SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 244
Downloaden Sie, um offline zu lesen
CAPA
                                       MINISTÉRIO DA SAÚDE
                                    FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
                    ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA
                                           em convênio com o
                                 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
                               SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
                                    ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA


                       PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM SAÚDE PÚBLICA




                                 CARLOS ANDRÉ AITA SCHMITZ




                                  DECIFRA-ME E DEVORO-TE:
   A história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde no interior do
                                               Estado


                              DECIPHER ME AND I DEVOUR YOU:
 The history of how was born and how died the idea of an Integrated Residence in Health in the interior
                                            of the State.




                                           Porto Alegre - RS

                                                 2006
CONTRACAPA




                      CARLOS ANDRÉ AITA SCHMITZ




                         DECIFRA-ME E DEVORO-TE:
    A história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em
                            Saúde no interior do estado




                                Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito
                                parcial para obtenção do título de Sanitarista, do curso de
                                pós-graduação Lato sensu em Saúde Pública, da Escola
                                Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca em convênio com
                                a Escola de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul.


                                Orientador: Prof. Manoel Mayer Jr.

                                Co-orientadores: Nilson Maestri Carvalho
                                                 Benildes Maria Mazzorani
                                                 Nara Rúbia Zardin




                               Porto Alegre

                                  2006
FICHA CATALOGRÁFICA

S355d      Schmitz, Carlos André Aita
               Decifra-me e devoro-te : a história de como nasceu e
           morreu a idéia de uma residência integrada em saúde no
           interior do estado / por Carlos André Aita Schmitz. – 2006.
               242 f. : il. ; 30 cm.

               Orientador: Manoel Mayer Jr.
               Co-orientadores, Nilson Maestri Carvalho, Benildes
           Maria Mazzorani, Nara Rúbia Zardin
               Monografia (especialização) – Escola Nacional de
           Saúde Pública Sérgio Arouca em convênio com a Escola
           de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul, 2006

                1. Educação em saúde 2. Saúde pública 3. Residência
            integrada em saúde 4. Residência médica 5. Formação
            profissional 6. Educação permanente 7. SUS 8. Santa
            Maria 9. Rio Grande do Sul I. Mayer Júnior, Manoel
            II. Carvalho, Nilson Maestri III. Mazzorani, Benildes
            Maria, IV. Zardin, Nara Rúbia V. Título.

           CDU 614:378.24
               616-051:378.24




Ficha catalográfica elaborada por
Maristela Eckhardt - CRB-10/737
DEDICATÓRIA


          Para Elieser:

                          Ah! Menina dos olhos profundos...
                          Não sei de que cor eles são,
                          mas que são profundos eu sei...


                                 Dedico todas as linhas aqui contidas a
                          minha mulher, por ser ela a primeira a ler,
                          gostar, desgostar, criticar e incentivar tudo o que
                          aqui está.
                                 Por ser ela também causa, motivo e
                          inspiração de muitas linhas, lágrimas, risos e
                          sorrisos.
                                 Por ser também ela a pessoa que mais
                          amo neste mundo e em todos os outros que
                          haveremos de trilhar juntos.
AGRADECIMENTOS


                 A minha mulher

                 Não basta apenas a dedicatória. Há que
                 agradecer pela paciência, por ter suportado as
                 muitas ausências, por ter apoiado meus sonhos,
                 por ter rido e chorado comigo, pela revisão
                 gramatical de todo o texto e, principalmente, por
                 não ter me deixado desistir ou recuar em
                 nenhum momento.

                 Aos orientadores

                 Pela paciência em, num curto espaço de tempo
                 (44 dias), ler todo o texto, não só a versão final,
                 como todas as preliminares, acrescentando
                 várias contribuições e removendo alguns
                 exageros. E, sobretudo, pela coragem de terem
                 sido participantes ativos em todas as etapas.

                 Aos familiares

                 Que mesmo sem entender muito bem que diabos
                 de loucura era esta estória de RIS, tinham
                 certeza que era algo muito bom.

                 Aos amigos

                 Por não terem sido poucos.

                 Aos inimigos

                 Que, de uma forma apaixonada, gastaram seu
                 tempo, suas influências, suas forças, seus
                 recursos e até o que não tinham. Fizeram o que
                 nenhum amigo seria capaz de fazer: penhor de
                 ouro, de sangue, de alma e de honra. A eles
                 rendo minha sincera homenagem.

                 Ao sujeito que realmente manda

                 Por nos ter permitido tudo isso.
EPÍGRAFE


           Meus sonhos
           são vasos.
           Seus cacos
           colados
           não querem
           quebrar.
RESUMO

      Neste estudo qualitativo, utilizando narrativa em primeira pessoa e de forma
passional, enumero e detalho os passos e percalços transcorridos na tentativa de
implantação de uma Residência Integrada em Saúde no interior do estado do Rio
Grande do Sul, mais especificamente no município universitário de Santa Maria.

      Procuro abranger fatos ocorridos no período de 2003 a 2005, englobando a
passagem de três secretários municipais de saúde, um pleito eleitoral municipal e a
implantação local do Programa de Saúde da Família com isonomia salarial e
valorização da formação profissional.

      O desenho metodológico situa-se em algum ponto entre uma pesquisa-ação,
uma pesquisa participante e um estudo descritivo.

      No referencial teórico, passeio pelos conceitos de residência, residência
integrada e modelo pedagógico; transdisciplinaridade e limites profissionais;
reformulação do modelo de atenção em saúde; interinstitucionalidade, redes e
necessidade de associação e pelo quadrilátero da formação para a área da saúde,
não esquecendo um pouco de história da saúde no Brasil e estrutura do Sistema
Único de Saúde.

      Torno público, na íntegra ou em parte, todos os projetos escritos no decorrer
dos trabalhos: um curso de formação de preceptores, a estrutura de uma residência
integrada, um projeto de Residência em Medicina de Família e Comunidade, e
projetos de informatização para a atenção primária em saúde, geoprocessamento e
radiologia digital, embora estes três últimos possam parecer um pouco deslocados.

      As considerações finais são apresentadas à luz da Teoria dos Jogos, da
Teoria da Produção Social e de alguns aspectos do Postulado de Coerência,
contando com o inusitado apoio de Mr. Hide (alter-ego do Dr. Jekyll).



      PALAVRAS CHAVE: Residência Integrada em Saúde, Educação em Saúde,
Educação Permanente, Formação de Recursos Humanos.
ABSTRACT

       In this qualitative study, using narrative in the first person and in a passionate
form, i enumerate and detail the steps and profits elapsed in the attempt of the
implantation of an Integrated Residence in Health in interior of the state of Rio
Grande do Sul, more specifically in the academical city of Santa Maria.

       I try to include facts happened in the period that goes from 2003 to 2005,
including the passage of three municipal secretaries' of health, a municipal election
and the local implantation of the Program of Health of the Family with wage equality
and valorization of the professional formation.

       The methodological drawing is located in some point between an action-
research, a participant research and a descriptive study.

       In the theoretical referential, I walk through the concepts of residence,
integrated residence and pedagogic model; transdisciplinarity and professional limits;
reformulation of the model of the attention in health; interinstitucionality, nets and the
need of association and for the quadrilateral formation for the health area, not
forgetting a small health history in Brazil and the structure of the Unique Health
System.

       I turn public, completely or in part, all projects written during the elapsing of the
works: a course of mentors' formation, the structure of an integrated residence, a
project of Residence in Family and Community Medicine, and informatization projects
for the primary attention in health, geoprocessment and digital radiology, although
these last three may seem a little dislocated.

       The final considerations are presented at the light of the Games Theory, of the
Social Production Theory and some aspects of the Postulate of Coherence, counting
with the unusual support of Mr. Hide (alter-ego of the Dr. Jekyll).



