCHKA, Nídia Nacib (Org.). Ousadia no diálogo – Interdisciplinaridade na
Escola Pública. São Paulo: Loyola, 1993.
QUEIROS, Tânia D.; MARTINS, João. L. Pedagogia lúdica – jogos e brincadeiras de
A á Z. São Paulo: Rideel, 2002.
SLADE, Peter. O jogo dramático infantil. Vol. 2, (Tradução Tatiana Belinky) São
Paulo: Sumus, 1978.
SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 1979.
VYGOTSKY, L. L. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Rio de Janeiro:
Scipione, 1988.
http//www.novaescola.abril.com.br
33 3

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O jogo como prática interdisciplinar na Educação Física

  • 1. LEANDRO LUIZ COLODRO O JOGO COMO PRÁTICA DE ENSINO INTERDISCIPLINAR. Ribeirão Pires 1 1
  • 2. 2006 LEANDRO LUIZ COLODRO O JOGO COMO PRÁTICA DE ENSINO INTERDISCIPLINAR Monografia de conclusão do curso de Educação Física, apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel e Licenciado em Educação Física nas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires. Sob orientação da professora Mestra Katya Eid. Ribeirão Pires 2006 2 2
  • 3. AGRADECIMENTOS Este trabalho teve grande contribuição da Professora Mestra Katya Eid, que orientou o processo de estudo e dos Professores e Mestres Alexandre Mate e Carminda André, que foram meus professores de Teatro durante os anos de 1996 a 2000. Aos meus colegas de trabalho, pelos seus esforços em melhorar a Educação e a qualidade de vida. Gostaria de agradecer também todas as pessoas que passaram pela minha vida e que contribuíram de alguma forma com este trabalho, e principalmente minha esposa que estava do meu lado o tempo todo e minha filha que foi grande inspiração para que eu procurasse formas diferentes de Ensino e Aprendizagem. 3 3
  • 4. “Muda, que quando a gente muda, o mundo muda com a gente. A gente muda o mundo na mudança da mente. E quando a gente muda à gente anda pra frente. E quando a gente manda, ninguém manda na gente. Na mudança de atitude não há mal que não se mude, nem doença sem cura. Na mudança de postura a gente fica mais seguro, na mudança do presente a gente molda o futuro.” Gabriel Pensador 4 4
  • 5. I - APRESENTAÇÃO A Educação Física vivenciada por mim na época escolar (1983-1994) passou despercebida. Não entendia a Educação Física como disciplina e sim como espaço onde eu jogava algum esporte, dava algumas risadas e não me preocupava com a nota no final do bimestre. Durante as aulas de Educação Física eu não estava preocupado em aprender e sim apenas em me divertir. Em 1996 tive a oportunidade de fazer parte de um grupo de pessoas que se reuniam para aprender teatro, foi onde descobri que existem várias formas de aprendizagem além daquela encontrada na Escola, com resultados satisfatórios. Lá eu continuava a jogar, a dar risadas, não tinha preocupação com nota, mas tinha o objetivo de aprender e exercitar o que estava sendo vivido. Qual era o diferencial entre as duas formas? Na primeira forma eu não encontrava uma razão para aprender tal movimento ou esporte, já na segunda eu participava pelo puro prazer de estar descobrindo o porquê de realizar cada ação. Após ter algumas experiências na prática de ensino/aprendizado através do teatro, e ter lido alguns especialistas como Bertold Brecht, Augusto Boal, Viola Spolin entre outros, percebi que necessitava de uma formação mais teórica. Foi então que resolvi estudar Letras, cujos dois semestres que estudei (1998), me proporcionaram a chance de ampliar meus horizontes em relação ao ensino. Infelizmente não consegui concluir este curso, mas tive a oportunidade de iniciar uma nova experiência de trabalho, o da recreação. Nesta fase percebi que um ensino motivador para o aluno seria de grande importância, comecei então a procurar seguir uma linha de educação interdisciplinar através do jogo (prazer) e do teatro (relação). Trabalhei com estes temas de 1998 a 2001 nas oficinas de teatro no município de Ribeirão Pires com crianças, adolescentes e adultos. Após ter casado e tendo uma filha para educar, senti novamente que seria necessário estudar, foi então que decidi escolher algo que se aproximasse dos jogos teatrais e recreativas, escolhi assim o curso de Educação Física. E foi através do curso de Educação Física que comecei a ter contato com Piaget, 5 5
  • 6. Vygotsky, Daolio, João Batista Freire entre outros. Tais pensadores firmaram ainda mais meus pensamentos no que diz respeito ao ensino. Percebi que o jogo seria uma ótima forma de se ensinar diversos conteúdos disciplinares integrados com a atividade física. “O jogo como prática de ensino interdisciplinar” foi a forma que encontrei para unir Teatro, Jogo e Educação Física em favor da educação total do indivíduo. O trabalho foi dividido em três capítulos: O jogo, a interdisciplinaridade na escola e a pluralidade cultural como tema transversal, procurando assim sintetizar algumas idéias e propostas de ensino para a Educação Física, com a preocupação de uma nova prática de ensino, diferente da que está sendo realizada nas instituições de Ensino em geral (públicas principalmente). 6 6
