SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 8
Downloaden Sie, um offline zu lesen
PROBLEMATIZANDO A ESCOLA: A PRÁTICA PEDAGÓGICA E O SABER DE
EXPERIÊNCIA

Fernanda May – UFFS/Erechim
fmay2010@hotmail.com

Resumo: o objetivo do presente trabalho é problematizar a realidade da escola Rondônia
situada no município de Centenário/RS e algumas características, tanto da escola quanto do
município, que apontam para a possibilidade de considerá-la uma “escola do campo”, mesmo
estando situada na cidade. Busco a partir da minha experiência de Estágio nesta escola,
discutir as características de uma escola do campo que se aproximam à realidade da escola
Rondônia, perceber em que medida o Plano Político Pedagógico (PPP) reconhece essas
características e analisar em que medida esta escola considera o contexto onde está inserida e
assim, potencializa a experiência dos estudantes nos processos de ensino aprendizagem.
Palavras-chave: Escola do campo; Projeto Político Pedagógico; Saber de Experiência.

Introdução
O presente trabalho parte de algumas problematizações que surgiram durante a minha
experiência de Estágio na escola Rondônia de Centenário/RS. O Estágio Curricular
Supervisionado I1 permite a inserção do estudante na escola para uma análise do ambiente
escolar, no sentido de situar e reaproximar, os estudantes de licenciatura antes da sua inserção
definitiva como docente. Permitindo que os alunos tenham contato com a estrutura da escola,
com seus espaços físicos, com sua estrutura política e com o contexto onde está inserida a
escola.

1

Disciplina da sexta fase do curso de Licenciatura em Ciências Sociais (2012/2) da Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim.
Diante da minha experiência e também do fato de ter sido aluna da escola no ensino
fundamental e ainda residir no interior do município de Centenário, coloco em discussão
alguns aspectos da escola e do próprio município que chamam a atenção para a possibilidade
de considerar a escola Rondônia uma escola do campo. Bem como, proponho uma discussão a
partir do Projeto Político Pedagógico (PPP), sobre as ações pedagógicas da escola e como
estas trabalham o contexto onde a escola está inserida e os saberes trazidos pelos alunos para
a escola, a partir das suas experiências.
A escola Rondônia está localizada no município se Centenário/RS. É a única escola
estadual do município, que conta com apenas mais uma escola de ensino fundamental
municipal. As atividades da escola se mantêm desde 1936. A escola funciona nos três turnos,
manhã, tarde e noite e oferece as modalidades de ensino fundamental, ensino médio e ensino
médio politécnico. Ao todo a escola possui 322 alunos, sendo que a grande maioria dos
alunos, principalmente os que estudam nos turnos da manhã e da tarde, são provenientes do
campo2.
O município de Centenário situa-se a Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e
possui área territorial de 134,3 km². A população é de 2.956 habitantes. A economia é baseada
na agricultura com predomínio da pequena propriedade. O comércio e a indústria são de
pequeno porte. As famílias quase na sua totalidade são de origem polonesa e a religião
predominante é a católica3.
A partir desse contexto inicio o trabalho problematizando o que de fato caracteriza
uma escola do campo. Será o espaço onde está inserida a escola? A educação para o trabalho
no campo? A escola que recebe alunos do campo? Em seguida, partindo da realidade da
escola Rondônia, principalmente do Plano Político Pedagógico/PPP, busco analisar em que
medida a escola considera nas suas práticas pedagógicas, o contexto social em que está
inserida e o perfil dos seus alunos. Para finalizar, analiso em que medida o reconhecimento
por parte da escola, destas características e o trabalho pedagógico baseado nessa perspectiva,
poderia contribuir para o desenvolvimento da escola, dos alunos e da comunidade.

Pressupostos de uma escola do campo
A escola pode ser um lugar privilegiado de formação, de conhecimento e cultura,
valores e identidades das crianças, adolescentes, jovens e adultos. Não para fecharlhes horizontes, mas para abri-los ao mundo desde o campo, ou desde o chão em que
2
3

Os dados sobre a escola foram obtidos diretamente com a direção e a partir do Plano Político Pedagógico/PPP.
Fonte de dados da FEE 2010.
pisam. Desde as suas vivências, sua identidade, valores e culturas, abrir-se ao que há
de mais humano e avançado no mundo. (ARROYO, CALDART, MOLINA, 2004,
p.14)

Partindo do dito acima podemos aceitar que a escola tem funções predeterminadas,
como a formação das pessoas, o acesso ao conhecimento, a diferentes culturas. No entanto,
essas funções são aceitas desde que partam de uma perspectiva próxima ao estudante, ou seja,
que essa formação, que esse conhecimento sirva e tenha significado para quem o aprende. Um
conhecimento que não torne o estudante um estranho às suas vivências e que possa o
aproximar cada vez mais da sua identidade e dos seus valores, ao mesmo tempo, que
proporciona conhecer diferentes culturas e diversas formas de aprender desde as mais
tradicionais até as mais modernas.
Quando discutimos uma escola do campo temos que reconhecer que se trata de uma
escola que como qualquer outra também apresenta essas funções. Função de formação, de
construção de conhecimento e acima de tudo de valorização e significação das vivências de
seus estudantes relacionadas com a vida do campo. Não restringindo o conhecimento aos
conhecimentos da terra, mas, oferecendo aos alunos o contato com os diferentes saberes.
É comum encontrar pessoas que possuem um olhar negativo ou então preconceituoso
do campo, visto como um lugar atrasado e de pobreza. No entanto, há que se reconhecer a
importância do campo para o desenvolvimento do país. Num primeiro momento da economia
do Brasil, a agricultura foi o principal espaço de produção das riquezas. A indústria superou a
agricultura em muitos sentidos, mas está continua sendo de grande importância,
principalmente na produção de alimentos. Claro que hoje predominam os grandes latifúndios,
o que não exime a existência de pequenas propriedades, que produzem para consumo próprio.
O grande problema enfrentado pelo campo foi e continua, em alguma medida, sendo o
êxodo rural, que fez com que muitas famílias deixassem o campo em busca de trabalho na
cidade e melhores condições de vida. Esse processo acabou deixando os campos vazios e
abrindo espaço para o desenvolvimento das grandes propriedades monocultoras e voltadas
para a exportação.
As poucas pessoas que ainda permanecem no campo encontram muitas dificuldades,
como o acesso a educação, por exemplo. Essas famílias mesmo morando no campo são
obrigadas a mandar os filhos para as escolas das cidades, onde muitos acabam permanecendo
e não voltando mais ao campo. O campo hoje carece de estrutura, de suporte financeiro por
parte das políticas públicas e principalmente de incentivos para que as pessoas queiram e
possam continuar nele.
Pensar uma escola do campo é pensar numa possível transformação dessas condições.
Na perspectiva de criar um espaço que possa receber os estudantes do campo com práticas
educacionais voltadas para suas realidades singulares, que seja comprometida com a cultura
do povo do campo e que possam auxiliar esses estudantes a pensar novas possibilidades para
a vida no campo.
Sendo assim entendo por escola do campo,