       KEY WORDS: Integrated Residence in Health, Health Education, Permanent
Education, Formation of Human Resources.
LISTA DE ABREVIATURAS

4ª CRS   4ª Coordenadoria Regional de Saúde
APS      Atenção Primária em Saúde
CA       Coordenação de Atenção
CCS      Centro de Ciências da Saúde
CEP      Coordenação de Ensino e Pesquisa
CG       Colegiado Gestor
CG       Coordenação Geral
CMS      Conselho Municipal de Saúde
CNRM     Comissão Nacional de Residência Médica
COREME   Comissão de Residência Médica e Especialização
CRRM     Comissão Regional de Residência Médica
CSEM     Centro de Saúde Escola Murialdo
DEGES    Departamento de Gestão da Educação na Saúde
EAD      Ensino À Distância
EC-29    Emenda Constitucional - 29
EM       Executivo Municipal
ESF      Estratégia de Saúde da Família
ESP      Escola de Saúde Pública
GA       Grupo Apartidário Aberto
GF       Grupo Partidário Fechado
GPABA    Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada
GPSM     Gestão Plena do Sistema Municipal
GSSS     Gestão de Serviços e Sistemas de Saúde
HCS      Hospital Casa de Saúde
HUSM     Hospital Universitário de Santa Maria
IAR      Inserção Acadêmica na Rede
IS&VP    Isonomia Salarial e Valorização da Formação Profissional
IVAP     Instrumento Virtual de Apoio Pedagógico
LM       Legislativo Municipal
ME       Ministério da Educação
MFC      Medicina de Família e Comunidade
MRCO     Macro Região Centro Oeste
MS       Ministério da Saúde
NC       Núcleo de Coordenação
NV       Nascidos Vivos
PA       Pesquisa-Ação
PEPS     Pólo de Educação Permanente em Saúde
PES      Planejamento Estratégico Situacional
PET      Programa Especial de Treinamento
PMDB     Partido do Movimento Democrático Brasileiro
PMSM     Prefeitura Municipal de Santa Maria
POA      Porto Alegre
PP       Pesquisa Participante
PROESF   Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família
PROMED   Projeto de Incentivo a Mudanças Curriculares nos Cursos de Medicina
PSF      Programa de Saúde da Família
PT       Partido dos Trabalhadores
R3       Residente de terceiro ano
RIS      Residência Integrada em Saúde
SBMFC    Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
SES      Secretaria Estadual de Saúde
SG       Secretaria Geral
SGTES    Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
SM       Santa Maria
SMAP     Saúde Mental na Atenção Primária
SMS      Secretaria de Município da Saúde
SUS      Sistema único de Saúde
UBS      Unidade Básica de Saúde
UFSM     Universidade Federal de Santa Maria
UNIFRA   Centro Universitário Franciscano
LISTA DE FIGURAS

Figura 1    O Caminho do meio: O gradiente multi-inter-trans e os extremos da hegemonia
            uniprofissional e da perda da identidade profissional. ........................................................33
Figura 2    Evolução dos modelos de saúde. Partindo do modelo médico-centrado, passando pelo
            modelo paciente-centrado e chegando ao modelo centrado na produção de saúde, onde o
            paciente figura como um usuário participante através do controle social.
            Enf=enfermagem; Fis=fisioterapia, Fon=fonoaudiologia; M=medicina; Nut=nutricionista;
            Od=odontologia; ; Pac=paciente Psi=psicologia; SS=Serviço social; Us=usuário. ...................35
Figura 3    Logomarca da RIS..................................................................................................................40
Figura 4    Distribuição espacial esquemática da RIS. .....................................................................46
Figura 5    Detalhamento das estruturas. Foi utilizado o eixo oeste como exemplo. Todas
            as áreas subentendem um preceptor e dois residentes, com exceção dos dois
            residentes de campo aberto. ..................................................................................................46
Figura 6    Organograma da RIS. ............................................................................................................47
Figura 7    Distribuição e paridade do Colegiado Gestor. Us = Usuários; T =
            Trabalhadores de Saúde; G = Gestores; OS = Prestadores de Serviços. ......................48
Figura 8    Alguns problemas de Santa Maria...........................................................................................55
Figura 9    O modelo de tripé...................................................................................................................65
Figura 10   Basta remover um pé: Ilustrações extraídas do álbum Liga Extraordinária
            Volume 2 (MOORE ET AL, 2004). Esta HQ (história em quadrinhos) ilustra uma
            versão do clássico “A Guerra dos Mundos” ambientada na Londres do final do
            século XIX. Nesta seqüência o personagem Mr. Hide enfrenta os tripés
            marcianos e ressalta na sua ótica, dois importantes problemas de projeto: “Você
            tem um problema agora. Atire em mim e irá arrebentar o próprio pé!” e “Não me
            leve a mal: Deus criou um monte de criaturas inúteis e de aparência estúpida
            neste mundo. Mas Ele decidiu não fazer nenhuma delas com três pés! Você
            imagina porque ele fez isso?” Ele mesmo responde na última ilustração.......................67
Figura 11   Divisão da roda de problematização. ................................................................................72
Figura 12   Perfil antropofágico e integrador da Saúde Coletiva....................................................81
Figura 13   IVAP: Tela Principal onde são apresentados os últimos textos publicados. O
            sistema dá acesso total dos textos aos visitantes, acesso limitado das
            funcionalidades aos alunos, acesso semi-total aos professores e acesso pleno
            aos administradores.................................................................................................................83
Figura 14   IVAP: Estrutura de tópicos. Cada vez que um texto é publicado, ele é associado
            a um tópico especifico de forma a permitir visualização estruturada. O sistema
            também permite pesquisa aleatória, alfabética ou cronológica dos textos. ....................83
Figura 15   IVAP: Fórum. O módulo de fóruns permite o cadastro e incremento de várias
            discussões. ................................................................................................................................84
Figura 16   IVAP: Postagem de testes. O sistema permite que os professores enviem tanto
            questões objetivas, quanto questões discursivas................................................................84
Figura 17   IVAP: Realização do teste pelo aluno...................................................................................84
Figura 18   IVAP: Estatísticas.....................................................................................................................85
Figura 19   Geoprocessamento: Capacidade de detalhamento do sistema, partindo de um
            mapa geral do município até a planta baixa de uma clínica de traumato-
            ortopedia. ...................................................................................................................................86
Figura 20   Geoprocessamento: Instrumento de coleta de dados. A frente apresenta o
            mapa da microregião a ser analizada, a legenda de eventos a serem observados
            e os dados de identificação. O verso apresenta uma mapa de localização da
            microregião................................................................................................................................87
Figura 21   Levantamento topográfico ...................................................................................................89
Figura 22   Ferramentas de territorialização. a)Mapa digital da cidade; b)Mapas impressos
            para as equipes, identificando cada micro área com uma cor padrão, a situação
            espacial da micro área na área e da área no município; c) Prontuário com
            codificação padronizada e identificação da cor da micro área; d) Cartão
            provisório de identificação do usuário. ..................................................................................95
Figura 23   Capacidade da rede pública municipal de saúde/Fluxo espontâneo e
            dirigido da população. ..........................................................................................................96
Figura 24   As redes de Santa Maria.......................................................................................................97
Figura 25   Vila Maringá: situação geográfica. As seis micro áreas da Vila Maringá e sua
            posição em relação ao município.........................................................................................114
Figura 26   O Castelo de cartas. Em amarelo as ações de curto prazo, em vermelho as de
            médio e em verde as de longo prazo. .................................................................................123
LISTA DE TABELAS

Tabela 1   Coeficientes e números absolutos de mortalidade em Santa Maria.............................................56
Tabela 2   Mortalidade proporcional (%) por grupo de causas - CID10 em Santa Maria. ...........................57
Tabela 3   Causas de óbitos por grupo de doenças no ano de 2003 Santa Maria/RS ...................................57
Tabela 4   Quantidade de profissionais por área de atuação, classificados nos três
           processos seletivos do PSF. ....................................................................................... 106
Tabela 5   Perfil profissional do PSF em julho de 2005, considerando graduação,
           especialização em Saúde Coletiva e Residência Integrada em Saúde ou
           Residência em Medicina de Família e Comunidade................................................... 106
Tabela 6   Evasões até julho de 2005, considerando graduação, especialização em Saúde
           Coletiva e Residência Integrada em Saúde ou Residência em Medicina de
           Família e Comunidade. ............................................................................................... 106
COLABORADORES
      Pessoas que, em alguma etapa, de forma direta ou indireta trabalharam junto,
orientaram, colaboraram, opinaram ou criticaram de forma construtiva os trabalhos.