  • 7. II - INTRODUÇÃO As aulas de Educação Física na escola passam por sérios problemas em seu planejamento e execução, e acarretando certo “desencanto pelas aulas” por parte dos alunos e dos professores. Uma das principais razões é que o planejamento é feito através de um modelo único, independente da cultura de cada região. A visão que prevalece é a da frustração, descaso e desinteresse do professor em procurar novas alternativas de aprendizagem, o que faz permanecer a imagem de uma aula em que se “joga bola”. Outra questão é o foco que está centralizado no esporte, dando ênfase para o treinamento e a competitividade, não permitindo ao aluno a vivência de suas capacidades físicas, excluindo o aluno que não se interessa por esporte e ocasionando na desvalorização da aula por parte dos outros professores. Um dos maiores problemas é a falta de interesse em discutir o trabalho em grupo. Em algumas reuniões de professores que participei percebi que os assuntos que estavam sendo discutidos eram desnecessários em uma discussão de ensino, sendo muitas vezes de caráter pessoal. Alguns professores davam uma ou outra opinião sobre um aluno específico, outros faziam algumas reclamações sobre a Escola.De vez em quando alguém dava uma proposta diferenciada, geralmente o professor de Educação Física ou Artística, no entanto tais propostas só apareciam para organização de alguns eventos em datas comemorativas. Concluí assim, que as muitas oportunidades que os professores tinham para trabalhar em equipe acabavam se transformando em um trabalho cansativo e obrigatório, e o evento que viria a ser um interessante processo de ensino/aprendizagem, passava como um acontecimento qualquer. Vários Psicólogos, Sociólogos, Pedagogos e Educadores Físicos estudam formas diferenciadas de resolver tal problema, preocupados com o bom desenvolvimento humano e o aprendizado global do aluno. Um desses profissionais é João Batista Freire, que em seu livro “Educação de Corpo Inteiro”, procura solucionar alguns problemas da Educação Física escolar. Outro livro importante é “Educação Física escolar: ser... ou não ter?”, organizado pela professora Vilma L. Nista Piccolo que contém textos de estudiosos importantes como Jocimar Daolio e João Francisco Rodrigues de Godoy. Tais livros citados serviram como inspiração e estudo para o desenvolvimento deste 7 7
  • 8. trabalho. “O jogo como prática de ensino interdisciplinar” foi a forma que encontrei para atrair o aluno para a participação não só na aula de Educação Física, mas também na escola. A escola está perdendo seus alunos pela falta de prazer que ela proporciona, item importante para o ensino, descrito neste trabalho. Outra razão que tive foi a de trazer à tona a preocupação com a relação pessoal no desenvolvimento humano, não apenas entre os alunos, mas indiscutivelmente também entre os profissionais de ensino. O objetivo é o tratamento diferenciado da Educação Física em conjunto com outras disciplinas, motivando o aluno para que tenha interesse não apenas pela atividade física, mas também pelo aprendizado como um todo, integrando educação afetiva, social, cognitiva e psicomotora. 8 8
  • 9. III – DESENVOLVIMENTO CAPÍTULO 1 - O JOGO A palavra jogo vem do grego, “ludus”, de lúdico (divertido, prazeroso), seus conceitos e sua prática segundo alguns pensadores, são tão antigos quanto o homem, que evolui e transcende conforme o tempo. O jogo é considerado por muitos como início de uma cultura. Huizinga (1996) cita que “é no jogo e pelo jogo que a civilização surge e se desenvolve”. Ele descreve dois elementos importantes que conduzem a essa tese. “... é desde o inicio que se encontram no jogo os elementos antiéticos e agonísticos que constituem os fundamentos da civilização, porque o jogo é mais antigo e muito mais original do que a civilização”.(HUIZINGA, 1996) Através do jogo podemos organizar um determinado grupo onde todos podem aprender a respeitar e a ser respeitados. O jogo pode proporcionar experiências, práticas e sensações capazes de firmar nossa moral e ética. Para Teixeira e Mazzei (1967) através de situações promovidas pelo jogo o indivíduo “revela seu caráter e descobre sua alma”. O jogo pode ser utilizado como forma de análise. Jean Chateau (1987) cita: “O jogo possa servir como meio de análise de caráter... a criança dá inteiramente a seu jogo, porque este lhe serve para firmar sua personalidade total”. O jogo ajuda a lidar com fatos complexos, provoca raciocínio, faz com que se adquira conhecimento para resolver situações difíceis. Piaget (1975) afirmava: “Os jogos constituem-se admiráveis instituições sociais... Exercitam a autonomia e a cidadania, pois as crianças aprendem a julgar, a argumentar, a chegar a um consenso, a raciocinar”. Seja qual for o conceito e o uso do jogo, sabemos que existem várias funções para o mesmo, e que todas elas são importantes para o aprendizado humano. 9 9
  • 10. “... quando uma criança brinca um instante reproduz ações que os adultos ensinam, e com o passar do tempo deixa de ser só imitação e passa a ampliar seus conhecimentos a respeito do mundo que a cerca”. (GIRARDI, 1995): O jogo pode também se transformar em uma forma mais dinâmica de aprendizagem, proporcionando análise, execução e avaliação do que está sendo jogado. “O jogo ajuda a construir novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico... estimulador e avaliador da aprendizagem”. (ANTUNES, 1998) Teixeira e Mazzei (1967) destacam no jogo a importância da espontaneidade de quem pratica e o que isso representa na educação, citando que: “Seu valor traduz especialmente pela espontaneidade da sua prática, e pela satisfação resultante dessa espontaneidade, pelas oportunidades educacionais que oferece... não deixa duvida sobre seu aproveitamento em todas as idades como um meio reconhecidamente indispensável na organização dos programas de Educação Física”. Para Huizinga (1996) através do fator lúdico (diversão) proporcionado pelo jogo, a participação de quem esta jogando é fluente e intensiva, o objetivo é solucionar o problema criado pelo jogo. Vygotysk (1988) unindo o jogo e a brincadeira descreve muito bem a ligação do lúdico com a aprendizagem e como contribuiem para o desenvolvimento da criança: ”A ludicidade e a aprendizagem não podem ser consideradas como ações com objetivos distintos. O jogo e a brincadeira são, por si só, uma situação de aprendizagem. As regras e a imaginação favorecem à criança comportamento além dos habituais. Nos jogos ou brincadeiras a criança age como se fosse maior do que a realidade, e isto, inegavelmente, contribuem de forma intensa e especial”. 10 1
