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A experiência da transformação da alma

                                                        NOTAS




   A EXPERIÊNCIA DA
TRANSFORMAÇÃO DA ALMA




         173
A experiência da transformação da alma

                                                                              NOTAS
A EXPERIÊNCIA DA TRANSFORMAÇÃO DA ALMA
Esboço do Planejamento do Curso

       Meta

      Que você experimente a transformação e restauração da
mente, vontade e emoção, segundo a vontade de Deus.

       Outros Objetivos

   •   Que você aprenda as estratégias do inimigo contra a sua
       alma;
   •   Que você obtenha livramento da passividade da mente e da
       vontade;
   •   Que você aprenda a cooperar com o Espírito Santo para a
       restauração completa de sua alma.

       Sugestões Bibliográficas

       1.PERSONALIDADES RESTAURADAS – Valnice Milhomens
       2 .O HOMEM ESPIRITUAL VOL.III - T. S. Watchman Nee

Recomendações Muito Importantes

      Tenha uma disposição em seu coração de, diligentemente,
cooperar com o Espírito Santo para restauração completa de suas
emoções, mente e vontade. A fim de experimentar a perfeita, boa e
agradável vontade de Deus para sua vida.
      Após o ensino das verdades contidas nesta disciplina, ore ao
Pai e peça que o Espírito Santo derrame luz sobre sua vida,
mostrando-lhe.




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A experiência da transformação da alma

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A EXPERIÊNCIA DA TRANSFORMAÇÃO DA ALMA

A MENTE: UM CAMPO DE BATALHA

        De acordo com a Bíblia, a mente do homem é incomum por
se constituir um campo de batalha onde satanás e seus maus
espíritos contendem contra a verdade e daí contra o crente. A
mente e o espírito do homem são como uma cidadela que os maus
espíritos anseiam por capturar. O campo aberto onde a batalha se
trava para a conquista da cidadela é a mente do homem.
        Em 2 Cor.10:3-5, o Apóstolo Paulo compara os argumentos e
raciocínios do homem a uma fortaleza do inimigo. Ele descreve a
mente como que possuída pelo inimigo; deve ser quebrada então
pela batalha travada. Muitos pensamentos rebeldes estão
armazenados nestas fortalezas e precisam ser levados cativos à
obediência de Cristo. Tudo isso mostra claramente que a mente do
homem é o cenário da batalha onde os maus espíritos entram em
conflito com Deus. Podemos ver claramente como os poderes das
trevas se relacionam principalmente com a mente do homem e
como ela é peculiarmente susceptível aos ataques de Satanás. Com
respeito às outras funções da alma, vontade e emoção, Satanás
não tem como fazer nada diretamente a menos que tenha ganhado
algum terreno neles. Mas com respeito à mente, ele pode operar;
livremente sem primeiro persuadir o homem ou garantir o seu
convite.
        Antes da regeneração o intelecto do homem o impede de
compreender a Deus. É necessário que Seu grandíssimo poder
destrua os argumentos do homem. Esta é uma obra que deve
ocorrer na hora do novo nascimento, e acontece na forma de
arrependimento. Mas mesmo depois do arrependimento a mente do
crente não é totalmente liberada do toque de Satanás; ele vai
continuar agindo. Em 2 Cor. 11:3 Paulo reconhece que deus desse
mundo segue a mente dos não crentes e engana a mente dos que
crêem. Hoje, muitas vezes Satanás se disfarça como um anjo de luz
a fim de conduzir os santos, propagando um evangelho diferente do
evangelho da graça de Deus. Na verdade são poucos os que
poderiam imaginar que o diabo poderia dar bons pensamentos aos
homens!
         É possível que um filho de Deus tenha uma nova vida e um
novo coração e ainda não ter uma nova cabeça. Quão
freqüentemente as intenções do coração são inteiramente puras,
mas os pensamentos na cabeça são confusos. Se a mente do
cristão não é renovada, sua vida está destinada a ser
desequilibrada e estreita. O povo de Deus precisa saber que, se
desejam viver uma vida plena, sua mente deve ser renovada. A
Bíblia declara enfaticamente que devemos "ser transformados pela
renovação da nossa mente" (Rm12: 2).




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A experiência da transformação da alma

                                                                               NOTAS
A Mente Sob o Ataque dos Espíritos Maus

       O cristão pode descobrir que é incapaz de regular sua vida
mental e fazer que ela obedeça ao propósito da sua vontade.
Pergunte a se mesmo: Que controla a minha mente? Eu mesmo?
Se assim for, por quê não posso controlá-la agora? É Deus que
dirige minha mente? Se não sou eu nem Deus que regula a vida
mental, que então está no controle? Obviamente são os poderes
das trevas. Por isso, sempre que o filho de Deus observa que não
tem mais capacidade para governar a mente, ele deve perceber
logo que é o inimigo quem a está dirigindo.
       Um fato que devemos sempre manter em mente é este: o
homem possui vontade livre. A intenção de Deus é que o homem
tenha controle de si mesmo. Ele tem autoridade para regular cada
uma de suas capacidades naturais; por isso todos os seus
procedimentos mentais devem estar sujeitos ao poder da sua
vontade. O cristão deve perguntar a si mesmo: Esses são meus
pensamentos? Sou eu quem está pensando? Se não sou eu, então
deve ser o espírito maligno que é capaz de operar na mente do
homem. Essa pessoa deve saber que neste caso ela não teve a
intenção de pensar e ainda assim pensamentos brotaram em sua
cabeça. Sua conclusão deve ser que estes pensamentos não são
seus e sim do espírito maligno. Mas como saber se um pensamento
é seu ou de um espírito maligno? O cristão deve observar como ele
surgiu. Se sua faculdade mental está tranqüila e serena,
funcionando normal e naturalmente e, de repente, um pensamento
desordenado e sem qualquer ligação com suas atuais
circunstâncias brota, mui provavelmente é uma ação dos maus
espíritos. Eles estão tentando injetar seus pensamentos na cabeça
do crente para assim levá-lo a aceita-los como seu. Se o filho de
Deus não deu origem à idéia, mas pelo contrário, se opõe a ela, e
mesmo assim ela continua em sua cabeça, pode concluir que tal
pensamento vem do inimigo. Cada pensamento que o homem
escolhe não pensar, e cada um que se opõe à vontade do homem,
não vem dele e sim do exterior. É muito importante saber que os
poderes das trevas operam não apenas do lado de fora, mas do
lado de dentro do homem também. Isto quer dizer que eles podem
se comprimir na vida de pensamento do homem e operar dali. Os
espíritos malignos possuem uma capacidade de comunicação que o
homem não possui. Eles podem trabalhar inicialmente na mente do
homem e depois alcançar sua emoção e vontade. A Bíblia mostra
claramente que os poderes das trevas tanto podem comunicar
idéias ao homem como tirá-las dele: O diabo já havia colocado no
coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse (Jo. 13:2)
e "Logo vem o diabo e tira-lhes do coração a palavra" (Lc. 8:12).

As Causas do Ataque dos Maus Espíritos

       Sempre que alguém oferece oportunidade aos maus
espíritos, ele não pode mais seguir sua própria vontade, mas deve



                                176
A experiência da transformação da alma


ser obediente à vontade do outro. Ao ceder terreno a eles em sua
                                                                                NOTAS
mente, imediatamente sua soberania sobre ela é perdida. Devido a
essa afinidade entre a mente e os maus espíritos, o cristão
freqüentemente abre caminho para eles. O terreno ganho concede
autoridade a essas potestades para operarem sem impedimento na
mente do crente. Mas a mente do homem pertence ao homem; sem
sua permissão, o inimigo não tem poder para usá-la.
       É no órgão do seu pensamento que o cristão fornece território
aos maus espíritos e dali é que eles operam. Falando de modo
geral, são seis os tipos de terrenos que podem ser cedidos ao
inimigo. Vamos examinar cada um deles.

a) Uma Mente Não Renovada

       Se a mente do cristão não é renovada depois do seu espírito
ser regenerado, ele expõe grande território às maquinações do
espírito maligno. Sabedores de que essa mente não renovada
constitui sua melhor oficina de trabalho, as forças do inimigo
empregam todo artifício para manter o crente na ignorância ou
então o impedindo de buscar a renovação da sua mente.

b) Uma Mente Incorreta

       Todos os pecados fornecem território ao adversário. Se um
filho de Deus alimenta o pecado em seu coração, ele está
emprestando sua mente aos espíritos satânicos para uso deles.
Todos os pensamentos impuros, orgulhosos, sem bondade e
injustos fornecem bases de atividades a esses espíritos.

c) Interpretar Mal a Verdade de Deus

       Se os seguidores de Deus compreendem ou interpretam
erradamente como sendo natural ou causado por eles mesmos,
aquilo que os maus espíritos causaram em seus corpos,
circunstâncias ou trabalhos, eles estão cedendo terreno precioso a
eles para suas abomináveis realizações. Uma mentira abraçada fora
o terreno para mais atividades pelos elementos satânicos. Por outro
lado, muitos cristãos interpretam mal as verdades de Deus. Os
maus espíritos planejam de acordo com o entendimento errado do
crente e este julga que essas coisas são de Deus, ignorando que
elas são apenas uma imitação dos maus espíritos e fundamentadas
no seu mal entendimento.

d) Aceitação de Sugestões.

       Os espíritos malignos colocam seu pensamento na forma de
profecia, depois a plantam na mente do crente para ver se ele vai
aceitá-la ou rejeitá-la. Se a mente dele não oferecer objeção, e, pelo
contrário, até mesmo aprovar esta profecia, os espíritos da
impiedade conquistaram um lugar para realizar o que propuseram.
O cumprimento das palavras dos adivinhos é baseado inteiramente


                                 177
A experiência da transformação da alma


nesse princípio. Os demônios injetam palavras com respeito ao
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corpo do cristão, tais como predizer sua fraqueza ou doença. Se o
crente absorve este pensamento, ficará, de fato, doente e fraco.

e) Uma Mente Vazia

       Deus criou o homem com uma mente para ser usada. Uma
mente vívida é um obstáculo à obra dos demônios. Um dos seus
maiores alvos, é conduzir a mente da pessoa a um estado de vazio,
pois enquanto a cabeça estiver vazia, ele não pode pensar. O
cristão deve exercitar sua mente, pois assim barra a ação maligna.

f) Uma Mente Passiva

       A diferença entre uma mente passiva e uma vazia é que a
mente vazia não é usada e a passiva fica à espera de alguma força
exterior para ativá-la. Passividade é se abster de mover por si
mesmo e deixar que elementos exteriores façam isso. A passividade
reduz o homem a uma máquina. A passividade oferece aos espíritos
malignos oportunidade de ocupar também a vontade e o corpo do
crente. Se alguém permitir que sua cabeça cesse de pensar,
pesquisar, decidir e de examinar sua experiência e ação à luz da
Bíblia, ele está praticamente convidando Satanás a invadir sua
mente e enganá-lo. Em seu desejo de seguir a direção do Espírito
Santo, muitos dos filhos de Deus sentem que não precisam medir,
investigar e julga à luz da Bíblia todos os pensamentos que
aparentemente vêm de Deus.

Passividade

        A causa da passividade é a ignorância do cristão. O caminho
normal da condução de Deis é na intuição do espírito e não na
mente. O crente deve seguir a revelação da sua intuição, e não o
pensamento em sua mente. Sim, é pela intuição que chegamos a
conhecer a vontade de Deus, mas adicionalmente precisamos da
mente para inspecionar nosso sentimento interior a fim de
determinar se ele vem da intuição ou se é uma imitação das nossas
emoções. Sabemos pela intuição; tiramos a prova pela mente. A
cabeça      não    deve    nunca     guiar   ou    conduzir,   mas
inquestionavelmente, ela precisa testar a autenticidade da direção.
Tal ensinamento concorda com as Escrituras (Ef. 5:17, 10).
        Um crente pode escorregar para a passividade, quando
espera que Deus coloque Sua vontade em seu pensamento;
cegamente segue toda condução sobrenatural sem empregar sua
inteligência para examinar se ela vem de Deus. A conseqüência de
tal ignorância é a invasão do inimigo. Os adivinhadores, os
agoureiros, os médiuns, os necromantes, dizem que a fim de
ficarem possessos por aquilo que chamam de "deuses" (que na
realidade são demônios), a vontade deles não deve oferecer
qualquer resistência, a mente deve ser reduzida a um branco total
Os maus espíritos ficam vibrando quando encontram. A distinção


                               178
A experiência da transformação da alma


básica entre as condições de operação do Espírito Santo e dos
                                                                              NOTAS
maus espíritos podem ser resumidas desse modo:

a) Todas as revelações e visões sobrenaturais que exigem a
suspensão total da função da mente, ou que só são obtidas pelo
cessar do seu funcionamento, não são de Deus.

b) Todas as visões que têm sua origem no Espírito Santo são
concedidas quando a mente do crente está plenamente ativa e a
ação do demônio segue um caminho oposto.

c) Tudo o que flui de Deus concorda com a natureza de Deus e a
Bíblia.

Vamos apresentar agora mais três diferenças entre a ação de
Deus e a dos demônios.

a) O pensamento dos demônios sempre invade vindo do lado de
fora, entrando principalmente pela mente.

b) O pensamento deles força, empurra e compele o homem a agir
imediatamente, nunca concede tempo para pensar, considerar ou
examinar.

c) Os demônios confundem e paralisam a mente do homem, para
que não mais possam pensar.

OS FENÔMENOS DE UMA MENTE PASSIVA

      Vamos apresentar rapidamente os fenômenos de uma mente
sob o ataque dos maus espíritos.

Pensamentos Relâmpagos

      Depois que a mente de alguém afunda na passividade, ele
receberá muitos pensamentos injetados pelo lado de fora, noções
impuras, blasfemas e confusas. Tudo isso passa por sua mente em
sucessão. Embora ela decida rejeitá-las, não tem poder para fazê-la
cessar ou para alterar a inclinação do seu pensamento. Algumas
vezes, essas idéias reluzem no cérebro de alguém como um
relâmpago.

Imagens

      O adversário também pode projetar imagens, boas ou
impuras, na mente do crente. Isso acontece porque seu poder de
imaginação declinou para a passividade. Ele não pode controlar
seus poderes imaginativos, mas permitiu o controle deles pelos
maus espíritos.




                               179
A experiência da transformação da alma


Sonhos
                                                                              NOTAS

       Os sonhos podem ser naturais e sobrenaturais. Alguns são
inspirados por Deus e ainda outros por Satanás. Os poderes
malignos podem criar imagens durante o dia e sonhos durante a
noite. À noite o cérebro não é tão ativo como de dia, sendo, desse
modo, mais passivo e mais propenso a ser manipulado pelo diabo.
Tais sonhos fazem com que se levante pela manhã seguinte com a
cabeça pesada e um espírito melancólico. Os sonhos e as visões de
Deus capacitam o homem a ser normal, tranqüilo, cheio de
raciocínio e consciente. Os sonhos inspirados por Satanás, são
grotescos, impetuosos, fantásticos, tolos e tornam a pessoa
arrogante, atordoada, confusa e irracional.

Insônia

       Este é um mal comum dos santos. Ao deitarem à noite,
muitos experimentam pensamentos sem fim brotando em suas
mentes. Continuam pensando no seu dia de trabalho ou
relembrando experiências passadas, ou mesmo enchendo suas
mentes com uma mistura de assuntos. Eles pensam de antemão
nas obrigações da manhã seguinte, tais como o que devem fazer e
qual seria o melhor plano. Seus cérebros giram incessantemente.
Essas pessoas querem realmente dormir, mas não conseguem
parar de pensar. No curso normal dos acontecimentos, o sono
renova o espírito das pessoas; mas quando se passa noites e noites
de insônia, tal crente chegará a ter pavor do sono, da cama e da
noite.

Esquecimento

       Devido ao ataque do diabo, muitos santos são destituídos do
seu poder de memória e sofrem de esquecimento. Eles esquecem
até mesmo o que disseram e fizeram. Não podem localizar objetos
que guardaram naquele mesmo dia. Outro fenômeno pode ser
observado: o crente pode normalmente possuir uma boa memória,
mas em vários momentos críticos ela falha inexplicavelmente. Tudo
isso é ação de demônios.

Falta de Concentração

       Alguns, por ação de espíritos malignos, parecem não ter
qualquer poder de concentração quando tentam pensar; outros são
melhores, mas seus pensamentos voam para qualquer lugar depois
de uns poucos momentos de concentração num determinado
assunto, principalmente, durante a oração e a leitura da Bíblia. Há
irmãos que não têm consciência do que estão lendo e não
conseguem prestar atenção aos cultos. Espíritos malignos tentam
evitar que ouçam o que seria útil, não fazendo cessar a operação de
suas mentes, mas forçando-os a pensar em outras coisas. Por essa
razão, muitos cristãos não conseguem ouvir o que os outros lhes


                               180
A experiência da transformação da alma


dizem. Antes que o outro termine, ele já está interrompendo
                                                                              NOTAS
impacientemente, pois os maus espíritos o inspiraram com inúmeros
pensamentos.

Inatividade

        Num último estágio, a mente do crente perde sua capacidade
de pensar e cai quase que inteiramente nas mãos dos maus
espíritos. A pessoa torna-se incapaz de pensar, pois não consegue
iniciar qualquer pensamento, pois milhares de pensamentos passam
por sua mente a cada instante e ele não tem como fazê-los cessar.
O crente escravizado desenvolverá um ponto de vista desordenado
e desequilibrado. Um pequeno monte aos seus olhos parece uma
montanha. Essa pessoa foge de situações e pessoas que o forcem
a pensar. Todo o seu tempo é dissipado, gasto sem pensamento,
imaginação, raciocínio ou consciência.

Vacilação

      São cristãos que não têm firmeza de caráter e que trocam de
posição interminavelmente. Todavia, na realidade, são os espíritos
iníquos que mudam seus pensamentos e alteram suas opiniões. De
manhã decidem fazer algo e à tarde já mudaram de idéia.

Tagarelice

       Geralmente, crentes assaltados por Satanás são muito
tagarelas, visto que suas cabeças estão explodindo com
pensamentos, suas bocas não podem estar sem grande abundância
de palavras. A mente que não pode ouvir aos outros, mas exige que
os outros a ouçam é uma mente doente. Muitos cristãos são como
máquinas falantes, operadas por forças externas. Quantos não
podem refrear suas línguas da fofoca, dos gracejos e da difamação!
Parece que as idéias tão logo surgem em suas mentes e antes que
haja oportunidade para considerá-las, já se transformaram em
palavras _ a língua fica fora do controle da mente e da vontade.
Tudo isso é causa da passividade da mente. O cristão deve
compreender que todas as suas declarações devem ser o resultado
do seu próprio pensar.

Obstinação

       Uma pessoa passiva se recusa categoricamente a ouvir
qualquer raciocínio ou evidência, após ter tomado uma decisão. Não
está disposto a ouvir os outros, pois julga que nunca podem saber o
que ele sabe! Esse tipo de pessoa está aceita todas as vozes
sobrenaturais como sendo de Deus e uma vez que ele crê que a
direção é de Deus, sua mente é selada contra qualquer mudança.




                               181
A experiência da transformação da alma


O Sintoma dos Olhos
                                                                               NOTAS

       A mente que é passiva e assaltada pelos maus espíritos,
pode ser identificada prontamente através dos olhos. Os olhos do
homem revelam sua mente mais do que qualquer outra parte do seu
corpo. Enquanto um pessoa com a mente passiva conversa com os
outros, seus olhos tendem a vaguear ao redor, para cima e para
baixo, voando em todas as direções ou então, ela não consegue
olhar no rosto do outro. Os olhos podem também se fixar em uma
direção sem nem mesmo piscar, como se estivesse paralisado.

Finalmente

        Recapitulando: os fenômenos da mente de um cristão sob o
ataque dos maus espíritos são múltiplos e variados. Um princípio,
entretanto, é a base de todos eles: a pessoa perde seu controle.
Inatividade em lugar de atividade, inquietação em lugar de calma,
agitação devido à inundação de pensamentos, incapacidade de
concentração, ou para distinguir ou lembrar, confusão fora de
controle, trabalhos sem fruto, ausência de trabalho durante o dia e
sonhos e visões à noite, insônia, dúvidas, falta de vigilância, medo
sem razão, perturbação a ponto de agonia, todas estas coisas são
inspiradas pelos maus espíritos.

O CAMINHO DO LIVRAMENTO

      Se você percebeu que ainda há passividade em sua mente,
não se desespere, há um caminho para o livramento, basta buscá-lo
com diligência.

Os Ardis dos Maus Espíritos

        Os que vão buscar o livramento, devem saber que os maus
espíritos não permitirão seus cativos saiam livres sem luta. É
importante que você realmente saiba, tenha clareza, que cedeu
espaço a demônios e decida firmemente reconquistar o espaço
cedido. O diabo vai usar várias táticas para impedi-lo, e, caso não
consigam, tentarão uma luta final para ganhá-lo, empregando sua
costumeira tática mentirosa, apontando-lhe que não poderá
reconquistar sua liberdade por ter se afundado demasiadamente na
passividade, ou então que Deus não está disposto a lhe conceder
graça novamente, ou mesmo que será melhor que ele não resista,
ou que de qualquer forma ele não poderá ver o dia do livramento;
por isso, por que se aborrecer com esforço e sofrimento? Nessa
luta, o crente deve aprender que a as armas de guerra devem ser
espirituais, pois as carnais de nada lhe valem.

O Terreno Perdido a Ser Recuperado

      Sintetizando o que já vimos, os maus espíritos têm podido
operar na mente do crente por (1) uma mente não renovada, (2)


                                182
A experiência da transformação da alma


aceitação das mentiras dos maus espíritos, e (3) passividade.
                                                                               NOTAS
Depois de identificar em qual dessas áreas ele cedeu território aos
maus espíritos, ele deve partir imediatamente para a recuperação
do terreno perdido. A mente não renovada deve ser renovada; a
mentira aceita deve ser localizada e renunciada; e a passividade
deve ser transformada em ação livre.