      ANA MARIA FERNANDES PITTA
      Médica psiquiátrica, mestre, doutora e Phd em saúde mental, professora da Universidade de
      São Paulo e da Universidade Federal da Bahia, consultora do Ministério da Saúde

      ADRIANE FLEIG
      Médica de família e comunidade, médica do trabalho, estratégia de saúde da família,
      Prefeitura Municipal de Santa Maria

      ALCINDO ANTÔNIO FERLA
      Médico, doutor em educação, professor de enfermagem da Universidade de Caxias do Sul

      ALEXANDER FABIANE DO REGO
      Acadêmico do Curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Santa Maria,
      integrante do Programa Especial de Treinamento – PET

      ALINE DOMINGUES CHAVES AITA
      Fonoaudióloga, mestre e doutora em distúrbios da comunicação humana, coordenadora do
      Curso de Fonoaudiologia da Faculdade Fátima de Caxias do Sul

      ALINE LUIZA HAAS
      Acadêmica do Curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Santa Maria,
      integrante do Programa Especial de Treinamento – PET

      CÉZAR AUGUSTO BASTIANELO VAZ
      Engenheiro eletricista, mestre em sistemas de informação, diretor de transportes da Prefeitura
      Municipal de Santa Maria

      CLARA L. M. COLOMÉ
      Enfermeira, mestre em enfermagem, professora da Universidade Regional Integrada –
      Campus Santiago

      CLAÚDIA SALA ANDRADE
      Farmacêutica, representante dos trabalhadores de saúde, pela Associação Santa-mariense
      de Farmácia, no Conselho Municipal de Saúde de Santa Maria

      CLAÚDIA TERRA DO NASCIMENTO
      Pedagoga, mestre em desenvolvimento humano, especialista em psicopedagogia, professora
      substituta do Departamento de Fundamentos da Educação – Centro de Educação da
      Universidade Federal e Santa Maria

      CLAÚDIO BERNARDI NETO
      Enfermeiro, especialista em Saúde Coletiva, estratégia de saúde da família, Prefeitura
      Municipal de Santa Maria

      ELAINE VERENA RESENER
      Médica ginecologista, mestre e doutora em medicina, professora adjunta do Departamento de
      Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Santa Maria, Diretora Geral do Hospital
      Universitário de Santa Maria

      EMÉRSON ELIAS MERHY
      Médico, mestre e doutor em saúde coletiva, professor da Universidade Estadual de
      Campinas, consultor do Ministério da Saúde
FELIPE MARTINS MÜLLER
Engenheiro eletricista, mestre e doutor em engenharia elétrica, diretor do Centro de
Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria

FERNANDO BEVILACQUA
Acadêmico do Curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Santa Maria,
integrante do Programa Especial de Treinamento – PET

FERNANDO RITTER
Cirurgião-dentista, residente do Centro de Saúde Escola Murialdo, Escola de Saúde Pública
do Rio Grande do Sul

GILMOR JOSÉ FARENZENA
Médico pediatra, mestre em saúde comunitária, professor assistente do Departamento de
Saúde da Comunidade da Universidade Federal de Santa Maria

GIOVANI GRACIOLI
Acadêmico do Curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Santa Maria,
integrante do Programa Especial de Treinamento – PET

ILSE MEINKE MELO
Enfermeira, especialista em saúde pública, secretária de município da saúde da Prefeitura
Municipal de Santa Maria

IVAN PORCIÚNCULA JR.
Cirurgião-dentista, Prefeitura Municipal de Santa Maria

JADETE LAMPERT
Médica, mestre em administração pública, doutora em saúde pública, professora adjunta do
Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Maria

JAMES FERREIRA GRESSLER
Médico cardiologista, professor titular do Departamento de Clínica Médica da Universidade
Federal de Santa Maria

JONHY AIRTON PEREIRA XAVIER
Médico, Prefeitura Municipal de Santa Maria

JOSÉ ALMIRO P. DA ROSA
Representante dos usuários, pela CUT-Regional Centro, no Conselho Municipal de Saúde de
Santa Maria

JOSÉ F. SANTIN
Representante dos usuários, pela Associação Comunitária Tancredo Neves, no Conselho
Municipal de Saúde de Santa Maria

JOSÉ WELLINGTON ALVES DOS SANTOS
Médico pneumologista, mestre, doutor e Phd em pneumologia, professor adjunto do
Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Maria, Coordenador da
Residência Médica do Centro de Ciências da Saúde da UFSM

LAURA CAMARGO MACRUZ FEUERWERKER
Mestre e doutora em saúde pública, pesquisadora da Rede Unida, coordenadora de ações
estratégicas de educação na saúde no Departamento de Gestão da Educação na Saúde do
Ministério da Saúde

LERIS SALETE BONFANTI HAEFFNER
Médica pediatra, mestre em desenvolvimento humano, doutora em medicina, professora
adjunta do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de Santa Maria,
coordenadora do Curso de Medicina da UFSM

LIEGE FONTANIVE
Cirurgiã-dentista. especialista em saúde coletiva, estratégia de saúde da família, Prefeitura
Municipal de Santa Maria

LUCIANE SILVA RAMOS
Enfermeira, especialista em gestão de serviços e sistemas de saúde e em saúde pública,
diretora de saúde coletiva da Secretaria de Município da Saúde da Prefeitura Municipal de
Santa Maria

LUIZ OSÓRIO CRUZ PORTELA
Educador físico, doutor em filosofia, professor titular do Departamento de Desportos Coletivos
Da Universidade Federal de Santa Maria

MÁRCIA DIAS VIANNA
Enfermeira, Prefeitura Municipal de Santa Maria

MÁRCIA HELENA BOLSON RADINS
Médica de família e comunidade, Prefeitura Municipal de Santa Maria

MARCOS CAUDURO TROIAN
Diabetólogo, professor adjunto, chefe do departamento de Clínica Médica do Centro de
Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Maria

MARIA LÚCIA PRESTES
Enfermeira, Prefeitura Municipal de Santa Maria

MARIA CELESTE LANDERDHAL
Enfermeira, mestre em enfermagem, professora adjunta do Departamento de Enfermagem da
Universidade Federal de Santa Maria

MARIO ROBERTO DA SILVEIRA
Médico psiquiatra, diretor da Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul

MARIO ROBERTO GARCIA TAVARES
Médico de família e comunidade, mestrando em educação, professor do departamento de
Medicina Social da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

MÔNICA ROSA ZENI
Fisioterapeuta, especialista em produtos e processos fisioterapêuticos, CEDAS, Prefeitura
Municipal de Santa Maria

OLMIRO CEZIMBRA DE SOUZA FILHO
Médico ginecologista, mestre em educação, professor assistente do Departamento de
Morfologia da Universidade Federal de Santa Maria

PAULO JORGE SARKIS
Engenheiro civil, mestre em engenharia civil, reitor da Universidade Federal de Santa Maria

PAULO VINÍCIUS NASCIMENTO FONTANIVE
Cirurgião-dentista, residente do Centro de Saúde Escola Murialdo, Escola de Saúde Pública
do rio Grande do Sul

REGINA P. LOUREIRO
Enfermeira sanitarista, mestre em epidemiologia, doutoranda em medicina social, professora
de epidemiologia e método de pesquisa da Escola de Saúde pública do RS

RICARDO BURG CECCIM
Enfermeiro sanitarista, mestre e doutor em educação e saúde, professor de educação em
saúde do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da
Saúde

RODRIGO CARIRI
Médico de família e comunidade, consultor técnico para ações populares de educação na
      saúde, Ministério da Saúde

      ROSA MARIA WOLF
      Médica pediatra e homeopata, especialista em gestão de sistemas de saúde, presidente do
      Conselho Municipal de Saúde de Santa Maria

      ROSE DORIGON
      Pedagoga da Escola de Saúde pública do RS

      ROSE MAYER
      Psicóloga, sanitarista, mestre em psicologia social, professora de metodologia científica da
      Escola de Saúde pública do RS