[...] aquela que trabalha os interesses, a política, a cultura e a economia dos diversos
grupos de trabalhadores e trabalhadoras do campo, nas suas diversas formas de
trabalho e de organização, na sua dimensão de permanente processo, produzindo
valores, conhecimentos e tecnologias na perspectiva do desenvolvimento social e
econômico igualitário desta população. (ARROYO, CALDART, MOLINA, 2004,
p.53

Nesse sentido, tendo refletido sobre as características de uma escola do campo, tenho
presente a necessidade de que esteja localizada no espaço geográfico da realidade social e
cultural do campo. Para que sirva aos estudantes provenientes do campo e que tenha práticas
educativas voltadas para a realidade do campo, mas, que não retire dos alunos a possibilidade
de conhecer outras culturas, outras realidades, outras formas de saber. Esses pressupostos
caracterizam o que podemos chamar de escola do campo. Entretanto, quais destas
características estão presentes na escola Rondônia para que possa ser considerada uma escola
do campo?
A seguir busco refletir sobre alguns aspectos da escola que remetem a uma idéia de
escola do campo e analiso de que forma o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola
trabalha com o contexto social e com perfil dos alunos.

A escola nos limites do rural e do urbano
A escola Rondônia mesmo estando localizada no “centro” da cidade de Centenário
apresenta algumas características que possibilitam pensá-la como uma escola do campo.
Mesmo não estando localizada geograficamente na área rural ela está num município de
menos de três mil habitantes e com um território de menos de 140 km², ou seja, pela extensão
da cidade e pelas características estruturais do espaço urbano é possível considerar que a
escola está num espaço meio rural/meio urbano.
A cidade possui apenas uma avenida que congrega os espaços comerciais e os setores
de serviço, como posto de saúde, prefeitura e escola. A paisagem é mista, mesmo com as
construções, ainda há muita área verde dentro da cidade, e os costumes dos moradores
lembram muito a área rural, muitos plantam nos jardins, fazem hortas e criam animais.
No entanto a maioria da população vive no campo e do campo. Os estudantes que
moram na área rural vivem da pequena propriedade plantam para abastecimento da cidade e
para consumo próprio. A própria merenda escolar é proveniente das pequenas propriedades
agrícolas. Diante disso, para além da maioria dos estudantes serem do campo, os que moram
na cidade têm contato direto com as práticas agrícolas.
Considerando o espaço meio rural meio urbano do contexto onde se encontra a escola
Rondônia, parto para uma análise de como a escola trabalha a questão do contexto social dos
estudantes, principalmente a partir do PPP.
A prática pedagógica – análise do Projeto Político Pedagógico
A escola Rondônia apresenta como filosofia uma “Educação participativa e
Inclusiva”, que segundo o PPP, tem como objetivo eliminar qualquer tipo de discriminação a
grupos de pessoas. Entende-se nesse sentido que a escola está aberta a todas as pessoas, sem
distinção de raça, etnia, religião.
Quando aborda os objetivos da escola, o documento menciona a necessidade de
“oportunizar condições para que os alunos possam realizar-se como pessoas e como
cidadãos, através do gosto pelo saber, o hábito da leitura, pesquisa e estudo, o raciocínio
lógico, a expressão oral e escrita, descobrindo alternativas de fixação do homem no campo”.
É a única passagem do documento que trata especificamente dessa questão, de fazer com que
os alunos queiram permanecer no campo. No entanto, é uma colocação solta, que não
acompanha nenhuma prática, nenhum tipo de incentivo ou atividade, ou formas de
organização do espaço escolar e das práticas pedagógicas para que de fato, se efetive a
vontade dos estudantes de permanecer nos seus locais de origem.
Mais adiante, quando trata das propostas pedagógicas da escola, o documento aponta
para que “a construção do conhecimento na escola deve se dar, a partir, das vivências
significativas dos alunos, com a preocupação de estabelecer relações de vivências do aluno
com o mundo”. Porém, da mesma forma essa proposta não segue uma linha de atuação prática
no sentido de fazer das vivências dos estudantes o ponto de partida da aprendizagem e do
conhecimento.
Essas duas passagem presentes no PPP, mencionam mesmo que de forma superficial, a
aparente preocupação da escola com a permanência das pessoas no campo e com a
necessidade de articular as vivências dos estudantes ao processo de construção do
conhecimento. No entanto, tendo vivenciado a realidade da escola, tanto como aluna, quanto
pesquisadora, pude observar que na prática, essas propostas não acontecem. A escola não
desenvolve nenhum tipo de atividade que objetive fazer com que os alunos desenvolvam
outro olhar sobre o meio em que vivem. O ensino tradicional, foca em conteúdos distantes da
realidade dos estudantes, descumprindo com o proposto de trabalhar a partir das suas
vivências.
A escola e os Saberes de Experiência

Paulo Freire nos fala na Pedagogia da Autonomia, da importância da escola e também
dos professores, respeitarem os saberes que os estudantes trazem para a escola a partir das
suas experiências. Bem como, da necessidade de relacionar esses saberes com os conteúdos
que serão ensinados.
Essa postura tanto da escola como dos professores gera fatores positivos no processo
de ensino aprendizagem dos estudantes. Possibilita que os mesmos tornem-se sujeitos da
construção do conhecimento e não meros objetos receptores de saberes vagos, abstratos e
distantes das suas realidades.
A escola em questão, nas suas práticas pedagógicas tende a desconsiderar estes
saberes, impondo conteúdos e formas de ensino tradicionais. Baseada na lógica de uma
“educação bancária”, impedindo que os alunos assumam uma posição autônoma no processo
de ensino aprendizagem, negando-lhes o direito a palavra. A escola tornando-os sujeitos
apáticos ao diálogo e também a exposição, como pude observar em uma das experiências de
contato com os alunos do Ensino Médio da referida escola.
Diante desta situação cabe questionar se, é possível que haja uma transformação, que
haja mudanças na região, que partam destes sujeitos, que não aprendem a pensar o seu
contexto, interpretá-lo e problematizá-lo?
Acredito que enquanto a escola for uma instituição fechada em si mesma,
hierarquizada, continuará negando aos estudantes uma formação mais humana e política.
Continuará não havendo a participação e o dialogo por parte dos estudantes.
Nas palavras de Freire (1983, p. 36);

O diálogo e a problematização não adormecem a ninguém. Conscientizam. Na
dialogicidade, na problematização, educando-educador e educador-educando, vão
ambos desenvolvendo uma postura crítica da qual resulta a percepção de que este
conjunto de saber se encontra em interação. Saber que reflete o mundo e os homens
no mundo e com ele, explicando o mundo, mas sobretudo, tendo de justificar-se na
sua transformação.

