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INDICE
Agradecimentos
Prólogo
Prefácio
Introdução

4
6
7
9

Capitulo 1
Reflexão

11

Capitulo 2
Não há árvore sem raízes

15

Capitulo 3
O anjo que Deus usou: Frederico.

19

Capitulo 4
Meus primeiros passos na Cidade de
“Mar del Plata”

27

Capitulo 5
O plano de Deus

35

Capitulo 6
A pastoral da Cidade de “Mar del Plata”

41

Capitulo 7
Evangelismo de Colheita

45

Capitulo 8
Portugal

57

Capitulo 9
O desafio!!!

65

Conclusão

75
Agradecimentos
Agradeço a Deus em primeiro lugar, porque, tudo o que sou e
tenho, devo a Ele. À minha amada esposa Graciela sem a qual
não poderia ter permanecido sem desfalecer, pois tem
suportado a carga da família e da obra sobre seus ombros. Aos
meus filhos amados, Nati, a minha bebé grande, que suportou
minha imaturidade como pai e por falta de experiência não
saber como acompanhá-la nos momentos especiais da sua
vida. Ao Luciano, que fez todo o possível para que possamos
funcionar na área da internet, fazendo o seu melhor para que
tudo fique bem e por ter me dado dois netinhos preciosos com
sua esposa Claudia, que alegram os nossos corações. Ao Juan
Pablo que sempre esteve comigo apesar dos tempos difíceis
que nós temos vivido. A Ruth, meu doce bebé, que põe tudo a
andar para a frente e ter suportado os tempos de grande
escassez, sem se desanimar, mas enchendo-a de coragem
para fazer sempre o melhor e a Elias, a quem toca a parte linda
da historia, pois, está desfrutando agora daquilo que seus
irmãos não puderam viver, ver seus pais servirem a Deus com
alegria e com frutos.
Aos pastores da Assembleia das Igrejas Cristãs, aos pastores
da cidade, a quem tenho o privilégio de servir como secretário
pastoral e a toda equipe pastoral com quem compartilhamos
momentos inesquecíveis.
Ao Pastor Omar Olier, que sempre me tem mostrado que tudo é
possível e me ensinou uma maneira de andar no Espírito que
eu não conhecia.
Ao Pastor Edgardo Silvoso, David Thomsom, Juan Zucarelli,
Werner Swart e a toda a equipe de Harvest Evangelism, sou
muito grato.
Ao Pastor Roberto Sorensen, que sempre me animou a
depender de Deus.
Ao Pastor Enrique Oliver e sua esposa com quem
compartilhamos uma amizade especial em Deus.
Aos pastores de Portugal, Óscar Segura e Paulo Cardoso,
pessoas maravilhosas.
Aos irmãos do templo "Jesus te ama", que me ajudaram
de grande maneira a crescer no ministério,
acompanhando-me nos desafios que lhes apresentava.
Aos irmãos de "Porta de vida" pessoas maravilhosas
que se atrevem a seguir a visão que Deus nos tem dado
sem questionar quanto custa realizá-lo.
A Thelma Teixeira que contribuíu com o seu esforço
para a tradução do livro para Português.
A Agostinho Teixeira que revisou a tradução do livro
para a lingua Portuguesa, fazendo-o com dedicação.
E a cada um daqueles que apesar de não estarem
mencionados neste livro têm contribuído de uma forma
ou de outra para o meu crescimento.
A todos muito obrigado.
Prólogo
É um livro de inspiração, reconhecendo a graça e a misericórdia de
Deus, ao guiar seus filhos e tratar com eles, afim de que alcancem
objectivos maiores, dos que esperavam e entendiam,
encaminhando-os para o propósito, para o qual foram criados.
Jorge relata através das provas e do seu caminhar como viu
derramada a glória e o amor do Senhor, sobre a sua vida e sua família,
sendo uma inspiração para muitos que não se atrevem a correr
riscos, aceitando o desafio proposto pelo Senhor, para alcançar
lugares estratégicos e posições, dentro de uma cidade impactando a
sociedade por meio de sinais que Deus faz com a sua vida e
ministério. Um servo de Deus que com humildade e modéstia reflecte
através do seu testemunho pessoal e suas experiências, uma
mensagem de fé e esperança, para que ninguém desanime, quando
a resposta tarda, ou não chega como esperamos. Durante o tempo de
espera, Deus trata com a nossa fé e obediência.

Pastor Omar Olier
Presidente da Associação Pastoral de “Mar del Plata”
Este livro é uma bênção para este tempo, que tudo se quer
instantâneo, “Chaves para o fracasso” chega num momento
importante para muitas vidas que querem êxito imediato. Este
testemunho do meu amigo Jorge revela como se pode trabalhar para
o Senhor com muito esforço, com muito entusiasmo, mas sem a
aprovação do Senhor, sem direcção, sem revelação e como se chega
ao caminho do fracasso desta maneira, sem nos aperceber.
Recomendo lê-lo, pois é uma vivência de como transformar a derrota
em vitória. A todo aquele que vai começar no ministério e também a
todo aquele que não vê resultados em seu trabalho ministerial, o
levará a apegar-se ao Senhor de uma maneira diferente.

Pastor Enrique Oliver
Pastor regional da Associação Pastoral de “Mar del Plata”
Prefacio
Desde o momento que alguém nasce, começa a enfrentar o
desafio do desconhecido, um mundo totalmente diferente ao
do ventre da mãe, mas uma vez superado este primeiro
desafio, em lugar de terminar, eles se multiplicam em todo o
tempo à medida que avançamos na idade. É neste momento
que mais precisamos daqueles que já percorreram este
caminho, pois as experiências já adquiridas por cada desafio
ou etapa superada, pode ajudar-nos, a fazer do que para nós
parecia impossível, algo que se pode alcançar e superar.
Nossos pais oferecem-nos o apoio e ajuda de acordo com as
suas capacidades, o que em muitos casos são escassas
porque para eles também o foram, e ninguém pode dar o que
não tem. Isto ocorre tanto no nível espiritual quanto no natural.
Não damos conta da importância que há em ter alguém que nos
ajude, até que Deus em sua infinita misericórdia, nos rodeia de
alguém com um coração de pai, pessoas que tem a capacidade
de nos fazer mais simples no nosso caminhar, ajudando a
liberar o potencial há em cada indivíduo. É por isso, que na falta
de um guia espiritual, um mentor, esses desafios não são
concluídos, e é aí que vão gerando dentro de nós os fracassos,
que levam há frustração e ao desânimo, os quais são barreiras
que nos impedirão de seguir, e avançar na vida. Fracassos
estes, que por não serem identificados e desarreigados de
dentro de nós, serão as fortalezas que não nos deixarão ver
para além dos nossos narizes.
Sempre olhamos para o sucesso dos outros, como se Deus
tivesse escolhido um grupo de elite, para serem triunfantes. A
inveja, a impotência e a desesperança faz diminuir o que
deveria crescer, isto é, a força para vencer a adversidade e
levar-nos ao nosso propósito. As fortalezas da incredulidade e
impossibilidade se fazem tão grandes que só Deus em sua
infinita misericórdia pode romper, quando somos iluminados
pela verdade, mas alguém, tem que nos alcançar com a luz.
O propósito deste livro é mostrar que Deus “Nos tem escolhido
para coisas extraordinárias”, pois nos criou para isso. Porém,
se não temos quem nos ajude a encontrar nosso propósito,
poderemos acabar por passar por esta vida como uma sombra,
sem deixar rastro nem memória.
É minha oração que ao ler as páginas a seguir, o bendito
Espírito Santo ilumine as áreas da sua vida que necessitam de
ser iluminadas e, dessa maneira, poupar o tempo, que, uma
vez perdido, nunca mais o poderá recuperar.
Introdução
Quero contar-lhes um pouco da minha história, através da qual,
vocês poderão ver que para fracassar não são necessárias
muitas coisas, é somente seguir certas regras estabelecidas e
por inércia caímos dentro delas. Estas coisas nos envolvem
como uma serpente à sua presa e inibem a possibilidade de
serem pessoas livres para triunfar. Embora essas experiências
tenham um propósito, muitas vezes no momento não nos
damos conta, porém, com o passar do tempo, vai tomando
forma o mistério, do porque acontecem essas coisas.
Deus permitiu-me experimentar 22 anos de fracassos, para
que hoje, possa sentar-me e contar-lhes que é possível vencer
o fracasso, ser feliz, prosperar e ser usado por Deus, sem
necessidade de manipular as coisas de Deus para proveitos
particulares, que é possível descansar em Deus enquanto
servimos, sem ficarmos doentes e decepcionados, enquanto
os anos provam o que fizemos. Se em nosso coração, bate o
desejo fervoroso de seguir adiante das adversidades, de
vencer o fracasso, de mostrar que é possível, então, Deus fará
o que Ele sabe fazer, mostrar-nos o caminho por onde
devemos andar.
Salmo 32:8 Te farei entender, e te ensinarei o caminho em
que deves andar; Sobre ti porei os meus olhos.
É por isso que, o propósito deste livro é mostrar-lhe coisas que,
quem sabe, coincidam com as que têm mantido você numa
posição de fracasso…
Na vida pessoal,
Familiar,
Emocional,
Económica
E no serviço do Senhor.
Quem sabe, você possa identificar-se com alguns aspectos da
minha vida e que sirva para inspirá-lo ao ponto de reconhecer
que no plano de Deus, o fracasso não é contemplado como
opção, e não quero dizer com isto que, nós não possamos cair,
nem tropeçar, mas, que em nosso espírito estamos
programados para sermos vitoriosos. Então, eu terei atingido o
objectivo de ajudá-lo, a ser o que Deus diz a seu respeito, ser
uma pessoa de êxito em toda a sua vida, na família e no seu
ministério. Entenda-se por êxito, o ter alcançado o propósito.
Reflexão
Quero começar, com um escrito de Mário de Andrade, que
chegou às minhas mãos, e expressa cabalmente o porquê de
uma mudança tão radical em minha vida, na minha família e no
meu ministério.
Contei os meus anos e descobri que tenho menos tempo
para viver daqui por diante do que vivi até agora.
Sinto-me como aquele jovem que ganhou uma caixa de
tâmaras; as primeiras comeu com indiferença, porém,
quando percebeu que já lhe restavam poucas, começou a
roer e a desfrutar até ao caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não
quero estar em reuniões onde desfilam egos inchados.
Incomodam-me os invejosos que tratam de desacreditar
os mais capazes, para usurpar os seus lugares, talentos e
realizações.
Não penso aceitar coisas e situações só para ficar bem
com alguém, nunca mais.
Deixarei de esconder a minha face à verdade só para ficar
numa falsa comodidade ou por medo da dor ou por ter que
começar tudo de novo; agora eu me arrisco.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis onde se
discutem estatutos, normas, procedimentos e
regulamentos internos, sabendo que não se vai conseguir
nada.
Já não tenho tempo para suportar as modas das pessoas
que, apesar de sua idade cronológica, são uns imaturos.
Recordo agora a afirmação de Mário de Andrade: “As
pessoas não discutem conteúdos, apenas os títulos”.
O meu tempo é escasso para discutir títulos; quero a
essência, a minha alma tem pressa.
O meu coração está ansioso.
Sem muitas tâmaras na caixa, quero viver ao lado de
gente humana, muito humana;
Que saiba rir dos seus erros, que não se envaideça com
seus triunfos, que não se considera eleita antes da hora e
que não fuja das suas responsabilidades.
Que defenda a dignidade dos marginalizados e que deseje
tão-somente andar ao lado de Deus. Caminhar junto a
coisas e pessoas de verdade,
Desfrutar de um afecto absolutamente sem fraudes,
nunca será perda de tempo.
O essencial é o que faz com que a vida valha a pena
E, a minha vida…Sim, ela vale.
Quero rodear-me de gente que saiba tocar o coração das
pessoas.
Que cantem, bailem, riam e se aventurem mais,
Gente que, os golpes duros da vida, os ajudou a crescer
com toques suaves na alma
E continuam crendo no amor.
Sim… Tenho pressa…para viver com a intensidade que só a
maturidade pode dar.
Pretendo não desperdiçar parte alguma das tâmaras que
me restam.
Estou seguro que serão mais deliciosas do que, as que até
agora comi, pela experiência que tenho hoje.
PORQUE HOJE:
Deixei de desejar que a minha vida fosse diferente e,
comecei a ver que o que me acontece contribui para o meu
crescimento.
Liberto-me de tudo o que não é saudável...
Pessoas, situações, tudo… e qualquer coisa que me puxe
para baixo.
HOJE:
Desisto de querer ter sempre razão e com isso me
equivoco muito menos.
Já não revivo o passado e me preocupo o necessário com o
futuro. Mas bem me mantenho no presente, que é onde a
vida acontece.
Porque a minha meta é chegar ao final satisfeito, pleno e
em paz com Deus.
E a tua qual é?
Porque, de qualquer maneira, ainda que escolhas outro
caminho, chegarás ao teu fim.
Pense nisto...
Quase sempre, estamos mais dispostos a ver e corrigir os erros
nos outros. Isto acontece com a maioria de nós. É como um
costume que tem passado de geração em geração, porém a
vida passa, não há retorno para mudar essa atitude, pois
pretendendo ajudar os demais antes de examinarmos nossas
próprias necessidades, é algo que nos rouba tempo e não o
podemos recuperar mais. Custa-nos aceitar que os outros têm
razão em muitas coisas que nós cremos estarmos a fazer bem,
quando na realidade, estamos equivocados, ou quem sabe
fazendo da forma mais complicada.
O motivo que nos impede de aceitar a correcção, a sugestão e
o conselho dos outros, é o orgulho, e este, é como um mau
hálito que todos se apercebem menos o que o tem.
O nosso pequeno mundo em que estamos metidos tapa-nos os
ouvidos. Véus e mantos espirituais, são postos sobre a nossa
cabeça, convertendo-nos muitas vezes em cegos, guias de
cegos, e quando esses véus e mantos são tirados pelo poder
de Deus, damo-nos conta de tudo o que fizemos nos tempos de
nossa ignorância, que nos envergonha e enche de tristeza. Isto
é o que aconteceu comigo e é por isso que o estou a relatar.
Não há árvore sem
raízes
A minha família compõe-se da seguinte maneira: minha esposa
Graciela, com quem tenho até ao momento de escrever este
livro, 30 anos de casamento, (cremos que é até que a morte nos
separe) e Deus nos deu cinco filhos maravilhosos, que é a
Natália, Luciano, Juan Pablo, Ruth e Elías, e alargou a minha
família com a chegada dos meus lindos netos, Belén e
Ezequiel, fruto da união do meu filho Luciano com Claudia,
minha nora.
Minha história (minha árvore), começa por volta do ano de
1976, quando decidi viajar desde “Mar del Plata”, província de
Buenos Aires, à Capital federal. Recordo que a minha viagem
mais longa, tinha sido apenas até 60 km da minha cidade, e a
única coisa que eu conhecia era o campo e como lidar com os
animais, uma vez que em minha casa desde os dias da minha
infância, cuidava-se de vacas para ordenhar.
A maldade, apesar de existir sempre, nesses dias não era tão
evidente, e a nossa infância era muito sadia, passando as
necessidades comuns de uma família sem a figura do pai e com
8 irmãos, dos 9 que tínhamos sido, pois, um morreu com
apenas 15 anos de idade. A minha mãe (hoje já na presença de
Deus) trabalhava incansavelmente para que nada faltasse em
nossa mesa, cuidando-nos como a galinha cuida dos seus
pintos, pois a sua razão de viver éramos nós.
Um dia, vieram de Buenos Aires alguns parentes de um dos
meus irmãos para tirar férias em “Mar del Plata" e falaram-me
da abundante oferta de emprego na Cidade Grande, e que eu
poderia sair dali e progredir economicamente para ajudar a
minha família, coisa que me pareceu bem e, em minha pouca
experiência com pessoas, parecia-me uma proposta aliciante.
Não passou muito tempo para eu decidir ir viver em Buenos
Aires, pensei como quem diz: vou para a casa de um amigo do
outro lado do quarteirão, com a ignorância que armadilha e
cativa a mente e o coração de pessoas simples, de jovens que
naqueles tempos, aos 18 anos, estávamos a sair da
adolescência, que não conhecem outra coisa para além
daquilo que os rodeia. Apesar de tudo, a única coisa que queria
era ter uma vida um pouco melhor, pensando que Buenos Aires
era simplesmente um nome numa placa, colocada na entrada
da Cidade, e que uma vez passada essa placa, todo o lugar
seria igual, como na minha querida cidade.
Era a minha primeira viagem para lá dos 60 km que eu conhecia
e era também a minha primeira viagem de comboio, mas,
bastou eu chegar á casa onde viveria por três anos, para me
dar conta, que não seria como eu imaginava e o que me
esperava eram dias de muita solidão e incertezas, pois não se
sabe, o que é ser desenraizado, até viver essa experiência,
ainda mais quando se está acostumado ao beijo da manhã, aos
bons dias, ao abraço carinhoso, aos amigos da esquina com
quem, apesar da nossa idade, nos juntávamos para jogar à
bola e fazer campeonatos para ver quem levava o prémio. Não
havia drogas escondidas, não sabíamos o que era isso, pois
nosso maior desejo era um bom pão com doce de leite à
tardinha, em casa ou na casa de algum dos amigos e, em
seguida sentarmos para ver televisão, o que na época era um
luxo para poucos.
Muitas noites eu saía a caminhar por uma rua nas
proximidades onde passava o transporte público, olhando as
estrelas e recordando de minha mãe e meus irmãos. Não havia
telefones celulares e as chamadas telefónicas eram caras e,
em minha casa não havia linha telefónica para que eu pudesse
comunicar com minha mãe e era preciso incomodar algum
vizinho que fazia o favor de chamar alguém de minha família
quando eu ligava.
O dono da casa onde eu vivia era um construtor e levou-me
para trabalhar na Capital Federal, na grande Cidade, distante
uns 25 km de onde eu vivia. Quando vi a quantidade de gente,
edifícios, veículos, auto-carros e comboios, eu não conseguia
crer em tanta imensidão, senti-me como uma formiga no meio
de tanta gente, porém só tinha duas opções, ou me adaptava
ao ritmo de vida que me era imposta ou voltava para minha
casa, e isso significava que todo o meu esforço e todos os
gastos feitos não serviriam para nada, então, decidi ficar e me
adaptar o mais rapidamente possível, o que levou 3 anos, no
fim dos quais decidi ficar e viver na Capital Federal. Como não
me correu bem na área da construção civil, dediquei-me a
procurar trabalho em outra actividade. Como conhecia alguma
coisa de carnes, procurei trabalho numa rede de açougues
muito conhecida e eles deram-me trabalho. O salário era muito
maior do que ganhava trabalhando na construção civil.
Ao fim de dois anos ali, conheci minha esposa, Graciela, ambos
tínhamos uma tremenda necessidade de amar e ser amados.
Da minha parte, a minha satisfação era trabalhar, começando
muito cedo e terminando muito tarde, de noite. Assim pelo
espaço de 4 anos era essa a minha vida. Por parte de Graciela
era ter deixado os estudos, com muito pouco por terminar do
secundário, dedicando-se ao trabalho para sobreviver numa
sociedade sem valores e encontrava-se com os amigos nos
dias de folga do trabalho, mas, não sem antes terminar a tarefa
de arrumar toda a casa onde vivia com uma das tias, para
depois obter permissão para sair.
Ambos estávamos sentindo um tremendo vazio em nossos
corações, sem Cristo, sem fé e sem esperança. Assim foi, até
que um belo dia, como aqueles dias em que sabemos que algo
diferente está para começar, quando a empresa onde eu
trabalhava, necessitou de operadores de caixa, e a sucursal
onde testavam os candidatos, era onde eu trabalhava, e por
cerca do meio dia chegou Graciela. Eu era responsável pela
área de desossar e era muito respeitado pela minha forma de
trabalhar. Eu não tinha nada que ver com a caixa, porém, da
mesa na qual eu depositava os cortes de carnes, eu a olhava…
como quem simula interessar-se com o desempenho da nova
operadora de caixa, vendo em que poderia ajudar,
aproximando-me algumas vezes, oferecendo a minha ajuda
em caso de necessidade e para que ela se sentisse mais
confiante, uma vez que ela não conhecia ninguém. Ela aceitou
a minha ajuda e cada vez que necessitava de algo, olhava para
mim como se dissesse: Vem, preciso de ti!
Conversávamos, e imediatamente sentimos que estava
ocorrendo algo, mais do que um simples “conhecer alguém”.
Deus estava no assunto sem que nós tivéssemos noção de que
algo espiritual estava a acontecer. Não passou mais de uma
semana em que concordamos em viver juntos, porém com a
condição de que se ela verdadeiramente queria compartilhar
sua vida comigo deveria deixar de fumar cigarros. Não hesitou
demasiado em aceitar a minha proposta, pois era maior a
necessidade do seu coração, do que a satisfação temporária
que um vício poderia lhe dar. Foi assim que ambos
concordamos em viver juntos, não tínhamos nada a perder,
nem a quem dar contas dos nossos actos, pois acreditávamos
ter maturidade suficiente para tomar essas decisões. (Que
equivocados estávamos, não sabíamos nada.)
Na semana seguinte, à qual começamos a viver juntos,
começa Deus a intervir no “propósito de tanta casualidade.”
O anjo que Deus
usou: Frederico
Havia nesse lugar um rapaz chamado Frederico, que padecia
de um problema físico num de seus braços, e eu sentia por ele
um especial apreço. Procurava que os outros empregados
desse lugar, não o tratassem mal, e de alguma forma à minha
maneira, tratava de protege-lo porque me inspirava muita
sinceridade e humildade através da sua maneira de ser e de
falar. Um dia surgiu uma situação que me levou à ira contra
alguns empregados, que o acusavam e gozavam com ele
(queriam fazê-lo pagar o “direito de lugar”, algo comum com os
novos empregados), então animei-o a defender-se pois era
muito injusto o que lhe estavam a fazer. A sua resposta mudou
totalmente a minha maneira de ver as coisas, pois me disse que
não era a ele a quem incomodavam e maltratavam, mas àquele
que vivia nele, a Jesus. Longe de entender algo assim, pedi-lhe
que me explicasse como era isso? Com muita paciência e amor
ele me contou como Jesus chegou à sua vida e como a partir
desse momento a sua vida mudou por completo e nunca mais
teve problemas com a zombaria dos outros, pois Jesus através
do Espírito Santo lhe dava forças para suportar isso e muito
mais, aproveitando o momento para me lançar o convite para o
acompanhar à igreja, onde se congregava “sem compromisso
para ti, me disse”, se te agradar, ficas connosco, e se não,
ficamos amigos como sempre. Frederico sabia que Deus
estava no assunto e que esse “sem compromisso” acabaria
comprometendo-me para toda a vida, Graças a Deus.
Foi assim que com minha esposa, chegamos juntos aos pés de
Cristo, porque pensamos que se Jesus podia fortalecer a vida
de uma pessoa diminuída fisicamente, quanto mais poderia
fazer connosco que precisávamos de curar o nosso coração de
tanta solidão, paz e amor.
Em apenas dois meses, ordenamos o que estava
desordenado, conhecemos a Cristo, fomos baptizados e
casamos. Isto ocorreu entre os meses de Maio e Julho de 1980.
Começamos a congregar-nos em “Lomas de Zamora” na igreja
“El Buen Pastor”, das Assembleias de Deus, congregação que
nesse momento estava a cargo do Pastor José Vena, que nos
guiou nos primeiros passos da vida Cristã. Foi um tempo
maravilhoso onde aprendemos o verdadeiro sentido, do que é
a família Cristã, pois o amor a Deus fluía através daqueles que
participavam nessa congregação e nós éramos envolvidos
nesse amor, marcando em mim o que é a igreja de Cristo, uma
grande família. O Pastor José se disponibilizou com todo o
coração a ajudar-nos no nosso crescimento espiritual e tornouse uma amizade saudável com ele, pois perguntava-lhe tudo o
que podia e ele sempre estava disposto a responder.
Conto-lhes uma história… em frente à minha casa vivia um
testemunha de Jeová, que queria converter-me às
testemunhas, mas eu estava muito metido no novo caminho
que tinha empreendido e começava a apaixonar-me pelo
Senhor, junto com minha esposa, de uma forma que é difícil
explicar. Eu acreditava que o Pastor sabia tudo (o que crê uma
pessoa nova convertida quando chega à igreja), ou pelo menos
que tinha resposta para tudo, e num belo dia, ocorreu-me uma
ideia, convidar o Pastor a ir tomar chá (mate) a minha casa,
sem dizer-lhe que ao mesmo tempo tinha convidado o
testemunha de Jeová, com o propósito de fazer-lhe ver que ele
estava errado e que tinha de converter-se ao Cristianismo, que
confusão causei… O Pastor chegou, e recebemo-lo com torta e
café quente e também chegou o testemunha de Jeová, quando
o vi vir até minha casa, disse então ao Pastor o propósito do
meu convite (Com o tempo me dei conta do grande amor que
nos tinha, porque era caso para nos mandar dar uma volta).
Iniciou-se a conversa e Deus usou o Pastor com muita
sabedoria, pois não foi necessário discutir nada, pois disse,
que não tinha vindo para discutir, mas para compartilhar. Eu
não sabia onde me meter com tanta vergonha, mas ele
compreendeu e nos aconselhou, a não voltar a fazer algo desta
maneira (lição aprendida). Desde que tive essa experiência,
apercebi-me, que estava a despertar-se em mim, a
necessidade de dar a conhecer a outros esse amor, e que era
possível ser feliz, mesmo antes de se pensar em ter muito
dinheiro para a alcançar, pelo contrário, só precisava buscar a
Deus e crer na sua Palavra.
Ao fim de pouco tempo o Pastor considerou, dar-nos uma
oportunidade para tomar parte no serviço da obra de Deus e
enviou-nos a um lugar muito distante de nossa casa e da igreja,
sendo que para chegar lá era preciso caminhar vários
quilómetros, mas isso não era impedimento para nós, mesmo
carregando a nossa filha Nati, o fazíamos com todo prazer.
Sentia-me “o Pastor” desse pequeno rebanho (seis pessoas),
como se tivesse todo o conhecimento e a prática deste
maravilhoso ofício de ser Pastor. Grave erro, o impulso de
servir a Deus foi mais forte que a necessidade de conhecer o
Deus a quem ia servir. Foi assim que comecei, fazendo o
contrário, conhecendo a obra e não o Senhor da obra.
Ignorava completamente a passagem de Zacarias 4;6 que diz:
“Então respondeu e me falou dizendo: Esta é Palavra de Jeová
a Zorobabel, que diz: Não com exército, nem com força, mas
com o meu Espírito, disse Jeová dos Exércitos.”
Claro, a Bíblia para mim eram os evangelhos e a mensagem de
João 3;16 muito boa e oportuna para alguém que inicia, mas
não para conduzir um rebanho e guiá-los na vida da fé, mas na
minha ignorância das coisas espirituais achava-me inteligente,
porque escutava a mensagem do Pastor na igreja, tomava
apontamentos e pregava o mesmo, mas às vezes esquecia-me
de onde tinha posto os apontamentos e aí as coisas
complicavam-se, pois não sabia como começar, e então
recorria ao “Seja o que Deus quiser”.
1ª Chave para o fracasso
Não ser guiado pelo Espírito para fazer as coisas do
Espírito.
Isto foi feito por um tempo, mas encontrei-me num beco sem
saída, pois tinha-se acabado o livrinho das anotações, porém o
meu orgulho seguia bem vivo, porque o pastor tinha-me dito,
Jorge seria muito bom que te inscrevesses no Instituto Bíblico
para aprofundar no conhecimento da Palavra, e eu respondilhe simplesmente que por razões de trabalho, para mim, seria
muito difícil poder fazer tal coisa. Era esse tipo de respostas
que tem um bom argumento, mas, no fundo, era uma
justificativa para ocultar a minha verdadeira opinião sobre o
tema que era: “com a Bíblia e o Espírito Santo, não necessito de
mais nada”.
Que ignorante, orgulhoso e arrogante, eu era, um incrédulo
com mais coração do que cabeça, tudo isso disfarçado de falsa
humildade. O tempo e os golpes encarregaram-se de ensinarme o quanto equivocado estava. Mesmo assim Deus já tinha
posto a sua mão sobre a minha vida e tinha-me separado para
a Sua obra, pois eu não parava de falar do amor de Deus a
quem pudesse e levava muitas pessoas aos pés de Cristo.
Um belo dia chegava a minha casa vindo do trabalho, numa
esquina por onde passava o transporte público, escutei música
de uma campanha e vejo um homem que orava e as pessoas
caíam. Surpreendido, desci do transporte público para ver, e
realmente fiquei surpreendido. Que coisa tão extraordinária os
meus olhos viam; os enfermos eram curados, os demónios se
manifestavam e as pessoas aceitavam a Cristo em seus
corações. Quando terminou a reunião, aproximei-me do pastor
e apresentei-me como um irmão, mais precisamente como um
(Encarregado de obra Pastoral) e lhe comentei que me sentia
vazio depois de ver o que ali aconteceu. Ofereci o equipamento
que eu tinha para melhorar o som da campanha, o que ele
aceitou e participei nesse lugar pelos dois dias que faltavam até
que terminou a campanha. O que vi quanto ao mover de Deus,
com mais razão, todavia, meus argumentos se fortaleciam,
porque na igreja onde eu comecei não havia estas
manifestações do Espírito Santo, embora abundasse a palavra
e o ensino. (Bom, muitas vezes nós não vemos o que não
queremos ver).
2ª Chave para o fracasso
Crer que há igrejas melhores que outras, quando na
realidade o que há, são ministérios com manifestações
diferentes do Espírito Santo, pois é ele quem reparte os
dons como quer
.
Quando vi tudo aquilo, os milagres me iluminaram, as
manifestações do Espírito, a libertação dos endemoninhados,
não pude resistir à tentação de pensar que esse ministério era
melhor do que o da igreja onde eu tinha nascido, contudo tinha
argumentos de sobra para justificar as minhas posteriores
atitudes. A primeira delas era de encontrar erros no Pastor e
nos irmãos. Algum motivo tinha que ter para justificar-me a mim
mesmo e aos que me perguntassem, porque não corria para a
igreja como fazia antes, e o argumento era que em nossa igreja
não se manifestava o Espírito Santo e que não queria
incomodar ninguém falando-lhes da minha desconformidade
(o velho costume do diabo, usar cristãos carnais, fazendo-os
pensar que são vítimas, quando na realidade são predadores),
porque as pessoas chamavam-nos para saber como
estávamos e a minha resposta era que, por causa do trabalho
não podia participar como antes, ao mesmo tempo que já não
sentia motivação para ir ter com o meu pequeno rebanho, era
como se o tempo dessa tarefa, tivesse terminado. Por outro
lado tinha um bom argumento, o da falta de tempo e por isso tão
pouco podia continuar com a ajuda à pequena igreja no anexo
(pequeno espaço). Que ironia.
Há pouco tempo, perguntei a um irmão líder, se sabia como
cozinhar uma rã viva, ao que ele me respondeu que não, então
eu disse-lhe que era muito simples; pões uma panela com água
fria no fogão, pegas na rã viva e coloca-a dentro, como a água
está fria, ela fica quieta, depois acendes o bico do fogão e põelo no mínimo, fazendo com que a rã não se dê conta da
mudança de temperatura, mantendo-se quieta, acabando por
cozinhar-se a lume lento. Isto é o que o diabo estava a fazer
comigo, e lamentavelmente, continua a fazer com muitos
cristãos em todo lugar. Pouco a pouco fui perdendo o desejo de
estar no templo a aprender e a participar na obra de Deus, (já
sabia o suficiente), não me dava conta que estava a ser sábio
da forma humana e não de Deus, ainda não conhecia esse
versículo e agora precisava procurar a “Igreja perfeita”,
pretextos do afastamento. Assim decidimos viajar a “Mar del
Plata”, com a ideia de descansar uns dias. Fizemo-lo numa
velhinha camioneta Citroën, que foi o nosso primeiro veículo,
pegando em nossos filhos começamos a viajem. Quando
chegamos à Cidade, notei no ambiente um clima espiritual
diferente, algo estava-se a mover nos ares da Cidade e isso era
o mover do Espírito Santo que tinha tomado o controlo dos ares
da Cidade, com a Campanha do Evangelista Carlos
Anacondia. Era tremenda a liberdade do Espírito, que se podia
sentir, mesmo não estando assim tanto nele. Isto era tão
evidente que até um cego o poderia notar. Chegados à casa
onde íamos passar férias, perguntamos o que se estava a
passar, e então contaram-nos sobre a campanha, os milagres,
a quantidade de pessoas que concorriam aos cultos, e as
igrejas tinham experimentado um crescimento incrível de 10
para 150 pessoas em alguns casos e de 200 para 1.000
noutros. Nós queríamos ver, pretendíamos saber mais, pois a
campanha tinha terminado à cerca de dois meses, no entanto
continuavam a acontecer coisas, as pessoas continuavam a
ser curadas e libertas, coisa que nos envolvia de novo na vida
do Espírito. Podíamos notar a graça de Deus connosco, porque
tendo procurado escapar da responsabilidade de segui-lo e
servi-lo, encontramo-nos outra vez no meio das coisas de Deus
(benditas casualidades). A minha irmã Maria e seu marido
João, participavam numa das congregações que a Igreja de
Deus tem em “Mar del Plata”, no Bairro das Américas, e
estavam na construção de um templo novo, ao mesmo tempo
que continuavam com os cultos no pequeno templo que tinham
construído primeiro, tendo-se tornado pequeno. Sinceramente,
sentimo-nos atraídos por Deus a servi-lo nesse lugar, mas
ainda vivíamos em Buenos Aires, e os dias do nosso descanso
estavam a acabar e tínhamos que regressar.
O tema da viajem de regresso foi, as coisas maravilhosas que
podemos experimentar em apenas 15 dias, verdadeiramente
algo tinha acontecido em nossa vida espiritual e não o
queríamos perder. Tomamos então uma decisão bem séria de
ir viver para “Mar del Plata”, como quem diz, vou mudar de
casa.
Em Buenos Aires tínhamos a nossa casa, o nosso terreno,
trabalho, nada nos faltava, mas foi mais forte o desejo de
trabalhar para Deus, do que o cuidado de orar, para nos mudar
no tempo certo. Sem duvidar, posemos à venda a casa, e com o
dinheiro recebido, paguei aos membros de uma banda de
música secular, da qual fazia parte, o que lhes correspondia,
pelo investimento que tinham feito, para comprar o
equipamento de áudio e bateria. Ou seja, vendi a minha casa e
o meu único capital era a camioneta Citroën e os instrumentos
musicais, e com isso fomos viver num pequeno quarto que a
minha irmã nos cedeu por um tempo. Ali começou uma nova
etapa com dois filhos até esse momento, Natália e Luciano.
Os meus primeiros passos
na cidade de “Mar del Plata”