A Mente Renovada

       Deus não deseja uma mudança na mente de Seus filhos
apenas na ocasião da conversão. A mente deve ser renovada
constantemente e completamente, visto que qualquer resíduo da
sua carnalidade é hostil a Deus. Rm 8:7, 2 Co.10:5; Rm. 6:11,12 e
Efésios 4, são versículos que nos advertem quanto ao domínio de
Satanás em algumas áreas de nossa vidas e introduzem a cruz
como o instrumento para a renovação da mente. A salvação que
Deus comunica através da cruz inclui não apenas uma nova vida,
mas a renovação de cada função da nossa alma também. A
salvação que está profundamente arraigada em nosso ser deve ser
gradualmente "desenvolvida". Precisa ficar claro para nós que a
renovação é obra de Deus, mas o despojar o negar, o abandonar o
seu velho órgão do pensamento é o que você deve fazer.
       Depois de reconhecer a velhice da sua mente e desejar
despojá-la pela cruz, o cristão deve agora praticar a negação diária
de todos os pensamentos carnais. De outro modo, a renovação será
impossível. Em 2 Co.10.5, aprendemos que devemos trazer todos
os pensamentos cativos à obediência de Cristo; devemos examinar
o pensamento para determinar se: (1) ele vem da sua mente velha,
ou (2) se ele emana do terreno cedido, e se (3) oferecerá novo
terreno aos maus espíritos, ou se (4) ele brota de uma mente
normal e renovada.

Mentiras Renunciadas

       Quando o salvo se coloca debaixo da luz de Deus, ele
descobre que freqüentemente no passado as mentiras dos maus
espíritos foram por ele aceitas, levando a uma situação de
passividade. Exercitando-se, o filho de Deus descobrirá que muitas
aflições, fraquezas, doenças e outros fenômenos em sua vida hoje,
aconteceram porque ele aceitou direta ou indiretamente as mentiras
nele plantadas no passado pelos demônios. Para se assegurar a
liberdade, o cristão deve experimentar a luz de Deus, que é a
verdade de Deus. Visto que ele anteriormente perdeu terreno por
crer nas mentiras, agora deve recuperar este terreno negando todas
as mentiras. Deve orar buscando luz de Deus para conhecer toda a
verdade. Pela oração e pela escolha da vontade, ele deve resistir a
toda mentira satânica.




                                183
A experiência da transformação da alma


A Normalidade Reconhecida
                                                                               NOTAS

       O crente passivo que deseja se libertar precisa urgentemente
determinar o que é normal para ele. Ele precisa ser restaurado ao
seu estado original aquele estado que possuía antes de cair através
do engano do inimigo. Algumas perguntas são importantes fazer
nesse processo de volta à normalidade: qual era a minha condição
anterior? A que distância eu estou dela hoje? Como posso ser
restaurado a ela? E ainda: Minha mente nasceu tão confusa ou
houve uma ocasião quando não era confuso? Minha memória
sempre foi tão pobre ou houve um período quando eu podia lembrar
bem?

A Passividade Destruída

       Precisamos entender uma lei básica no reino espiritual: nada
que pertença ao homem pode ser realizado sem o consentimento
da sua vontade. É devido à ignorância que o filho de Deus aceita o
engano dos maus espíritos e dá permissão a eles para operarem
em sua vida. Agora, para retomar o terreno, deve retirar o
consentimento dado aos demônios, insistindo no fato de que ele é
seu próprio senhor e não vai tolerar que o inimigo manipule
qualquer parte do seu ser.
       Nesse processo de retomada, o crente deve tomar a iniciativa
em cada ação e não depender de ninguém mais. Ele deve tomar
sua própria decisão, sem esperar passivamente pelo outros ou por
circunstâncias. Orando e vigiando, deve avançar passo a passo.
Deve exercitar sua mente e pensar: pensar no que deve fazer, falar
ou se tornar. O crente deve entender que este processo pode
demorar. Cada sugestão do inimigo dada ao crente deve ser
enfrentada resolutamente com a verdade da Bíblia. Responda as
dúvidas com os textos da fé; reaja ao desespero com as palavras de
esperança; responda ao temor com palavras de paz. A vitória é
obtida pelo manejo da Espada do Espírito.

 Liberdade e Renovação

        À medida que o crente recupera o terreno, o efeito se
manifestará. No início, quando começa o processo, pode parecer
que as coisas estão piorando, mas não desista. Se você
permanecer no fundamento da cruz e exercitar sua mente para
resistir a usurpação do inimigo, logo será libertado completamente e
se tornará senhor da sua própria vida mental. Deus quer que a
mente do cristão seja não apenas livrada dos grilhões do poder das
trevas pelo controle de si mesma, mas que seja renovada a fim de
poder cooperar completamente com o Espírito Santo.




                                184
A experiência da transformação da alma

                                                                               NOTAS
AS LEIS DA MENTE

      Com sua mente renovada, o filho de Deus tem a capacidade
de concentração muito mais aguçada, o entendimento mais
perceptivo, a memória mais vigilante, o raciocínio mais claro, a
perspectiva menos limitada, e até mesmo mais facilidade para
receber conhecimento espiritual.

       Todavia, mesmo que a mente tenha sido renovada, não
existe garantia de que não possa ser atacada novamente, por isso,
o cristão deve manter constante vigilância. A fim de manter sua
mente continuamente em estado de renovação, ele precisa se
apropriar das suas leis. Assim como o espírito tem suas leis, a
mente também as tem. Vamos mencionar algumas delas que, se
praticadas assegurarão a vitória ao crente.

A Mente Trabalhando Com o Espírito

(1) O Espírito Santo revela a vontade de Deus no espírito de
alguém;

(2) através da sua mente o crente compreende o significado dessa
revelação;

(3) e com sua vontade ele emprega sua força espiritual para cumprir
a vontade de Deus. Este é o processo de discernimento,
entendimento e realização na vida de um cristão. Com esse
processo descobrimos que a mente é o melhor ajudador do espírito.
Portanto, é necessário entender como estes dois trabalham juntos.
       A Bíblia fala claramente sobre a coordenação do espírito e da
mente. Em primeiro lugar chegamos a conhecer a vontade de Deus
em nossa intuição e depois nosso intelecto a interpreta para nós. O
Espírito Santo se move em nosso espírito, produzindo em nós um
sentimento espiritual; em seguida, exercitamos nosso cérebro para
estudar e entender o significado desse sentimento. Entendemos
assim, que a mente manifesta (dá manifestação) o espírito do
homem. Se ela for obstruída, o espírito será privado do seu meio de
expressão.

A Mente, o Espírito e a Mente Espiritual

        Devemos estar cada vez mais conscientes da necessidade
de se andar segundo o espírito e do perigo de se andar segundo a
carne. Segundo Romanos 8:5,6, andar pelo espírito indica
simplesmente que a mente, sob o controle do espírito, se fixa nas
coisas do espírito. Depois de renovada, a mente agora está
qualificada para detectar todo movimento e silêncio do espírito.
        Nossa faculdade mental (a alma) fica entre o espírito e a
carne (o corpo). Seja o que for em que a mente se fixar, nisso é que
o homem andará. Se ela se ocupa com a carne, andamos segundo
a carne; se fixa no espírito, nós andamos segundo o espírito.


                                185
A experiência da transformação da alma


Seguimos sempre tudo aquilo para o qual a mente se inclina. Essa é
                                                                               NOTAS
uma lei imutável. Por que as inclinações para as realidades do
espírito são tão importantes? É porque isto nos dá sintonia com o
falar do espírito. Muitas vezes, o Espírito concede revelação à
nossa intuição, mas nosso intelecto está voltado para um milhão de
outras coisas estranhas ao movimento no espírito.

Uma Mente Aberta

       Na intuição, Deus fala no nosso espírito que transmite a
mensagem à mente. Quando ouvimos a pregação da Palavra por
outros filhos de Deus, tal verdade é primeiro recebida pelo intelecto
antes de alcançar o espírito. Se nosso cérebro está cheio de
preconceitos para com a verdade ou para com o pregador, a
verdade não entrará nele nem se estenderá à nossa vida. Uma
mente aberta permite a luz entrar, mas a iluminação da luz do
espírito torna a verdade proveitosa.

Uma Mente Controlada

       Cada parte da vida cristã precisa estar sob governo; isso
inclui a mente, mesmo depois da renovação. Pedro nos exorta a
manter constante vigilância, cingindo a nossas mentes (I Pe 1.3).
Devemos controlar nossos pensamentos e nunca deixá-los soltos. O
objetivo de Deus é que levemos todo pensamento cativo à
obediência de Cristo. Não devemos permitir que nenhum deles
escape à nossa observação, controle ou julgamento. Os
pensamentos impróprios não devem permanecer na vida do cristão.
Cada coisa não apropriada deve ser posta para fora. O cristão
também não deve permitir que sua mente fique ociosa.
       Quando a mente estiver funcionando, tenha cuidado para que
ela não o faça sozinha, ela deve operar sob o governo do espírito.
Muitos examinam as Escrituras dependendo apenas de sua própria
capacidade intelectual. Todavia, a verdade que declaram conhecer
está apenas em suas cabeças. Deveríamos rejeitar sinceramente
todas as verdades que são apenas mentais, porque tal
conhecimento dá oportunidade a Satanás de operar.
       Falamos muito que a mente não pode ser preguiçosa e nem
ociosa; entretanto, o cérebro precisa descansar. Se o crente permitir
que ele trabalhe incessantemente sem descansar, eventualmente
ele se tornará doente, como acontece com o corpo. A derrota que
Elias encontrou sob a árvore de Zimbro, foi por causa do trabalho
excessivo da sua mente (I Reis 19).

Uma Mente Cheia da Palavra de Deus

        "Porei minhas leis dentro de suas mentes", (Hb. 8:10).
Devemos ler e decorar mais a Palavra de Deus. Se lermos a Bíblia
diligentemente, Deus encherá cada pensamento nosso com Suas
leis. Lembraremos instantaneamente aquilo que a Bíblia diz, quando
estivermos necessitados de luz para o nosso caminho. Se


                                186
A experiência da transformação da alma


estivermos unidos com a Bíblia, poderemos compreender a mente
                                                                              NOTAS
de Deus em todos os sentidos.


O Clamor por Uma Mente Purificada

      O cristão deve pedir continuamente a Deus que purifique sua
vida mental e a mantenha sempre nova. Ore para que você não
apenas pense nEle, mas pense corretamente.

A ANÁLISE DA ALMA - A VONTADE

A Vontade do Crente
       A vontade do homem é órgão pelo qual ele toma decisões.
Nossa emoção expressa como sentimos, nossa mente diz o que
pensamos, mas nossa vontade comunica aquilo que queremos. De
modo que, na busca do crescimento espiritual, o crente não deve
negligenciar sua vontade. A salvação verdadeira e perfeita salva a
vontade do homem. A vontade do homem deve estar unida com a
vontade de Deus. Conseqüentemente, depois de receber vida, o
crente deve estar atendo não apenas à sua intuição, mas à sua
vontade também.

Uma Vontade Livre

        O crente deve exercitar uma vontade livre. A vontade livre
significa que o homem pode escolher o que quer, ele não é um
brinquedo mecânico para ser dirigido pelos outros. Em Gn. 2:16,17,
Deus persuadiu, proibiu, mas nunca forçou Adão a cumprir Sua
vontade. Para o crente obedecer a Deus, é necessária uma
disposição da sua parte, porque Deus nunca o força.

Queda e Salvação

       A queda do homem trouxe enorme prejuízo à vontade livre do
homem.
       A queda original do homem foi devido à rebelião da sua
vontade contra a vontade de Deus; e, por isso, sua salvação atual é
realizada pela volta de sua vontade à obediência de Deus. No
momento do novo nascimento, a vontade do homem ainda não está
unida com Deus, mas sua vontade caía é levantada por sua
aceitação do Senhor Jesus e sua rejeição de Satanás, do ego e do
mundo. Ter a vontade renovada é muito mais vital do que as outras
partes da alma. A mente pode ser desorientada e a emoção pode
ser desordenada, mas a vontade não pode estar errada. Se estiver,
ela introduz sérias conseqüências, visto ser o próprio ego do
homem e por controlar todos os outros órgãos. Se ela estiver
errada, a vontade de Deus não pode ser realizada.

Uma Vontade Submissa



                               187
A experiência da transformação da alma


       Se em nossas vidas a natureza, a vida e as atividades não
                                                                              NOTAS
forem renunciadas, a vida de Deus não tem como se expressar.
Nosso "ego" é freqüentemente o inimigo da vida de Deus. Nosso
crescimento espiritual será severamente atrofiado se não tivermos
intenção nem experiência de nos perdermos. E uma vez que essa
vontade governante do homem estiver completamente unida a
Deus, o homem se submete espontânea e completamente a Ele.
       Nossa vida de união com o Senhor tem dois passos: a união
de vida e a união de vontade. Somos unidos com Ele em vida no
momento em que somos regenerados e recebemos Sua vida. Essa
união é interna. É necessário, também, que haja uma união externa
_ a da vontade. Esta união indica que temos uma vontade com
Deus. Estas duas uniões estão relacionadas; nenhuma é
independente da outra.
       Se não houver uma submissão incondicional e uma
disposição do crente para aceitar Sua vontade inteiramente, tudo o
que se denomina como espiritualidade, sejam sentimentos santos e
de alegria ou pensamentos dignos de louvor, não é nada mais que
uma exibição exterior. Até mesmo visões, sonhos, vozes, suspiros,
zelo, obra, atividade e trabalho são exteriores. A menos que o
crente esteja determinado em sua vontade a completar a carreira
que Deus colocou diante dele, nada tem qualquer valor. Se
estivermos realmente unidos com Deus na vontade, cessaremos de
uma vez com toda atividade que brota de nós mesmos. Assim, tudo
vem de Deus. Ele não pergunta qual é a natureza de qualquer coisa
que iniciamos; Ele quer saber simplesmente com que força a
estamos fazendo.

A Mão de Deus

       Muitos crentes embora salvos, não são totalmente submissos
à vontade de Deus. Ele, então, vai usar vários caminhos para
conduzi-los à obediência. Um deles são as circunstâncias. Deus
coloca Sua mão pesadamente sobre Seu povo a fim de que a
vontade dele não mais se endureça contra Ele. Para alcançar este
fim, Deus permite que muitas coisas venham sobre nós. Se for
preciso, Ele nos deixa entristecer, gemer e sofrer. Nossa vontade é
excessivamente obstinada; ela se recusa a obedecer a Deus até ser
severamente disciplinada. Devemos nos submeter a Deus,
aceitando submeter-nos a Ele. Não fomos salvos para o nosso
próprio prazer, mas para a vontade dEle.

Duas Medidas

       Duas medidas são necessárias para se estar unido com Deus
na vontade. A primeira tem a ver com a sujeição da nossa vontade
por Deus; a segunda com a conquista da vida da nossa vontade.
Estritamente falando, uma vontade obediente e uma vontade
harmoniosa são bastante diferentes. A vontade obediente de um
servo é vista na execução de qualquer ordem do seu senhor; mas o
filho que conhece o coração do pai, cumpre sua obrigação mas a


                               188
A experiência da transformação da alma


realiza com prazer. Podemos ilustrar estas duas condições da
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vontade citando a mulher de Ló, os israelitas e o profeta Balaão. A
saída da esposa de Ló de Sodoma, o êxodo dos israelitas do Egito
e a benção de Israel por Balaão podem ser consideradas como
obediência à vontade de Deus. Todos eram homens e mulheres
subjugados pelo Senhor e não seguiam suas próprias opiniões.
Mesmo assim, suas tendências internas não eram harmoniosas com
Ele; por isso, cada um deles terminou em fracasso. Quão
freqüentemente a direção dos nossos passos é correta, mas o
coração oculto está em desarmonia com Deus. Desse modo, o
fracasso nos alcançará.

O Caminho para a Vitória

       Já entendemos que Deus não fica satisfeito com nada menos
do que a nossa obediência a Ele. Vejamos agora como a vontade
do homem pode ser sintonizada com a de Deus. O caminho para
atingir o ápice da espiritualidade é a entrega da vida da alma à
morte. Como essa é realmente a "porta estreita" e o caminho difícil!
Ela é difícil porque a vontade de Deus deve ser o padrão para cada
passo. Existe apenas uma regra: não faça provisão para o ego. À
medida que a vida da alma é perdida por serem quebrados seus
hábitos, gostos, desejos e anseios, não sobrará mais resistência
para o Senhor. Quão lamentável que tantos cristãos passaram
através desta porta e trilharam este caminho; enquanto que outros
podem ter entrado mas não prosseguiram andando pacientemente.

A PASSIVIDADE E SEUS PERIGOS

       "O meu povo está sendo destruído por falta de
conhecimento". ( Os. 4:6). Os cristãos de hoje geralmente carecem
de dois tipos de conhecimento: (1) conhecimento das condições
através das quais os maus espíritos operam; (2) conhecimento do
princípio da vida espiritual.

A Lei da Causa e Efeito

       Para cada uma das coisas que Deus criou existe uma lei. Os
maus espíritos também operam segundo leis definidas. Ora, se
alguém oferecer as condições para a operação dos maus espíritos,
então, certamente o terreno foi cedido para que eles operem nele.
Esta é a lei da causa e efeito _ aquele que preenche os requisitos
para a operação dos maus espíritos será prejudicado por eles. O
fogo queima tudo o que for colocado nele; a água afoga todos os
querem imersos nela; e os maus espíritos atacam todos (até mesmo
os filhos de Deus) os que concedem terreno a eles. Os demônios
começam a penetrar em qualquer homem, tão logo obtenham uma
base de apoio nele.
       Falando de modo simples, o terreno que o crente fornece aos
demônios é o pecado. Todo pecado fornece território a eles.
Existem dois tipos de pecado: o positivo e o negativo. O positivo é


                                189
A experiência da transformação da alma


aqueles que a pessoa comete: suas mãos realizam más ações,
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seus olhos contemplam cenas malignas, seus ouvidos ouvem
notícias ímpias e sua boca pronuncia palavras impuras. Mas a
Palavra de Deus diz que também a omissão (leia-se pecado
negativo) também é pecado (Tg. 4:17).
       O pecado de omissão que concede terreno aos demônios é a
passividade do crente. A não utilização e a má utilização de
qualquer parte do nosso ser é um pecado aos olhos de Deus. Todas
as nossas habilidades e dons devem ser devidamente utilizados.
Quando isto não acontece, está sendo oferecida ao diabo ocasião
para que elas sejam exercitadas por ele.

Passividade

       O pecado e a passividade são o que precipita a invasão do
inimigo entre os pagãos e até mesmo entre os cristãos. A
passividade de um cristão brota da não utilização dos seus vários
talentos. Ele tem boca, mas recusa a falar porque espera que o
Espírito Santo falará através dele. Ele tem mãos, mas não as usará,
pois espera que Deus há de fazer isso. Ele não usa nenhuma parte
da sua pessoa, mas espera que Deus o mova. Ele não se considera
plenamente entregue a Deus e por isso não mais usará qualquer
elemento do seu ser. Assim ele cai numa inércia que abre o
caminho para o engano e a invasão. Os cristãos pensam que a
união com a vontade de Deus anula a vontade própria e os
transforma em marionetes. Isto se torna uma condição perfeita (e
um convite também) para o inimigo entrar.

A Tolice do Crente

        Devemos exercitar ativamente nossa vontade. Isso é o que
indica a Escritura: "se a vontade de alguém é fazer a vontade dEle,
conhecerá..." (Jo 7:17), e, "pedi o que quiserdes, e assim vos será
feito"( Jo. 15:7). Nós desfrutamos de uma vontade livre. Deus nunca
a usurpa. Ele espera que o Obedeçamos, mas ao mesmo tempo
respeita nossa personalidade. Satanás, do mesmo modo, não tem
como usurpar qualquer parte do homem sem o consentimento dele,
conscientemente ou não. Satanás precisa ganhar a permissão do
crente, mas este nunca a entregará a ele. Por isso, o diabo é
forçado a usar o engano a fim de extrair o consentimento dele.
        A operação de Deus e a de Satanás são diferentes. Deus
convida o homem a escolher ativa, consciente e voluntariamente
fazer Sua vontade, a fim de que seu espírito, alma e corpo sejam
livres. Satanás o força a ser seu escravo passivo e cativo. Deus se
agrada quando alguém quer o que Ele quer.

Os Perigos

       Eis a ordem do processo que muitos crentes cumprem até
caírem nas mãos dos demônios: (1) ignorância, (2) engano, (3)
passividade, (4) entrincheiramento. Depois de seguir todos estes


                               190
A experiência da transformação da alma


passos, o engano aprofunda mais, resultando finalmente num cerco
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de proporções alarmantes. A pessoa nesse estado prefere ser
guiado pela circunstância a ser livre para escolher sua
circunstância, porque fazer uma escolha é muito cansativo para ele.
Em tal condição de inércia, decidir uma questão pequena se torna
uma tarefa tremenda. A vítima busca ajuda em toda parte. Sente-se
bastante atrapalhado por não saber como lidar com seus negócios
diários. Parece ter grande dificuldade em compreender o que as
pessoas lhe dizem. Lembrar de algo lhe é extremamente doloroso.
Este crente fica à espera de uma ajuda, um impulsionar exterior.
Estamos sugerindo que tal crente passivo não gosta de trabalhar?
De modo nenhum! Porque quando é impulsionado por uma força
externa, ele é capaz de trabalhar; mas tão logo termina a
compulsão, ele pára bem no meio de seu trabalho, sentindo-se sem
forças para prosseguir. Este crente não conclui suas tarefas.
       Porque sua vontade já é passiva e sem capacidade de
operar, os maus espíritos geralmente o conduzirão a uma situação
onde o exercício da vontade é necessário, a fim de embaraçá-lo e
sujeitá-lo ao escárnio. Eles instigam muitas dificuldades para que o
santo fique esgotado. Quão lamentável que ele não tenha força para
protestar e resistir. As potestades levaram vantagem porque sua
vítima caiu da ignorância para o engano, do engano paro a
passividade e da passividade para os sofrimentos de um profundo
cerco. Mesmo assim, ele ainda não discerniu que tal situação não
foi dada por Deus e por isso continua em sua aceitação passiva.
"Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para
lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis..." (Rm.
6:6) Se nos oferecemos a Deus apenas de boca, e na prática real
estamos nos sujeitando aos maus espíritos, não podemos escapar
de sermos seus escravos.