Dessa forma se queremos que os estudantes sejam eles os protagonistas das mudanças
exigidas pela região onde está inserida a escola, a escola deve atentar para a necessidade de
atender as suas demandas em relação a um conhecimento que sirva para essa transformação.
Partindo das suas vivencias, dos seus “saberes de experiência feito” e potencializando ações
no sentido de uma identificação cultural, de assunção das suas origens do campo e pensando
estratégias e práticas que incentivem a permanência no campo, vital para o desenvolvimento
econômico, social, político e cultural da região.

Uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as
condições em que os educandos em relação uns com os outros e todos com o
professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se
como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador,
realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar. (FREIRE, 1996.
P.23)

Considerações finais
A partir das observações e constatações sobre a realidade da escola e sobre contexto
no qual está inserida, tenho presente que a escola Rondônia apresenta condições de ser tratada
como uma escola do campo. O fato de estar localizada na cidade não retira a necessidade de
trabalhar tendo essa perspectiva presente, principalmente, pelo fato de fazer juízo a quase
totalidade de alunos que são provenientes do campo e que tem o direito de aproximarem o
conhecimento a suas realidades e desenvolverem novas formas e novas alternativas de
permanência no campo.
É claro que a opção de permanência no campo exige uma série de condições
satisfeitas, para que se tenha qualidade de vida. E também é opção dos estudantes, das pessoas
quererem ou não viver no campo. Sendo assim, a escola também não pode e não deve obrigar
as pessoas, mas tem sim a obrigação de vincular suas práticas com os interesses dos grupos do
campo e se voltar para o desenvolvimento social e cultural dos sujeitos que moram e
trabalham na terra.
Se a escola cumprir o papel, de oferecer as possibilidades de pensar e problematizar as
questões do campo, de incentivar os estudantes para que permaneçam na terra, mas ao mesmo
tempo busquem uma continuidade dos estudos, possibilidade que não está excluída, estará
colaborando para a construção de um novo imaginário sobre a realidade do campo. E poderá
contribuir para que esses mesmos estudantes sejam os protagonistas de um novo projeto de
desenvolvimento do campo, bem como da região como um todo, que ainda carece de
mudanças.

Referências

ARROYO, M. G.; CALDART, R. S.; MOLINA, M. C. (org.). Por uma educação do
campo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
FREIRE, P. Extensão ou Comunicação? 7° ed. Rio de Janeiro; Paz e Terra, 1983.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática docente. 31° Ed.
São Paulo; Paz e Terra, 1996.
Fundação de Economia e Estatística – FEE disponível em
<http://www.fee.rs.gov.br/sitefee/pt/content/capa/index.php> acesso em outubro de 2012
Plano Político Pedagógico – PPP. Escola Estadual de Ensino Médio Rondônia.
Centenário/RS, 2010.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

TRILHAS CAMPESINAS: Integrando vidas e saberes 2014
TRILHAS CAMPESINAS: Integrando vidas e saberes 2014TRILHAS CAMPESINAS: Integrando vidas e saberes 2014
TRILHAS CAMPESINAS: Integrando vidas e saberes 2014arlete buchardt
 
Plano Decenal de Educalçao de Bom Jardim MA. 2015 - 2025
Plano Decenal de Educalçao de Bom Jardim   MA. 2015 - 2025Plano Decenal de Educalçao de Bom Jardim   MA. 2015 - 2025
Plano Decenal de Educalçao de Bom Jardim MA. 2015 - 2025Adilson P Motta Motta
 
TEATRO POLÍTICO, FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL
TEATRO POLÍTICO, FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIALTEATRO POLÍTICO, FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL
TEATRO POLÍTICO, FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIALAdriana Gomes
 
Trilhas campesinas integrando vidas e saberes final
Trilhas campesinas   integrando vidas e saberes finalTrilhas campesinas   integrando vidas e saberes final
Trilhas campesinas integrando vidas e saberes finalKetheley Freire
 
O papel da educação do campo na construção do desenvolvimento rural
O papel da educação do campo na construção do desenvolvimento ruralO papel da educação do campo na construção do desenvolvimento rural
O papel da educação do campo na construção do desenvolvimento ruralMaryanne Monteiro
 
EXPECTATIVAS DO JOVEM DO CAMPO DO MUNICÍPIO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS AO INGRESS...
EXPECTATIVAS DO JOVEM DO CAMPO DO MUNICÍPIO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS AO INGRESS...EXPECTATIVAS DO JOVEM DO CAMPO DO MUNICÍPIO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS AO INGRESS...
EXPECTATIVAS DO JOVEM DO CAMPO DO MUNICÍPIO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS AO INGRESS...christianceapcursos
 
CEYBC - PORTFÓLIO PACTO PELO ENSINO MÉDIO
CEYBC - PORTFÓLIO PACTO PELO ENSINO MÉDIOCEYBC - PORTFÓLIO PACTO PELO ENSINO MÉDIO
CEYBC - PORTFÓLIO PACTO PELO ENSINO MÉDIOJannaDias
 
Historico da instituicao
Historico da instituicaoHistorico da instituicao
Historico da instituicaoAliançados Vg
 
APRESENTAÇÃO DO PPP ESCOLA MUN. PROF. LUIZ MARANHÃO FILHO PARTE I - ESCOLA
APRESENTAÇÃO DO PPP ESCOLA MUN. PROF. LUIZ MARANHÃO FILHO PARTE I - ESCOLAAPRESENTAÇÃO DO PPP ESCOLA MUN. PROF. LUIZ MARANHÃO FILHO PARTE I - ESCOLA
APRESENTAÇÃO DO PPP ESCOLA MUN. PROF. LUIZ MARANHÃO FILHO PARTE I - ESCOLAEder Nogueira
 
Informativo escolar 2012
Informativo escolar 2012Informativo escolar 2012
Informativo escolar 2012Paula Tannus
 
EE Assentamento Santa Clara - Plano Quadrienal
EE Assentamento Santa Clara - Plano QuadrienalEE Assentamento Santa Clara - Plano Quadrienal
EE Assentamento Santa Clara - Plano Quadrienalbrgsto
 