Tinha aprendido a tocar viola o suficiente para poder
acompanhar o louvor nos cultos, e o Pastor deu-me a
oportunidade de fazê-lo. Era muito lindo o que se vivia. O
culto começava na igreja e quando terminava,
continuávamos nas casas até altas horas da madrugada.
Foram verdadeiramente dias inesquecíveis, pelo calor de
família que podíamos viver. Havia dias nos quais
amanhecíamos louvando e Glorificando o Nome do
Senhor, desfrutando da Sua presença. Parecia que tirarnos da casa onde nos encontrávamos, era como sair da
presença de Deus. O que vivíamos fora do Templo,
permanecia em nós e a voltar para o culto seguinte, o fogo
em nossas vidas permanecia aceso. Claro que era algo
especial e particular, e nem todos viviam e participavam
como nós, e notava-se a diferença, mas nem por isso
menosprezávamos alguém, pelo contrário, estávamos
prontos para servir e ajudar a quem pudéssemos. O
Pastor, tinha notado a nossa entrega e decisão, e em cada
reunião onde havia manifestações demoníacas
chamava-nos, para que libertássemos os atormentados,
e o mais grandioso disto, é que Deus nos usava, apesar
de não termos muita experiência, a sua Palavra sempre
estava presente. Algo tinha acontecido, pois a graça de
Deus se manifestava sobre a minha vida, e isso era
notório na congregação, a ponto de que muitos irmãos me
procuravam pedindo conselho ou orientação em seus
assuntos, mas eu estava bem consciente de que não era
o Pastor e não tinha de “ultrapassar” ninguém. Meu único
desejo era servir e era o que fazia, junto com minha
esposa, buscávamos a presença de Deus, para além das
quatro paredes, e nessa procura de Deus, foi que Ele me
encheu com o Espírito Santo na cozinha de minha casa,
nem me apercebia que o nosso nível espiritual estava a
crescer, com a única direcção do Espírito Santo. Com este
buscar a Deus, começamos a nos tornar “Demasiado
espirituais”, provocando na vida do Pastor certa
desconfiança, porque as pessoas nos seguiam, e então
começou a perseguição à nossa família, com directas e
indirectas, através das mensagens que pregavam, pois
se notava os recados fora do tema da pregação. Contudo
o Pastor, não podia negar o que se estava a passar
connosco, e assim lhe ocorreu uma ideia, de nos enviar a
um lugar, onde apenas familiares podiam chegar, pois era
um lugar escondido, um barracão no fundo de um terreno,
que tinha sido usado para estacionamento, ainda que em
nós não havia nenhum apetite de poder, a única coisa que
queríamos era servir. Assim que aceitamos de boa
vontade ir a esse lugar, no qual não havia gente, só o
barracão vazio, tínhamos que começar do zero, mas
Deus estava connosco, e apesar do incómodo que era
mudarmos para ir ali, o Espírito Santo começou a trazer
pessoas e começamos a crescer e em pouco tempo
chegamos a ter 25 pessoas. Alguns foram resgatados da
morte, com tendência de suicídio, famílias restauradas,
etc. Aquelas coisas que só Deus pode fazer. Aconteceu
que, lamentavelmente os ciúmes tinham tomado o
coração do Pastor e enquanto nos ausentávamos para os
cultos no barracão, ele falava mal contra nós a partir do
púlpito, e isso era ouvido por minha irmã de sangue, que
continuava a congregar-se na igreja central. Era lógico
que o seu coração se magoasse com essas atitudes,
porque ela bem sabia, da nossa busca sincera pela
presença de Deus e tinha ensinado minha esposa a orar
em intercessão do Espírito, algo que nós não
conhecíamos e que sem dúvida nos estava envolvendo
mais e mais na vida espiritual. Então quando regressava
do culto, e nós fazíamos o mesmo, juntávamo-nos para
partilhar as experiências que estávamos a viver,
sinceramente não podia entender, porque o Pastor não
nos falava directamente que estávamos a fazer mal,
evitando tanto desconforto, afinal ele é que era o Pastor e
nós apenas membros da igreja. Tomei então a decisão de
ir falar com ele, pedindo-lhe com respeito que se
estivesse a fazer algo errado, me dissesse, pois eu queria
melhorar no que fosse necessário, contudo ele apenas
me disse que continuasse adiante com a tarefa que me
tinha entregado, sem que eu pudesse argumentar algo
sobre o que ele dizia nas minhas costas.
Lamentavelmente não mudou o método e continuou a
usar o púlpito com mensagens dirigidas a nós (faz-me
lembrar, quando Saul perseguia David). Assim ocorreume a ideia de gravar um culto onde pudesse ter mais um
comentário de alguém, sobre o que se passava, (notaram
o tremendo discernimento e revelação que tinha…) e
assim fiz, levei um gravador que tinha em casa, e não era
dos pequenos, era dos primeiros aparelhos que tinham
aparecido para gravar e escutar música de cassete.
Coloquei-me ao meio dos bancos, com o gravador ao
lado, lamentavelmente, o Pastor não pregou, falou muito
fora da realidade, de nós, e o nosso copo se encheu (ele
estava na carne e eu também), a ignorância das coisas
espirituais, não me permitiam ver que as armas que
estava a usar, não eram as que Deus queria que usasse, e
procurava solucionar o assunto à minha maneira (a
intenção era correcta, mas a forma não), trazer à luz as
coisas que estavam a acontecer.
Quando o Pastor soube que eu tinha gravado o culto, veio
a correr a minha casa, nessa mesma noite, para me pedir
a cassete gravada. Falamos um pouco e lhe dei a
entender que nós não tínhamos nada contra ele, e que se
algo estava a acontecer, era porque Deus o estava a
fazer, no entanto apesar de toda explicação, não houve
um acordo espiritual, apenas uma aceitação temporária
dos erros que se estavam a cometer. Ele já tinha
preparado o golpe final.
Tínhamos organizado uma campanha, com a qual
pensávamos alcançar mais pessoas. Organizamos e
preparamos tudo e no primeiro dia da campanha com
convidados, ele sem me avisar antecipadamente, retiroume de toda responsabilidade, tomando ele o controle de
tudo.
Como ele era o Pastor da igreja central, por consequência
também o era do barracão, e eu nada pude fazer, a não
ser orar e esperar. Assim o fizemos, fechamo-nos num
pequeno escritório que existia nesse lugar e com minha
irmã, começamos a chorar, pois não entendíamos o grau
da indiferença, da parte do pastor, para com o que Deus
estava a fazer. Sentimos uma profunda dor, em todo
nosso ser, minha esposa foi tomada em intercessão pelo
Espírito Santo e verdadeiramente, estava com dores de
parto. Como diz as escrituras, nesse momento Deus
estava a dar palavra à minha esposa, mas era tão intensa
a presença do Espírito, que ela não conseguia coordenar
palavras em castelhano e só falava em línguas. Tomei a
decisão de retirar-me do lugar com minha família e
dirigimo-nos à casa do supervisor da região, para que
pudesse orar por minha esposa e ajudar-me em algo que
eu não conseguia entender. Eram cerca das dez horas da
noite, quando chegamos a casa do supervisor, que me
atendeu e escutou por uns momentos à porta de sua casa
e me respondeu que levasse minha esposa para casa,
para que ela se acalmasse e que no dia seguinte
falaríamos. Foi uma pena, pois eu necessitava de oração
nesse momento, não no dia seguinte. Esse foi o meu
último dia nessa organização, não vou negar, que me
sentia absolutamente desanimado, para continuar a
trabalhar em alguma congregação, pois não entrava na
minha cabeça, tanta indiferença pelo trabalho do Espírito
Santo. Dois dias depois, aparece o supervisor em minha
casa, para me fazer reflectir sobre a decisão que tinha
tomado, mas já era tarde, não me prejudicaram a mim, foi
ao Espírito que fecharam as portas, porque apenas num
mês após o ocorrido, o lugar fechou, não tendo ficado
ninguém e com o tempo, o Pastor também foi removido da
congregação, lamentavelmente.

3ª Chave para o fracasso
Não ter um mentor
Passaram-se dias depois deste episódio sem que
pudéssemos entender porque não havia quem nos
pudesse dar uma explicação. A falta de um mentor
(Conselheiro, guia de uma pessoa: mentor espiritual),
produzia em nós um tremendo vazio, não porque
deixamos de orar ou renegamos o evangelho. Se algo
tínhamos claro, era em quem tínhamos crido, era o único
que nos poderia sustentar.
Naqueles dias até as igrejas mais tradicionais estavam
avivadas e entre elas a igreja reformada, então,
começamos a assistir os cultos que naquele tempo era
pastoreada pelo pastor Juan Polanco (hoje com o
Senhor), que por sua vez era secretário da pastoral da
cidade. Sentíamo-nos de certa forma, tranquilos por este
acto, desfrutávamos de um pouco de tranquilidade, até
que me convidaram para cantar e dirigir alguns cultos.
Estava tudo bem, porém os irmãos da dita congregação
não tinham muita experiência com o mover do Espírito
Santo e esse foi o princípio do fim.
Havia nesse lugar uma mulher que era possuída por
demónios que saíam de outras pessoas e logo tinham que
libertar a ela. Era dirigida pelo pastor a uma pessoa que
manifestava e ela colocava as mãos em cima do
endemoninhado e o demónio passava para seu corpo,
depois oravam por ela e o demónio saia (ao menos
acreditavam nisso). Algo não me soava bem, porém Deus
sarava e as pessoas recebiam palavra e oração.
Para mim a figura do pastor era a de uma pessoa que não
erra nunca, sabe muito, entende tudo que faz, etc. Muito
mais, se ele tinha programa na televisão, como era o caso
deste, porque naqueles dias o ministério tinha um
programa de TV por canal, então o que ele dizia para mim
era palavra santa. Um dia, decidiu-se organizar uma
campanha, ao estilo de “Carlos Anacondia”, havia
músicos, porteiros, etc., mas ao começar o culto,
começou-se a ouvir certas discussões no templo, eu
estava em cima da plataforma dirigindo os cânticos, mas
em baixo por pouco se punham aos pontapés, porque o
sínodo (Autoridade das Igrejas Reformadas), veio intervir
na igreja local, porque as práticas eram absolutamente
contrárias, aos estatutos das igrejas reformadas.
Conclusão, acabou-se com a campanha, nesse mesmo
32
dia, e o que ficou da igreja, foi uma divisão.
Fiquei outra vez no ar, sem pastor e sem congregação,
mas… havia algo que tanta confusão não podia apagar, e
isso era a sede de Deus e o desejo de servi-lo.
Continuamos em casa, cantando, compartilhando a
palavra e orando.
O PLANO DE DEUS

Romanos 8:28 : E sabemos que todas as coisas
concorrem para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Um belo dia aparece em casa o pastor Oscar Irusta, que me
conhecia e sabia quem éramos como família de Deus, soube
que havia alguns meses que eu não estava congregando com
ninguém e por aqueles dias ele também havia se retirado
daquela organização onde tivemos tão triste experiência.
Compartilhou comigo que havia se integrado numa
organização muito simples e que os líderes da mesma o
haviam reconhecido como pastor e lhe davam todo o apoio. Foi
assim que ele me contactou, sendo até hoje para mim, um
grande companheiro de batalhas e amigo pessoal. O pastor
Enrique Oliver foi quem disse uma frase muito simples, porém
carregada de verdade, “Não podemos oferecer-te dinheiro,
mas sim, companheirismo e amor”. Frase que não temos
deixado de utilizar apesar do tempo, pois não é só uma frase,
mas uma verdade que temos vivido.
Foi muito especial esse tempo, porque pela primeira vez em
muitos anos sentimos que alguém se preocupava e cuidava de
nós. A família que tínhamos perdido em Buenos Aires
começávamos a encontrá-la de novo. Para mim era um prazer
receber em minha casa, Enrique e Manuela, sua esposa,
Falavam de Deus e da obra, como meu coração sentia, não
havia que pensar demasiado. Deus uniu-nos de uma maneira
muito especial. Começamos a congregar no seu Templo e a
estudar no Instituto Bíblico.
Naquele tempo, na congregação do pastor Enrique, havia uma
irmã missionária que tinha começado alguns trabalhos em
alguns pontos distintos da cidade, Abrana Figueroa, (hoje com
o Senhor). Ela necessitava de ajuda numa das suas obras no
Parque Hermoso, que distava uns 11 km de minha casa,
porém, a distância não era problema pois o que mais queria era
servir. Pedi ao pastor, se me autorizava a colaborar com ela e o
pastor não viu inconveniente, pois a obra de evangelização
estava sendo levada a cabo e eu estava disposto e disponível.
Em pouco tempo meu ego espiritual começou a crescer mais,
porque tinham-me dado mais responsabilidade e praticamente
fiquei á frente da obra como encarregado, já que a irmã Abrana
devia atender em outros lugares, delegou-me a
responsabilidade dessa igreja. Longe de conhecer a dimensão
de um pastorado, sentia-me “O Pastor” e alcançamos graça
rapidamente das famílias que ali se congregavam. Famílias
que deram tudo o que podiam para comprar um terreno e
construir um templo maior, porque “Estávamos a fazer a obra
de Deus”, o velho ditado: “somos poucos, mas somos bons”.
Meu Deus, só de relembrar esta história enche- me a alma de
tristeza, não pelas coisas que fizemos, pois as fizemos com o
nosso escasso conhecimento e, com a ideia de que edificar um
templo maior, traria mais gente. Dá-me tristeza pensar em tudo
que privamos essas famílias de um verdadeiro crescimento
espiritual, pois planificar aumentar um templo, comprar um
terreno, nada tem a ver com crescimento espiritual, mas sim
com necessidades estruturais e ego religioso. Fato que traz à
minha mente, esta palavra:
Daniel 4:30 falou o rei, e disse: Não é esta a grande
Babilónia que eu edifiquei para a morada real, pela força
do meu poder, e para a glória da minha majestade?
Assim foi, compramos meio hectare de terra com o propósito de
levantar um Instituto Bíblico e alojamentos para as
convenções. A Igreja “Jesus te Ama” seria conhecida por toda
instituição, pela utilidade que pensávamos, fornecendo a
mesma, com as comodidades projectadas. O projecto não era
mau, o mau é que éramos apenas 40 pessoas, e isso, nos dias
em que vinham todos. O desgaste que sofremos, foi tremendo,
porque entre 4 a 5 vezes por semana estávamos a realizar
cultos naquele lugar, isto depois que chegava do meu trabalho
secular, mudava de roupa e seguíamos para lá com minha
esposa e filhos, filhos que por respeito, amor e obediência nos
seguiam e se envolviam, no que a idade lhes permitia, na obra
da qual, seus pais eram pastores, sem nunca ter umas
merecidas férias, porque para mim era pecado tirar férias,
quando a obra exigia atenção. Tirei à minha família, anos de
atenção e cuidado, ainda que me esmerava, para que nada
lhes faltasse, acabando sempre a contar moedas, para
subsistir e pagar as contas, supostamente as contas da igreja
estavam em primeiro lugar e depois, se sobrava, atendia as
necessidades económicas de minha casa, conforme podia.
Queira Deus que se és pastor, ministro, apóstolo ou quem quer
que sejas, e se estás a cometer estes mesmos erros, agora
mesmo possas reflectir sobre o futuro da tua família. Não faças
o que eu fiz, sobre o pretexto de que tudo é para o Senhor,
porque a curto ou a longo prazo perceberás, que para esse tipo
de erros, paga-se caro.
Estava tão convencido com o que acreditava ser plano de
Deus, que um dia me pus em contacto com um irmão de outra
congregação, um arquitecto, que me fez um projecto dos
edifícios que eu queria levantar naquele lugar. O propósito era
levar o projecto para os Estados Unidos para receber em troca
os recursos para a obra.

