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Novo modelo para o ensino universitário
Proposta
junho 2013
Enquadramento e rationale
A realidade pedagógica na vasta maioria das universidades portuguesas corresponde, ainda hoje, a
aulas teóricas de caráter expositivo com interação diminuta docente/aluno. Mantém-se a prática
bem estabelecida da construção de unidades curriculares (UC) “a partir de zero”, frequentemente
com base num livro de referência, que se traduzem num conjunto de “slides” que suportam a
exposição presencial das matérias; este material perdura por vezes quase imutável durante anos,
sendo o seu autor, em geral, o único crítico da forma e conteúdo do que é lecionado.
Há alguns anos começou entretanto a ganhar projeção o designado e-learning; a disponibilização de
cursos em regime de e-learning passou a ser um dos objetivos estratégicos da reformulação da oferta
formativa de várias escolas, muitas vezes como regime alternativo ao ensino presencial, procurando
atingir um público mais vasto nomeadamente “aqueles que não podem vir à Universidade, porque
estão longe ou porque têm emprego” [in www.we-move.uevora.pt]. Uma universidade portuguesa,
a UAb, tornou o e-learning o único regime que oferece tendo tido um sucesso notável. Mas a maioria
arrancou com iniciativas de implantação gradual centradas na noção de e-learning como ensino à
distância, como se verifica na UÉ. Estas iniciativas são de mérito indiscutível sofrendo apenas em
muitos casos de uma visão restrita do que é o e-learning, centrando-se basicamente no acesso on-
line aos materiais usados no ensino presencial e mudando o contacto aluno/docente para
mecanismos de rede.
Mas a presente proposta, embora se sustente nas soluções do foro do e-learning, procura abrir um
novo modelo na construção da oferta formativa das universidades. Podemos dizer que se inspira nas
ideias de software open source, creative commons e open access, onde se reconhecem as vantagens
na abertura à comunidade de conteúdos, na partilha livre (embora com regras) dos materiais, no
direito a alterar e modificar esses conteúdos, na colaboração entre intervenientes caminhando para a
criação de repositórios das melhores soluções (best of breed) evitando e reinvenção de módulos a
lecionar. Trata-se de um modelo que de facto já se começa a praticar a nível internacional (e.g.
Coursera, edX, Udacity), mas que vai exigir às universidades um repensar do que as distingue em
termos de oferta e atratividade; e será, no nosso meio, um projeto de médio/longo prazo que não
deixará de encontrar inúmeros escolhos; mas estamos convictos que este modelo será uma via
"inevitável" para o ensino superior, podendo contribuir significativamente para uma racionalização
do tecido universitário em Portugal.
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DOCUMENTO DE TRABALHO
Ideias chave
O modelo que se propõe visa, como acima referido, o desenvolvimento e partilha em regime de
"código aberto" das "peças" que permitem a construção e oferta de unidades curriculares em
licenciaturas, mestrados e doutoramentos. Imaginamos a organização da unidade curricular
constituída por módulos bem definidos que abordam um tema delimitado e "fechado"; estes
módulos serão construídos para uma utilização em regime de e-learning, idealmente tirando todo o
partido que esta aproximação potencia.