Was ist angesagt? (18)

TRILHAS CAMPESINAS: Integrando vidas e saberes 2014
TRILHAS CAMPESINAS: Integrando vidas e saberes 2014TRILHAS CAMPESINAS: Integrando vidas e saberes 2014
TRILHAS CAMPESINAS: Integrando vidas e saberes 2014
 
Plano Decenal de Educalçao de Bom Jardim MA. 2015 - 2025
Plano Decenal de Educalçao de Bom Jardim   MA. 2015 - 2025Plano Decenal de Educalçao de Bom Jardim   MA. 2015 - 2025
Plano Decenal de Educalçao de Bom Jardim MA. 2015 - 2025
 
PPP2012
PPP2012PPP2012
PPP2012
 
TEATRO POLÍTICO, FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL
TEATRO POLÍTICO, FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIALTEATRO POLÍTICO, FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL
TEATRO POLÍTICO, FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL
 
Apresentação ii sifedoc
Apresentação ii sifedocApresentação ii sifedoc
Apresentação ii sifedoc
 
Trilhas campesinas integrando vidas e saberes final
Trilhas campesinas   integrando vidas e saberes finalTrilhas campesinas   integrando vidas e saberes final
Trilhas campesinas integrando vidas e saberes final
 
O papel da educação do campo na construção do desenvolvimento rural
O papel da educação do campo na construção do desenvolvimento ruralO papel da educação do campo na construção do desenvolvimento rural
O papel da educação do campo na construção do desenvolvimento rural
 
EXPECTATIVAS DO JOVEM DO CAMPO DO MUNICÍPIO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS AO INGRESS...
EXPECTATIVAS DO JOVEM DO CAMPO DO MUNICÍPIO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS AO INGRESS...EXPECTATIVAS DO JOVEM DO CAMPO DO MUNICÍPIO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS AO INGRESS...
EXPECTATIVAS DO JOVEM DO CAMPO DO MUNICÍPIO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS AO INGRESS...
 
Modelo de projeto_de_pesquisa_a_o (1)
Modelo de projeto_de_pesquisa_a_o (1)Modelo de projeto_de_pesquisa_a_o (1)
Modelo de projeto_de_pesquisa_a_o (1)
 
Educacao Campo
Educacao CampoEducacao Campo
Educacao Campo
 
CEYBC - PORTFÓLIO PACTO PELO ENSINO MÉDIO
CEYBC - PORTFÓLIO PACTO PELO ENSINO MÉDIOCEYBC - PORTFÓLIO PACTO PELO ENSINO MÉDIO
CEYBC - PORTFÓLIO PACTO PELO ENSINO MÉDIO
 
Historico da instituicao
Historico da instituicaoHistorico da instituicao
Historico da instituicao
 
APRESENTAÇÃO DO PPP ESCOLA MUN. PROF. LUIZ MARANHÃO FILHO PARTE I - ESCOLA
APRESENTAÇÃO DO PPP ESCOLA MUN. PROF. LUIZ MARANHÃO FILHO PARTE I - ESCOLAAPRESENTAÇÃO DO PPP ESCOLA MUN. PROF. LUIZ MARANHÃO FILHO PARTE I - ESCOLA
APRESENTAÇÃO DO PPP ESCOLA MUN. PROF. LUIZ MARANHÃO FILHO PARTE I - ESCOLA
 
Escola municipal lyra
Escola municipal lyraEscola municipal lyra
Escola municipal lyra
 
Informativo escolar 2012
Informativo escolar 2012Informativo escolar 2012
Informativo escolar 2012
 
Projeto Político Pedagógico 2017
Projeto Político Pedagógico 2017Projeto Político Pedagógico 2017
Projeto Político Pedagógico 2017
 
Proposta pedagógica 2013
Proposta pedagógica 2013Proposta pedagógica 2013
Proposta pedagógica 2013
 
EE Assentamento Santa Clara - Plano Quadrienal
EE Assentamento Santa Clara - Plano QuadrienalEE Assentamento Santa Clara - Plano Quadrienal
EE Assentamento Santa Clara - Plano Quadrienal
 

Andere mochten auch (9)

Adriele sielski jaqueline_kosloski_uffs
Adriele sielski jaqueline_kosloski_uffsAdriele sielski jaqueline_kosloski_uffs
Adriele sielski jaqueline_kosloski_uffs
 
Thiago ingrassia pereira uffs
Thiago ingrassia pereira  uffsThiago ingrassia pereira  uffs
Thiago ingrassia pereira uffs
 
Joviana vedana da rosa uffs
Joviana vedana da rosa uffsJoviana vedana da rosa uffs
Joviana vedana da rosa uffs
 
07 rosa leite
07 rosa leite07 rosa leite
07 rosa leite
 
Rovian schenatto palavicini uffs
Rovian schenatto palavicini uffsRovian schenatto palavicini uffs
Rovian schenatto palavicini uffs
 
10 daniel gutierrez
10 daniel gutierrez10 daniel gutierrez
10 daniel gutierrez
 
Thiago ingrassia pereira
Thiago ingrassia pereiraThiago ingrassia pereira
Thiago ingrassia pereira
 
15 fernanda may
15 fernanda may15 fernanda may
15 fernanda may
 
Conversas sobre escrita pet
Conversas sobre escrita petConversas sobre escrita pet
Conversas sobre escrita pet
 

Ähnlich wie Fernanda may uffs

PPP 2014 - EC 29 de Taguatinga
PPP 2014 - EC 29 de TaguatingaPPP 2014 - EC 29 de Taguatinga
PPP 2014 - EC 29 de TaguatingaAna Silva
 
O trabalho do assistente social na educação
O trabalho do assistente social na educaçãoO trabalho do assistente social na educação
O trabalho do assistente social na educaçãoEmmanuelle Feitosa
 
Projeto Pedagógico Escolar
Projeto Pedagógico EscolarProjeto Pedagógico Escolar
Projeto Pedagógico EscolarLOCIMAR MASSALAI
 
Práticas educativas em alternância de denize monteiro de lima
Práticas educativas em alternância  de denize monteiro de limaPráticas educativas em alternância  de denize monteiro de lima
Práticas educativas em alternância de denize monteiro de limapastoraldaterra.ro
 
Educação no campo 3
Educação no campo 3Educação no campo 3
Educação no campo 3tutakamon
 
Atps educação de jovens e adultos etapa 1,2,3
Atps educação de jovens e adultos  etapa 1,2,3Atps educação de jovens e adultos  etapa 1,2,3
Atps educação de jovens e adultos etapa 1,2,3Rosilenelnunes
 