4º Chave para o fracasso
Pôr a fé e esperança nos homens ou nas organizações e
não em Deus.
Pensar que nalgum lugar ou pessoa pode haver o dinheiro que
precisamos e que, desse lugar ou pessoa virão os recursos,
pode converter-se num pesadelo, porque quando passam os
dias, meses e anos e as portas não se abrem, a primeira coisa
que te ocorre é que estão ignorando a tua visão. É como querer
atrair a atenção do mundo sobre a tua pessoa e que por
obrigação devem te dar uma resposta positiva, mas, não é
assim, não ignoram, porque lhes apetece ignorar a tua visão,
mas porque ninguém tem que tomar o encargo de algo que não
lhes é próprio. Refiro-me à visão, se Deus a dá a ti, é porque
você é quem é responsável pela mesma e não a podes passar
a ninguém o que é da tua responsabilidade realizar, confiando
em Deus, que ta deu. Mas, dentro de mim estava a ideia de que
se viajasse aos USA e apresentasse o meu projecto, eles
aprovariam e me ajudariam economicamente a concretizá-lo,
que terrível erro.
Juntamos o dinheiro para a passagem e com um cartão de
crédito, paguei uma boa parte da viagem e lá fui eu com a ideia
de conseguir recursos. Recordam-se do que contei quando fui
viver em Buenos Aires? Que pensava que Buenos Aires era
uma placa na entrada da cidade e que uma vez passada a
placa, seria como em minha própria cidade? Bem, assim
pensei que era os Estados Unidos, contudo ao chegar àquele
lugar, encontrei-me com uma marcante diferença cultural. Mas
mesmo dentro das congregações que pude visitar, não
encontrei o calor humano que vivíamos aqui na Argentina, não
porque as pessoas daquele lugar fossem maus, mas por causa
da sua cultura, sua forma de ser. A maioria são imigrantes de
Puerto Rico, de Cuba e de muitos países latino-americanos,
chegando cada pessoa àquele País do norte para progredir e
ter um estilo de vida mais digno que no seu lugar de origem.
Afinal é muito mais o que se perde do que o que se ganha.
Entreguei o projecto ao comité executivo central das
Assembleias das Igrejas Cristãs, instituição ao qual pertenço, e
assim como nas entrevistas de trabalho, quando levamos um
currículo a um emprego, me disseram, nós vamos pensar, nós
vamos avaliar e logo te daremos uma resposta. (Já se
passaram mais de vinte anos). Graças a Deus que nunca
chegou resposta, porque se tivesse tido uma resposta
favorável nunca teria aprendido a depender de Deus e
continuaria a confiar em homens e levantando edifícios como
memoriais das “grandes obras” que fazemos para Deus. No
entanto, pelo facto de ter chegado “tão alto” e estar diante do
comité executivo central, fazia-me sentir que tinha feito algo
correcto e que tinha que continuar a trabalhar nessa direcção.
Regressei com mais determinação de levar adiante a
construção, já que para mim, o projecto seria aprovado e muito
breve os recursos que esperava pela aprovação no comité
executivo seriam transferidos. Outra vez, graças a Deus, que
isso não ocorreu. Sem dúvida que Deus iluminou o comité para
enterrar o projecto e deixá-lo descansar em paz. É claro que
nós não aceitamos logo à primeira, que, Deus é quem tem a
última palavra e tudo aquilo que não ocorre, segundo nossos
planos é essencialmente porque não estava dentro dos Seus
planos.
A pastoral da Cidade de
“Mar del Plata”
Por todos aqueles anos, eu já estava envolvido de alguma
maneira com a pastoral da Cidade, fazendo parte da
comissão directiva, imagine por um momento isto… que
eu na área pessoal, não tinha vitórias, só boas intenções e
sacrifício incondicional e o que eu queria era fazer a obra
de Deus. Em que poderia eu contribuir para a comissão
pastoral? Já que a maioria dos que ali estavam não
passavam de mais de 40 ou 60 pessoas de cada
congregação e não havia recursos para enfrentar os
grandes desafios a nível da cidade, somente contávamos
com o suporte mensal de cada pastor, porém isso só dava
para manter alguns gastos da pastoral. Passaram-se
alguns anos e decidimos trazer Carlos Anacondia
novamente à Cidade, o que por amor a Deus e a esta
cidade ele aceitou. A campanha foi um desastre, não por
ele, mas porque não estava lá o Espírito da primeira
campanha, onde as coisas aconteciam por si mesmas.
Essa presença tangível de Deus, em que todos pastores
acabaram por apoiar na primeira campanha, ainda que
não entendiam todas as coisas que Deus havia feito
através do evangelista. Desta vez, só alguns pastores se
animaram apoiar nas reuniões e no fim da campanha o
saldo foi lamentável. Algumas almas foram alcançadas
porque a misericórdia de Deus é infinita, mas
economicamente nós afundamos. Nisto, as duas
congregações maiores da cidade, eram a do pastor
Roberto Sorensen e a do pastor Omar Olier.
Ambos apoiaram a cruzada por amor e respeito ao
evangelista, porém, as coisas não funcionaram. O pastor
Omar Olier tinha naquele tempo, uma maneira própria de
ser e pensava que por ser a igreja mais numerosa da
cidade e estar colocada em um lugar estratégico na
mesma, ele seria o pastor que iria alcançar a cidade. (Em
outra oportunidade vou contar mais sobre o assunto). Por
esta razão sua participação nas reuniões da pastoral
naqueles dias era muito pouca. Podem imaginar, que nós,
os da comissão estávamos a ser provados nas nossas
línguas, porque de vez em quando, fazíamos algumas
críticas sobre a sua pessoa, pois se nos escapava, que
poderíamos fazer? Passaram-se alguns meses e chegou
uma conta da empresa de energia eléctrica ao nosso
presidente, o pastor Alberto Aberasturi, que a trouxe para
a reunião da comissão que tínhamos mensalmente. Era
tão pouca a nossa fé e a nossa visão, e decidimos fazer
algo que até o dia de hoje me envergonho, resultado da
ignorância das coisas espirituais que tínhamos. Éramos
cerca de 9 na comissão, e pensávamos que aquelas
coisas que fazíamos e decidíamos estavam bem, veja o
que se passou a seguir.
A factura de luz era astronómica, para os escassos e
efémeros recursos que manejávamos, os fundos
financeiros da pastoral estavam em zero e a maioria dos
pastores que se haviam comprometido em colaborar com
a campanha, alguns pagaram, outros se esqueceram e os
que compunham a comissão por aqueles dias, não tinham
recursos para destinar a pagar os gastos. Imaginem que,
se isso se passava a nível pastoral, como estávamos a
nível das congregações, que não havia um peso (moeda
Argentina) partido pela metade, (como se diz aqui na
Argentina). A maioria da comissão tinham trabalho
secular para manter suas famílias (por assim dizer, pois
tudo que ganhávamos acabava por ir para a igreja), afinal,
nós tínhamos responsabilidade sobre a dívida, não
poderíamos deixar somente ao encargo do presidente, e
aqui vem a loucura, o delírio, a estupidez ou se lhe ocorre
outro qualificativo para o que eu vou lhes contar, use-o
com liberdade. Ocorreu-nos viajar a “Bahia Blanca”,
distante 500 km da nossa cidade, onde o evangelista
Carlos Anacondia estava a realizar uma campanha com
muito êxito. Pediríamos a ele que viesse nos socorrer,
fazendo para nós uma reunião, na qual esperávamos
“arrecadar” o dinheiro necessário para pagar a dívida da
luz. Só, o estar a recordar isto, faz-me um nó na garganta
de tanta vergonha, apesar de ter passado tantos anos. A
proposta da viajem foi aprovada pela maioria da comissão
e recordo, que éramos cerca de 9, e precisávamos
conseguir um veículo para ir, porque nem sequer
tínhamos um carro em condição para a viajem. Um irmão
dono de uma livraria cristã se disponibilizou e, partimos
rumo a “Bahia Blanca”. Actuávamos como se
estivéssemos a fazer algo normal e espiritual ao mesmo
tempo, veja só esta paisagem…