O ENGANO DO CRENTE

        Os crentes que caem nas garras dos maus espíritos não são
apenas os mais profanos, degenerados e pecaminosos. Pelo
contrário, muitas vezes são cristãos totalmente entregues a
espiritualmente mais avançados do que os crentes comuns. Eles
caem na passividade por não conhecerem como cooperar com
Deus. Estão cheios de boas intenções, mas honestidade não é a
condição para não ser enganado; mas o conhecimento sim. Como
ele pode esperar que Deus o proteja, por causa de suas boas
intenções, quando está cumprindo os pré-requisitos para a
operação dos maus espíritos?
        Consideraremos agora, com alguns detalhes, alguns
conceitos errôneos que os cristãos geralmente aceitam.
        Uma noção errada com respeito à morte juntamente com
Cristo, Gl. 2:20 fala da nossa morte com Cristo. Alguns interpretam
tais palavras como que indicando auto-anulação. O que eles
consideram ser o ápice da vida espiritual é uma perda de
personalidade, ausência de vontade e de autocontrole. O argumento


                                191
A experiência da transformação da alma


deles é: "Visto que fui crucificado com Cristo, então o eu não mais
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existe. Já que o Eu morreu, então eu devo praticar a morte, isto é,
não devo abrigar qualquer pensamento, desejo ou sentimento.
Porque Cristo está vivo dentro de mim, Ele pensará ou sentirá em
meu lugar". Infelizmente estas pessoas ignoram o restante do
versículo: "...a vida que agora Eu vivo na carne".
       Paulo, depois de ter passado pela cruz, ainda declara de si
mesmo: "...agora (Eu) vivo"!
       A cruz não aniquila o nosso "Eu". O verdadeiro sentido da
nossa aceitação da morte juntamente com Cristo é que estamos
mortos para o pecado e que entregamos nossa vida da alma à
morte. Deus nos convida a negar o desejo de viver pelo nosso
poder natural e a vivermos por Ele, dependendo de Sua vitalidade
momento a momento. Tal andar com Deus requer o exercício diário
da nossa vontade, de uma maneira ativa, consciente e em fé, para a
negação da nossa própria energia natural e a apropriação da
energia divina. As conseqüências do mau entendimento dessa
verdade são: (1) o crente pára de ser ativo, (2) Deus não pode usá-
lo porque violou Seu princípio de operação e (3) os maus espíritos
agarram a oportunidade para invadi-lo, visto que, involuntariamente,
preencheu os requisitos para sua operação. Quando dizemos que
alguém deve estar "sem ego", queremos dizer sem qualquer
atividade do ego, e não sem a existência do ego.

A Operação de Deus

       Outro texto mal interpretado é Filipenses 2:13. "É Deus quem
opera em vós tanto o querer como o efetuar, para o seu bom
prazer". Alguns pensam que já que Deus deseja e opera em lugar
deles, então eles mesmos não precisam fazer isso. Esses santos
não vêem que a essência correta desse versículo é que Deus opera
em nós até o ponto da nossa prontidão para querer e realizar. Ele
só opera até aquele ponto e nada mais. Ele nunca realiza o querer e
o efetuar em nosso lugar. Ele apenas se empenha para trazer o
homem à posição de estar disposto a querer e fazer Sua vontade
excelente. Ele nos faz voltar para o Seu desejo, e depois nos deixa
tomar nossa decisão. Não é o propósito de Deus aniquilar nossa
vontade. Se assim não for, não teremos nos oferecido a Deus, mas
teremos feito uma aliança com um espírito maligno. A atitude
correta é essa: eu tenho minha própria vontade, entretanto, quero a
vontade de Deus.

A Obra do Espírito Santo

      O que se segue são alguns dos equívocos mais comuns.

1. Obedeça ao Espírito Santo - "O Espírito Santo que Deus tem
dado àqueles que lhe obedecem." Atos 5:32. Muitos crentes
aceitam como sendo o Espírito Santo todo espírito que vem a eles.
O que eles não sabem é que a Escritura aqui não nos ensina a



                                192
A experiência da transformação da alma


obedecer ao Espírito Santo e sim a Deus o Pai, através do Espírito.
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Em Atos 5:29, os apóstolos disseram que deviam obedecer a Deus.
Se alguém fizer de Deus o Espírito seu objeto de obediência e
esquecer Deus Pai, sua tendência é obedecer ao espírito nele ou ao
seu redor, ao invés de obedecer ao Pai que está no céu através do
Espírito Santo. Ultrapassar os limites da Palavra de Deus resulta em
perigos incontáveis!

2. A norma do Espírito Santo - Não devemos esperar que o
Espírito de Deus pense através da nossa mente, sinta através da
nossa emoção ou decida através de nossa vontade. Ele torna
conhecida Sua vontade à intuição do nosso espírito, a fim de que
nós mesmos possamos pensar, sentir e agir segundo Sua vontade.
É um erro grave pensar que devemos oferecer nossa mente ao
Espírito Santo, permitindo que ele pense através dela. Ele só age
em nosso espírito. Da mesma forma, o Espírito não controla
diretamente o corpo do homem. Ele nunca usa nenhuma parte do
corpo do homem, sem o consentimento da sua própria vontade. O
Espírito Santo também não exercita qualquer das partes físicas do
homem para ele.

Vida espiritual

Existem vários conceitos errados relacionados com a vida espiritual.
Eis alguns.

1 - Falar - Mt.10:20 "Porque não sois vós quem haveis de falar, mas
o Espírito de vosso Pai é quem fala através de vós". Alguns
imaginam que enquanto estiverem entregando uma mensagem
numa reunião, não devem empregar sua mente e vontade, mas
devem apenas oferecer suas bocas passivamente a Deus, deixando
que Ele fale através deles. Este texto não quer dizer isto.

2 - Direção - "E vossos ouvidos ouvirão uma voz atrás de vós,
dizendo: Este é o caminho; andai nele". (Is. 30:21). Os santos não
percebem que este versículo se refere especificamente à
experiência do povo terreno de Deus, os judeus, durante o reino
milenar, quando não haverá imitação satânica. Desconhecendo
isso, eles entendem que a direção sobrenatural numa voz é a mais
elevada forma de direção. Não escutam sua consciência nem
seguem sua intuição; esperam simplesmente de uma forma passiva
pela voz sobrenatural. Neste momento os demônios acham um
terreno fértil para agir.

3 - Memória - "Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai
enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas, e vos fará
lembrar de tudo o que vos tenho dito" (Jo.14:26). Os cristãos não
entendem que este versículo significa que o Consolador iluminará
suas mentes a fim de que possam lembrar aquilo que o senhor
falou. Eles, pelo contrário, pensam que a instrução é para que não
usem sua memória, porque Deus trará todas as coisas à sua mente.


                                193
A experiência da transformação da alma

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4 - Amor - "O amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado". (Rm. 5:5). Os crentes
entendem que eles mesmos não devem amar, mas sim deixar que o
Espírito Santo dispense o amor de Deus a eles. Oram pedindo a
Deus que ame através deles. Por isso, param de exercitar sua
faculdade da afeição, permitindo que sua função afunde numa
paralisia total. Os maus espíritos, então, substituem o homem. E,
uma vez que abandonou o uso da sua vontade para controlar sua
afeição, eles colocam no homem o amor falsificado deles. Daí em
diante, este homem se comporta como madeira ou pedra, frio e
morto para todas as afeições. Isso explica porque muitos cristãos
são dificilmente acessíveis. Mc. 12:30 diz que devemos amar com
todo o nosso ser. Nós (o Eu) devemos amar.

5 - Humildade - "Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-
nos com alguns, que se louvam a si mesmos". (2 Co. 10:12). Os
crentes entendem mal este texto e pensam que é um convite para
se ocultarem até serem deixados sem auto-estima, coisa que Deus
inquestionavelmente nos permite ter. Muitos exemplos de auto-
humilhação são essencialmente um disfarce para a passividade.
Conseqüentemente, (a) o crente apaga a si mesmo; (b) Deus não o
enche; e (c) os maus espíritos utilizam sua passividade para torná-lo
inútil.

A Norma de Deus

       Tg. 4:7 e I Pd. 5:66,9, nos diz para nos submetermos a Deus
em todas as questões, reconhecendo que o que Ele determina é o
melhor. Isto entretanto não é tudo. Devemos também resistir ao
diabo, enquanto nos submetemos a Deus. Isto porque o diabo imita
a vontade de Deus. Se ignorarmos a presença de uma vontade
além da de Deus, poderemos facilmente aceitar o que é de Satanás
como sendo de Deus e assim cair na armadilha. Isto implica que
nunca devamos nos submeter às nossas circunstâncias sem um
exame e teste diário. Nossa atitude permanece a mesmo todo o
tempo mas nossa prática só entra depois de termos certeza da
vontade de Deus, pois não podemos nos submeter à vontade de
Satanás. É importante obedecer a Deus, mas não cegamente. Por
isso o crente deve examinar ativa e conscientemente a fonte de
cada questão em sua vida.


Sofrimentos e Fraquezas

       O cristão entende que deve andar no caminho da cruz e
sofrer por causa de Cristo. Ele também está disposto a ser fraco e
ser fortalecido pelo poder de Deus. Estas são atitudes louváveis
mas que podem ser utilizadas pelo inimigo, se não forem bem
compreendidas. Sofrer na mão do inimigo e ao mesmo tempo crer



                                194
A experiência da transformação da alma


que seu sofrimento procede de Deus, apenas concede ao inimigo o
                                                                              NOTAS
direito de prolongar o ataque. Ele pensa ser um mártir por sofrer
pela Igreja, mas na verdade é uma vítima. Devemos checar a fonte
do sofrimento. Não devemos aceitar automaticamente todos os
sofrimentos como sendo de Deus.
        Quanto à fraqueza, Paulo estava apenas relatando para nós
a sua experiência de como a graça de Deus o fortaleceu em sua
fragilidade, visando a realização do propósito de Deus. Não
devemos entender que Paulo estivesse persuadindo um crente forte
a escolher propositadamente a fraqueza, a fim de que Deus possa
fortalecê-lo depois. Ele está simplesmente mostrando ao crente
fraco o caminho para a força. Escolher a fraqueza e o sofrimento,
sem os critérios necessários, é preencher as condições para a
operação dos maus espíritos.


O Ponto Vital

        O princípio envolvido em todos os casos que citamos ou não,
é que o diabo não falha em agir sempre que houver passividade da
vontade ou o preenchimento das suas condições de operação. Para
se livrar dessa situação, todos os que tenha sido vítimas dos maus
espíritos devem se perguntar: "preenchi as condições para a
operação dos maus espíritos?". Isso o livrará de muitos
acontecimentos falsos e sofrimentos desnecessários. Outra coisa
que precisamos entender é que os maus espíritos se utilizam a
verdade, por isso, devemos entender o princípio básico de qualquer
ensinamento bíblico, para que o diabo não se utilize da própria
Palavra, distorcendo-a, para nos confundir e aprisionar.


A VEREDA PARA A LIBERDADE

        É possível que um crente consagrado seja enganado com
respeito à passividade por alguns anos, sem jamais ser despertado
para sua perigosa condição. A apresentação do verdadeiro
significado da consagração a estes se torna de importância vital. O
conhecimento da verdade é vital para a libertação da passividade.


O Conhecimento da Verdade

       O primeiro passo para a liberdade é conhecer a verdade de
todas as coisas: a verdade com respeito à cooperação com Deus, a
operação dos maus espíritos, consagração e manifestações
sobrenaturais. O filho de Deus deve conhecer a verdade quanto à
fonte e natureza das experiências que possa ter estado provando.
       Advertimos nossos leitores sobre o perigo da experiência
sobrenatural. Não estamos dizendo que todas estas experiências
são ruins e devem ser abandonadas _ nada disso, pois a Bíblia está


                               195
A experiência da transformação da alma


cheia de experiências sobrenaturais. Nosso propósito é lembrar que
                                                                               NOTAS
pode haver mais de uma fonte por detrás dos fenômenos
sobrenaturais. Será facilmente enganado especialmente aquele
crente que não morreu para sua vida emocional, mas busca
ansiosamente acontecimentos sensacionais.
       Preste atenção! Quando a experiência sobrenatural tem
como autor o Espírito Santo, suas mentes ainda estão em
condições de tomarem parte; não é exigido que sejam total ou
parcialmente passivos antes de obterem tal experiência. Mas, se a
experiência tem como autor demônios, então as vítimas devem ser
levadas à passividade, suas mentes esvaziadas e suas ações
realizadas sob compulsão externa. Devemos sempre lembrar que
os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. (I Co. 14:32).
Qualquer espírito que exige que o profeta se submeta a ele não é
de Deus.

      A aceitação da verdade é o primeiro passo para a liberdade.
Pode ser vergonhoso para o crente reconhecer que foi usado e
enganado pelos maus espíritos, mas é necessário reconhecer a
verdade. A dúvida é o prelúdio para a verdade. Isso não quer dizer
duvidar do Espírito Santo, de Deus ou da Sua Palavra, mas sim da
experiência passada de alguém. Tal dúvida é tanto necessária
quanto bíblica, pois Deus nos mandar "provar os espíritos" (I jo.
4:1).

A Descoberta do Terreno

       O crente deve reconhecer que além do pecado existem
outros elementos que podem fornecer terreno aos maus espíritos: a
aceitação de uma imitação, passividade da vontade e a aceitação
dos pensamentos tipo flash do inimigo. Tudo isso são terreno que
cedemos a demônios. O principal dos terrenos, é a passividade.
       Visto que a passividade entrou pouco a pouco, ela será
eliminada pouco a pouco também. A medida da identificação da
inércia de alguém é a medida da sua emancipação. Descer de uma
montanha é sempre mais fácil do que galgá-la; do mesmo modo,
tornar-se passivo é fácil, mas retomar a liberdade é meticuloso.
Exige-se a cooperação do homem total para se reconquistar todo o
terreno cedido. O filho de Deus deve clamar a Deus definidamente
para lhe mostrar onde ele foi enganado.

A Recuperação do Terreno

      A passividade deu acesso aos maus espíritos, o caminho de
volta é a ativação da vontade. O cristão daí em diante deve
aprender"(a) a obedecer a vontade de Deus, (b) a resistir a vontade
do diabo, e (c) exercitar sua própria vontade em colaboração com a
vontade dos outros santos. O cristão deve declarar constantemente:
"Eu escolho a liberdade; eu a liberdade; eu recuso ser passivo; eu
vou usar meus próprios talentos; eu insisto em conhecer os ardis
dos maus espíritos; eu desejo a derrota deles; eu vou cortar todo o


                                196
A experiência da transformação da alma


relacionamento com os poderes das trevas; eu me oponho a todas
                                                                               NOTAS
as suas mentiras e desculpas". Assim como no início o crente
permitiu a entrada dos maus espíritos, agora ele escolhe o oposto: o
corte pela raiz de qualquer base do inimigo.
        Durante este período de conflito, a vontade do cristão deve
ser envolvida ativamente com várias operações. Além de resolver e
escolher, ele deve também resistir e recusar. Resistindo ele proíbe
outras operações dos maus espíritos; recusando ele cancela a
antiga permissão que havia concedido a eles. Os espíritos do
inimigo, mesmo percebendo a atitude hostil do crente contra eles,
não sairão um centímetro sequer do terreno que ocupam. Eles
devem ser expulsos com força total. O filho de Deus deve utilizar
poder espiritual para imobilizar e remover o inimigo.
        A tentativa de reclamar áreas perdidas e recuperar o uso dos
seus órgãos pode ser extremamente difícil para o crente. Isso se
deve aos seguintes fatos: (a) sua própria vontade é essencialmente
fraca e portanto sem poder para dirigir cada parte do seu ser; (b) os
maus espíritos contendem contra ele com toda a força que
possuem. Se, por exemplo, ele tem sido passivo na questão de
decidir, agora ele vai cancelar o terreno dado e proibir os maus
espíritos de continuarem a operar. Ele está determinado a decidir
por si mesmo sem qualquer interferência deles. Mas descobre que
(a) não pode decidir e (b) que os maus espíritos não deixam que ele
decida e atue. Quando o crente recusa dar permissão a eles para
controlá-lo, eles não permitirão que o cativo deles atue sem sua
permissão. Mas, os maus espíritos se retirarão se a vontade do
crente resisti-los e proibir que ocupem seus órgãos.
        Na luta pela retomada da normalidade, o crente pode achar
que, no estágio inicial do combate, seus sintomas se tornam piores
que antes, como se sua vontade tivesse menos força e a mente
estivesse mais confusa à medida que batalha. Não se preocupe,
este é um sinal de que a vitória se aproxima! Isto revela que a
resistência tem dado resultado: o inimigo sentiu a pressão e está
conseqüentemente fazendo sua última oposição. Se o crente
prossegue oferecendo pressão, os maus espíritos sairão. Durante a
batalha, o crente deve se apropriar permanentemente da verdade
contida em Rm. 6:11, de que a morte do Senhor é a sua morte. Tal
fé o liberta da autoridade dos maus espíritos, visto que eles não têm
poder sobre quem está morto. O crente deve fazer uso da Palavra
de Deus para combater os espíritos maus. O crente, no entanto, não
deve se contentar com um pequeno ganho; não deve parar até que
sua normalidade seja totalmente recuperada.

A Verdadeira Direção

       Na verdadeira direção, o cristão não é obrigado a obedecer a
Deus mecanicamente. O que ele deve fazer é executar a vontade
de Deus ativamente. Na prática da obediência, o crente passa pelos
seguintes passos: (a) disposição para fazer a vontade de Deus
(Jo.7:17); (b) revelação dessa vontade à sua intuição, pelo Espírito



                                197
A experiência da transformação da alma


Santo (Ef. 5:17); (c) fortalecimento de Deus para querer e fazer Sua
                                                                               NOTAS
vontade (Fl. 2:13).

Domínio Próprio

       O ápice do caminhar espiritual de um cristão é o autocontrole
(Gl. 5:22,23). A obra do Espírito Santo é levar o homem exterior do
crente à perfeita obediência ao seu domínio próprio. O Espírito
Santo dirige o crente através da sua vontade renovada. Portanto, as
coisas que o cristão deve controlar por sua vontade são:

(a) Seu próprio espírito, conservando-o em seu estado adequado,
isto é, nem quente nem frio demais. O espírito precisa do controle
da vontade. Todos os que são experimentados concordam que
devem usar sua vontade para limitar o espírito quando ele se torna
precipitado, ou para levantá-lo quando afunda demais.

(b) Sua própria mente e todo o resto da capacidade de sua alma.

(c) Seu próprio corpo. Ele deve ser um instrumento para o homem e
não seu senhor, em virtude de hábitos e cobiças desenfreadas.
Devemos subjugar nosso corpo (I Co. 9:27).


O CRENTE E SEU CORPO

       É importante sabermos que lugar nosso corpo físico ocupa no
propósito e plano de Deus. Nosso corpo deve ser são e restaurado,
como nosso espírito e alma. O corpo é necessário e importante;
senão Deus não teria criado o homem como um. Examinando as
Escrituras, podemos descobrir quanta atenção Deus presta ao
corpo do homem. A Bíblia tem muito que dizer sobre ele. O mais
singular e espantoso é que o Verbo se fez carne: o Filho de Deus
tomou sobre Si um corpo de carne e sangue e, embora tenha
morrido, Ele usa essa vestimenta para sempre.

O Espírito Santo e o Corpo

        Rm. 8:13-13 revela a condição do nosso corpo, como o
Espírito Santo o ajuda e qual deve ser nossa atitude correta para
com ele. Inicialmente, nosso corpo e espírito estavam mortos; mas
depois de crer no Senhor Jesus, nós O recebemos para ser a nossa
vida. Quando recebemos o Espírito, nosso espírito humano é
vivificado; somente o corpo continua morto. A nossa carne ainda é o
"corpo do pecado". A redenção do nosso corpo nos espera no futuro
(Rm.8:23). O pecado não foi eliminado do corpo, por isso ele
continua morto.
        "E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus
habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também
vivificará vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós
habita"(Rm. 8:11). Vemos que, depois que o espírito é vivificado, o


                                198
A experiência da transformação da alma


corpo também pode viver. O Espírito Santo dá vida aos nossos
                                                                               NOTAS
corpos. O corpo está caminhando para a sepultura; espiritualmente
falando, ele é considerado morto. Ora, se nosso corpo está morto,
como podemos empregá-lo para responder às exigências da vida
espiritual? O Espírito Santo deve dar vida aos nossos corpos de
morte. Nós temos o Espírito Santo habitando em nós; portanto,
nossos corpos mortais devem experimentar Sua vida. Através desse
poder de habitação, o Espírito Santo da vida aos nossos corpos.
O fato de o Espírito Santo dar vida a nossos corpos não quer dizer
que o "corpo do pecado" se tornou um corpo santo ou que nosso
"corpo de humilhação" foi transformado num corpo glorioso, ou que
este corpo mortal se revestiu de imortalidade. Isto só vai, de fato,
acontecer na vinda do Senhor. O sentido correto do Espírito Santo
dar vida aos nossos corpos é: (l) Ele nos restaurará quando
estivermos doentes, (2) nos preservará se não estivermos doentes.
Ele vai nos fortalecer para que possamos correr a carreira que nos
está proposta. Entretanto, muitos desconhecem esse benefício e
seus corpos se tornam um empecilho para a obra.
        "Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se
pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis" (Rm. 8:13).
Se os cristãos rejeitarem a provisão de Deus e viverem pela carne,
certamente serão punidos. Por meio da vida dada ao nosso corpo
pelo Espírito Santo, devemos resistir à morte que está nele; caso
contrário, a morte completará rapidamente sua obra ali. Como
podemos esperar que Ele dê vida ao nosso corpo carnal se
negligenciarmos a obra de mortificar seus feitos? Pois somente
mortificando seus feitos pelo Espírito Santo é que podemos viver.
Muitos crentes erram aqui. Eles acham que o Espírito Santo daria
vida e força aos homens para capacitá-los a viver para si mesmos.
Que grande tolice! A vida que Deus dá ao nosso corpo tem como
propósito vivermos para Ele.
        Nós mesmos não podemos controlar nosso corpo, mas
através do Espírito Santo podemos. Ele nos capacitará a mortificar
seus feitos. Somente o Espírito Santo pode tomar o que a cruz
realizou e fazer com que os crentes a experimentem. Se ouvirmos a
verdade da cruz, mas não permitimos que Ele opere essa verdade
em nossas vidas, então tudo o que sabemos é uma teoria, um ideal.
        O reconhecimento de que o "nosso velho homem foi
crucificado com ele para que o corpo pecaminoso seja anulado", é
realmente bom; mas permaneceremos algemados pelos feitos
carnais, se "pelo Espírito" não "mortificarmos os feitos do corpo".

