SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 53
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Geometria da Programa¸˜o Linear
                     ca

         Alexandre Salles da Cunha


    DCC-UFMG, Mar¸o 2012 - v.02
                 c




  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                   ca
Poliedros


Defini¸˜o
     ca
Um poliedro ´ um conjunto que pode ser representado da seguinte forma:
            e
P = {x ∈ R n : Ax ≥ b}, onde A ´ uma matriz m × n e b ∈ Rm .
                               e

Poliedro na forma padr˜o
                      a
Um poliedro ´ dito ser escrito na forma padr˜o se ´ representado da
             e                               a    e
seguinte forma: P = {x ∈ R   n : Ax = b, x ≥ 0}



Defini¸˜o
     ca
Um poliedro limitado ´ chamado politopo.
                     e




                   Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                    ca
Semiespa¸os e hiperplanos
        c


Defini¸˜o
     ca
Seja a um vetor n˜o nulo em Rn e b um escalar.
                 a
  1   O conjunto {x ∈ Rn : a′ x = b ´ chamado hiperplano.
                                    e
  2   Os conjuntos {x ∈ Rn : a′ x ≥ b e {x ∈ Rn : a′ x ≤ b s˜o chamados
                                                            a
      semiespa¸os.
              c


Observa¸˜es:
       co
      O hiperplano ´ a fronteira dos dois semiespa¸os associados.
                   e                              c
      O vetor a ´ ortogonal a qualquer hiperplano que defina (que depende
                e
      tamb´m de b).
          e



                    Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                     ca
Poliedros, semiespa¸os, hiperplanos
                   c
O poliedro pode ser escrito como a interse¸˜o de um n´mero finito de
                                            ca       u
restri¸˜es lineares (hiperplanos e semiespa¸os).
      co                                   c




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Hiperplanos e conjuntos convexos




Proposi¸˜o
       ca
 1   Todo poliedro ´ um conjunto convexo.
                   e
 2   A interse¸˜o de conjuntos convexos (poliedros em particular) ´
              ca                                                  e
     convexa.
 3   A combina¸˜o convexa de um conjunto finito de elementos de um
               ca
     conjunto pertence ao conjunto.




                   Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                    ca
Pontos extremos, v´rtices e solu¸˜es b´sicas
                  e             co    a



    Verificamos atrav´s do m´todo gr´fico de resolu¸˜o que uma solu¸˜o
                       e      e     a            ca              ca
    o
    ´tima de um PL tende a ocorrer em um canto do poliedro que define
    a regi˜o de viabilidade do PL.
          a

    Vamos apresentar trˆs formas alternativas de definir o que venha a ser
                       e
    um canto do poliedro.
      ◮   Argumentos geom´tricos: pontos extremos e v´rtices de um poliedro.
                          e                             e
      ◮   Argumentos alg´bricos: solu¸oes b´sicas (e b´sicas vi´veis) de um
                        e            c˜    a          a        a
          poliedro.

    Mostraremos que estas alternativas s˜o equivalentes.
                                        a




                    Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                     ca
Ponto extremo
Defini¸˜o
     ca
Seja P um poliedro. Um vetor x ∈ P ´ um ponto extremo de P se n˜o for
                                       e                            a
poss´ escrever x como uma combina¸˜o linear convexa de dois pontos
     ıvel                               ca
z, y ∈ P (distintos de x). Isto ´, n˜o existem z, y ∈ P, z, y = x e
                                e a
λ ∈ [0, 1] tal que x = λz + (1 − λ)y .




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
V´rtice do poliedro
 e

Defini¸˜o
     ca
Seja P um poliedro. Um vetor x ∈ P ´ um v´rtice de P se existe algum
                                         e      e
vetor c ∈ R tal que c ′ x < c ′ y para qualquer y ∈ P, y = x.

Isto ´, x ´ um v´rtice do poliedro se
     e    e     e

                        {y : c ′ y = c ′ x} ∩ P = {x}.




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Desvantagens das descri¸˜es geom´tricas dadas
                       co       e


     Estas descri¸˜es n˜o s˜o f´ceis de serem tratadas em um algoritmo.
                 co    a a a
     Seria desej´vel dispor de uma descri¸˜o de canto que dependesse da
                a                        ca
     representa¸˜o do poliedro em termos de restri¸˜es lineares, que
               ca                                 co
     pudesse ser resumido a um ”simples”teste alg´brico.
                                                  e
Para este prop´sito, vamos considerar a seguinte defini¸ao:
              o                                       c˜
Restri¸˜es ativas
      co
Assuma que P seja caracterizado por restri¸˜es lineares de igualdade e
                                                  co
desigualdade: ai′ x ≥ bi , ∀i ∈ M1 , ai′ x ≤ bi , ∀i ∈ M2 , ai′ x = bi , ∀i ∈ M3 .
Ent˜o se um vetor x ∗ satisfaz ai′ x ∗ = bi para algum i ∈ M1 ∪ M2 ∪ M3
    a
dizemos que a restri¸˜o i ´ ativa. Se x ∗ ´ vi´vel, toda restri¸˜o cujo ´
                     ca      e                e a                     ca        ındice
i ∈ M3 ´ ativa.
       e



                      Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                       ca
Observa¸˜es
       co


      Se existem n restri¸˜es ativas em x ∗ , ent˜o x ∗ satisfaz um sistema
                          co                     a
      linear de n restri¸˜es em n vari´veis. Este sistema linear admite
                        co            a
      solu¸˜o unica se estas n restri¸˜es s˜o linearmente independentes (em
          ca ´                       co    a
      um abuso de linguagem).

Proposi¸˜o
       ca
Dado x ∗ ∈ Rn e I = {i : ai′ x ∗ = bi } o conjunto dos ´
                                                       ındices das restri¸˜es
                                                                         co
ativas em x ∗ . Ent˜o, s˜o equivalentes as afirmativas:
                   a a
  1   Existem n vetores no conjunto {ai : i ∈ I } que s˜o l.i.
                                                       a
  2   span({ai : i ∈ I }) = Rn
  3   O sistema linear ai′ x = bi , ∀i ∈ I possui solu¸˜o unica.
                                                      ca ´



                     Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                      ca
Prova


Prova
(1) ⇔ (2)
    (1) ← (2):
    Suponha que os vetores ai : i ∈ I gerem Rn . Ent˜o a
    dim(span({ai : i ∈ I })) = n e {ai : i ∈ I } formam uma base de Rn ,
    sendo linearmente independente.
    (1) → (2):
    Suponha que os vetores ai : i ∈ I sejam l.i. Ent˜o o subespa¸o gerado
                                                    a              c
    por estes n vetores ´ n dimensional e necessita ser R
                        e                                 n . Assim

    qualquer vetor em Rn pode ser escrito como uma combina¸˜o linear
                                                                 ca
    de ai : i ∈ I



                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Prova



(2) ⇔ (3) :
    (2) ← (3) : (por contradi¸˜o)
                               ca
    Assuma que o sistema ai′ x = bi : i ∈ I admita duas solu¸˜es distintas
                                                                co
    x 1 e x 2 . Ent˜o o vetor d = x 1 − x 2 = 0 satisfaz ai d = 0, ∀i ∈ I e n˜o
                   a                                                         a
    pode ser escrito como combina¸˜o linear dos vetores ai : i ∈ I e
                                      ca
    portanto span({ai : i ∈ I } = Rn (absurdo !). Logo x 1 = x 2 .
    (2) → (3) : Se os vetores ai : i ∈ I n˜o geram Rn , existe d = 0 tal
                                             a
    que ai′d = 0 : i ∈ I .

    Ent˜o se x satisfaz ai′ x = bi : i ∈ I , temos que ai′ (x + d) = bi : i ∈ I e
        a
    temos m´ltiplas solu¸˜es para o sistema linear.
             u             co




                    Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                     ca
Defini¸˜o alg´brica de canto
     ca     e

Defini¸˜o
     ca
Considere um poliedro P definido por m
restri¸˜es lineares e x ∗ um elemento do Rn
      co
(m ≥ n).
  1 O vetor x ∗ ´ uma solu¸˜o b´sica se:
                  e          ca a
        1   Todas as restri¸oes de igualdade que
                           c˜
            definem P s˜o ativas (satisfeitas)
                        a
        2   Dentre todas as restri¸oes que s˜o
                                  c˜         a
            ativas em x ∗ (de igualdade inclusas)
            existem n delas que s˜o l.i.
                                  a
  2   Se x ∗ ´ uma solu¸˜o b´sica e todas as
             e           ca a
      restri¸˜es que definem P s˜o
            co                    a
      satisfeitas, ent˜o x ∗ ´ uma solu¸˜o
                      a      e         ca
      b´sica vi´vel.
       a        a

                       Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                        ca
Caso em que n > m




   Se o n´mero m de restri¸˜es lineares empregadas para representar um
          u                  co
   poliedro ´ inferior a n, o n´mero de restri¸˜es ativas ´ sempre inferior
            e                  u              co          e
   a n.
   Consequentemente, n˜o existem solu¸˜es b´sicas ou b´sicas vi´veis.
                      a              co    a          a        a




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Observa¸˜es
       co



   Note na figura anterior que os pontos A, B, C s˜o solu¸˜es b´sicas
                                                 a      co    a
   vi´veis.
     a
   O ponto D n˜o ´ b´sica porque n˜o sastisfaz a restri¸˜o de igualdade
                a e a             a                    ca
   x1 + x2 + x3 = 1.
   Entretanto, se a restri¸˜o x1 + x2 + x3 = 1 for reescrita como
                          ca
   x1 + x2 + x3 ≤ 1 e x1 + x2 + x3 ≥ 1, o ponto D passa a ser solu¸˜o
                                                                  ca
   b´sica da nova forma empregada para representar o poliedro P.
    a
   Isto ´, o modo como o poliedro ´ representado em termos de
        e                            e
   restri¸˜es lineares influencia o conjunto de solu¸oes b´sicas.
         co                                        c˜    a




                 Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                  ca
Mais um exemplo




             Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                              ca
As trˆs formas de representa¸˜o s˜o equivalentes
     e                      ca a




Teorema
Seja P um poliedro n˜o vazio e x ∗ ∈ P. Ent˜o as seguintes afirmativas
                    a                      a
s˜o equivalentes:
 a
  1   x ∗ ´ um ponto extremo;
          e
  2   x ∗ ´ um v´rtice;
          e     e
  3   x ∗ ´ uma solu¸˜o b´sica vi´vel.
          e         ca a         a




                     Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                      ca
Prova: v´rtice → ponto extremo
        e


Sem perda de generalidade, vamos assumir que P seja escrito em termos
de restri¸˜es de igualdade ai′ x = bi e desigualdade na forma ai′ x ≥ bi .
         co

Prova
    Suponha que x ∗ seja um v´rtice de P. Ent˜o, por defini¸˜o, existe
                                   e              a            ca
    c ∈ Rn tal que c ′ x ∗ < c ′ y para qualquer y ∈ P, y = x.
    Ent˜o tome y , z ∈ P distintos de x ∗ e λ ∈ [0, 1].
        a
    Temos que c ′ x ∗ < c ′ (λy + (1 − λ)z) e consequentemente
    x ∗ = λy + (1 − λ)z.
    Logo o v´rtice x n˜o pode ser escrito como combina¸˜o convexa de
             e        a                                 ca
    dois outros pontos quaisquer de P e, portanto, o v´rtice ´ tamb´m
                                                      e      e     e
    um ponto extremo.