2º Coríntios 4:4... nos quais o deus deste
século cegou os entendimentos dos
incrédulos, para que lhes não resplandeça a
luz do evangelho da glória de Cristo, o qual
é a imagem de Deus.
Porque se o evangelho, é fazermos nós, o que é para o
poder de Deus fazer, deixa de ser o evangelho.
Depois de seis horas de viagem chegamos ao lugar onde
a campanha do evangelista Carlos Anacondia tinha uma
enorme tenda que armavam em cada cidade por onde
ministravam. Já tinha começado a reunião e nós,
apresentamo-nos aos assistentes do pastor com a
intenção de poder falar com ele.
Com todo respeito e humildade, característico dele, nos
atendeu, apesar de estar a ponto de subir para pregar,
logo depois das saudações formais, tínhamos que dizer o
motivo da nossa visita e, eu creio que quando ali
chegamos todos se deram conta do erro que estávamos a
cometer, porque meus companheiros não tinham
palavras para expressar o motivo, e sabem quem falou?
Sim, não se equivocaram, fui eu. Carlos ficou surpreso
com o que estava a ouvir, mas mesmo assim
compreendeu. Deus deu-lhe sabedoria para responder,
porque elegantemente disse que iria rever a sua agenda e
nos daria uma resposta. Graças a Deus, nunca
respondeu. Com o passar dos anos encontrei-o numa
reunião em Buenos Aires e apesar de não estar com os
meus companheiros, não pude resistir ao Espírito, e lhe
pedi perdão em nome da comissão por aquele pedido
inconsciente que lhe havíamos feito. Ele se recordou, e
pelos vistos já tinha esquecido e perdoado, mas para
mim, foi um tremendo alívio poder encerrar aquele
capítulo do qual me envergonhava cada vez que pensava
nele.
Muitas vezes cometemos o erro de buscar primeiros os
recursos, antes de buscar o Senhor, que é a fonte de todo
recurso.
Evangelismo de
Colheita
Passaram-se os anos e fui-me envolvendo mais ainda na vida
da pastoral e agora no cargo de secretário da mesma, tinha
uma aproximação mais profunda com os pastores e isso levoume a conhecer praticamente 90% da pastoral, naquele tempo.
Nos anos 90 o Evangelismo de Colheita com o pastor Edgardo
Silvoso e a sua equipa já tinham começado a realizar as
conferências internacionais na cidade. Quem estava muito
envolvido com ele, era o pastor Omar Olier. Recordo que
naquele tempo ele não participava activamente da pastoral e
tudo o que o rodeava, para nós, que os víamos de fora, estava
carregado de uma dupla intenção, Isto porque o pastor Omar,
quando se fazia evangelismo não poupava em contratar os
melhores hotéis e lugares de reuniões, como o polidesportivo,
coisa que para nós “a comissão” era praticamente impossível.
Então, cada vez que vinham fazer evangelismo através de
conferência na cidade, por respeito e ordem, compareciam à
comissão da pastoral, para compartilhar o projecto e pedir a
nossa bênção. Eu me recordo, o como dificultávamos as coisas
e na maioria das vezes, nós os recebíamos com pedras na mão
(sentido figurado), como se fossemos nós que deveríamos
pagar algo com os gastos da conferência. Contudo, era sempre
ao contrário, eram eles quem sempre traziam coisas para a
cidade e até mesmo para a pastoral. A lista deles era
interminável, porque a sua preocupação era abençoar a
cidade, os hospitais, as escolas, enfim, uma grande lista, mas,
como diz o ditado, não há pior cego do que aquele que não quer
ver, nem pior surdo do que aquele que não quer ouvir.
David Thompson, vice-presidente do Evangelismo, era o
embaixador da paz entre o evangelismo e a comissão e eu
estava ali, para ser o porta-voz das “reclamações da pastoral”.
Como Deus é bom por nos ter suportado em tanta “cabeça
dura” e, como tudo coopera para o bem, foi graças a estas
reuniões e participações nas conferências, que minha mente
começou a se abrir e a minha relação com o pastor Omar
passou a ser uma relação de amizade e companheirismo. Deus
se encarregou de fazer o que nós não poderíamos fazer, onde
um só, nunca poderia ganhar uma cidade. Obedecendo à voz
do Espírito Santo, tudo se acertou numa das reuniões da
pastoral e com muita humildade ele pediu perdão aos pastores
e a partir desse dia, desfez-se o que nos separava, ainda que,
para os mais intransigentes, era tudo mais um plano para que o
pastor Omar continuasse a se utilizar da pastoral para ganhar a
cidade. Dá-me muita tristeza pensar nas condições espirituais
em que nos encontrávamos, pois estava a acontecer algo,
provocado por Deus e nós, não éramos capazes de ver. O
pastor Omar, da sua parte, começou a ver-nos como seus
conservos na obra de Deus e colaboradores para ganhar a
cidade para Cristo, porém, quando o egoísmo ganha o coração
não há lugar para o Espírito Santo, que nos convence de todo o
pecado, justiça e juízo.
As conferencia foram se sucedendo e eu participava e me
envolvia activamente nelas. Isto me nutriu de conhecimento e
espírito de conquista, agora podia entender porque o pastor
Omar ensinava a sua gente, que eles eram os pastores da
Cidade. Agora a venda dos meus olhos caiu e podia entender o
seu coração para com a cidade e para com os pastores da
cidade. Era algo maravilhoso, poder compartilhar com
ministérios de distintas partes do mundo, aqui em minha
própria cidade. Hoje entendo que era Deus trazendo esses
ministérios para mostrar à cidade os modelos de conquista que
eles usavam em seus lugares de origem, para falarmos e
transferir-nos a unção que ser movia neles. Nunca quiseram
impor os seus modelos, mas, desde a ignorância, não se via
assim, tendo sempre feito o possível para nos mostrar que o
modelo de oração funciona se aplicado correctamente e,
através dos testemunhos, nos levaram a considerar que há
maneiras mais efectivas de se alcançar uma cidade.
Nesses relacionamentos com as pessoas da equipe de
evangelismo me ocorreu convidá-los a visitar a nossa igreja em
“Parque Hermoso”. Para mim e minha congregação seria uma
honra recebe-los naquele lugar, Já que lhes agradaria
descansar um pouco fora da cidade e retirar-se para almoçar
no campo e comer um bom churrasco Argentino, que são tão
famosos em todo o mundo. Assim, foi um bom número deles e
nessa oportunidade, Edgardo não pôde ir, porém, foi grande
parte da equipe, bem como o pastor Omar, que logo após o
almoço se aproximou de mim e disse: Jorge, o que fazes aqui?
Olhei para ele com assombro, porque não podia entendê-lo ou
não queria entender a pergunta e respondi-lhe, esta é a nossa
igreja e que pensávamos construir um centro Bíblico, e que
pensávamos em fazer isto, aquilo, etc. Ele, muito subitamente
me disse: Se alguém quer pescar peixes grandes, onde crês
que os vai pescar, num riacho ou no mar? No mar, foi a minha
resposta, então ele disse-me: Deus deu-te capacidade de
pescar peixes grandes, porém se não sais do riacho nunca os
vais pescar. Tens que deixar este lugar e ir até à cidade e ali
começar uma nova obra... Como se diz em crioulo, “engoli
saliva”, porque era uma trombada no estômago o que eu
acabava de ouvir. Por fora aceitei o que ele me disse, mas por
dentro, não podia entender como seria ter que deixar a “MINHA
IGREJA”, e ali, dentro do meu espírito religioso, me vinha a
frase: tínhamos trabalhado muito para comprar os terrenos e
aumentar o templo, era uma loucura o que aquele homem dizia.
Em seguida pensei nos irmãos, me achava com direito de
posse. Que coisa tão incrível, até onde a ignorância e o orgulho
pode arrastar uma pessoa. Estava há alguns anos, esse lugar e
para mim, era o lugar onde eu iria morrer como pastor, em meu
interior não havia lugar para mudanças, pois mudança
nenhuma havia passado pela minha mente. Ainda assim falei
com a minha esposa e disse-lhe, porque não começamos um
grupo familiar, perto de casa e ela aceitou, agora prestem
atenção a este relato: Para mim, começar uma nova obra
queria dizer comprar um novo terreno e levantar um novo
templo, que pensam que eu fiz? Outra vez não se equivocaram,
começamos com a família a reunir em casa de uma prima
minha e recordo que a primeira mensagem foi: “Se Jeová não
edifica a casa, em vão trabalham os que a edificam”. Salmo 127
(Nesse lugar de arquitecto, estava eu, e para mim, a igreja
era um templo, paredes, terreno. Essa era a igreja que
Jeová iria edificar. Se isto pode soar forte aos ouvidos de
muitos, recorde de como se chama o livro “chaves para o
fracasso” e esta é a minha experiência).
Logo, em pouco tempo, começaram a aparecer pessoas e nós
começamos a juntar dinheiro para comprar um terreno e aos
poucos juntamos a quantidade suficiente para dar a entrada e
parcelarmos o saldo restante. Como sempre, o dinheiro do
salário da empresa onde eu trabalhava, estava destinado para
suprir em parte, as necessidades de minha casa e
consequentemente iria pagar as coisas da igreja, porque o
dinheiro nunca era suficiente. Os que fizeram o mesmo que eu,
sabem do que eu estou a falar e os que o estão a fazer, por
favor, examine o que está a fazer, para que não esteja a pôr o
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carro à frente do cavalo, e a sua família esteja a sofrer escassez
por essa causa. Porém, não tome isto como uma coisa que tem
que fazer como eu digo. Se está a fazer, porque Deus te dirigiu
a fazer, faz, pois Ele é o responsável por toda provisão. O que
estou a contar é para mostrar a grande quantidade de erros que
eu cometi e me levaram a uma vida de fracassos (Obviamente
já não estou nessa posição) e nesta minha preocupação, de
ajudar outros, poderão entender que todos devem fazer o
mesmo, recordo o que Paulo escreveu à igreja de Tessalónica
1º Tessalonicences 5:21: Examinai tudo e retende o que é
bom.
Compramos o terreno e meu irmão de sangue tinha uma tenda
do exército, que lhe pedi emprestada para instalar no terreno
que tínhamos comprado. Assim, começamos os cultos, e
estivemos dois anos, ministrando naquela tenda. Quão grande
é a misericórdia de Deus que nos enviou um grande temporal
que fez tudo em pedaços, porque senão, até hoje estaríamos
lá. Conseguimos então, construir um pequeno local de reunião
com 50 metros quadrados, que templo enorme, claro, nós
éramos apenas 15 pessoas e até um templo menor seria
grande.
Estávamos muito animados porque tínhamos 15 irmãos na
congregação que tomaram o compromisso de apoiar e
contribuir para pagar o terreno. Já imaginam o fim desta
história, claro, não se enganaram também, acabamos de pagar
o terreno com o dinheiro do meu salário e assim vivi,
preocupando-me em “levantar a igreja”, protelando a minha
família, minha casa e meu descanso, um sem fim de coisas,
que me começaram a levar a um esgotamento espiritual e
físico, não só a mim, mas à minha esposa e a meus filhos. A
nossa congregação em “Parque Hermoso” continuava a
apoiar-nos e a esforçar-se para que aquela obra não caísse,
porém, a minha falta de capacidade de levar adiante a obra de
Deus também terminou esgotando as forças daqueles irmãos,
facto que levou a muitos deles se retirarem da congregação.
Poderão imaginar o quanto era triste para mim, ver esse êxodo
daquelas pessoas que fizeram todo o possível para manter a
obra em marcha e, em vez de buscar a Deus, com jejum e
oração, tratava com as forças humanas para sustentar o
insustentável. Continuamos, a buscar o Senhor em oração
porque acreditávamos que o que fazíamos era o correcto,
ignorava aquela passagem das escrituras que diz: não seja
sábio em tua própria opinião, porém, a rotina estava-nos
matando e cada vez tinha menos disposição para seguir
adiante.
Aproximava-se outra conferência de Evangelismo, que seria
realizada em Buenos Aires, pela minha participação nas
anteriores, fui convidado pelo pastor Omar a participar na
mesma. Não tinha vontade nenhuma, muito menos disposição
para ir a Buenos Aires, estava esgotado espiritualmente e meu
ânimo estava em baixo, porém, tinha que manter as aparências
diante dos pastores, como se estivesse tudo bem. Quando
comentei com minha esposa sobre a conferência,
automaticamente me disse que eu deveria ir, e as suas
palavras soaram mais que uma opinião, mas como dá uma
ordem. Era o bendito Espírito Santo a usar os lábios da minha
mulher para animar-me a uma mudança. Apesar de não estar
interessado, decidi viajar, o que estava a fazer por pura inércia.
No transporte que foi contratado, ocorreu algo, como se um
vento levasse o meu cansaço e me deu novas forças e os que
íamos nessa viagem começamos a cantar e a adorar a Deus.
Ele estava a criar expectativas em meu espírito para o que
haveria de viver na conferência.
Sentia-me estranho, pela primeira vez em muitos anos, desta
vez não iria para ministrar, Deus tinha preparado para que eu
fosse ministrado. Chegamos ao lugar da reunião e logo que os
louvores terminaram, foi apresentado o pregador dessa noite,
Tommy Tenney. Sua mensagem foi chave para a minha vida
“Preparados para ser princesa”, que coisa tremenda, pela
primeira vez em minha vida, a bíblia tomava outra dimensão,
nunca imaginei que o livro de Ester pudesse ter tal
ensinamento. Claro, como eu iria imaginar, o meu orgulho
podre me fazia crer que com a Bíblia e o Espírito Santo não
necessitava de mais nada, recordam-se? Porém ali estava
assombrado com a revelação que Deus tinha dado a este servo
sobre a vida de Ester. Seis meses de azeites, seis meses de
perfumes, para poder estar por um momento na presença do
Rei.
Que envergonhado eu me sentia, porque eu pegava na Bíblia,
lia uma passagem e já está, Deus disse, quando Deus não dizia
nada, tudo eu tirava do meu intelecto, mas não do Espírito, por
isso não ocorria nada em meu ministério. As palavras do
pregador eram tão profundas e carregadas de verdade que eu
não podia resistir ao Espírito com que falava e comecei a ser
quebrantado de uma maneira incrível. Claro, Deus necessitou
tirar-me do meio da rotina em que eu estava envolvido para
fazer-me ouvir a Sua voz.
Uma vez terminada a mensagem, o pastor Tommy fez um
chamado ao altar, posso assegurar-lhes que não caminhei,
corri arrependido a buscar que me ministrasse que orasse por
mim, estava absolutamente quebrantado e arrependido por
tanta necessidade, tanta soberba, por tanto orgulho. Deus me
tocou, pude senti-Lo como nunca antes, algo estava
sucedendo em meu interior, eu estava sendo renovado. Nessa
noite o pastor Tommy tinha trazido o seu salmista, o qual havia
composto uma música “tenho fome de ti”, enquanto o pastor
ministrava, ele adorava, foi algo extraordinário que ocorreu
naquele lugar. Saí dali transformado no meu espírito, em minha
alma e em meu corpo. No outro dia, terminava a conferência e o
pregador foi o pastor Harold Caballero, quando terminou de
pregar, chamou os pastores que haviam vindo de “Mar del
Plata”, e ali estava o pastor Omar Olier, Cristian Hoff e eu,
chegamos ao altar e ele liberou sobre nós uma profecia para a
cidade e para as nações. Também havia no lugar, dois pastores
que vieram de Portugal para estar na conferência e o pastor
Harold os chamou, entregando-lhes uma profecia que desde o
norte de Portugal, Deus começava um avivamento para
Europa. Eu sentia que algo sobrenatural estava a acontecer, a
presença de Deus era tangível, todo o auditório estava debaixo
da influência do Espírito Santo e eu não sabia o que Deus
estava começando a fazer em minha vida, mas, sentia que era
uma mudança, transformando-me em outra pessoa.
Quando regressei à minha cidade, depois de tão tremenda
conferencia, sabia que algo havia sucedido em mim, estava
incendiado e foi maravilhoso o que ocorreu quando cheguei.
Todo o meu interior tinha se revolucionado e queria expressar
com palavras o que tinha acontecido, mas era impossível, só
sabia que algo maravilhoso tinha acontecido. Nesse dia não
tínhamos culto em “Parque Hermoso”, mas chamamos por
telefone alguns irmãos e começamos a adorar e logo ao
simplesmente soltar de uma palavra, foi instantânea a
presença de Deus, fez-se tão real que os que ali estavam,
foram todos envolvidos nessa presença.
No outro dia tínhamos culto no barracão e nada mais
esperávamos, do que a chegada da hora do culto. Éramos 15
pessoas e eu estava envolvido naquela presença, que me
comovia de uma maneira tremenda e quando chegou o
momento de orar, outra vez, Deus começou a manifestar a Sua
Glória e nós começamos a ser quebrantados e tocados pelo
52
Espírito Santo, caindo por todo lugar sem que eu os tocasse,
que maravilha, fazia muito tempo que eu anelava por esse tipo
de manifestações e agora meus olhos estavam vendo. Como
consequência disto, muita gente começou a aparecer de todos
os lados e depois de duas semanas já éramos 40 pessoas, os
milagres, a libertação e a salvação era algo diário, as pessoas
continuavam a chegar e num mês tínhamos superado as 70
pessoas no barracão, mas no templo de “Parque Hermoso”,
cada vez eram menos, então decidimos organizar um “jantar
para levantar fundos”. (Estava a viver algo espiritual e ao
mesmo tempo minha mente não tinha sido renovada). O
dinheiro era para construir um templo mais amplo naquele
lugar. Acordamos entre os irmãos, procurar um salão maior
para fazer o jantar, porque o nosso templo era muito pequeno.
Começamos a procura e me ocorreu que apenas a dois
quarteirões de lá, na avenida, havia um mercado fechado há
muito tempo e o dono era conhecido da minha família. Assim,
fui vê-lo, quando eu lhe comentei que precisava de um lugar
grande para um jantar, levou-me ao local para mostrar-me as
condições em que ele se encontrava e por esse motivo, não
acreditava que poderia ser útil. Ainda nem tinha entrado,
comecei a sentir uma inquietação no meu espírito da parte do
Espírito Santo, estava a entrar num lugar de 400 metros
quadrados, algo Deus queria fazer. Na verdade o interior
estava muito deteriorado porque os inquilinos anteriores o
tinham deixado em estado de abandono, mas eu disse- lhe que
não havia problema, nós o acondicionaríamos para o jantar e
ficaria limpo e em condições. Aceitou e ele ainda me ofereceu a
energia, porque a linha da rua estava cortada. No momento em
que nos encontrávamos a limpar o local, senti no profundo do
meu ser, a voz do Espírito Santo, falando-me e dizendo que
pedisse aquele local para realizar os cultos da igreja. Orei e
pedi ao Senhor para me confirmar essa palavra. Nesse
momento aproximou-se um dos irmãos que estava comigo a
limpar e disse-me: ”Pastor, que bom seria este lugar para a
igreja!”. Não vacilei nem um momento e logo depois de limpar
o local, eu chamei o proprietário e conforme Deus me disse,
assim o fiz e sabe, ele aceitou e cedeu-me o espaço por três
anos sem pagar aluguer, só com a condição de melhorá-lo e de
fazer as casas de banho, foi uma festa.
Realizamos o jantar mas os fundos não foram para o terreno do
pequeno barracão, mas sim para começar a cumprir o
compromisso assumido com o novo local. Imaginem isto,
vínhamos de um local de 50 metros quadrados e Deus nos dá
um de 400 metros quadrados e com 20 metros de fachada para
a avenida, e de graça! Indubitavelmente Deus estava no
assunto, deixamos o templo pequeno naquela mesma hora,
embora houvesse quem achasse que estávamo-nos a
equivocar porque os gastos iriam crescer e o dinheiro que
entrava era pouco, claro que não ouvi essas vozes e mudamonos para a avenida, um lugar de sonho.
Ali houve uma explosão, de 70 pessoas, crescemos para 180
em apenas três meses. Algo que não foi pensado por nós, mas
idealizado por Deus. Apesar de ter crescido em número os
recursos não aumentavam, claro que não me dava conta que
estava arrastando a minha vida por um espírito de miséria e
escassez e esse espírito se encarregou de manter as portas da
prosperidade fechadas. Tínhamos um pouco mais de
ingressos, mas não à medida que devia. Contudo, eu me
consolava dizendo que Deus nalgum momento liberaria mais
recursos para o ministério e sabem que Deus, sempre libera
recursos, porém, assim como entravam se perdiam, como diz
esta palavra:
Ageu 1:6 Tendes semeado muito, e recolhido pouco;
comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais;
vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe
salário, recebe-o para metê-lo num saco furado. 1:7 Assim
diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos
caminhos.
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Que grande verdade, mas o espírito religioso é o que aparece
automaticamente com argumentos quando queremos dar lugar
ao Espírito Santo para mudar o rumo das coisas, e tontamente
começamos a nos justificar com a mesma bíblia, o
injustificável, apesar de tudo, continuamos a crescer e Deus se
manifestava de muitas maneiras com milagres e sinais.
Portugal
Por esse tempo recebi um convite por parte do pastor
Edgardo Silvoso, presidente de Evangelismo de
Colheita para compartilhar o nosso testemunho em
Portugal. Convidou-me através de um intercessor de sua
equipe “Ted Hans”. Sinceramente nem me recordava no
mapa, onde ficava Portugal, mas obviamente aceitei o
convite e pus-me a caminho para atualizar os documentos
para a viagem e investigar um pouco sobre Portugal. O
meu primeiro desafio era o idioma, ali fala-se Português e
eu não estava familiarizado com o mesmo. Porém, pude
ver um milagre extraordinário de Deus, que começou logo
que desci do avião, pois comecei a interpretar com
perfeição o idioma, como se o tivesse estudado e
praticado, não o falava, mas o entendia e podia ler com
rapidez, como faço com o espanhol, sem dúvida, ali
estava a obra do Espírito Santo em pleno. Conheci então,
mais de perto os pastores que tinham estado em Buenos
Aires na conferência onde Harold Caballero profetizou
para Óscar Segura e Paulo Cardoso, com quem
estabelecemos uma maravilhosa relação de amizade, a
qual me levou até Portugal por duas vezes.
Deus deu-me a oportunidade de poder compartilhar a
Palavra e o testemunho em algumas congregações e
junto com o pastor Omar Olier, com quem também tinha
viajado com o propósito de abençoar a igreja em Portugal.
Foi algo muito especial porque apesar de não saber o
idioma, os portugueses interpretavam perfeitamente o
que lhes dizia, nunca pensei que receberia tal honra,
graças a Deus. Muitas vezes, no tempo da minha
ignorância, tinha-me unido para criticar o ministério de
Evangelismo de colheita, que é o que faz a maioria
quando olha desde o seu ponto de vista. Custa muito
aceitar que alguém faça algo diferente, ainda mais se
esse “diferente” que se faz, está acima do nível da posição
daquele que crítica. Que tremendo! Muitas vezes
convertemos-nos em especialistas que travam a
engrenagem das rodas de quem faz alguma coisa
diferente, como diz Edgardo, “assando-os no espeto”,
mas o ter um coração ensinável pode reverter essa
condição e permitir-nos crescer na visão e na unção.
Edgardo Silvoso e sua equipa puseram os seus pés na
cidade com o único propósito de ajudar-nos na conquista
e transformação da mesma, mas os conceitos que
ensinavam, não entravam numa mente e visão estreita
como a que a maioria dos pastores tínhamos. Não ponho
em juízo, nem em discussão sobre o que Deus tem
colocado nas mãos dos seus servos, há quem faça as
coisas sempre da mesma maneira e elas funcionam, e
isso está perfeito, e ninguém se pode meter na soberania
de Deus, nem no chamado que cada um tem recebido.
(estou a falar de mim e do grupo que me rodeava).
Contudo, ano após ano, trouxeram a nós os melhores
conferencistas e testemunhos, mostrando que a
transformação era possível. Comecei a olhar para a
cidade e, a sentir preocupação por alcança-la na sua
totalidade. Para mim era algo tão possível, se o
fizéssemos entre todos, que coloquei todos os meus
esforços para que a pastoral entendesse os propósitos
das conferências. O entusiasmo de fazer algo, muitas
vezes, joga contra nós, e sem querer ofendemos com o
que dizemos, e em vez de nos aproximar, distancia-nos.
Nem todos vêem como nós e nem por isso têm que ver da
mesma maneira, todavia, nada fazer, para não correr
riscos, tão pouco ajuda, assim, pusemo-nos em marcha e
recorremos junto a Werner Swart (integrante da equipe
de Evangelismo e amigo pessoal). Percorremos toda a
cidade, pastor por pastor, anotando os dados pessoais e
das igrejas, e pela primeira vez, a Pastoral, teve um
registo muito aproximado do total de pastores e igrejas na
cidade, que naquele tempo eram 160 igrejas. Nunca
tínhamos experimentado situações como as que vivemos
com ele. Recordo que mais de uma vez batíamos à porta
de algum pastor e éramos “mal-vindos ao contrário de
bem-vindos”. Isto era pelo facto que comentei antes,
sobre a alergia que produzia em muitos, só de mencionar
o Evangelismo de Colheita e, além disso, muitos pastores
não simpatizavam com a pastoral, porque supostamente
ela tinha perdido o rumo e tinha-se desviado dos seus
propósitos. Claro, já não trabalhávamos como comissão
directiva, programando reuniões festivas.
Agora, trabalhávamos como equipa, sendo uma forma de
trabalho como nunca tínhamos feito, e os que actuavam
contrariamente eram a minoria, já que a maioria podia
entender a necessidade de estar juntos e unidos. O nosso
lema é a unidade na diversidade.
5º Chave para o fracasso
A ignorância e o orgulho fazem-te ir contra a
vontade de Deus.
Quando alguém chega ao ponto de não ver ou ouvir o que
Deus está a dizer, entra no que se chama rebelião. De
uma maneira inconsciente e sobre o pretexto de que é
uma prova, entramos em rebelião contra o Espírito Santo,
que de muitas maneiras tenta fazer-nos ver o erro do
nosso caminho. Minha esposa dizia-me que era tempo de
deixar a obra em Parque Hermoso e eu insistia que não.
Isso levou-nos a um desgaste a nível de casamento e é
lógico, ao sofrimento de nossos filhos que nunca haviam
visto nós discutirmos da maneira que chegamos a fazer,
por causa de minha loucura, e crer que apesar das
evidências que marcavam o fim de uma etapa, eu
continuava a insistir em seguir adiante, porém, graças a
Deus, Ele nunca chega tarde e tocou em meu coração
para não cometer a loucura de ficar com a igreja e perder a
minha família.
Tomei a decisão de deixar a obra em Parque Hermoso e
dedicar-me à obra que tínhamos começado na cidade,
mas como diz o ditado, sobre “chover no molhado”,
porque havia algo que eu não tinha superado, sendo que,
apesar de servir a Deus, não dependia dele na dimensão
que é necessária fazer, para que a obra não seja um fardo
insuportável, mas que, possamos ver, que Deus vai á
frente do que venhamos a realizar.
Agora, já pagávamos aluguer, e os recursos que
entravam eram escassos, ao que ajudávamos fazendo
empadas e comidas, coisa que os irmãos faziam com
absoluto prazer e com espírito de serviço. O pior, é que
dependíamos de quantas empadas venderíamos para
poder cobrir os gastos, coisa que me faz doer o coração
só de recordar, porque foram horas e horas de trabalho
incondicional para poder “sustentar a obra de Deus”.
Perdão! Com o tempo aprendi que a sua obra, o homem
jamais pode sustentar.
1º Corintios 3:9: Porque nós somos cooperadores de
Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.
Pensar que apesar de todo nosso esforço, vivíamos com
a corda no pescoço, (é uma maneira de expressar quando
se vive em escassez). O resultado foi que o valor do
aluguer do lugar subiu e o proprietário fez-me saber com
muito bons termos, porque apesar de vivermos apertados
de finanças, sempre cumprimos, mas o que pagávamos
era insuficiente para a realidade do que estava valorizado
o aluguer de um salão como aquele e pedi-lhe alguns dias
para responder, se ficávamos ou se saíamos de lá.
Eu estava cansado de tanto remar e remar sem nunca ver
fruto algum de tanto sacrifício, foi então que me ocorreu
outras tantas ideias tontas e perguntei aos meus
colaboradores mais chegados o que lhes parecia, se era
hora de continuar ou não, porque o preço do aluguer
aumentava. Houve um pouco de argumentos de que já
“era hora” de deixar aquele lugar porque não podíamos
andar a deitar dinheiro fora, e se tínhamos o pequeno
salão do qual não precisávamos pagar nada, deveríamos
voltar para lá, e sabem que eu aceitei a sugestão e decidi
“fechar a igreja”, como quem diz, vou fechar a porta da
minha casa, lamentavelmente para mim, a organização já
havia me pedido o lugar que tínhamos comprado, porque
estava fechado e eles queriam pôr outro pastor, assim eu
também o entreguei. Que tristeza, entreguei dois templos,
terrenos, e isto, porque não tinhamos pessoas e quem
ficou com aqueles lugares tiveram que começar do zero.
Na semana de deixar o local da avenida, estava reunido
com a equipe da pastoral e um deles perguntou-me por
que as persianas da igreja estavam abaixadas e eu
simplesmente disse que tinha fechado. O pastor Omar
Olier disse-me... Quem pensais vós que sois, para fechar
a igreja? A Igreja é do Senhor e vocês não lhe podem
tocar. Eu não sabia onde me meter, mas fez-me entender
bem, que as melhores intenções, não estão com Deus, e
que só Ele abre e só Ele fecha, e quando Deus abre um
lugar, Ele próprio o sustenta. Não se cresce
espiritualmente recebendo palmadas nas costas e
quando tudo vai bem. Um mentor, é aquele que tem
autoridade para dizer aquelas coisas que um amigo
dificilmente te vai dizer. (Lição aprendida) Obrigado,
pastor Omar!!!
Já não havia nada a fazer, então, nessa transição que
levou mais de um ano, na qual, o pastor Carlos Adala me
ofereceu o seu templo para fazer os nossos cultos nos
horários em que não havia actividades da sua igreja. De
bom agrado aceitei a oferta e estivemos ali por um ano, no
fim do qual, Deus tinha preparado outro mover. O pastor
Carlos necessitava do templo porque iria realizar mais
actividades no local, e sem saber, fez-me um grande
favor, pois a comodidade é inimiga do progresso.
Urgentemente saímos à procura de um lugar, e como
nómadas, começamos a andar primeiro em clubes de
futebol depois numa sociedade de eventos. Isto levou
dois meses e as pessoas que nos acompanharam nessa
transição, eram 40 pessoas. Ao fim dos dois meses,
estando na sociedade de eventos, a encarregada da
mesma disse-me que não poderia ceder mais o lugar
porque tinha queixa dos vizinhos por causa do ruído.
Agora sim! Não havia mais saída e sinceramente já tinha
terminado a minha cota de perseverança, de andar de um
lugar para outro. Aqui foi onde terminaram as minhas
chaves para o fracasso, pois tenho que contar-vos como
se inverteram estas situações e nascem as chaves para
sair do fracasso.
O desafio!!!
Quando chegamos a esse ponto limite, na realidade não
chegamos, Deus leva-nos até lá, é onde verdadeiramente se
põe à prova, quem te chamou e quem te ungiu. Todas as portas
estavam fechadas, agora já não havia um lugar físico de culto,
assim chamei os irmãos, não para pedir opinião sobre se
seguiríamos ou não, esse erro eu já o tinha cometido e
aprendido com ele, mas sim para desafiá-los, a buscar a Deus.
A minha intimidade com Deus era diferente e em mim não
estava o continuar da mesma forma, alguma coisa teria que
acontecer. Se Deus é grande, algo grande teria que acontecer,
assim desafiei-os a procurar um lugar grande na avenida sem
se importar com o quanto se teria que pagar. Se Deus estava no
assunto, as portas teriam que se abrir. Foi assim que, uma irmã,
veio com a notícia de que havia um lugar que no momento era
um armazém de “Futebol de Salão” que ficava na avenida, e eu
fui vê-lo. Como é maravilhoso quando Deus vai à frente.
Chegou o dia de quinta-feira à noite e, nesse dia tínhamos
nossa reunião semanal da equipe com o Pastor Omar. Já era
um pouco tarde, mas o portão do lugar estava aberto,
chuviscava e eu parei junto ao tremendo portão da entrada, e
de forma automática, o Espírito Santo me disse: “Este é o
lugar”... era como se todos os anjos me convidassem a pisar o
lugar e a declarar!!! A partir de hoje, este lugar é Casa de Deus e
Porta do Céu, eu o tomo como território santo, como está
escrito, “todo lugar onde pisar a planta do vosso pé será vosso”,
Josué 1:3.
As pessoas do lugar ao verem, que eu tinha ficado à entrada,
puseram-se a ver o que eu estava a fazer. Já era tarde, eu já
tinha tomado posse do território, Glória a Deus! Fui-me embora
e comentei com a minha esposa e alguns irmãos que Deus já
me tinha dito que aquele era o lugar, um armazém em plena
avenida de mil metros quadrados, com escritórios e uma área
de churrasco, um verdadeiro palácio para o que estávamos
acostumados a ter.
No outro dia pus-me a averiguar sobre os proprietários e um
inquilino anterior teve a amabilidade de dar-me a direcção. Fui
à casa da proprietária e era como se ela estivesse me
esperando, na realidade, Deus estava tanto no assunto que o
podia ver em cada passo. Ela recebeu-me com muita atenção e
com muita tristeza disse que estava numa grande luta com as
pessoas que tinham ocupado o salão e não conseguia tirá-los
de lá de maneira alguma. Eu tinha-me apresentado como
pastor, assim, disse-lhe, a Senhora, quer verdadeiramente que
eles se vão embora daquele lugar? Ao que ela respondeu-me
que sim e que tinha tentado de muitas maneiras, mas, era
impossível, teria que resolver através do Tribunal, requerendo
o despejo... Eu disse-lhe: Muito bem, vamos fazer assim; eu
vou orar por esta situação, e você vai ver, que não será
necessário ir a lado nenhum, porque Deus vai tirá-los de lá,
contudo, não se esqueça que se isso acontecer, é porque ali
tem que funcionar a igreja, a senhora crê? Sem dizer mais
palavras, tomei a sua mão e reivindiquei a terra que tinha
pisado e enviei os anjos para que tirassem os intrusos daquele
lugar. Ela olhou e me disse que se isso acontecesse, o lugar
seria para nós. Três dias depois, chamaram-na dizendo que as
pessoas que estavam a ocupar aquele lugar estavam a ir-se
embora. Saíram, como se alguém estivesse a correr com eles e
não havia dúvida de que foram os anjos que pelejam as nossas
batalhas. Ela chamou-me e disse que não podia acreditar no
que tinha acontecido e que seu filho viria mostrar-me o lugar
para ver se eu gostava. Nesse período, uma firma muito
conhecida na cidade ofereceu-lhe 100.000 dólares para fazer
ali um shoping no salão, ao que a mulher respondeu que se o
pastor me disser que não quer, então o faremos. O temor de
Deus tinha caído sobre ela e na manhã seguinte, ela chamoume para mostrar-me o lugar. Combinamos a hora e, fui com
minha esposa e um empresário de carnes que congregava
connosco há pouco tempo, como simpatizante. Eu caminhava
como se os meus olhos da fé pudessem ver através do tempo.
Aos olhos físicos, o lugar estava muito abandonado e
deteriorado, mas eu via a igreja a funcionar e cheia de vida,
quando estávamos a percorrer o lugar, o empresário disse-me:
Jorge, não te parece demasiado grande este lugar? Deverias
começar por algo mais pequeno e falou-me de um lugar
pequeno e fora da avenida, como que considerando que
estávamos meter-nos num lugar onde os gastos seriam
astronómicos. Pude discernir que o diabo estava-me a
sussurrar ao meu ouvido, para que retrocedesse e voltasse
àquele estilo de vida de fé, que já tinha deixado. Contudo, eu
não disse nada e fiquei de passar no outro dia pela casa dos
proprietários para fechar o contrato. Estava a ser liberada em
mim a fé que move as mãos de Deus, porque tínhamos apenas
um pouco de dinheiro guardado que daria apenas para um
sinal. A senhora pediu-me uma garantia e 3.000 pesos de
aluguer, e eu ofereci-lhe 2.200. Ela disse-me que a firma
comercial lhe tinha oferecido 100.000 dólares, mas eu não me
intimidei e disse apenas 2.500 e nada mais. Ela olhou para mim
e disse-me: eu não sei por que estou fazendo isto, mas não te
posso dizer que não. Dentro de mim eu dizia, eu sei, porque o
está a fazer, porque o Deus do céu está no assunto e diante
Dele nada se pode negar.
Quando quiser empreender algo, assegure-se que Deus vai
adiante.
Apocalipse 3:7 Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve:
Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a
chave de David; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e
ninguém abre:
Numa semana estávamos a realizar o nosso primeiro culto no
lugar e isso ocorreu em 6 do 6 de 2006, soam os números 666.
Mostramos ao diabo e a nós mesmos que para Deus não há
nada impossível. Agora tinha que trabalhar de outra maneira, o
que tínhamos pela frente era absolutamente novo e desafiante,
mas para mim não havia dúvida nenhuma de que Deus estava
no assunto e este empreendimento marcaria o nosso ministério
para sempre. Durante os dois primeiros anos foi um tempo de
lançar redes e buscar com intensidade que Deus se
manifestasse em nossos cultos. Começaram a acontecer
milagres extraordinários e ao cumprir um ano no local, na
madrugada de 11/08/2007, Deus me despertou às 4:50h da
manhã, com voz audível, disse-me que me levantasse, pois Ele
iria falar-me. Depois de convencer-me que não estava a
sonhar, levantei-me, e Ele disse-me que pegasse num papel e
lápis e que anotasse tudo o que me ia dizer. Ele deu-me 17
coisas pontuais que haveriam de começar a suceder. De todas
elas, 15 já se cumpriram, disse-me que escrevesse isto:
1- Sararia
pessoas que estavam consumidas e
tinham a sua pele colada aos seus ossos. (Este
milagre se repetiu por 5 vezes)
2- Viria o tempo da prosperidade. As finanças da igreja
cresceram e os gastos diários e mensais que antes
eram adiados, agora começamos a pagá-los a tempo.
Embelezamos o templo e pessoalmente nunca pensei
ter um carro novo e muito menos ter dinheiro para
comprá-lo a pronto, e Deus o tornou possível com uma
provisão sobrenatural. A minha casa que por tantos
anos era só um projecto, porque primeiro estava a
igreja, agora pudemos terminá-la dignamente, ter o
nosso próprio quarto e cada um dos meus filhos com
seus quartos privados. Um sonho tornado realidade,
Deus mudou a nossa economia.
3- Havia uma Pessoa que lhe faltava metade do crânio
e Deus o fez novo. Este milagre foi extraordinário, um
irmão da congregação escutou numa das reuniões a
leitura das coisas que Deus me tinha dado e que iria
fazer. Ele tinha em seu trabalho um companheiro, que
contou-lhe, que em Três Lomas, a mais de 600 km de
“Mar del Plata”, um sobrinho tinha tido um acidente com
uma moto e com o golpe quebrou ossos da perna e
fracturou o crânio. Ele estava internado na terapia
intensiva em “Bahia Blanca” com as suas horas
contadas. Quando o irmão escutou o relato, veio-lhe à
memória a palavra que Deus me tinha dado e comentou
ao seu companheiro, que lhe pede para falar comigo,
para orar pelo seu sobrinho. Encontramos-nos no dia
seguinte e ele contou-me sobre o acidente e pediu-me,
se poderia orar pelo sobrinho, ao que eu disse-lhe
vamos até “Bahia Blanca”. Se este for o rapaz que Deus
disse que sararia, vai receber o seu milagre. No outro
dia, às 5 horas da manhã, saímos e chegamos lá às 10
horas da manhã. No caminho ele contou-me que o
rapaz tinha perdido metade do crânio, tal como Deus
me tinha revelado. Quando cheguei lá, fiquei sem
palavras com o que vi, estava ligado por todos os lados
e com apenas consciência, simplesmente orei,
reclamando o milagre e fui-me embora pedindo aos
45-

678-

pais que logo que os médicos lhe dessem o relatório,
me dissessem e que uma vez restaurado teria que vir
dar o seu testemunho na igreja. No dia seguinte
chamaram-me, assombrados com a recuperação do
rapaz e passado um mês da sua recuperação,
trouxeram-no a “Mar del Plata” e depois de três meses
já estava a andar em sua moto de novo, na sua
povoação. Glória Deus.
Vem unção para os esquizofrénicos. Temos três
casos em que se produziu este milagre de libertação.
A unção de 84 será derramada com maior
intensidade (em 1984 em nossa cidade houve uma
visitação extraordinária na campanha com o
evangelista Carlos Anacondia). Isto está-se a ver na
cidade, em muitos ministérios, Deus está a fazer coisas
maravilhosas.
Será liberada palavra de conhecimento. Temo-lo
experimentado em muitos dos nossos cultos.
Muitas pessoas virão a toda hora buscar um
milagre do Senhor.
Vem revelação extraordinária e maior
profundidade no conhecimento de Deus e da sua
Palavra. Isto é maravilhoso, pois, agora o Espírito
Santo está a trazer-nos revelação de coisas que para
nós estavam ocultas.
E muitas coisas mais, que se continuam a
cumprir.