Glorifique a Deus

       I Co. 6:12-20 acrescenta uma luz nova sobre o assunto do
corpo do crente. Aqui, Paulo julga que todas as exigências do corpo,
tais como comer, beber ou sexo, são naturais, justas e lícitas.
Entretanto, ele entende que nem todas elas são necessariamente
úteis, nem devem escravizar o homem. Muitos cristãos não sabem
como lidar com a questão de comer e beber. Comem para se
satisfazer e, muitas vezes, exageram. O comer não deve impedir


                                199
A experiência da transformação da alma


nossa comunhão com Deus, visto que sua finalidade é apenas
                                                                               NOTAS
preservar o corpo com saúde. Paulo também trata da questão da
imoralidade. Esse é um pecado que contamina o corpo: ele
transgride diretamente o princípio de que o "o corpo é para o
Senhor" (verso 13 do texto acima).
        "E o Senhor para o corpo"(verso 13). Sempre pensamos que
o Senhor salva apenas nosso espírito e alma; achamos que o corpo
é inútil e sem valor na vida espiritual. Mas aqui é declarado que o
Senhor é igualmente para o vaso de barro. A redenção de Cristo é
também para o corpo. Ele quer nos sarar não apenas de problemas
na alma ou no espírito, mas quer sarar também nosso corpo.
        O Senhor para o corpo envolve vários significados: (1)
exprime a idéia de que o Senhor livrará o corpo do pecado. A
despeito de como somos feitos fisiologicamente, mesmo possuindo
fraquezas especiais, podemos vencer nossos pecados através do
Senhor; (2) O Senhor é adicionalmente para nossas doenças
físicas. O Senhor Jesus é capaz de nos livrar das doenças assim
como dos pecados; (3) O Senhor é também para o nosso viver no
corpo. Ele quer que experimentemos em nosso caminhar diário o
poder da Sua ressurreição, para que nosso corpo também viva por
Ele; (4) O Senhor é também para a glorificação do corpo. Isso
acontecerá no futuro _ na volta do Senhor.
        É impossível experimentar o Senhor para o corpo, se usamos
nossos corpos segundo nossos desejos e para o nosso prazer, ao
invés de oferecê-los para viver inteiramente para o Senhor. E o
verso 14 diz que assim como Deus já ressuscitou o corpo do Senhor
Jesus, Ele também vai ressuscitar o nosso dentre os mortos.
Todavia, isso é para o futuro, mas hoje podemos ter o antegozo do
poder da Sua Ressurreição. Queremos ainda enfatizar a questão de
que o corpo de Cristo é para os nossos corpos. Nossos corpos
estão unidos ao dEle (I Co.12:27); conseqüentemente, podemos
extrair vida e força do Seu corpo para suprir nossas necessidades
físicas. Todos aqueles que possuem defeitos físicos devem
permanecer nessa união com Cristo pela fé e extrair dos Seus
recursos para suas necessidades carnais.

       "Fugi da imoralidade. Todo pecado que o homem comete é
fora do corpo; mas o homem imoral peca contra seu próprio corpo”
(Verso 18 de I Co. 6). A Bíblia considera a imoralidade ou fornicação
mais séria do que outros pecados, porque ela tem uma relação
especial com nossos corpos, que são membros de Cristo. Quando
nos unimos a uma prostituta, nos tornamos um só corpo com ele.
Estamos unindo Cristo com uma prostituta.


DOENÇA

      Para sabermos como manter nosso corpo numa condição
que glorifica a Deus devemos primeiro saber que atitude tomar com




                                200
A experiência da transformação da alma


respeito à doença, como fazer uso dela e também como ser
                                                                              NOTAS
curados.


Doença e Pecado

       A Bíblia mostra um relacionamento íntimo entre a doença e o
pecado. A conseqüência final do pecado é a morte. A doença jaz
entre o pecado e a morte. Se não houvesse pecado no mundo, não
haveria doença nem morte. Mas, quando o Senhor Jesus veio para
salvar, Ele não apenas perdoou o pecado do homem mas também
curou o corpo do homem. Desse modo, a primeira atitude que
devemos tomar quando doentes, é nos examinar para determinar se
pecamos ou não contra Deus.
       Isaías 53 diz que tanto a cura do corpo e a paz da alma nos
foram concedidas. Porque Jesus carregou nossas doenças, não
precisamos mais carregá-las. Notemos que a salvação de Deus não
seria completa se o Senhor Jesus simplesmente perdoasse nossos
pecados, mas não curas se nossas doenças também. Hoje muitos
santos crêem no Seu poder para perdoar, mas duvidam da Sua
graça para curar.

A Disciplina de Deus

        Em I Co. 11:30-32, Paulo explica que a doença é um tipo da
disciplina do Senhor. Por terem errado diante do Senhor, os crentes
são disciplinados com doenças para movê-los a julgarem a si
mesmos e eliminarem seus erros. Ao castigar Seus filhos, Deus
trata graciosamente com eles, para que não sejam condenados com
o mundo. Se os cristãos se arrependem de suas faltas, Deus retira
Sua disciplina. Não podemos então evitar a doença através do auto-
julgamento? A doença é, em muitos casos, o julgamento aberto de
Deus sobre o pecado. Todavia, não devemos inferir disso que
aqueles que estão doentes são necessariamente mais pecaminosos
que os outros (Veja Lucas 13:2); bem ao contrário, os que são mais
castigados pelo Senhor geralmente são os mais santos. Jó é um
ótimo exemplo.
        A primeira atitude que alguém deve tomar quando estiver
doente, não é correr de um lado para o outro em busca de cura e
dos meios de cura. O que ele deve fazer é colocar-se totalmente na
luz de Deus para exame, tendo um desejo honesto de aprender se
está sendo castigado devido a alguma falta. Assim, o Espírito Santo
lhe mostrará onde ele tem falhado; e qualquer coisa que lhe for
mostrada, deve ser imediatamente confessada e abandonada. Se
aquele pecado tem prejudicado outras pessoas, então ele deve
fazer o melhor que puder para repará-lo, crendo ao mesmo tempo
em que Deus o aceitou. Deus fica feliz em retirar sua disciplina
quando não é mais necessária.

A Doença e o Ego



                               201
A experiência da transformação da alma


       Todo o mal e situação adversa têm a finalidade de expor
                                                                               NOTAS
nossa verdadeira condição. A doença é uma dessas situações
através da qual podemos ler nossa verdadeira condição. Nunca
sabemos o quanto estamos vivendo para Deus e o quanto vivemos
para o ego até ficarmos doentes, principalmente se a doença for
prolongada. Nos dias bons podemos declarar que somos totalmente
do Senhor, mas na doença nosso egocentrismo é revelado. Quão
lamentável é o cristão que por causa do seu próprio desejo
murmura contra Deus, quando está sob provação. Ele não aceita o
que Deus dá como sendo o melhor para ele; pelo contrário, seu
coração é inundado com o desejo de cura rápida. Por causa disso,
Deus precisa prolongar a doença, até atingir Seu propósito.
       Com a doença Deus mostra se O buscamos apenas nos dias
suaves e tranqüilos ou se O buscaremos mesmo que tudo esteja
ruim. Ele também permite a doença para que abramos mão do amor
próprio _ aquela preocupação exagerada conosco mesmos.

Remédio

       Não pretendemos gastar muito tempo questionando se um
crente pode ou não usar remédio. Entretanto, se o Senhor fez
provisão para a cura do nosso corpo em Sua salvação, parece
ignorância, se não for incredulidade, nos voltarmos para o auxílio da
invenção do homem. O mundo inventou múltiplos tipos de remédios
para aliviar o povo das doenças; todavia, o Senhor realizou na cruz
aquela obra de salvação que diz respeito ao corpo. Buscaremos, na
ânsia de ficarmos sarados, cura segundo os métodos humanos ou
dependeremos do Senhor Jesus para a cura? Existe uma grande
diferença entre ser curado através do remédio e a cura por Deus. O
poder do medicamento é natural, enquanto que o de Deus é
sobrenatural. Quando somos curados por remédios, colocamos
nossa confiança na inteligência do homem; mas quando somos
curados por Deus, dependemos da obra perfeita de Jesus na cruz.
Isto não quer dizer que o Senhor não abençoa os remédios e nos
cura através deles. Mas o Seu alvo é que creiamos na Sua obra e
sejamos curados por uma ação Sua. Se formos curados pela
dependência de Deus, tiraremos tal proveito espiritual que a cura
pelos medicamentos nunca poderá nos conceder. A lição que Deus
pretende nos ensinar na doença é cessar toda a nossa atividade
própria e confiar nEle totalmente.

É Melhor ser Curado

       Alguns santos foram para extremos. Eram antes duros e
obstinados, mas foram quebrados por Deus através da doença
enviada a eles. Responderam bem a Deus e, por isso, tornaram-se
meigos, amáveis e mansos. Visto que a doença foi tão eficaz,
começam a apreciar mais a doença que a saúde. Devemos
entender, entretanto, que a vida com o Senhor não precisa ser de
modo nenhum restrita à enfermidade. Ser capaz de suportar o



                                202
A experiência da transformação da alma


sofrimento é bom, mas não é muito melhor se alguém pode
                                                                               NOTAS
obedecer a Deus quando está cheio de força?
       A doença pode glorificar a Deus, pois ela oferece a Ele uma
oportunidade de manifestar Seu poder curador (Jo. 9:3). Mas como
pode Ele ser glorificado se alguém permanece doente
prolongadamente, porque está apreciando a doença? Deus deseja
curar-nos. Todo o ministério de Jesus na Terra foi marcado por
inúmeras curas. Ele não mudou; continua desejando a cura.
       Não podemos deixar de dizer que a doença se origina com o
diabo. Deus permite que Satanás ataque Seus filhos porque existem
alguns defeitos na vida deles. Mas cuidado, há doenças que vêm do
diabo e que não precisamos sofrê-las; há também doenças que já
deviam ter sido retiradas pois já cumpriram o propósito para a qual
vieram. Nesses dois casos estamos sofrendo sem necessidades.
Muitos estão enfermos sem qualquer necessidade, simplesmente
por falta de força para lançar mão da promessa de cura de Deus,
por fé. Devemos entender que a benção espiritual que recebemos
na doença é bastante inferior à que recebemos na restauração.
Para ser curado, chame os presbíteros para que orem com você
(Tg. 5:14,15), ou então, exercite fé tranqüilamente para tomar posse
da promessa de Deus (Ex. 15:26). Deus há de nos curar.
Na redenção, Deus trata a doença de modo diferente do pecado. A
destruição do pecado é totalmente ilimitada; mas não é assim com a
doença. Timóteo, por exemplo, continuou tendo um estômago fraco.
Nós, porém, afirmamos que não deveria haver tanta enfermidade
como há entre os filhos de Deus. Inúmeros santos permanecem
doentes porque perderam a oportunidade de serem curados. A
menos que tenhamos a segurança que Paulo teve após orar três
vezes, de que sua fraqueza permaneceria porque seria útil para ele,
nós devemos pedir a cura. Até que tenhamos certeza de que Deus
quer que levemos nossa fraqueza, nós devemos pedir ousadamente
que o Senhor mesmo a leve e tire nossa doença.
       Queremos ressaltar a atitude do crente para com a doença.
Toda vez que o cristão ficar doente, a primeira coisa a fazer é
investigar a causa do mal diante do Senhor; não devendo ficar
ansioso demais pela cura. Devemos examinar se temos
desobedecido a Deus, se pecamos em algum lugar, se devemos
algo a alguém, se violamos alguma lei natural, ou negligenciamos
alguma orientação especial. Depois de identificar os motivos,
devemos tomar as atitudes corretas. Resumindo, dizemos que
nenhuma doença acontece sem uma causa. Se um cristão contrair
uma doença, ele deve tentar localizar sua causa ou causas. Depois
de confessá-las uma a uma diante de Deus, ele deve chamar os
anciãos da igreja para que possam confessar uns aos outros e orar
uns pelos outros. Os anciãos ungirão o doente com óleo para que a
vida do corpo de Cristo possa lhe ser restaurada. O influxo da vida
fará desaparecer a doença.


DEUS COMO A VIDA DO CORPO


                                203
A experiência da transformação da alma


       Já vimos que no futuro Deus ressuscitará nosso corpo, mas
                                                                              NOTAS
hoje Ele dá vida ao nosso corpo mortal. Embora nosso corpo seja
ainda animado por nossa vida da alma natural, não mais vivemos
por ela porque confiamos na vida do Filho de Deus, que infunde
energia em nossos membros muito mais abundantemente do que
tudo o que a vida da alma poderia comunicar. Deus deseja nos
conduzir à posse dessa vida de Cristo como nossa força. A Palavra
de Deus é a vida do nosso corpo: "Nem só de pão viverá o homem,
mas de toda a palavra que procede da boca de Deus" (Mt. 4:4).
Alguns vivem só de pão, outros de pão e pela Palavra de Deus. O
pão às vezes falha, mas a Palavra de Deus nunca falha. Deus
oculta Sua vida na Sua Palavra. Portanto, a Palavra não pode ser
tomada apenas como mandamento, uma regra, ela deve ser tomada
como vida. Quando comemos da Palavra, O recebemos como vida
não apenas como vida para o nosso espírito, mas como vida para o
nosso corpo.

As Experiências dos Santos do Passado
       Era um acontecimento comum para os santos do passado
conhecerem a Deus como a força do seu corpo, ou experimentarem
a vida de Deus permeando o corpo deles. Abraão viu o poder de
Deus sendo manifestado em seu corpo quase morto. O ponto
crucial da questão aqui não é tanto a condição do nosso corpo, mas
sim o poder de Deus naquele corpo.
       "Tinha Moisés 120 anos quando morreu; seus olhos não
escureceram, nem se abateu sua força natural" (Dt. 34:7). O poder
da vida de Deus agiu no corpo de Moisés. Calebe também
experimentou o revigorar de Deus (Jos. 14:9-11). Sansão foi
poderosamente usado pelo Espírito Santo em proezas físicas. Há
muitos outros exemplos de homens de Deus do passado que foram
revigorados pela vida de Deus.
        Queremos enfatizar que a vida de Deus é adequada não
somente para curar enfermidades, mas também para nos preservar
fortes e sadios, capacitando-nos a vencer doenças e fraquezas.

A Experiência de Paulo

       Visto que nossos corpos são membros daquele corpo (o
corpo de Cristo), a vida naturalmente flui para eles. Nos
apropriamos disso por fé. Paulo orou por três vezes para que o
espinho em sua carne fosse retirado. Sem sucesso. Ele era muito
fraco no corpo, mas permaneceu naquela situação por muito
tempo? Não, pois ele nos informa que o poder de Cristo repousou
sobre ele e o tornou forte. Nem o espinho, nem a fraqueza
produzida por ele, deixaram Paulo; todavia o poder de Cristo
inundou seu corpo frágil e lhe deu força para enfrentar cada
necessidade. O poder de Cristo estava em contraste com a
fraqueza de Paulo. Como podia um homem fraco como Paulo
realizar uma obra que exigia tão grande esforço físico? O seu corpo
mortal era vivificado pelo Espírito Santo.


                               204
A experiência da transformação da alma


       Como Deus nos cura e nos fortalece? Pela vida de Jesus.
                                                                              NOTAS
Quando nossa carne mortal é revitalizada a natureza do nosso
corpo não é mudada para a imortalidade: ela permanece a mesma.
A vida que supre vitalidade a este corpo, entretanto, é mudada. Nos
dias passados, vivemos pelo poder da nossa vida natural, mas
agora vivemos pela energia daquela vida sobrenatural de Cristo.
Seu poder de ressurreição está sustentando nosso corpo, por isso
somos capacitados a realizar as tarefas a nós designadas.

O Poder Natural e o Poder de Jesus

      Talvez alguns podem pensar que ter o Senhor Jesus como
vida para o nosso corpo signifique que Deus nos concede uma
grande medida de poder físico, para que nunca venhamos a sofrer
mais ou ficar doentes. O corpo de Paulo era freqüentemente fraco,
mas a força do Senhor Jesus fluía continuamente para ele. Ele vivia
a cada instante pela vida do Senhor. Somente através da
obediência, experimentaremos a realidade da Sua vida para nós.
Será que Ele nos daria Sua força para nos rebelarmos contra Ele?

A Benção Desta Vida

       Se recebêssemos a vida do Senhor Jesus para ser a vida do
nosso corpo, nós experimentaríamos hoje o fortalecimento dos
nossos corpos pelo Senhor e também a prosperidade dos nossos
espíritos por Ele. No tocante ao nosso conhecimento, já sabemos
que nosso corpo é para o Senhor; todavia, por causa do nosso
egocentrismo, Ele não pode nos encher completamente. Mas agora
entregamos nosso tudo a Ele, para que possa tratar conosco da
maneira como desejar. Agora pertencemos ao Senhor
completamente; nada pode, portanto, nos suceder sem Seu
conhecimento e permissão. Entendendo que o Senhor é para o
corpo, o cristão é capaz de se apropriar de todas as riquezas de
Deus para suas necessidades. Para cada necessidade urgente
sempre existe Sua provisão; seu coração conseqüentemente
repousa. Ele não pede mais do que o que Deus proveu, mas
também não fica satisfeito com nada menos do que o que Ele
prometeu. Ele recusa usar sua própria força em qualquer questão
para ajudar a Deus, tentando resolver as coisas antes do Seu
tempo.

VENCENDO A MORTE

       A experiência de vencer a morte não é incomum entre os
santos da Bíblia. Davi foi salvo das garras do leão e do urso e
também da mão de Golias; Sadraque, Mesaque e Abednego não
sofreram nenhum dano na fornalha de fogo; Paulo sacudiu uma
cobra mortal dentro do fogo e não sofreu dano algum, e muitos
outros exemplos. O alvo de Deus é levar Seus filhos a passar pela
experiência de conquistar a morte agora. Triunfar sobre o pecado, o
"eu", o mundo e Satanás é necessário; mas a vitória não está


                               205
A experiência da transformação da alma


completa sem um triunfo correspondente sobre a morte. Se
                                                                                NOTAS
desejarmos usufruir uma vitória completa, devemos destruir este
último inimigo (I Co. 15:26). Deixaremos um inimigo inconquistado,
se falharmos em experimentar o triunfo sobre a morte.
       Se desejarmos viver vitoriosamente sobre esta terra, temos
de vencer a morte que está no mundo. A morte está em nosso
corpo, desde o dia em que nascemos ela começa a operar em nós.
A morte física, é apenas a consumação da prolongada operação da
morte, que atua dia-a-dia em nós. Ela pode atacar nosso espírito,
privando-o de vida e poder; pode atacar nossa alma, mutilando seu
sentimento, pensamento e vontade; pode atacar nosso corpo,
tornando-o fraco e doente. Segundo Rm. 5:17, a morte não apenas
existe, mas ela reina. Enquanto existe o reino da morte, existe
também o reino da vida. O apóstolo Paulo diz que aqueles que
recebem a abundância da graça, vão reinar em vida. Mas os
cristãos hoje estão tão ocupados com o problema do pecado, que
falham em vencer o resultado do pecado, a saber, a morte. Cristo
morreu para nos salvar não apenas dos nossos pecados, mas
também da morte. A salvação de Cristo substitui o pecado pela
justiça e a morte pela vida; "A lei do Espírito da vida em Cristo Jesus
me livrou da lei do pecado e da morte" (Rm. 8:2).

       Como venceremos a morte, de maneira prática? Devemos
determinar resistir a morte da mesma maneira que temos resistido
ao pecado; nos apropriando da vitória que Cristo já conquistou por
nós na cruz. Hb.2:14,15, nos diz que a cruz é a base da vitória
sobre o poder da morte. Três caminhos diferentes estão abertos aos
cristãos para vencerem a morte: (1) confiando que não morreremos
até que nossa obra esteja terminada; (2) não tendo medo da morte
mesmo que ela venha, pois sabemos que seu aguilhão foi removido;
(3) crendo que seremos completamente libertados da morte, visto
que seremos arrebatados na volta do Senhor.

Morte Depois que Nossa Obra Estiver Terminada

        A menos que um cristão tenha pleno conhecimento de que
sua obra está terminada e que o Senhor não mais exige que ele
fique, ele deve, por todos os meios, resistir à morte. Jesus resistiu
por três vezes à morte, saindo do meio dos que o queriam matar,
pois Seu tempo ainda não havia chegado. Paulo e Pedro também
resistiram à morte antes do tempo. Os patriarcas morreram "cheios
de anos".

Sem Temor da Morte

       Ao falar sobre vencer a morte, não queremos dizer que nosso
corpo nunca morrerá (I Co. 15:51). Vencer a morte não significa
necessariamente não passar pela sepultura, pois Deus pode desejar
que alguns vençam através da ressurreição, como fez o Senhor
Jesus. Ao passar pela morte, os crentes, como seu Senhor, não
precisam temê-la, pois apenas estamos passando de um cômodo


                                 206
A experiência da transformação da alma


para o outro. No início éramos "aqueles que com meda da morte,
                                                                               NOTAS
estavam por toda a vida sujeita à escravidão" (Hb. 2:15). O Senhor
Jesus, entretanto, nos livrou e por isso não mais a tememos.

