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CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM
                  HOMEM




Prof. Júlio Rocha
Disciplina: Rádio e TV 1
Ano: 2013
3º Período de Publicidade e Propaganda
Aulas: 19 e 20
CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM
                      HOMEM


• Utilizando-se da voz, da coragem e da
  vontade de César Rocha Brito Lacerda
  (César Ladeira), jovem speaker vindo de
  Campinas, a Rádio Record integrou-se
  definitivamente    naquela     insurreição,
  levando São Paulo à guerra civil. Era a
  Revolução Constitucionalista de 1932.
CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM
                 HOMEM




• As manifestações na capital paulista exigiam o retorno à autonomia estadual.
CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM
            HOMEM



            • Na noite daquele fatídico 23 de maio,
              ocorreram choques entre os manifestantes e
              os membros da Legião Revolucionária
              (transformada    no     Partido    Popular
              Progressista, sob a liderança de Miguel
              Costa).
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                      HOMEM

• No confronto bem em frente
  ao prédio onde se situava a
  Rádio Record, à Praça da
  República nº 17, morreram,
  tragicamente metralhados, os
  estudantes Martins, Miragaia,
  Dráusio e Camargo. As
  iniciais de seus nomes
  inspiraram a criação da sigla
  “MMDC”, que passou a ser o
  estandarte           daquele
  movimento.
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               • No dia 9 de julho de 1932, a
                 revolução, que já vinha sendo
                 tramada e articulada desde abril de
                 1931, acabou explodindo.
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• O comando militar dos revoltosos foi
  entregue aos generais Isidoro Dias Lopes e
  Bertoldo Klinger, além do Coronel Euclides
  Figueiredo.
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               • César Ladeira, de maneira eloquente,
                 levava ao ar mensagens patrióticas,
                 que representavam o espírito paulista
                 contra o regime ditatorial de Getúlio
                 Vargas.
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• Pela primeira vez na história do
  nosso País, o rádio foi utilizado
  como        instrumento        de
  mobilização popular para uma
  guerra entre irmãos.
CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM
                HOMEM
• César Ladeira e seus companheiros de microfone Nicolau Tuma, Renato
  Macedo e Licínio Neves imortalizaram-se em memoráveis “irradiações”, que
  avançavam pelas madrugadas, transformando a Rádio Record de São Paulo
  em “A Voz da Revolução.
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• São Paulo teve que se curvar ante
  o inimigo, que era grande maioria,
  uma vez que os demais estados
  da federação permaneceram ao
  lado das Forças Getulistas,
  chamadas de Legalistas.
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               • César Ladeira Foi preso e durante 16
                 dias ficou trancafiado; de volta às
                 suas funções de speaker, ainda
                 permaneceu mais alguns meses na
                 Rádio Record, de onde, em 1933, se
                 tranferiu para a PRA-9 Rádio Mayrink
                 Veiga do Rio de Janeiro, como diretor
                 geral.
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• César Ladeira deu ao veículo um novo
  impulso, uma outra personalidade,
  dividindo a programação em horários
  definidos e especializados.
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             • Formou o seu próprio elenco, investiu
               na remodelação da discoteca, ampliou
               novos horários para o pequeno e o
               grande radioteatro, explorou suas
               virtudes de narrador inigualável,
               criando horários para apresentações
               diárias.
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• Buscou uma linguagem jornalística
  que identificasse o veículo, montando
  a programação tal qual se monta uma
  página de jornal, distribuindo cada
  assunto num horário predeterminado.
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                  HOMEM