Hoje, pela Graça que Deus nos tem dado, a nossa
congregação cresceu em mais de 300 pessoas e continuamos
a crescer. Como, o estamos a conseguir? Desta maneira:
1- Firme nos Seu princípios. Não estou só, primeiro tenho a
Deus, logo depois minha família e um grupo de pastores com o
70
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  • 2.
  • 3.
  • 4. INDICE Agradecimentos Prólogo Prefácio Introdução 4 6 7 9 Capitulo 1 Reflexão 11 Capitulo 2 Não há árvore sem raízes 15 Capitulo 3 O anjo que Deus usou: Frederico. 19 Capitulo 4 Meus primeiros passos na Cidade de “Mar del Plata” 27 Capitulo 5 O plano de Deus 35 Capitulo 6 A pastoral da Cidade de “Mar del Plata” 41 Capitulo 7 Evangelismo de Colheita 45 Capitulo 8 Portugal 57 Capitulo 9 O desafio!!! 65 Conclusão 75
  • 5. Agradecimentos Agradeço a Deus em primeiro lugar, porque, tudo o que sou e tenho, devo a Ele. À minha amada esposa Graciela sem a qual não poderia ter permanecido sem desfalecer, pois tem suportado a carga da família e da obra sobre seus ombros. Aos meus filhos amados, Nati, a minha bebé grande, que suportou minha imaturidade como pai e por falta de experiência não saber como acompanhá-la nos momentos especiais da sua vida. Ao Luciano, que fez todo o possível para que possamos funcionar na área da internet, fazendo o seu melhor para que tudo fique bem e por ter me dado dois netinhos preciosos com sua esposa Claudia, que alegram os nossos corações. Ao Juan Pablo que sempre esteve comigo apesar dos tempos difíceis que nós temos vivido. A Ruth, meu doce bebé, que põe tudo a andar para a frente e ter suportado os tempos de grande escassez, sem se desanimar, mas enchendo-a de coragem para fazer sempre o melhor e a Elias, a quem toca a parte linda da historia, pois, está desfrutando agora daquilo que seus irmãos não puderam viver, ver seus pais servirem a Deus com alegria e com frutos. Aos pastores da Assembleia das Igrejas Cristãs, aos pastores da cidade, a quem tenho o privilégio de servir como secretário pastoral e a toda equipe pastoral com quem compartilhamos momentos inesquecíveis. Ao Pastor Omar Olier, que sempre me tem mostrado que tudo é possível e me ensinou uma maneira de andar no Espírito que eu não conhecia. Ao Pastor Edgardo Silvoso, David Thomsom, Juan Zucarelli, Werner Swart e a toda a equipe de Harvest Evangelism, sou muito grato. Ao Pastor Roberto Sorensen, que sempre me animou a depender de Deus. Ao Pastor Enrique Oliver e sua esposa com quem compartilhamos uma amizade especial em Deus.
  • 6. Aos pastores de Portugal, Óscar Segura e Paulo Cardoso, pessoas maravilhosas. Aos irmãos do templo "Jesus te ama", que me ajudaram de grande maneira a crescer no ministério, acompanhando-me nos desafios que lhes apresentava. Aos irmãos de "Porta de vida" pessoas maravilhosas que se atrevem a seguir a visão que Deus nos tem dado sem questionar quanto custa realizá-lo. A Thelma Teixeira que contribuíu com o seu esforço para a tradução do livro para Português. A Agostinho Teixeira que revisou a tradução do livro para a lingua Portuguesa, fazendo-o com dedicação. E a cada um daqueles que apesar de não estarem mencionados neste livro têm contribuído de uma forma ou de outra para o meu crescimento. A todos muito obrigado.
  • 7. Prólogo É um livro de inspiração, reconhecendo a graça e a misericórdia de Deus, ao guiar seus filhos e tratar com eles, afim de que alcancem objectivos maiores, dos que esperavam e entendiam, encaminhando-os para o propósito, para o qual foram criados. Jorge relata através das provas e do seu caminhar como viu derramada a glória e o amor do Senhor, sobre a sua vida e sua família, sendo uma inspiração para muitos que não se atrevem a correr riscos, aceitando o desafio proposto pelo Senhor, para alcançar lugares estratégicos e posições, dentro de uma cidade impactando a sociedade por meio de sinais que Deus faz com a sua vida e ministério. Um servo de Deus que com humildade e modéstia reflecte através do seu testemunho pessoal e suas experiências, uma mensagem de fé e esperança, para que ninguém desanime, quando a resposta tarda, ou não chega como esperamos. Durante o tempo de espera, Deus trata com a nossa fé e obediência. Pastor Omar Olier Presidente da Associação Pastoral de “Mar del Plata” Este livro é uma bênção para este tempo, que tudo se quer instantâneo, “Chaves para o fracasso” chega num momento importante para muitas vidas que querem êxito imediato. Este testemunho do meu amigo Jorge revela como se pode trabalhar para o Senhor com muito esforço, com muito entusiasmo, mas sem a aprovação do Senhor, sem direcção, sem revelação e como se chega ao caminho do fracasso desta maneira, sem nos aperceber. Recomendo lê-lo, pois é uma vivência de como transformar a derrota em vitória. A todo aquele que vai começar no ministério e também a todo aquele que não vê resultados em seu trabalho ministerial, o levará a apegar-se ao Senhor de uma maneira diferente. Pastor Enrique Oliver Pastor regional da Associação Pastoral de “Mar del Plata”
  • 8. Prefacio Desde o momento que alguém nasce, começa a enfrentar o desafio do desconhecido, um mundo totalmente diferente ao do ventre da mãe, mas uma vez superado este primeiro desafio, em lugar de terminar, eles se multiplicam em todo o tempo à medida que avançamos na idade. É neste momento que mais precisamos daqueles que já percorreram este caminho, pois as experiências já adquiridas por cada desafio ou etapa superada, pode ajudar-nos, a fazer do que para nós parecia impossível, algo que se pode alcançar e superar. Nossos pais oferecem-nos o apoio e ajuda de acordo com as suas capacidades, o que em muitos casos são escassas porque para eles também o foram, e ninguém pode dar o que não tem. Isto ocorre tanto no nível espiritual quanto no natural. Não damos conta da importância que há em ter alguém que nos ajude, até que Deus em sua infinita misericórdia, nos rodeia de alguém com um coração de pai, pessoas que tem a capacidade de nos fazer mais simples no nosso caminhar, ajudando a liberar o potencial há em cada indivíduo. É por isso, que na falta de um guia espiritual, um mentor, esses desafios não são concluídos, e é aí que vão gerando dentro de nós os fracassos, que levam há frustração e ao desânimo, os quais são barreiras que nos impedirão de seguir, e avançar na vida. Fracassos estes, que por não serem identificados e desarreigados de dentro de nós, serão as fortalezas que não nos deixarão ver para além dos nossos narizes. Sempre olhamos para o sucesso dos outros, como se Deus tivesse escolhido um grupo de elite, para serem triunfantes. A inveja, a impotência e a desesperança faz diminuir o que deveria crescer, isto é, a força para vencer a adversidade e levar-nos ao nosso propósito. As fortalezas da incredulidade e impossibilidade se fazem tão grandes que só Deus em sua infinita misericórdia pode romper, quando somos iluminados
  • 9. pela verdade, mas alguém, tem que nos alcançar com a luz. O propósito deste livro é mostrar que Deus “Nos tem escolhido para coisas extraordinárias”, pois nos criou para isso. Porém, se não temos quem nos ajude a encontrar nosso propósito, poderemos acabar por passar por esta vida como uma sombra, sem deixar rastro nem memória. É minha oração que ao ler as páginas a seguir, o bendito Espírito Santo ilumine as áreas da sua vida que necessitam de ser iluminadas e, dessa maneira, poupar o tempo, que, uma vez perdido, nunca mais o poderá recuperar.
  • 10. Introdução Quero contar-lhes um pouco da minha história, através da qual, vocês poderão ver que para fracassar não são necessárias muitas coisas, é somente seguir certas regras estabelecidas e por inércia caímos dentro delas. Estas coisas nos envolvem como uma serpente à sua presa e inibem a possibilidade de serem pessoas livres para triunfar. Embora essas experiências tenham um propósito, muitas vezes no momento não nos damos conta, porém, com o passar do tempo, vai tomando forma o mistério, do porque acontecem essas coisas. Deus permitiu-me experimentar 22 anos de fracassos, para que hoje, possa sentar-me e contar-lhes que é possível vencer o fracasso, ser feliz, prosperar e ser usado por Deus, sem necessidade de manipular as coisas de Deus para proveitos particulares, que é possível descansar em Deus enquanto servimos, sem ficarmos doentes e decepcionados, enquanto os anos provam o que fizemos. Se em nosso coração, bate o desejo fervoroso de seguir adiante das adversidades, de vencer o fracasso, de mostrar que é possível, então, Deus fará o que Ele sabe fazer, mostrar-nos o caminho por onde devemos andar. Salmo 32:8 Te farei entender, e te ensinarei o caminho em que deves andar; Sobre ti porei os meus olhos. É por isso que, o propósito deste livro é mostrar-lhe coisas que, quem sabe, coincidam com as que têm mantido você numa posição de fracasso… Na vida pessoal, Familiar, Emocional, Económica E no serviço do Senhor.
  • 11. Quem sabe, você possa identificar-se com alguns aspectos da minha vida e que sirva para inspirá-lo ao ponto de reconhecer que no plano de Deus, o fracasso não é contemplado como opção, e não quero dizer com isto que, nós não possamos cair, nem tropeçar, mas, que em nosso espírito estamos programados para sermos vitoriosos. Então, eu terei atingido o objectivo de ajudá-lo, a ser o que Deus diz a seu respeito, ser uma pessoa de êxito em toda a sua vida, na família e no seu ministério. Entenda-se por êxito, o ter alcançado o propósito.
  • 12. Reflexão Quero começar, com um escrito de Mário de Andrade, que chegou às minhas mãos, e expressa cabalmente o porquê de uma mudança tão radical em minha vida, na minha família e no meu ministério. Contei os meus anos e descobri que tenho menos tempo para viver daqui por diante do que vivi até agora. Sinto-me como aquele jovem que ganhou uma caixa de tâmaras; as primeiras comeu com indiferença, porém, quando percebeu que já lhe restavam poucas, começou a roer e a desfrutar até ao caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inchados. Incomodam-me os invejosos que tratam de desacreditar os mais capazes, para usurpar os seus lugares, talentos e realizações. Não penso aceitar coisas e situações só para ficar bem com alguém, nunca mais. Deixarei de esconder a minha face à verdade só para ficar numa falsa comodidade ou por medo da dor ou por ter que começar tudo de novo; agora eu me arrisco. Já não tenho tempo para reuniões intermináveis onde se discutem estatutos, normas, procedimentos e regulamentos internos, sabendo que não se vai conseguir
  • 13. nada. Já não tenho tempo para suportar as modas das pessoas que, apesar de sua idade cronológica, são uns imaturos. Recordo agora a afirmação de Mário de Andrade: “As pessoas não discutem conteúdos, apenas os títulos”. O meu tempo é escasso para discutir títulos; quero a essência, a minha alma tem pressa. O meu coração está ansioso. Sem muitas tâmaras na caixa, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; Que saiba rir dos seus erros, que não se envaideça com seus triunfos, que não se considera eleita antes da hora e que não fuja das suas responsabilidades. Que defenda a dignidade dos marginalizados e que deseje tão-somente andar ao lado de Deus. Caminhar junto a coisas e pessoas de verdade, Desfrutar de um afecto absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial é o que faz com que a vida valha a pena E, a minha vida…Sim, ela vale. Quero rodear-me de gente que saiba tocar o coração das pessoas. Que cantem, bailem, riam e se aventurem mais, Gente que, os golpes duros da vida, os ajudou a crescer com toques suaves na alma E continuam crendo no amor. Sim… Tenho pressa…para viver com a intensidade que só a maturidade pode dar. Pretendo não desperdiçar parte alguma das tâmaras que me restam. Estou seguro que serão mais deliciosas do que, as que até agora comi, pela experiência que tenho hoje. PORQUE HOJE: Deixei de desejar que a minha vida fosse diferente e,
  • 14. comecei a ver que o que me acontece contribui para o meu crescimento. Liberto-me de tudo o que não é saudável... Pessoas, situações, tudo… e qualquer coisa que me puxe para baixo. HOJE: Desisto de querer ter sempre razão e com isso me equivoco muito menos. Já não revivo o passado e me preocupo o necessário com o futuro. Mas bem me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Porque a minha meta é chegar ao final satisfeito, pleno e em paz com Deus. E a tua qual é? Porque, de qualquer maneira, ainda que escolhas outro caminho, chegarás ao teu fim. Pense nisto... Quase sempre, estamos mais dispostos a ver e corrigir os erros nos outros. Isto acontece com a maioria de nós. É como um costume que tem passado de geração em geração, porém a vida passa, não há retorno para mudar essa atitude, pois pretendendo ajudar os demais antes de examinarmos nossas próprias necessidades, é algo que nos rouba tempo e não o podemos recuperar mais. Custa-nos aceitar que os outros têm razão em muitas coisas que nós cremos estarmos a fazer bem, quando na realidade, estamos equivocados, ou quem sabe fazendo da forma mais complicada. O motivo que nos impede de aceitar a correcção, a sugestão e o conselho dos outros, é o orgulho, e este, é como um mau hálito que todos se apercebem menos o que o tem. O nosso pequeno mundo em que estamos metidos tapa-nos os ouvidos. Véus e mantos espirituais, são postos sobre a nossa cabeça, convertendo-nos muitas vezes em cegos, guias de
  • 15. cegos, e quando esses véus e mantos são tirados pelo poder de Deus, damo-nos conta de tudo o que fizemos nos tempos de nossa ignorância, que nos envergonha e enche de tristeza. Isto é o que aconteceu comigo e é por isso que o estou a relatar.
  • 16. Não há árvore sem raízes A minha família compõe-se da seguinte maneira: minha esposa Graciela, com quem tenho até ao momento de escrever este livro, 30 anos de casamento, (cremos que é até que a morte nos separe) e Deus nos deu cinco filhos maravilhosos, que é a Natália, Luciano, Juan Pablo, Ruth e Elías, e alargou a minha família com a chegada dos meus lindos netos, Belén e Ezequiel, fruto da união do meu filho Luciano com Claudia, minha nora. Minha história (minha árvore), começa por volta do ano de 1976, quando decidi viajar desde “Mar del Plata”, província de Buenos Aires, à Capital federal. Recordo que a minha viagem mais longa, tinha sido apenas até 60 km da minha cidade, e a única coisa que eu conhecia era o campo e como lidar com os animais, uma vez que em minha casa desde os dias da minha infância, cuidava-se de vacas para ordenhar. A maldade, apesar de existir sempre, nesses dias não era tão evidente, e a nossa infância era muito sadia, passando as necessidades comuns de uma família sem a figura do pai e com 8 irmãos, dos 9 que tínhamos sido, pois, um morreu com apenas 15 anos de idade. A minha mãe (hoje já na presença de Deus) trabalhava incansavelmente para que nada faltasse em nossa mesa, cuidando-nos como a galinha cuida dos seus pintos, pois a sua razão de viver éramos nós. Um dia, vieram de Buenos Aires alguns parentes de um dos
  • 17. meus irmãos para tirar férias em “Mar del Plata" e falaram-me da abundante oferta de emprego na Cidade Grande, e que eu poderia sair dali e progredir economicamente para ajudar a minha família, coisa que me pareceu bem e, em minha pouca experiência com pessoas, parecia-me uma proposta aliciante. Não passou muito tempo para eu decidir ir viver em Buenos Aires, pensei como quem diz: vou para a casa de um amigo do outro lado do quarteirão, com a ignorância que armadilha e cativa a mente e o coração de pessoas simples, de jovens que naqueles tempos, aos 18 anos, estávamos a sair da adolescência, que não conhecem outra coisa para além daquilo que os rodeia. Apesar de tudo, a única coisa que queria era ter uma vida um pouco melhor, pensando que Buenos Aires era simplesmente um nome numa placa, colocada na entrada da Cidade, e que uma vez passada essa placa, todo o lugar seria igual, como na minha querida cidade. Era a minha primeira viagem para lá dos 60 km que eu conhecia e era também a minha primeira viagem de comboio, mas, bastou eu chegar á casa onde viveria por três anos, para me dar conta, que não seria como eu imaginava e o que me esperava eram dias de muita solidão e incertezas, pois não se sabe, o que é ser desenraizado, até viver essa experiência, ainda mais quando se está acostumado ao beijo da manhã, aos bons dias, ao abraço carinhoso, aos amigos da esquina com quem, apesar da nossa idade, nos juntávamos para jogar à bola e fazer campeonatos para ver quem levava o prémio. Não havia drogas escondidas, não sabíamos o que era isso, pois nosso maior desejo era um bom pão com doce de leite à tardinha, em casa ou na casa de algum dos amigos e, em seguida sentarmos para ver televisão, o que na época era um luxo para poucos. Muitas noites eu saía a caminhar por uma rua nas proximidades onde passava o transporte público, olhando as estrelas e recordando de minha mãe e meus irmãos. Não havia
  • 18. telefones celulares e as chamadas telefónicas eram caras e, em minha casa não havia linha telefónica para que eu pudesse comunicar com minha mãe e era preciso incomodar algum vizinho que fazia o favor de chamar alguém de minha família quando eu ligava. O dono da casa onde eu vivia era um construtor e levou-me para trabalhar na Capital Federal, na grande Cidade, distante uns 25 km de onde eu vivia. Quando vi a quantidade de gente, edifícios, veículos, auto-carros e comboios, eu não conseguia crer em tanta imensidão, senti-me como uma formiga no meio de tanta gente, porém só tinha duas opções, ou me adaptava ao ritmo de vida que me era imposta ou voltava para minha casa, e isso significava que todo o meu esforço e todos os gastos feitos não serviriam para nada, então, decidi ficar e me adaptar o mais rapidamente possível, o que levou 3 anos, no fim dos quais decidi ficar e viver na Capital Federal. Como não me correu bem na área da construção civil, dediquei-me a procurar trabalho em outra actividade. Como conhecia alguma coisa de carnes, procurei trabalho numa rede de açougues muito conhecida e eles deram-me trabalho. O salário era muito maior do que ganhava trabalhando na construção civil. Ao fim de dois anos ali, conheci minha esposa, Graciela, ambos tínhamos uma tremenda necessidade de amar e ser amados. Da minha parte, a minha satisfação era trabalhar, começando muito cedo e terminando muito tarde, de noite. Assim pelo espaço de 4 anos era essa a minha vida. Por parte de Graciela era ter deixado os estudos, com muito pouco por terminar do secundário, dedicando-se ao trabalho para sobreviver numa sociedade sem valores e encontrava-se com os amigos nos dias de folga do trabalho, mas, não sem antes terminar a tarefa de arrumar toda a casa onde vivia com uma das tias, para depois obter permissão para sair. Ambos estávamos sentindo um tremendo vazio em nossos corações, sem Cristo, sem fé e sem esperança. Assim foi, até
  • 19. que um belo dia, como aqueles dias em que sabemos que algo diferente está para começar, quando a empresa onde eu trabalhava, necessitou de operadores de caixa, e a sucursal onde testavam os candidatos, era onde eu trabalhava, e por cerca do meio dia chegou Graciela. Eu era responsável pela área de desossar e era muito respeitado pela minha forma de trabalhar. Eu não tinha nada que ver com a caixa, porém, da mesa na qual eu depositava os cortes de carnes, eu a olhava… como quem simula interessar-se com o desempenho da nova operadora de caixa, vendo em que poderia ajudar, aproximando-me algumas vezes, oferecendo a minha ajuda em caso de necessidade e para que ela se sentisse mais confiante, uma vez que ela não conhecia ninguém. Ela aceitou a minha ajuda e cada vez que necessitava de algo, olhava para mim como se dissesse: Vem, preciso de ti! Conversávamos, e imediatamente sentimos que estava ocorrendo algo, mais do que um simples “conhecer alguém”. Deus estava no assunto sem que nós tivéssemos noção de que algo espiritual estava a acontecer. Não passou mais de uma semana em que concordamos em viver juntos, porém com a condição de que se ela verdadeiramente queria compartilhar sua vida comigo deveria deixar de fumar cigarros. Não hesitou demasiado em aceitar a minha proposta, pois era maior a necessidade do seu coração, do que a satisfação temporária que um vício poderia lhe dar. Foi assim que ambos concordamos em viver juntos, não tínhamos nada a perder, nem a quem dar contas dos nossos actos, pois acreditávamos ter maturidade suficiente para tomar essas decisões. (Que equivocados estávamos, não sabíamos nada.) Na semana seguinte, à qual começamos a viver juntos, começa Deus a intervir no “propósito de tanta casualidade.”
  • 20. O anjo que Deus usou: Frederico Havia nesse lugar um rapaz chamado Frederico, que padecia de um problema físico num de seus braços, e eu sentia por ele um especial apreço. Procurava que os outros empregados desse lugar, não o tratassem mal, e de alguma forma à minha maneira, tratava de protege-lo porque me inspirava muita sinceridade e humildade através da sua maneira de ser e de falar. Um dia surgiu uma situação que me levou à ira contra alguns empregados, que o acusavam e gozavam com ele (queriam fazê-lo pagar o “direito de lugar”, algo comum com os novos empregados), então animei-o a defender-se pois era muito injusto o que lhe estavam a fazer. A sua resposta mudou totalmente a minha maneira de ver as coisas, pois me disse que não era a ele a quem incomodavam e maltratavam, mas àquele que vivia nele, a Jesus. Longe de entender algo assim, pedi-lhe que me explicasse como era isso? Com muita paciência e amor ele me contou como Jesus chegou à sua vida e como a partir desse momento a sua vida mudou por completo e nunca mais teve problemas com a zombaria dos outros, pois Jesus através do Espírito Santo lhe dava forças para suportar isso e muito mais, aproveitando o momento para me lançar o convite para o acompanhar à igreja, onde se congregava “sem compromisso para ti, me disse”, se te agradar, ficas connosco, e se não, ficamos amigos como sempre. Frederico sabia que Deus estava no assunto e que esse “sem compromisso” acabaria
  • 21. comprometendo-me para toda a vida, Graças a Deus. Foi assim que com minha esposa, chegamos juntos aos pés de Cristo, porque pensamos que se Jesus podia fortalecer a vida de uma pessoa diminuída fisicamente, quanto mais poderia fazer connosco que precisávamos de curar o nosso coração de tanta solidão, paz e amor. Em apenas dois meses, ordenamos o que estava desordenado, conhecemos a Cristo, fomos baptizados e casamos. Isto ocorreu entre os meses de Maio e Julho de 1980. Começamos a congregar-nos em “Lomas de Zamora” na igreja “El Buen Pastor”, das Assembleias de Deus, congregação que nesse momento estava a cargo do Pastor José Vena, que nos guiou nos primeiros passos da vida Cristã. Foi um tempo maravilhoso onde aprendemos o verdadeiro sentido, do que é a família Cristã, pois o amor a Deus fluía através daqueles que participavam nessa congregação e nós éramos envolvidos nesse amor, marcando em mim o que é a igreja de Cristo, uma grande família. O Pastor José se disponibilizou com todo o coração a ajudar-nos no nosso crescimento espiritual e tornouse uma amizade saudável com ele, pois perguntava-lhe tudo o que podia e ele sempre estava disposto a responder. Conto-lhes uma história… em frente à minha casa vivia um testemunha de Jeová, que queria converter-me às testemunhas, mas eu estava muito metido no novo caminho que tinha empreendido e começava a apaixonar-me pelo Senhor, junto com minha esposa, de uma forma que é difícil explicar. Eu acreditava que o Pastor sabia tudo (o que crê uma pessoa nova convertida quando chega à igreja), ou pelo menos que tinha resposta para tudo, e num belo dia, ocorreu-me uma ideia, convidar o Pastor a ir tomar chá (mate) a minha casa, sem dizer-lhe que ao mesmo tempo tinha convidado o testemunha de Jeová, com o propósito de fazer-lhe ver que ele estava errado e que tinha de converter-se ao Cristianismo, que confusão causei… O Pastor chegou, e recebemo-lo com torta e