                   Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                    ca
Ponto extremo → solu¸˜o b´sica vi´vel
                    ca a         a

Prova
   Vamos supor que x ∗ ´ ponto extremo e n˜o ´ solu¸˜o b´sica vi´vel.
                       e                  a e      ca a         a
   Seja I = {i : ai′ x ∗ = bi }. Ent˜o como x ∗ n˜o ´ solu¸˜o b´sica vi´vel,
                                    a            a e      ca a         a
   n˜o existem, dentre as restri¸˜es em I , n linearmente independentes.
    a                              co
   Portanto, os vetores ai : i ∈ I geram um subespa¸o pr´prio de Rn .
                                                       c    o
   Ent˜o deve haver d ∈ Rn tal que ai′ d = 0, ∀i ∈ I . Dado um ǫ > 0
      a
   suficientemente pequeno, consideremos os vetores y = x ∗ + ǫd e
   z = x ∗ − ǫd. Observe que ai′ y = ai′ z = ai′ x ∗ = bi , ∀i ∈ I . Al´m disto,
                                                                       e
   para i ∈ I temos que ai′ x ∗ > bi .
   Se escolhermos ǫ convenientemente (tal que
   ǫ|ai′ d| < ai′ x ∗ − bi , ∀i ∈ I ), temos que y ∈ P. Por argumento similar,
   mostramos que z ∈ P. Ent˜o, x ∗ = z+y e x ∗ n˜o pode ser ponto
                                       a        2        a
   extremo (contradi¸˜o !).ca


                   Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                    ca
Solu¸˜o b´sica vi´vel → v´rtice
    ca a         a       e

Prova
    Considere que x ∗ ´ uma solu¸˜o b´sica vi´vel e I = {i : ai′ x ∗ = bi }.
                      e         ca a         a
    Seja c = i ∈I ai . Ent˜o temos c
                          a          ′x ∗ =        ′ ∗
                                             i ∈I ai x =        i ∈I bi . Por
    outro lado, para qualquer x ∈ P temos c ′x =           ai′ x ≥ i ∈I bi .
                                                      i ∈I
    Consequentemente, mostramos que x ∗ resolve o PL cuja fun¸˜o
                                                             ca
    objetivo ´ (min) c e regi˜o de viabilidade ´ P.
             e               a                 e
    O m´ ınimo de c ′ x ∗ =       i ∈I   ai′ x ∗ =      i ∈I   bi ocorre quando
     ′ x = b , ∀i ∈ I .
    ai      i
    Como x ∗ ´ uma solu¸˜o b´sica vi´vel, existem n restri¸˜es l.i. ativas
              e         ca a        a                     co
    em x ∗ (dentre aquelas que definem I ) e x ∗ ´ a solu¸˜o unica deste
                                                e       ca ´
    sistema linear.
    Portanto, x ∗ ´ o unico minimizador de c ′ x sobre P e, portanto, ´ um
                  e ´                                                 e
    v´rtice de P.
     e

                    Alexandre Salles da Cunha        Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                          ca
Observa¸˜es
       co




Corol´rio
     a
Dado um n´mero finito de restri¸˜es de desigualdades que definem um
            u                 co
poliedro, s´ pode haver um n´mero finito de solu¸˜es b´sicas ou b´sicas
           o                u                  co    a          a
vi´veis associadas a P.
  a




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Solu¸˜es b´sicas adjacentes
    co    a

    Duas solu¸˜es b´sicas para um conjunto de restri¸˜es lineares em Rn
             co     a                               co
    s˜o adjacantes se podemos encontrar n − 1 restri¸˜es linearmente
     a                                              co
    independentes ativas que s˜o comuns `s duas solu¸˜es.
                              a         a            co
    Se duas solu¸˜es b´sicas adjacentes s˜o tamb´m vi´veis, o segmento
                co    a                  a      e    a
    de reta que as une ´ chamado aresta do conjunto de viabilidade.
                       e

Na figura abaixo, D e E s˜o adjacentes a B. A e C s˜o adjacentes a D.
                        a                         a




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Poliedros na forma padr˜o
                       a



   At´ o momento, a defini¸˜o de solu¸˜o b´sica foi dada para um
     e                      ca       ca a
   poliedro descrito de forma geral.

   Vamos especializar esta defini¸˜o para a forma padr˜o, do tipo
                                ca                   a
   P = {x ∈ Rn : Ax = b, x ≥ 0}.

   A especializa¸˜o ser´ fundamental para o desenvolvimento do M´todo
                ca     a                                        e
   Simplex.




                 Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                  ca
Hip´teses iniciais
   o



Consideremos P = {x ∈ Rn : Ax = b, x ≥ 0}, onde a matriz A possui m
linhas.
    Vamos assumir que as m linhas de A s˜o linearmente independentes.
                                        a

    Futuramente, mostraremos que se houver alguma linha linearmente
    dependente, esta pode ser eliminada, sem descaracteriza¸˜o da regi˜o
                                                           ca         a
    de viabilidade (isto ´, a linha ´ redundante).
                         e          e

    Como as linhas de A s˜o n dimensionais, isto implica que m ≤ n.
                         a




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Solu¸˜es b´sicas
    co    a



Pela defini¸˜o dada anteriormente, uma solu¸˜o b´sica para
          ca                               ca a
P = {x ∈ Rn : Ax = b, x ≥ 0} deve ser tal que:


    As m linhas que definem Ax = b s˜o ativas (satisfeitas).
                                   a

    Como estas m linhas s˜o l.i., ´ necess´rio escolher dentre as demais
                           a      e       a
    restri¸˜s xi ≥ 0, n − m para serem ativas.
          ce

    Estas restri¸˜es de n˜o negatividade n˜o podem ser quaisquer.
                co       a                a




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Solu¸˜es b´sicas na forma padr˜o
    co    a                   a



Teorema
Considere as restri¸˜es Ax = b e x ≥ 0 e assuma que a matriz A, m × n,
                   co
possua m linhas linearmente independentes.
Um vetor x ∈ Rn ´ uma solu¸˜o b´sica se e somente se Ax = b e existirem
                      e        ca a
´
ındices B(1), . . . , B(m) de colunas de A tais que:
  1   As colunas AB(1) , AB(2) , . . . , AB(m) s˜o linearmente independentes;
                                                a
  2   Se i ∈ {B(1), . . . , B(m)} ent˜o xi = 0.
                                     a




                     Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                      ca
Prova: Se (1) e (2) → ´ sol. b´sica
                      e       a


Prova
    Considere x ∈ Rn e assuma que existam ´
                                          ındices B(1), . . . , B(m)
    satisfazendo (1) e (2) acima.
    As restri¸˜es ativas xi = 0 para os ´
             co                           ındices i ∈ {B(1), . . . , B(m)}, em
    conjunto com Ax = b, garante que
      m                    n
      i =1 AB(i ) xB(i ) = i =1 Ai xi = Ax = b.
    Como as colunas B(1), . . . , B(m) s˜o l.i., o sistema linear formado
                                         a
    pelas restri¸˜es ativas possui solu¸˜o unica.
                co                     ca ´
    Ou seja, existem n restri¸˜es ativas linearmente independentes, e
                             co
    ent˜o x ´ uma solu¸˜o b´sica (segundo a equivalˆncia das defini¸˜es
       a     e         ca a                           e              co
    anteriores).



                   Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                    ca
Prova: Se ´ sol. b´sica → (1) e (2)
          e       a


Parte 1
Prova
    Assuma que x ´ uma sol. b´sica. Vamos mostrar que (1) e (2) s˜o
                    e        a                                   a
    ent˜o satisfeitas.
       a
    Seja xB(1) , . . . , xB(k) as componentes de x que s˜o n˜o nulas.
                                                        a a
    Uma vez que x ´ b´sica, o sistema de restri¸˜es ativas formado por
                   e a                           co
    Ax = b e xi = 0, i ∈ {B(1), . . . , B(k)} admite sol. unica.
                                                          ´
    Equivalentemente o sistema k=1 AB(i ) xB(i ) = b admite solu¸˜o
                                     i                           ca
    unica.
    ´
    Ou seja, as colunas B(1), . . . , B(k) s˜o li e ent˜o k ≤ m.
                                            a          a




                   Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                    ca
Prova: Se ´ sol. b´sica → (1) e (2)
          e       a



Mostramos at´ agora que B(1), . . . , B(k) s˜o li e k ≤ m.
            e                               a
Parte 2
Prova
    Uma vez que o posto de A ´ m, A possui m linhas e colunas li.
                             e
    Ent˜o ´ poss´ escolher outras m − k colunas B(k + 1), . . . , B(m)
       a e      ıvel
    de A, de forma que as colunas B(1), . . . , B(m) sejam li.
    Observe ent˜o que se i ∈ {B(1), . . . , B(m)} ent˜o xi = 0,
               a                                     a
    completando a prova.