      SÉRGIO VERGUEIRO
      Farmacêutico, diretor da Secretaria de Município da Saúde da Prefeitura Municipal de Santa
      Maria

      SILVANA FLORES
      Pedagoga, Residência Multiprofissional em Saúde, Grupo Hospitalar Conceição

      SIMONE MEYER
      Terapeuta ocupacional, sanitarista, especialista em saúde mental, Curso de Terapia
      Ocupacional, Centro Universitário Franciscano

      SOELI GUERRA
      Enfermeira, representante dos prestadores de serviço, pelo Hospital Casa de Saúde, no
      Conselho Municipal de Saúde de Santa Maria

      SOLANGE CAPAVERDE SANTOS
      Mestre em educação, doutora em informática, consultora científica da Fundação de Apoio à
      Tecnologia

      VÂNIA MARIA FIGHERA OLIVO
      Enfermeira, mestre em assistência de enfermagem, doutoranda em administração, professora
      do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria

      VERA REGINA REAL LIMA GARCIA
      Enfermeira, mestre em educação, doutora em aprendizagem, coordenadora da pós-
      graduação em enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria

      WILSON JUCHEM
      Pediatra, professor aposentado do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de
      Santa Maria

      Vale lembrar também todos os colegas da UFSM, da PMSM, da 4ª CRS e da
UNIFRA que participaram (e não foram apenas alunos) do I (e único) Curso de
Saúde Pública Voltado Para a (De)Formação de Preceptores, assim como os
colegas do PSF, dos Centros de Atenção Psicossocial, do Ambulatório de Saúde
Mental, do grupo nacional de discussão de residências em saúde mental e do Curso
de Administração do UFSM.
      Se por acaso esqueci de alguém, o que é bem provável dada a quantidade de
pessoas que conviveram com este projeto no período de 2003 a 2005, por favor,
reclame. Uma cópia eletrônica desta monografia será publicada na internet e sempre
será um prazer atualizá-la.
SUMÁRIO