Arrebatados Vivos

       Sabemos que na volta do Senhor Jesus muitos serão
arrebatados vivos. Esta é a última forma de vencer a morte (I Co.
15:51-52 e I Ts. 4:14-17). O tempo do arrebatamento se aproxima.
Se alguém deseja ser arrebatado vivo, deve aprender aqui e agora
como vencer a morte. Na cruz o Senhor Jesus venceu totalmente
este inimigo; hoje Deus quer que Sua igreja experimente esta vitória
de Cristo.
       Com a vitória de Cristo, devemos ficar firmes contra a morte,
proibindo que ela faça qualquer incursão em nosso corpo. Resista a
tudo que possua disposição para a morte. Encare a doença, a
fraqueza e o sofrimento com esta atitude.

Pecado Mortal

       Observemos agora especificamente qual é a essência do
pecado mortal, mencionado em I Jo. 5:16. Fazendo assim
poderemos saber como nos manter longe dele, a fim de que (1)
nossa carne não seja corrompida, (2) não venhamos a perde a
bênção de sermos arrebatados antes da morte, ou (3) podermos
ainda terminar a obra do Senhor a nós designada, antes que nossos
dias sejam cumpridos e morramos, caso Ele demore e tenhamos
que passar pela sepultura. Podemos dizer que por causa de
negligência nesta questão, muitos filhos de Deus tiveram seus dias
encurtados e perderam suas coroas.
       A Bíblia não deixa claro qual é este pecado mortal. Pelos
registros da Bíblia, entendemos que este pecado varia de acordo
com a pessoa. Um pecado para alguns é mortal, todavia para outros
pode não ser um pecado para a morte, e vice-versa.
       Para os cristãos, a característica da Era do Reino é que não
existe mais fraqueza, doença ou morte, porque nossos corpos terão
sido redimidos e Satanás pisado debaixo dos pés. As Escrituras nos
ensinam que podemos antegozar os poderes da Era vindoura agora
(Hb. 6:5).


Todos os textos são um resumo e adaptação de:
O Homem Espiritual v. 3

T. S. Watchman Nee




                                207

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6.a experiência da transformação da alma