Com estas premissas enumeram-se nos pontos seguintes as ideias chave do modelo que se propõe:
• uma cadeira/unidade curricular (UC) é uma “assemblagem” de módulos
• uma licenciatura/mestrado é um “assemblagem” de cadeiras (UCs)
• os módulos apresentam um tema delimitado através de aulas gravadas, “slides”,
apresentações interativas, serious games, animações, etc
• os módulos integram um repositório partilhado em regime de open_source /open_access
/creative_commons
• os módulos podem ser feitos por qualquer universidade
• os módulos podem ser usados por qualquer universidade
• os módulos podem ser adaptados e modificados dentro das regras do tipo creative commons
• a “arte” de cada universidade será a composição das unidades curriculares com base em
módulos “best of breed”
• cada universidade, além disso, oferece tutoria, acompanhamento e explicações sobre as
matérias
• cada universidade oferecerá também laboratórios, trabalhos práticos, exercícios, projetos,
visitas, seminários, etc
• é nestes dois últimos pontos que as universidades se podem diferenciar
• este modelo pode ser usado para ensino on-line, ensino presencial clássico ou híbrido
Análise SWOT
PONTOS FORTES (S)
• módulos best of breed
• apresentação de temas off-the-shelf
• economia na construção de módulos por evitar “reinvenções”
• cada módulo é mais experimentado e “afinado” por mais pessoas
• a construção de cursos baseia-se na “assemblagem” de módulos existentes, não é feita “do
zero”
• há uma maior comunidade a sugerir/fazer_evoluir/corrigir os módulos
2 / 3
• permite a “assemblagem” de cursos adaptados a fins específicos
• suporta-se um rácio alunos/docentes muito elevado
• cada universidade pode contribuir/concentrar-se nas suas áreas de excelência
PONTOS FRACOS (W)
• a fase de construção de módulos pode ser muito trabalhosa
• pode faltar aos docentes/instituição a “literacia” para a feitura de módulos
• necessidade de grupos de apoio (TIC, design, etc)
• problema da gestão do repositório de módulos
OPORTUNIDADES (O)
• fomenta a colaboração entre universidades nacionais
• pode levar à participação em esquemas nesta área já existentes no estrangeiro
• pode alargar extraordinariamente o público alvo, nomeadamente alunos estrangeiros
• pode responder à dificuldade de contratação de docentes
• pode contribuir para a subida de nível do ensino
• pode ser introduzido gradualmente
• pode conviver com o modelo presencial clássico
• pode complementar o modelo presencial clássico
• estimula outros tipos de diferenciação entre universidades
• permite/exige o desenvolvimento dos aspetos de tutoria/acompanhamento dos alunos
• reutilizável em vários tipos de cursos (licenciatura, mestrado, doutoramentos, cursos
profissionais, diplomas de estudos superiores, etc)
• destaque para as escolas que pratiquem um processo contínuo de evolução e melhoramento
dos cursos oferecidos
• pode viabilizar/permitir a sobrevivência de algumas universidades por racionalização do
tecido universitário
AMEAÇAS (T)
• resistência à mudança
• as universidades podem ter a sensação de perda de protagonismo / independência /
personalidade
• dependência (pelo menos aparente) de outras instituições
• conseguir que as universidades aceitem contribuir nas suas áreas de expertise numa filosofia
de conteúdos abertos e partilhados com a comunidade
• exposição a um inevitável processo de “seleção natural” entre as universidades
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  • 1. Novo modelo para o ensino universitário Proposta junho 2013 Enquadramento e rationale A realidade pedagógica na vasta maioria das universidades portuguesas corresponde, ainda hoje, a aulas teóricas de caráter expositivo com interação diminuta docente/aluno. Mantém-se a prática bem estabelecida da construção de unidades curriculares (UC) “a partir de zero”, frequentemente com base num livro de referência, que se traduzem num conjunto de “slides” que suportam a exposição presencial das matérias; este material perdura por vezes quase imutável durante anos, sendo o seu autor, em geral, o único crítico da forma e conteúdo do que é lecionado. Há alguns anos começou entretanto a ganhar projeção o designado e-learning; a disponibilização de cursos em regime de e-learning passou a ser um dos objetivos estratégicos da reformulação da oferta formativa de várias escolas, muitas vezes como regime alternativo ao ensino presencial, procurando atingir um público mais vasto nomeadamente “aqueles que não podem vir à Universidade, porque estão longe ou porque têm emprego” [in www.we-move.uevora.pt]. Uma universidade portuguesa, a UAb, tornou o e-learning o único regime que oferece tendo tido um sucesso notável. Mas a maioria arrancou com iniciativas de implantação gradual centradas na noção de e-learning como ensino à distância, como se verifica na UÉ. Estas iniciativas são de mérito indiscutível sofrendo apenas em muitos casos de uma visão restrita do que é o e-learning, centrando-se basicamente no acesso on- line aos materiais usados no ensino presencial e mudando o contacto aluno/docente para mecanismos