Orientações Curriculares para a Educação Infantil final
Orientações Curriculares para a Educação Infantil final   Orientações Curriculares para a Educação Infantil final
Orientações Curriculares para a Educação Infantil final Maria Galdino
 
Orientações Curriculares Para A Educação Infantil Final
Orientações Curriculares Para A Educação Infantil FinalOrientações Curriculares Para A Educação Infantil Final
Orientações Curriculares Para A Educação Infantil FinalMaria Galdino
 
Soc mariana junqueira camasmie
Soc mariana junqueira camasmieSoc mariana junqueira camasmie
Soc mariana junqueira camasmieIvo Fonseca
 
Mec construindo a escola cidadã
Mec   construindo a escola cidadãMec   construindo a escola cidadã
Mec construindo a escola cidadãMario Lucio Silva
 
14. expectativas do jovem do campo do município de palmeira dos índios ao ing...
14. expectativas do jovem do campo do município de palmeira dos índios ao ing...14. expectativas do jovem do campo do município de palmeira dos índios ao ing...
14. expectativas do jovem do campo do município de palmeira dos índios ao ing...christianceapcursos
 
Projeto político pedagógico
Projeto político pedagógicoProjeto político pedagógico
Projeto político pedagógicomauriliojr
 
Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola professora Dinare Feitosa
Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola  professora Dinare Feitosa Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola  professora Dinare Feitosa
Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola professora Dinare Feitosa Adilson P Motta Motta
 

Ähnlich wie Fernanda may uffs (20)

Ppp mundo de_alice
Ppp mundo de_alicePpp mundo de_alice
Ppp mundo de_alice
 
PPP 2014 - EC 29 de Taguatinga
PPP 2014 - EC 29 de TaguatingaPPP 2014 - EC 29 de Taguatinga
PPP 2014 - EC 29 de Taguatinga
 
O trabalho do assistente social na educação
O trabalho do assistente social na educaçãoO trabalho do assistente social na educação
O trabalho do assistente social na educação
 
O trabalho do_assistente_social_na_educacao
O trabalho do_assistente_social_na_educacaoO trabalho do_assistente_social_na_educacao
O trabalho do_assistente_social_na_educacao
 
Projeto Pedagógico Escolar
Projeto Pedagógico EscolarProjeto Pedagógico Escolar
Projeto Pedagógico Escolar
 
Práticas educativas em alternância de denize monteiro de lima
Práticas educativas em alternância  de denize monteiro de limaPráticas educativas em alternância  de denize monteiro de lima
Práticas educativas em alternância de denize monteiro de lima
 
Educação no campo 3
Educação no campo 3Educação no campo 3
Educação no campo 3
 
Pppneyder2013
Pppneyder2013Pppneyder2013
Pppneyder2013
 
Artigo assistente scial na escola
Artigo assistente scial na escolaArtigo assistente scial na escola
Artigo assistente scial na escola
 
Atps educação de jovens e adultos etapa 1,2,3
Atps educação de jovens e adultos  etapa 1,2,3Atps educação de jovens e adultos  etapa 1,2,3
Atps educação de jovens e adultos etapa 1,2,3
 
Orientações Curriculares para a Educação Infantil final
Orientações Curriculares para a Educação Infantil final   Orientações Curriculares para a Educação Infantil final
Orientações Curriculares para a Educação Infantil final
 
Orientações Curriculares Para A Educação Infantil Final
Orientações Curriculares Para A Educação Infantil FinalOrientações Curriculares Para A Educação Infantil Final
Orientações Curriculares Para A Educação Infantil Final
 
Soc mariana junqueira camasmie
Soc mariana junqueira camasmieSoc mariana junqueira camasmie
Soc mariana junqueira camasmie
 
Educacao Campo
Educacao CampoEducacao Campo
Educacao Campo
 
Mec construindo a escola cidadã
Mec   construindo a escola cidadãMec   construindo a escola cidadã
Mec construindo a escola cidadã
 
14. expectativas do jovem do campo do município de palmeira dos índios ao ing...
14. expectativas do jovem do campo do município de palmeira dos índios ao ing...14. expectativas do jovem do campo do município de palmeira dos índios ao ing...
14. expectativas do jovem do campo do município de palmeira dos índios ao ing...
 
Projeto político pedagógico
Projeto político pedagógicoProjeto político pedagógico
Projeto político pedagógico
 
Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola professora Dinare Feitosa
Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola  professora Dinare Feitosa Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola  professora Dinare Feitosa
Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola professora Dinare Feitosa
 
Projeto político 1
Projeto político 1Projeto político 1
Projeto político 1
 
PPP-CORONEL.doc
PPP-CORONEL.docPPP-CORONEL.doc
PPP-CORONEL.doc
 

Mehr von Joviana Vedana da Rosa

Relatório xix enapet_2014_-_práxis_erechim
Relatório xix enapet_2014_-_práxis_erechimRelatório xix enapet_2014_-_práxis_erechim
Relatório xix enapet_2014_-_práxis_erechimJoviana Vedana da Rosa
 
Homologação das inscrições pet 22 ago 14
Homologação das inscrições pet 22 ago 14Homologação das inscrições pet 22 ago 14
Homologação das inscrições pet 22 ago 14Joviana Vedana da Rosa
 
Edital nº 460_uffs2014_-_retifica_o_edital_nº_430uffs2014
Edital nº 460_uffs2014_-_retifica_o_edital_nº_430uffs2014Edital nº 460_uffs2014_-_retifica_o_edital_nº_430uffs2014
Edital nº 460_uffs2014_-_retifica_o_edital_nº_430uffs2014Joviana Vedana da Rosa
 
Edital nº 430_uffs2014_-_seleção_de_bolsistas_para_o_pet _do_grupo_práxis_do_...
Edital nº 430_uffs2014_-_seleção_de_bolsistas_para_o_pet _do_grupo_práxis_do_...Edital nº 430_uffs2014_-_seleção_de_bolsistas_para_o_pet _do_grupo_práxis_do_...
Edital nº 430_uffs2014_-_seleção_de_bolsistas_para_o_pet _do_grupo_práxis_do_...Joviana Vedana da Rosa
 
Universidade publica em tempos de expansao (2) (1)
Universidade publica em tempos de expansao (2) (1)Universidade publica em tempos de expansao (2) (1)
Universidade publica em tempos de expansao (2) (1)Joviana Vedana da Rosa
 
