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“A NARRATIVA NA
   BIBLIOTECA”



    Maria Flora Guimarães
“ O mundo deixa de ser
inexplicável,quando se narra
          o mundo”

                  Barthes
Apropriamo-nos do mundo,
 narrando-o, organizando a
existência por meio de uma
 estrutura encadeada com
    começo, meio e fim.
O que dá valor à narrativa e a
transforma em literatura é a
maneira pela qual a matéria é
         construída.
               
Fábula
  é a “matéria narrada”
            e

Enredo, intriga ou trama
   é o “como se narra”
A relação
enredo/narrativa
  é indissolúvel.
Elementos característicos das
              narrativas:


• sucessão das ações com transformação
•causalidade
•personagens
•narrador e foco narrativo
•tempo
•espaço
1.Sucessão de acontecimentos


 Não basta a sucessão de acontecimentos, é
preciso que o nó desequilibre a estabilidade da
 situação inicial e desencadeie o processo de
                transformação :
       l_______l__________________________________l
situação inicial nó     transformação     situação final



                           
O Cão e a Gata

        Eva Furnari
Atividade: Identificação do nó na
       sequência narrativa




                   Eva Furnari
2. Causalidade: O nó desencadeia um
       processo de ações, que devem,
    necessariamente, estar logicamente
     encadeadas e direcionadas para a
resolução do problema ou reequilíbrio final:


               Sequência Narrativa
  l_______________________l________________________l
sit inicial    l--------- ações-----------------l
                                                   sit.fin
            complicação                  resolução
Atividade:                  A Bela Adormecida
                          Sequência Narrativa
    l_______________________l________________________l
    sit inicial l-----l---- ações------l-----l------l
                                                         sit.fin
            complicação                     resolução


Encadear as sequências:
(   ) princesinha se fura com fuso
(   ) aniversário de 15 anos
(   ) nascimento da herdeira
(   ) temor no reino
(   ) maldição
(   ) príncipe encontra a Bela Adormecida
(   ) casam-se e são felizes
(   )princesinha cresce super protegida
Atividade com sequências:
Montar mural com uma ou duas ilustrações
  da sequência narrativa de um conto de
  fadas :
• Que momento é esse?
• O que vem antes?
• O que vem depois?
3. Personagem

• É essencial a presença de ao menos um
  ator ou personagem para ser o agente
  da transformação.

• Sem implicação de interesse humano não
  há narrativa.
Personagens
                      Construção:
Importância:

• Protagonista       • Personagem-tipo
• Secundário         • Personagem- caráter
• Figurante          • Personagem-
                       individualidade
Atividade: mudança de
  personagem-tipo para caráter



• Imaginar um outro final para a Branca e
  Neve, de forma que ela se recuse a
  casar com o príncipe.
Branca de Neve
     A primeira reação foi de consentimento, mas, agora,
que recuperara a vida, decidira ir atrás de um antigo
desejo. Queria viver longe da corte, de reis, rainhas e
intrigas. Ia continuar na floresta, junto dos amigos anões,
mas, principalmente, junto da natureza. Sabia que teria
dificuldades, mas queria desenvolver a arte da cura com
as ervas. Já ouvira falar disso. Era jovem e tinha todo o
tempo para começar seus estudos. Era isso. Estava
decidido.
Atividade: salada de fábulas


• Misture as fábulas “O Pequeno Polegar”
  e “Branca de Neve”, de modo que o
  Pequeno Polegar e seus irmãos peçam
  abrigo na casa dos anõezinhos e sejam
  acolhidos pela bela Branca e Neve.
4. Narrador e Foco Narrativo

     O narrador é a voz que
 conta a história, na 1ª ou 3ª
            pessoa.

Ele pertence ao texto e não se
    confunde com o autor.
Narrador

-protagonista

    -testemunha
                -observador
                        -onisciente
A mudança do foco narrativo
  muda o olhar pelo qual as
 personagens e os fatos são
       apresentados.
Atividade: diferentes focos narrativos

• Trabalhar com o livro de Ricardo
  Azevedo

    “ Uma velhinha de óculos, chinelos
     e vestido azul de bolinhas brancas”
 
“ Uma velhinha de óculos, chinelos
             e vestido azul de bolinhas brancas”
                            
Escritora                    Feiticeira
• criativa, inventiva        • velhinha
•   distraída               •   falsa
•   flexível                •   não confiável
•   Incomum                 •   estranha
•   persistente             •   seca

Foco: olhar que exalta,     Foco: olhar que desconfia,
  que enaltece e valoriza     que denuncia e despreza
“ Uma velhinha de óculos, chinelos
           e vestido azul de bolinhas brancas”
                            

Viúva                          Artista de teatro
• dedicada                     • profissional apaixonada
• mãe zelosa                   • experiente
• solitária                    • competente
• triste                       • estudiosa
• metódica                     • realizada
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Foco: olhar complacente,
                               Foco: olhar empolgante,
  compreensivo, crítico,         que reconhece e elogia
  mas afetivo
5. Tempo

     cronológico       psicológico
       físico           memória
       objetivo         subjetivo

Ritmo: a passagem do tempo pode ser detalhada,
 pode saltar ou ser condensada, o que retarda ou
 acelera o ritmo da ação narrativa.
6. Espaço
  O espaço é o que dá apoio à ação narrativa.
Ele contextualiza a ação e dá verossimilhança
                        aos fatos.