1      INTRODUÇÃO ........................................................................................... 20
2      OBJETIVOS ............................................................................................... 23
    2.1             OBJETIVO GERAL ................................................................................................................... 23
    2.2             OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................................... 23
3      METODOLOGIA......................................................................................... 24
    3.1             PRÓLOGO DA METODOLOGIA............................................................................................ 24
    3.2             METODOLOGIA EM SI............................................................................................................ 25
      3.2.1         ESTUDO DESCRITIVO............................................................................................................... 25
      3.2.2         PESQUISA PARTICIPANTE - PP E PESQUISA-AÇÃO – PA .................................................. 26
      3.2.3         DESENHO DA MONOGRAFIA.................................................................................................. 28
PARTE I ........................................................................................................... 29
4      ALGUNS CONCEITOS PRELIMINARES................................................... 30
    4.1             RESIDÊNCIA, RESIDÊNCIA INTEGRADA E MODELO PEDAGÓGICO....................... 30
    4.2             A TRANSDISCIPLINARIDADE E OS LIMITES PROFISSIONAIS................................... 32
    4.3             A REFORMULAÇÃO DO MODELO DE ATENÇÃO........................................................... 36
    4.4             INTERINSTITUCIONALIDADE, REDES E NECESSIDADE DE ASSOCIAÇÃO ........... 37
    4.5             O QUADRILÁTERO .................................................................................................................. 39
5      A ESTRUTURA DA RIS ............................................................................. 40
    5.1             ESTUDO DA LOGOMARCA.................................................................................................... 40
    5.2             ESTRUTURA EM SI .................................................................................................................. 41
      5.2.1         ALGUMAS VANTAGENS .......................................................................................................... 41
      5.2.2         DA DURAÇÃO E CARGA HORÁRIA ....................................................................................... 41
      5.2.3         DAS ÊNFASES............................................................................................................................. 42
      5.2.4         DAS ATIVIDADES ...................................................................................................................... 42
      5.2.5         DOS ESPAÇOS E ATORES......................................................................................................... 42
      5.2.6         DAS ÁREAS PROFISSIONAIS POR ÊNFASE .......................................................................... 43
      5.2.7         DA DINÂMICA DAS ÊNFASES, DOS ESPAÇOS E DOS ATORES........................................ 44
      5.2.8         DA FORMA DE GESTÃO ........................................................................................................... 47
      5.2.9         DAS ESPECIALIZAÇÕES DE NÍVEL MÉDIO.......................................................................... 50
6      MAS POR QUE SANTA MARIA?............................................................... 51
    6.1             SITUAÇÃO GEOPOLÍTICA..................................................................................................... 51
      6.1.1         O PAPEL DO MUNICÍPIO NA EFETIVAÇÃO DO SUS........................................................... 52
      6.1.2         MAIS ALGUNS DADOS SOBRE MUNICÍPIO.......................................................................... 55
7      COMO IR PARA SANTA MARIA?.............................................................. 58
    7.1             OS PRIMEIROS PASSOS.......................................................................................................... 58
    7.2             AS PRIMEIRAS ESTRATÉGIAS ............................................................................................. 58
    7.3             UMA OUTRA ESTRATÉGIA: A DILUIÇÃO DA AUTORIA .............................................. 61
    7.4             DE VOLTA A POA ..................................................................................................................... 62
PARTE II .......................................................................................................... 63
8      O FILHO PRÓDIGO A CASA TORNA........................................................ 64
    8.1             INICIEI COM UM TRIPÉ ......................................................................................................... 64
    8.2             O QUE DEU E O QUE NÃO DEU CERTO ............................................................................. 67
    8.3             COMEÇOU A CHOVER DENTRO DO BARCO ................................................................... 68
9      E COMEÇA O CURSO DE PRECEPTORES............................................. 70
    9.1     A PRIMEIRA AULA: SUS......................................................................................................... 71
    9.2     CONTROLE SOCIAL X MANIPULAÇÃO SOCIAL: A DINÂMICA DO CONSELHO
    MUNICIPAL DE SAÚDE .............................................................................................................................. 71
9.3                A DINÂMICA “O PACIENTE IN(TER)DISCIPLINADO”:.................................................. 74
  9.4                O DEBATE DO NÚCLEO E CAMPO DA SAÚDE COLETIVA........................................... 80
  9.5                ATIVIDADES VIRTUAIS.......................................................................................................... 81
  9.6                O GEOPROCESSAMENTO...................................................................................................... 86
  9.7                INTERLÚDIO I – TIME IS ON MY SIDE ................................................................................ 90
10       CONTINUAVA A CHOVER DENTRO DO BARCO ................................. 92
11       E COMEÇA A SURGIR O PSF DE SM ................................................... 93
12 A ISONOMIA SALARIAL E A VALORIZAÇÃO DA FORMAÇÃO
PROFISSIONAL - IS&VP ................................................................................. 98
  12.1        INTERLÚDIO II - SUBVERTENDO UMA LÓGICA: UM ARTIGO QUE ENTRA AO
  INVÉS DE SAIR.............................................................................................................................................. 98
  12.2        O impacto da adoção da isonomia salarial e valorização da formação profissional (IS&VP)
  no Programa de Saúde da Família ............................................................................................................... 101
    12.2.1 Autores do artigo: ........................................................................................................................ 101
    12.2.2 Introdução do artigo..................................................................................................................... 101
    12.2.3 Objetivo do artigo........................................................................................................................ 102
    12.2.4 Metodologia do artigo ................................................................................................................. 102
    12.2.5 Resultados do artigo .................................................................................................................... 102
    12.2.5.1     Extratos documentais .............................................................................................................. 103
    12.2.5.2     Tabelas funcionais .................................................................................................................. 106
    12.2.6 Discussão do artigo...................................................................................................................... 106
       12.2.6.1    A trajetória: ........................................................................................................................ 106
       12.2.6.2    Os fatos seguintes: ............................................................................................................. 109
  12.3        INTERLÚDIO III – DADOS QUE NÃO CONSTARAM NO ARTIGO ............................. 110
    12.3.1 UM TRIPÉ MANCO................................................................................................................... 110
    12.3.2 NO FRESCOR DO VERÃO DE 2004 – A PRIMEIRA GELADEIRA...................................... 113
    12.3.3 RESSURGINDO DAS CINZAS (OU DA LAMA) .................................................................... 114
       12.2.6.3    O impacto no perfil profissional do PSF:........................................................................... 116
       12.2.6.4    Análise de cenários: ........................................................................................................... 117
    12.2.7 Considerações finais do artigo..................................................................................................... 120
    12.2.8 Referências do artigo ................................................................................................................... 120
13 CONSIDERAÇÕES FINAIS - POR QUE O TRIPÉ DESPENCOU E LEVOU O
QUADRILÁTERO JUNTO .............................................................................. 122
  12.1               DA FRAGILIDADE .................................................................................................................. 122
  12.2               DOS JOGOS DE PODER E DAS PERDAS............................................................................ 123
  12.3               DA COERÊNCIA, DA DETERMINAÇÃO E DO CONDICIONAMENTO....................... 126
  12.4               DA CONTABILIDADE FINAL ............................................................................................... 127
13       EPÍLOGO .............................................................................................. 129
  13.1               O TEMPO NÃO EXISTE ......................................................................................................... 129
14       REFERÊNCIAS..................................................................................... 131
APÊNDICES................................................................................................... 135
  APÊNDICE A: UM PASSEIO PELO SUS ................................................................................................. 136
      O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE:............................................................................................................. 136
      E UM POUCO DA SUA PRODUTIVIDADE: .......................................................................................... 136
      UMA RÁPIDA VIAGEM NO TEMPO...................................................................................................... 137
      PRINCÍPIOS ............................................................................................................................................... 138
      BASE LEGAL E FINANCIAMENTO ....................................................................................................... 140
      ESTRUTURAS DE CONTROLE............................................................................................................... 141
      ESTRUTURAS DE GESTÃO .................................................................................................................... 141
      INSTRUMENTOS DE GERENCIAMENTO............................................................................................. 141
  APÊNDICE B – PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
  ......................................................................................................................................................................... 143
      1.              INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 150
      2.              OBJETIVO GERAL.................................................................................................................... 151
3.         OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................... 151
 4.         METODOLOGIA........................................................................................................................ 151
 4.1.       Visão geral................................................................................................................................... 151
 4.2.       Preceptores .................................................................................................................................. 152
 4.3.       Vagas ........................................................................................................................................... 152
 4.4.       Espaços ........................................................................................................................................ 153
 4.5.       Familiarização ............................................................................................................................. 153
 4.6.       Bibliografia disponível ................................................................................................................ 154
 4.7.       Acesso a Internet ......................................................................................................................... 155
 4.8.       Refeições ..................................................................................................................................... 155
 4.9.       Carga Horária .............................................................................................................................. 155
 4.10.      Distribuição das atividades .......................................................................................................... 156
 4.10.1. Atividades na USF e na comunidade........................................................................................... 158
 4.10.1.1.     Sala de Espera......................................................................................................................... 159
 4.10.1.2.     Acolhimento ........................................................................................................................... 160
 4.10.1.3.     Agenda.................................................................................................................................... 160
 4.10.1.4.     Pós-plantões e plantões ........................................................................................................... 161
 4.10.1.5.     Assistência domiciliar............................................................................................................. 163
 4.10.1.6.     Territorialização e pesquisa .................................................................................................... 163
 4.10.1.7.     Grupos .................................................................................................................................... 166
 4.10.1.8.     Gestão de serviços .................................................................................................................. 166
 4.10.1.9.     Atividades comunitárias ......................................................................................................... 168
 4.10.1.10.       Atualização ........................................................................................................................ 168
 4.10.2. Estágios ....................................................................................................................................... 170
 4.10.3. Eixos teóricos .............................................................................................................................. 171
 4.11.      Avaliação..................................................................................................................................... 173
 5.         REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 173
APÊNDICE C - TRECHO AUTOBIOGRAFIA ........................................................................................ 174
APÊNDICE D – MINHA VISÃO METAFÓRICA DO INFERNO.......................................................... 177
APÊNDICE E – PRIMEIRO PROJETO R3 .............................................................................................. 179
 1.         INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 181
 2.         OBJETIVOS................................................................................................................................ 181
 2.1.       Objetivo geral: ............................................................................................................................. 181
 2.2.       Objetivos específicos:.................................................................................................................. 181
 3.         JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................ 182
 4.         FORMULAÇÃO DO PROBLEMA............................................................................................ 182
 5.         DEFINIÇOES CONCEITUAIS .................................................................................................. 184
 7.         CRONOGRAMA ........................................................................................................................ 185
 8.         REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 186
APÊNDICE F – PROPOSTA SUMÁRIA ................................................................................................... 187
APÊNDICE G – A CAPA DO TRIPÉ ......................................................................................................... 190
APÊNDICE H – CURSO DE PRECEPTORES ......................................................................................... 191
 1.         INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 194
 2.         JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................ 195
 3.         OBJETIVO GERAL.................................................................................................................... 195
 4.         OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................... 195
 5.         METODOLOGIA........................................................................................................................ 196
 5.1.       SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES........................................................................................... 196
 5.2.       PERÍODO E ESTRUTURA DO CURSO ................................................................................... 196
    5.2.1.     Atividades virtuais .................................................................................................................. 196
         5.2.1.1.          Realização do pré-teste:............................................................................................ 197
         5.2.1.2.          Leitura de instrumentalização:.................................................................................. 197
         5.2.1.3.          Debate prévio: .......................................................................................................... 197
         5.2.1.4.          Realização do pós-teste: ........................................................................................... 197
         5.2.1.5.          Digitação das avaliações:.......................................................................................... 197
         5.2.1.6.          Acréscimos ao banco de referências:........................................................................ 197
         5.2.1.7.          Consulta de dados pessoais: ..................................................................................... 198
         5.2.1.8.          Consulta de dados gerais: ......................................................................................... 198
    5.2.2.     Atividades teóricas.................................................................................................................. 199
    5.2.3.     Atividades práticas.................................................................................................................. 199
5.2.3.1.       Contato inicial .......................................................................................................... 200
           5.2.3.2.       Equipamentos de saúde: ........................................................................................... 200
           5.2.3.3.       Controle social:......................................................................................................... 200
           5.2.3.4.       Territorialização ....................................................................................................... 201
      5.2.4.     Eixos Temáticos para 2004..................................................................................................... 201
      5.2.5.     Estratégias de avaliação .......................................................................................................... 202
   6.      CRONOGRAMA ............................................................................................................................ 203
   7.      ORÇAMENTO................................................................................................................................ 203
   8.      REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 204
   ANEXO I - Objetivos Projeto I ................................................................................................................... 205
   ANEXO II – Estrutura do curso .................................................................................................................. 206
  APÊNDICE I – O “CAUSO” DO GERALDÃO......................................................................................... 214
  APÊNDICE J - NEM CAFÉ NEM PÃO, SÓ PAPELÃO.......................................................................... 215
  APÊNDICE L – UMA SINGELA PIADA................................................................................................... 216
  APÊNDICE M – HISTÓRIA DA SAÚDE NO BRASIL............................................................................ 217
   PERÍODO PRÉ-REPUBLICANO (1500-1889) ......................................................................................... 218
   A REPÚBLICA VELHA (1889-1930)........................................................................................................ 219
   A ERA VARGAS (1930-1945)................................................................................................................... 221
   O PERÍODO DESENVOLVIMENTISTA (1945-1964)............................................................................. 221
   A NOVA DITADURA................................................................................................................................ 222
   A DÉCADA DE 80: ECLOSÃO DA CRISE ESTRUTURAL E CONSOLIDAÇÃO DAS PROPOSTAS
   REFORMADORAS .................................................................................................................................... 223
   REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................... 225
ANEXOS ........................................................................................................ 226
  ANEXO A - MARAGATOS E PICA-PAUS ............................................................................................... 227
  ANEXO B - PRIORIDADES EM SAÚDE DO GOVERNO ESTADUAL............................................... 228
  ANEXO C – EIXOS, VETORES E ESTÁGIOS DO PROJETO DE INCENTIVO A MUDANÇAS
  CURRICULARES NOS CURSOS DE MEDICINA. ................................................................................. 229
  ANEXO D – PROJETO INFORMATIZAÇÃO APS: OFÍCIO HUMBERTO COSTA ........................ 230
  ANEXO E – FRAGMENTO PROJETO HUSM ........................................................................................ 232
  ANEXO F - COMISSÃO MULTIDISCIPLINAR DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE.......................... 233
  ANEXO G – DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA......................................................................................... 239
20




1     INTRODUÇÃO

      Bem, antes de explicar o porquê do título desta monografia, quero alertar
qualquer leitor desavisado sobre o estilo do texto. Escreverei em primeira pessoa e
será um texto bastante passional. Será o relato de uma queda, uma queda
silenciosa que deixou alguns estragos interessantes. Busco suporte para isso em
Gilson Carvalho (2001) que nos brinda com um texto sanguíneo sobre os desatinos
administrativos impingidos ao Sistema Único de Saúde - SUS e defende uma escrita
mais pessoal, mais emotiva.