Há uma universidade no meio do caminho
Há uma universidade no meio do caminhoHá uma universidade no meio do caminho
Há uma universidade no meio do caminhoJoviana Vedana da Rosa
 
Planejamento 2012 praxis uffs aprovado
Planejamento 2012 praxis uffs aprovadoPlanejamento 2012 praxis uffs aprovado
Planejamento 2012 praxis uffs aprovadoJoviana Vedana da Rosa
 

Mehr von Joviana Vedana da Rosa (20)

Claudia e joviana sepe
Claudia e joviana sepeClaudia e joviana sepe
Claudia e joviana sepe
 
Adriel Trabalho SEPE
Adriel Trabalho SEPEAdriel Trabalho SEPE
Adriel Trabalho SEPE
 
Programao -v_sepe_-_erechim
Programao  -v_sepe_-_erechimProgramao  -v_sepe_-_erechim
Programao -v_sepe_-_erechim
 
Marjorie sozo
Marjorie sozoMarjorie sozo
Marjorie sozo
 
Maikon sepe
Maikon sepeMaikon sepe
Maikon sepe
 
Texto para o blog jose saramago
Texto para o blog jose saramagoTexto para o blog jose saramago
Texto para o blog jose saramago
 
Edital 2015
Edital 2015Edital 2015
Edital 2015
 
Seleção de bolsistas
Seleção de bolsistasSeleção de bolsistas
Seleção de bolsistas
 
Relatório xix enapet_2014_-_práxis_erechim
Relatório xix enapet_2014_-_práxis_erechimRelatório xix enapet_2014_-_práxis_erechim
Relatório xix enapet_2014_-_práxis_erechim
 
Homologação das inscrições pet 22 ago 14
Homologação das inscrições pet 22 ago 14Homologação das inscrições pet 22 ago 14
Homologação das inscrições pet 22 ago 14
 
Edital nº 460_uffs2014_-_retifica_o_edital_nº_430uffs2014
Edital nº 460_uffs2014_-_retifica_o_edital_nº_430uffs2014Edital nº 460_uffs2014_-_retifica_o_edital_nº_430uffs2014
Edital nº 460_uffs2014_-_retifica_o_edital_nº_430uffs2014
 
Edital nº 430_uffs2014_-_seleção_de_bolsistas_para_o_pet _do_grupo_práxis_do_...
Edital nº 430_uffs2014_-_seleção_de_bolsistas_para_o_pet _do_grupo_práxis_do_...Edital nº 430_uffs2014_-_seleção_de_bolsistas_para_o_pet _do_grupo_práxis_do_...
Edital nº 430_uffs2014_-_seleção_de_bolsistas_para_o_pet _do_grupo_práxis_do_...
 
Relatório final ces (1)
Relatório final ces (1)Relatório final ces (1)
Relatório final ces (1)
 
Relatório final 2013
Relatório final   2013Relatório final   2013
Relatório final 2013
 
Capa universidade pública (2) (1)
Capa universidade pública (2) (1)Capa universidade pública (2) (1)
Capa universidade pública (2) (1)
 
Universidade publica em tempos de expansao (2) (1)
Universidade publica em tempos de expansao (2) (1)Universidade publica em tempos de expansao (2) (1)
Universidade publica em tempos de expansao (2) (1)
 
Capa
CapaCapa
Capa
 
Há uma universidade no meio do caminho
Há uma universidade no meio do caminhoHá uma universidade no meio do caminho
Há uma universidade no meio do caminho
 
05 luis fernando_sc_da_silva
05 luis fernando_sc_da_silva05 luis fernando_sc_da_silva
05 luis fernando_sc_da_silva
 
Planejamento 2012 praxis uffs aprovado
Planejamento 2012 praxis uffs aprovadoPlanejamento 2012 praxis uffs aprovado
Planejamento 2012 praxis uffs aprovado
 