  • 11. Peter Slade (1978) profissional da área do teatro cita que “A oportunidade de jogar, significa ganho e desenvolvimento. A falta de jogo pode significar uma parte de si mesmo permanentemente perdida”, pode se dizer que o jogo é fundamental para o indivíduo, uma experiência necessária para o seu desenvolvimento. Vários profissionais do Ensino acreditam que jogos ou brincadeiras pertencem exclusivamente ao mundo infantil, pela capacidade de imaginar e re-criar de uma atividade lúdica (divertida). Le Boulch (1986), descreve em sua obra que: “O jogo, atividade própria à criança, que toma diferentes formas de acordo com a idade, está centrado no prazer proporcionado por sua prática... Constitui no motor essencial de desenvolvimento”. Mauro Teixeira e Julio Mazzei (1967) reafirmando esta idéia descrevem em sua obra que o jogo evolui conforme a idade de quem o pratica, toma formas e objetivos diferentes, se aplicados com crianças, adolescentes ou adultos. O que este capítulo quer mostrar é a importância do jogo na sociedade e seus efeitos positivos na educação, independente da idade a ser trabalhada. É bom deixar claro que o jogo está sendo discutido aqui como um instrumento de aprendizagem e não simplesmente como lazer ou diversão. Para quem se destina o jogo não é o objetivo, e sim sua utilização no ensino. Vamos nos basear em três de formas de jogo: o Competitivo, Cooperativo e o Dramático. 1.1 - O JOGO COMPETITIVO Quem nunca ouviu que “O homem é um ser competitivo”. Esta afirmação pode estar correta, pois, na sociedade competimos a todo o momento, vezes com o mundo e vezes com nós mesmos, sempre atrás de algo para que se tenhamos vitória que traga “orgulho”, que segundo o dicionário Aurélio, significa: ”1.Sentimento de dignidade pessoal” ou pode se entender como “2.Amor-próprio demasiado [Antô.: Humildade]”. Huizinga (1993) cita que: “Jogamos ou competimos por alguma coisa. O objetivo pelo qual jogamos e competimos é antes de mais nada a vitória”. 11 11
  • 12. Há vários conceitos relacionados aos jogos competitivos com seus prós e contras, mas o que é importante é saber que a competição faz parte da cultura do homem, está no seu cotidiano. É necessário encontrar formas para trabalhar esta questão levando em consideração o meio em que vive e qual é seu objetivo em competir. Por exemplo, em um acampamento educativo as crianças são divididas em equipe e durante a semana elas participam de atividades competitivas, porém, o objetivo do acampamento é a convivência, a sustentação e a independência da criança e do adolescente. A competição tem algumas características que podem ser observadas em alguns participantes, uma delas é a de sobressair ou igualar-se ao outro (emulação). Para Tani (in Brotto, 1999) a competição é “quando uma pessoa ou grupo tem como objetivo um melhor resultado em relação à outra pessoa ou grupo, é gerada a oposição”. O jogo competitivo é muito bem representado pelo esporte, que tem como objetivo a auto-superação e a vitória. O esporte está sendo utilizado por muitos como única prática de ensino nas aulas de Educação Física, mas deveria ser utilizado como instrumento e não como treinamento. Moreira (in Santin, 1988) descreve: “O professor de Educação Física e das práticas esportivas, mais do que saber técnicas e estratégias, precisará saber brincar”. É necessária uma discussão sobre a aplicação do esporte na escola (ver anexo 1), para que não haja o equivoco de impor que o aluno deva aprender um esporte durante o ano. “O esporte impõe pela atração que desperta, incita a ação, a competição, a superação e esforço e como tal deve ser orientado e dirigido de maneira a assegurar sua utilidade como meio educacional” (Teixeira e Mazzei, 1967). O esporte não deveria ser utilizado como objetivo de aula e sim como estratégia. João Zanetic (in Pontuschka 1993) afirma que “mais importante que o objeto é o processo de construção do objeto”. Mattos e Neira (2003) colocam que alguns educadores tendem a conduzir à uma sociedade competitiva, justificando a inclusão no esporte em um caráter socializador. Sobre esse ponto de vista encaram da seguinte forma: ”A competição reflete valores 12 1
  • 13. importantes na sociedade e, fazendo esporte integramos na sociedade”; “o esporte oferece a oportunidade de aprendizagem de diversos papéis sociais”. Contrapondo esta idéia Mattos e Neira (2003) citam também que determinados autores têm elaborado estudos através de análise do esporte em uma ótica histórica e cultural, valorizando a relação social em vez da função social. Citam ainda que o esporte “precisa ser entendido no contexto das atividades nas quais o fenômeno se dá; competitivo reflete a ideologia de determinadas parcelas da sociedade”. Not (1993) coloca a necessidade da utilização da competição no ensino, para que o aluno possa superar obstáculos, enfrentar desafios e alcançar seus objetivos. Além do mais vivemos em uma sociedade competitiva, e a esse respeito Not cita que “introduzindo a competição na sala de aula, prepara-se o aluno para situações que ele encontrará mais tarde”. Essa afirmação pode estar correta, mas devemos ficar atentos para não incentivar a competitividade entre os alunos, desviando assim os objetivos de aprender e o de experiênciar. O jogo competitivo tem como função superar limites pessoais ou de um grupo, sejam eles psicológicos, sociais, físicos, ou mentais. João B. Freire (1997) afirma que “não se pode ser negado na escola a existência dos jogos competitivos” e diz ainda em seu livro que: “Professores realmente preocupado com o desenvolvimento das características humanas, ao invés de tentar eliminar o caráter competitivo dos jogos, deveriam procurar compreendê-los e utilizar para valorizar as relações”. O jogo competitivo pode ser utilizado como forma de superação através do princípio da cooperação. Não se trabalha o jogo competitivo sem o cooperativo, em qualquer atividade em que haja uma disputa, deve haver um o mínimo de cooperação entre os participantes. 13 1