  • 1. A experiência da transformação da alma NOTAS A EXPERIÊNCIA DA TRANSFORMAÇÃO DA ALMA 173
  • 2. A experiência da transformação da alma NOTAS A EXPERIÊNCIA DA TRANSFORMAÇÃO DA ALMA Esboço do Planejamento do Curso Meta Que você experimente a transformação e restauração da mente, vontade e emoção, segundo a vontade de Deus. Outros Objetivos • Que você aprenda as estratégias do inimigo contra a sua alma; • Que você obtenha livramento da passividade da mente e da vontade; • Que você aprenda a cooperar com o Espírito Santo para a restauração completa de sua alma. Sugestões Bibliográficas 1.PERSONALIDADES RESTAURADAS – Valnice Milhomens 2 .O HOMEM ESPIRITUAL VOL.III - T. S. Watchman Nee Recomendações Muito Importantes Tenha uma disposição em seu coração de, diligentemente, cooperar com o Espírito Santo para restauração completa de suas emoções, mente e vontade. A fim de experimentar a perfeita, boa e agradável vontade de Deus para sua vida. Após o ensino das verdades contidas nesta disciplina, ore ao Pai e peça que o Espírito Santo derrame luz sobre sua vida, mostrando-lhe. 174
  • 3. A experiência da transformação da alma NOTAS A EXPERIÊNCIA DA TRANSFORMAÇÃO DA ALMA A MENTE: UM CAMPO DE BATALHA De acordo com a Bíblia, a mente do homem é incomum por se constituir um campo de batalha onde satanás e seus maus espíritos contendem contra a verdade e daí contra o crente. A mente e o espírito do homem são como uma cidadela que os maus espíritos anseiam por capturar. O campo aberto onde a batalha se trava para a conquista da cidadela é a mente do homem. Em 2 Cor.10:3-5, o Apóstolo Paulo compara os argumentos e raciocínios do homem a uma fortaleza do inimigo. Ele descreve a mente como que possuída pelo inimigo; deve ser quebrada então pela batalha travada. Muitos pensamentos rebeldes estão armazenados nestas fortalezas e precisam ser levados cativos à obediência de Cristo. Tudo isso mostra claramente que a mente do homem é o cenário da batalha onde os maus espíritos entram em conflito com Deus. Podemos ver claramente como os poderes das trevas se relacionam principalmente com a mente do homem e como ela é peculiarmente susceptível aos ataques de Satanás. Com respeito às outras funções da alma, vontade e emoção, Satanás não tem como fazer nada diretamente a menos que tenha ganhado algum terreno neles. Mas com respeito à mente, ele pode operar; livremente sem primeiro persuadir o homem ou garantir o seu convite. Antes da regeneração o intelecto do homem o impede de compreender a Deus. É necessário que Seu grandíssimo poder destrua os argumentos do homem. Esta é uma obra que deve ocorrer na hora do novo nascimento, e acontece na forma de arrependimento. Mas mesmo depois do arrependimento a mente do crente não é totalmente liberada do toque de Satanás; ele vai continuar agindo. Em 2 Cor. 11:3 Paulo reconhece que deus desse mundo segue a mente dos não crentes e engana a mente dos que crêem. Hoje, muitas vezes Satanás se disfarça como um anjo de luz a fim de conduzir os santos, propagando um evangelho diferente do evangelho da graça de Deus. Na verdade são poucos os que poderiam imaginar que o diabo poderia dar bons pensamentos aos homens! É possível que um filho de Deus tenha uma nova vida e um novo coração e ainda não ter uma nova cabeça. Quão freqüentemente as intenções do coração são inteiramente puras, mas os pensamentos na cabeça são confusos. Se a mente do cristão não é renovada, sua vida está destinada a ser desequilibrada e estreita. O povo de Deus precisa saber que, se desejam viver uma vida plena, sua mente deve ser renovada. A Bíblia declara enfaticamente que devemos "ser transformados pela renovação da nossa mente" (Rm12: 2). 175
  • 4. A experiência da transformação da alma NOTAS A Mente Sob o Ataque dos Espíritos Maus O cristão pode descobrir que é incapaz de regular sua vida mental e fazer que ela obedeça ao propósito da sua vontade. Pergunte a se mesmo: Que controla a minha mente? Eu mesmo? Se assim for, por quê não posso controlá-la agora? É Deus que dirige minha mente? Se não sou eu nem Deus que regula a vida mental, que então está no controle? Obviamente são os poderes das trevas. Por isso, sempre que o filho de Deus observa que não tem mais capacidade para governar a mente, ele deve perceber logo que é o inimigo quem a está dirigindo. Um fato que devemos sempre manter em mente é este: o homem possui vontade livre. A intenção de Deus é que o homem tenha controle de si mesmo. Ele tem autoridade para regular cada uma de suas capacidades naturais; por isso todos os seus procedimentos mentais devem estar sujeitos ao poder da sua vontade. O cristão deve perguntar a si mesmo: Esses são meus pensamentos? Sou eu quem está pensando? Se não sou eu, então deve ser o espírito maligno que é capaz de operar na mente do homem. Essa pessoa deve saber que neste caso ela não teve a intenção de pensar e ainda assim pensamentos brotaram em sua cabeça. Sua conclusão deve ser que estes pensamentos não são seus e sim do espírito maligno. Mas como saber se um pensamento é seu ou de um espírito maligno? O cristão deve observar como ele surgiu. Se sua faculdade mental está tranqüila e serena, funcionando normal e naturalmente e, de repente, um pensamento desordenado e sem qualquer ligação com suas atuais circunstâncias brota, mui provavelmente é uma ação dos maus espíritos. Eles estão tentando injetar seus pensamentos na cabeça do crente para assim levá-lo a aceita-los como seu. Se o filho de Deus não deu origem à idéia, mas pelo contrário, se opõe a ela, e mesmo assim ela continua em sua cabeça, pode concluir que tal pensamento vem do inimigo. Cada pensamento que o homem escolhe não pensar, e cada um que se opõe à vontade do homem, não vem dele e sim do exterior. É muito importante saber que os poderes das trevas operam não apenas do lado de fora, mas do lado de dentro do homem também. Isto quer dizer que eles podem se comprimir na vida de pensamento do homem e operar dali. Os espíritos malignos possuem uma capacidade de comunicação que o homem não possui. Eles podem trabalhar inicialmente na mente do homem e depois alcançar sua emoção e vontade. A Bíblia mostra claramente que os poderes das trevas tanto podem comunicar idéias ao homem como tirá-las dele: O diabo já havia colocado no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse (Jo. 13:2) e "Logo vem o diabo e tira-lhes do coração a palavra" (Lc. 8:12). As Causas do Ataque dos Maus Espíritos Sempre que alguém oferece oportunidade aos maus espíritos, ele não pode mais seguir sua própria vontade, mas deve 176
  • 5. A experiência da transformação da alma ser obediente à vontade do outro. Ao ceder terreno a eles em sua NOTAS mente, imediatamente sua soberania sobre ela é perdida. Devido a essa afinidade entre a mente e os maus espíritos, o cristão freqüentemente abre caminho para eles. O terreno ganho concede autoridade a essas potestades para operarem sem impedimento na mente do crente. Mas a mente do homem pertence ao homem; sem sua permissão, o inimigo não tem poder para usá-la. É no órgão do seu pensamento que o cristão fornece território aos maus espíritos e dali é que eles operam. Falando de modo geral, são seis os tipos de terrenos que podem ser cedidos ao inimigo. Vamos examinar cada um deles. a) Uma Mente Não Renovada Se a mente do cristão não é renovada depois do seu espírito ser regenerado, ele expõe grande território às maquinações do espírito maligno. Sabedores de que essa mente não renovada constitui sua melhor oficina de trabalho, as forças do inimigo empregam todo artifício para manter o crente na ignorância ou então o impedindo de buscar a renovação da sua mente. b) Uma Mente Incorreta Todos os pecados fornecem território ao adversário. Se um filho de Deus alimenta o pecado em seu coração, ele está emprestando sua mente aos espíritos satânicos para uso deles. Todos os pensamentos impuros, orgulhosos, sem bondade e injustos fornecem bases de atividades a esses espíritos. c) Interpretar Mal a Verdade de Deus Se os seguidores de Deus compreendem ou interpretam erradamente como sendo natural ou causado por eles mesmos, aquilo que os maus espíritos causaram em seus corpos, circunstâncias ou trabalhos, eles estão cedendo terreno precioso a eles para suas abomináveis realizações. Uma mentira abraçada fora o terreno para mais atividades pelos elementos satânicos. Por outro lado, muitos cristãos interpretam mal as verdades de Deus. Os maus espíritos planejam de acordo com o entendimento errado do crente e este julga que essas coisas são de Deus, ignorando que elas são apenas uma imitação dos maus espíritos e fundamentadas no seu mal entendimento. d) Aceitação de Sugestões. Os espíritos malignos colocam seu pensamento na forma de profecia, depois a plantam na mente do crente para ver se ele vai aceitá-la ou rejeitá-la. Se a mente dele não oferecer objeção, e, pelo contrário, até mesmo aprovar esta profecia, os espíritos da impiedade conquistaram um lugar para realizar o que propuseram. O cumprimento das palavras dos adivinhos é baseado inteiramente 177
  • 6. A experiência da transformação da alma nesse princípio. Os demônios injetam palavras com respeito ao NOTAS corpo do cristão, tais como predizer sua fraqueza ou doença. Se o crente absorve este pensamento, ficará, de fato, doente e fraco. e) Uma Mente Vazia Deus criou o homem com uma mente para ser usada. Uma mente vívida é um obstáculo à obra dos demônios. Um dos seus maiores alvos, é conduzir a mente da pessoa a um estado de vazio, pois enquanto a cabeça estiver vazia, ele não pode pensar. O cristão deve exercitar sua mente, pois assim barra a ação maligna. f) Uma Mente Passiva A diferença entre uma mente passiva e uma vazia é que a mente vazia não é usada e a passiva fica à espera de alguma força exterior para ativá-la. Passividade é se abster de mover por si mesmo e deixar que elementos exteriores façam isso. A passividade reduz o homem a uma máquina. A passividade oferece aos espíritos malignos oportunidade de ocupar também a vontade e o corpo do crente. Se alguém permitir que sua cabeça cesse de pensar, pesquisar, decidir e de examinar sua experiência e ação à luz da Bíblia, ele está praticamente convidando Satanás a invadir sua mente e enganá-lo. Em seu desejo de seguir a direção do Espírito Santo, muitos dos filhos de Deus sentem que não precisam medir, investigar e julga à luz da Bíblia todos os pensamentos que aparentemente vêm de Deus. Passividade A causa da passividade é a ignorância do cristão. O caminho normal da condução de Deis é na intuição do espírito e não na mente. O crente deve seguir a revelação da sua intuição, e não o pensamento em sua mente. Sim, é pela intuição que chegamos a conhecer a vontade de Deus, mas adicionalmente precisamos da mente para inspecionar nosso sentimento interior a fim de determinar se ele vem da intuição ou se é uma imitação das nossas emoções. Sabemos pela intuição; tiramos a prova pela mente. A cabeça não deve nunca guiar ou conduzir, mas inquestionavelmente, ela precisa testar a autenticidade da direção. Tal ensinamento concorda com as Escrituras (Ef. 5:17, 10). Um crente pode escorregar para a passividade, quando espera que Deus coloque Sua vontade em seu pensamento; cegamente segue toda condução sobrenatural sem empregar sua inteligência para examinar se ela vem de Deus. A conseqüência de tal ignorância é a invasão do inimigo. Os adivinhadores, os agoureiros, os médiuns, os necromantes, dizem que a fim de ficarem possessos por aquilo que chamam de "deuses" (que na realidade são demônios), a vontade deles não deve oferecer qualquer resistência, a mente deve ser reduzida a um branco total Os maus espíritos ficam vibrando quando encontram. A distinção 178
  • 7. A experiência da transformação da alma básica entre as condições de operação do Espírito Santo e dos NOTAS maus espíritos podem ser resumidas desse modo: a) Todas as revelações e visões sobrenaturais que exigem a suspensão total da função da mente, ou que só são obtidas pelo cessar do seu funcionamento, não são de Deus. b) Todas as visões que têm sua origem no Espírito Santo são concedidas quando a mente do crente está plenamente ativa e a ação do demônio segue um caminho oposto. c) Tudo o que flui de Deus concorda com a natureza de Deus e a Bíblia. Vamos apresentar agora mais três diferenças entre a ação de Deus e a dos demônios. a) O pensamento dos demônios sempre invade vindo do lado de fora, entrando principalmente pela mente. b) O pensamento deles força, empurra e compele o homem a agir imediatamente, nunca concede tempo para pensar, considerar ou examinar. c) Os demônios confundem e paralisam a mente do homem, para que não mais possam pensar. OS FENÔMENOS DE UMA MENTE PASSIVA Vamos apresentar rapidamente os fenômenos de uma mente sob o ataque dos maus espíritos. Pensamentos Relâmpagos Depois que a mente de alguém afunda na passividade, ele receberá muitos pensamentos injetados pelo lado de fora, noções impuras, blasfemas e confusas. Tudo isso passa por sua mente em sucessão. Embora ela decida rejeitá-las, não tem poder para fazê-la cessar ou para alterar a inclinação do seu pensamento. Algumas vezes, essas idéias reluzem no cérebro de alguém como um relâmpago. Imagens O adversário também pode projetar imagens, boas ou impuras, na mente do crente. Isso acontece porque seu poder de imaginação declinou para a passividade. Ele não pode controlar seus poderes imaginativos, mas permitiu o controle deles pelos maus espíritos. 179
  • 8. A experiência da transformação da alma Sonhos NOTAS Os sonhos podem ser naturais e sobrenaturais. Alguns são inspirados por Deus e ainda outros por Satanás. Os poderes malignos podem criar imagens durante o dia e sonhos durante a noite. À noite o cérebro não é tão ativo como de dia, sendo, desse modo, mais passivo e mais propenso a ser manipulado pelo diabo. Tais sonhos fazem com que se levante pela manhã seguinte com a cabeça pesada e um espírito melancólico. Os sonhos e as visões de Deus capacitam o homem a ser normal, tranqüilo, cheio de raciocínio e consciente. Os sonhos inspirados por Satanás, são grotescos, impetuosos, fantásticos, tolos e tornam a pessoa arrogante, atordoada, confusa e irracional. Insônia Este é um mal comum dos santos. Ao deitarem à noite, muitos experimentam pensamentos sem fim brotando em suas mentes. Continuam pensando no seu dia de trabalho ou relembrando experiências passadas, ou mesmo enchendo suas mentes com uma mistura de assuntos. Eles pensam de antemão nas obrigações da manhã seguinte, tais como o que devem fazer e qual seria o melhor plano. Seus cérebros giram incessantemente. Essas pessoas querem realmente dormir, mas não conseguem parar de pensar. No curso normal dos acontecimentos, o sono renova o espírito das pessoas; mas quando se passa noites e noites de insônia, tal crente chegará a ter pavor do sono, da cama e da noite. Esquecimento Devido ao ataque do diabo, muitos santos são destituídos do seu poder de memória e sofrem de esquecimento. Eles esquecem até mesmo o que disseram e fizeram. Não podem localizar objetos que guardaram naquele mesmo dia. Outro fenômeno pode ser observado: o crente pode normalmente possuir uma boa memória, mas em vários momentos críticos ela falha inexplicavelmente. Tudo isso é ação de demônios. Falta de Concentração Alguns, por ação de espíritos malignos, parecem não ter qualquer poder de concentração quando tentam pensar; outros são melhores, mas seus pensamentos voam para qualquer lugar depois de uns poucos momentos de concentração num determinado assunto, principalmente, durante a oração e a leitura da Bíblia. Há irmãos que não têm consciência do que estão lendo e não conseguem prestar atenção aos cultos. Espíritos malignos tentam evitar que ouçam o que seria útil, não fazendo cessar a operação de suas mentes, mas forçando-os a pensar em outras coisas. Por essa razão, muitos cristãos não conseguem ouvir o que os outros lhes 180
  • 9. A experiência da transformação da alma dizem. Antes que o outro termine, ele já está interrompendo NOTAS impacientemente, pois os maus espíritos o inspiraram com inúmeros pensamentos. Inatividade Num último estágio, a mente do crente perde sua capacidade de pensar e cai quase que inteiramente nas mãos dos maus espíritos. A pessoa torna-se incapaz de pensar, pois não consegue iniciar qualquer pensamento, pois milhares de pensamentos passam por sua mente a cada instante e ele não tem como fazê-los cessar. O crente escravizado desenvolverá um ponto de vista desordenado e desequilibrado. Um pequeno monte aos seus olhos parece uma montanha. Essa pessoa foge de situações e pessoas que o forcem a pensar. Todo o seu tempo é dissipado, gasto sem pensamento, imaginação, raciocínio ou consciência. Vacilação São cristãos que não têm firmeza de caráter e que trocam de posição interminavelmente. Todavia, na realidade, são os espíritos iníquos que mudam seus pensamentos e alteram suas opiniões. De manhã decidem fazer algo e à tarde já mudaram de idéia. Tagarelice Geralmente, crentes assaltados por Satanás são muito tagarelas, visto que suas cabeças estão explodindo com pensamentos, suas bocas não podem estar sem grande abundância de palavras. A mente que não pode ouvir aos outros, mas exige que os outros a ouçam é uma mente doente. Muitos cristãos são como máquinas falantes, operadas por forças externas. Quantos não podem refrear suas línguas da fofoca, dos gracejos e da difamação! Parece que as idéias tão logo surgem em suas mentes e antes que haja oportunidade para considerá-las, já se transformaram em palavras _ a língua fica fora do controle da mente e da vontade. Tudo isso é causa da passividade da mente. O cristão deve compreender que todas as suas declarações devem ser o resultado do seu próprio pensar. Obstinação Uma pessoa passiva se recusa categoricamente a ouvir qualquer raciocínio ou evidência, após ter tomado uma decisão. Não está disposto a ouvir os outros, pois julga que nunca podem saber o que ele sabe! Esse tipo de pessoa está aceita todas as vozes sobrenaturais como sendo de Deus e uma vez que ele crê que a direção é de Deus, sua mente é selada contra qualquer mudança. 181
  • 10. A experiência da transformação da alma O Sintoma dos Olhos NOTAS A mente que é passiva e assaltada pelos maus espíritos, pode ser identificada prontamente através dos olhos. Os olhos do homem revelam sua mente mais do que qualquer outra parte do seu corpo. Enquanto um pessoa com a mente passiva conversa com os outros, seus olhos tendem a vaguear ao redor, para cima e para baixo, voando em todas as direções ou então, ela não consegue olhar no rosto do outro. Os olhos podem também se fixar em uma direção sem nem mesmo piscar, como se estivesse paralisado. Finalmente Recapitulando: os fenômenos da mente de um cristão sob o ataque dos maus espíritos são múltiplos e variados. Um princípio, entretanto, é a base de todos eles: a pessoa perde seu controle. Inatividade em lugar de atividade, inquietação em lugar de calma, agitação devido à inundação de pensamentos, incapacidade de concentração, ou para distinguir ou lembrar, confusão fora de controle, trabalhos sem fruto, ausência de trabalho durante o dia e sonhos e visões à noite, insônia, dúvidas, falta de vigilância, medo sem razão, perturbação a ponto de agonia, todas estas coisas são inspiradas pelos maus espíritos. O CAMINHO DO LIVRAMENTO Se você percebeu que ainda há passividade em sua mente, não se desespere, há um caminho para o livramento, basta buscá-lo com diligência. Os Ardis dos Maus Espíritos Os que vão buscar o livramento, devem saber que os maus espíritos não permitirão seus cativos saiam livres sem luta. É importante que você realmente saiba, tenha clareza, que cedeu espaço a demônios e decida firmemente reconquistar o espaço cedido. O diabo vai usar várias táticas para impedi-lo, e, caso não consigam, tentarão uma luta final para ganhá-lo, empregando sua costumeira tática mentirosa, apontando-lhe que não poderá reconquistar sua liberdade por ter se afundado demasiadamente na passividade, ou então que Deus não está disposto a lhe conceder graça novamente, ou mesmo que será melhor que ele não resista, ou que de qualquer forma ele não poderá ver o dia do livramento; por isso, por que se aborrecer com esforço e sofrimento? Nessa luta, o crente deve aprender que a as armas de guerra devem ser espirituais, pois as carnais de nada lhe valem. O Terreno Perdido a Ser Recuperado Sintetizando o que já vimos, os maus espíritos têm podido operar na mente do crente por (1) uma mente não renovada, (2) 182
  • 11. A experiência da transformação da alma aceitação das mentiras dos maus espíritos, e (3) passividade. NOTAS Depois de identificar em qual dessas áreas ele cedeu território aos maus espíritos, ele deve partir imediatamente para a recuperação do terreno perdido. A mente não renovada deve ser renovada; a mentira aceita deve ser localizada e renunciada; e a passividade deve ser transformada em ação livre. A Mente Renovada Deus não deseja uma mudança na mente de Seus filhos apenas na ocasião da conversão. A mente deve ser renovada constantemente e completamente, visto que qualquer resíduo da sua carnalidade é hostil a Deus. Rm 8:7, 2 Co.10:5; Rm. 6:11,12 e Efésios 4, são versículos que nos advertem quanto ao domínio de Satanás em algumas áreas de nossa vidas e introduzem a cruz como o instrumento para a renovação da mente. A salvação que Deus comunica através da cruz inclui não apenas uma nova vida, mas a renovação de cada função da nossa alma também. A salvação que está profundamente arraigada em nosso ser deve ser gradualmente "desenvolvida". Precisa ficar claro para nós que a renovação é obra de Deus, mas o despojar o negar, o abandonar o seu velho órgão do pensamento é o que você deve fazer. Depois de reconhecer a velhice da sua mente e desejar despojá-la pela cruz, o cristão deve agora praticar a negação diária de todos os pensamentos carnais. De outro modo, a renovação será impossível. Em 2 Co.10.5, aprendemos que devemos trazer todos os pensamentos cativos à obediência de Cristo; devemos examinar o pensamento para determinar se: (1) ele vem da sua mente velha, ou (2) se ele emana do terreno cedido, e se (3) oferecerá novo terreno aos maus espíritos, ou se (4) ele brota de uma mente normal e renovada. Mentiras Renunciadas Quando o salvo se coloca debaixo da luz de Deus, ele descobre que freqüentemente no passado as mentiras dos maus espíritos foram por ele aceitas, levando a uma situação de passividade. Exercitando-se, o filho de Deus descobrirá que muitas aflições, fraquezas, doenças e outros fenômenos em sua vida hoje, aconteceram porque ele aceitou direta ou indiretamente as mentiras nele plantadas no passado pelos demônios. Para se assegurar a liberdade, o cristão deve experimentar a luz de Deus, que é a verdade de Deus. Visto que ele anteriormente perdeu terreno por crer nas mentiras, agora deve recuperar este terreno negando todas as mentiras. Deve orar buscando luz de Deus para conhecer toda a verdade. Pela oração e pela escolha da vontade, ele deve resistir a toda mentira satânica. 183
  • 12. A experiência da transformação da alma A Normalidade Reconhecida NOTAS O crente passivo que deseja se libertar precisa urgentemente determinar o que é normal para ele. Ele precisa ser restaurado ao seu estado original aquele estado que possuía antes de cair através do engano do inimigo. Algumas perguntas são importantes fazer nesse processo de volta à normalidade: qual era a minha condição anterior? A que distância eu estou dela hoje? Como posso ser restaurado a ela? E ainda: Minha mente nasceu tão confusa ou houve uma ocasião quando não era confuso? Minha memória sempre foi tão pobre ou houve um período quando eu podia lembrar bem? A Passividade Destruída Precisamos entender uma lei básica no reino espiritual: nada que pertença ao homem pode ser realizado sem o consentimento da sua vontade. É devido à ignorância que o filho de Deus aceita o engano dos maus espíritos e dá permissão a eles para operarem em sua vida. Agora, para retomar o terreno, deve retirar o consentimento dado aos demônios, insistindo no fato de que ele é seu próprio senhor e não vai tolerar que o inimigo manipule qualquer parte do seu ser. Nesse processo de retomada, o crente deve tomar a iniciativa em cada ação e não depender de ninguém mais. Ele deve tomar sua própria decisão, sem esperar passivamente pelo outros ou por circunstâncias. Orando e vigiando, deve avançar passo a passo. Deve exercitar sua mente e pensar: pensar no que deve fazer, falar ou se tornar. O crente deve entender que este processo pode demorar. Cada sugestão do inimigo dada ao crente deve ser enfrentada resolutamente com a verdade da Bíblia. Responda as dúvidas com os textos da fé; reaja ao desespero com as palavras de esperança; responda ao temor com palavras de paz. A vitória é obtida pelo manejo da Espada do Espírito. Liberdade e Renovação À medida que o crente recupera o terreno, o efeito se manifestará. No início, quando começa o processo, pode parecer que as coisas estão piorando, mas não desista. Se você permanecer no fundamento da cruz e exercitar sua mente para resistir a usurpação do inimigo, logo será libertado completamente e se tornará senhor da sua própria vida mental. Deus quer que a mente do cristão seja não apenas livrada dos grilhões do poder das trevas pelo controle de si mesma, mas que seja renovada a fim de poder cooperar completamente com o Espírito Santo. 184
  • 13. A experiência da transformação da alma NOTAS AS LEIS DA MENTE Com sua mente renovada, o filho de Deus tem a capacidade de concentração muito mais aguçada, o entendimento mais perceptivo, a memória mais vigilante, o raciocínio mais claro, a perspectiva menos limitada, e até mesmo mais facilidade para receber conhecimento espiritual. Todavia, mesmo que a mente tenha sido renovada, não existe garantia de que não possa ser atacada novamente, por isso, o cristão deve manter constante vigilância. A fim de manter sua mente continuamente em estado de renovação, ele precisa se apropriar das suas leis. Assim como o espírito tem suas leis, a mente também as tem. Vamos mencionar algumas delas que, se praticadas assegurarão a vitória ao crente. A Mente Trabalhando Com o Espírito (1) O Espírito Santo revela a vontade de Deus no espírito de alguém; (2) através da sua mente o crente compreende o significado dessa revelação; (3) e com sua vontade ele emprega sua força espiritual para cumprir a vontade de Deus. Este é o processo de discernimento, entendimento e realização na vida de um cristão. Com esse processo descobrimos que a mente é o melhor ajudador do espírito. Portanto, é necessário entender como estes dois trabalham juntos. A Bíblia fala claramente sobre a coordenação do espírito e da mente. Em primeiro lugar chegamos a conhecer a vontade de Deus em nossa intuição e depois nosso intelecto a interpreta para nós. O Espírito Santo se move em nosso espírito, produzindo em nós um sentimento espiritual; em seguida, exercitamos nosso cérebro para estudar e entender o significado desse sentimento. Entendemos assim, que a mente manifesta (dá manifestação) o espírito do homem. Se ela for obstruída, o espírito será privado do seu meio de expressão. A Mente, o Espírito e a Mente Espiritual Devemos estar cada vez mais conscientes da necessidade de se andar segundo o espírito e do perigo de se andar segundo a carne. Segundo Romanos 8:5,6, andar pelo espírito indica simplesmente que a mente, sob o controle do espírito, se fixa nas coisas do espírito. Depois de renovada, a mente agora está qualificada para detectar todo movimento e silêncio do espírito. Nossa faculdade mental (a alma) fica entre o espírito e a carne (o corpo). Seja o que for em que a mente se fixar, nisso é que o homem andará. Se ela se ocupa com a carne, andamos segundo a carne; se fixa no espírito, nós andamos segundo o espírito. 185
