1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FACULDADE DE FARMÁCIA
KAROLINE LEITE CUNHA
Mat.: 11030005901
ESTRUTURA, PROPRIEDADE E REATIVIDADE DOS FARMACOS I
Prof. Dr. Agnaldo
Hibridação de Orbitais Atômicos.
BELÉM – PARÁ
2014
2. Sumário
Hibridização dos Orbitais Atômicos .......................................................................................2
o Introdução................................................................................................................2
o Hibridização do Boro .................................................................................................5
o Hibridização do Oxigênio ...........................................................................................8
o Hibridação do Nitrogênio...........................................................................................9
o Hibridação do Enxofre .............................................................................................11
Referencias Bibliográficas ...................................................................................................12
3. Hibridização dos Orbitais Atômicos
o Introdução
De acordo com o modelo da mecânica quântica de um átomo, o comportamento
de um elétron específico em um átomo pode ser descrito pela expressão matemática
denominada equação de onda – o mesmo tipo de expressão usado para descrever o
movimento das ondas em fluidos. A solução de uma equação de onda é denominada
função de onda, ou orbital, e é descrita pela letra grega psi, .
Quando o quadrado da função de onda 2 é expresso em um espaço
tridimensional, o orbital descreve o volume do espaço em volta do núcleo onde o
elétron tem maior probabilidade de ser encontrado. Entretanto, você pode pensar em
um orbital como uma fotografia do elétron sendo tirada a uma velocidade lenta. Tal
fotografia mostraria o orbital como uma nuvem borrada indicando a região do espaço
em volta do núcleo onde o elétron estava. Essa nuvem eletrônica não tem uma
fronteira bem-definida, mas por questões de praticidade podemos fixar os limites
dizendo que um orbital representa o espaço onde o elétron passa a maior parte do
tempo (90%).
Quais as formas de um orbital? Existem quatro tipos diferentes de orbitais,
denominados s, p, d e f. Dos quatro, os mais importantes para química orgânica são os
orbitais s e p. Sendo que o orbital p se distribui em três eixos o px, py e pz.
Esta delimitação de orbitais permitiu uma melhor compreensão das ligações
químicas, definindo a chamada teoria do orbital atômico. Esta teoria permite
s
Orbitais atômicos s e p.
4. determinar quantas ligações um átomo pode realizar, sendo esta determinada pelo
número de elétrons no orbital da camada de valência (ultima camada ou camada
externa). Como por exemplo a distribuição eletrônica do flúor, com dois pares
completos e um elétrons desemparelhado, indicando que o flúor necessita de mais um
elétron para se estabilizar (regra do octeto). Apesar das teorias de Lewis e Kössel
permitirem determinar como as ligações químicas ocorrem, ela não explicava porque o
carbono com uma distribuição eletrônica 1s2, 2s2, 2p2 poderia fazer quatro ligações
químicas, sendo que o átomo de carbono somente teria dois elétrons
desemparelhados (consequentemente duas ligações).
Para explicar as quatro ligações do carbono, foi necessária uma outra teoria,
denominada teoria do orbital molecular, que propunha que as ligações químicas
seriam realizadas pela união dos orbitais de cada átomo e estes poderiam se modificar
(unindo orbitais) formando orbitais chamados híbridos.
O composto orgânico mais simples é o gás metano CH4. Para satisfazer a
Valência de todos os cinco átomos, os hidrogênios devem ligar-se ao carbono por meio
de ligações simples, denominadas Ligações sigma ().
No estado fundamental, a configuração eletrônica do átomo de carbono é 1s2
2s2 2p2. Com essa distribuição eletrônica, o carbono não é capaz de se ligar a quatro
átomos de hidrogênio, mas apenas a dois.
Se, no entanto, um elétron do orbital 2s for transferido para o orbital 2pz vazio,
o carbono passará a ter quatro elétrons desemparelhados (estado excitado), sendo,
portanto, capaz de fazer quatro ligações. Desse modo, explica-se a tetra valência do
átomo de carbono.