    Enquanto o espaço é explícito a
 ambientação, criada para provocar uma
 certa atmosfera, é implícita e subjacente.
Atividade: elementos da narrativa

• Ler os textos de Ruth Rocha, “Uns Pelos
  Outros” e de Bartolomeu Campos de Queirós,
  “Sem Palmeira Ou Sabiá”.
• Comparar quanto:
     - ao assunto tratado
     - ao narrador e foco narrativo
     - às personagens
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• Texto 1                 • Texto 2
Assunto tratado           Assunto tratado
Problemas de uma cidade   Cidade lembrada pela infância
  congestionada, com        se contrapõe à cidade do
  difícil mobilidade        progresso




Narrador e foco narrativo Narrador e foco narrativo
Narrador-protagonista, em Narrador-protagonista, em 1ª
 1ª pessoa, com olhar      pessoa, com olhar afetivo e
 cheio de humor e crítico  nostálgico, mas também
                           crítico
Texto 1                  Texto 2
Personagem               Personagem


Personagem-protagonista, Personagem-protagonista
  testemunha, quando       é também personagem-
  jovem, os fatos            individualidade, que
  narrados.                rememora a cidade dos
Personagem avalia fatos      tempos da infância,
  segundo a ética.             lembrando seus
                              questionamentos,
                              dúvidas e temores
                                diante da vida.
Texto 1                        Texto 2
Tempo e espaço                 Tempo e espaço

Cidade do passado ( 1996),     Cidade da infância só tem
  com 20 milhões de               três ruas, mas abre-se
  habitantes. São Paulo              às inquietações e
  ficava totalmente                    imaginação da
  congestionada apesar das       personagem. A limitação
  27 linhas de metrô e              física da cidade se
  avenidas auxiliares com 18       contrapõe ao mundo
  faixas de rodagem. O           interior da criança, que
  congestionamento durava            quer tocar o céu,
  até 6 horas.                   alcançar a imensidão do
                                   mar e tudo o que vai
                                    além, inclusive das
                                    distinções sociais.
Nas narrativas ficcionais cabem
todos os assuntos e vivências, todos
os tipos de gente, todos os espaços
        e tempos, todos os
          questionamentos.
     Mas a significação dessas
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A narrativa