  • 14. A experiência da transformação da alma Seguimos sempre tudo aquilo para o qual a mente se inclina. Essa é NOTAS uma lei imutável. Por que as inclinações para as realidades do espírito são tão importantes? É porque isto nos dá sintonia com o falar do espírito. Muitas vezes, o Espírito concede revelação à nossa intuição, mas nosso intelecto está voltado para um milhão de outras coisas estranhas ao movimento no espírito. Uma Mente Aberta Na intuição, Deus fala no nosso espírito que transmite a mensagem à mente. Quando ouvimos a pregação da Palavra por outros filhos de Deus, tal verdade é primeiro recebida pelo intelecto antes de alcançar o espírito. Se nosso cérebro está cheio de preconceitos para com a verdade ou para com o pregador, a verdade não entrará nele nem se estenderá à nossa vida. Uma mente aberta permite a luz entrar, mas a iluminação da luz do espírito torna a verdade proveitosa. Uma Mente Controlada Cada parte da vida cristã precisa estar sob governo; isso inclui a mente, mesmo depois da renovação. Pedro nos exorta a manter constante vigilância, cingindo a nossas mentes (I Pe 1.3). Devemos controlar nossos pensamentos e nunca deixá-los soltos. O objetivo de Deus é que levemos todo pensamento cativo à obediência de Cristo. Não devemos permitir que nenhum deles escape à nossa observação, controle ou julgamento. Os pensamentos impróprios não devem permanecer na vida do cristão. Cada coisa não apropriada deve ser posta para fora. O cristão também não deve permitir que sua mente fique ociosa. Quando a mente estiver funcionando, tenha cuidado para que ela não o faça sozinha, ela deve operar sob o governo do espírito. Muitos examinam as Escrituras dependendo apenas de sua própria capacidade intelectual. Todavia, a verdade que declaram conhecer está apenas em suas cabeças. Deveríamos rejeitar sinceramente todas as verdades que são apenas mentais, porque tal conhecimento dá oportunidade a Satanás de operar. Falamos muito que a mente não pode ser preguiçosa e nem ociosa; entretanto, o cérebro precisa descansar. Se o crente permitir que ele trabalhe incessantemente sem descansar, eventualmente ele se tornará doente, como acontece com o corpo. A derrota que Elias encontrou sob a árvore de Zimbro, foi por causa do trabalho excessivo da sua mente (I Reis 19). Uma Mente Cheia da Palavra de Deus "Porei minhas leis dentro de suas mentes", (Hb. 8:10). Devemos ler e decorar mais a Palavra de Deus. Se lermos a Bíblia diligentemente, Deus encherá cada pensamento nosso com Suas leis. Lembraremos instantaneamente aquilo que a Bíblia diz, quando estivermos necessitados de luz para o nosso caminho. Se 186
  • 15. A experiência da transformação da alma estivermos unidos com a Bíblia, poderemos compreender a mente NOTAS de Deus em todos os sentidos. O Clamor por Uma Mente Purificada O cristão deve pedir continuamente a Deus que purifique sua vida mental e a mantenha sempre nova. Ore para que você não apenas pense nEle, mas pense corretamente. A ANÁLISE DA ALMA - A VONTADE A Vontade do Crente A vontade do homem é órgão pelo qual ele toma decisões. Nossa emoção expressa como sentimos, nossa mente diz o que pensamos, mas nossa vontade comunica aquilo que queremos. De modo que, na busca do crescimento espiritual, o crente não deve negligenciar sua vontade. A salvação verdadeira e perfeita salva a vontade do homem. A vontade do homem deve estar unida com a vontade de Deus. Conseqüentemente, depois de receber vida, o crente deve estar atendo não apenas à sua intuição, mas à sua vontade também. Uma Vontade Livre O crente deve exercitar uma vontade livre. A vontade livre significa que o homem pode escolher o que quer, ele não é um brinquedo mecânico para ser dirigido pelos outros. Em Gn. 2:16,17, Deus persuadiu, proibiu, mas nunca forçou Adão a cumprir Sua vontade. Para o crente obedecer a Deus, é necessária uma disposição da sua parte, porque Deus nunca o força. Queda e Salvação A queda do homem trouxe enorme prejuízo à vontade livre do homem. A queda original do homem foi devido à rebelião da sua vontade contra a vontade de Deus; e, por isso, sua salvação atual é realizada pela volta de sua vontade à obediência de Deus. No momento do novo nascimento, a vontade do homem ainda não está unida com Deus, mas sua vontade caía é levantada por sua aceitação do Senhor Jesus e sua rejeição de Satanás, do ego e do mundo. Ter a vontade renovada é muito mais vital do que as outras partes da alma. A mente pode ser desorientada e a emoção pode ser desordenada, mas a vontade não pode estar errada. Se estiver, ela introduz sérias conseqüências, visto ser o próprio ego do homem e por controlar todos os outros órgãos. Se ela estiver errada, a vontade de Deus não pode ser realizada. Uma Vontade Submissa 187
  • 16. A experiência da transformação da alma Se em nossas vidas a natureza, a vida e as atividades não NOTAS forem renunciadas, a vida de Deus não tem como se expressar. Nosso "ego" é freqüentemente o inimigo da vida de Deus. Nosso crescimento espiritual será severamente atrofiado se não tivermos intenção nem experiência de nos perdermos. E uma vez que essa vontade governante do homem estiver completamente unida a Deus, o homem se submete espontânea e completamente a Ele. Nossa vida de união com o Senhor tem dois passos: a união de vida e a união de vontade. Somos unidos com Ele em vida no momento em que somos regenerados e recebemos Sua vida. Essa união é interna. É necessário, também, que haja uma união externa _ a da vontade. Esta união indica que temos uma vontade com Deus. Estas duas uniões estão relacionadas; nenhuma é independente da outra. Se não houver uma submissão incondicional e uma disposição do crente para aceitar Sua vontade inteiramente, tudo o que se denomina como espiritualidade, sejam sentimentos santos e de alegria ou pensamentos dignos de louvor, não é nada mais que uma exibição exterior. Até mesmo visões, sonhos, vozes, suspiros, zelo, obra, atividade e trabalho são exteriores. A menos que o crente esteja determinado em sua vontade a completar a carreira que Deus colocou diante dele, nada tem qualquer valor. Se estivermos realmente unidos com Deus na vontade, cessaremos de uma vez com toda atividade que brota de nós mesmos. Assim, tudo vem de Deus. Ele não pergunta qual é a natureza de qualquer coisa que iniciamos; Ele quer saber simplesmente com que força a estamos fazendo. A Mão de Deus Muitos crentes embora salvos, não são totalmente submissos à vontade de Deus. Ele, então, vai usar vários caminhos para conduzi-los à obediência. Um deles são as circunstâncias. Deus coloca Sua mão pesadamente sobre Seu povo a fim de que a vontade dele não mais se endureça contra Ele. Para alcançar este fim, Deus permite que muitas coisas venham sobre nós. Se for preciso, Ele nos deixa entristecer, gemer e sofrer. Nossa vontade é excessivamente obstinada; ela se recusa a obedecer a Deus até ser severamente disciplinada. Devemos nos submeter a Deus, aceitando submeter-nos a Ele. Não fomos salvos para o nosso próprio prazer, mas para a vontade dEle. Duas Medidas Duas medidas são necessárias para se estar unido com Deus na vontade. A primeira tem a ver com a sujeição da nossa vontade por Deus; a segunda com a conquista da vida da nossa vontade. Estritamente falando, uma vontade obediente e uma vontade harmoniosa são bastante diferentes. A vontade obediente de um servo é vista na execução de qualquer ordem do seu senhor; mas o filho que conhece o coração do pai, cumpre sua obrigação mas a 188
  • 17. A experiência da transformação da alma realiza com prazer. Podemos ilustrar estas duas condições da NOTAS vontade citando a mulher de Ló, os israelitas e o profeta Balaão. A saída da esposa de Ló de Sodoma, o êxodo dos israelitas do Egito e a benção de Israel por Balaão podem ser consideradas como obediência à vontade de Deus. Todos eram homens e mulheres subjugados pelo Senhor e não seguiam suas próprias opiniões. Mesmo assim, suas tendências internas não eram harmoniosas com Ele; por isso, cada um deles terminou em fracasso. Quão freqüentemente a direção dos nossos passos é correta, mas o coração oculto está em desarmonia com Deus. Desse modo, o fracasso nos alcançará. O Caminho para a Vitória Já entendemos que Deus não fica satisfeito com nada menos do que a nossa obediência a Ele. Vejamos agora como a vontade do homem pode ser sintonizada com a de Deus. O caminho para atingir o ápice da espiritualidade é a entrega da vida da alma à morte. Como essa é realmente a "porta estreita" e o caminho difícil! Ela é difícil porque a vontade de Deus deve ser o padrão para cada passo. Existe apenas uma regra: não faça provisão para o ego. À medida que a vida da alma é perdida por serem quebrados seus hábitos, gostos, desejos e anseios, não sobrará mais resistência para o Senhor. Quão lamentável que tantos cristãos passaram através desta porta e trilharam este caminho; enquanto que outros podem ter entrado mas não prosseguiram andando pacientemente. A PASSIVIDADE E SEUS PERIGOS "O meu povo está sendo destruído por falta de conhecimento". ( Os. 4:6). Os cristãos de hoje geralmente carecem de dois tipos de conhecimento: (1) conhecimento das condições através das quais os maus espíritos operam; (2) conhecimento do princípio da vida espiritual. A Lei da Causa e Efeito Para cada uma das coisas que Deus criou existe uma lei. Os maus espíritos também operam segundo leis definidas. Ora, se alguém oferecer as condições para a operação dos maus espíritos, então, certamente o terreno foi cedido para que eles operem nele. Esta é a lei da causa e efeito _ aquele que preenche os requisitos para a operação dos maus espíritos será prejudicado por eles. O fogo queima tudo o que for colocado nele; a água afoga todos os querem imersos nela; e os maus espíritos atacam todos (até mesmo os filhos de Deus) os que concedem terreno a eles. Os demônios começam a penetrar em qualquer homem, tão logo obtenham uma base de apoio nele. Falando de modo simples, o terreno que o crente fornece aos demônios é o pecado. Todo pecado fornece território a eles. Existem dois tipos de pecado: o positivo e o negativo. O positivo é 189
  • 18. A experiência da transformação da alma aqueles que a pessoa comete: suas mãos realizam más ações, NOTAS seus olhos contemplam cenas malignas, seus ouvidos ouvem notícias ímpias e sua boca pronuncia palavras impuras. Mas a Palavra de Deus diz que também a omissão (leia-se pecado negativo) também é pecado (Tg. 4:17). O pecado de omissão que concede terreno aos demônios é a passividade do crente. A não utilização e a má utilização de qualquer parte do nosso ser é um pecado aos olhos de Deus. Todas as nossas habilidades e dons devem ser devidamente utilizados. Quando isto não acontece, está sendo oferecida ao diabo ocasião para que elas sejam exercitadas por ele. Passividade O pecado e a passividade são o que precipita a invasão do inimigo entre os pagãos e até mesmo entre os cristãos. A passividade de um cristão brota da não utilização dos seus vários talentos. Ele tem boca, mas recusa a falar porque espera que o Espírito Santo falará através dele. Ele tem mãos, mas não as usará, pois espera que Deus há de fazer isso. Ele não usa nenhuma parte da sua pessoa, mas espera que Deus o mova. Ele não se considera plenamente entregue a Deus e por isso não mais usará qualquer elemento do seu ser. Assim ele cai numa inércia que abre o caminho para o engano e a invasão. Os cristãos pensam que a união com a vontade de Deus anula a vontade própria e os transforma em marionetes. Isto se torna uma condição perfeita (e um convite também) para o inimigo entrar. A Tolice do Crente Devemos exercitar ativamente nossa vontade. Isso é o que indica a Escritura: "se a vontade de alguém é fazer a vontade dEle, conhecerá..." (Jo 7:17), e, "pedi o que quiserdes, e assim vos será feito"( Jo. 15:7). Nós desfrutamos de uma vontade livre. Deus nunca a usurpa. Ele espera que o Obedeçamos, mas ao mesmo tempo respeita nossa personalidade. Satanás, do mesmo modo, não tem como usurpar qualquer parte do homem sem o consentimento dele, conscientemente ou não. Satanás precisa ganhar a permissão do crente, mas este nunca a entregará a ele. Por isso, o diabo é forçado a usar o engano a fim de extrair o consentimento dele. A operação de Deus e a de Satanás são diferentes. Deus convida o homem a escolher ativa, consciente e voluntariamente fazer Sua vontade, a fim de que seu espírito, alma e corpo sejam livres. Satanás o força a ser seu escravo passivo e cativo. Deus se agrada quando alguém quer o que Ele quer. Os Perigos Eis a ordem do processo que muitos crentes cumprem até caírem nas mãos dos demônios: (1) ignorância, (2) engano, (3) passividade, (4) entrincheiramento. Depois de seguir todos estes 190
  • 19. A experiência da transformação da alma passos, o engano aprofunda mais, resultando finalmente num cerco NOTAS de proporções alarmantes. A pessoa nesse estado prefere ser guiado pela circunstância a ser livre para escolher sua circunstância, porque fazer uma escolha é muito cansativo para ele. Em tal condição de inércia, decidir uma questão pequena se torna uma tarefa tremenda. A vítima busca ajuda em toda parte. Sente-se bastante atrapalhado por não saber como lidar com seus negócios diários. Parece ter grande dificuldade em compreender o que as pessoas lhe dizem. Lembrar de algo lhe é extremamente doloroso. Este crente fica à espera de uma ajuda, um impulsionar exterior. Estamos sugerindo que tal crente passivo não gosta de trabalhar? De modo nenhum! Porque quando é impulsionado por uma força externa, ele é capaz de trabalhar; mas tão logo termina a compulsão, ele pára bem no meio de seu trabalho, sentindo-se sem forças para prosseguir. Este crente não conclui suas tarefas. Porque sua vontade já é passiva e sem capacidade de operar, os maus espíritos geralmente o conduzirão a uma situação onde o exercício da vontade é necessário, a fim de embaraçá-lo e sujeitá-lo ao escárnio. Eles instigam muitas dificuldades para que o santo fique esgotado. Quão lamentável que ele não tenha força para protestar e resistir. As potestades levaram vantagem porque sua vítima caiu da ignorância para o engano, do engano paro a passividade e da passividade para os sofrimentos de um profundo cerco. Mesmo assim, ele ainda não discerniu que tal situação não foi dada por Deus e por isso continua em sua aceitação passiva. "Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis..." (Rm. 6:6) Se nos oferecemos a Deus apenas de boca, e na prática real estamos nos sujeitando aos maus espíritos, não podemos escapar de sermos seus escravos. O ENGANO DO CRENTE Os crentes que caem nas garras dos maus espíritos não são apenas os mais profanos, degenerados e pecaminosos. Pelo contrário, muitas vezes são cristãos totalmente entregues a espiritualmente mais avançados do que os crentes comuns. Eles caem na passividade por não conhecerem como cooperar com Deus. Estão cheios de boas intenções, mas honestidade não é a condição para não ser enganado; mas o conhecimento sim. Como ele pode esperar que Deus o proteja, por causa de suas boas intenções, quando está cumprindo os pré-requisitos para a operação dos maus espíritos? Consideraremos agora, com alguns detalhes, alguns conceitos errôneos que os cristãos geralmente aceitam. Uma noção errada com respeito à morte juntamente com Cristo, Gl. 2:20 fala da nossa morte com Cristo. Alguns interpretam tais palavras como que indicando auto-anulação. O que eles consideram ser o ápice da vida espiritual é uma perda de personalidade, ausência de vontade e de autocontrole. O argumento 191
  • 20. A experiência da transformação da alma deles é: "Visto que fui crucificado com Cristo, então o eu não mais NOTAS existe. Já que o Eu morreu, então eu devo praticar a morte, isto é, não devo abrigar qualquer pensamento, desejo ou sentimento. Porque Cristo está vivo dentro de mim, Ele pensará ou sentirá em meu lugar". Infelizmente estas pessoas ignoram o restante do versículo: "...a vida que agora Eu vivo na carne". Paulo, depois de ter passado pela cruz, ainda declara de si mesmo: "...agora (Eu) vivo"! A cruz não aniquila o nosso "Eu". O verdadeiro sentido da nossa aceitação da morte juntamente com Cristo é que estamos mortos para o pecado e que entregamos nossa vida da alma à morte. Deus nos convida a negar o desejo de viver pelo nosso poder natural e a vivermos por Ele, dependendo de Sua vitalidade momento a momento. Tal andar com Deus requer o exercício diário da nossa vontade, de uma maneira ativa, consciente e em fé, para a negação da nossa própria energia natural e a apropriação da energia divina. As conseqüências do mau entendimento dessa verdade são: (1) o crente pára de ser ativo, (2) Deus não pode usá- lo porque violou Seu princípio de operação e (3) os maus espíritos agarram a oportunidade para invadi-lo, visto que, involuntariamente, preencheu os requisitos para sua operação. Quando dizemos que alguém deve estar "sem ego", queremos dizer sem qualquer atividade do ego, e não sem a existência do ego. A Operação de Deus Outro texto mal interpretado é Filipenses 2:13. "É Deus quem opera em vós tanto o querer como o efetuar, para o seu bom prazer". Alguns pensam que já que Deus deseja e opera em lugar deles, então eles mesmos não precisam fazer isso. Esses santos não vêem que a essência correta desse versículo é que Deus opera em nós até o ponto da nossa prontidão para querer e realizar. Ele só opera até aquele ponto e nada mais. Ele nunca realiza o querer e o efetuar em nosso lugar. Ele apenas se empenha para trazer o homem à posição de estar disposto a querer e fazer Sua vontade excelente. Ele nos faz voltar para o Seu desejo, e depois nos deixa tomar nossa decisão. Não é o propósito de Deus aniquilar nossa vontade. Se assim não for, não teremos nos oferecido a Deus, mas teremos feito uma aliança com um espírito maligno. A atitude correta é essa: eu tenho minha própria vontade, entretanto, quero a vontade de Deus. A Obra do Espírito Santo O que se segue são alguns dos equívocos mais comuns. 1. Obedeça ao Espírito Santo - "O Espírito Santo que Deus tem dado àqueles que lhe obedecem." Atos 5:32. Muitos crentes aceitam como sendo o Espírito Santo todo espírito que vem a eles. O que eles não sabem é que a Escritura aqui não nos ensina a 192
  • 21. A experiência da transformação da alma obedecer ao Espírito Santo e sim a Deus o Pai, através do Espírito. NOTAS Em Atos 5:29, os apóstolos disseram que deviam obedecer a Deus. Se alguém fizer de Deus o Espírito seu objeto de obediência e esquecer Deus Pai, sua tendência é obedecer ao espírito nele ou ao seu redor, ao invés de obedecer ao Pai que está no céu através do Espírito Santo. Ultrapassar os limites da Palavra de Deus resulta em perigos incontáveis! 2. A norma do Espírito Santo - Não devemos esperar que o Espírito de Deus pense através da nossa mente, sinta através da nossa emoção ou decida através de nossa vontade. Ele torna conhecida Sua vontade à intuição do nosso espírito, a fim de que nós mesmos possamos pensar, sentir e agir segundo Sua vontade. É um erro grave pensar que devemos oferecer nossa mente ao Espírito Santo, permitindo que ele pense através dela. Ele só age em nosso espírito. Da mesma forma, o Espírito não controla diretamente o corpo do homem. Ele nunca usa nenhuma parte do corpo do homem, sem o consentimento da sua própria vontade. O Espírito Santo também não exercita qualquer das partes físicas do homem para ele. Vida espiritual Existem vários conceitos errados relacionados com a vida espiritual. Eis alguns. 1 - Falar - Mt.10:20 "Porque não sois vós quem haveis de falar, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala através de vós". Alguns imaginam que enquanto estiverem entregando uma mensagem numa reunião, não devem empregar sua mente e vontade, mas devem apenas oferecer suas bocas passivamente a Deus, deixando que Ele fale através deles. Este texto não quer dizer isto. 2 - Direção - "E vossos ouvidos ouvirão uma voz atrás de vós, dizendo: Este é o caminho; andai nele". (Is. 30:21). Os santos não percebem que este versículo se refere especificamente à experiência do povo terreno de Deus, os judeus, durante o reino milenar, quando não haverá imitação satânica. Desconhecendo isso, eles entendem que a direção sobrenatural numa voz é a mais elevada forma de direção. Não escutam sua consciência nem seguem sua intuição; esperam simplesmente de uma forma passiva pela voz sobrenatural. Neste momento os demônios acham um terreno fértil para agir. 3 - Memória - "Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito" (Jo.14:26). Os cristãos não entendem que este versículo significa que o Consolador iluminará suas mentes a fim de que possam lembrar aquilo que o senhor falou. Eles, pelo contrário, pensam que a instrução é para que não usem sua memória, porque Deus trará todas as coisas à sua mente. 193
  • 22. A experiência da transformação da alma NOTAS 4 - Amor - "O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado". (Rm. 5:5). Os crentes entendem que eles mesmos não devem amar, mas sim deixar que o Espírito Santo dispense o amor de Deus a eles. Oram pedindo a Deus que ame através deles. Por isso, param de exercitar sua faculdade da afeição, permitindo que sua função afunde numa paralisia total. Os maus espíritos, então, substituem o homem. E, uma vez que abandonou o uso da sua vontade para controlar sua afeição, eles colocam no homem o amor falsificado deles. Daí em diante, este homem se comporta como madeira ou pedra, frio e morto para todas as afeições. Isso explica porque muitos cristãos são dificilmente acessíveis. Mc. 12:30 diz que devemos amar com todo o nosso ser. Nós (o Eu) devemos amar. 5 - Humildade - "Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar- nos com alguns, que se louvam a si mesmos". (2 Co. 10:12). Os crentes entendem mal este texto e pensam que é um convite para se ocultarem até serem deixados sem auto-estima, coisa que Deus inquestionavelmente nos permite ter. Muitos exemplos de auto- humilhação são essencialmente um disfarce para a passividade. Conseqüentemente, (a) o crente apaga a si mesmo; (b) Deus não o enche; e (c) os maus espíritos utilizam sua passividade para torná-lo inútil. A Norma de Deus Tg. 4:7 e I Pd. 5:66,9, nos diz para nos submetermos a Deus em todas as questões, reconhecendo que o que Ele determina é o melhor. Isto entretanto não é tudo. Devemos também resistir ao diabo, enquanto nos submetemos a Deus. Isto porque o diabo imita a vontade de Deus. Se ignorarmos a presença de uma vontade além da de Deus, poderemos facilmente aceitar o que é de Satanás como sendo de Deus e assim cair na armadilha. Isto implica que nunca devamos nos submeter às nossas circunstâncias sem um exame e teste diário. Nossa atitude permanece a mesmo todo o tempo mas nossa prática só entra depois de termos certeza da vontade de Deus, pois não podemos nos submeter à vontade de Satanás. É importante obedecer a Deus, mas não cegamente. Por isso o crente deve examinar ativa e conscientemente a fonte de cada questão em sua vida. Sofrimentos e Fraquezas O cristão entende que deve andar no caminho da cruz e sofrer por causa de Cristo. Ele também está disposto a ser fraco e ser fortalecido pelo poder de Deus. Estas são atitudes louváveis mas que podem ser utilizadas pelo inimigo, se não forem bem compreendidas. Sofrer na mão do inimigo e ao mesmo tempo crer 194
  • 23. A experiência da transformação da alma que seu sofrimento procede de Deus, apenas concede ao inimigo o NOTAS direito de prolongar o ataque. Ele pensa ser um mártir por sofrer pela Igreja, mas na verdade é uma vítima. Devemos checar a fonte do sofrimento. Não devemos aceitar automaticamente todos os sofrimentos como sendo de Deus. Quanto à fraqueza, Paulo estava apenas relatando para nós a sua experiência de como a graça de Deus o fortaleceu em sua fragilidade, visando a realização do propósito de Deus. Não devemos entender que Paulo estivesse persuadindo um crente forte a escolher propositadamente a fraqueza, a fim de que Deus possa fortalecê-lo depois. Ele está simplesmente mostrando ao crente fraco o caminho para a força. Escolher a fraqueza e o sofrimento, sem os critérios necessários, é preencher as condições para a operação dos maus espíritos. O Ponto Vital O princípio envolvido em todos os casos que citamos ou não, é que o diabo não falha em agir sempre que houver passividade da vontade ou o preenchimento das suas condições de operação. Para se livrar dessa situação, todos os que tenha sido vítimas dos maus espíritos devem se perguntar: "preenchi as condições para a operação dos maus espíritos?". Isso o livrará de muitos acontecimentos falsos e sofrimentos desnecessários. Outra coisa que precisamos entender é que os maus espíritos se utilizam a verdade, por isso, devemos entender o princípio básico de qualquer ensinamento bíblico, para que o diabo não se utilize da própria Palavra, distorcendo-a, para nos confundir e aprisionar. A VEREDA PARA A LIBERDADE É possível que um crente consagrado seja enganado com respeito à passividade por alguns anos, sem jamais ser despertado para sua perigosa condição. A apresentação do verdadeiro significado da consagração a estes se torna de importância vital. O conhecimento da verdade é vital para a libertação da passividade. O Conhecimento da Verdade O primeiro passo para a liberdade é conhecer a verdade de todas as coisas: a verdade com respeito à cooperação com Deus, a operação dos maus espíritos, consagração e manifestações sobrenaturais. O filho de Deus deve conhecer a verdade quanto à fonte e natureza das experiências que possa ter estado provando. Advertimos nossos leitores sobre o perigo da experiência sobrenatural. Não estamos dizendo que todas estas experiências são ruins e devem ser abandonadas _ nada disso, pois a Bíblia está 195
  • 24. A experiência da transformação da alma cheia de experiências sobrenaturais. Nosso propósito é lembrar que NOTAS pode haver mais de uma fonte por detrás dos fenômenos sobrenaturais. Será facilmente enganado especialmente aquele crente que não morreu para sua vida emocional, mas busca ansiosamente acontecimentos sensacionais. Preste atenção! Quando a experiência sobrenatural tem como autor o Espírito Santo, suas mentes ainda estão em condições de tomarem parte; não é exigido que sejam total ou parcialmente passivos antes de obterem tal experiência. Mas, se a experiência tem como autor demônios, então as vítimas devem ser levadas à passividade, suas mentes esvaziadas e suas ações realizadas sob compulsão externa. Devemos sempre lembrar que os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. (I Co. 14:32). Qualquer espírito que exige que o profeta se submeta a ele não é de Deus. A aceitação da verdade é o primeiro passo para a liberdade. Pode ser vergonhoso para o crente reconhecer que foi usado e enganado pelos maus espíritos, mas é necessário reconhecer a verdade. A dúvida é o prelúdio para a verdade. Isso não quer dizer duvidar do Espírito Santo, de Deus ou da Sua Palavra, mas sim da experiência passada de alguém. Tal dúvida é tanto necessária quanto bíblica, pois Deus nos mandar "provar os espíritos" (I jo. 4:1). A Descoberta do Terreno O crente deve reconhecer que além do pecado existem outros elementos que podem fornecer terreno aos maus espíritos: a aceitação de uma imitação, passividade da vontade e a aceitação dos pensamentos tipo flash do inimigo. Tudo isso são terreno que cedemos a demônios. O principal dos terrenos, é a passividade. Visto que a passividade entrou pouco a pouco, ela será eliminada pouco a pouco também. A medida da identificação da inércia de alguém é a medida da sua emancipação. Descer de uma montanha é sempre mais fácil do que galgá-la; do mesmo modo, tornar-se passivo é fácil, mas retomar a liberdade é meticuloso. Exige-se a cooperação do homem total para se reconquistar todo o terreno cedido. O filho de Deus deve clamar a Deus definidamente para lhe mostrar onde ele foi enganado. A Recuperação do Terreno A passividade deu acesso aos maus espíritos, o caminho de volta é a ativação da vontade. O cristão daí em diante deve aprender"(a) a obedecer a vontade de Deus, (b) a resistir a vontade do diabo, e (c) exercitar sua própria vontade em colaboração com a vontade dos outros santos. O cristão deve declarar constantemente: "Eu escolho a liberdade; eu a liberdade; eu recuso ser passivo; eu vou usar meus próprios talentos; eu insisto em conhecer os ardis dos maus espíritos; eu desejo a derrota deles; eu vou cortar todo o 196