Fernanda may uffs

  • 1. PROBLEMATIZANDO A ESCOLA: A PRÁTICA PEDAGÓGICA E O SABER DE EXPERIÊNCIA Fernanda May – UFFS/Erechim fmay2010@hotmail.com Resumo: o objetivo do presente trabalho é problematizar a realidade da escola Rondônia situada no município de Centenário/RS e algumas características, tanto da escola quanto do município, que apontam para a possibilidade de considerá-la uma “escola do campo”, mesmo estando situada na cidade. Busco a partir da minha experiência de Estágio nesta escola, discutir as características de uma escola do campo que se aproximam à realidade da escola Rondônia, perceber em que medida o Plano Político Pedagógico (PPP) reconhece essas características e analisar em que medida esta escola considera o contexto onde está inserida e assim, potencializa a experiência dos estudantes nos processos de ensino aprendizagem. Palavras-chave: Escola do campo; Projeto Político Pedagógico; Saber de Experiência. Introdução O presente trabalho parte de algumas problematizações que surgiram durante a minha experiência de Estágio na escola Rondônia de Centenário/RS. O Estágio Curricular Supervisionado I1 permite a inserção do estudante na escola para uma análise do ambiente escolar, no sentido de situar e reaproximar, os estudantes de licenciatura antes da sua inserção definitiva como docente. Permitindo que os alunos tenham contato com a estrutura da escola, com seus espaços físicos, com sua estrutura política e com o contexto onde está inserida a escola. 1 Disciplina da sexta fase do curso de Licenciatura em Ciências Sociais (2012/2) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim.
  • 2. Diante da minha experiência e também do fato de ter sido aluna da escola no ensino fundamental e ainda residir no interior do município de Centenário, coloco em discussão alguns aspectos da escola e do próprio município que chamam a atenção para a possibilidade de considerar a escola Rondônia uma escola do campo. Bem como, proponho uma discussão a partir do Projeto Político Pedagógico (PPP), sobre as ações pedagógicas da escola e como estas trabalham o contexto onde a escola está inserida e os saberes trazidos pelos alunos para a escola, a partir das suas experiências. A escola Rondônia está localizada no município se Centenário/RS. É a única escola estadual do município, que conta com apenas mais uma escola de ensino fundamental municipal. As atividades da escola se mantêm desde 1936. A escola funciona nos três turnos, manhã, tarde e noite e oferece as modalidades de ensino fundamental, ensino médio e ensino médio politécnico. Ao todo a escola possui 322 alunos, sendo que a grande maioria dos alunos, principalmente os que estudam nos turnos da manhã e da tarde, são provenientes do campo2. O município de Centenário situa-se a Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e possui área territorial de 134,3 km². A população é de 2.956 habitantes. A economia é baseada na agricultura com predomínio da pequena propriedade. O comércio e a indústria são de pequeno porte. As famílias quase na sua totalidade são de origem polonesa e a religião predominante é a católica3. A partir desse contexto inicio o trabalho problematizando o que de fato caracteriza uma escola do campo. Será o espaço onde está inserida a escola? A educação para o trabalho no campo? A escola que recebe alunos do campo? Em seguida, partindo da realidade da escola Rondônia, principalmente do Plano Político Pedagógico/PPP, busco analisar em que medida a escola considera nas suas práticas pedagógicas, o contexto social em que está inserida e o perfil dos seus alunos. Para finalizar, analiso em que medida o reconhecimento por parte da escola, destas características e o trabalho pedagógico baseado nessa perspectiva, poderia contribuir para o desenvolvimento da escola, dos alunos e da comunidade. Pressupostos de uma escola do campo A escola pode ser um lugar privilegiado de formação, de conhecimento e cultura, valores e identidades das crianças, adolescentes, jovens e adultos. Não para fecharlhes horizontes, mas para abri-los ao mundo desde o campo, ou desde o chão em que 2 3 Os dados sobre a escola foram obtidos diretamente com a direção e a partir do Plano Político Pedagógico/PPP. Fonte de dados da FEE 2010.
  • 3. pisam. Desde as suas vivências, sua identidade, valores e culturas, abrir-se ao que há de mais humano e avançado no mundo. (ARROYO, CALDART, MOLINA, 2004, p.14) Partindo do dito acima podemos aceitar que a escola tem funções predeterminadas, como a formação das pessoas, o acesso ao conhecimento, a diferentes culturas. No entanto, essas funções são aceitas desde que partam de uma perspectiva próxima ao estudante, ou seja, que essa formação, que esse conhecimento sirva e tenha significado para quem o aprende. Um conhecimento que não torne o estudante um estranho às suas vivências e que possa o aproximar cada vez mais da sua identidade e dos seus valores, ao mesmo tempo, que proporciona conhecer diferentes culturas e diversas formas de aprender desde as mais tradicionais até as mais modernas. Quando discutimos uma escola do campo temos que reconhecer que se trata de uma escola que como qualquer outra também apresenta essas funções. Função de formação, de construção de conhecimento e acima de tudo de valorização e significação das vivências de seus estudantes relacionadas com a vida do campo. Não restringindo o conhecimento aos conhecimentos da terra, mas, oferecendo aos alunos o contato com os diferentes saberes. É comum encontrar pessoas que possuem um olhar negativo ou então preconceituoso do campo, visto como um lugar atrasado e de pobreza. No entanto, há que se reconhecer a importância do campo para o desenvolvimento do país. Num primeiro momento da economia do Brasil, a agricultura foi o principal espaço de produção das riquezas. A indústria superou a agricultura em muitos sentidos, mas está continua sendo de grande importância, principalmente na produção de alimentos. Claro que hoje predominam os grandes latifúndios, o que não exime a existência de pequenas propriedades, que produzem para consumo próprio. O grande problema enfrentado pelo campo foi e continua, em alguma medida, sendo o êxodo rural, que fez com que muitas famílias deixassem o campo em busca de trabalho na cidade e melhores condições de vida. Esse processo acabou deixando os campos vazios e abrindo espaço para o desenvolvimento das grandes propriedades monocultoras e voltadas para a exportação. As poucas pessoas que ainda permanecem no campo encontram muitas dificuldades, como o acesso a educação, por exemplo. Essas famílias mesmo morando no campo são obrigadas a mandar os filhos para as escolas das cidades, onde muitos acabam permanecendo e não voltando mais ao campo. O campo hoje carece de estrutura, de suporte financeiro por parte das políticas públicas e principalmente de incentivos para que as pessoas queiram e possam continuar nele.
  • 4. Pensar uma escola do campo é pensar numa possível transformação dessas condições. Na perspectiva de criar um espaço que possa receber os estudantes do campo com práticas educacionais voltadas para suas realidades singulares, que seja comprometida com a cultura do povo do campo e que possam auxiliar esses estudantes a pensar novas possibilidades para a vida no campo. Sendo assim entendo por escola do campo, [...] aquela que trabalha os interesses, a política, a cultura e a economia dos diversos grupos de trabalhadores e trabalhadoras do campo, nas suas diversas formas de trabalho e de organização, na sua dimensão de permanente processo, produzindo valores, conhecimentos e tecnologias na perspectiva do desenvolvimento social e econômico igualitário desta população. (ARROYO, CALDART, MOLINA, 2004, p.53 Nesse sentido, tendo refletido sobre as características de uma escola do campo, tenho presente a necessidade de que esteja localizada no espaço geográfico da realidade social e cultural do campo. Para que sirva aos estudantes provenientes do campo e que tenha práticas educativas voltadas para a realidade do campo, mas, que não retire dos alunos a possibilidade de conhecer outras culturas, outras realidades, outras formas de saber. Esses pressupostos caracterizam o que podemos chamar de escola do campo. Entretanto, quais destas características estão presentes na escola Rondônia para que possa ser considerada uma escola do campo? A seguir busco refletir sobre alguns aspectos da escola que remetem a uma idéia de escola do campo e analiso de que forma o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola trabalha com o contexto social e com perfil dos alunos. A escola nos limites do rural e do urbano A escola Rondônia mesmo estando localizada no “centro” da cidade de Centenário apresenta algumas características que possibilitam pensá-la como uma escola do campo. Mesmo não estando localizada geograficamente na área rural ela está num município de menos de três mil habitantes e com um território de menos de 140 km², ou seja, pela extensão da cidade e pelas características estruturais do espaço urbano é possível considerar que a escola está num espaço meio rural/meio urbano. A cidade possui apenas uma avenida que congrega os espaços comerciais e os setores de serviço, como posto de saúde, prefeitura e escola. A paisagem é mista, mesmo com as