  • 14. 1.2 - O JOGO COOPERATIVO A cooperação entre os indivíduos está relacionada com a necessidade de se trabalhar em grupo para um determinado objetivo A necessidade de dividir e de se relacionar, faz com que o indivíduo se organize em “movimentos” de pessoas com algo em comum. Segundo Brotto (1999) “a cooperação é um processo de interação social, em que os objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os benefícios são distribuídos para todos”. Seguindo o pensamento Ulrich (in Tani, 1988) afirma que a cooperação é: “Quando as pessoas ou grupos combinam suas atividades ou trabalham juntas para conseguir um objetivo comum, de tal maneira que o maior êxito de alguma das partes concorra para um maior êxito das demais, temos o processo de cooperação”. O jogo cooperativo é muito aplicado como forma de socialização. Algumas empresas promovem jogos cooperativos com o objetivo de melhorar a relação social de seus funcionários, para que haja mais produtividade, porém, na educação ele é pouco utilizado, ou por falta de conhecimento do professor, ou por desinteresse do mesmo em aplicá-lo. Brotto (1999) faz uma pesquisa ampla sobre os jogos cooperativos, destacando sua importância na educação. Através de outros tipos de jogos podemos desenvolver o princípio da cooperação, Broto (1999) cita que “promovendo pequenas, mas fundamentais mudanças na estrutura do jogo, podemos criar um tipo de desafio que motive cada pessoa e o grupo para realizar um objetivo comum”. Podem ser vários os caminhos para o ensino através do jogo cooperativo, segundo Brotto (1999): “Através dos jogos Cooperativos nos sentimos confortáveis e confiantes para desfazer nossos bloqueios. Expressamos livremente o poder que existe dentro de nós e compartilhamos qualidades e habilidades humanas essenciais”. 14 1
  • 15. É através do compartilhar que poderemos perceber os resultados do trabalho em grupo. Segundo Tartang Tulku (in Brotto, 1999) ”a cooperação libera uma força vital de energia criativa que proporciona benefícios muito mais amplos do que uma pessoa sozinha poderia conseguir”. O jogo cooperativo pode ser aplicado como forma de unir conhecimentos em favor do grupo, pois dentro da individualidade de cada jogador, há um sentimento de contribuir sua participação. O jogo cooperativo possibilita experiênciar o coletivo, onde todos participam e ninguém é rejeitado. Para Brotto (1999) “Os jogadores aprendem a ter um senso de unidade e a compartilhar o sucesso”. Conforme os PCN’s é através da cooperação que poderemos entender a “diversificação” dos indivíduos, objetivando a construção do conhecimento através da socialização entre eles. 1.3 - O JOGO DRAMÁTICO. O jogo dramático ao contrário dos outros é pouco discutido entre os profissionais da área da Educação, sendo conceituado apenas pelos estudiosos do Teatro tais como: Ingrid Dormien Koudela, Peter Slade, Viola Spolin, entre outros. A palavra “drama” originária do Grego tem seu significado na ação, no movimento. Se levarmos em conta que drama é toda representação do que foi vivido, podemos então dizer que drama pode ser a representação do que aprendemos. É bom deixar claro que o objetivo do jogo dramático não é ensinar teatro ou expor os alunos para uma platéia, mas sim utilizá-lo como ferramenta de ensino para vários conceitos morais, éticos e sociais. É irrelevante analisar se o aluno está desenvolvendo bem a personagem, o importante é observar se ele está executando o objetivo proposto com espontaneidade e expressando suas idéias com clareza. O jogo dramático pode ser utilizado para vários objetivos no ensino, como forma de avaliação, como trabalho de desenvolvimento motor, como interpretação de textos e principalmente como desenvolvimento social. O ato de representar pode expor atitudes escondidas a serem discutidas, pode promover a vivência do conteúdo e proporcionar o entendimento das diferenças sociais e podendo opinar sobre qualquer assunto. 15 1
  • 16. Peter Slade (1978) expõe duas qualidades importantes no jogo dramático, o envolvimento e a sinceridade, “Devemos estimular essas qualidades por todos os meios ao nosso alcance, porque elas são de extrema importância para o indivíduo em crescimento”. Através dessas qualidades Slade (1978) diferencia duas formas de jogo, o Jogo Pessoal e o Jogo Projetado. O jogo projetado acontece quando a ação principal tem lugar fora do corpo (externo) e no jogo pessoal a ação provém de quem está jogando (interno) exemplos: Jogo Projetado – o jogador entra em cena e começa a cozinhar sobre um fogão, depois vai até a geladeira e pega os ovos para fazer uma omelete. Jogo Pessoal – O jogador entra em cena e começa a observar o ambiente, abaixa a cabeça e chora, enxuga as lágrimas e sai correndo. Observamos que no primeiro momento o ambiente tem maior destaque do que o segundo, a diferença esta na importância que terá a ação, se é no ambiente ou no individuo. Outra estudiosa do jogo dramático é Viola Spolin (1979) estruturou o jogo sobre três ações: Quem, onde e o que. Em uma ação sempre existe uma personagem em algum lugar fazendo algo. Para a utilização dessas ações Spolin descreve que é sempre necessário um foco de atenção (objetivo). Nele o jogador poderá atuar da forma que bem entender desde que não fuja do objetivo da ação. Desta forma o resultado é sempre inesperado. Ingrid Dormien Koudela, professora da ECA/USP, onde leciona a disciplina Teatro Aplicado a Educação, e também tradutora de Viola Spolin, descreve em seu livro como o jogo dramático se desenvolve “como o problema vai ser solucionado depende da atuação de cada jogador. A tensão desempenha no jogo um papel fundamental, ela significa incerteza, acaso. A solução do problema implica no esforço dos jogadores para chegar até o desenlace e na improvisação espontânea de ações para vencer o imprevisto". No jogo dramático não se prevê um resultado, é trabalhado na estrutura do que já viveu. As possibilidades de atividades são muitas, podendo integrar qualquer assunto utilizando apenas a representação. Segundo Viola Spolin (1979) o resultado do jogo dramático depende da valorização do processo. A atuação de cada jogador é fator essencial no jogo, 16 1