• Deu nova roupagem aos programas , estimulou a cultura e, a curto prazo,
  transformou a Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro num verdadeiro padrão da
  nossa radiofonia.
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• Coube a César Ladeira o crédito
  da implantação de uma política
  salarial aos profissionais do rádio,
  que passaram a receber ganhos
  mais justos, além de salários
  fixos, e a ter seus contratos de
  trabalho       registrados      nas
  respectivas                carteiras
  profissionais.
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                • A repercussão dessas medidas foi
                  imediatamente sentida no mercado,
                  uma vez que as demais emissoras
                  passaram a adotá-las (para não dizer
                  copiá-las), não só no Rio de Janeiro,
                  como em todo o país.
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• Com aquela nova mentalidade,
  surgiram os radioteatros, as
  radionovelas, os programas de
  calouros e os programas de
  auditório.
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                • E, em retribuição àquela presença
                  sempre maciça do público nas
                  radioemissoras,     principalmente
                  nos horários noturnos, nasceu a
                  tradição do artista de rádio, do
                  cast, enfim, se apresentar em
                  “traje de rigor”, a começar pelo
                  próprio speaker.
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• Em 1937, Getúlio Vargas
  determinou    novas     eleições
  presidenciais      no       país,
  apresentando como candidatos
  os senhores Armando Salles de
  Oliveira e Oswaldo Aranha.
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                • Pelo rádio, foi criado um concurso
                  para indicar o escolhido, e a
                  música vencedora Quem Será o
                  Homem, antecipou o desfecho
                  daquele concurso.
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• De fato, não houve eleições e, no dia
  10 de novembro de 1937, Getúlio
  anunciou a dissolução do Congresso
  e a instauração do Estado Novo.
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                • Quando da promulgação da nova
                  constituição, apelidada pelo povo
                  de “Polaca”, um funcionário do DIP
                  (Departamento de Imprensa e
                  Propaganda) compareceu à Rádio
                  Mayrink Veiga PRA-9, com a ordem
                  de que aquele documento, que
                  “impunha o Estado Novo”, deveria
                  ser levado ao ar imediatamente.
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 • Era mais um subterfúgio de Vargas para continuar no poder.
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• A nova Constituição Brasileira ou a
  “Polaca” possuia mais de oitenta
  páginas, numa linguagem toda cheia
  de entrefrases, parágrafos e
  subtítulos, tudo de propósito,
  ardilosamente    elaborado     para
  ninguém entender nada.
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               • César Ladeira não se perturbou.
                 Colocou aquela papelada toda sobre a
                 mesa do estúdio e, sem pigarrear, com
                 a voz rigorosamente afinada, sem
                 nenhum tropeço ou vacilação, leu tudo
                 aquilo sem nenhum erro.
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• Na década de 50, César Ladeira
  ainda emprestaria o seu talento e
  o seu concurso à Rádio Nacional
  do Rio de Janeiro, onde, a
  exemplo da Record e da Mayrink
  Veiga, deixaria sua marca como
  um dos mais completos e
  carismáticos profissionais do
  rádio.
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    • César Rocha Brito Ladeira faleceu em 1969.
FONTE:


•   Histórias Que o Rádio Não Contou. Reinaldo C. Tavares. Negócio Editora: 1ª Edição,
    São Paulo, 1997.

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César ladeira a coragem de um homem

