O documento discute três pontos principais:
1) Reconhecer o aluno como sujeito de sua própria aprendizagem, que ocorre através da interação com o meio ambiente natural e social.
2) Explorar como a família, escola, trabalho e outras relações sociais influenciam a aprendizagem do adolescente e as demandas para o ensino de ciências.
3) Discutir a relação entre o conhecimento científico e tecnológico e como ele deve ser abordado na escola em relação aos
1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN
CAMPUS AVANÇADO DE PATU – DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
NÚCLEO AVANÇADO DE EDUCAÇÃO DE ALEXANDRIA – NAESA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
DISCIPLINA: ENSINO DE CIÊNCIAS
PROFESSOR: MS. JOSÉ SALAZAR DA COSTA
ALUNO: SUJEITO DO CONHECIMENTO
ELAINE CRISTINA BATISTA DANTAS
JÚLIA RAFAELA MANIÇOBA CÂMARA
MARIA JANAINA TORRES
MARIA LUCINEIDE DE AQUINO
ROGÉRIA VERISSÍMO DE OLIVEIRA CARLOS
ALEXANDRIA-RN
2. CENAS E QUESTÕES DE UM COTIDIANO ESCOLAR
Você preparou bem a aula: reviu o conteúdo, organizou uma
sequencia de explicações, partindo do mais simples para o mais
complexo. “Hoje a aula vai ser ótima... Vai ser uma boa estreia na
nova escola” pensou.
Entra na sala de aula animado e depara com uma zoeira geral.
Você respira fundo, pega seu diário de classe e inicia a chamada,
para por ordem no espaço. Se você tem um bom domínio de sala
e condições favoráveis de turma e de escola, vai conseguir
driblar as provocações e os desafios da turma... E “cumprir” com
o planejado. Geralmente, as coisas caminham em uma ou em
outra direção até chegar a primeira avaliação, e – com raras e
honrosas exceções – é ai que nos professores, “caímos na real”:
depois de muito esforço, a sensação é de o resultado ter ficado
muito aquém do esperado.
O que fazer? Na maioria das vezes, enfrentamos o desânimo
confortando-nos com dois ou três alunos que conseguem fazer
boas provas e passam a “dar aula” para os bons alunos.
“Afinal, são os únicos que são sérios na turma, que querem
estudar; não vou perder meu tempo com um bando de
preguiçosos que não querem nada!”, pensamos.
“Vamos empurrando com a barriga “, o diretor não ligar para o
que acontece. Rapidamente estamos fazendo parte do coro de
reclamações, (salário, despreparo do aluno, falta de condições de
3. SUJEITO DO CONHECIMENTO: O ENTORNO E A
APRENDIZAGEM
Primeiro ponto => Reconhecer que o aluno, é na
verdade, o sujeito de sua aprendizagem; é quem
realiza a ação, e não alguém que sofre ou recebe
uma ação.
4. Segundo ponto => Se a aprendizagem é resultado
de ações de um sujeito, não é resultado de qualquer
ação: ela só se constrói em uma interação entre
sujeito e o meio circundante, natural e social.
5. A nova localização das escolas publicas representa
sua inserção no meio de um fogo cruzado, às vezes
literalmente falando, de demandas sociais que não
precisaram enfrentar, enquanto estavam restritas a
somente uma parte da população.
6. QUEM É O SUJEITO DO CONHECIMENTO?
O ser humano sujeito de sua aprendizagem, nasce em
um ambiente mediado por outros seres humanos,pela
natureza e por artefatos matérias e sociais.
A ESFERA SIMBOLIZADORA E AS CIÊNCIAS
NATURAIS
As ciências naturais são compostas de um conjunto de
explicações com peculiaridades próprias e de
procedimentos para obter essas explicações sobre a
natureza e os artefatos matérias.
Nenhum aluno é uma folha de papel em branco em que
são depositados conhecimentos sistematizados durante
sua escolarização.
Esse conjunto simbólico tem sido denominado, de forma
diferente por diferentes autores, como cultura da
tradição, senso comum, cultura primeira, concepções
prévias ou alternativas, representação sociais, mundo
vivido, entre outros, conforme as intenções dos estudos
realizados.
7. A ESFERA SOCIAL, A ADOLESCÊNCIA E O
ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS.
Para a tarefa de localizar as mudanças ocorridas na
adolescência, relacionando-as com as
oportunidades de aprendizagem e as demandas que
criam para o ensino de ciências naturais, as práticas
sócias serão focalizadas separada mente em
quatros grupos: Unidade familiar, escola, trabalho e
outras relações sociais.