  • 17. possibilitando inúmeras formas de jogar onde cada resultado adquirido se diferencia entre si, sendo sempre válido. É o no jogo dramático que pode possibilitar ao aluno o desenvolvimento da sua criatividade – criar-atividade - para que possa experimentar. É através dele também que os alunos podem expressar idéias e concluir pensamentos escondidos no subconsciente, além de exercitar percepções. 17 1
  • 18. CAPÍTULO 2 - A INTERDISCIPLINARIDADE NA ESCOLA. Muitos profissionais discutem o tema “interdisciplinaridade”, levantam teses, conceituam este termo, no entanto nem sempre o definem. Através do estudo sobre o tema, Sandra Lucia Ferreira (in Fazenda, 1997) cita que “não há verdades absolutas nem universos acabados... considerando essa idéia a interdisciplinaridade perde a razão de ser um conceito com definição fechada”. Alguns professores trabalham com este tema sem ter noção do que se trata, não permitindo um trabalho de resultado, impossibilitando sua prática e muitas vezes a comunicação entre os envolvidos. Ivani Fazenda (1979) cita que: “Interdisciplinaridade não se ensina, não se aprende, apenas vive-se, exerce-se e por isso exige uma nova pedagogia, a da comunicação”. A interdisciplinaridade segundo Ferreira (in Fazenda, 1997) “surge como possibilidade de enriquecer e ultrapassar a integração dos elementos do conhecimento”. Para Ivani Fazenda (1979) a interdisciplinaridade não pode ser entendida como conceito e sim como ação, que precisa ser exercitada, “não possui um sentido único e instável”, segundo ela pensar em um conceito seria a própria prática. Segundo Sandra Lúcia Ferreira (Fazenda, 1997) certos educadores vêm utilizando-se desse termo sem pensar no seu significado mais importante, sua definição acaba caindo em uma delimitação. Um dos problemas agravante segundo Penã (in Fazenda, 1997) é como os professores irão dominar conhecimentos específicos de várias disciplinas, pois o desinteresse em trabalhar com outras matérias facilita muito para que não ocorra um trabalho interdisciplinar. Ela descreve também que: “Muito raramente as falhas pedagógicas dos professores eram argumentos para explicar o insucesso e a repetência. Em geral, a causa do fracasso era atribuída aos alunos, tidos como incompetentes”. Este capítulo tenta descrever alguns pontos importantes para que haja a interdisciplinaridade são eles: A função do professor, a relação da educação física entre as disciplinas e a aula de Educação Física. 18 1
  • 19. 2.1 - A FUNÇÃO DO PROFESSOR O papel de educador pode tanto ser uma aventura empolgante quanto frustrante, dependendo das respostas de algumas questões, por exemplo: Como conversar com alunos? Como modificar o processo que não está sendo satisfatório? Como manter o que está tendo bons resultados? O profissional enfrenta essas questões diariamente. O fato é que nem sempre o professor está preparado para enfrentar tais questões e acaba impondo a sua forma de ensinar sem considerar as idéias e opiniões dos alunos. Muitas vezes o professor trata seu educando como se ele não soubesse nada, ignorando seu conhecimento e sua cultura. “Não há educação sem amor... Quem não é capaz de amar o ser inacabado não pode educar... Quem não ama não compreende o próximo, não respeita” (FREIRE, 1983). A função do professor é possibilitar que o aluno descubra dentro da sua própria vivência, mostrar a forma mais fácil de aprender outros conhecimentos. Paulo Freire (1983) descreve: “A educação implica uma busca realizada por um sujeito que é o homem. O homem deve ser o sujeito de sua própria educação. Não pode ser objeto dela”. Para Louis Not (1993) aprender tem dois sentidos. “Um é objetivo o outro é subjetivo: aprender para si, é apreender, distinguir, dominar o conhecimento, seja por um trabalho intelectual ou físico, seja pela experiência”. Uma das principais estratégias do professor para que ocorra aprendizagem entre os alunos é a motivação que irá proporcionar. A motivação, segundo Aurélio significa: ”Ato ou efeito de motivar; exposição de motivos (que determina ou causa alguma coisa); que pode fazer mover”, pode ser fundamental tanto no jogo quanto na educação. Motivar o aluno é sempre importante.“Motivação como chave para o resgate do interesse pelo aprender”. (João Luiz Martins, 2002). O homem motivado adquire gosto pelo desafio, pela descoberta e a formação do conhecimento pode incentivar-lo ainda mais para que busque mais conhecimento. Para Penã (in Fazenda, 1997), o conhecimento deve trazer a satisfação de apropriar-se de mais saber, para poder se entender, entender o outro e entender o mundo. 19 1
  • 20. A função do professor é proporcionar problemas interessantes para que seu resultado traga satisfação para o aluno. A resolução de um problema é um ótimo exercício para a construção do conhecimento. Matos e Neira (2003) descrevem que “em vez de ser levado “ao que fazer” e ser instruído exatamente a ”como fazer", para o aluno deve ser apresentado um problema cuidadosamente estruturado e em seguida solicitar- lhe que encontre soluções para esse problema”. O aluno nesta situação, passa a interagir totalmente com o conteúdo, sem que se perceba. Para se ter um bom relacionamento com o aluno o professor deve dar-lhe atenção, fornecer alternativas e oportunidades para opinar. Ele poderá ter grandes chances de obter sucesso em suas aulas, podendo torná-la mais dinâmica, interessante e significativa para os alunos. “... O educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos...” (FREIRE 1987). Matos e Nieira (2003) citam em sua obra o quanto é significativa a postura do professor para o aluno, podendo ela ser positiva ou negativa para o seu desenvolvimento. “... se o aluno gostar do professor, que gosta de um assunto que não agrada o aluno, ainda sim, é possível a interação na situação de aprendizagem”. A função do professor não é mostrar o que o aluno deve aprender e sim lhe indicar caminhos para seguir. Matos e Nieira (2003) descrevem que: “A situação de aprendizagem não deve ser dirigidas pelas instruções optativas do professor”, este deve estimular o interesse do aluno em descobrir, "a descoberta deveria ser a mais significativa se ensinar o conhecimento”. Para a aula ser mais interessante é necessário que se haja interesse do aluno em aprender, e para isso o professor deverá dar mais atenção aos conhecimentos que os alunos adquiriram em sua vida. 20 2