de rede. Mas a presente proposta, embora se sustente nas soluções do foro do e-learning, procura abrir um novo modelo na construção da oferta formativa das universidades. Podemos dizer que se inspira nas ideias de software open source, creative commons e open access, onde se reconhecem as vantagens na abertura à comunidade de conteúdos, na partilha livre (embora com regras) dos materiais, no direito a alterar e modificar esses conteúdos, na colaboração entre intervenientes caminhando para a criação de repositórios das melhores soluções (best of breed) evitando e reinvenção de módulos a lecionar. Trata-se de um modelo que de facto já se começa a praticar a nível internacional (e.g. Coursera, edX, Udacity), mas que vai exigir às universidades um repensar do que as distingue em termos de oferta e atratividade; e será, no nosso meio, um projeto de médio/longo prazo que não deixará de encontrar inúmeros escolhos; mas estamos convictos que este modelo será uma via "inevitável" para o ensino superior, podendo contribuir significativamente para uma racionalização do tecido universitário em Portugal. 1 / 3 DOCUMENTO DE TRABALHO
  • 2. Ideias chave O modelo que se propõe visa, como acima referido, o desenvolvimento e partilha em regime de "código aberto" das "peças" que permitem a construção e oferta de unidades curriculares em licenciaturas, mestrados e doutoramentos. Imaginamos a organização da unidade curricular constituída por módulos bem definidos que abordam um tema delimitado e "fechado"; estes módulos serão construídos para uma utilização em regime de e-learning, idealmente tirando todo o partido que esta aproximação potencia. Com estas premissas enumeram-se nos pontos seguintes as ideias chave do modelo que se propõe: • uma cadeira/unidade curricular (UC) é uma “assemblagem” de módulos • uma licenciatura/mestrado é um “assemblagem” de cadeiras (UCs) • os módulos apresentam um tema delimitado através de aulas gravadas, “slides”, apresentações interativas, serious games, animações, etc • os módulos integram um repositório partilhado em regime de open_source /open_access /creative_commons • os módulos podem ser feitos por qualquer universidade • os módulos podem ser usados por qualquer universidade • os módulos podem ser adaptados e modificados dentro das regras do tipo creative commons • a “arte” de cada universidade será a composição das unidades curriculares com base em módulos “best of breed” • cada universidade, além disso, oferece tutoria, acompanhamento e explicações sobre as matérias • cada universidade oferecerá também laboratórios, trabalhos práticos, exercícios, projetos, visitas, seminários, etc • é nestes dois últimos pontos que as universidades se podem diferenciar • este modelo pode ser usado para ensino on-line, ensino presencial clássico ou híbrido Análise SWOT PONTOS FORTES (S) • módulos best of breed • apresentação de temas off-the-shelf • economia na construção de módulos por evitar “reinvenções” • cada módulo é mais experimentado e “afinado” por mais pessoas • a construção de cursos baseia-se na “assemblagem” de módulos existentes, não é feita “do zero” • há uma maior comunidade a sugerir/fazer_evoluir/corrigir os módulos 2 / 3
  • 3. • permite a “assemblagem” de cursos adaptados a fins específicos • suporta-se um rácio alunos/docentes muito elevado • cada universidade pode contribuir/concentrar-se nas suas áreas de excelência PONTOS FRACOS (W) • a fase de construção de módulos pode ser muito trabalhosa • pode faltar aos docentes/instituição a “literacia” para a feitura de módulos • necessidade de grupos de apoio (TIC, design, etc) • problema da gestão do repositório de módulos OPORTUNIDADES (O) • fomenta a colaboração entre universidades nacionais • pode levar à participação em esquemas nesta área já existentes no estrangeiro • pode alargar extraordinariamente o público alvo, nomeadamente alunos estrangeiros • pode responder à dificuldade de contratação de docentes • pode contribuir para a subida de nível do ensino • pode ser introduzido gradualmente • pode conviver com o modelo presencial clássico • pode complementar o modelo presencial clássico • estimula outros tipos de diferenciação entre universidades • permite/exige o desenvolvimento dos aspetos de tutoria/acompanhamento dos alunos • reutilizável em vários tipos de cursos (licenciatura, mestrado, doutoramentos, cursos profissionais, diplomas de estudos superiores, etc) • destaque para as escolas que pratiquem um processo contínuo de evolução e melhoramento dos cursos oferecidos • pode viabilizar/permitir a sobrevivência de algumas universidades por racionalização do tecido universitário AMEAÇAS (T) • resistência à mudança • as universidades podem ter a sensação de perda de protagonismo / independência / personalidade • dependência (pelo menos aparente) de outras instituições • conseguir que as universidades aceitem contribuir nas suas áreas de expertise numa filosofia de conteúdos abertos e partilhados com a comunidade • exposição a um inevitável processo de “seleção natural” entre as universidades 3 / 3