                   Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                    ca
Um procedimento para obten¸˜o de solu¸˜es b´sicas
                          ca         co    a



  1   Escolha m colunas AB(1) , . . . , AB(m) linearmente independentes de A.

  2   Fa¸a xi = 0, ∀i ∈ {B(1), B(2), . . . , B(m)}.
        c

  3   Resolva o sistema linear de m restri¸˜es Ax = b para as vari´veis
                                          co                      a
      xB(1) , xB(2) , . . . , xB(m) .


Se as solu¸˜es geradas atrav´s do procedimento acima satisfizerem
           co                  e
xi ≥ 0, ∀i ∈ {B(1), . . . , B(m)}, a solu¸˜o ´ chamada b´sica vi´vel.
                                         ca e           a       a




                     Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                      ca
Nomenclatura


   As colunas B(1), . . . , B(m) s˜o denominadas b´sicas, assim como as
                                  a               a
   vari´veis de decis˜o a elas associadas.
       a             a

   As demais colunas (e vari´veis) s˜o denominadas n˜o b´sicas.
                            a       a               a a

   A matriz B (m × m) formada pelas colunas b´sicas,
                                               a
   B = [AB(1) AB(2) · · · AB(m) ], ´ chamada base.
                                   e

   As vari´veis b´sicas xB s˜o obtidas resolvendo-se o sistema linear:
          a      a          a
   xB = B −1 b.

   Se xB ≥ 0, x ´ uma solu¸˜o b´sica vi´vel.
                e         ca a         a




                 Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                  ca
Exemplo

                                                
  1    1   2   1   0   0    0         8
 0    1   6   0   1   0    0 
                                   12            

 1                             x =               
       0   0   0   0   1    0      4             
  0    1   0   0   0   0    1         6


      Se escolhermos A4 , A5 , A6 , A7 como colunas b´sicas, temos que B
                                                     a
      corresponde ` uma matriz n˜o singular e xB = (0, 0, 0, 8, 12, 4, 6) ≥ 0
                   a                 a
      ´ uma solu¸˜o b´sica vi´vel.
      e          ca a          a

      Outra base pode ser obtida escolhendo-se como b´sicas as colunas
                                                           a
      A3 , A5 , A6 , A7 . A matriz B resultante ´ claramente n˜o singular e a
                                                e             a
      solu¸˜o b´sica xB = (0, 0, 4, 0, −12, 4, 6) ≥ 0 ´ n˜o vi´vel.
           ca a                                        e a     a



                       Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                        ca
Interpreta¸˜o econˆmica das solu¸˜es b´sicas
          ca      o             co    a

    Uma solu¸˜o b´sica permite sintetizar b ∈ Rm usando-se apeans m
              ca a
    recursos, isto ´, b = m AB(i ) xB(i ) .
                   e      i =1
    Em uma solu¸˜o b´sica vi´vel, a s´
                ca a         a       ıntese ocorrer por meio de pesos
    n˜o negativos das colunas b´sicas (xB ≥ 0).
     a                         a




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Correspondˆncia entre bases e solu¸˜es b´sicas
          e                       co    a




    Diferentes solu¸˜es b´sicas precisam corresponder a diferentes bases,
                   co    a
    uma vez que uma base determina unicamente uma solu¸˜o b´sica.
                                                            ca a

    Entretanto, duas bases diferentes podem levar ` mesma solu¸˜o
                                                  a           ca
    b´sica.
     a

    Este fenˆmeno possui consequˆncias muito importantes do ponto de
             o                  e
    vista algoritmico.




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Bases adjacentes e solu¸˜es b´sicas adjacentes
                       co    a

Da mesma forma que definimos solu¸˜es b´sicas adjacentes como aquelas
                                    co     a
que compartilham n − 1 restri¸˜es l.i. justas, definimos bases adjacentes
                             co
matrizes que compartilham m − 1 colunas (isto ´, que diferem apenas por
                                                 e
uma coluna).
                                                                
                            1       1    2      1    0    0    0
                           0       1    6      0    1    0    0 
                                                                
                           1       0    0      0    0    1    0 
                            0       1    0      0    0    0    1

    {A4 , A5 , A6 , A7 } e {A3 , A5 , A6 , A7 } s˜o bases adjacentes.
                                                 a
    As correspondentes solu¸˜es b´sicas (0, 0, 0, 8, 12, 4, 6) e
                               co    a
    (0, 0, 4, 0, −12, 4, 6) s˜o adjacentes uma vez que n = 7 e temos que
                             a
    as restri¸˜es x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 em conjunto com as restri¸˜es de
              co                                             co
    igualdade formam um sistema de 6 restri¸˜es justas l.i.
                                               co
                    Alexandre Salles da Cunha       Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                         ca
A hip´tese de posto completo de A
     o


Teorema
Seja P = {x ∈ Rn : Ax = b, x ≥ 0} um poliedro n˜o vazio, onde
                                               a
A∈R   m×n possui linhas a′ , a′ , . . . , a′ .
                         1 2               m

Assuma que o posto de A seja k < m e que as primeiras k linhas de A,
 ′    ′            ′
a1 , a2 , . . . , ak , sejam l.i.
Ent˜o o poliedro
   a

              Q = {x ∈ Rn : ai′ x = bi , ∀i = 1, . . . , k, ≥ 0}

e P s˜o idˆnticos (P = Q) e n˜o h´ perda de generalidade na hip´tese de
     a    e                  a a                               o
posto completo de A.



                   Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                    ca
Prova

Prova
   Observe que se as primeiras k linhas n˜o forem l.i. podemos
                                         a
   rearranjar a ordem das linhas de forma que isto aconte¸a.
                                                         c
   Claramente P ⊂ Q.
   Vamos mostrar que Q ⊂ P e ent˜o P = Q.
                                a
   Se o posto de A ´ k, ent˜o o espa¸o linha de A possui dimens˜o k e
                       e     a         c                       a
   qualquer linha de A pode ser escrita como combina¸˜o linear destas k
                                                        ca
   linhas, isto ´, ai′ = k λij aj′ para escalares λij .
                e        j=1
   Considere x ∈ P. Observe que ai′ x = bi , ∀i = 1, . . . , m. Logo
   bi = ai′ x = k λij aj′ x = k λij bj , ∀i = 1, . . . , m
                j=1           j=1
                                                k                      k
   Tome agora y ∈ Q. Ent˜o ai′ y =
                        a                                ′
                                                j=1 λij aj y   =       j=1 λij bj   = bi .
   Logo y ∈ P e Q ⊂ P.


                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Degenera¸˜o
        ca



    De acordo com a nossa defini¸˜o, em uma solu¸ao b´sica, dispomos
                                  ca               c˜ a
    de n restri¸˜es ativas linearmente independentes.
               co
    Obviamente, o m´ximo n´mero de restri¸˜es linearmente
                      a     u            co
    independentes ´ n, mas podemos ter em uma solu¸˜o b´sica mais de
                    e                              ca a
    n restri¸˜es ativas.
            co

Defini¸˜o
     ca
Uma solu¸˜o b´sica x ∈ Rn ´ chamada degenerada se mais de n restri¸˜es
          ca a            e                                       co
s˜o ativas em x.
 a




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Degenera¸˜o - Exemplo
        ca

Considere o politopo P dado pelas restri¸˜es:
                                        co

                           x1 + x2 + 2x3 ≤ 8
                                 x2 + 6x3 ≤ 12
                                               x1 ≤ 4
                                               x2 ≤ 6
                                  x1 , x2 , x3 ≥ 0.


    (2, 6, 0) n˜o degenerada, uma vez que h´ exatamente trˆs restri¸˜es
               a                            a              e       co
    ativas no ponto (s˜o justas: x3 = 0, x2 ≤ 6, x1 + x2 + 2x3 ≤ 8)
                       a
    (4, 0, 2) ´ uma solu¸˜o degenerada (s˜o justas:
              e         ca               a
    x1 + x2 + 2x3 ≤ 8, x2 + 6x3 ≤ 12, x1 ≤ 4, x2 ≥ 0).


                   Alexandre Salles da Cunha     Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                      ca
Degenera¸˜o
        ca




              Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                               ca
Degenera¸˜o no formato padr˜o
        ca                 a



    Em uma solu¸˜o b´sica de um poliedro na forma padr˜o, as m
                  ca a                                a
    restri¸˜es de igualdade s˜o ativas.
          co                 a
    Assim sendo, ter mais que n desigualdades ativas em um ponto,
    equivale a ter mais de n − m vari´veis no n´ zero.
                                     a         ıvel

Defini¸˜o
     ca
Considere o poliedro na forma padr˜o P = {x ∈ Rn : Ax = b, x ≥ 0}.
                                  a
Assuma que x seja uma solu¸˜o b´sica ´ uma solu¸˜o b´sica e que m seja
                            ca a      e        ca a
o n´mero de linhas de A. O vetor x ´ chamado degenerado se mais de
   u                                e
n − m componentes do vetor x s˜o nulas.
                                a




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Exemplo

Consideremos o poliedro    do exemplo anterior, ap´s introdu¸˜o de vari´veis
                                                  o         ca         a
de folga.                                                                   
                     1       1    2    1       0   0    0        8
                    0       1    6    0       1   0    0      12            
              A=   1
                                                          b =                
                             0    0    0       0   1    0      4             
                     0       1    0    0       0   0    1        6

    Vamos considerar a solu¸˜o b´sica associada `s colunas
                           ca a                 a
    A1 , A2 , A3 , A7.
    Fixando x4 = x5 = x6 = 0 e resolvendo linear BxB = b, temos que
    x = (4, 0, 2, 0, 0, 0, 6) que ´ uma solu¸˜o b´sica (vi´vel) degenerada,
                                  e         ca a          a
    uma vez que x2 = 0 ´ uma vari´vel b´sica em 0.
                             e        a     a
    Consequentemente, temos 4 vari´veis no n´ zero e n˜o
                                  a         ıvel      a
    n − m = 7 − 4 = 3 apenas.