  • 21. “O interesse do aluno passou a ser a força que comanda o processo da aprendizagem, suas experiências e descobertas... e o professor um gerador de situações estimuladoras e eficazes”. (ANTUNES, 1999) O objetivo de se ter uma boa relação com os alunos é favorecer o entendimento das diversas disciplinas, exigindo do professor participação orgânica no grupo. “É uma relação de reciprocidade, de mutualidade, um regime de co-propriedade que iria possibilitar o diálogo entre os interessados”(Fazenda, 1979). Isso pode facilitar a participação do aluno em aula, aumentando seu interesse. Através da interação o aluno começa a comunicar, a se relacionar, a jogar, e assim construir todo um ambiente de aprendizado. Um texto sobre interação no “Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil” (Brasil, 1998) cita: “... cabe ao professor propiciar situações de conversa, brincadeira ou de aprendizagens que garantam a troca entre as crianças, de forma a que possam comunicar- se, demonstrando seus modos de agir, de pensar e de sentir, em um ambiente acolhedor e que propicie a confiança e a auto-estima”. 2.2 – A EDUCAÇÃO FÍSICA E OUTRAS DISCIPLINAS Trabalhar com interdisciplinaridade na Educação Física nem sempre vai ser fácil, a dificuldade será relacionar uma disciplina diferente com a sua e entendê-la. Por esta questão é importante a constante discussão sobre o assunto, o como planejar, elaborar e estruturar a interdisciplinaridade de forma que todos os professores colaborem para o aprendizado do aluno. Segundo Matos e Neira (2003) é possível encontrar formas de trabalhar com outras disciplinas na Educação Física através de “projetos com a elaboração de jogos, resgate de brincadeiras populares, narração de fatos e elaboração de coreografias podem estar perfeitamente articulados com Português, História, Geografia ou Sociologia”. Eles esclarecem que a integração não deve partir apenas da Educação Física, mas das outras 21 2
  • 22. disciplinas também, o que significa que as demais áreas devem ter movimento, buscando integrar-se de forma eficiente com a educação do indivíduo. A discussão do processo de ensino tem que ser constante e em equipe, a relação do Educador Físico pode refletir no grupo escolar. Por esta questão o bom entendimento do currículo escolar e saber bem qual relação ás disciplinas podem ter, pode ser o caminho para o desenvolvimento saudável. É de extrema necessidade que o grupo de trabalho tenha como objetivo novas estratégias para um bom desenvolvimento do aluno. Para que isso ocorra é muito importante para o Educador ter capacidade de trabalhar em equipe por um objetivo maior, no caso, a formação do aluno. Cada professor tem suas diferenças e as especificidades de suas disciplinas, no entanto o ensino não funciona somente com igualdade, é importante que haja a diferença para que os professores possam através de pontos distintos, analisar, avaliar e reconhecer o que é satisfatório para o conhecimento e desenvolvimento do aluno e assim direcioná-lo para um caminho. Não reciclar os métodos e conceitos pode ser um grande problema do Educador Físico. É necessário que o professor dê atenção às mudanças da sociedade e da comunidade em que ensina, e que esteja sempre informado a respeito dos acontecimentos, para que haja um trabalho integrado com outras disciplinas (contextualização). A adaptação dos métodos de ensino deve ser constante, a cada dia existe uma nova situação, um novo aluno e um novo professor. Para o Educador Físico trabalhar com a diversidade e a pluralidade cultural (que será discutido no capítulo 3), é necessário ter um vasto conhecimento e um estudo contínuo sobre o que pretende desenvolver. “É necessário uma formação continuada e atualizações constantes para que haja processos inovadores na área educacional... os educadores devem ser multifuncionais, com conhecimento amplo de outras matérias” (MARTINS, 2002). E é através da multidisciplinaridade, do conhecimento diversificado que podemos evoluir nossos métodos de ensino, atingindo um vasto território de conhecimento. O Professor atualizado estará mais preparado para qualquer 22 2
  • 23. eventualidade. A formação constante e ampliada possibilita diferentes estratégias de ensino, o trabalho interdisciplinar se torna mais fácil de acontecer e a convivência com outros profissionais torna-se mais prazerosa. 