      Não há como ser de outra forma, posto que vivi na pele e na alma todos os
acontecimentos que irei narrar. Farei, portanto, uma tentativa de expressar em
moldes ditos científicos, uma história de paixão.

      Claro que a terceira pessoa também será inevitável, afinal este trabalho
envolveu muita gente. Também vou procurar descrever estes participantes da forma
mais humana possível, pedindo desde já escusas por algum eventual exagero
descritivo, pois haverá um certo toque de bom humor.

      Isto posto, vamos ao porquê do título. Passando os olhos por Minayo (1993)
encontrei uma citação que ela faz de Pascal (Pensée, frase nº 19): “A última coisa
que se encontra ao fazer uma obra é o que se deve colocar em primeiro lugar.”.

      O poema a seguir é como uma conclusão desta monografia. Expressa tudo o
que passei e aprendi neste três últimos anos de imersão total no SUS. É o
desafio/enigma com que a saúde pública me confrontou:
21

       DECIFRA-ME E DEVORO-TE



       Há um lobo em pele de cordeiro.

       Há uma pele ordeira de olhar faminto.

       A cada piscar,

       ora há um lobo,

       ora há um cordeiro.

       Não há mais lobo,

       não há mais cordeiro.

       Há um cordeiro com alma de lobo...



       Tenho certeza que muitos que passaram por vivências semelhantes
perceberam que, diferente da bondosa esfinge de Sófocles, o SUS não nos dá o
benefício do ou...

       Não, não é o discurso de alguém que apanhou muito e não quer mais brincar,
é apenas a fala de alguém um pouco mais experiente que vai apanhar menos e se
divertir mais. Como eu já disse, os estragos foram interessantes.

       Quanto mais estudo e vivo o SUS, mais me convenço de que ele é uma
utopia impossível e impraticável. Acredito que a maior explicação para sua
manutenção é a mesma que mantém a maioria de seus conterrâneos vivos, a sua
naturalidade: nós nascemos no Brasil e sempre sobrevivemos a qualquer quarta-
feira de cinzas 1 .

       Pretendo relatar, nas próximas páginas, como minha cidade natal, Santa
Maria - SM, no interior do Rio Grande do Sul, quase se transformou numa referência
nacional na formação de recursos humanos para o SUS e como passei três anos da
minha vida trabalhando nisso; o que deu e o que não deu certo, o que ganhei e o
que perdi, o que ganhamos e o que perdemos.


1
 Como bem lembram alguns de nossos melhores professores, sus é um verbete que consta no
dicionário como uma interjeição que quer dizer: Ânimo! Coragem!
22

          É o relato de um sonho que implodiu e que, na sua morte intra-útero, gerou
efeitos colaterais significativos.

          Este relato estará dividido em duas partes e vários capítulos:

          A Parte I relaciona os acontecimentos, estratégias e negociações que
precederam o início dos trabalhos em SM (antes de 2003 e início de 2003).

          A Parte II descreve o período de 2003, onde o combustível era total e o sonho
ainda era possível. Decididamente o ano em que mais se produziu. Também versa
sobre as primeiras (e importantes) derrotas e o período de resistência de 2004. Por
fim, falo sobre a vitória da mediocridade no ano de 2005 e faço os últimos arremates
nas considerações finais.

          Como todo escorpiano, tenho vários rostos e uso várias máscaras 2 . Logo,
teremos vários Carlos Andrés contando esta história, mas dois extremos se
destacarão entre os diversos matizes: um que se comportará de uma forma mais
próxima ao Carlos André do período dos acontecimentos e outro que será mais
parecido com o Carlos André dos dias de hoje.

          Haverá     ainda    um    terceiro,   que   relatará,   em   tempo   real,   alguns
acontecimentos que ocorreram, mais ou menos, no momento em que estavam
sendo relatados.

          Para facilitar um pouco o posicionamento temporal, os Carlos Andrés mais
antigos usarão o formato de letra Times New Roman e os Carlos Andrés mais atuais o
formato de letra Arial.

          Quando houver dois narradores temporalmente muito próximos, para evitar
atritos, enquanto um estiver no corpo do texto, o outro freqüentará as notas de
rodapé. Haverão alguns confrontos inevitáveis e várias discordâncias entre eles,
mas no final todos se (nos) encontrarão (emos).




2
    Esta monografia desvelará algumas delas.
23




2     OBJETIVOS


      2.1          OBJETIVO GERAL


      O objetivo desta monografia é registrar os fatos que cercaram a tentativa de
implantação de uma Residência Integrada em Saúde - RIS no município de Santa
Maria, Rio Grande do Sul, discutindo, desta forma, a estratégia utilizada, os
caminhos percorridos e a experiência e os avanços alcançados.



      2.2          OBJETIVOS ESPECÍFICOS


            •      Relacionar a produção científica dos vários grupos de trabalho
            que participaram do projeto, no período de 2003-2005;

            •      Elencar os principais fatos políticos produzidos;

            •      Correlacionar a produção científica com a produção política,
            descrevendo as alterações provocadas no âmbito da saúde de SM,
            bem como na minha subjetividade e na daqueles que também
            vivenciaram a experiência;

            •      Gerar uma referência local para experiências futuras mais
            exitosas.
24




3         METODOLOGIA


          3.1             PRÓLOGO DA METODOLOGIA


          Quando recebi o telefonema da professora de metodologia científica,
psicóloga, sanitarista, mestre em psicologia social Rose Mayer 3 , dando um
toquezinho que o prazo final para entregar uma cópia desta monografia para o
orientador era 18/03/06 (“Ó, gurizinho! Não esquece de botar em formato de projeto,
hein?”) e, no momento em que digito o presente trecho de texto, faltando só cinco
dias para esta data, lembrei de quando eu tinha 16 anos.

          Estava no 2º grau 4 e a professora de português, indignada com a turma (não
lembro o porquê), nos sentenciou a uma avaliação relâmpago, valendo a nota do
bimestre: uma redação com introdução, desenvolvimento e conclusão (o tema era
livre).

          No improviso do momento e inspirado em um de meus ídolos literários da
época (e da atualidade – Luis Fernando Veríssimo), saiu o que segue abaixo.
Previamente justifico o linguajar e as idéias ressalvando fato de que eu só tinha 16
anos:

                                    Uma crônica qualquer

                                   Escrever, tenho que escrever. E agora? O que eu faço? Minha nota
                           depende disso e nenhuma idéia me vem a cabeça, sinto-me como se esti-
                           vesse num beco sem saída e um Scania, a 120 por hora, sem motorista e
                           com um carregamento de trilhos, viesse para cima de mim. Não que eu
                           queira exagerar, mas eu desespero-me facilmente. Estou até pensando em
                           ir a um psicólogo, mas antes quero estudar psicologia para saber o que ele
                           vai estar achando da minha cara.
                                   Bom, voltando ao assunto, a crônica, eu verifico que estou sem as-
                           sunto e o jeito é escrever mais algumas abobrinhas para fazer com que a
                           professora perca mais tempo com o meu texto antes de passar para o se-
                           guinte. Trazer a senhora até esta linha eu consegui, não adianta negar. E
                           olhe bem, largar o texto agora por pensar que eu estou gozando da sua
                           cara seria admitir que não conseguiu lê-lo até o fim. O que seria bom, pois
                           eu não precisaria escrever mais. Eu sei que é uma afirmação idiota, mas eu
                           precisava ocupar aquele espaço com alguma coisa.