                   Alexandre Salles da Cunha       Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                        ca
Interpretando a degenera¸˜o
                        ca
   Escolhemos uma solu¸˜o b´sica selecionando n restri¸˜es linearmente
                        ca a                            co
   independentes para serem satisfeitas na igualdade. Percebemos em
   seguida que outras restri¸˜es, al´m das n que selecionamos, s˜o
                            co      e                           a
   tamb´m justas naquela solu¸˜o b´sica.
        e                      ca a
   Se as entradas de A e b forem escolhidas aleatoriamente, a chance
   das solu¸˜es b´sicas decorrentes serem degeneradas ´ muito pequena.
           co    a                                      e
   Em muitas aplica¸˜es (onde A e b possui estrutura n˜o aleat´ria), a
                    co                                   a      o
   degenera¸˜o ´ bastante comum.
            ca e
   A figura abaixo procura ilustrar que pequenas perturba¸˜es nos dados
                                                           co
   do Programa Linear permitem eliminar a degenera¸˜o.
                                                     ca




                 Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                  ca
Visualizando a degenera¸˜o na forma padr˜o
                       ca               a
Neste exemplo temos n = 6, m = 4, n − m = 2.




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
A degenera¸˜o n˜o ´ uma propriedade puramente
           ca a e
geom´trica
     e

A degenera¸˜o n˜o ´ independente do modo como representamos o
           ca a e
poliedro. Considere o poliedro P representado de duas formas:
    P = {x ∈ R3 : x1 − x2 =
    0, x1 + x2 + 2x3 = 2, x1 ≥
    0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0 e
    P = {x ∈ R3 : x1 − x2 =
    0, x1 + x2 + 2x3 = 2, x1 ≥
    0, x3 ≥ 0.
O ponto x = (0, 0, 1) ´
                      e
degenerado diante da primeira
representa¸˜o, e n˜o degenerado
          ca      a
diante da segunda.


                   Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                    ca
Outro exemplo

   Considere uma solu¸˜o x ∗ b´sica vi´vel n˜o degenerada para um
                      ca      a       a     a
   poliedro na forma padr˜o P = {x ∈ R
                         a              n : Ax = b, x ≥ 0}, onde

   A ∈ Rm×n . Temos ent˜o exatamente n − m vari´veis satisfazendo
                         a                        a
    ∗ = 0.
   xi
   Se reescrevermos o poliedro da seguinte forma
   P = {x ∈ Rn : Ax ≥ b, −Ax ≥ −b, x ≥ 0} temos exatamente as
   mesmas n − m vari´veis satisfazendo xi∗ = 0 e mais 2m restri¸˜es
                       a                                         co
   justas em x ∗ (totalizando n + m justas). Portanto, para esta nova
   representa¸˜o, x ∗ ´ uma solu¸˜o b´sica vi´vel degenerada.
             ca       e          ca a        a
   Mostramos casos onde uma solu¸˜o ´ degenerada diante de uma
                                   ca e
   representa¸˜o e n˜o ´ diante de outra.
               ca    a e
   ´ poss˜ mostrar que se uma solu¸˜o b´sica ´ degenerada diante de
   E      ivel                        ca a      e
   uma forma padr˜o particular, ent˜o ser´ degenerada diante de
                   a                a     a
   qualquer outra forma padr˜o do mesmo poliedro.
                             a

                 Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                  ca
Existˆncia de pontos extremos
     e
   Vamos obter uma condi¸˜o suficiente para um poliedro possuir um
                         ca
   ponto extremo.
   Nem todo poliedro possui um ponto extremo. Exemplo: um
   semiespa¸o em Rn (n > 1) n˜o possui ponto extremo.
           c                   a
   O poliedro P = {x ∈ R n : Ax ≥ b} onde A ∈ Rm×n e m < n n˜oa
   possui ponto extremo.




                Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                 ca
Existˆncia de pontos extremos
     e


Defini¸˜o
     ca
Um poliedro P ⊂ Rn possui uma linha se existir um vetor x ∈ P e uma
dire¸˜o d ∈ Rn n˜o nula tal que x + λd ∈ P para todo λ.
    ca          a

Teorema
Suponha que o poliedro P = {x ∈ Rn : ai′ x ≥ bi , i = 1, . . . , m} ´ n˜o
                                                                    e a
vazio. Ent˜o, as seguintes afirmativas s˜o equivalentes:
          a                            a
  1   O poliedro P possui pelo menos um ponto extremo.
  2   O poliedro P n˜o possui uma linha.
                    a
  3   Dentre os vetores ai : i = 1, . . . , m, existem n linearmente
      independentes.



                     Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                      ca
Prova

Prova
(2) → (1)
    Seja x ∈ P e I = {i : ai′ x = bi }. Se n dos vetores em I s˜o l.i. nada
                                                               a
    temos a provar (x seria, por defini¸˜o uma solu¸` b´sica). Ent˜o
                                         ca           c.ao a            a
    assumimos n˜o ser este o caso.
                a
    Ent˜o os vetores em I formam um subespa¸o pr´prio de Rn , existindo
       a                                       c o
    portanto d ∈ Rn tal que ai′ d = 0, i ∈ I .
    Consideremos os pontos da forma y = x + λd. Para todo i ∈ I ,
    temos ai′ y = ai′ x + λai′ d = ai′ x = bi .
    Como n˜o h´ uma linha e como ao longo de d todas as restri¸˜es em
               a a                                              co
    I permanecem ativas, h´ um valor para λ, digamos λ∗ , para o qual
                                a
    uma nova restri¸˜o se torna justa. Isto ´, existe
                      ca                    e
    λ∗ : aj′ (x + λ∗ d) = bj , j ∈ I .


                   Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                    ca
Prova

Prova
(2) → (1) - Continua¸˜o
                    ca
    Afirmamos que aj n˜o ´ uma combina¸˜o linear dos vetores ai : i ∈ I .
                        a e               ca
                 ′ x = b e a′ (x + λd) = b . Logo a′ d = 0.
    Isto porque aj      j   j             j        j
    Recorde que d ⊥ span({ai : i ∈ I }), logo ai′ d = 0.
    Uma vez que aj n˜o ´ ortogonal a d e ai : i ∈ I s˜o ortogonais a d, aj
                    a e                              a
    n˜o pode ser uma combina¸˜o linear dos vetores ai : i ∈ I .
     a                       ca
    Logo, o n´mero de restri¸˜es l.i. aumentou em uma unidade ao
             u              co
    movermos de x para x + λ∗ d.
    Repetindo o processo quantas vezes forem necess´rias, terminamos
                                                   a
    em um ponto em que o n´mero de restri¸˜es l.i. ´ n e, por defini¸˜o,
                            u              co      e               ca
    este ponto ´ uma solu¸˜o b´sica.
               e         ca a


                   Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                    ca
Prova




Prova
(1) → (3)
    Se P possui um ponto extremo x, ent˜o x ´ uma solu¸˜o b´sica
                                       a    e         ca a
    vi´vel.
      a
    Por defini¸˜o, existem para x, n restri¸˜es ativas em x cujos vetores
                ca                        co
    ai s˜o l.i.
        a




                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca
Prova


Prova
(3) → (2)
    Assuma que n dos vetores ai , digamos, a1 , . . . , an , sejam l.i.
    Suponha que P contenha uma linha x + λd, onde d ´ um vetor n˜o
                                                    e           a
    nulo.
    Ent˜o temos ai′ (x + λd) ≥ bi , ∀i , ∀λ ∈ R. Para que isto ocorra,
         a
    ai′ d = 0 (se ai′ d < 0, tomar´
                                  ıamos λ suficientemente grande e
    violariamos a restri¸˜o. Racioc´ an´logo vale se ai′ d > 0.)
                          ca         ınio a
    Entretanto, como os vetores a1 , . . . , an s˜o l.i., temos que d = 0.
                                                 a
    Logo, temos uma contradi¸˜o e P n˜o pode conter uma linha.
                            ca       a




                    Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                     ca
Otimalidade de pontos extremos

    Na medida em que um Programa Linear possui uma solu¸˜o ´tima e
                                                         ca o
    na medida em que o conjunto de pontos vi´veis de um PL inclui pelo
                                             a
    menos um ponto extremo, ent˜o podemos sempre encontrar uma
                                 a
    solu¸˜o ´tima no conjunto de pontos extremos.
        ca o

Teorema
Considere o Programa Linear que consiste em minimizar c ′ x em um
poliedro P. Assuma que P possui pelo menos um ponto extremo e que
exista uma solu¸˜o ´tima para o Programa Linear. Ent˜o, existe uma
               ca o                                 a
solu¸˜o ´tima que ´ um ponto extremo de P.
    ca o          e

Teorema
Considere o Programa Linear que consiste em minimizar c ′ x em um
poliedro P. Assuma que P possui pelo menos um ponto extremo. Ent˜o,
                                                                  a
ou o custo ´timo ´ −∞ ou existe um ponto extremo de P que ´ ´timo.
           o     e                                            eo
                  Alexandre Salles da Cunha   Geometria da Programa¸˜o Linear
                                                                   ca

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Was ist angesagt? (17)

Redes Neurais: Estimação de Densidades
Redes Neurais: Estimação de DensidadesRedes Neurais: Estimação de Densidades
Redes Neurais: Estimação de Densidades
 
Redes Neurais: Técnicas Bayesianas
Redes Neurais: Técnicas BayesianasRedes Neurais: Técnicas Bayesianas
Redes Neurais: Técnicas Bayesianas
 
V@R Não-Linear
V@R Não-LinearV@R Não-Linear
V@R Não-Linear
 
Resumo MD
Resumo MDResumo MD
Resumo MD
 
Resumo - Álgebra Linear
Resumo - Álgebra LinearResumo - Álgebra Linear
Resumo - Álgebra Linear
 