2.3 – AAULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA A educação física apresenta como característica própria a possibilidade da construção do conhecimento corporal e seu relacionamento com o meio em que está inserido, através do movimento, gestos e expressões, levando o aluno à prática. Para Mattos e Neira (2003) “a prática educativa é bastante complexa, pois o contexto de aula traz situações de ordem afetiva, emocional, cognitiva, física e de relação pessoal”. Os acontecimentos em aula, mesmo que planejados, dificilmente ocorrem conforme o programado, as situações acima citadas interferem diretamente na dinâmica da aula planejada. Antes de qualquer planejamento o Educador Físico deve estar atento para as experiências dos alunos no que diz respeito aos conhecimentos sobre o corpo, aptidão física, saúde, costumes, etc. O Professor deve criar situações que coloquem esses conhecimentos em questão, como já foi dito anteriormente situações que solicitem do aluno a resolução de um problema de caráter estratégico, motor ou conceitual. Através de uma proposta de trabalho embasada na perspectiva construtivista- interacionista, Mattos e Neira (2003) constatam que “o desenvolvimento é o resultado da construção de estruturas mentais que tendem a se equilibrar e que permitem a adaptação do sujeito ao meio físico e social, através da contínua interação com esse meio”. Essas estruturas são construídas pelo próprio aluno através da ação sobre o que quer conhecer. Constantes desafios aos alunos provocam situações que precisam ser resolvidas e é nessa necessidade de resolver que ocorre a construção do pensamento. A discussão das propostas de atividades físicas, sempre que possível devem ser estimuladas e o professor deve adotar uma postura de coordenador dos debates, questionando o grupo de forma que favoreça o aproveitamento de respostas e reflexões individuais e coletivas. “Os alunos devem ser estimulados a 23 2
  • 24. explicar as suas posições e ações e essa explicação far-se-á no sentido de atribuir-lhes um significado. Isto permite ao aluno o questionamento de condutas e valores do grupo e de si próprio”. (MATTOS e NEIRA, 2003) O professor deve adotar a postura de interlocutor de informações, sendo flexível às mudanças do planejamento e do programa de curso. Segundo Mattos e Neira (2003) o professor deve “mostrar aos alunos que aquele é um espaço de aprendizagem e procurar entender e aceitar as relações corporais existentes no mundo humano para o bom desempenho do seu papel de educador”. O Educador Físico deve criar um ambiente harmonioso, tranqüilo para trabalhar, assim os alunos sentirão este ambiente acolhedor; 24 2
  • 25. CAPITULO 3 - PLURALIDADE CULTURAL COMO TEMA TRANSVERSAL Nos capítulos anteriores já foi citada a importância de considerar nas aulas a cultura e o conhecimento dos alunos inseridos na escola. Neste capítulo será abordado a pluralidade cultural e qual a importância de trabalhar com outras culturas, costumes e conhecimentos para a formação do indivíduo e uma convivência mais tolerável. Os PCN’s destacam que a Pluralidade Cultural oferece para os alunos “oportunidades de conhecimento de suas origens como brasileiro e como participante de grupos culturais específicos”. Através dos PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997) podemos desenvolver situações onde a cultura e os conhecimentos do aluno podem ser utilizados como instrumento de ensino, além de possibilitar a ele o conhecimento de outras culturas, mostrando suas diferenças e semelhanças. A Pluralidade Cultural pode ser utilizada como ligação para o trabalho interdisciplinar na Educação Física em vários momentos como por exemplo: ao ensinar uma luta o professor poderá trabalhar a cultura daquela luta, onde foi criada, qual biotipo de quem pratica, em qual parte geográfica é praticada, e muito mais. Além disso a Pluralidade Cultural traz oportunidades pedagógicas muito interessantes, motivadoras, que relacionam não apenas com a escola, mas também com a comunidade local e sociedade. Este tema possibilita ampliar questões do cotidiano para o âmbito mundial e vice-versa, colocando-se assim simultaneamente, como objetivo e como meio do processo educacional. Segundo os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997) o aluno deve ser capaz se: Utilizar as diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias... Para isso é necessário que o professor tenha uma formação e informação ampla sobre as culturas, podendo assim disponibilizar alternativas, escolhas para sua formação sócio-cultural. “Afirmação da diversidade como traço fundamental na construção de uma identidade”. Para os PCNs pluraridade cultural: “Diz respeito ao conhecimento e à valorização das características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais”. Não significa aderir aos valores do outro, mas sim, respeitá-los como expressão da diversidade, sem qualquer discriminação. 25 2
  • 26. A pluralidade cultura procura entender e modificar uma ação, ou atitude de um grupo, ocorrendo uma aculturação, que segundo o dicionário Aurélio (2001) significa: “transformação da cultura de um grupo, decorrente de assimilação de elementos culturais de outro grupo social com que mantém contato direto e regular”. A questão da desigualdade social e da exclusão são discutidas dentro da pluralidade cultural, indicando possíveis soluções. Tais questões segundo os PCNs são produzidas na relação de dominação e exploração socioeconômica e política. Grandes movimentos culturais e sociais foram organizados por consequência de discriminação ou violação dos direitos. Para os PCNs: Pluralidade Cultural, não é a divisão ou enquadrinhamento da sociedade em grupos culturais fechados e sim pelo convívio e pelas opções pessoais. A relação interpessoal contribui para as transformações necessárias à construção de uma sociedade mais justa. As culturas são produzidas pelos grupos sociais ao longo das suas histórias, na construção de suas formas de subsistência, na organização da vida social e política, nas suas relações com o meio e com outros grupos. (PCN’s, 1997) O que precisa ser enfatizado é que impedindo que o aluno tenha bens materiais e culturais produzidos na sociedade, excluindo-o da participação coletiva, possivelmente formaremos pessoas preconceituosas e discriminadoras. A Pluralidade Cultural enfatiza tendências culturais que convivem com a população oferecendo informações, alternativas e formando novas mentalidades. Mas para acontecer Pluralidade Cultura é necessário que o professor saiba discutir a diversidade cultural a partir das próprias diferenças dos alunos, é um modo de conduzir o tema da forma mais próxima da realidade brasileira, criando uma contextualização para qualquer assunto. 26 2