3
  É fácil descrever a Rose, além de ter um currículo semelhante ao do Manoel (orientador desta monografia, ver
adiante), ela é irmã dele.
4
  Colégio Técnico Industrial da UFSM. Eu cursei o segundo grau profissionalizante em mecânica industrial.
25

                                   Para terminar, eu poderia dissertar sobre a importância da cereja na
                            menopausa da tartaruga ou sobre o tarecômetro do bagulhômetro impulsio-
                            nado por um trequímetro, talvez até falasse sobre meu projeto de uma
                            bomba atômica, inflável, com silenciador, impulsionada por um compressor
                            de ar movido a vácuo, mas estes são assuntos muito longos e eu não tenho
                            mais saco para escrever tanta besteira, portanto:
                                   - FIM.
         Depois disso achei que seria encaminhado para o serviço de orientação
educacional ou coisa pior. Ao invés disso a professora escolheu a minha crônica
como a melhor do colégio e me fez pagar o mico de lê-la em público. Achei que seria
vaiado. Para minha surpresa, o tal público (colegas e outros professores) gostou.
Comecei a descobrir pelo menos três coisas que eu fazia relativamente bem: correr
riscos 5 , falar em público e escrever.

         Correr riscos, falar em público e escrever. Por um lado, posso dizer que estas
foram as metodologias mais utilizada durante meus três últimos anos em Santa
Maria.

         Mas, por outro lado, há uma maneira mais técnica de falar sobre isso:



         3.2              METODOLOGIA EM SI


                 Quando olho os rascunhos, anotações e diários de campo não sei bem
se estou descrevendo, participando ou agindo. Com esta dúvida em mente busquei
suporte nos conceitos de estudo descritivo, pesquisa participante e pesquisa-ação,
que serão correlacionados para a apresentação dos resultados.



                 3.2.1             ESTUDO DESCRITIVO


         Os estudos não experimentais são usados para construir o quadro de um
fenômeno ou explorar acontecimentos, pessoas ou situações na medida em que
eles ocorrem naturalmente (LOBIONDO e HABER, 2001).

         Os estudos descritivos exploratórios figuram na categoria mais ampla dos
desenhos não experimentais. Eles coletam descrições detalhadas de variantes e
5
 Eu era o típico aluno tímido, bem comportado, que não faltava aula, não se atrasava e corria atrás de boas
notas, mas às vezes fazia coisas como escrever esta crônica e escalar o arco do pórtico de entrada da UFSM..
26

usam os dados para justificar e avaliar condições e práticas decorrentes ou planejar
intervenções para melhorar as práticas em saúde existentes.

      Segundo Pereira (2005), um estudo descritivo é aquele que tenciona estimar
apenas parâmetros de uma população sem a necessidade de elaborar hipóteses de
estudo. Será sempre o primeiro passo da investigação. Dele podem nascer as
hipóteses que serão estudadas em trabalhos analíticos.

      Como nessa monografia estou descrevendo os últimos três anos de trabalho
em SM, a metodologia de um estudo descritivo exploratório poderia dar conta dos
objetivos propostos, na forma de um relato de experiência ou até mesmo de um
relatório. Mas não é assim tão simples (nem tão fácil).

      Com certeza estarei trabalhando com os elementos de um estudo descritivo,
mas quando tenciono relacionar produção científica com produção política e,
conseqüentemente as alterações (resultados) que isto provocou no âmbito da saúde
de SM, bem como na minha subjetividade e na daqueles que também vivenciaram a
experiência, estarei entrando no campo da pesquisa social.

      Para tanto, busco as seguintes referências:



             3.2.2         PESQUISA PARTICIPANTE - PP E PESQUISA-AÇÃO –
                           PA


      Para Gianotten e Wit (1987), pesquisa participante:

                     (...) é um enfoque de investigação social por meio do qual se busca a plena
                     participação da comunidade na análise de sua própria realidade com o
                     objetivo de promover a participação social para o benefício dos participantes
                     da investigação. Estes participantes são os oprimidos, os marginalizados,
                     os explorados. Trata-se, portanto, de uma atividade educativa, de
                     investigação e ação social.



      Thiollent (1987) coloca como necessária uma distinção entre PP e PA, pois
para este autor, a PA é uma forma de PP, mas nem toda PP é uma PA. A PP se
preocupa com o papel do pesquisador dentro da investigação, problematizando a
relação investigador / investigado e a PA, além disso, centra sua atenção na relação
entre a investigação e a ação dentro da situação considerada. Esta última é, pois,
27

um tipo de pesquisa centrada na questão do agir. Para o mesmo autor (1992),
pesquisa-ação:

                     (...) trata-se de um tipo de pesquisa social com base empírica que é
                     concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a
                     resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os
                     participantes da situação ou do problema estão envolvidos de modo
                     cooperativo ou participativo.



      Cheguei a SM em 2003 com uma pesquisa-ação na bagagem. Como
residente de terceiro ano – R3 da Escola de Saúde Pública – ESP eu havia recebido
da direção da escola a missão de implantar uma RIS no interior.

      Já nos primeiros contatos percebi que isso era impossível. Ninguém em SM
tinha a menor idéia do que era uma RIS. Residência era um termo exclusivamente
médico e não passava pela cabeça de ninguém sequer discutir isso. Não havia
massa crítica. Era necessário começar como o “Incrível Exército de Brancaleone” e
arrecadar os colaboradores pelo caminho.

      Neste ponto, parti para uma pesquisa participante. Os participantes desta
pesquisa (grupo que me inclui) não foram os, habitualmente oprimidos camponeses,
operários ou minorias étnicas, mas sim especialistas, mestres e doutores que
guardavam (e guardam) uma relação de opressão, marginalização e exploração
frente a um sistema hegemônico que, muito antes de ser médico-centrado e
hospitalocêntrico já era mercado-centrado.

      Estes participantes foram convidados a vivenciar de forma crítica (e
educativa) a sua própria realidade profissional, um SUS cujos princípios e estruturas
de regulação e financiamento eram algo vago e distante. Tão distante que
chegavam a acreditar não fazer parte dele.

      Como ferramenta de imersão teórico-prática na realidade profissional foi
utilizado um curso de preparação de preceptores para uma futura RIS.

      A descrição deste curso, desde o seu planejamento, passando por sua
negociação política e chegando aos resultados de sua implementação prática
demonstrará tanto a criação de laços de confiança e colaboração entre pesquisador
e pesquisados, como de focos de resistência à idéia da RIS.
28

        No final de 2003, o curso gerou massa crítica suficiente para uma pesquisa-
ação: a implantação de uma RIS e, também, um movimento contrário que conseguiu
derrubar a idéia em 2005 (ou, quem sabe, apenas retardar um pouco um processo
inevitável).

        Thiollent (1987), diz que a PA pode ser concebida como procedimento de
natureza exploratória e os resultados da exploração podem ser úteis para elucidar a
ação.

        Elucidar a ação é o foco do objetivo geral deste trabalho. A ação em questão,
a tentativa de implantação de uma RIS, necessita ter desveladas e detalhadas as
suas estratégias e caminhos, registrando também os projetos que foram elaborados
e não implementados, de forma a devolver este material a todos os participantes e
gerar um ponto de partida para tentativas futuras.

        Não se trata, portanto, de uma simples descrição sistemática de dados e de
fatos, mas de um desvelamento técnico e subjetivo (passional) de uma ação que
requereu incremento de teoria (pesquisa), divulgação de cultura em formação de
recursos humanos (educação local) e alterações marcantes nas regras do jogo da
saúde (genoprodução, MATUS, 1994).



