1. CADERNO DE FORMAÇÃO Rosa Mystica Nº 10
PORQUE A IGREJA NOS MANDA AJOELHAR
João 6, “53. Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade
Vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não
beberdes o Seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. 54. Quem
come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna; e Eu o
ressuscitarei no último dia. 55. Pois a Minha carne é
verdadeiramente uma comida e o Meu sangue, verdadeiramente
uma bebida. 56. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue
permanece em Mim e Eu nele.”
I Coríntios 11, “28. Que cada um se examine a si mesmo, e assim
coma desse pão e beba desse cálice. 29. Aquele que o come e o bebe
sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria
condenação.”
1 – A Regulamentação da Liturgia cabe somente à Santa Sé conforme o
Documento do Concílio Vaticano II “Sacramentum Concilium”:
“A regulamentação da Sagrada Liturgia é da competência exclusiva da
autoridade da Igreja. Esta autoridade cabe à Santa Sé e, segundo as
normas do Direito, ao Bispo” - (SC, Nº 554).
2 – A presença de Cristo na Eucaristia está acima de todas as outras
presenças (no irmão, no pobre, etc) e acima de todos os sacramentos:
“1374.- O modo da presença de Cristo sob as espécies eucarísticas
é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz
dela «como que a perfeição da vida espiritual e o fim para que
tendem todos os sacramentos»” - (Catecismo da Igreja Católica)
3 – Alguns leigos, padres e falsos liturgistas tem afirmado errôneamente por aí:
“celebração não é lugar de adoração” e também: “não se deve ajoelhar”...
Estas falas não correspondem ao que ensina a Santa Igreja, a sua doutrina e
normas, mas se trata puramente de opiniões pessoais sem fundamento
algum nas Sagradas Escrituras ou nos documentos ou instruções da Igreja. Há
várias orações na Santa Missa que nos convida à adoração: “nós vos
bendizemos, nós vos adoramos...” (no Glória); também em várias orações
eucarísticas, etc. Outro dizer comum é: “fazem da celebração uma adoração
eucarística”, o que é outra grande mentira injusta, porque, só pelo fato de
prestarmos um verdadeiro culto à Eucaristia nos momentos de sua estada no
altar, no meio de nós, não quer dizer que fazemos de toda a celebração uma
‘adoração eucarística’. Cada coisa tem seu momento dentro da celebração,
(Liturgia da Palavra, oração, música, etc) que deve ser vivido intensamente.
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2. 4 – O Sagrado Magistério da Igreja nos fala acerca da importância de adorar a
Santa Eucaristia na Celebração:
“286. - Que tipo de culto é devido ao sacramento da Eucaristia? É
devido o culto de latria, isto é, de adoração reservado só a Deus quer
durante a celebração eucarística quer fora dela.” (Cat. da Igreja Católica)
“1378. - Na liturgia da Missa, nós exprimimos a nossa fé na presença
real de Cristo sob as espécies do pão e do vinho, entre outras
maneiras, ajoelhando ou inclinando-nos profundamente em sinal de
adoração do Senhor. «A Igreja Católica sempre prestou e continua a
prestar este culto de adoração que é devido ao sacramento da
Eucaristia, não só durante a missa, mas também fora da sua
celebração...” (Catecismo da Igreja Católica)
“Não há, portanto, dúvida alguma de que todos os fiéis cristãos,
segundo o costume que sempre vigorou na Igreja Católica, devem
render a este Santíssimo Sacramento, ao venerá-lo, o culto de
adoração, devido ao verdadeiro Deus. Não é, pois, menos digno de
adoração pelo fato de ter sido instituído por Cristo Senhor para ser
recebido como alimento (Mt 26,6; Mc 14,22). Cremos, de fato, que nele
está presente o mesmo Deus de quem o Pai Eterno, ao introduzi-lo no
mundo, disse: ‘E adorem-no todos os anjos de Deus’ (Sl 96,7; Hb 1,6);
que os magos, prostrando-se, adoraram (Mt 2,11), que a Escritura atesta
que foi adorado pelos Apóstolos na Galiléia (Mt 28,17; Lc 24,52)” – (Concílio
de Trento -1545-, Decreto sobre a Eucaristia, cap. V.)
5 – Observe estas instruções do Missal Romano ao Sacerdote na
hora da consagração:“Mostra ao povo a hóstia consagrada, coloca-a
na patena, fazendo genuflexão para adorá-la”. “Mostra o cálice ao
povo, coloca-o sobre o corporal e faz genuflexão para adorá-lo”. Se o
padre deve se ajoelhar na consagração, porque o povo não o faria?
O Missal Romano determina que nós devemos nos ajoelhar durante a
consagração: “Os fiéis se ajoelhem durante a consagração, a não ser
em motivo de saúde, falta de espaço, grande número de presentes ou
outras causas razoáveis que não o permitam” (Nº43).
6 – Estes pretensos liturgistas afirmam que não devemos ajoelhar
porque precisamos estar de pé em prontidão para a missão. Mas no
Santo Evangelho, na hora do envio dos Apóstolos, eles se
prostraram diante de Jesus!:
Mateus 28, “17. Quando o viram, adoraram-no; entretanto, alguns
hesitavam ainda. 18. Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: Toda
autoridade me foi dada no céu e na terra. 19. Ide, pois, e ensinai a
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3. todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. 20. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que
estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.”