  • 22. café quente e também chegou o testemunha de Jeová, quando o vi vir até minha casa, disse então ao Pastor o propósito do meu convite (Com o tempo me dei conta do grande amor que nos tinha, porque era caso para nos mandar dar uma volta). Iniciou-se a conversa e Deus usou o Pastor com muita sabedoria, pois não foi necessário discutir nada, pois disse, que não tinha vindo para discutir, mas para compartilhar. Eu não sabia onde me meter com tanta vergonha, mas ele compreendeu e nos aconselhou, a não voltar a fazer algo desta maneira (lição aprendida). Desde que tive essa experiência, apercebi-me, que estava a despertar-se em mim, a necessidade de dar a conhecer a outros esse amor, e que era possível ser feliz, mesmo antes de se pensar em ter muito dinheiro para a alcançar, pelo contrário, só precisava buscar a Deus e crer na sua Palavra. Ao fim de pouco tempo o Pastor considerou, dar-nos uma oportunidade para tomar parte no serviço da obra de Deus e enviou-nos a um lugar muito distante de nossa casa e da igreja, sendo que para chegar lá era preciso caminhar vários quilómetros, mas isso não era impedimento para nós, mesmo carregando a nossa filha Nati, o fazíamos com todo prazer. Sentia-me “o Pastor” desse pequeno rebanho (seis pessoas), como se tivesse todo o conhecimento e a prática deste maravilhoso ofício de ser Pastor. Grave erro, o impulso de servir a Deus foi mais forte que a necessidade de conhecer o Deus a quem ia servir. Foi assim que comecei, fazendo o contrário, conhecendo a obra e não o Senhor da obra. Ignorava completamente a passagem de Zacarias 4;6 que diz: “Então respondeu e me falou dizendo: Esta é Palavra de Jeová a Zorobabel, que diz: Não com exército, nem com força, mas com o meu Espírito, disse Jeová dos Exércitos.” Claro, a Bíblia para mim eram os evangelhos e a mensagem de
  • 23. João 3;16 muito boa e oportuna para alguém que inicia, mas não para conduzir um rebanho e guiá-los na vida da fé, mas na minha ignorância das coisas espirituais achava-me inteligente, porque escutava a mensagem do Pastor na igreja, tomava apontamentos e pregava o mesmo, mas às vezes esquecia-me de onde tinha posto os apontamentos e aí as coisas complicavam-se, pois não sabia como começar, e então recorria ao “Seja o que Deus quiser”. 1ª Chave para o fracasso Não ser guiado pelo Espírito para fazer as coisas do Espírito. Isto foi feito por um tempo, mas encontrei-me num beco sem saída, pois tinha-se acabado o livrinho das anotações, porém o meu orgulho seguia bem vivo, porque o pastor tinha-me dito, Jorge seria muito bom que te inscrevesses no Instituto Bíblico para aprofundar no conhecimento da Palavra, e eu respondilhe simplesmente que por razões de trabalho, para mim, seria muito difícil poder fazer tal coisa. Era esse tipo de respostas que tem um bom argumento, mas, no fundo, era uma justificativa para ocultar a minha verdadeira opinião sobre o tema que era: “com a Bíblia e o Espírito Santo, não necessito de mais nada”. Que ignorante, orgulhoso e arrogante, eu era, um incrédulo com mais coração do que cabeça, tudo isso disfarçado de falsa humildade. O tempo e os golpes encarregaram-se de ensinarme o quanto equivocado estava. Mesmo assim Deus já tinha posto a sua mão sobre a minha vida e tinha-me separado para a Sua obra, pois eu não parava de falar do amor de Deus a quem pudesse e levava muitas pessoas aos pés de Cristo. Um belo dia chegava a minha casa vindo do trabalho, numa esquina por onde passava o transporte público, escutei música
  • 24. de uma campanha e vejo um homem que orava e as pessoas caíam. Surpreendido, desci do transporte público para ver, e realmente fiquei surpreendido. Que coisa tão extraordinária os meus olhos viam; os enfermos eram curados, os demónios se manifestavam e as pessoas aceitavam a Cristo em seus corações. Quando terminou a reunião, aproximei-me do pastor e apresentei-me como um irmão, mais precisamente como um (Encarregado de obra Pastoral) e lhe comentei que me sentia vazio depois de ver o que ali aconteceu. Ofereci o equipamento que eu tinha para melhorar o som da campanha, o que ele aceitou e participei nesse lugar pelos dois dias que faltavam até que terminou a campanha. O que vi quanto ao mover de Deus, com mais razão, todavia, meus argumentos se fortaleciam, porque na igreja onde eu comecei não havia estas manifestações do Espírito Santo, embora abundasse a palavra e o ensino. (Bom, muitas vezes nós não vemos o que não queremos ver). 2ª Chave para o fracasso Crer que há igrejas melhores que outras, quando na realidade o que há, são ministérios com manifestações diferentes do Espírito Santo, pois é ele quem reparte os dons como quer . Quando vi tudo aquilo, os milagres me iluminaram, as manifestações do Espírito, a libertação dos endemoninhados, não pude resistir à tentação de pensar que esse ministério era melhor do que o da igreja onde eu tinha nascido, contudo tinha argumentos de sobra para justificar as minhas posteriores atitudes. A primeira delas era de encontrar erros no Pastor e nos irmãos. Algum motivo tinha que ter para justificar-me a mim mesmo e aos que me perguntassem, porque não corria para a igreja como fazia antes, e o argumento era que em nossa igreja
  • 25. não se manifestava o Espírito Santo e que não queria incomodar ninguém falando-lhes da minha desconformidade (o velho costume do diabo, usar cristãos carnais, fazendo-os pensar que são vítimas, quando na realidade são predadores), porque as pessoas chamavam-nos para saber como estávamos e a minha resposta era que, por causa do trabalho não podia participar como antes, ao mesmo tempo que já não sentia motivação para ir ter com o meu pequeno rebanho, era como se o tempo dessa tarefa, tivesse terminado. Por outro lado tinha um bom argumento, o da falta de tempo e por isso tão pouco podia continuar com a ajuda à pequena igreja no anexo (pequeno espaço). Que ironia. Há pouco tempo, perguntei a um irmão líder, se sabia como cozinhar uma rã viva, ao que ele me respondeu que não, então eu disse-lhe que era muito simples; pões uma panela com água fria no fogão, pegas na rã viva e coloca-a dentro, como a água está fria, ela fica quieta, depois acendes o bico do fogão e põelo no mínimo, fazendo com que a rã não se dê conta da mudança de temperatura, mantendo-se quieta, acabando por cozinhar-se a lume lento. Isto é o que o diabo estava a fazer comigo, e lamentavelmente, continua a fazer com muitos cristãos em todo lugar. Pouco a pouco fui perdendo o desejo de estar no templo a aprender e a participar na obra de Deus, (já sabia o suficiente), não me dava conta que estava a ser sábio da forma humana e não de Deus, ainda não conhecia esse versículo e agora precisava procurar a “Igreja perfeita”, pretextos do afastamento. Assim decidimos viajar a “Mar del Plata”, com a ideia de descansar uns dias. Fizemo-lo numa velhinha camioneta Citroën, que foi o nosso primeiro veículo, pegando em nossos filhos começamos a viajem. Quando chegamos à Cidade, notei no ambiente um clima espiritual diferente, algo estava-se a mover nos ares da Cidade e isso era o mover do Espírito Santo que tinha tomado o controlo dos ares
  • 26. da Cidade, com a Campanha do Evangelista Carlos Anacondia. Era tremenda a liberdade do Espírito, que se podia sentir, mesmo não estando assim tanto nele. Isto era tão evidente que até um cego o poderia notar. Chegados à casa onde íamos passar férias, perguntamos o que se estava a passar, e então contaram-nos sobre a campanha, os milagres, a quantidade de pessoas que concorriam aos cultos, e as igrejas tinham experimentado um crescimento incrível de 10 para 150 pessoas em alguns casos e de 200 para 1.000 noutros. Nós queríamos ver, pretendíamos saber mais, pois a campanha tinha terminado à cerca de dois meses, no entanto continuavam a acontecer coisas, as pessoas continuavam a ser curadas e libertas, coisa que nos envolvia de novo na vida do Espírito. Podíamos notar a graça de Deus connosco, porque tendo procurado escapar da responsabilidade de segui-lo e servi-lo, encontramo-nos outra vez no meio das coisas de Deus (benditas casualidades). A minha irmã Maria e seu marido João, participavam numa das congregações que a Igreja de Deus tem em “Mar del Plata”, no Bairro das Américas, e estavam na construção de um templo novo, ao mesmo tempo que continuavam com os cultos no pequeno templo que tinham construído primeiro, tendo-se tornado pequeno. Sinceramente, sentimo-nos atraídos por Deus a servi-lo nesse lugar, mas ainda vivíamos em Buenos Aires, e os dias do nosso descanso estavam a acabar e tínhamos que regressar. O tema da viajem de regresso foi, as coisas maravilhosas que podemos experimentar em apenas 15 dias, verdadeiramente algo tinha acontecido em nossa vida espiritual e não o queríamos perder. Tomamos então uma decisão bem séria de ir viver para “Mar del Plata”, como quem diz, vou mudar de casa. Em Buenos Aires tínhamos a nossa casa, o nosso terreno,
  • 27. trabalho, nada nos faltava, mas foi mais forte o desejo de trabalhar para Deus, do que o cuidado de orar, para nos mudar no tempo certo. Sem duvidar, posemos à venda a casa, e com o dinheiro recebido, paguei aos membros de uma banda de música secular, da qual fazia parte, o que lhes correspondia, pelo investimento que tinham feito, para comprar o equipamento de áudio e bateria. Ou seja, vendi a minha casa e o meu único capital era a camioneta Citroën e os instrumentos musicais, e com isso fomos viver num pequeno quarto que a minha irmã nos cedeu por um tempo. Ali começou uma nova etapa com dois filhos até esse momento, Natália e Luciano.
  • 28. Os meus primeiros passos na cidade de “Mar del Plata” Tinha aprendido a tocar viola o suficiente para poder acompanhar o louvor nos cultos, e o Pastor deu-me a oportunidade de fazê-lo. Era muito lindo o que se vivia. O culto começava na igreja e quando terminava, continuávamos nas casas até altas horas da madrugada. Foram verdadeiramente dias inesquecíveis, pelo calor de família que podíamos viver. Havia dias nos quais amanhecíamos louvando e Glorificando o Nome do Senhor, desfrutando da Sua presença. Parecia que tirarnos da casa onde nos encontrávamos, era como sair da presença de Deus. O que vivíamos fora do Templo, permanecia em nós e a voltar para o culto seguinte, o fogo em nossas vidas permanecia aceso. Claro que era algo especial e particular, e nem todos viviam e participavam como nós, e notava-se a diferença, mas nem por isso menosprezávamos alguém, pelo contrário, estávamos prontos para servir e ajudar a quem pudéssemos. O Pastor, tinha notado a nossa entrega e decisão, e em cada reunião onde havia manifestações demoníacas chamava-nos, para que libertássemos os atormentados, e o mais grandioso disto, é que Deus nos usava, apesar de não termos muita experiência, a sua Palavra sempre estava presente. Algo tinha acontecido, pois a graça de Deus se manifestava sobre a minha vida, e isso era
  • 29. notório na congregação, a ponto de que muitos irmãos me procuravam pedindo conselho ou orientação em seus assuntos, mas eu estava bem consciente de que não era o Pastor e não tinha de “ultrapassar” ninguém. Meu único desejo era servir e era o que fazia, junto com minha esposa, buscávamos a presença de Deus, para além das quatro paredes, e nessa procura de Deus, foi que Ele me encheu com o Espírito Santo na cozinha de minha casa, nem me apercebia que o nosso nível espiritual estava a crescer, com a única direcção do Espírito Santo. Com este buscar a Deus, começamos a nos tornar “Demasiado espirituais”, provocando na vida do Pastor certa desconfiança, porque as pessoas nos seguiam, e então começou a perseguição à nossa família, com directas e indirectas, através das mensagens que pregavam, pois se notava os recados fora do tema da pregação. Contudo o Pastor, não podia negar o que se estava a passar connosco, e assim lhe ocorreu uma ideia, de nos enviar a um lugar, onde apenas familiares podiam chegar, pois era um lugar escondido, um barracão no fundo de um terreno, que tinha sido usado para estacionamento, ainda que em nós não havia nenhum apetite de poder, a única coisa que queríamos era servir. Assim que aceitamos de boa vontade ir a esse lugar, no qual não havia gente, só o barracão vazio, tínhamos que começar do zero, mas Deus estava connosco, e apesar do incómodo que era mudarmos para ir ali, o Espírito Santo começou a trazer pessoas e começamos a crescer e em pouco tempo chegamos a ter 25 pessoas. Alguns foram resgatados da morte, com tendência de suicídio, famílias restauradas, etc. Aquelas coisas que só Deus pode fazer. Aconteceu que, lamentavelmente os ciúmes tinham tomado o coração do Pastor e enquanto nos ausentávamos para os cultos no barracão, ele falava mal contra nós a partir do
  • 30. púlpito, e isso era ouvido por minha irmã de sangue, que continuava a congregar-se na igreja central. Era lógico que o seu coração se magoasse com essas atitudes, porque ela bem sabia, da nossa busca sincera pela presença de Deus e tinha ensinado minha esposa a orar em intercessão do Espírito, algo que nós não conhecíamos e que sem dúvida nos estava envolvendo mais e mais na vida espiritual. Então quando regressava do culto, e nós fazíamos o mesmo, juntávamo-nos para partilhar as experiências que estávamos a viver, sinceramente não podia entender, porque o Pastor não nos falava directamente que estávamos a fazer mal, evitando tanto desconforto, afinal ele é que era o Pastor e nós apenas membros da igreja. Tomei então a decisão de ir falar com ele, pedindo-lhe com respeito que se estivesse a fazer algo errado, me dissesse, pois eu queria melhorar no que fosse necessário, contudo ele apenas me disse que continuasse adiante com a tarefa que me tinha entregado, sem que eu pudesse argumentar algo sobre o que ele dizia nas minhas costas. Lamentavelmente não mudou o método e continuou a usar o púlpito com mensagens dirigidas a nós (faz-me lembrar, quando Saul perseguia David). Assim ocorreume a ideia de gravar um culto onde pudesse ter mais um comentário de alguém, sobre o que se passava, (notaram o tremendo discernimento e revelação que tinha…) e assim fiz, levei um gravador que tinha em casa, e não era dos pequenos, era dos primeiros aparelhos que tinham aparecido para gravar e escutar música de cassete. Coloquei-me ao meio dos bancos, com o gravador ao lado, lamentavelmente, o Pastor não pregou, falou muito fora da realidade, de nós, e o nosso copo se encheu (ele estava na carne e eu também), a ignorância das coisas espirituais, não me permitiam ver que as armas que
  • 31. estava a usar, não eram as que Deus queria que usasse, e procurava solucionar o assunto à minha maneira (a intenção era correcta, mas a forma não), trazer à luz as coisas que estavam a acontecer. Quando o Pastor soube que eu tinha gravado o culto, veio a correr a minha casa, nessa mesma noite, para me pedir a cassete gravada. Falamos um pouco e lhe dei a entender que nós não tínhamos nada contra ele, e que se algo estava a acontecer, era porque Deus o estava a fazer, no entanto apesar de toda explicação, não houve um acordo espiritual, apenas uma aceitação temporária dos erros que se estavam a cometer. Ele já tinha preparado o golpe final. Tínhamos organizado uma campanha, com a qual pensávamos alcançar mais pessoas. Organizamos e preparamos tudo e no primeiro dia da campanha com convidados, ele sem me avisar antecipadamente, retiroume de toda responsabilidade, tomando ele o controle de tudo. Como ele era o Pastor da igreja central, por consequência também o era do barracão, e eu nada pude fazer, a não ser orar e esperar. Assim o fizemos, fechamo-nos num pequeno escritório que existia nesse lugar e com minha irmã, começamos a chorar, pois não entendíamos o grau da indiferença, da parte do pastor, para com o que Deus estava a fazer. Sentimos uma profunda dor, em todo nosso ser, minha esposa foi tomada em intercessão pelo Espírito Santo e verdadeiramente, estava com dores de parto. Como diz as escrituras, nesse momento Deus estava a dar palavra à minha esposa, mas era tão intensa a presença do Espírito, que ela não conseguia coordenar palavras em castelhano e só falava em línguas. Tomei a decisão de retirar-me do lugar com minha família e dirigimo-nos à casa do supervisor da região, para que
  • 32. pudesse orar por minha esposa e ajudar-me em algo que eu não conseguia entender. Eram cerca das dez horas da noite, quando chegamos a casa do supervisor, que me atendeu e escutou por uns momentos à porta de sua casa e me respondeu que levasse minha esposa para casa, para que ela se acalmasse e que no dia seguinte falaríamos. Foi uma pena, pois eu necessitava de oração nesse momento, não no dia seguinte. Esse foi o meu último dia nessa organização, não vou negar, que me sentia absolutamente desanimado, para continuar a trabalhar em alguma congregação, pois não entrava na minha cabeça, tanta indiferença pelo trabalho do Espírito Santo. Dois dias depois, aparece o supervisor em minha casa, para me fazer reflectir sobre a decisão que tinha tomado, mas já era tarde, não me prejudicaram a mim, foi ao Espírito que fecharam as portas, porque apenas num mês após o ocorrido, o lugar fechou, não tendo ficado ninguém e com o tempo, o Pastor também foi removido da congregação, lamentavelmente. 3ª Chave para o fracasso Não ter um mentor Passaram-se dias depois deste episódio sem que pudéssemos entender porque não havia quem nos pudesse dar uma explicação. A falta de um mentor (Conselheiro, guia de uma pessoa: mentor espiritual), produzia em nós um tremendo vazio, não porque deixamos de orar ou renegamos o evangelho. Se algo tínhamos claro, era em quem tínhamos crido, era o único que nos poderia sustentar. Naqueles dias até as igrejas mais tradicionais estavam avivadas e entre elas a igreja reformada, então,
  • 33. começamos a assistir os cultos que naquele tempo era pastoreada pelo pastor Juan Polanco (hoje com o Senhor), que por sua vez era secretário da pastoral da cidade. Sentíamo-nos de certa forma, tranquilos por este acto, desfrutávamos de um pouco de tranquilidade, até que me convidaram para cantar e dirigir alguns cultos. Estava tudo bem, porém os irmãos da dita congregação não tinham muita experiência com o mover do Espírito Santo e esse foi o princípio do fim. Havia nesse lugar uma mulher que era possuída por demónios que saíam de outras pessoas e logo tinham que libertar a ela. Era dirigida pelo pastor a uma pessoa que manifestava e ela colocava as mãos em cima do endemoninhado e o demónio passava para seu corpo, depois oravam por ela e o demónio saia (ao menos acreditavam nisso). Algo não me soava bem, porém Deus sarava e as pessoas recebiam palavra e oração. Para mim a figura do pastor era a de uma pessoa que não erra nunca, sabe muito, entende tudo que faz, etc. Muito mais, se ele tinha programa na televisão, como era o caso deste, porque naqueles dias o ministério tinha um programa de TV por canal, então o que ele dizia para mim era palavra santa. Um dia, decidiu-se organizar uma campanha, ao estilo de “Carlos Anacondia”, havia músicos, porteiros, etc., mas ao começar o culto, começou-se a ouvir certas discussões no templo, eu estava em cima da plataforma dirigindo os cânticos, mas em baixo por pouco se punham aos pontapés, porque o sínodo (Autoridade das Igrejas Reformadas), veio intervir na igreja local, porque as práticas eram absolutamente contrárias, aos estatutos das igrejas reformadas. Conclusão, acabou-se com a campanha, nesse mesmo 32
  • 34. dia, e o que ficou da igreja, foi uma divisão. Fiquei outra vez no ar, sem pastor e sem congregação, mas… havia algo que tanta confusão não podia apagar, e isso era a sede de Deus e o desejo de servi-lo. Continuamos em casa, cantando, compartilhando a palavra e orando.
  • 35.
  • 36. O PLANO DE DEUS Romanos 8:28 : E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Um belo dia aparece em casa o pastor Oscar Irusta, que me conhecia e sabia quem éramos como família de Deus, soube que havia alguns meses que eu não estava congregando com ninguém e por aqueles dias ele também havia se retirado daquela organização onde tivemos tão triste experiência. Compartilhou comigo que havia se integrado numa organização muito simples e que os líderes da mesma o haviam reconhecido como pastor e lhe davam todo o apoio. Foi assim que ele me contactou, sendo até hoje para mim, um grande companheiro de batalhas e amigo pessoal. O pastor Enrique Oliver foi quem disse uma frase muito simples, porém carregada de verdade, “Não podemos oferecer-te dinheiro, mas sim, companheirismo e amor”. Frase que não temos deixado de utilizar apesar do tempo, pois não é só uma frase, mas uma verdade que temos vivido. Foi muito especial esse tempo, porque pela primeira vez em muitos anos sentimos que alguém se preocupava e cuidava de nós. A família que tínhamos perdido em Buenos Aires começávamos a encontrá-la de novo. Para mim era um prazer
  • 37. receber em minha casa, Enrique e Manuela, sua esposa, Falavam de Deus e da obra, como meu coração sentia, não havia que pensar demasiado. Deus uniu-nos de uma maneira muito especial. Começamos a congregar no seu Templo e a estudar no Instituto Bíblico. Naquele tempo, na congregação do pastor Enrique, havia uma irmã missionária que tinha começado alguns trabalhos em alguns pontos distintos da cidade, Abrana Figueroa, (hoje com o Senhor). Ela necessitava de ajuda numa das suas obras no Parque Hermoso, que distava uns 11 km de minha casa, porém, a distância não era problema pois o que mais queria era servir. Pedi ao pastor, se me autorizava a colaborar com ela e o pastor não viu inconveniente, pois a obra de evangelização estava sendo levada a cabo e eu estava disposto e disponível. Em pouco tempo meu ego espiritual começou a crescer mais, porque tinham-me dado mais responsabilidade e praticamente fiquei á frente da obra como encarregado, já que a irmã Abrana devia atender em outros lugares, delegou-me a responsabilidade dessa igreja. Longe de conhecer a dimensão de um pastorado, sentia-me “O Pastor” e alcançamos graça rapidamente das famílias que ali se congregavam. Famílias que deram tudo o que podiam para comprar um terreno e construir um templo maior, porque “Estávamos a fazer a obra de Deus”, o velho ditado: “somos poucos, mas somos bons”. Meu Deus, só de relembrar esta história enche- me a alma de tristeza, não pelas coisas que fizemos, pois as fizemos com o nosso escasso conhecimento e, com a ideia de que edificar um templo maior, traria mais gente. Dá-me tristeza pensar em tudo que privamos essas famílias de um verdadeiro crescimento espiritual, pois planificar aumentar um templo, comprar um terreno, nada tem a ver com crescimento espiritual, mas sim com necessidades estruturais e ego religioso. Fato que traz à minha mente, esta palavra:
  • 38. Daniel 4:30 falou o rei, e disse: Não é esta a grande Babilónia que eu edifiquei para a morada real, pela força do meu poder, e para a glória da minha majestade? Assim foi, compramos meio hectare de terra com o propósito de levantar um Instituto Bíblico e alojamentos para as convenções. A Igreja “Jesus te Ama” seria conhecida por toda instituição, pela utilidade que pensávamos, fornecendo a mesma, com as comodidades projectadas. O projecto não era mau, o mau é que éramos apenas 40 pessoas, e isso, nos dias em que vinham todos. O desgaste que sofremos, foi tremendo, porque entre 4 a 5 vezes por semana estávamos a realizar cultos naquele lugar, isto depois que chegava do meu trabalho secular, mudava de roupa e seguíamos para lá com minha esposa e filhos, filhos que por respeito, amor e obediência nos seguiam e se envolviam, no que a idade lhes permitia, na obra da qual, seus pais eram pastores, sem nunca ter umas merecidas férias, porque para mim era pecado tirar férias, quando a obra exigia atenção. Tirei à minha família, anos de atenção e cuidado, ainda que me esmerava, para que nada lhes faltasse, acabando sempre a contar moedas, para subsistir e pagar as contas, supostamente as contas da igreja estavam em primeiro lugar e depois, se sobrava, atendia as necessidades económicas de minha casa, conforme podia. Queira Deus que se és pastor, ministro, apóstolo ou quem quer que sejas, e se estás a cometer estes mesmos erros, agora mesmo possas reflectir sobre o futuro da tua família. Não faças o que eu fiz, sobre o pretexto de que tudo é para o Senhor, porque a curto ou a longo prazo perceberás, que para esse tipo de erros, paga-se caro. Estava tão convencido com o que acreditava ser plano de Deus, que um dia me pus em contacto com um irmão de outra congregação, um arquitecto, que me fez um projecto dos