Mat limites 001
Mat limites  001Mat limites  001
Mat limites 001
 
Redes Neurais: Processos Gaussianos
Redes Neurais: Processos GaussianosRedes Neurais: Processos Gaussianos
Redes Neurais: Processos Gaussianos
 
Calculo1 aula08
Calculo1 aula08Calculo1 aula08
Calculo1 aula08
 
Redes Neurais: classificação e regressão
Redes Neurais: classificação e regressãoRedes Neurais: classificação e regressão
Redes Neurais: classificação e regressão
 
Limites2
Limites2Limites2
Limites2
 
Tarefa7
Tarefa7Tarefa7
Tarefa7
 
Introdução à Amostragem Compressiva
Introdução à Amostragem CompressivaIntrodução à Amostragem Compressiva
Introdução à Amostragem Compressiva
 
Redes neurais com matlab
Redes neurais com matlabRedes neurais com matlab
Redes neurais com matlab
 
Calculo1 aula02
Calculo1 aula02Calculo1 aula02
Calculo1 aula02
 
Tarefa7
Tarefa7Tarefa7
Tarefa7
 
Tarefa7
Tarefa7Tarefa7
Tarefa7
 
Ex algebra (8)
Ex algebra  (8)Ex algebra  (8)
Ex algebra (8)
 

Ähnlich wie Geometria da Programação Linear - Pontos extremos e vírtices

GEOMETRIA ANALÍTICA cap 06
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  06GEOMETRIA ANALÍTICA cap  06
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 06Andrei Bastos
 
Razão e proporção1
Razão e proporção1Razão e proporção1
Razão e proporção1Luccy Crystal
 
Resolução - P2 - Modelo C - Geometria Analítica
Resolução - P2 - Modelo C - Geometria AnalíticaResolução - P2 - Modelo C - Geometria Analítica
Resolução - P2 - Modelo C - Geometria AnalíticaRodrigo Thiago Passos Silva
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07Andrei Bastos
 
Gacap07 130507191031-phpapp02
Gacap07 130507191031-phpapp02Gacap07 130507191031-phpapp02
Gacap07 130507191031-phpapp02Carlos Andrade
 
Proposta_Prova-modelo_MatemáticaA12_2019.pdf
Proposta_Prova-modelo_MatemáticaA12_2019.pdfProposta_Prova-modelo_MatemáticaA12_2019.pdf
Proposta_Prova-modelo_MatemáticaA12_2019.pdfmadamastor
 
Fisica vetores
Fisica vetoresFisica vetores
Fisica vetorescomentada
 
Resolução - P2 - Modelo B - Geometria Analítica
Resolução - P2 - Modelo B - Geometria AnalíticaResolução - P2 - Modelo B - Geometria Analítica
Resolução - P2 - Modelo B - Geometria AnalíticaRodrigo Thiago Passos Silva
 
Resolução - P2 - Modelo A - Geometria Analítica
Resolução - P2 - Modelo A - Geometria AnalíticaResolução - P2 - Modelo A - Geometria Analítica
Resolução - P2 - Modelo A - Geometria AnalíticaRodrigo Thiago Passos Silva
 
Ap 6 Correlação Linear.pdf
Ap 6 Correlação Linear.pdfAp 6 Correlação Linear.pdf
Ap 6 Correlação Linear.pdfHelcioSuguiyama2
 
Aula 15: O oscilador harmônico
Aula 15: O oscilador harmônicoAula 15: O oscilador harmônico
Aula 15: O oscilador harmônicoAdriano Silva
 
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempoAplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempoLucas Guimaraes
 

Ähnlich wie Geometria da Programação Linear - Pontos extremos e vírtices (20)

GEOMETRIA ANALÍTICA cap 06
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  06GEOMETRIA ANALÍTICA cap  06
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 06
 
Cálculo vetorial
Cálculo vetorialCálculo vetorial
Cálculo vetorial
 
Calculo vetorial
Calculo vetorialCalculo vetorial
Calculo vetorial
 
Razão e proporção1
Razão e proporção1Razão e proporção1
Razão e proporção1
 
Resolução - P2 - Modelo C - Geometria Analítica
Resolução - P2 - Modelo C - Geometria AnalíticaResolução - P2 - Modelo C - Geometria Analítica
Resolução - P2 - Modelo C - Geometria Analítica
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07
 
Gacap07 130507191031-phpapp02
Gacap07 130507191031-phpapp02Gacap07 130507191031-phpapp02
Gacap07 130507191031-phpapp02
 
Regressao linear multipla
Regressao linear multiplaRegressao linear multipla
Regressao linear multipla
 
Proposta_Prova-modelo_MatemáticaA12_2019.pdf
Proposta_Prova-modelo_MatemáticaA12_2019.pdfProposta_Prova-modelo_MatemáticaA12_2019.pdf
Proposta_Prova-modelo_MatemáticaA12_2019.pdf
 
Fisica vetores
Fisica vetoresFisica vetores
Fisica vetores
 
Aula4 introbusto
Aula4 introbustoAula4 introbusto
Aula4 introbusto
 
Revisao 2 2019.pdf
Revisao 2 2019.pdfRevisao 2 2019.pdf
Revisao 2 2019.pdf
 
Resolução - P2 - Modelo B - Geometria Analítica
Resolução - P2 - Modelo B - Geometria AnalíticaResolução - P2 - Modelo B - Geometria Analítica
Resolução - P2 - Modelo B - Geometria Analítica
 
Equaçoes literais
Equaçoes literaisEquaçoes literais
Equaçoes literais
 
Cadernodequestes ano2004
Cadernodequestes ano2004Cadernodequestes ano2004
Cadernodequestes ano2004
 
Resolução - P2 - Modelo A - Geometria Analítica
Resolução - P2 - Modelo A - Geometria AnalíticaResolução - P2 - Modelo A - Geometria Analítica
Resolução - P2 - Modelo A - Geometria Analítica
 
Ap 6 Correlação Linear.pdf
Ap 6 Correlação Linear.pdfAp 6 Correlação Linear.pdf
Ap 6 Correlação Linear.pdf
 
Aula 15: O oscilador harmônico
Aula 15: O oscilador harmônicoAula 15: O oscilador harmônico
Aula 15: O oscilador harmônico
 
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempoAplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
 
Apostila limites
Apostila limitesApostila limites
Apostila limites
 

Kürzlich hochgeladen

GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfRavenaSales1
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxedelon1
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 

Kürzlich hochgeladen (20)

GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 

Geometria da Programação Linear - Pontos extremos e vírtices

  • 1. Geometria da Programa¸˜o Linear ca Alexandre Salles da Cunha DCC-UFMG, Mar¸o 2012 - v.02 c Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 2. Poliedros Defini¸˜o ca Um poliedro ´ um conjunto que pode ser representado da seguinte forma: e P = {x ∈ R n : Ax ≥ b}, onde A ´ uma matriz m × n e b ∈ Rm . e Poliedro na forma padr˜o a Um poliedro ´ dito ser escrito na forma padr˜o se ´ representado da e a e seguinte forma: P = {x ∈ R n : Ax = b, x ≥ 0} Defini¸˜o ca Um poliedro limitado ´ chamado politopo. e Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 3. Semiespa¸os e hiperplanos c Defini¸˜o ca Seja a um vetor n˜o nulo em Rn e b um escalar. a 1 O conjunto {x ∈ Rn : a′ x = b ´ chamado hiperplano. e 2 Os conjuntos {x ∈ Rn : a′ x ≥ b e {x ∈ Rn : a′ x ≤ b s˜o chamados a semiespa¸os. c Observa¸˜es: co O hiperplano ´ a fronteira dos dois semiespa¸os associados. e c O vetor a ´ ortogonal a qualquer hiperplano que defina (que depende e tamb´m de b). e Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 4. Poliedros, semiespa¸os, hiperplanos c O poliedro pode ser escrito como a interse¸˜o de um n´mero finito de ca u restri¸˜es lineares (hiperplanos e semiespa¸os). co c Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 5. Hiperplanos e conjuntos convexos Proposi¸˜o ca 1 Todo poliedro ´ um conjunto convexo. e 2 A interse¸˜o de conjuntos convexos (poliedros em particular) ´ ca e convexa. 3 A combina¸˜o convexa de um conjunto finito de elementos de um ca conjunto pertence ao conjunto. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 6. Pontos extremos, v´rtices e solu¸˜es b´sicas e co a Verificamos atrav´s do m´todo gr´fico de resolu¸˜o que uma solu¸˜o e e a ca ca o ´tima de um PL tende a ocorrer em um canto do poliedro que define a regi˜o de viabilidade do PL. a Vamos apresentar trˆs formas alternativas de definir o que venha a ser e um canto do poliedro. ◮ Argumentos geom´tricos: pontos extremos e v´rtices de um poliedro. e e ◮ Argumentos alg´bricos: solu¸oes b´sicas (e b´sicas vi´veis) de um e c˜ a a a poliedro. Mostraremos que estas alternativas s˜o equivalentes. a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 7. Ponto extremo Defini¸˜o ca Seja P um poliedro. Um vetor x ∈ P ´ um ponto extremo de P se n˜o for e a poss´ escrever x como uma combina¸˜o linear convexa de dois pontos ıvel ca z, y ∈ P (distintos de x). Isto ´, n˜o existem z, y ∈ P, z, y = x e e a λ ∈ [0, 1] tal que x = λz + (1 − λ)y . Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 8. V´rtice do poliedro e Defini¸˜o ca Seja P um poliedro. Um vetor x ∈ P ´ um v´rtice de P se existe algum e e vetor c ∈ R tal que c ′ x < c ′ y para qualquer y ∈ P, y = x. Isto ´, x ´ um v´rtice do poliedro se e e e {y : c ′ y = c ′ x} ∩ P = {x}. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 9. Desvantagens das descri¸˜es geom´tricas dadas co e Estas descri¸˜es n˜o s˜o f´ceis de serem tratadas em um algoritmo. co a a a Seria desej´vel dispor de uma descri¸˜o de canto que dependesse da a ca representa¸˜o do poliedro em termos de restri¸˜es lineares, que ca co pudesse ser resumido a um ”simples”teste alg´brico. e Para este prop´sito, vamos considerar a seguinte defini¸ao: o c˜ Restri¸˜es ativas co Assuma que P seja caracterizado por restri¸˜es lineares de igualdade e co desigualdade: ai′ x ≥ bi , ∀i ∈ M1 , ai′ x ≤ bi , ∀i ∈ M2 , ai′ x = bi , ∀i ∈ M3 . Ent˜o se um vetor x ∗ satisfaz ai′ x ∗ = bi para algum i ∈ M1 ∪ M2 ∪ M3 a dizemos que a restri¸˜o i ´ ativa. Se x ∗ ´ vi´vel, toda restri¸˜o cujo ´ ca e e a ca ındice i ∈ M3 ´ ativa. e Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 10. Observa¸˜es co Se existem n restri¸˜es ativas em x ∗ , ent˜o x ∗ satisfaz um sistema co a linear de n restri¸˜es em n vari´veis. Este sistema linear admite co a solu¸˜o unica se estas n restri¸˜es s˜o linearmente independentes (em ca ´ co a um abuso de linguagem). Proposi¸˜o ca Dado x ∗ ∈ Rn e I = {i : ai′ x ∗ = bi } o conjunto dos ´ ındices das restri¸˜es co ativas em x ∗ . Ent˜o, s˜o equivalentes as afirmativas: a a 1 Existem n vetores no conjunto {ai : i ∈ I } que s˜o l.i. a 2 span({ai : i ∈ I }) = Rn 3 O sistema linear ai′ x = bi , ∀i ∈ I possui solu¸˜o unica. ca ´ Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 11. Prova Prova (1) ⇔ (2) (1) ← (2): Suponha que os vetores ai : i ∈ I gerem Rn . Ent˜o a dim(span({ai : i ∈ I })) = n e {ai : i ∈ I } formam uma base de Rn , sendo linearmente independente. (1) → (2): Suponha que os vetores ai : i ∈ I sejam l.i. Ent˜o o subespa¸o gerado a c por estes n vetores ´ n dimensional e necessita ser R e n . Assim qualquer vetor em Rn pode ser escrito como uma combina¸˜o linear ca de ai : i ∈ I Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 12. Prova (2) ⇔ (3) : (2) ← (3) : (por contradi¸˜o) ca Assuma que o sistema ai′ x = bi : i ∈ I admita duas solu¸˜es distintas co x 1 e x 2 . Ent˜o o vetor d = x 1 − x 2 = 0 satisfaz ai d = 0, ∀i ∈ I e n˜o a a pode ser escrito como combina¸˜o linear dos vetores ai : i ∈ I e ca portanto span({ai : i ∈ I } = Rn (absurdo !). Logo x 1 = x 2 . (2) → (3) : Se os vetores ai : i ∈ I n˜o geram Rn , existe d = 0 tal a que ai′d = 0 : i ∈ I . Ent˜o se x satisfaz ai′ x = bi : i ∈ I , temos que ai′ (x + d) = bi : i ∈ I e a temos m´ltiplas solu¸˜es para o sistema linear. u co Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 13. Defini¸˜o alg´brica de canto ca e Defini¸˜o ca Considere um poliedro P definido por m restri¸˜es lineares e x ∗ um elemento do Rn co (m ≥ n). 1 O vetor x ∗ ´ uma solu¸˜o b´sica se: e ca a 1 Todas as restri¸oes de igualdade que c˜ definem P s˜o ativas (satisfeitas) a 2 Dentre todas as restri¸oes que s˜o c˜ a ativas em x ∗ (de igualdade inclusas) existem n delas que s˜o l.i. a 2 Se x ∗ ´ uma solu¸˜o b´sica e todas as e ca a restri¸˜es que definem P s˜o co a satisfeitas, ent˜o x ∗ ´ uma solu¸˜o a e ca b´sica vi´vel. a a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 14. Caso em que n > m Se o n´mero m de restri¸˜es lineares empregadas para representar um u co poliedro ´ inferior a n, o n´mero de restri¸˜es ativas ´ sempre inferior e u co e a n. Consequentemente, n˜o existem solu¸˜es b´sicas ou b´sicas vi´veis. a co a a a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 15. Observa¸˜es co Note na figura anterior que os pontos A, B, C s˜o solu¸˜es b´sicas a co a vi´veis. a O ponto D n˜o ´ b´sica porque n˜o sastisfaz a restri¸˜o de igualdade a e a a ca x1 + x2 + x3 = 1. Entretanto, se a restri¸˜o x1 + x2 + x3 = 1 for reescrita como ca x1 + x2 + x3 ≤ 1 e x1 + x2 + x3 ≥ 1, o ponto D passa a ser solu¸˜o ca b´sica da nova forma empregada para representar o poliedro P. a Isto ´, o modo como o poliedro ´ representado em termos de e e restri¸˜es lineares influencia o conjunto de solu¸oes b´sicas. co c˜ a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 16. Mais um exemplo Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 17. As trˆs formas de representa¸˜o s˜o equivalentes e ca a Teorema Seja P um poliedro n˜o vazio e x ∗ ∈ P. Ent˜o as seguintes afirmativas a a s˜o equivalentes: a 1 x ∗ ´ um ponto extremo; e 2 x ∗ ´ um v´rtice; e e 3 x ∗ ´ uma solu¸˜o b´sica vi´vel. e ca a a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 18. Prova: v´rtice → ponto extremo e Sem perda de generalidade, vamos assumir que P seja escrito em termos de restri¸˜es de igualdade ai′ x = bi e desigualdade na forma ai′ x ≥ bi . co Prova Suponha que x ∗ seja um v´rtice de P. Ent˜o, por defini¸˜o, existe e a ca c ∈ Rn tal que c ′ x ∗ < c ′ y para qualquer y ∈ P, y = x. Ent˜o tome y , z ∈ P distintos de x ∗ e λ ∈ [0, 1]. a Temos que c ′ x ∗ < c ′ (λy + (1 − λ)z) e consequentemente x ∗ = λy + (1 − λ)z. Logo o v´rtice x n˜o pode ser escrito como combina¸˜o convexa de e a ca dois outros pontos quaisquer de P e, portanto, o v´rtice ´ tamb´m e e e um ponto extremo. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 19. Ponto extremo → solu¸˜o b´sica vi´vel ca a a Prova Vamos supor que x ∗ ´ ponto extremo e n˜o ´ solu¸˜o b´sica vi´vel. e a e ca a a Seja I = {i : ai′ x ∗ = bi }. Ent˜o como x ∗ n˜o ´ solu¸˜o b´sica vi´vel, a a e ca a a n˜o existem, dentre as restri¸˜es em I , n linearmente independentes. a co Portanto, os vetores ai : i ∈ I geram um subespa¸o pr´prio de Rn . c o Ent˜o deve haver d ∈ Rn tal que ai′ d = 0, ∀i ∈ I . Dado um ǫ > 0 a suficientemente pequeno, consideremos os vetores y = x ∗ + ǫd e z = x ∗ − ǫd. Observe que ai′ y = ai′ z = ai′ x ∗ = bi , ∀i ∈ I . Al´m disto, e para i ∈ I temos que ai′ x ∗ > bi . Se escolhermos ǫ convenientemente (tal que ǫ|ai′ d| < ai′ x ∗ − bi , ∀i ∈ I ), temos que y ∈ P. Por argumento similar, mostramos que z ∈ P. Ent˜o, x ∗ = z+y e x ∗ n˜o pode ser ponto a 2 a extremo (contradi¸˜o !).ca Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 20. Solu¸˜o b´sica vi´vel → v´rtice ca a a e Prova Considere que x ∗ ´ uma solu¸˜o b´sica vi´vel e I = {i : ai′ x ∗ = bi }. e ca a a Seja c = i ∈I ai . Ent˜o temos c a ′x ∗ = ′ ∗ i ∈I ai x = i ∈I bi . Por outro lado, para qualquer x ∈ P temos c ′x = ai′ x ≥ i ∈I bi . i ∈I Consequentemente, mostramos que x ∗ resolve o PL cuja fun¸˜o ca objetivo ´ (min) c e regi˜o de viabilidade ´ P. e a e O m´ ınimo de c ′ x ∗ = i ∈I ai′ x ∗ = i ∈I bi ocorre quando ′ x = b , ∀i ∈ I . ai i Como x ∗ ´ uma solu¸˜o b´sica vi´vel, existem n restri¸˜es l.i. ativas e ca a a co em x ∗ (dentre aquelas que definem I ) e x ∗ ´ a solu¸˜o unica deste e ca ´ sistema linear. Portanto, x ∗ ´ o unico minimizador de c ′ x sobre P e, portanto, ´ um e ´ e v´rtice de P. e Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 21. Observa¸˜es co Corol´rio a Dado um n´mero finito de restri¸˜es de desigualdades que definem um u co poliedro, s´ pode haver um n´mero finito de solu¸˜es b´sicas ou b´sicas o u co a a vi´veis associadas a P. a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 22. Solu¸˜es b´sicas adjacentes co a Duas solu¸˜es b´sicas para um conjunto de restri¸˜es lineares em Rn co a co s˜o adjacantes se podemos encontrar n − 1 restri¸˜es linearmente a co independentes ativas que s˜o comuns `s duas solu¸˜es. a a co Se duas solu¸˜es b´sicas adjacentes s˜o tamb´m vi´veis, o segmento co a a e a de reta que as une ´ chamado aresta do conjunto de viabilidade. e Na figura abaixo, D e E s˜o adjacentes a B. A e C s˜o adjacentes a D. a a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 23. Poliedros na forma padr˜o a At´ o momento, a defini¸˜o de solu¸˜o b´sica foi dada para um e ca ca a poliedro descrito de forma geral. Vamos especializar esta defini¸˜o para a forma padr˜o, do tipo ca a P = {x ∈ Rn : Ax = b, x ≥ 0}. A especializa¸˜o ser´ fundamental para o desenvolvimento do M´todo ca a e Simplex. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 24. Hip´teses iniciais o Consideremos P = {x ∈ Rn : Ax = b, x ≥ 0}, onde a matriz A possui m linhas. Vamos assumir que as m linhas de A s˜o linearmente independentes. a Futuramente, mostraremos que se houver alguma linha linearmente dependente, esta pode ser eliminada, sem descaracteriza¸˜o da regi˜o ca a de viabilidade (isto ´, a linha ´ redundante). e e Como as linhas de A s˜o n dimensionais, isto implica que m ≤ n. a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 25. Solu¸˜es b´sicas co a Pela defini¸˜o dada anteriormente, uma solu¸˜o b´sica para ca ca a P = {x ∈ Rn : Ax = b, x ≥ 0} deve ser tal que: As m linhas que definem Ax = b s˜o ativas (satisfeitas). a Como estas m linhas s˜o l.i., ´ necess´rio escolher dentre as demais a e a restri¸˜s xi ≥ 0, n − m para serem ativas. ce Estas restri¸˜es de n˜o negatividade n˜o podem ser quaisquer. co a a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 26. Solu¸˜es b´sicas na forma padr˜o co a a Teorema Considere as restri¸˜es Ax = b e x ≥ 0 e assuma que a matriz A, m × n, co possua m linhas linearmente independentes. Um vetor x ∈ Rn ´ uma solu¸˜o b´sica se e somente se Ax = b e existirem e ca a ´ ındices B(1), . . . , B(m) de colunas de A tais que: 1 As colunas AB(1) , AB(2) , . . . , AB(m) s˜o linearmente independentes; a 2 Se i ∈ {B(1), . . . , B(m)} ent˜o xi = 0. a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 27. Prova: Se (1) e (2) → ´ sol. b´sica e a Prova Considere x ∈ Rn e assuma que existam ´ ındices B(1), . . . , B(m) satisfazendo (1) e (2) acima. As restri¸˜es ativas xi = 0 para os ´ co ındices i ∈ {B(1), . . . , B(m)}, em conjunto com Ax = b, garante que m n i =1 AB(i ) xB(i ) = i =1 Ai xi = Ax = b. Como as colunas B(1), . . . , B(m) s˜o l.i., o sistema linear formado a pelas restri¸˜es ativas possui solu¸˜o unica. co ca ´ Ou seja, existem n restri¸˜es ativas linearmente independentes, e co ent˜o x ´ uma solu¸˜o b´sica (segundo a equivalˆncia das defini¸˜es a e ca a e co anteriores). Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 28. Prova: Se ´ sol. b´sica → (1) e (2) e a Parte 1 Prova Assuma que x ´ uma sol. b´sica. Vamos mostrar que (1) e (2) s˜o e a a ent˜o satisfeitas. a Seja xB(1) , . . . , xB(k) as componentes de x que s˜o n˜o nulas. a a Uma vez que x ´ b´sica, o sistema de restri¸˜es ativas formado por e a co Ax = b e xi = 0, i ∈ {B(1), . . . , B(k)} admite sol. unica. ´ Equivalentemente o sistema k=1 AB(i ) xB(i ) = b admite solu¸˜o i ca unica. ´ Ou seja, as colunas B(1), . . . , B(k) s˜o li e ent˜o k ≤ m. a a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 29. Prova: Se ´ sol. b´sica → (1) e (2) e a Mostramos at´ agora que B(1), . . . , B(k) s˜o li e k ≤ m. e a Parte 2 Prova Uma vez que o posto de A ´ m, A possui m linhas e colunas li. e Ent˜o ´ poss´ escolher outras m − k colunas B(k + 1), . . . , B(m) a e ıvel de A, de forma que as colunas B(1), . . . , B(m) sejam li. Observe ent˜o que se i ∈ {B(1), . . . , B(m)} ent˜o xi = 0, a a completando a prova. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 30. Um procedimento para obten¸˜o de solu¸˜es b´sicas ca co a 1 Escolha m colunas AB(1) , . . . , AB(m) linearmente independentes de A. 2 Fa¸a xi = 0, ∀i ∈ {B(1), B(2), . . . , B(m)}. c 3 Resolva o sistema linear de m restri¸˜es Ax = b para as vari´veis co a xB(1) , xB(2) , . . . , xB(m) . Se as solu¸˜es geradas atrav´s do procedimento acima satisfizerem co e xi ≥ 0, ∀i ∈ {B(1), . . . , B(m)}, a solu¸˜o ´ chamada b´sica vi´vel. ca e a a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 31. Nomenclatura As colunas B(1), . . . , B(m) s˜o denominadas b´sicas, assim como as a a vari´veis de decis˜o a elas associadas. a a As demais colunas (e vari´veis) s˜o denominadas n˜o b´sicas. a a a a A matriz B (m × m) formada pelas colunas b´sicas, a B = [AB(1) AB(2) · · · AB(m) ], ´ chamada base. e As vari´veis b´sicas xB s˜o obtidas resolvendo-se o sistema linear: a a a xB = B −1 b. Se xB ≥ 0, x ´ uma solu¸˜o b´sica vi´vel. e ca a a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 32. Exemplo     1 1 2 1 0 0 0 8  0 1 6 0 1 0 0    12    1 x =  0 0 0 0 1 0   4  0 1 0 0 0 0 1 6 Se escolhermos A4 , A5 , A6 , A7 como colunas b´sicas, temos que B a corresponde ` uma matriz n˜o singular e xB = (0, 0, 0, 8, 12, 4, 6) ≥ 0 a a ´ uma solu¸˜o b´sica vi´vel. e ca a a Outra base pode ser obtida escolhendo-se como b´sicas as colunas a A3 , A5 , A6 , A7 . A matriz B resultante ´ claramente n˜o singular e a e a solu¸˜o b´sica xB = (0, 0, 4, 0, −12, 4, 6) ≥ 0 ´ n˜o vi´vel. ca a e a a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 33. Interpreta¸˜o econˆmica das solu¸˜es b´sicas ca o co a Uma solu¸˜o b´sica permite sintetizar b ∈ Rm usando-se apeans m ca a recursos, isto ´, b = m AB(i ) xB(i ) . e i =1 Em uma solu¸˜o b´sica vi´vel, a s´ ca a a ıntese ocorrer por meio de pesos n˜o negativos das colunas b´sicas (xB ≥ 0). a a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 34. Correspondˆncia entre bases e solu¸˜es b´sicas e co a Diferentes solu¸˜es b´sicas precisam corresponder a diferentes bases, co a uma vez que uma base determina unicamente uma solu¸˜o b´sica. ca a Entretanto, duas bases diferentes podem levar ` mesma solu¸˜o a ca b´sica. a Este fenˆmeno possui consequˆncias muito importantes do ponto de o e vista algoritmico. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 35. Bases adjacentes e solu¸˜es b´sicas adjacentes co a Da mesma forma que definimos solu¸˜es b´sicas adjacentes como aquelas co a que compartilham n − 1 restri¸˜es l.i. justas, definimos bases adjacentes co matrizes que compartilham m − 1 colunas (isto ´, que diferem apenas por e uma coluna).   1 1 2 1 0 0 0  0 1 6 0 1 0 0     1 0 0 0 0 1 0  0 1 0 0 0 0 1 {A4 , A5 , A6 , A7 } e {A3 , A5 , A6 , A7 } s˜o bases adjacentes. a As correspondentes solu¸˜es b´sicas (0, 0, 0, 8, 12, 4, 6) e co a (0, 0, 4, 0, −12, 4, 6) s˜o adjacentes uma vez que n = 7 e temos que a as restri¸˜es x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 em conjunto com as restri¸˜es de co co igualdade formam um sistema de 6 restri¸˜es justas l.i. co Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 36. A hip´tese de posto completo de A o Teorema Seja P = {x ∈ Rn : Ax = b, x ≥ 0} um poliedro n˜o vazio, onde a A∈R m×n possui linhas a′ , a′ , . . . , a′ . 1 2 m Assuma que o posto de A seja k < m e que as primeiras k linhas de A, ′ ′ ′ a1 , a2 , . . . , ak , sejam l.i. Ent˜o o poliedro a Q = {x ∈ Rn : ai′ x = bi , ∀i = 1, . . . , k, ≥ 0} e P s˜o idˆnticos (P = Q) e n˜o h´ perda de generalidade na hip´tese de a e a a o posto completo de A. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 37. Prova Prova Observe que se as primeiras k linhas n˜o forem l.i. podemos a rearranjar a ordem das linhas de forma que isto aconte¸a. c Claramente P ⊂ Q. Vamos mostrar que Q ⊂ P e ent˜o P = Q. a Se o posto de A ´ k, ent˜o o espa¸o linha de A possui dimens˜o k e e a c a qualquer linha de A pode ser escrita como combina¸˜o linear destas k ca linhas, isto ´, ai′ = k λij aj′ para escalares λij . e j=1 Considere x ∈ P. Observe que ai′ x = bi , ∀i = 1, . . . , m. Logo bi = ai′ x = k λij aj′ x = k λij bj , ∀i = 1, . . . , m j=1 j=1 k k Tome agora y ∈ Q. Ent˜o ai′ y = a ′ j=1 λij aj y = j=1 λij bj = bi . Logo y ∈ P e Q ⊂ P. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 38. Degenera¸˜o ca De acordo com a nossa defini¸˜o, em uma solu¸ao b´sica, dispomos ca c˜ a de n restri¸˜es ativas linearmente independentes. co Obviamente, o m´ximo n´mero de restri¸˜es linearmente a u co independentes ´ n, mas podemos ter em uma solu¸˜o b´sica mais de e ca a n restri¸˜es ativas. co Defini¸˜o ca Uma solu¸˜o b´sica x ∈ Rn ´ chamada degenerada se mais de n restri¸˜es ca a e co s˜o ativas em x. a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 39. Degenera¸˜o - Exemplo ca Considere o politopo P dado pelas restri¸˜es: co x1 + x2 + 2x3 ≤ 8 x2 + 6x3 ≤ 12 x1 ≤ 4 x2 ≤ 6 x1 , x2 , x3 ≥ 0. (2, 6, 0) n˜o degenerada, uma vez que h´ exatamente trˆs restri¸˜es a a e co ativas no ponto (s˜o justas: x3 = 0, x2 ≤ 6, x1 + x2 + 2x3 ≤ 8) a (4, 0, 2) ´ uma solu¸˜o degenerada (s˜o justas: e ca a x1 + x2 + 2x3 ≤ 8, x2 + 6x3 ≤ 12, x1 ≤ 4, x2 ≥ 0). Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 40. Degenera¸˜o ca Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 41. Degenera¸˜o no formato padr˜o ca a Em uma solu¸˜o b´sica de um poliedro na forma padr˜o, as m ca a a restri¸˜es de igualdade s˜o ativas. co a Assim sendo, ter mais que n desigualdades ativas em um ponto, equivale a ter mais de n − m vari´veis no n´ zero. a ıvel Defini¸˜o ca Considere o poliedro na forma padr˜o P = {x ∈ Rn : Ax = b, x ≥ 0}. a Assuma que x seja uma solu¸˜o b´sica ´ uma solu¸˜o b´sica e que m seja ca a e ca a o n´mero de linhas de A. O vetor x ´ chamado degenerado se mais de u e n − m componentes do vetor x s˜o nulas. a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 42. Exemplo Consideremos o poliedro do exemplo anterior, ap´s introdu¸˜o de vari´veis o ca a de folga.     1 1 2 1 0 0 0 8  0 1 6 0 1 0 0   12  A=  1 b =   0 0 0 0 1 0   4  0 1 0 0 0 0 1 6 Vamos considerar a solu¸˜o b´sica associada `s colunas ca a a A1 , A2 , A3 , A7. Fixando x4 = x5 = x6 = 0 e resolvendo linear BxB = b, temos que x = (4, 0, 2, 0, 0, 0, 6) que ´ uma solu¸˜o b´sica (vi´vel) degenerada, e ca a a uma vez que x2 = 0 ´ uma vari´vel b´sica em 0. e a a Consequentemente, temos 4 vari´veis no n´ zero e n˜o a ıvel a n − m = 7 − 4 = 3 apenas. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 43. Interpretando a degenera¸˜o ca Escolhemos uma solu¸˜o b´sica selecionando n restri¸˜es linearmente ca a co independentes para serem satisfeitas na igualdade. Percebemos em seguida que outras restri¸˜es, al´m das n que selecionamos, s˜o co e a tamb´m justas naquela solu¸˜o b´sica. e ca a Se as entradas de A e b forem escolhidas aleatoriamente, a chance das solu¸˜es b´sicas decorrentes serem degeneradas ´ muito pequena. co a e Em muitas aplica¸˜es (onde A e b possui estrutura n˜o aleat´ria), a co a o degenera¸˜o ´ bastante comum. ca e A figura abaixo procura ilustrar que pequenas perturba¸˜es nos dados co do Programa Linear permitem eliminar a degenera¸˜o. ca Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 44. Visualizando a degenera¸˜o na forma padr˜o ca a Neste exemplo temos n = 6, m = 4, n − m = 2. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 45. A degenera¸˜o n˜o ´ uma propriedade puramente ca a e geom´trica e A degenera¸˜o n˜o ´ independente do modo como representamos o ca a e poliedro. Considere o poliedro P representado de duas formas: P = {x ∈ R3 : x1 − x2 = 0, x1 + x2 + 2x3 = 2, x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0 e P = {x ∈ R3 : x1 − x2 = 0, x1 + x2 + 2x3 = 2, x1 ≥ 0, x3 ≥ 0. O ponto x = (0, 0, 1) ´ e degenerado diante da primeira representa¸˜o, e n˜o degenerado ca a diante da segunda. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 46. Outro exemplo Considere uma solu¸˜o x ∗ b´sica vi´vel n˜o degenerada para um ca a a a poliedro na forma padr˜o P = {x ∈ R a n : Ax = b, x ≥ 0}, onde A ∈ Rm×n . Temos ent˜o exatamente n − m vari´veis satisfazendo a a ∗ = 0. xi Se reescrevermos o poliedro da seguinte forma P = {x ∈ Rn : Ax ≥ b, −Ax ≥ −b, x ≥ 0} temos exatamente as mesmas n − m vari´veis satisfazendo xi∗ = 0 e mais 2m restri¸˜es a co justas em x ∗ (totalizando n + m justas). Portanto, para esta nova representa¸˜o, x ∗ ´ uma solu¸˜o b´sica vi´vel degenerada. ca e ca a a Mostramos casos onde uma solu¸˜o ´ degenerada diante de uma ca e representa¸˜o e n˜o ´ diante de outra. ca a e ´ poss˜ mostrar que se uma solu¸˜o b´sica ´ degenerada diante de E ivel ca a e uma forma padr˜o particular, ent˜o ser´ degenerada diante de a a a qualquer outra forma padr˜o do mesmo poliedro. a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 47. Existˆncia de pontos extremos e Vamos obter uma condi¸˜o suficiente para um poliedro possuir um ca ponto extremo. Nem todo poliedro possui um ponto extremo. Exemplo: um semiespa¸o em Rn (n > 1) n˜o possui ponto extremo. c a O poliedro P = {x ∈ R n : Ax ≥ b} onde A ∈ Rm×n e m < n n˜oa possui ponto extremo. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 48. Existˆncia de pontos extremos e Defini¸˜o ca Um poliedro P ⊂ Rn possui uma linha se existir um vetor x ∈ P e uma dire¸˜o d ∈ Rn n˜o nula tal que x + λd ∈ P para todo λ. ca a Teorema Suponha que o poliedro P = {x ∈ Rn : ai′ x ≥ bi , i = 1, . . . , m} ´ n˜o e a vazio. Ent˜o, as seguintes afirmativas s˜o equivalentes: a a 1 O poliedro P possui pelo menos um ponto extremo. 2 O poliedro P n˜o possui uma linha. a 3 Dentre os vetores ai : i = 1, . . . , m, existem n linearmente independentes. Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 49. Prova Prova (2) → (1) Seja x ∈ P e I = {i : ai′ x = bi }. Se n dos vetores em I s˜o l.i. nada a temos a provar (x seria, por defini¸˜o uma solu¸` b´sica). Ent˜o ca c.ao a a assumimos n˜o ser este o caso. a Ent˜o os vetores em I formam um subespa¸o pr´prio de Rn , existindo a c o portanto d ∈ Rn tal que ai′ d = 0, i ∈ I . Consideremos os pontos da forma y = x + λd. Para todo i ∈ I , temos ai′ y = ai′ x + λai′ d = ai′ x = bi . Como n˜o h´ uma linha e como ao longo de d todas as restri¸˜es em a a co I permanecem ativas, h´ um valor para λ, digamos λ∗ , para o qual a uma nova restri¸˜o se torna justa. Isto ´, existe ca e λ∗ : aj′ (x + λ∗ d) = bj , j ∈ I . Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 50. Prova Prova (2) → (1) - Continua¸˜o ca Afirmamos que aj n˜o ´ uma combina¸˜o linear dos vetores ai : i ∈ I . a e ca ′ x = b e a′ (x + λd) = b . Logo a′ d = 0. Isto porque aj j j j j Recorde que d ⊥ span({ai : i ∈ I }), logo ai′ d = 0. Uma vez que aj n˜o ´ ortogonal a d e ai : i ∈ I s˜o ortogonais a d, aj a e a n˜o pode ser uma combina¸˜o linear dos vetores ai : i ∈ I . a ca Logo, o n´mero de restri¸˜es l.i. aumentou em uma unidade ao u co movermos de x para x + λ∗ d. Repetindo o processo quantas vezes forem necess´rias, terminamos a em um ponto em que o n´mero de restri¸˜es l.i. ´ n e, por defini¸˜o, u co e ca este ponto ´ uma solu¸˜o b´sica. e ca a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 51. Prova Prova (1) → (3) Se P possui um ponto extremo x, ent˜o x ´ uma solu¸˜o b´sica a e ca a vi´vel. a Por defini¸˜o, existem para x, n restri¸˜es ativas em x cujos vetores ca co ai s˜o l.i. a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 52. Prova Prova (3) → (2) Assuma que n dos vetores ai , digamos, a1 , . . . , an , sejam l.i. Suponha que P contenha uma linha x + λd, onde d ´ um vetor n˜o e a nulo. Ent˜o temos ai′ (x + λd) ≥ bi , ∀i , ∀λ ∈ R. Para que isto ocorra, a ai′ d = 0 (se ai′ d < 0, tomar´ ıamos λ suficientemente grande e violariamos a restri¸˜o. Racioc´ an´logo vale se ai′ d > 0.) ca ınio a Entretanto, como os vetores a1 , . . . , an s˜o l.i., temos que d = 0. a Logo, temos uma contradi¸˜o e P n˜o pode conter uma linha. ca a Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca
  • 53. Otimalidade de pontos extremos Na medida em que um Programa Linear possui uma solu¸˜o ´tima e ca o na medida em que o conjunto de pontos vi´veis de um PL inclui pelo a menos um ponto extremo, ent˜o podemos sempre encontrar uma a solu¸˜o ´tima no conjunto de pontos extremos. ca o Teorema Considere o Programa Linear que consiste em minimizar c ′ x em um poliedro P. Assuma que P possui pelo menos um ponto extremo e que exista uma solu¸˜o ´tima para o Programa Linear. Ent˜o, existe uma ca o a solu¸˜o ´tima que ´ um ponto extremo de P. ca o e Teorema Considere o Programa Linear que consiste em minimizar c ′ x em um poliedro P. Assuma que P possui pelo menos um ponto extremo. Ent˜o, a ou o custo ´timo ´ −∞ ou existe um ponto extremo de P que ´ ´timo. o e eo Alexandre Salles da Cunha Geometria da Programa¸˜o Linear ca