Vemos que essas idéias são desculpas ridículas, pois ajoelhar-se
também é estar em prontidão!
7 – Mais profundo ainda são as encíclicas dos Papas, a de João
Paulo II e em especial a de Bento XVI que a escreveu logo após o
Sínodo sobre a Eucaristia, onde os bispos do mundo inteiro se
reuniram para meditar sobre este grande sacramento e que nos fala
diretamente sobre o que estamos vivendo: A relação intrínseca entre
celebração e adoração.
66. Um dos momentos mais intensos do Sínodo vivemo-lo quando
fomos à Basílica de São Pedro, juntamente com muitos fiéis, fazer
adoração eucarística.
Com aquele momento de oração, quis a assembléia dos bispos não
se limitar às palavras na sua chamada de atenção para a
importância da relação intrínseca entre a celebração eucarística e a
adoração. Neste significativo aspecto da fé da Igreja, encontra-se
um dos elementos decisivos do caminho eclesial que se realizou
após a renovação litúrgica querida pelo Concílio Vaticano II.
Quando a reforma dava os primeiros passos, aconteceu às vezes
não se perceber com suficiente clareza a relação intrínseca entre a
Santa Missa e a adoração do Santíssimo Sacramento; uma objeção
então em voga, por exemplo, partia da idéia que o pão eucarístico
nos fora dado não para ser contemplado, mas comido. Ora, tal
contraposição, vista à luz da experiência de oração da Igreja,
aparece realmente destituída de qualquer fundamento; já Santo
Agostinho dissera: « Nemo autem illam carnem manducat, nisi prius
adoraverit; (...) peccemus non adorando = Ninguém come esta carne, sem
antes a adorar; (...) pecaríamos se não a adorássemos ».(191). De fato, na
Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se
conosco; a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da
celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração
da Igreja: (192) receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de
adoração d'Aquele que comungamos. Precisamente assim, e apenas
assim, é que nos tornamos um só com Ele e, de algum modo,
saboreamos antecipadamente a beleza da liturgia celeste. O ato de
adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se
fez na própria celebração litúrgica. Com efeito, « somente na
adoração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro.
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4. Precisamente neste ato pessoal de encontro com o Senhor
amadurece depois também a missão social, que está encerrada na
Eucaristia e deseja romper as barreiras não apenas entre o Senhor
e nós mesmos, mas também, e sobretudo, as barreiras que nos
separam uns dos outros».
(Exortação Apostólica Pós-Sinodal “SACRAMENTUM CARITATIS” de Sua Santidade
BENTO XVI ao EPISCOPADO, ao CLERO, às PESSOAS CONSAGRADAS e aos FIÉIS
LEIGOS sobre a “EUCARISTIA FONTE E ÁPICE DA VIDA E DA MISSÃO DA IGREJA”.)
8 – Estes leigos ou religiosos que falam o contrário do que a Igreja diz
devem, ser ouvidos? A quem obedecer? A eles ou à Igreja? Já Pedro e os
Apóstolos nos ensinaram: “Importa obedecer antes a Deus do que aos
homens” - Atos dos Apóstolos 5,29. Vamos seguir ideologias de
procedência duvidosa ou a verdadeira fé católica? Procure o seu padre ou
seu bispo e não se deixe manipular por essas idéias heréticas
“Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu,
na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a
glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor!” - (Fl 2,10-11)
Alessandro Silva
ZELO PASTORAL PELA EUCARISTIA
. “Estas verdades fundamentais, com as consequências que delas derivam, havemos de as
refletir e ensinar ao longo deste ano. Para melhor o conseguirmos, proponho à diocese como
primeiro ponto de um programa para o Ano da Eucaristia: Que na catequese para crianças e
jovens, que nos ensinamentos para adultos, que nas próprias homilias, se faça uma doutrinação
sólida sobre a Eucaristia, a celebração da Missa, de tal modo que não se confunda a fonte com as
bicas por onde corre a água.
Considerando que a catequese se faz também com gestos e sinais, lembro a importância de se
enobrecer o altar, ornamentando-o com sóbria dignidade, e de se assinalar o sacrário,
iluminando-o acentuadamente e respeitando-o com a prática da genuflexão bem feita.
Com a participação calendarizada das paróquias e outras comunidades, vamos garantir a
realização de "Adoração Diária Diocesana": em cada dia e durante um tempo prolongado, a
comunidade indicada estará a adorar o Senhor, presente na Hóstia Santa, em nome e pelas
intenções da Diocese... Com textos para a adoração.
Recordando o louvável costume de "visitar" o Senhor presente no sacrário, peço aos
educadores que inculquem essa prática aos cristãos, desejando para tal que os responsáveis
procurem garantir a abertura das igrejas durante mais tempo.
De imediato, rogo aos sacerdotes e aos diáconos, religiosos e leigos responsáveis por
celebrações que anunciem cuidadosamente a abertura do ano sacerdotal, será louvável que,
neste dia inicial, em muitas das nossas igrejas se faça a exposição solene do Senhor neste
seu Santíssimo Sacramento, adorando-O e pedindo-Lhe que favoreça os nossos bons
propósitos para este ano.
Com a ajuda de sua Mãe Santíssima, havemos de merecer a bênção de um Ano da Eucaristia
dignamente vivido.” + D. Albino Mamede Cleto
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