O documento discute os conceitos de alienação e ideologia e seus riscos para a educação. Apresenta como a cultura pode ser contaminada por modos perversos que desviam do processo de humanização, como a alienação e a ideologia. Argumenta que a educação não deve ser apolítica e deve promover a construção da personalidade social do educando.
1. AALLIIEENNAAÇÇÃÃOO EE
IIDDEEOOLLOOGGIIAA
A cultura pode ser contaminada por
modos perversos que a desviam do
processo de humanização. Estes são a
alienação e a ideologia, cujos riscos
refletem nas definições dos objetivos
de uma educação focada na
emancipação humana.
2. TTRRAABBAALLHHOO CCOOMMOO PPRRÁÁXXIISS
O trabalho entendido no amplo
sentido de atividade prática e teórica,
é uma condição para a instauração do
mundo da cultura, mas, se as relações
de poder não fazem democráticas,
persiste a cultura da dominação, com
nítidos prejuízos para a equitativa
repartição dos bens, sociais, sobretudo
a educação.
3. AALLIIEENNAAÇÇÃÃOO
Alienação é uma forma de tirar a
identidade das pessoas. Uma pessoa
alienada é aquela que age sem saber das
coisas. É uma pessoa que vive mas não dá
importância para o que se passa no mundo.
Que não luta pelos seus ideais e que se
submete a qualquer coisa. A Alienação é a
cegueira da consciência. Sendo assim, toda
e qualquer Ideologia apresentada é válida.
Uma sociedade alienada é uma sociedade
em estado de anomia (sem nome).
4. A alienação se caracteriza pela falta de
capacidade do individuo conseguir pensar por
si só, ele não se reconhece enquanto ser e se
torna ‘escravo’ de uma realidade que o
condiciona a viver sem razões individuais. A
sociedade humana hoje se mostra tomada
pela ‘doença do possuir’, as mídias, todas as
formas de comunicação, cospem produtos e
vendem ideias absurdas para a população, que,
durante décadas vem sofrendo um processo
de cegueira da consciência, não conseguem
identificar nem separar seus gostos reais dos
gostos fabricados e oferecidos.
5. SSOOCCIIEEDDAADDEE PPÓÓSS--MMOODDEERRNNAA
EE AALLIIEENNAAÇÇÃÃOO
Na era da cibernética, ou seja, a partir da
revolução da informática e da generalização do
uso de computadores pessoais, a sociedade
contemporânea sofreu uma mudança
significativa das relações de trabalho, com a
predominância do setor de serviços (setor
terciário), que envolve atividades tanto das
áreas de comunicação e informação, como de
comércio, finanças, saúde, educação, lazer etc.
6. Se, com a ampliação do setor de
serviços, foi deslocada a tradicional
oposição entre o proprietário da
fábrica e o proletário, conforme a
clássica representação marxista
costumava enfatizar, cada vez mais
as empresas são controladas por
administradores, os
tecnoburocratas.
7. Com o advento da sociedade pós-moderna,
alterou-se também o
modo pelo qual se estabelecem as
relações pessoais e dos indivíduos
com o mundo que os cerca. No
campo das comunicações, a
realidade transformou-se em
simulacro, ou seja, cada vez mais os
meios tecnológicos de comunicação
simulam a realidade.
8. Por outro lado, o resultado
também é muitas vezes a ilusão
de conhecimento, a atenção
flutuante, o conhecer por
fragmentos, sem um momento de
parada para a integração das
partes e a reflexão sobre as
informações recebidas.
9. AA SSOOCCIIEEDDAADDEE DDOO LLAAZZEERR
Com a sociedade industrial, o lazer
surgiu como um fenómeno de massa
com características especificas que
nunca existiriam antes do século XX,
devido as reivindicações e conquistas
dos trabalhadores relativas à
diminuição da jornada de trabalho, ao
descanso semanal e as férias.
10. IIDDEEOOLLOOGGIIAA EE TTRRAABBAALLHHOO
Há vários significados para a palavra ideologia.
Em sentido amplo, é o conjunto de ideias,
concepções ou opiniões sobre algum ponto
sujeito a discussão. Bem como normas
estabelecidas a partir de valores. A ideologia é
uma teoria, uma organização sistemática dos
conhecimentos destinados a orientar a prática, a
ação efetiva. Nesse sentido, cada um tem uma
ideologia que o ajuda a decidir, por exemplo,
onde estudar, que profissão escolher e a respeito
do que é certo ou errado.