  • 25. A experiência da transformação da alma relacionamento com os poderes das trevas; eu me oponho a todas NOTAS as suas mentiras e desculpas". Assim como no início o crente permitiu a entrada dos maus espíritos, agora ele escolhe o oposto: o corte pela raiz de qualquer base do inimigo. Durante este período de conflito, a vontade do cristão deve ser envolvida ativamente com várias operações. Além de resolver e escolher, ele deve também resistir e recusar. Resistindo ele proíbe outras operações dos maus espíritos; recusando ele cancela a antiga permissão que havia concedido a eles. Os espíritos do inimigo, mesmo percebendo a atitude hostil do crente contra eles, não sairão um centímetro sequer do terreno que ocupam. Eles devem ser expulsos com força total. O filho de Deus deve utilizar poder espiritual para imobilizar e remover o inimigo. A tentativa de reclamar áreas perdidas e recuperar o uso dos seus órgãos pode ser extremamente difícil para o crente. Isso se deve aos seguintes fatos: (a) sua própria vontade é essencialmente fraca e portanto sem poder para dirigir cada parte do seu ser; (b) os maus espíritos contendem contra ele com toda a força que possuem. Se, por exemplo, ele tem sido passivo na questão de decidir, agora ele vai cancelar o terreno dado e proibir os maus espíritos de continuarem a operar. Ele está determinado a decidir por si mesmo sem qualquer interferência deles. Mas descobre que (a) não pode decidir e (b) que os maus espíritos não deixam que ele decida e atue. Quando o crente recusa dar permissão a eles para controlá-lo, eles não permitirão que o cativo deles atue sem sua permissão. Mas, os maus espíritos se retirarão se a vontade do crente resisti-los e proibir que ocupem seus órgãos. Na luta pela retomada da normalidade, o crente pode achar que, no estágio inicial do combate, seus sintomas se tornam piores que antes, como se sua vontade tivesse menos força e a mente estivesse mais confusa à medida que batalha. Não se preocupe, este é um sinal de que a vitória se aproxima! Isto revela que a resistência tem dado resultado: o inimigo sentiu a pressão e está conseqüentemente fazendo sua última oposição. Se o crente prossegue oferecendo pressão, os maus espíritos sairão. Durante a batalha, o crente deve se apropriar permanentemente da verdade contida em Rm. 6:11, de que a morte do Senhor é a sua morte. Tal fé o liberta da autoridade dos maus espíritos, visto que eles não têm poder sobre quem está morto. O crente deve fazer uso da Palavra de Deus para combater os espíritos maus. O crente, no entanto, não deve se contentar com um pequeno ganho; não deve parar até que sua normalidade seja totalmente recuperada. A Verdadeira Direção Na verdadeira direção, o cristão não é obrigado a obedecer a Deus mecanicamente. O que ele deve fazer é executar a vontade de Deus ativamente. Na prática da obediência, o crente passa pelos seguintes passos: (a) disposição para fazer a vontade de Deus (Jo.7:17); (b) revelação dessa vontade à sua intuição, pelo Espírito 197
  • 26. A experiência da transformação da alma Santo (Ef. 5:17); (c) fortalecimento de Deus para querer e fazer Sua NOTAS vontade (Fl. 2:13). Domínio Próprio O ápice do caminhar espiritual de um cristão é o autocontrole (Gl. 5:22,23). A obra do Espírito Santo é levar o homem exterior do crente à perfeita obediência ao seu domínio próprio. O Espírito Santo dirige o crente através da sua vontade renovada. Portanto, as coisas que o cristão deve controlar por sua vontade são: (a) Seu próprio espírito, conservando-o em seu estado adequado, isto é, nem quente nem frio demais. O espírito precisa do controle da vontade. Todos os que são experimentados concordam que devem usar sua vontade para limitar o espírito quando ele se torna precipitado, ou para levantá-lo quando afunda demais. (b) Sua própria mente e todo o resto da capacidade de sua alma. (c) Seu próprio corpo. Ele deve ser um instrumento para o homem e não seu senhor, em virtude de hábitos e cobiças desenfreadas. Devemos subjugar nosso corpo (I Co. 9:27). O CRENTE E SEU CORPO É importante sabermos que lugar nosso corpo físico ocupa no propósito e plano de Deus. Nosso corpo deve ser são e restaurado, como nosso espírito e alma. O corpo é necessário e importante; senão Deus não teria criado o homem como um. Examinando as Escrituras, podemos descobrir quanta atenção Deus presta ao corpo do homem. A Bíblia tem muito que dizer sobre ele. O mais singular e espantoso é que o Verbo se fez carne: o Filho de Deus tomou sobre Si um corpo de carne e sangue e, embora tenha morrido, Ele usa essa vestimenta para sempre. O Espírito Santo e o Corpo Rm. 8:13-13 revela a condição do nosso corpo, como o Espírito Santo o ajuda e qual deve ser nossa atitude correta para com ele. Inicialmente, nosso corpo e espírito estavam mortos; mas depois de crer no Senhor Jesus, nós O recebemos para ser a nossa vida. Quando recebemos o Espírito, nosso espírito humano é vivificado; somente o corpo continua morto. A nossa carne ainda é o "corpo do pecado". A redenção do nosso corpo nos espera no futuro (Rm.8:23). O pecado não foi eliminado do corpo, por isso ele continua morto. "E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita"(Rm. 8:11). Vemos que, depois que o espírito é vivificado, o 198
  • 27. A experiência da transformação da alma corpo também pode viver. O Espírito Santo dá vida aos nossos NOTAS corpos. O corpo está caminhando para a sepultura; espiritualmente falando, ele é considerado morto. Ora, se nosso corpo está morto, como podemos empregá-lo para responder às exigências da vida espiritual? O Espírito Santo deve dar vida aos nossos corpos de morte. Nós temos o Espírito Santo habitando em nós; portanto, nossos corpos mortais devem experimentar Sua vida. Através desse poder de habitação, o Espírito Santo da vida aos nossos corpos. O fato de o Espírito Santo dar vida a nossos corpos não quer dizer que o "corpo do pecado" se tornou um corpo santo ou que nosso "corpo de humilhação" foi transformado num corpo glorioso, ou que este corpo mortal se revestiu de imortalidade. Isto só vai, de fato, acontecer na vinda do Senhor. O sentido correto do Espírito Santo dar vida aos nossos corpos é: (l) Ele nos restaurará quando estivermos doentes, (2) nos preservará se não estivermos doentes. Ele vai nos fortalecer para que possamos correr a carreira que nos está proposta. Entretanto, muitos desconhecem esse benefício e seus corpos se tornam um empecilho para a obra. "Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis" (Rm. 8:13). Se os cristãos rejeitarem a provisão de Deus e viverem pela carne, certamente serão punidos. Por meio da vida dada ao nosso corpo pelo Espírito Santo, devemos resistir à morte que está nele; caso contrário, a morte completará rapidamente sua obra ali. Como podemos esperar que Ele dê vida ao nosso corpo carnal se negligenciarmos a obra de mortificar seus feitos? Pois somente mortificando seus feitos pelo Espírito Santo é que podemos viver. Muitos crentes erram aqui. Eles acham que o Espírito Santo daria vida e força aos homens para capacitá-los a viver para si mesmos. Que grande tolice! A vida que Deus dá ao nosso corpo tem como propósito vivermos para Ele. Nós mesmos não podemos controlar nosso corpo, mas através do Espírito Santo podemos. Ele nos capacitará a mortificar seus feitos. Somente o Espírito Santo pode tomar o que a cruz realizou e fazer com que os crentes a experimentem. Se ouvirmos a verdade da cruz, mas não permitimos que Ele opere essa verdade em nossas vidas, então tudo o que sabemos é uma teoria, um ideal. O reconhecimento de que o "nosso velho homem foi crucificado com ele para que o corpo pecaminoso seja anulado", é realmente bom; mas permaneceremos algemados pelos feitos carnais, se "pelo Espírito" não "mortificarmos os feitos do corpo". Glorifique a Deus I Co. 6:12-20 acrescenta uma luz nova sobre o assunto do corpo do crente. Aqui, Paulo julga que todas as exigências do corpo, tais como comer, beber ou sexo, são naturais, justas e lícitas. Entretanto, ele entende que nem todas elas são necessariamente úteis, nem devem escravizar o homem. Muitos cristãos não sabem como lidar com a questão de comer e beber. Comem para se satisfazer e, muitas vezes, exageram. O comer não deve impedir 199
  • 28. A experiência da transformação da alma nossa comunhão com Deus, visto que sua finalidade é apenas NOTAS preservar o corpo com saúde. Paulo também trata da questão da imoralidade. Esse é um pecado que contamina o corpo: ele transgride diretamente o princípio de que o "o corpo é para o Senhor" (verso 13 do texto acima). "E o Senhor para o corpo"(verso 13). Sempre pensamos que o Senhor salva apenas nosso espírito e alma; achamos que o corpo é inútil e sem valor na vida espiritual. Mas aqui é declarado que o Senhor é igualmente para o vaso de barro. A redenção de Cristo é também para o corpo. Ele quer nos sarar não apenas de problemas na alma ou no espírito, mas quer sarar também nosso corpo. O Senhor para o corpo envolve vários significados: (1) exprime a idéia de que o Senhor livrará o corpo do pecado. A despeito de como somos feitos fisiologicamente, mesmo possuindo fraquezas especiais, podemos vencer nossos pecados através do Senhor; (2) O Senhor é adicionalmente para nossas doenças físicas. O Senhor Jesus é capaz de nos livrar das doenças assim como dos pecados; (3) O Senhor é também para o nosso viver no corpo. Ele quer que experimentemos em nosso caminhar diário o poder da Sua ressurreição, para que nosso corpo também viva por Ele; (4) O Senhor é também para a glorificação do corpo. Isso acontecerá no futuro _ na volta do Senhor. É impossível experimentar o Senhor para o corpo, se usamos nossos corpos segundo nossos desejos e para o nosso prazer, ao invés de oferecê-los para viver inteiramente para o Senhor. E o verso 14 diz que assim como Deus já ressuscitou o corpo do Senhor Jesus, Ele também vai ressuscitar o nosso dentre os mortos. Todavia, isso é para o futuro, mas hoje podemos ter o antegozo do poder da Sua Ressurreição. Queremos ainda enfatizar a questão de que o corpo de Cristo é para os nossos corpos. Nossos corpos estão unidos ao dEle (I Co.12:27); conseqüentemente, podemos extrair vida e força do Seu corpo para suprir nossas necessidades físicas. Todos aqueles que possuem defeitos físicos devem permanecer nessa união com Cristo pela fé e extrair dos Seus recursos para suas necessidades carnais. "Fugi da imoralidade. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o homem imoral peca contra seu próprio corpo” (Verso 18 de I Co. 6). A Bíblia considera a imoralidade ou fornicação mais séria do que outros pecados, porque ela tem uma relação especial com nossos corpos, que são membros de Cristo. Quando nos unimos a uma prostituta, nos tornamos um só corpo com ele. Estamos unindo Cristo com uma prostituta. DOENÇA Para sabermos como manter nosso corpo numa condição que glorifica a Deus devemos primeiro saber que atitude tomar com 200
  • 29. A experiência da transformação da alma respeito à doença, como fazer uso dela e também como ser NOTAS curados. Doença e Pecado A Bíblia mostra um relacionamento íntimo entre a doença e o pecado. A conseqüência final do pecado é a morte. A doença jaz entre o pecado e a morte. Se não houvesse pecado no mundo, não haveria doença nem morte. Mas, quando o Senhor Jesus veio para salvar, Ele não apenas perdoou o pecado do homem mas também curou o corpo do homem. Desse modo, a primeira atitude que devemos tomar quando doentes, é nos examinar para determinar se pecamos ou não contra Deus. Isaías 53 diz que tanto a cura do corpo e a paz da alma nos foram concedidas. Porque Jesus carregou nossas doenças, não precisamos mais carregá-las. Notemos que a salvação de Deus não seria completa se o Senhor Jesus simplesmente perdoasse nossos pecados, mas não curas se nossas doenças também. Hoje muitos santos crêem no Seu poder para perdoar, mas duvidam da Sua graça para curar. A Disciplina de Deus Em I Co. 11:30-32, Paulo explica que a doença é um tipo da disciplina do Senhor. Por terem errado diante do Senhor, os crentes são disciplinados com doenças para movê-los a julgarem a si mesmos e eliminarem seus erros. Ao castigar Seus filhos, Deus trata graciosamente com eles, para que não sejam condenados com o mundo. Se os cristãos se arrependem de suas faltas, Deus retira Sua disciplina. Não podemos então evitar a doença através do auto- julgamento? A doença é, em muitos casos, o julgamento aberto de Deus sobre o pecado. Todavia, não devemos inferir disso que aqueles que estão doentes são necessariamente mais pecaminosos que os outros (Veja Lucas 13:2); bem ao contrário, os que são mais castigados pelo Senhor geralmente são os mais santos. Jó é um ótimo exemplo. A primeira atitude que alguém deve tomar quando estiver doente, não é correr de um lado para o outro em busca de cura e dos meios de cura. O que ele deve fazer é colocar-se totalmente na luz de Deus para exame, tendo um desejo honesto de aprender se está sendo castigado devido a alguma falta. Assim, o Espírito Santo lhe mostrará onde ele tem falhado; e qualquer coisa que lhe for mostrada, deve ser imediatamente confessada e abandonada. Se aquele pecado tem prejudicado outras pessoas, então ele deve fazer o melhor que puder para repará-lo, crendo ao mesmo tempo em que Deus o aceitou. Deus fica feliz em retirar sua disciplina quando não é mais necessária. A Doença e o Ego 201
  • 30. A experiência da transformação da alma Todo o mal e situação adversa têm a finalidade de expor NOTAS nossa verdadeira condição. A doença é uma dessas situações através da qual podemos ler nossa verdadeira condição. Nunca sabemos o quanto estamos vivendo para Deus e o quanto vivemos para o ego até ficarmos doentes, principalmente se a doença for prolongada. Nos dias bons podemos declarar que somos totalmente do Senhor, mas na doença nosso egocentrismo é revelado. Quão lamentável é o cristão que por causa do seu próprio desejo murmura contra Deus, quando está sob provação. Ele não aceita o que Deus dá como sendo o melhor para ele; pelo contrário, seu coração é inundado com o desejo de cura rápida. Por causa disso, Deus precisa prolongar a doença, até atingir Seu propósito. Com a doença Deus mostra se O buscamos apenas nos dias suaves e tranqüilos ou se O buscaremos mesmo que tudo esteja ruim. Ele também permite a doença para que abramos mão do amor próprio _ aquela preocupação exagerada conosco mesmos. Remédio Não pretendemos gastar muito tempo questionando se um crente pode ou não usar remédio. Entretanto, se o Senhor fez provisão para a cura do nosso corpo em Sua salvação, parece ignorância, se não for incredulidade, nos voltarmos para o auxílio da invenção do homem. O mundo inventou múltiplos tipos de remédios para aliviar o povo das doenças; todavia, o Senhor realizou na cruz aquela obra de salvação que diz respeito ao corpo. Buscaremos, na ânsia de ficarmos sarados, cura segundo os métodos humanos ou dependeremos do Senhor Jesus para a cura? Existe uma grande diferença entre ser curado através do remédio e a cura por Deus. O poder do medicamento é natural, enquanto que o de Deus é sobrenatural. Quando somos curados por remédios, colocamos nossa confiança na inteligência do homem; mas quando somos curados por Deus, dependemos da obra perfeita de Jesus na cruz. Isto não quer dizer que o Senhor não abençoa os remédios e nos cura através deles. Mas o Seu alvo é que creiamos na Sua obra e sejamos curados por uma ação Sua. Se formos curados pela dependência de Deus, tiraremos tal proveito espiritual que a cura pelos medicamentos nunca poderá nos conceder. A lição que Deus pretende nos ensinar na doença é cessar toda a nossa atividade própria e confiar nEle totalmente. É Melhor ser Curado Alguns santos foram para extremos. Eram antes duros e obstinados, mas foram quebrados por Deus através da doença enviada a eles. Responderam bem a Deus e, por isso, tornaram-se meigos, amáveis e mansos. Visto que a doença foi tão eficaz, começam a apreciar mais a doença que a saúde. Devemos entender, entretanto, que a vida com o Senhor não precisa ser de modo nenhum restrita à enfermidade. Ser capaz de suportar o 202
  • 31. A experiência da transformação da alma sofrimento é bom, mas não é muito melhor se alguém pode NOTAS obedecer a Deus quando está cheio de força? A doença pode glorificar a Deus, pois ela oferece a Ele uma oportunidade de manifestar Seu poder curador (Jo. 9:3). Mas como pode Ele ser glorificado se alguém permanece doente prolongadamente, porque está apreciando a doença? Deus deseja curar-nos. Todo o ministério de Jesus na Terra foi marcado por inúmeras curas. Ele não mudou; continua desejando a cura. Não podemos deixar de dizer que a doença se origina com o diabo. Deus permite que Satanás ataque Seus filhos porque existem alguns defeitos na vida deles. Mas cuidado, há doenças que vêm do diabo e que não precisamos sofrê-las; há também doenças que já deviam ter sido retiradas pois já cumpriram o propósito para a qual vieram. Nesses dois casos estamos sofrendo sem necessidades. Muitos estão enfermos sem qualquer necessidade, simplesmente por falta de força para lançar mão da promessa de cura de Deus, por fé. Devemos entender que a benção espiritual que recebemos na doença é bastante inferior à que recebemos na restauração. Para ser curado, chame os presbíteros para que orem com você (Tg. 5:14,15), ou então, exercite fé tranqüilamente para tomar posse da promessa de Deus (Ex. 15:26). Deus há de nos curar. Na redenção, Deus trata a doença de modo diferente do pecado. A destruição do pecado é totalmente ilimitada; mas não é assim com a doença. Timóteo, por exemplo, continuou tendo um estômago fraco. Nós, porém, afirmamos que não deveria haver tanta enfermidade como há entre os filhos de Deus. Inúmeros santos permanecem doentes porque perderam a oportunidade de serem curados. A menos que tenhamos a segurança que Paulo teve após orar três vezes, de que sua fraqueza permaneceria porque seria útil para ele, nós devemos pedir a cura. Até que tenhamos certeza de que Deus quer que levemos nossa fraqueza, nós devemos pedir ousadamente que o Senhor mesmo a leve e tire nossa doença. Queremos ressaltar a atitude do crente para com a doença. Toda vez que o cristão ficar doente, a primeira coisa a fazer é investigar a causa do mal diante do Senhor; não devendo ficar ansioso demais pela cura. Devemos examinar se temos desobedecido a Deus, se pecamos em algum lugar, se devemos algo a alguém, se violamos alguma lei natural, ou negligenciamos alguma orientação especial. Depois de identificar os motivos, devemos tomar as atitudes corretas. Resumindo, dizemos que nenhuma doença acontece sem uma causa. Se um cristão contrair uma doença, ele deve tentar localizar sua causa ou causas. Depois de confessá-las uma a uma diante de Deus, ele deve chamar os anciãos da igreja para que possam confessar uns aos outros e orar uns pelos outros. Os anciãos ungirão o doente com óleo para que a vida do corpo de Cristo possa lhe ser restaurada. O influxo da vida fará desaparecer a doença. DEUS COMO A VIDA DO CORPO 203
  • 32. A experiência da transformação da alma Já vimos que no futuro Deus ressuscitará nosso corpo, mas NOTAS hoje Ele dá vida ao nosso corpo mortal. Embora nosso corpo seja ainda animado por nossa vida da alma natural, não mais vivemos por ela porque confiamos na vida do Filho de Deus, que infunde energia em nossos membros muito mais abundantemente do que tudo o que a vida da alma poderia comunicar. Deus deseja nos conduzir à posse dessa vida de Cristo como nossa força. A Palavra de Deus é a vida do nosso corpo: "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus" (Mt. 4:4). Alguns vivem só de pão, outros de pão e pela Palavra de Deus. O pão às vezes falha, mas a Palavra de Deus nunca falha. Deus oculta Sua vida na Sua Palavra. Portanto, a Palavra não pode ser tomada apenas como mandamento, uma regra, ela deve ser tomada como vida. Quando comemos da Palavra, O recebemos como vida não apenas como vida para o nosso espírito, mas como vida para o nosso corpo. As Experiências dos Santos do Passado Era um acontecimento comum para os santos do passado conhecerem a Deus como a força do seu corpo, ou experimentarem a vida de Deus permeando o corpo deles. Abraão viu o poder de Deus sendo manifestado em seu corpo quase morto. O ponto crucial da questão aqui não é tanto a condição do nosso corpo, mas sim o poder de Deus naquele corpo. "Tinha Moisés 120 anos quando morreu; seus olhos não escureceram, nem se abateu sua força natural" (Dt. 34:7). O poder da vida de Deus agiu no corpo de Moisés. Calebe também experimentou o revigorar de Deus (Jos. 14:9-11). Sansão foi poderosamente usado pelo Espírito Santo em proezas físicas. Há muitos outros exemplos de homens de Deus do passado que foram revigorados pela vida de Deus. Queremos enfatizar que a vida de Deus é adequada não somente para curar enfermidades, mas também para nos preservar fortes e sadios, capacitando-nos a vencer doenças e fraquezas. A Experiência de Paulo Visto que nossos corpos são membros daquele corpo (o corpo de Cristo), a vida naturalmente flui para eles. Nos apropriamos disso por fé. Paulo orou por três vezes para que o espinho em sua carne fosse retirado. Sem sucesso. Ele era muito fraco no corpo, mas permaneceu naquela situação por muito tempo? Não, pois ele nos informa que o poder de Cristo repousou sobre ele e o tornou forte. Nem o espinho, nem a fraqueza produzida por ele, deixaram Paulo; todavia o poder de Cristo inundou seu corpo frágil e lhe deu força para enfrentar cada necessidade. O poder de Cristo estava em contraste com a fraqueza de Paulo. Como podia um homem fraco como Paulo realizar uma obra que exigia tão grande esforço físico? O seu corpo mortal era vivificado pelo Espírito Santo. 204
  • 33. A experiência da transformação da alma Como Deus nos cura e nos fortalece? Pela vida de Jesus. NOTAS Quando nossa carne mortal é revitalizada a natureza do nosso corpo não é mudada para a imortalidade: ela permanece a mesma. A vida que supre vitalidade a este corpo, entretanto, é mudada. Nos dias passados, vivemos pelo poder da nossa vida natural, mas agora vivemos pela energia daquela vida sobrenatural de Cristo. Seu poder de ressurreição está sustentando nosso corpo, por isso somos capacitados a realizar as tarefas a nós designadas. O Poder Natural e o Poder de Jesus Talvez alguns podem pensar que ter o Senhor Jesus como vida para o nosso corpo signifique que Deus nos concede uma grande medida de poder físico, para que nunca venhamos a sofrer mais ou ficar doentes. O corpo de Paulo era freqüentemente fraco, mas a força do Senhor Jesus fluía continuamente para ele. Ele vivia a cada instante pela vida do Senhor. Somente através da obediência, experimentaremos a realidade da Sua vida para nós. Será que Ele nos daria Sua força para nos rebelarmos contra Ele? A Benção Desta Vida Se recebêssemos a vida do Senhor Jesus para ser a vida do nosso corpo, nós experimentaríamos hoje o fortalecimento dos nossos corpos pelo Senhor e também a prosperidade dos nossos espíritos por Ele. No tocante ao nosso conhecimento, já sabemos que nosso corpo é para o Senhor; todavia, por causa do nosso egocentrismo, Ele não pode nos encher completamente. Mas agora entregamos nosso tudo a Ele, para que possa tratar conosco da maneira como desejar. Agora pertencemos ao Senhor completamente; nada pode, portanto, nos suceder sem Seu conhecimento e permissão. Entendendo que o Senhor é para o corpo, o cristão é capaz de se apropriar de todas as riquezas de Deus para suas necessidades. Para cada necessidade urgente sempre existe Sua provisão; seu coração conseqüentemente repousa. Ele não pede mais do que o que Deus proveu, mas também não fica satisfeito com nada menos do que o que Ele prometeu. Ele recusa usar sua própria força em qualquer questão para ajudar a Deus, tentando resolver as coisas antes do Seu tempo. VENCENDO A MORTE A experiência de vencer a morte não é incomum entre os santos da Bíblia. Davi foi salvo das garras do leão e do urso e também da mão de Golias; Sadraque, Mesaque e Abednego não sofreram nenhum dano na fornalha de fogo; Paulo sacudiu uma cobra mortal dentro do fogo e não sofreu dano algum, e muitos outros exemplos. O alvo de Deus é levar Seus filhos a passar pela experiência de conquistar a morte agora. Triunfar sobre o pecado, o "eu", o mundo e Satanás é necessário; mas a vitória não está 205
  • 34. A experiência da transformação da alma completa sem um triunfo correspondente sobre a morte. Se NOTAS desejarmos usufruir uma vitória completa, devemos destruir este último inimigo (I Co. 15:26). Deixaremos um inimigo inconquistado, se falharmos em experimentar o triunfo sobre a morte. Se desejarmos viver vitoriosamente sobre esta terra, temos de vencer a morte que está no mundo. A morte está em nosso corpo, desde o dia em que nascemos ela começa a operar em nós. A morte física, é apenas a consumação da prolongada operação da morte, que atua dia-a-dia em nós. Ela pode atacar nosso espírito, privando-o de vida e poder; pode atacar nossa alma, mutilando seu sentimento, pensamento e vontade; pode atacar nosso corpo, tornando-o fraco e doente. Segundo Rm. 5:17, a morte não apenas existe, mas ela reina. Enquanto existe o reino da morte, existe também o reino da vida. O apóstolo Paulo diz que aqueles que recebem a abundância da graça, vão reinar em vida. Mas os cristãos hoje estão tão ocupados com o problema do pecado, que falham em vencer o resultado do pecado, a saber, a morte. Cristo morreu para nos salvar não apenas dos nossos pecados, mas também da morte. A salvação de Cristo substitui o pecado pela justiça e a morte pela vida; "A lei do Espírito da vida em Cristo Jesus me livrou da lei do pecado e da morte" (Rm. 8:2). Como venceremos a morte, de maneira prática? Devemos determinar resistir a morte da mesma maneira que temos resistido ao pecado; nos apropriando da vitória que Cristo já conquistou por nós na cruz. Hb.2:14,15, nos diz que a cruz é a base da vitória sobre o poder da morte. Três caminhos diferentes estão abertos aos cristãos para vencerem a morte: (1) confiando que não morreremos até que nossa obra esteja terminada; (2) não tendo medo da morte mesmo que ela venha, pois sabemos que seu aguilhão foi removido; (3) crendo que seremos completamente libertados da morte, visto que seremos arrebatados na volta do Senhor. Morte Depois que Nossa Obra Estiver Terminada A menos que um cristão tenha pleno conhecimento de que sua obra está terminada e que o Senhor não mais exige que ele fique, ele deve, por todos os meios, resistir à morte. Jesus resistiu por três vezes à morte, saindo do meio dos que o queriam matar, pois Seu tempo ainda não havia chegado. Paulo e Pedro também resistiram à morte antes do tempo. Os patriarcas morreram "cheios de anos". Sem Temor da Morte Ao falar sobre vencer a morte, não queremos dizer que nosso corpo nunca morrerá (I Co. 15:51). Vencer a morte não significa necessariamente não passar pela sepultura, pois Deus pode desejar que alguns vençam através da ressurreição, como fez o Senhor Jesus. Ao passar pela morte, os crentes, como seu Senhor, não precisam temê-la, pois apenas estamos passando de um cômodo 206
  • 35. A experiência da transformação da alma para o outro. No início éramos "aqueles que com meda da morte, NOTAS estavam por toda a vida sujeita à escravidão" (Hb. 2:15). O Senhor Jesus, entretanto, nos livrou e por isso não mais a tememos. Arrebatados Vivos Sabemos que na volta do Senhor Jesus muitos serão arrebatados vivos. Esta é a última forma de vencer a morte (I Co. 15:51-52 e I Ts. 4:14-17). O tempo do arrebatamento se aproxima. Se alguém deseja ser arrebatado vivo, deve aprender aqui e agora como vencer a morte. Na cruz o Senhor Jesus venceu totalmente este inimigo; hoje Deus quer que Sua igreja experimente esta vitória de Cristo. Com a vitória de Cristo, devemos ficar firmes contra a morte, proibindo que ela faça qualquer incursão em nosso corpo. Resista a tudo que possua disposição para a morte. Encare a doença, a fraqueza e o sofrimento com esta atitude. Pecado Mortal Observemos agora especificamente qual é a essência do pecado mortal, mencionado em I Jo. 5:16. Fazendo assim poderemos saber como nos manter longe dele, a fim de que (1) nossa carne não seja corrompida, (2) não venhamos a perde a bênção de sermos arrebatados antes da morte, ou (3) podermos ainda terminar a obra do Senhor a nós designada, antes que nossos dias sejam cumpridos e morramos, caso Ele demore e tenhamos que passar pela sepultura. Podemos dizer que por causa de negligência nesta questão, muitos filhos de Deus tiveram seus dias encurtados e perderam suas coroas. A Bíblia não deixa claro qual é este pecado mortal. Pelos registros da Bíblia, entendemos que este pecado varia de acordo com a pessoa. Um pecado para alguns é mortal, todavia para outros pode não ser um pecado para a morte, e vice-versa. Para os cristãos, a característica da Era do Reino é que não existe mais fraqueza, doença ou morte, porque nossos corpos terão sido redimidos e Satanás pisado debaixo dos pés. As Escrituras nos ensinam que podemos antegozar os poderes da Era vindoura agora (Hb. 6:5). Todos os textos são um resumo e adaptação de: O Homem Espiritual v. 3 T. S. Watchman Nee 207