  • 5. construções, ainda há muita área verde dentro da cidade, e os costumes dos moradores lembram muito a área rural, muitos plantam nos jardins, fazem hortas e criam animais. No entanto a maioria da população vive no campo e do campo. Os estudantes que moram na área rural vivem da pequena propriedade plantam para abastecimento da cidade e para consumo próprio. A própria merenda escolar é proveniente das pequenas propriedades agrícolas. Diante disso, para além da maioria dos estudantes serem do campo, os que moram na cidade têm contato direto com as práticas agrícolas. Considerando o espaço meio rural meio urbano do contexto onde se encontra a escola Rondônia, parto para uma análise de como a escola trabalha a questão do contexto social dos estudantes, principalmente a partir do PPP. A prática pedagógica – análise do Projeto Político Pedagógico A escola Rondônia apresenta como filosofia uma “Educação participativa e Inclusiva”, que segundo o PPP, tem como objetivo eliminar qualquer tipo de discriminação a grupos de pessoas. Entende-se nesse sentido que a escola está aberta a todas as pessoas, sem distinção de raça, etnia, religião. Quando aborda os objetivos da escola, o documento menciona a necessidade de “oportunizar condições para que os alunos possam realizar-se como pessoas e como cidadãos, através do gosto pelo saber, o hábito da leitura, pesquisa e estudo, o raciocínio lógico, a expressão oral e escrita, descobrindo alternativas de fixação do homem no campo”. É a única passagem do documento que trata especificamente dessa questão, de fazer com que os alunos queiram permanecer no campo. No entanto, é uma colocação solta, que não acompanha nenhuma prática, nenhum tipo de incentivo ou atividade, ou formas de organização do espaço escolar e das práticas pedagógicas para que de fato, se efetive a vontade dos estudantes de permanecer nos seus locais de origem. Mais adiante, quando trata das propostas pedagógicas da escola, o documento aponta para que “a construção do conhecimento na escola deve se dar, a partir, das vivências significativas dos alunos, com a preocupação de estabelecer relações de vivências do aluno com o mundo”. Porém, da mesma forma essa proposta não segue uma linha de atuação prática no sentido de fazer das vivências dos estudantes o ponto de partida da aprendizagem e do conhecimento. Essas duas passagem presentes no PPP, mencionam mesmo que de forma superficial, a aparente preocupação da escola com a permanência das pessoas no campo e com a
  • 6. necessidade de articular as vivências dos estudantes ao processo de construção do conhecimento. No entanto, tendo vivenciado a realidade da escola, tanto como aluna, quanto pesquisadora, pude observar que na prática, essas propostas não acontecem. A escola não desenvolve nenhum tipo de atividade que objetive fazer com que os alunos desenvolvam outro olhar sobre o meio em que vivem. O ensino tradicional, foca em conteúdos distantes da realidade dos estudantes, descumprindo com o proposto de trabalhar a partir das suas vivências. A escola e os Saberes de Experiência Paulo Freire nos fala na Pedagogia da Autonomia, da importância da escola e também dos professores, respeitarem os saberes que os estudantes trazem para a escola a partir das suas experiências. Bem como, da necessidade de relacionar esses saberes com os conteúdos que serão ensinados. Essa postura tanto da escola como dos professores gera fatores positivos no processo de ensino aprendizagem dos estudantes. Possibilita que os mesmos tornem-se sujeitos da construção do conhecimento e não meros objetos receptores de saberes vagos, abstratos e distantes das suas realidades. A escola em questão, nas suas práticas pedagógicas tende a desconsiderar estes saberes, impondo conteúdos e formas de ensino tradicionais. Baseada na lógica de uma “educação bancária”, impedindo que os alunos assumam uma posição autônoma no processo de ensino aprendizagem, negando-lhes o direito a palavra. A escola tornando-os sujeitos apáticos ao diálogo e também a exposição, como pude observar em uma das experiências de contato com os alunos do Ensino Médio da referida escola. Diante desta situação cabe questionar se, é possível que haja uma transformação, que haja mudanças na região, que partam destes sujeitos, que não aprendem a pensar o seu contexto, interpretá-lo e problematizá-lo? Acredito que enquanto a escola for uma instituição fechada em si mesma, hierarquizada, continuará negando aos estudantes uma formação mais humana e política. Continuará não havendo a participação e o dialogo por parte dos estudantes. Nas palavras de Freire (1983, p. 36); O diálogo e a problematização não adormecem a ninguém. Conscientizam. Na dialogicidade, na problematização, educando-educador e educador-educando, vão ambos desenvolvendo uma postura crítica da qual resulta a percepção de que este conjunto de saber se encontra em interação. Saber que reflete o mundo e os homens
  • 7. no mundo e com ele, explicando o mundo, mas sobretudo, tendo de justificar-se na sua transformação. Dessa forma se queremos que os estudantes sejam eles os protagonistas das mudanças exigidas pela região onde está inserida a escola, a escola deve atentar para a necessidade de atender as suas demandas em relação a um conhecimento que sirva para essa transformação. Partindo das suas vivencias, dos seus “saberes de experiência feito” e potencializando ações no sentido de uma identificação cultural, de assunção das suas origens do campo e pensando estratégias e práticas que incentivem a permanência no campo, vital para o desenvolvimento econômico, social, político e cultural da região. Uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as condições em que os educandos em relação uns com os outros e todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar. (FREIRE, 1996. P.23) Considerações finais A partir das observações e constatações sobre a realidade da escola e sobre contexto no qual está inserida, tenho presente que a escola Rondônia apresenta condições de ser tratada como uma escola do campo. O fato de estar localizada na cidade não retira a necessidade de trabalhar tendo essa perspectiva presente, principalmente, pelo fato de fazer juízo a quase totalidade de alunos que são provenientes do campo e que tem o direito de aproximarem o conhecimento a suas realidades e desenvolverem novas formas e novas alternativas de permanência no campo. É claro que a opção de permanência no campo exige uma série de condições satisfeitas, para que se tenha qualidade de vida. E também é opção dos estudantes, das pessoas quererem ou não viver no campo. Sendo assim, a escola também não pode e não deve obrigar as pessoas, mas tem sim a obrigação de vincular suas práticas com os interesses dos grupos do campo e se voltar para o desenvolvimento social e cultural dos sujeitos que moram e trabalham na terra. Se a escola cumprir o papel, de oferecer as possibilidades de pensar e problematizar as questões do campo, de incentivar os estudantes para que permaneçam na terra, mas ao mesmo tempo busquem uma continuidade dos estudos, possibilidade que não está excluída, estará colaborando para a construção de um novo imaginário sobre a realidade do campo. E poderá
  • 8. contribuir para que esses mesmos estudantes sejam os protagonistas de um novo projeto de desenvolvimento do campo, bem como da região como um todo, que ainda carece de mudanças. Referências ARROYO, M. G.; CALDART, R. S.; MOLINA, M. C. (org.). Por uma educação do campo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. FREIRE, P. Extensão ou Comunicação? 7° ed. Rio de Janeiro; Paz e Terra, 1983. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática docente. 31° Ed. São Paulo; Paz e Terra, 1996. Fundação de Economia e Estatística – FEE disponível em <http://www.fee.rs.gov.br/sitefee/pt/content/capa/index.php> acesso em outubro de 2012 Plano Político Pedagógico – PPP. Escola Estadual de Ensino Médio Rondônia. Centenário/RS, 2010.