  • 1. “A NARRATIVA NA BIBLIOTECA” Maria Flora Guimarães
  • 2. “ O mundo deixa de ser inexplicável,quando se narra o mundo” Barthes
  • 3. Apropriamo-nos do mundo, narrando-o, organizando a existência por meio de uma estrutura encadeada com começo, meio e fim.
  • 4. O que dá valor à narrativa e a transforma em literatura é a maneira pela qual a matéria é construída.  
  • 5. Fábula é a “matéria narrada” e Enredo, intriga ou trama é o “como se narra”
  • 6. A relação enredo/narrativa é indissolúvel.
  • 7. Elementos característicos das narrativas: • sucessão das ações com transformação •causalidade •personagens •narrador e foco narrativo •tempo •espaço
  • 8. 1.Sucessão de acontecimentos Não basta a sucessão de acontecimentos, é preciso que o nó desequilibre a estabilidade da situação inicial e desencadeie o processo de transformação : l_______l__________________________________l situação inicial nó transformação situação final  
  • 9. O Cão e a Gata Eva Furnari
  • 10.
  • 11. Atividade: Identificação do nó na sequência narrativa Eva Furnari
  • 12.
  • 13.
  • 14. 2. Causalidade: O nó desencadeia um processo de ações, que devem, necessariamente, estar logicamente encadeadas e direcionadas para a resolução do problema ou reequilíbrio final: Sequência Narrativa l_______________________l________________________l sit inicial l--------- ações-----------------l sit.fin complicação resolução
  • 15. Atividade: A Bela Adormecida Sequência Narrativa l_______________________l________________________l sit inicial l-----l---- ações------l-----l------l sit.fin complicação resolução Encadear as sequências: ( ) princesinha se fura com fuso ( ) aniversário de 15 anos ( ) nascimento da herdeira ( ) temor no reino ( ) maldição ( ) príncipe encontra a Bela Adormecida ( ) casam-se e são felizes ( )princesinha cresce super protegida
  • 16.
  • 17. Atividade com sequências: Montar mural com uma ou duas ilustrações da sequência narrativa de um conto de fadas : • Que momento é esse? • O que vem antes? • O que vem depois?
  • 18.
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  • 20.
  • 21.
  • 22.
  • 23. 3. Personagem • É essencial a presença de ao menos um ator ou personagem para ser o agente da transformação. • Sem implicação de interesse humano não há narrativa.
  • 24. Personagens Construção: Importância: • Protagonista • Personagem-tipo • Secundário • Personagem- caráter • Figurante • Personagem- individualidade
  • 25. Atividade: mudança de personagem-tipo para caráter • Imaginar um outro final para a Branca e Neve, de forma que ela se recuse a casar com o príncipe.
  • 26. Branca de Neve A primeira reação foi de consentimento, mas, agora, que recuperara a vida, decidira ir atrás de um antigo desejo. Queria viver longe da corte, de reis, rainhas e intrigas. Ia continuar na floresta, junto dos amigos anões, mas, principalmente, junto da natureza. Sabia que teria dificuldades, mas queria desenvolver a arte da cura com as ervas. Já ouvira falar disso. Era jovem e tinha todo o tempo para começar seus estudos. Era isso. Estava decidido.
  • 27. Atividade: salada de fábulas • Misture as fábulas “O Pequeno Polegar” e “Branca de Neve”, de modo que o Pequeno Polegar e seus irmãos peçam abrigo na casa dos anõezinhos e sejam acolhidos pela bela Branca e Neve.
  • 28.
  • 29. 4. Narrador e Foco Narrativo O narrador é a voz que conta a história, na 1ª ou 3ª pessoa. Ele pertence ao texto e não se confunde com o autor.
  • 30. Narrador -protagonista -testemunha -observador -onisciente
  • 31. A mudança do foco narrativo muda o olhar pelo qual as personagens e os fatos são apresentados.
  • 32. Atividade: diferentes focos narrativos • Trabalhar com o livro de Ricardo Azevedo “ Uma velhinha de óculos, chinelos e vestido azul de bolinhas brancas”  
  • 33. “ Uma velhinha de óculos, chinelos e vestido azul de bolinhas brancas”   Escritora Feiticeira • criativa, inventiva • velhinha • distraída • falsa • flexível • não confiável • Incomum • estranha • persistente • seca Foco: olhar que exalta, Foco: olhar que desconfia, que enaltece e valoriza que denuncia e despreza
  • 34. “ Uma velhinha de óculos, chinelos e vestido azul de bolinhas brancas”   Viúva Artista de teatro • dedicada • profissional apaixonada • mãe zelosa • experiente • solitária • competente • triste • estudiosa • metódica • realizada • Medrosa Foco: olhar complacente, Foco: olhar empolgante, compreensivo, crítico, que reconhece e elogia mas afetivo
  • 35. 5. Tempo cronológico psicológico físico memória objetivo subjetivo Ritmo: a passagem do tempo pode ser detalhada, pode saltar ou ser condensada, o que retarda ou acelera o ritmo da ação narrativa.
  • 36. 6. Espaço O espaço é o que dá apoio à ação narrativa. Ele contextualiza a ação e dá verossimilhança aos fatos. Enquanto o espaço é explícito a ambientação, criada para provocar uma certa atmosfera, é implícita e subjacente.
  • 37. Atividade: elementos da narrativa • Ler os textos de Ruth Rocha, “Uns Pelos Outros” e de Bartolomeu Campos de Queirós, “Sem Palmeira Ou Sabiá”. • Comparar quanto: - ao assunto tratado - ao narrador e foco narrativo - às personagens - ao tempo e espaço
  • 38. • Texto 1 • Texto 2 Assunto tratado Assunto tratado Problemas de uma cidade Cidade lembrada pela infância congestionada, com se contrapõe à cidade do difícil mobilidade progresso Narrador e foco narrativo Narrador e foco narrativo Narrador-protagonista, em Narrador-protagonista, em 1ª 1ª pessoa, com olhar pessoa, com olhar afetivo e cheio de humor e crítico nostálgico, mas também crítico
  • 39. Texto 1 Texto 2 Personagem Personagem Personagem-protagonista, Personagem-protagonista testemunha, quando é também personagem- jovem, os fatos individualidade, que narrados. rememora a cidade dos Personagem avalia fatos tempos da infância, segundo a ética. lembrando seus questionamentos, dúvidas e temores diante da vida.
  • 40. Texto 1 Texto 2 Tempo e espaço Tempo e espaço Cidade do passado ( 1996), Cidade da infância só tem com 20 milhões de três ruas, mas abre-se habitantes. São Paulo às inquietações e ficava totalmente imaginação da congestionada apesar das personagem. A limitação 27 linhas de metrô e física da cidade se avenidas auxiliares com 18 contrapõe ao mundo faixas de rodagem. O interior da criança, que congestionamento durava quer tocar o céu, até 6 horas. alcançar a imensidão do mar e tudo o que vai além, inclusive das distinções sociais.
  • 41. Nas narrativas ficcionais cabem todos os assuntos e vivências, todos os tipos de gente, todos os espaços e tempos, todos os questionamentos. Mas a significação dessas representações só vai acontecer na relação leitor/texto.