Porém, se os átomos de hidrogênio se ligassem aos orbitais 2s, 2px, 2py e 2pz,
os ângulos entre as ligações H-C-H não seriam de 109,47º, (tetraedro), pois o ângulo
entre os orbitais p é de 90º. Também não seriam iguais todos os comprimento das
ligações C-H, pois o orbital 2s possui raio diferente dos orbitais 2p. O que acontece, na
2s 2px 2py 2pz
5. NO
verdade, é uma hidridação dos orbitais s e p, dando origem a quatro novos orbitais
denominados híbridos sp3. Esses orbitais são todos iguais, e o ângulo entre eles é de
109,47º.
Como na molécula de metano, todo carbono que se encontrar ligado a quatro
ou seja, geometria tetraédrica. Tetracloreto de carbono, por exemplo, tem a mesma
geometria do metano.
Além do carbono, outros elementos como o oxigênio e o nitrogênio também
podem ter hibridação sp3. Nestes dois casos, as distribuições eletrônicas antes e depois
da hibridação dos orbitais são as seguintes:
Hibridização sp3 do átomo de oxigênio e nitrogênio. Nota: o átomo de oxigênio possui
dois pares de elétrons desparelhados e o nitrogênio apenas um.
Fonte: Medeiros, R. I. Apostila: Introdução à Química Orgânica.
Hibridação sp3
1s 2s 2px 2py 2pz
1s
2sp3
O
N
Hibridação sp3
1s 2s 2px 2py 2pz
1s
2sp3
O
N
6. o Hibridização do Boro
A hibridização do boro é do tipo sp2, o que explica o porquê desse elemento
conseguir realizar três ligações covalentes. A Teoria da Hibridização surgiu como um
complemento à Teoria do Octeto, conseguindo explicar a estrutura de um número
maior de moléculas, incluindo moléculas formadas pelo boro (B). Esse elemento possui
cinco elétrons no estado fundamental, com a seguinte configuração eletrônica:
Pela teoria do octeto, o boro poderia realizar somente uma ligação covalente, pois
ele possui somente um orbital atômico incompleto. No entanto, experimentalmente,
nota-se que esse elemento forma compostos em que ele realiza mais de uma ligação.
Um exemplo é o trifluoreto de boro (BF3). Como mostrado abaixo, o boro realiza três
ligações covalentes com o flúor, compartilhando três pares de elétrons e ficando com
seis elétrons na sua última camada (camada de valência), ou seja, uma exceção à regra
do octeto.
Isso é explicado pelo fenômeno da hibridização que ocorre com o boro. Acontece
que um elétron do subnível 2s absorve energia e passa para o estado excitado, no qual
ele salta para um orbital vazio do subnível 2p. Formam-se, desse modo, três orbitais
incompletos, que podem agora realizar três ligações covalentes:
7. Porém, as ligações formadas no trifluoreto de boro são todas iguais, mas se
observarmos acima, são duas ligações diferentes, uma vez que uma delas seria feita
por meio de um orbital do tipo s e as outras duas por meio de um orbital do tipo p. É
aqui que ocorre a hibridização, ou seja, os orbitais incompletos fundem-se, originando
três orbitais híbridos ou hibridizados, que são idênticos e diferentes dos originais:
8. Visto que esses orbitais híbridos são formados por um orbital s e dois orbitais p,
essa hibridização é chamada de Hibridização sp². O flúor que se liga ao boro possui
nove elétrons. Sua distribuição eletrônica e seus orbitais são mostrados a seguir:
Cada átomo de flúor pode realizar somente uma ligação covalente e que o
orbital que realiza essa ligação é do tipo p. Assim, observe a seguir como fica a
conformação dos orbitais ao se realizar as ligações que formam o BF3 e veja como as
ligações são idênticas, do tipo σp-sp2:
9. o Hibridização do Oxigênio
No oxigénio (configuração electrónica 2s22p4), duas das quatro orbitais de valência
estão ocupadas com pares de elétrons não partilhados (que podem participar em
ligações covalente dativas) e as duas restantes estabelecem ligações covalentes
«normais».