  • 1. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM Prof. Júlio Rocha Disciplina: Rádio e TV 1 Ano: 2013 3º Período de Publicidade e Propaganda Aulas: 19 e 20
  • 2. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Utilizando-se da voz, da coragem e da vontade de César Rocha Brito Lacerda (César Ladeira), jovem speaker vindo de Campinas, a Rádio Record integrou-se definitivamente naquela insurreição, levando São Paulo à guerra civil. Era a Revolução Constitucionalista de 1932.
  • 3. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • As manifestações na capital paulista exigiam o retorno à autonomia estadual.
  • 4. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Na noite daquele fatídico 23 de maio, ocorreram choques entre os manifestantes e os membros da Legião Revolucionária (transformada no Partido Popular Progressista, sob a liderança de Miguel Costa).
  • 5. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • No confronto bem em frente ao prédio onde se situava a Rádio Record, à Praça da República nº 17, morreram, tragicamente metralhados, os estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. As iniciais de seus nomes inspiraram a criação da sigla “MMDC”, que passou a ser o estandarte daquele movimento.
  • 6. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • No dia 9 de julho de 1932, a revolução, que já vinha sendo tramada e articulada desde abril de 1931, acabou explodindo.
  • 7. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • O comando militar dos revoltosos foi entregue aos generais Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger, além do Coronel Euclides Figueiredo.
  • 8. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • César Ladeira, de maneira eloquente, levava ao ar mensagens patrióticas, que representavam o espírito paulista contra o regime ditatorial de Getúlio Vargas.
  • 9. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Pela primeira vez na história do nosso País, o rádio foi utilizado como instrumento de mobilização popular para uma guerra entre irmãos.
  • 10. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • César Ladeira e seus companheiros de microfone Nicolau Tuma, Renato Macedo e Licínio Neves imortalizaram-se em memoráveis “irradiações”, que avançavam pelas madrugadas, transformando a Rádio Record de São Paulo em “A Voz da Revolução.
  • 11. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • São Paulo teve que se curvar ante o inimigo, que era grande maioria, uma vez que os demais estados da federação permaneceram ao lado das Forças Getulistas, chamadas de Legalistas.
  • 12. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • César Ladeira Foi preso e durante 16 dias ficou trancafiado; de volta às suas funções de speaker, ainda permaneceu mais alguns meses na Rádio Record, de onde, em 1933, se tranferiu para a PRA-9 Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro, como diretor geral.
  • 13. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • César Ladeira deu ao veículo um novo impulso, uma outra personalidade, dividindo a programação em horários definidos e especializados.
  • 14. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Formou o seu próprio elenco, investiu na remodelação da discoteca, ampliou novos horários para o pequeno e o grande radioteatro, explorou suas virtudes de narrador inigualável, criando horários para apresentações diárias.
  • 15. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Buscou uma linguagem jornalística que identificasse o veículo, montando a programação tal qual se monta uma página de jornal, distribuindo cada assunto num horário predeterminado.
  • 16. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Deu nova roupagem aos programas , estimulou a cultura e, a curto prazo, transformou a Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro num verdadeiro padrão da nossa radiofonia.
  • 17. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Coube a César Ladeira o crédito da implantação de uma política salarial aos profissionais do rádio, que passaram a receber ganhos mais justos, além de salários fixos, e a ter seus contratos de trabalho registrados nas respectivas carteiras profissionais.
  • 18. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • A repercussão dessas medidas foi imediatamente sentida no mercado, uma vez que as demais emissoras passaram a adotá-las (para não dizer copiá-las), não só no Rio de Janeiro, como em todo o país.
  • 19. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Com aquela nova mentalidade, surgiram os radioteatros, as radionovelas, os programas de calouros e os programas de auditório.
  • 20. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • E, em retribuição àquela presença sempre maciça do público nas radioemissoras, principalmente nos horários noturnos, nasceu a tradição do artista de rádio, do cast, enfim, se apresentar em “traje de rigor”, a começar pelo próprio speaker.
  • 21. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Em 1937, Getúlio Vargas determinou novas eleições presidenciais no país, apresentando como candidatos os senhores Armando Salles de Oliveira e Oswaldo Aranha.
  • 22. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Pelo rádio, foi criado um concurso para indicar o escolhido, e a música vencedora Quem Será o Homem, antecipou o desfecho daquele concurso.
  • 23. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • De fato, não houve eleições e, no dia 10 de novembro de 1937, Getúlio anunciou a dissolução do Congresso e a instauração do Estado Novo.
  • 24. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Quando da promulgação da nova constituição, apelidada pelo povo de “Polaca”, um funcionário do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) compareceu à Rádio Mayrink Veiga PRA-9, com a ordem de que aquele documento, que “impunha o Estado Novo”, deveria ser levado ao ar imediatamente.
  • 25. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Era mais um subterfúgio de Vargas para continuar no poder.
  • 26. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • A nova Constituição Brasileira ou a “Polaca” possuia mais de oitenta páginas, numa linguagem toda cheia de entrefrases, parágrafos e subtítulos, tudo de propósito, ardilosamente elaborado para ninguém entender nada.
  • 27. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • César Ladeira não se perturbou. Colocou aquela papelada toda sobre a mesa do estúdio e, sem pigarrear, com a voz rigorosamente afinada, sem nenhum tropeço ou vacilação, leu tudo aquilo sem nenhum erro.
  • 28. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • Na década de 50, César Ladeira ainda emprestaria o seu talento e o seu concurso à Rádio Nacional do Rio de Janeiro, onde, a exemplo da Record e da Mayrink Veiga, deixaria sua marca como um dos mais completos e carismáticos profissionais do rádio.
  • 29. CÉSAR LADEIRA - A CORAGEM DE UM HOMEM • César Rocha Brito Ladeira faleceu em 1969.
  • 30. FONTE: • Histórias Que o Rádio Não Contou. Reinaldo C. Tavares. Negócio Editora: 1ª Edição, São Paulo, 1997.