  • 39. edifícios que eu queria levantar naquele lugar. O propósito era levar o projecto para os Estados Unidos para receber em troca os recursos para a obra. 4º Chave para o fracasso Pôr a fé e esperança nos homens ou nas organizações e não em Deus. Pensar que nalgum lugar ou pessoa pode haver o dinheiro que precisamos e que, desse lugar ou pessoa virão os recursos, pode converter-se num pesadelo, porque quando passam os dias, meses e anos e as portas não se abrem, a primeira coisa que te ocorre é que estão ignorando a tua visão. É como querer atrair a atenção do mundo sobre a tua pessoa e que por obrigação devem te dar uma resposta positiva, mas, não é assim, não ignoram, porque lhes apetece ignorar a tua visão, mas porque ninguém tem que tomar o encargo de algo que não lhes é próprio. Refiro-me à visão, se Deus a dá a ti, é porque você é quem é responsável pela mesma e não a podes passar a ninguém o que é da tua responsabilidade realizar, confiando em Deus, que ta deu. Mas, dentro de mim estava a ideia de que se viajasse aos USA e apresentasse o meu projecto, eles aprovariam e me ajudariam economicamente a concretizá-lo, que terrível erro. Juntamos o dinheiro para a passagem e com um cartão de crédito, paguei uma boa parte da viagem e lá fui eu com a ideia de conseguir recursos. Recordam-se do que contei quando fui viver em Buenos Aires? Que pensava que Buenos Aires era uma placa na entrada da cidade e que uma vez passada a placa, seria como em minha própria cidade? Bem, assim pensei que era os Estados Unidos, contudo ao chegar àquele
  • 40. lugar, encontrei-me com uma marcante diferença cultural. Mas mesmo dentro das congregações que pude visitar, não encontrei o calor humano que vivíamos aqui na Argentina, não porque as pessoas daquele lugar fossem maus, mas por causa da sua cultura, sua forma de ser. A maioria são imigrantes de Puerto Rico, de Cuba e de muitos países latino-americanos, chegando cada pessoa àquele País do norte para progredir e ter um estilo de vida mais digno que no seu lugar de origem. Afinal é muito mais o que se perde do que o que se ganha. Entreguei o projecto ao comité executivo central das Assembleias das Igrejas Cristãs, instituição ao qual pertenço, e assim como nas entrevistas de trabalho, quando levamos um currículo a um emprego, me disseram, nós vamos pensar, nós vamos avaliar e logo te daremos uma resposta. (Já se passaram mais de vinte anos). Graças a Deus que nunca chegou resposta, porque se tivesse tido uma resposta favorável nunca teria aprendido a depender de Deus e continuaria a confiar em homens e levantando edifícios como memoriais das “grandes obras” que fazemos para Deus. No entanto, pelo facto de ter chegado “tão alto” e estar diante do comité executivo central, fazia-me sentir que tinha feito algo correcto e que tinha que continuar a trabalhar nessa direcção. Regressei com mais determinação de levar adiante a construção, já que para mim, o projecto seria aprovado e muito breve os recursos que esperava pela aprovação no comité executivo seriam transferidos. Outra vez, graças a Deus, que isso não ocorreu. Sem dúvida que Deus iluminou o comité para enterrar o projecto e deixá-lo descansar em paz. É claro que nós não aceitamos logo à primeira, que, Deus é quem tem a última palavra e tudo aquilo que não ocorre, segundo nossos planos é essencialmente porque não estava dentro dos Seus planos.
  • 41.
  • 42. A pastoral da Cidade de “Mar del Plata” Por todos aqueles anos, eu já estava envolvido de alguma maneira com a pastoral da Cidade, fazendo parte da comissão directiva, imagine por um momento isto… que eu na área pessoal, não tinha vitórias, só boas intenções e sacrifício incondicional e o que eu queria era fazer a obra de Deus. Em que poderia eu contribuir para a comissão pastoral? Já que a maioria dos que ali estavam não passavam de mais de 40 ou 60 pessoas de cada congregação e não havia recursos para enfrentar os grandes desafios a nível da cidade, somente contávamos com o suporte mensal de cada pastor, porém isso só dava para manter alguns gastos da pastoral. Passaram-se alguns anos e decidimos trazer Carlos Anacondia novamente à Cidade, o que por amor a Deus e a esta cidade ele aceitou. A campanha foi um desastre, não por ele, mas porque não estava lá o Espírito da primeira campanha, onde as coisas aconteciam por si mesmas. Essa presença tangível de Deus, em que todos pastores acabaram por apoiar na primeira campanha, ainda que não entendiam todas as coisas que Deus havia feito através do evangelista. Desta vez, só alguns pastores se animaram apoiar nas reuniões e no fim da campanha o saldo foi lamentável. Algumas almas foram alcançadas porque a misericórdia de Deus é infinita, mas
  • 43. economicamente nós afundamos. Nisto, as duas congregações maiores da cidade, eram a do pastor Roberto Sorensen e a do pastor Omar Olier. Ambos apoiaram a cruzada por amor e respeito ao evangelista, porém, as coisas não funcionaram. O pastor Omar Olier tinha naquele tempo, uma maneira própria de ser e pensava que por ser a igreja mais numerosa da cidade e estar colocada em um lugar estratégico na mesma, ele seria o pastor que iria alcançar a cidade. (Em outra oportunidade vou contar mais sobre o assunto). Por esta razão sua participação nas reuniões da pastoral naqueles dias era muito pouca. Podem imaginar, que nós, os da comissão estávamos a ser provados nas nossas línguas, porque de vez em quando, fazíamos algumas críticas sobre a sua pessoa, pois se nos escapava, que poderíamos fazer? Passaram-se alguns meses e chegou uma conta da empresa de energia eléctrica ao nosso presidente, o pastor Alberto Aberasturi, que a trouxe para a reunião da comissão que tínhamos mensalmente. Era tão pouca a nossa fé e a nossa visão, e decidimos fazer algo que até o dia de hoje me envergonho, resultado da ignorância das coisas espirituais que tínhamos. Éramos cerca de 9 na comissão, e pensávamos que aquelas coisas que fazíamos e decidíamos estavam bem, veja o que se passou a seguir. A factura de luz era astronómica, para os escassos e efémeros recursos que manejávamos, os fundos financeiros da pastoral estavam em zero e a maioria dos pastores que se haviam comprometido em colaborar com a campanha, alguns pagaram, outros se esqueceram e os que compunham a comissão por aqueles dias, não tinham recursos para destinar a pagar os gastos. Imaginem que, se isso se passava a nível pastoral, como estávamos a nível das congregações, que não havia um peso (moeda
  • 44. Argentina) partido pela metade, (como se diz aqui na Argentina). A maioria da comissão tinham trabalho secular para manter suas famílias (por assim dizer, pois tudo que ganhávamos acabava por ir para a igreja), afinal, nós tínhamos responsabilidade sobre a dívida, não poderíamos deixar somente ao encargo do presidente, e aqui vem a loucura, o delírio, a estupidez ou se lhe ocorre outro qualificativo para o que eu vou lhes contar, use-o com liberdade. Ocorreu-nos viajar a “Bahia Blanca”, distante 500 km da nossa cidade, onde o evangelista Carlos Anacondia estava a realizar uma campanha com muito êxito. Pediríamos a ele que viesse nos socorrer, fazendo para nós uma reunião, na qual esperávamos “arrecadar” o dinheiro necessário para pagar a dívida da luz. Só, o estar a recordar isto, faz-me um nó na garganta de tanta vergonha, apesar de ter passado tantos anos. A proposta da viajem foi aprovada pela maioria da comissão e recordo, que éramos cerca de 9, e precisávamos conseguir um veículo para ir, porque nem sequer tínhamos um carro em condição para a viajem. Um irmão dono de uma livraria cristã se disponibilizou e, partimos rumo a “Bahia Blanca”. Actuávamos como se estivéssemos a fazer algo normal e espiritual ao mesmo tempo, veja só esta paisagem… 2º Coríntios 4:4... nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Porque se o evangelho, é fazermos nós, o que é para o poder de Deus fazer, deixa de ser o evangelho. Depois de seis horas de viagem chegamos ao lugar onde
  • 45. a campanha do evangelista Carlos Anacondia tinha uma enorme tenda que armavam em cada cidade por onde ministravam. Já tinha começado a reunião e nós, apresentamo-nos aos assistentes do pastor com a intenção de poder falar com ele. Com todo respeito e humildade, característico dele, nos atendeu, apesar de estar a ponto de subir para pregar, logo depois das saudações formais, tínhamos que dizer o motivo da nossa visita e, eu creio que quando ali chegamos todos se deram conta do erro que estávamos a cometer, porque meus companheiros não tinham palavras para expressar o motivo, e sabem quem falou? Sim, não se equivocaram, fui eu. Carlos ficou surpreso com o que estava a ouvir, mas mesmo assim compreendeu. Deus deu-lhe sabedoria para responder, porque elegantemente disse que iria rever a sua agenda e nos daria uma resposta. Graças a Deus, nunca respondeu. Com o passar dos anos encontrei-o numa reunião em Buenos Aires e apesar de não estar com os meus companheiros, não pude resistir ao Espírito, e lhe pedi perdão em nome da comissão por aquele pedido inconsciente que lhe havíamos feito. Ele se recordou, e pelos vistos já tinha esquecido e perdoado, mas para mim, foi um tremendo alívio poder encerrar aquele capítulo do qual me envergonhava cada vez que pensava nele. Muitas vezes cometemos o erro de buscar primeiros os recursos, antes de buscar o Senhor, que é a fonte de todo recurso.
  • 46. Evangelismo de Colheita Passaram-se os anos e fui-me envolvendo mais ainda na vida da pastoral e agora no cargo de secretário da mesma, tinha uma aproximação mais profunda com os pastores e isso levoume a conhecer praticamente 90% da pastoral, naquele tempo. Nos anos 90 o Evangelismo de Colheita com o pastor Edgardo Silvoso e a sua equipa já tinham começado a realizar as conferências internacionais na cidade. Quem estava muito envolvido com ele, era o pastor Omar Olier. Recordo que naquele tempo ele não participava activamente da pastoral e tudo o que o rodeava, para nós, que os víamos de fora, estava carregado de uma dupla intenção, Isto porque o pastor Omar, quando se fazia evangelismo não poupava em contratar os melhores hotéis e lugares de reuniões, como o polidesportivo, coisa que para nós “a comissão” era praticamente impossível. Então, cada vez que vinham fazer evangelismo através de conferência na cidade, por respeito e ordem, compareciam à comissão da pastoral, para compartilhar o projecto e pedir a nossa bênção. Eu me recordo, o como dificultávamos as coisas e na maioria das vezes, nós os recebíamos com pedras na mão (sentido figurado), como se fossemos nós que deveríamos pagar algo com os gastos da conferência. Contudo, era sempre ao contrário, eram eles quem sempre traziam coisas para a cidade e até mesmo para a pastoral. A lista deles era interminável, porque a sua preocupação era abençoar a
  • 47. cidade, os hospitais, as escolas, enfim, uma grande lista, mas, como diz o ditado, não há pior cego do que aquele que não quer ver, nem pior surdo do que aquele que não quer ouvir. David Thompson, vice-presidente do Evangelismo, era o embaixador da paz entre o evangelismo e a comissão e eu estava ali, para ser o porta-voz das “reclamações da pastoral”. Como Deus é bom por nos ter suportado em tanta “cabeça dura” e, como tudo coopera para o bem, foi graças a estas reuniões e participações nas conferências, que minha mente começou a se abrir e a minha relação com o pastor Omar passou a ser uma relação de amizade e companheirismo. Deus se encarregou de fazer o que nós não poderíamos fazer, onde um só, nunca poderia ganhar uma cidade. Obedecendo à voz do Espírito Santo, tudo se acertou numa das reuniões da pastoral e com muita humildade ele pediu perdão aos pastores e a partir desse dia, desfez-se o que nos separava, ainda que, para os mais intransigentes, era tudo mais um plano para que o pastor Omar continuasse a se utilizar da pastoral para ganhar a cidade. Dá-me muita tristeza pensar nas condições espirituais em que nos encontrávamos, pois estava a acontecer algo, provocado por Deus e nós, não éramos capazes de ver. O pastor Omar, da sua parte, começou a ver-nos como seus conservos na obra de Deus e colaboradores para ganhar a cidade para Cristo, porém, quando o egoísmo ganha o coração não há lugar para o Espírito Santo, que nos convence de todo o pecado, justiça e juízo. As conferencia foram se sucedendo e eu participava e me envolvia activamente nelas. Isto me nutriu de conhecimento e espírito de conquista, agora podia entender porque o pastor Omar ensinava a sua gente, que eles eram os pastores da Cidade. Agora a venda dos meus olhos caiu e podia entender o seu coração para com a cidade e para com os pastores da
  • 48. cidade. Era algo maravilhoso, poder compartilhar com ministérios de distintas partes do mundo, aqui em minha própria cidade. Hoje entendo que era Deus trazendo esses ministérios para mostrar à cidade os modelos de conquista que eles usavam em seus lugares de origem, para falarmos e transferir-nos a unção que ser movia neles. Nunca quiseram impor os seus modelos, mas, desde a ignorância, não se via assim, tendo sempre feito o possível para nos mostrar que o modelo de oração funciona se aplicado correctamente e, através dos testemunhos, nos levaram a considerar que há maneiras mais efectivas de se alcançar uma cidade. Nesses relacionamentos com as pessoas da equipe de evangelismo me ocorreu convidá-los a visitar a nossa igreja em “Parque Hermoso”. Para mim e minha congregação seria uma honra recebe-los naquele lugar, Já que lhes agradaria descansar um pouco fora da cidade e retirar-se para almoçar no campo e comer um bom churrasco Argentino, que são tão famosos em todo o mundo. Assim, foi um bom número deles e nessa oportunidade, Edgardo não pôde ir, porém, foi grande parte da equipe, bem como o pastor Omar, que logo após o almoço se aproximou de mim e disse: Jorge, o que fazes aqui? Olhei para ele com assombro, porque não podia entendê-lo ou não queria entender a pergunta e respondi-lhe, esta é a nossa igreja e que pensávamos construir um centro Bíblico, e que pensávamos em fazer isto, aquilo, etc. Ele, muito subitamente me disse: Se alguém quer pescar peixes grandes, onde crês que os vai pescar, num riacho ou no mar? No mar, foi a minha resposta, então ele disse-me: Deus deu-te capacidade de pescar peixes grandes, porém se não sais do riacho nunca os vais pescar. Tens que deixar este lugar e ir até à cidade e ali começar uma nova obra... Como se diz em crioulo, “engoli saliva”, porque era uma trombada no estômago o que eu acabava de ouvir. Por fora aceitei o que ele me disse, mas por
  • 49. dentro, não podia entender como seria ter que deixar a “MINHA IGREJA”, e ali, dentro do meu espírito religioso, me vinha a frase: tínhamos trabalhado muito para comprar os terrenos e aumentar o templo, era uma loucura o que aquele homem dizia. Em seguida pensei nos irmãos, me achava com direito de posse. Que coisa tão incrível, até onde a ignorância e o orgulho pode arrastar uma pessoa. Estava há alguns anos, esse lugar e para mim, era o lugar onde eu iria morrer como pastor, em meu interior não havia lugar para mudanças, pois mudança nenhuma havia passado pela minha mente. Ainda assim falei com a minha esposa e disse-lhe, porque não começamos um grupo familiar, perto de casa e ela aceitou, agora prestem atenção a este relato: Para mim, começar uma nova obra queria dizer comprar um novo terreno e levantar um novo templo, que pensam que eu fiz? Outra vez não se equivocaram, começamos com a família a reunir em casa de uma prima minha e recordo que a primeira mensagem foi: “Se Jeová não edifica a casa, em vão trabalham os que a edificam”. Salmo 127 (Nesse lugar de arquitecto, estava eu, e para mim, a igreja era um templo, paredes, terreno. Essa era a igreja que Jeová iria edificar. Se isto pode soar forte aos ouvidos de muitos, recorde de como se chama o livro “chaves para o fracasso” e esta é a minha experiência). Logo, em pouco tempo, começaram a aparecer pessoas e nós começamos a juntar dinheiro para comprar um terreno e aos poucos juntamos a quantidade suficiente para dar a entrada e parcelarmos o saldo restante. Como sempre, o dinheiro do salário da empresa onde eu trabalhava, estava destinado para suprir em parte, as necessidades de minha casa e consequentemente iria pagar as coisas da igreja, porque o dinheiro nunca era suficiente. Os que fizeram o mesmo que eu, sabem do que eu estou a falar e os que o estão a fazer, por favor, examine o que está a fazer, para que não esteja a pôr o 48
  • 50. carro à frente do cavalo, e a sua família esteja a sofrer escassez por essa causa. Porém, não tome isto como uma coisa que tem que fazer como eu digo. Se está a fazer, porque Deus te dirigiu a fazer, faz, pois Ele é o responsável por toda provisão. O que estou a contar é para mostrar a grande quantidade de erros que eu cometi e me levaram a uma vida de fracassos (Obviamente já não estou nessa posição) e nesta minha preocupação, de ajudar outros, poderão entender que todos devem fazer o mesmo, recordo o que Paulo escreveu à igreja de Tessalónica 1º Tessalonicences 5:21: Examinai tudo e retende o que é bom. Compramos o terreno e meu irmão de sangue tinha uma tenda do exército, que lhe pedi emprestada para instalar no terreno que tínhamos comprado. Assim, começamos os cultos, e estivemos dois anos, ministrando naquela tenda. Quão grande é a misericórdia de Deus que nos enviou um grande temporal que fez tudo em pedaços, porque senão, até hoje estaríamos lá. Conseguimos então, construir um pequeno local de reunião com 50 metros quadrados, que templo enorme, claro, nós éramos apenas 15 pessoas e até um templo menor seria grande. Estávamos muito animados porque tínhamos 15 irmãos na congregação que tomaram o compromisso de apoiar e contribuir para pagar o terreno. Já imaginam o fim desta história, claro, não se enganaram também, acabamos de pagar o terreno com o dinheiro do meu salário e assim vivi, preocupando-me em “levantar a igreja”, protelando a minha família, minha casa e meu descanso, um sem fim de coisas, que me começaram a levar a um esgotamento espiritual e físico, não só a mim, mas à minha esposa e a meus filhos. A nossa congregação em “Parque Hermoso” continuava a apoiar-nos e a esforçar-se para que aquela obra não caísse,
  • 51. porém, a minha falta de capacidade de levar adiante a obra de Deus também terminou esgotando as forças daqueles irmãos, facto que levou a muitos deles se retirarem da congregação. Poderão imaginar o quanto era triste para mim, ver esse êxodo daquelas pessoas que fizeram todo o possível para manter a obra em marcha e, em vez de buscar a Deus, com jejum e oração, tratava com as forças humanas para sustentar o insustentável. Continuamos, a buscar o Senhor em oração porque acreditávamos que o que fazíamos era o correcto, ignorava aquela passagem das escrituras que diz: não seja sábio em tua própria opinião, porém, a rotina estava-nos matando e cada vez tinha menos disposição para seguir adiante. Aproximava-se outra conferência de Evangelismo, que seria realizada em Buenos Aires, pela minha participação nas anteriores, fui convidado pelo pastor Omar a participar na mesma. Não tinha vontade nenhuma, muito menos disposição para ir a Buenos Aires, estava esgotado espiritualmente e meu ânimo estava em baixo, porém, tinha que manter as aparências diante dos pastores, como se estivesse tudo bem. Quando comentei com minha esposa sobre a conferência, automaticamente me disse que eu deveria ir, e as suas palavras soaram mais que uma opinião, mas como dá uma ordem. Era o bendito Espírito Santo a usar os lábios da minha mulher para animar-me a uma mudança. Apesar de não estar interessado, decidi viajar, o que estava a fazer por pura inércia. No transporte que foi contratado, ocorreu algo, como se um vento levasse o meu cansaço e me deu novas forças e os que íamos nessa viagem começamos a cantar e a adorar a Deus. Ele estava a criar expectativas em meu espírito para o que haveria de viver na conferência. Sentia-me estranho, pela primeira vez em muitos anos, desta
  • 52. vez não iria para ministrar, Deus tinha preparado para que eu fosse ministrado. Chegamos ao lugar da reunião e logo que os louvores terminaram, foi apresentado o pregador dessa noite, Tommy Tenney. Sua mensagem foi chave para a minha vida “Preparados para ser princesa”, que coisa tremenda, pela primeira vez em minha vida, a bíblia tomava outra dimensão, nunca imaginei que o livro de Ester pudesse ter tal ensinamento. Claro, como eu iria imaginar, o meu orgulho podre me fazia crer que com a Bíblia e o Espírito Santo não necessitava de mais nada, recordam-se? Porém ali estava assombrado com a revelação que Deus tinha dado a este servo sobre a vida de Ester. Seis meses de azeites, seis meses de perfumes, para poder estar por um momento na presença do Rei. Que envergonhado eu me sentia, porque eu pegava na Bíblia, lia uma passagem e já está, Deus disse, quando Deus não dizia nada, tudo eu tirava do meu intelecto, mas não do Espírito, por isso não ocorria nada em meu ministério. As palavras do pregador eram tão profundas e carregadas de verdade que eu não podia resistir ao Espírito com que falava e comecei a ser quebrantado de uma maneira incrível. Claro, Deus necessitou tirar-me do meio da rotina em que eu estava envolvido para fazer-me ouvir a Sua voz. Uma vez terminada a mensagem, o pastor Tommy fez um chamado ao altar, posso assegurar-lhes que não caminhei, corri arrependido a buscar que me ministrasse que orasse por mim, estava absolutamente quebrantado e arrependido por tanta necessidade, tanta soberba, por tanto orgulho. Deus me tocou, pude senti-Lo como nunca antes, algo estava sucedendo em meu interior, eu estava sendo renovado. Nessa noite o pastor Tommy tinha trazido o seu salmista, o qual havia composto uma música “tenho fome de ti”, enquanto o pastor
  • 53. ministrava, ele adorava, foi algo extraordinário que ocorreu naquele lugar. Saí dali transformado no meu espírito, em minha alma e em meu corpo. No outro dia, terminava a conferência e o pregador foi o pastor Harold Caballero, quando terminou de pregar, chamou os pastores que haviam vindo de “Mar del Plata”, e ali estava o pastor Omar Olier, Cristian Hoff e eu, chegamos ao altar e ele liberou sobre nós uma profecia para a cidade e para as nações. Também havia no lugar, dois pastores que vieram de Portugal para estar na conferência e o pastor Harold os chamou, entregando-lhes uma profecia que desde o norte de Portugal, Deus começava um avivamento para Europa. Eu sentia que algo sobrenatural estava a acontecer, a presença de Deus era tangível, todo o auditório estava debaixo da influência do Espírito Santo e eu não sabia o que Deus estava começando a fazer em minha vida, mas, sentia que era uma mudança, transformando-me em outra pessoa. Quando regressei à minha cidade, depois de tão tremenda conferencia, sabia que algo havia sucedido em mim, estava incendiado e foi maravilhoso o que ocorreu quando cheguei. Todo o meu interior tinha se revolucionado e queria expressar com palavras o que tinha acontecido, mas era impossível, só sabia que algo maravilhoso tinha acontecido. Nesse dia não tínhamos culto em “Parque Hermoso”, mas chamamos por telefone alguns irmãos e começamos a adorar e logo ao simplesmente soltar de uma palavra, foi instantânea a presença de Deus, fez-se tão real que os que ali estavam, foram todos envolvidos nessa presença. No outro dia tínhamos culto no barracão e nada mais esperávamos, do que a chegada da hora do culto. Éramos 15 pessoas e eu estava envolvido naquela presença, que me comovia de uma maneira tremenda e quando chegou o momento de orar, outra vez, Deus começou a manifestar a Sua Glória e nós começamos a ser quebrantados e tocados pelo 52