A molécula de H2O é uma molécula que apresenta geometria angular e em que o
oxigénio estabelece duas ligações equivalentes com os átomos de
hidrogénio. Recorrendo à Teoria de Orbitais Moleculares para descrever esta molécula
obtêm-se orbitais moleculares obtidas por combinação linear de todas as orbitais
atómicas dos átomos constituintes, isto é, tal como o carbono no metano e o azoto na
amónia, na água o oxigénio apresenta hibridação sp3 e uma configuração electrónica:
[He] sp3
2sp3
2sp3
1sp3
1.
Duas das orbitais híbridas sp3 correspondem assim a dois pares de electrões não
partilhados e apresentam sobreposição máxima com a orbital 1s de cada um dos
hidrogénios. A água é descrita pelo enlace de valência como apresentando dois pares
de electrões não partilhado e duas ligações σ (localizadas) resultantes da sobreposição
ou enlace topo a topo das orbitais 1s do hidrogénio com as orbitais híbridas sp3 do
oxigénio.
10. Na molécula da água ocorrem dois tipos de repulsões, uma entre os pares de
elétrons não ligantes e outra entre os elétrons não ligantes e os elétrons de ligação.
Para diminuir a repulsão eletrônica o ângulo entre os orbitais passa para 105°. A nova
geometria molecular é denominada de angular.
o Hibridação do Nitrogênio
A amónia e a água, NH3 e H2O, respectivamente, são os exemplos mais simples de
moléculas poliatómicas em que o átomo central apresenta pares de elétrons não
partilhados e hibridação sp3. Quando isso acontece, a estrutura tridimensional da
molécula é diferente da encontrada para o metano embora a geometria das orbitais
permaneça tetraédrica.
O azoto (configuração electrónica 2s22p3) tem quatro orbitais de valência e cinco
elétrons para as preencher. Assim, uma das orbitais do azoto está ocupada com um
par de elétrons não partilhado (que pode ser utilizado numa ligação covalente dativa)
e estabelece três ligações covalentes.
A molécula de NH3 é uma molécula que apresenta geometria piramidal e em que o
azoto estabelece três ligações equivalentes com os átomos de hidrogénio. Recorrendo
à Teoria de Orbitais Moleculares para descrever esta molécula obtêm-se orbitais
moleculares obtidas por combinação linear de todas as orbitais atómicas dos átomos
11. constituintes, isto é, tal como o carbono no metano, o azoto na amónia
apresenta hibridação sp3 e uma configuração electrónica: [He]sp3
2sp3
1sp3
1sp3
1.
Três das orbitais híbridas sp3 apresentam sobreposição máxima com a orbital
1s de cada um dos hidrogénios e a restante corresponde a um par de elétrons não
partilhado. A amónia é descrita como apresentando um par de elétrons não partilhado
e três ligações σ (localizadas) resultantes da sobreposição ou enlace topo a topo das
orbitais 1s do hidrogénio com as orbitais híbridas sp3 do azoto.
A repulsão entre os elétrons não ligantes e os elétrons de repulsão faz com que o
ângulo de 109° 28’ (109,5°) diminua para 107°. A nova geometria formada é piramidal
e permite a molécula maior estabilidade.
O nitrogênio com hibridação sp3 está presente nos compostos orgânicos
nitrogenados, que são representados pelas aminas primárias, secundárias e terciárias.
12. o Hibridação do Enxofre
Fonte: Medeiros, R. I. Apostila: Introdução à Química Orgânica.
http://disciplinas.ist.utl.pt/qgeral/biomedica/Jmol/jmol/topico-40.html
13. Referencias Bibliográficas
1- Medeiros, R. I. Apostila: Introdução à Química Orgânica. Disponível em: < http://
http://www.fug.edu.br/adm/site_professor/arq_download/arq_1120.doc>. Acesso em:
12 mar. 2014.
2- Instituto Superior Técnico. Química Geral. Disponível em: <
http://disciplinas.ist.utl.pt/qgeral/biomedica/Jmol/jmol/topico-40.html >. Acesso em: 12
mar. 2014.
3- Introdução a Química Orgânica. Disponível em: <
http://pt.scribd.com/doc/72822849/30/Hibridacao-do-Oxigenio#>. Acesso em: 12 mar.
2014.