8. UNIDADE FAMILIAR
Unidade familiar está sendo tratada aqui no sentido
amplo de grupo de relações que sustentam material
e efetivamente o cotidiano. Nesse sentido, é
possível referir-se a, pelo menos, quatro tipos de
organização: à família nuclear mais tradicional (pais
e filhos); à família extensa, em que se incluem avós,
primos e outros parentes; à instituição, no caso de
adolescentes internados; e ao grupo primário mais
próximo, para os adolescentes que vivem na rua.
9. A ESCOLA
A escola é outro espaço de sociabilidade, de
inserção em relações sociais externas ao âmbito
familiar. Uma de suas finalidades principais é
garantir a possibilidade de aceso ao conhecimento
sistematizado, e é em torno dessa função que, ao
menos em sua atribuição legal, deveriam estar
sendo organizadas as atividades escolares.
10. A escola está organizada em função de um objetivo: o
acesso ao conhecimento, que envolve um número
maior de pessoas, avaliações formais de
desempenho, regulamentos com previsão de
punições (como suspensão), expulsão para os
comportamentos considerados inadequados e
horários e os espaços bem definidos para cada
atividade. O desempenho individual determina a
reprovação ou a aprovação do aluno, que, na sala de
aula, está submetida à autoridade do professor e, em
outros espaços, sempre à autoridade de um
funcionário. Desacordos são decididos por
coordenadores e diretores. Todos os resultados são
emitidos em documentos formais: boletins
encaminhados aos pais e fichas escolares que
acompanham a trajetória do aluno mesmo quando
muda de escola, trajetória essa no histórico escolar e
no certificado de conclusão que acompanham os
indivíduos para o resto da vida.
11. Uma terceira dimensão da sociabilidade é a da
produção, do trabalho. Sob a ótica da socialização,
a entrada no mundo do trabalho implica a
convivência determinada pela produção material e
intelectual, a inserção nas regras do mercado, que
tem como marca a impessoalidade das relações.
12. Na produção agrícola, nas microempresas, nos
estabelecimentos familiares, na produção informal,
crianças e adolescentes estão presentes, auxiliando
e, muitas vezes, assumindo responsabilidades e
tarefas de adultos.
13. OUTRAS RELAÇÕES
A última relação de sociabilidade refere-se a
dimensões particularmente importantes para os
adolescentes: o namoro, a turma de amigos, os
grupos religiosos e esportivos, a participação em
grêmios estudantis, partidos, jogos/competições
com participação individual ou em equipe, dos
tradicionais como o futebol aos contemporâneos
como games eletrônicos, movimentos reivindicativos
ou trabalhistas, serviço de voluntariado, á
participação como leitor.
14. A ESFERA PRODUTIVA E A RELAÇÃO ENTRE
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
A terceira grande esfera das ações humanas é a
esfera produtiva. Se a comunidade se caracteriza
pela elaboração simbólica e pela organização social,
essas duas esferas estão diretamente relacionadas
com a capacidade humana de intervir coletivamente
no ambiente natural e nas próprias relações sociais.
15. Especialmente nos dias de hoje, as ciências naturais
continuam a produzir um conhecimento induzido por
políticas de financiamento, cuja aplicação
tecnológica, na maioria das vezes, foge a seu
âmbito interno de decisão.
16. RELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTOS DO
PROFESSOR E DOS ALUNOS
Como já foi explicitado anteriormente, o professor é,
na sala de aula, o porta-voz de um conteúdo
escolar, que não é só um conjunto de fatos nomes e
equações, mas também uma forma de construir um
conhecimento especifico imbuído de sua produção
histórica e de procedimentos próprios.
17. Condições de trabalho que garantam ao professor
um salário digno, valorização profissional, ambiente
adequado e seguro, possibilidade de formação
permanente, tempo para reflexão, estudo e
elaboração de seus materiais de trabalho são o
suficiente?
18. A relação firmada na sala de aula é entre o
professor e uma turma, conjuntos de alunos. A
dinâmica que se estabelece é a dos grupos. Os
alunos são individualmente diferentes, com
demandas e tempos próprios, mas sua interação
com os professores ocorre enquanto turma. A
dinâmica estabelecida com cada turma, e com cada
professor, está permeada pela relação entre os
alunos, em uma convivência cotidiana, e pela forma
como se relacionam em grupo com os outros
professores, com os ouros adultos da escola com as
outras turmas e com a estrutura da escola, que
envolve desde o espaço físico até as regras de
convivência.
19. Propiciar o novo em Ciências Naturais é trazer para
o ambiente escolar as notícias do jornal, as
novidades da internet, é visitar museus e exposições
de divulgação cientifica, como parte da rotina da
vida escolar.
20. Portanto uma vez que o ponto de partida e de
chegada é o mundo em que a vida se dá, o
conhecimento cientifico aparece como uma das
formas – nem a única nem a mais importante, mas
indispensável na atualidade – de atuar e explicar
criticamente. Só faz sentido em sua relação com os
conhecimentos tanto da cultura prevalente como das
outras disciplinas escolares.