  • 27. IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo desse trabalho e da experiência que tive como educador pude perceber a importância que tem a Educação Física escolar em relação às outras matérias, através da fundamentação teórica, da vinculação das aulas com os objetivos do trabalho em grupo, da não improvisação e principalmente, da elaboração de um plano que atenda às necessidades, interesses e motivações dos alunos. O Educador Físico não pode ignorar a cultura dos alunos, e inserir algo de forma imposta, para “que seja feita apenas a nossa vontade”, é necessário utilizar o conhecimento dos educandos, para que se possa trabalhar em conjunto, através de uma forma adequada de ensino, que ao meu entender esta inserida na prática construtivista- interacionista citada por Mattos e Neira (2003). O trabalho do professor de Educação Física vai além do ensinar a jogar, antes de tudo ele é um Educador para a vida. A adoção do esporte como componente único fez com que a aula se tornasse sem importância para a maioria dos alunos e dos professores. Através das colocações postas pelos autores aqui citados é percebida uma nova ótica sobre a Educação Física escolar, que objetiva a formação total do aluno, inserindo- o na aula e eliminado-o de qualquer tipo de discriminação. Há a preocupação da formação interdisciplinar onde o aluno pode relacionar o que esta sendo aprendido nas diversas matérias com o seu meio em que vive. A interdisciplinaridade é algo que deve ser trabalhada, discutida e enfatizada sempre, pois conseguimos tornar o estudo mais dinâmico, interessante e interativo. Mostrar ao mundo escolar que a Educação Física não se limita ao espaço "quadra" é nosso dever, temos muito a acrescentar para as outras disciplinas. O jogo é um possível caminho para o ensino interdisciplinar. Ao utilizar os jogos podemos motivar os alunos para várias situações de ensino. O prazer proporcionado pelo jogo permite que aluno descubra o que mais lhe agrada. Para inserir o jogo no ensino, o professor terá que estar preparado no sentido de possibilitar conteúdos suficientes para que haja a interdisciplinaridade em sua prática. A constante discussão, planejamento, elaboração e estruturação são itens relevantes que o professor deve levar em consideração para a prática da interdisciplinaridade. 27 2
  • 28. Na tentativa de indicar possíveis caminhos a serem seguidos pelos profissionais que atuam na área, este trabalho propõe formas de atuação e competências que proporcionam o envolvimento da totalidade dos alunos e não somente dos mais habilidosos, vinculando a Educação Física de forma lúdica, educativa e contributiva para o processo de ensino multidisciplinar e interdisciplinar. 28 2
  • 29. V - METODOLOGIA Para a conclusão do trabalho foram utilizadas: pesquisas bibliográficas, experiências e práticas anteriores nas áreas de teatro e recreação, pesquisa em site e utilização de assuntos abordados em sala de aula. 29 2
  • 30. VI – ANEXO Matéria do Jornal “Diário do Grande ABC”, dia 15 de outubro de 2006. 30 3
  • 31. 31 3
  • 32. VII - BIBLIOGRAFIA ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Petrópolis: Vozes, 1998. ANTUNES, Celso. Manual de técnicas de dinâmicas de grupo de sensibilização de ludo pedagogia. 16 ed. Petrópolis: Vozes, 1999. BRASIL. Secretaria de Educação infantil. Referencial curricular nacional para a educação infantil, v. 1. MEC/SEF - Brasília, 1998. BRASIL Secretaria de Educação fundamental. Parâmetros curriculares nacionais – Pluralidade cultural e orientação sexual. MEC/SEF - Brasília, 2003. BROTO, Fábio O. Jogos cooperativos – se o importante é competir, o fundamental é cooperar! 2 ed. Santos: Projeto Cooperação, 1999. CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987. FAZENDA, Ivani (Org.) Novos enfoques da pesquisa educacional. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2001. FAZENDA, Ivani (Org.) Práticas interdisciplinares na escola, 4 ed. São Paulo: Cortez, 1997. FAZENDA, I.C.A. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia? São Paulo: Loyola, 1979. FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. São Paulo: Scipione, 1997. FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido, 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. HUIZINGA, Johan. Homo ludens. São Paulo: Perspectiva, 1996. JACQUIN, Guy. A educação pelo jogo. 2 ed. São Paulo: Flamboyant, 1963. KOUDELA, Ingrid D. Jogos teatrais. 4 ed. São Paulo: Perspectiva, 1984. LE BOULCH, Jean. A Educação pelo movimento: a psicocinética na idade escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. MATTOS, Mauro G.; NEIRA Marcos G. Educação Física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte, 2003. 32 3
  • 33. MAZZEI, Julio; TEIXEIRA, Mauro S. Coleção v 1. Cultura, educação, educação física, esportes e recreação.2 ed. São Paulo: Fulgor, 1967 NOT, Louis. Ensinando a aprender: elementos de psicodidática geral. São Paulo: Summus, 1993. PIAGET, Jean. A construção do real da criança. Rio de Janeiro: Zahar/MEC, 1975. PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? 7 Ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1980. PICCOLO, Vilma. L. N. (Org). Educação física escolar: ser... ou não ter? Campinas: Unicamp, 1995. PONTUSCHKA, Nídia Nacib (Org.). Ousadia no diálogo – Interdisciplinaridade na Escola Pública. São Paulo: Loyola, 1993. QUEIROS, Tânia D.; MARTINS, João. L. Pedagogia lúdica – jogos e brincadeiras de A á Z. São Paulo: Rideel, 2002. SLADE, Peter. O jogo dramático infantil. Vol. 2, (Tradução Tatiana Belinky) São Paulo: Sumus, 1978. SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 1979. VYGOTSKY, L. L. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Rio de Janeiro: Scipione, 1988. http//www.novaescola.abril.com.br 33 3