  • 54. Espírito Santo, caindo por todo lugar sem que eu os tocasse, que maravilha, fazia muito tempo que eu anelava por esse tipo de manifestações e agora meus olhos estavam vendo. Como consequência disto, muita gente começou a aparecer de todos os lados e depois de duas semanas já éramos 40 pessoas, os milagres, a libertação e a salvação era algo diário, as pessoas continuavam a chegar e num mês tínhamos superado as 70 pessoas no barracão, mas no templo de “Parque Hermoso”, cada vez eram menos, então decidimos organizar um “jantar para levantar fundos”. (Estava a viver algo espiritual e ao mesmo tempo minha mente não tinha sido renovada). O dinheiro era para construir um templo mais amplo naquele lugar. Acordamos entre os irmãos, procurar um salão maior para fazer o jantar, porque o nosso templo era muito pequeno. Começamos a procura e me ocorreu que apenas a dois quarteirões de lá, na avenida, havia um mercado fechado há muito tempo e o dono era conhecido da minha família. Assim, fui vê-lo, quando eu lhe comentei que precisava de um lugar grande para um jantar, levou-me ao local para mostrar-me as condições em que ele se encontrava e por esse motivo, não acreditava que poderia ser útil. Ainda nem tinha entrado, comecei a sentir uma inquietação no meu espírito da parte do Espírito Santo, estava a entrar num lugar de 400 metros quadrados, algo Deus queria fazer. Na verdade o interior estava muito deteriorado porque os inquilinos anteriores o tinham deixado em estado de abandono, mas eu disse- lhe que não havia problema, nós o acondicionaríamos para o jantar e ficaria limpo e em condições. Aceitou e ele ainda me ofereceu a energia, porque a linha da rua estava cortada. No momento em que nos encontrávamos a limpar o local, senti no profundo do meu ser, a voz do Espírito Santo, falando-me e dizendo que pedisse aquele local para realizar os cultos da igreja. Orei e pedi ao Senhor para me confirmar essa palavra. Nesse momento aproximou-se um dos irmãos que estava comigo a
  • 55. limpar e disse-me: ”Pastor, que bom seria este lugar para a igreja!”. Não vacilei nem um momento e logo depois de limpar o local, eu chamei o proprietário e conforme Deus me disse, assim o fiz e sabe, ele aceitou e cedeu-me o espaço por três anos sem pagar aluguer, só com a condição de melhorá-lo e de fazer as casas de banho, foi uma festa. Realizamos o jantar mas os fundos não foram para o terreno do pequeno barracão, mas sim para começar a cumprir o compromisso assumido com o novo local. Imaginem isto, vínhamos de um local de 50 metros quadrados e Deus nos dá um de 400 metros quadrados e com 20 metros de fachada para a avenida, e de graça! Indubitavelmente Deus estava no assunto, deixamos o templo pequeno naquela mesma hora, embora houvesse quem achasse que estávamo-nos a equivocar porque os gastos iriam crescer e o dinheiro que entrava era pouco, claro que não ouvi essas vozes e mudamonos para a avenida, um lugar de sonho. Ali houve uma explosão, de 70 pessoas, crescemos para 180 em apenas três meses. Algo que não foi pensado por nós, mas idealizado por Deus. Apesar de ter crescido em número os recursos não aumentavam, claro que não me dava conta que estava arrastando a minha vida por um espírito de miséria e escassez e esse espírito se encarregou de manter as portas da prosperidade fechadas. Tínhamos um pouco mais de ingressos, mas não à medida que devia. Contudo, eu me consolava dizendo que Deus nalgum momento liberaria mais recursos para o ministério e sabem que Deus, sempre libera recursos, porém, assim como entravam se perdiam, como diz esta palavra: Ageu 1:6 Tendes semeado muito, e recolhido pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para metê-lo num saco furado. 1:7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos caminhos. 54
  • 56. Que grande verdade, mas o espírito religioso é o que aparece automaticamente com argumentos quando queremos dar lugar ao Espírito Santo para mudar o rumo das coisas, e tontamente começamos a nos justificar com a mesma bíblia, o injustificável, apesar de tudo, continuamos a crescer e Deus se manifestava de muitas maneiras com milagres e sinais.
  • 57.
  • 58. Portugal Por esse tempo recebi um convite por parte do pastor Edgardo Silvoso, presidente de Evangelismo de Colheita para compartilhar o nosso testemunho em Portugal. Convidou-me através de um intercessor de sua equipe “Ted Hans”. Sinceramente nem me recordava no mapa, onde ficava Portugal, mas obviamente aceitei o convite e pus-me a caminho para atualizar os documentos para a viagem e investigar um pouco sobre Portugal. O meu primeiro desafio era o idioma, ali fala-se Português e eu não estava familiarizado com o mesmo. Porém, pude ver um milagre extraordinário de Deus, que começou logo que desci do avião, pois comecei a interpretar com perfeição o idioma, como se o tivesse estudado e praticado, não o falava, mas o entendia e podia ler com rapidez, como faço com o espanhol, sem dúvida, ali estava a obra do Espírito Santo em pleno. Conheci então, mais de perto os pastores que tinham estado em Buenos Aires na conferência onde Harold Caballero profetizou para Óscar Segura e Paulo Cardoso, com quem estabelecemos uma maravilhosa relação de amizade, a qual me levou até Portugal por duas vezes. Deus deu-me a oportunidade de poder compartilhar a Palavra e o testemunho em algumas congregações e
  • 59. junto com o pastor Omar Olier, com quem também tinha viajado com o propósito de abençoar a igreja em Portugal. Foi algo muito especial porque apesar de não saber o idioma, os portugueses interpretavam perfeitamente o que lhes dizia, nunca pensei que receberia tal honra, graças a Deus. Muitas vezes, no tempo da minha ignorância, tinha-me unido para criticar o ministério de Evangelismo de colheita, que é o que faz a maioria quando olha desde o seu ponto de vista. Custa muito aceitar que alguém faça algo diferente, ainda mais se esse “diferente” que se faz, está acima do nível da posição daquele que crítica. Que tremendo! Muitas vezes convertemos-nos em especialistas que travam a engrenagem das rodas de quem faz alguma coisa diferente, como diz Edgardo, “assando-os no espeto”, mas o ter um coração ensinável pode reverter essa condição e permitir-nos crescer na visão e na unção. Edgardo Silvoso e sua equipa puseram os seus pés na cidade com o único propósito de ajudar-nos na conquista e transformação da mesma, mas os conceitos que ensinavam, não entravam numa mente e visão estreita como a que a maioria dos pastores tínhamos. Não ponho em juízo, nem em discussão sobre o que Deus tem colocado nas mãos dos seus servos, há quem faça as coisas sempre da mesma maneira e elas funcionam, e isso está perfeito, e ninguém se pode meter na soberania de Deus, nem no chamado que cada um tem recebido. (estou a falar de mim e do grupo que me rodeava). Contudo, ano após ano, trouxeram a nós os melhores conferencistas e testemunhos, mostrando que a transformação era possível. Comecei a olhar para a cidade e, a sentir preocupação por alcança-la na sua
  • 60. totalidade. Para mim era algo tão possível, se o fizéssemos entre todos, que coloquei todos os meus esforços para que a pastoral entendesse os propósitos das conferências. O entusiasmo de fazer algo, muitas vezes, joga contra nós, e sem querer ofendemos com o que dizemos, e em vez de nos aproximar, distancia-nos. Nem todos vêem como nós e nem por isso têm que ver da mesma maneira, todavia, nada fazer, para não correr riscos, tão pouco ajuda, assim, pusemo-nos em marcha e recorremos junto a Werner Swart (integrante da equipe de Evangelismo e amigo pessoal). Percorremos toda a cidade, pastor por pastor, anotando os dados pessoais e das igrejas, e pela primeira vez, a Pastoral, teve um registo muito aproximado do total de pastores e igrejas na cidade, que naquele tempo eram 160 igrejas. Nunca tínhamos experimentado situações como as que vivemos com ele. Recordo que mais de uma vez batíamos à porta de algum pastor e éramos “mal-vindos ao contrário de bem-vindos”. Isto era pelo facto que comentei antes, sobre a alergia que produzia em muitos, só de mencionar o Evangelismo de Colheita e, além disso, muitos pastores não simpatizavam com a pastoral, porque supostamente ela tinha perdido o rumo e tinha-se desviado dos seus propósitos. Claro, já não trabalhávamos como comissão directiva, programando reuniões festivas. Agora, trabalhávamos como equipa, sendo uma forma de trabalho como nunca tínhamos feito, e os que actuavam contrariamente eram a minoria, já que a maioria podia entender a necessidade de estar juntos e unidos. O nosso lema é a unidade na diversidade.
  • 61. 5º Chave para o fracasso A ignorância e o orgulho fazem-te ir contra a vontade de Deus. Quando alguém chega ao ponto de não ver ou ouvir o que Deus está a dizer, entra no que se chama rebelião. De uma maneira inconsciente e sobre o pretexto de que é uma prova, entramos em rebelião contra o Espírito Santo, que de muitas maneiras tenta fazer-nos ver o erro do nosso caminho. Minha esposa dizia-me que era tempo de deixar a obra em Parque Hermoso e eu insistia que não. Isso levou-nos a um desgaste a nível de casamento e é lógico, ao sofrimento de nossos filhos que nunca haviam visto nós discutirmos da maneira que chegamos a fazer, por causa de minha loucura, e crer que apesar das evidências que marcavam o fim de uma etapa, eu continuava a insistir em seguir adiante, porém, graças a Deus, Ele nunca chega tarde e tocou em meu coração para não cometer a loucura de ficar com a igreja e perder a minha família. Tomei a decisão de deixar a obra em Parque Hermoso e dedicar-me à obra que tínhamos começado na cidade, mas como diz o ditado, sobre “chover no molhado”, porque havia algo que eu não tinha superado, sendo que, apesar de servir a Deus, não dependia dele na dimensão que é necessária fazer, para que a obra não seja um fardo insuportável, mas que, possamos ver, que Deus vai á frente do que venhamos a realizar. Agora, já pagávamos aluguer, e os recursos que entravam eram escassos, ao que ajudávamos fazendo empadas e comidas, coisa que os irmãos faziam com absoluto prazer e com espírito de serviço. O pior, é que
  • 62. dependíamos de quantas empadas venderíamos para poder cobrir os gastos, coisa que me faz doer o coração só de recordar, porque foram horas e horas de trabalho incondicional para poder “sustentar a obra de Deus”. Perdão! Com o tempo aprendi que a sua obra, o homem jamais pode sustentar. 1º Corintios 3:9: Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. Pensar que apesar de todo nosso esforço, vivíamos com a corda no pescoço, (é uma maneira de expressar quando se vive em escassez). O resultado foi que o valor do aluguer do lugar subiu e o proprietário fez-me saber com muito bons termos, porque apesar de vivermos apertados de finanças, sempre cumprimos, mas o que pagávamos era insuficiente para a realidade do que estava valorizado o aluguer de um salão como aquele e pedi-lhe alguns dias para responder, se ficávamos ou se saíamos de lá. Eu estava cansado de tanto remar e remar sem nunca ver fruto algum de tanto sacrifício, foi então que me ocorreu outras tantas ideias tontas e perguntei aos meus colaboradores mais chegados o que lhes parecia, se era hora de continuar ou não, porque o preço do aluguer aumentava. Houve um pouco de argumentos de que já “era hora” de deixar aquele lugar porque não podíamos andar a deitar dinheiro fora, e se tínhamos o pequeno salão do qual não precisávamos pagar nada, deveríamos voltar para lá, e sabem que eu aceitei a sugestão e decidi “fechar a igreja”, como quem diz, vou fechar a porta da minha casa, lamentavelmente para mim, a organização já havia me pedido o lugar que tínhamos comprado, porque estava fechado e eles queriam pôr outro pastor, assim eu também o entreguei. Que tristeza, entreguei dois templos, terrenos, e isto, porque não tinhamos pessoas e quem
  • 63. ficou com aqueles lugares tiveram que começar do zero. Na semana de deixar o local da avenida, estava reunido com a equipe da pastoral e um deles perguntou-me por que as persianas da igreja estavam abaixadas e eu simplesmente disse que tinha fechado. O pastor Omar Olier disse-me... Quem pensais vós que sois, para fechar a igreja? A Igreja é do Senhor e vocês não lhe podem tocar. Eu não sabia onde me meter, mas fez-me entender bem, que as melhores intenções, não estão com Deus, e que só Ele abre e só Ele fecha, e quando Deus abre um lugar, Ele próprio o sustenta. Não se cresce espiritualmente recebendo palmadas nas costas e quando tudo vai bem. Um mentor, é aquele que tem autoridade para dizer aquelas coisas que um amigo dificilmente te vai dizer. (Lição aprendida) Obrigado, pastor Omar!!! Já não havia nada a fazer, então, nessa transição que levou mais de um ano, na qual, o pastor Carlos Adala me ofereceu o seu templo para fazer os nossos cultos nos horários em que não havia actividades da sua igreja. De bom agrado aceitei a oferta e estivemos ali por um ano, no fim do qual, Deus tinha preparado outro mover. O pastor Carlos necessitava do templo porque iria realizar mais actividades no local, e sem saber, fez-me um grande favor, pois a comodidade é inimiga do progresso. Urgentemente saímos à procura de um lugar, e como nómadas, começamos a andar primeiro em clubes de futebol depois numa sociedade de eventos. Isto levou dois meses e as pessoas que nos acompanharam nessa transição, eram 40 pessoas. Ao fim dos dois meses, estando na sociedade de eventos, a encarregada da mesma disse-me que não poderia ceder mais o lugar porque tinha queixa dos vizinhos por causa do ruído.
  • 64. Agora sim! Não havia mais saída e sinceramente já tinha terminado a minha cota de perseverança, de andar de um lugar para outro. Aqui foi onde terminaram as minhas chaves para o fracasso, pois tenho que contar-vos como se inverteram estas situações e nascem as chaves para sair do fracasso.
  • 65.
  • 66. O desafio!!! Quando chegamos a esse ponto limite, na realidade não chegamos, Deus leva-nos até lá, é onde verdadeiramente se põe à prova, quem te chamou e quem te ungiu. Todas as portas estavam fechadas, agora já não havia um lugar físico de culto, assim chamei os irmãos, não para pedir opinião sobre se seguiríamos ou não, esse erro eu já o tinha cometido e aprendido com ele, mas sim para desafiá-los, a buscar a Deus. A minha intimidade com Deus era diferente e em mim não estava o continuar da mesma forma, alguma coisa teria que acontecer. Se Deus é grande, algo grande teria que acontecer, assim desafiei-os a procurar um lugar grande na avenida sem se importar com o quanto se teria que pagar. Se Deus estava no assunto, as portas teriam que se abrir. Foi assim que, uma irmã, veio com a notícia de que havia um lugar que no momento era um armazém de “Futebol de Salão” que ficava na avenida, e eu fui vê-lo. Como é maravilhoso quando Deus vai à frente. Chegou o dia de quinta-feira à noite e, nesse dia tínhamos nossa reunião semanal da equipe com o Pastor Omar. Já era um pouco tarde, mas o portão do lugar estava aberto, chuviscava e eu parei junto ao tremendo portão da entrada, e de forma automática, o Espírito Santo me disse: “Este é o lugar”... era como se todos os anjos me convidassem a pisar o lugar e a declarar!!! A partir de hoje, este lugar é Casa de Deus e
  • 67. Porta do Céu, eu o tomo como território santo, como está escrito, “todo lugar onde pisar a planta do vosso pé será vosso”, Josué 1:3. As pessoas do lugar ao verem, que eu tinha ficado à entrada, puseram-se a ver o que eu estava a fazer. Já era tarde, eu já tinha tomado posse do território, Glória a Deus! Fui-me embora e comentei com a minha esposa e alguns irmãos que Deus já me tinha dito que aquele era o lugar, um armazém em plena avenida de mil metros quadrados, com escritórios e uma área de churrasco, um verdadeiro palácio para o que estávamos acostumados a ter. No outro dia pus-me a averiguar sobre os proprietários e um inquilino anterior teve a amabilidade de dar-me a direcção. Fui à casa da proprietária e era como se ela estivesse me esperando, na realidade, Deus estava tanto no assunto que o podia ver em cada passo. Ela recebeu-me com muita atenção e com muita tristeza disse que estava numa grande luta com as pessoas que tinham ocupado o salão e não conseguia tirá-los de lá de maneira alguma. Eu tinha-me apresentado como pastor, assim, disse-lhe, a Senhora, quer verdadeiramente que eles se vão embora daquele lugar? Ao que ela respondeu-me que sim e que tinha tentado de muitas maneiras, mas, era impossível, teria que resolver através do Tribunal, requerendo o despejo... Eu disse-lhe: Muito bem, vamos fazer assim; eu vou orar por esta situação, e você vai ver, que não será necessário ir a lado nenhum, porque Deus vai tirá-los de lá, contudo, não se esqueça que se isso acontecer, é porque ali tem que funcionar a igreja, a senhora crê? Sem dizer mais palavras, tomei a sua mão e reivindiquei a terra que tinha pisado e enviei os anjos para que tirassem os intrusos daquele lugar. Ela olhou e me disse que se isso acontecesse, o lugar seria para nós. Três dias depois, chamaram-na dizendo que as pessoas que estavam a ocupar aquele lugar estavam a ir-se
  • 68. embora. Saíram, como se alguém estivesse a correr com eles e não havia dúvida de que foram os anjos que pelejam as nossas batalhas. Ela chamou-me e disse que não podia acreditar no que tinha acontecido e que seu filho viria mostrar-me o lugar para ver se eu gostava. Nesse período, uma firma muito conhecida na cidade ofereceu-lhe 100.000 dólares para fazer ali um shoping no salão, ao que a mulher respondeu que se o pastor me disser que não quer, então o faremos. O temor de Deus tinha caído sobre ela e na manhã seguinte, ela chamoume para mostrar-me o lugar. Combinamos a hora e, fui com minha esposa e um empresário de carnes que congregava connosco há pouco tempo, como simpatizante. Eu caminhava como se os meus olhos da fé pudessem ver através do tempo. Aos olhos físicos, o lugar estava muito abandonado e deteriorado, mas eu via a igreja a funcionar e cheia de vida, quando estávamos a percorrer o lugar, o empresário disse-me: Jorge, não te parece demasiado grande este lugar? Deverias começar por algo mais pequeno e falou-me de um lugar pequeno e fora da avenida, como que considerando que estávamos meter-nos num lugar onde os gastos seriam astronómicos. Pude discernir que o diabo estava-me a sussurrar ao meu ouvido, para que retrocedesse e voltasse àquele estilo de vida de fé, que já tinha deixado. Contudo, eu não disse nada e fiquei de passar no outro dia pela casa dos proprietários para fechar o contrato. Estava a ser liberada em mim a fé que move as mãos de Deus, porque tínhamos apenas um pouco de dinheiro guardado que daria apenas para um sinal. A senhora pediu-me uma garantia e 3.000 pesos de aluguer, e eu ofereci-lhe 2.200. Ela disse-me que a firma comercial lhe tinha oferecido 100.000 dólares, mas eu não me intimidei e disse apenas 2.500 e nada mais. Ela olhou para mim e disse-me: eu não sei por que estou fazendo isto, mas não te posso dizer que não. Dentro de mim eu dizia, eu sei, porque o
  • 69. está a fazer, porque o Deus do céu está no assunto e diante Dele nada se pode negar. Quando quiser empreender algo, assegure-se que Deus vai adiante. Apocalipse 3:7 Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de David; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre: Numa semana estávamos a realizar o nosso primeiro culto no lugar e isso ocorreu em 6 do 6 de 2006, soam os números 666. Mostramos ao diabo e a nós mesmos que para Deus não há nada impossível. Agora tinha que trabalhar de outra maneira, o que tínhamos pela frente era absolutamente novo e desafiante, mas para mim não havia dúvida nenhuma de que Deus estava no assunto e este empreendimento marcaria o nosso ministério para sempre. Durante os dois primeiros anos foi um tempo de lançar redes e buscar com intensidade que Deus se manifestasse em nossos cultos. Começaram a acontecer milagres extraordinários e ao cumprir um ano no local, na madrugada de 11/08/2007, Deus me despertou às 4:50h da manhã, com voz audível, disse-me que me levantasse, pois Ele iria falar-me. Depois de convencer-me que não estava a sonhar, levantei-me, e Ele disse-me que pegasse num papel e lápis e que anotasse tudo o que me ia dizer. Ele deu-me 17 coisas pontuais que haveriam de começar a suceder. De todas elas, 15 já se cumpriram, disse-me que escrevesse isto: 1- Sararia pessoas que estavam consumidas e tinham a sua pele colada aos seus ossos. (Este milagre se repetiu por 5 vezes) 2- Viria o tempo da prosperidade. As finanças da igreja cresceram e os gastos diários e mensais que antes eram adiados, agora começamos a pagá-los a tempo.
  • 70. Embelezamos o templo e pessoalmente nunca pensei ter um carro novo e muito menos ter dinheiro para comprá-lo a pronto, e Deus o tornou possível com uma provisão sobrenatural. A minha casa que por tantos anos era só um projecto, porque primeiro estava a igreja, agora pudemos terminá-la dignamente, ter o nosso próprio quarto e cada um dos meus filhos com seus quartos privados. Um sonho tornado realidade, Deus mudou a nossa economia. 3- Havia uma Pessoa que lhe faltava metade do crânio e Deus o fez novo. Este milagre foi extraordinário, um irmão da congregação escutou numa das reuniões a leitura das coisas que Deus me tinha dado e que iria fazer. Ele tinha em seu trabalho um companheiro, que contou-lhe, que em Três Lomas, a mais de 600 km de “Mar del Plata”, um sobrinho tinha tido um acidente com uma moto e com o golpe quebrou ossos da perna e fracturou o crânio. Ele estava internado na terapia intensiva em “Bahia Blanca” com as suas horas contadas. Quando o irmão escutou o relato, veio-lhe à memória a palavra que Deus me tinha dado e comentou ao seu companheiro, que lhe pede para falar comigo, para orar pelo seu sobrinho. Encontramos-nos no dia seguinte e ele contou-me sobre o acidente e pediu-me, se poderia orar pelo sobrinho, ao que eu disse-lhe vamos até “Bahia Blanca”. Se este for o rapaz que Deus disse que sararia, vai receber o seu milagre. No outro dia, às 5 horas da manhã, saímos e chegamos lá às 10 horas da manhã. No caminho ele contou-me que o rapaz tinha perdido metade do crânio, tal como Deus me tinha revelado. Quando cheguei lá, fiquei sem palavras com o que vi, estava ligado por todos os lados e com apenas consciência, simplesmente orei, reclamando o milagre e fui-me embora pedindo aos
  • 71. 45- 678- pais que logo que os médicos lhe dessem o relatório, me dissessem e que uma vez restaurado teria que vir dar o seu testemunho na igreja. No dia seguinte chamaram-me, assombrados com a recuperação do rapaz e passado um mês da sua recuperação, trouxeram-no a “Mar del Plata” e depois de três meses já estava a andar em sua moto de novo, na sua povoação. Glória Deus. Vem unção para os esquizofrénicos. Temos três casos em que se produziu este milagre de libertação. A unção de 84 será derramada com maior intensidade (em 1984 em nossa cidade houve uma visitação extraordinária na campanha com o evangelista Carlos Anacondia). Isto está-se a ver na cidade, em muitos ministérios, Deus está a fazer coisas maravilhosas. Será liberada palavra de conhecimento. Temo-lo experimentado em muitos dos nossos cultos. Muitas pessoas virão a toda hora buscar um milagre do Senhor. Vem revelação extraordinária e maior profundidade no conhecimento de Deus e da sua Palavra. Isto é maravilhoso, pois, agora o Espírito Santo está a trazer-nos revelação de coisas que para nós estavam ocultas. E muitas coisas mais, que se continuam a cumprir. Hoje, pela Graça que Deus nos tem dado, a nossa congregação cresceu em mais de 300 pessoas e continuamos a crescer. Como, o estamos a conseguir? Desta maneira: 1- Firme nos Seu princípios. Não estou só, primeiro tenho a Deus, logo depois minha família e um grupo de pastores com o 70