11. Em sentido restrito, inicialmente
elaborado pelo filósofo e cientista
social Karl Marx, que viveu no século
XIX. Atualmente este conceito está
incorporado ao pensamento político
e econômico, sendo utilizado até por
teóricos não-marxistas, tal a sua
fecundidade na compreensão das
relações de poder.
12. AA FFUUNNÇÇÃÃOO DDAA IIDDEEOOLLOOGGIIAA
A função da ideologia é, pois, ocultar as
diferenças de classe, facilitando a
continuidade da dominação de uma
classe sobre outra. A ideologia assegura
a coesão entre os homens e a aceitação
sem críticas das tarefas mais penosas e
pouco recompensadoras, em nome da
vontade de Deus”, do “dever moral” ou
simplesmente como decorrentes da
“ordem natural das coisas”.
14. AALLIIEENNAAÇÇÃÃOO,, IIDDEEOOLLOOGGIIAA EE EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO
É muito comum considerar a educação uma prática
apolítica, a escola como um espaço neutro, uma ilha
isolada das divergências da sociedade e um canal
objetivo de transmissão da cultura universal. Tal
procedimento torna-se ideológico quando despreza o
fato de que a educação é um fenômeno social e que
deve promover a construção da personalidade social
do educando. Por isso mesmo, a educação não
desvincula da situação concreta em que se acha
inserida.
15. NNuumm rrááppiiddoo eessbbooççoo ddoo ppaappeell
iiddeeoollóóggiiccoo ddaa eedduuccaaççããoo vvaammooss
aabboorrddaarr aa qquueessttããoo ssoobb aallgguunnss
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PPRRÁÁTTIICCAA EEDDUUCCAATTIIVVAA..
16. LLEEGGIISSLLAAÇÇÃÃOO EE IIDDEEOOLLOOGGIIAA
É impossível que uma legislação
eficaz para a educação não tenha
como suporte uma teoria pedagógica
cujo rigor possa superar a
compreensão meramente empírica
do fenômeno educativo. Somente se
apoiando na teoria é que a solução
para os problemas surge de forma
intencional, coerente e não
fragmentada, ultrapassando o nível
pratico utilitário do senso comum.
17. PPRRÁÁTTIICCAA EEDDUUCCAATTIIVVAA EE IIDDEEOOLLOOGGIIAA
A organização escolar pode exercer um
papel ideológico na medida em que a
rígida hierarquia exige o exercício do
autoritarismo e da disciplina estéril, que
educam para a passividade e a
obediência. Entre os recursos utilizados
na prática educativa, o livro didático não
pode ser considerado um veículo
neutro, objetivo, mero transmissor de
informações.
18. CONTRA-IDEOLOGIA: EDUCAR PPAARRAA AA CCIIDDAADDAANNIIAA
Se considerássemos apenas o que foi dito até
agora, restaria uma visão pessimista da educação
e uma nítida sensação de impotência diante
dessa situação. É preciso superar essa posição
imobilista. Para isso, vamos explicitar o que seria
um discurso não-ideológico.
Retomemos os conceitos analisados no início do
capítulo: o discurso ideológico é abstrato e
lacunar, faz uma análise invertida da realidade e
separa o pensar e o agir, a fim de manter
privilégios e a dominação de uma classe sobre
outra.
19. Aplicando o conceito de dialética à educação,
podemos ver que uma teoria educacional não
determina autoritariamente e a priori o que deve
ser feito, mas parte da análise dos fatos e deve
para eles retornar, a fim de agir sobre eles,
mantendo viva a relação entre o pensar e o agir.
Por isso, toda teoria educacional autêntica vem
sempre acompanhada de forma reflexiva e crítica
pela filosofia, cuja função é “explicitar os seus
fundamentos, esclarecer a função e a
contribuição das diversas disciplinas pedagógicas
e avaliar o significado das soluções escolhidas”
20. Apesar de pertencer ao mundo do
trabalho, a escola deve dar condições
para que se discuta criticam ente a
realidade em que se acha mergulhada.
Ou seja, para exercer sua função com
dignidade, precisa manter a dialética
herança-ruptura: ao transmitir o saber
acumulado, deve ser capaz de romper
com as formas alienantes, que não estão
a favor do homem, mas contra ele.
21. Uma das soluções possíveis para se
oferecer uma escola de boa qualidade
estaria na exigência da aplicação
adequada dos recursos do governo e,
além disso, no esforço conjunto de
educadores e do próprio povo. Ou seja,
cabe também à sociedade civil buscar
meios e inventar caminhos para
conseguir uma escolarização em que o
conteúdo dos estudos seja, acima de
tudo, a prática social vigente.