               3.2.3       DESENHO DA MONOGRAFIA


        Pelo exposto acima, opto pelo desenho de uma pesquisa-ação com
atravessamentos metodológicos descritivos e participantes que, em algum momento,
poderia ser vista como uma pesquisa participante, com componentes de pesquisa-
ação e estudos descritivos (muito embora eu reconheça que alguns poderão optar
pela leitura de um estudo descritivo com temperos de pesquisa participante e
pesquisa-ação).
29




PARTE I
30




4      ALGUNS CONCEITOS PRELIMINARES

       Como dito na metodologia RIS, em 2003, era um conceito que absolutamente
não existia na cabeça da grande maioria dos santa-marienses 6 . Integralidade era
uma concepção apropriada por poucos. Mesmo Medicina de Família era apenas
uma referência nostálgica aos médicos do passado que iam de casa em casa, quase
sempre a cavalo. E SUS, infelizmente, não passava daquele paciente chato que
abarrotava o pronto socorro.

       Foi dentro deste contexto que comecei a trabalhar. Hoje, após três anos, o
cenário está bastante diferente. Não digo que fui o grande arauto da mudança de um
paradigma, até porque muitas e muitas pessoas são necessárias para mudar um
paradigma.

       O fato é que este foi um dos efeitos colaterais interessantes: hoje, em função
de tudo o que foi feito, estas muitas e muitas pessoas, em SM, estão apropriadas
dos conceitos discutidos abaixo e de vários outros que virão a baila no decorrer da
narrativa. Quanto à utilização dada a estes conceitos... Bem, esta é outra estória.

       A seqüência com que os conceitos abaixo estão dispostos imita a estrutura do
discurso que utilizei para popularizar a idéia da RIS e das idéias correlatas a ela.

       Vale o posicionamento temporal descrito na introdução.



       4.1             RESIDÊNCIA, RESIDÊNCIA INTEGRADA E MODELO
                       PEDAGÓGICO


       O primeiro passo foi desmistificar a exclusividade médica sobre o termo
residência. Como ainda não estávamos no período de histeria multiprofissional de




6
  Mais tarde, pude perceber que a ignorância local em relação a RIS foi um fator de proteção para a
idéia, que perdurou até dezembro de 2003, quando o grupo oriundo do curso de preceptores resolveu
alçar asas e granjeou as primeiras resistências mais sérias.
31

caça às bruxas, desencadeada pela discussão do ato médico 7 , isso foi relativamente
fácil. Na época, utilizei a seguinte argumentação:

       Em primeiro lugar, vamos passear pelos conceitos de residência, ensino em serviço e
residência integrada em saúde:

       O termo residência, sedimentado por seu uso na área médica, refere-se a uma
modalidade de especialização latu sensu centrada na idéia de ensino em serviço, onde o pós-
graduando imerge em atividades práticas de sua ênfase de aprendizado, sob a supervisão
presencial de um profissional experiente (preceptor). Conforme Feuerwerker (1998) a
residência possui um duplo papel: complementar a graduação e oferecer especialização.

       O ensino em serviço subentende assistência concomitante ao aprendizado, tanto
prático como teórico. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal
9.394/96), em seus artigos de 39 a 42, afirma que a preparação para o trabalho poderá ser
desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação
permanente, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho.

       O ensino em serviço para a formação de profissionais, dentro da ótica de criação de
uma cultura local em saúde pública e coletiva, ou seja, a construção do conhecimento novo,
segundo Freire, (1976), tem que necessariamente partir dos conhecimentos e experiências
prévias destes profissionais. Para adultos (FEUERWERKER ET AL, 2000), “o motor da
aprendizagem é a superação de desafios, a resolução de problemas.”

       O uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem perpassa o ensino em serviço,
colocando o estudante frente a desafios concretos e na posição de sujeito do ato de construção
do conhecimento. O professor ocupa a posição de problematizador/facilitador do processo de
educação e ambos, professor e aluno, passam pelo ato de aprender a aprender e aprender a
ensinar.

       Conforme Ceccim e Feurwerker (2004) existe uma diferença fundamental entre
educação continuada e educação permanente:



                       (…) enquanto a educação continuada aceita o acúmulo sistemático de informações e
                       o cenário de práticas como território de aplicação da teoria, a educação permanente

7
  Veja um interessante e atual debate sobre este tema em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1413-812320050005&lng=pt&nrm=iso
(retirado em 13/01/2006).
32

                       entende que o cenário de práticas informa e recria a teoria necessária, recriando a
                       própria prática. (…) A lógica da educação permanente é descentralizadora,
                       ascendente e transdisciplinar.


       Não vou entrar no mérito de quem defende um ou outro conceito, seria o
mesmo que perguntar para um médico de família se ele usa o termo atenção
primária ou atenção básica em saúde ou perguntar para duas pedagogas se o
melhor termo é formar ou capacitar alguém. O que me importa é a filosofia de
educação contida na citação acima, que vai ao encontro das idéias de Ferla (2002),
segundo o qual também se faz necessária uma pedagogia mestiça, capaz de
considerar a alteridade, de se misturar, de se mestiçar no processo pedagógico, se
alterando ao mesmo tempo em que altera.



       Finalmente, segundo Ceccim e Ferla (2003), Residência Integrada em Saúde é:

                       (...) constituída como uma modalidade de educação profissional pós-graduada
                       multiprofissional, de caráter interdisciplinar, desenvolvida em ambiente de serviço,
                       mediante educação pelo trabalho, mantendo orientação técnica direta e orientação
                       docente em sala de aula. (...) cumprir o desígnio de uma reforma das residências
                       médicas para se adequarem à reforma sanitária nos moldes brasileiros: trabalho em
                       equipe multiprofissional, interdisciplinaridade, especialização em serviço, base
                       epidemiológica para o planejamento, utilização da educação popular em saúde para
                       a interação com os grupos sociais, mediando-se pela satisfação do usuário.



       4.2           A TRANSDISCIPLINARIDADE                                 E     OS        LIMITES
                     PROFISSIONAIS


       A RIS é uma ampliação do conceito de residência. Além das práticas de núcleo de sua
área, o pós-graduando toma contato, de forma integrada, com outros núcleos de especialidade,
dentro da sua área profissional e, mais além, integra-se com núcleos de outras áreas
profissionais, através de um gradiente multi-inter-transdisciplinar (JAPIASSU, 1976),
agregando todos no campo da saúde.

       Estando introduzido o conceito de Residência Integrada, era necessário
discutir bem esta integração. Como na maioria dos lugares, o médico e o hospitalo-
centrismo eram as palavras da hora (zeitgeist): Os dados dos relatórios de gestão e da
produção científica local, apontavam, em 2002, para 57,66% das consultas médicas,
realizadas na rede pública do município, ocorrendo nos serviços de pronto atendimento. Nas
33

equipes de saúde 45,53% eram médicos, 27,44% auxiliares de saúde, 12,34% enfermeiros,
7,4% dentistas e sobravam apenas 7,25% para os demais membros da equipe (psicólogos,
assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e farmacêuticos) (SANTA MARIA, 2002).
Era necessário exorcizar o demônio da eterna briga entre o “doutorzão” e a
“enfermeirosa”, ou da clínica médico-centrada versus a administração enfermeiro-
centrada, uma polarização que, por si só, excluía todas as demais profissões do
debate:

          Falemos agora deste gradiente e de sua interação com os conceitos de campo e de
núcleo:

          A multiprofissionalidade, ou seja, a presença de profissionais de várias áreas de
conhecimento trabalhando juntos no mesmo espaço, pode ocasionar saltos (sublimações) em
direção à interdisciplinaridade - ou seja, à troca de informações e conhecimentos entre esses
profissionais – e/ou em direção à transdisciplinaridade, onde há aquisição de saberes,
experiências e valores, respeitadas as especificidades, entre os elementos envolvidos.

          Esta permuta contínua infla e borra os limites profissionais. Os profissionais se
transformam num caminho de duas vias, pois a troca, ao mesmo tempo em que empodera e dá
responsabilidades ao receptor, gera confiança e aceitação no transmissor. Exemplificando, o
médico deixa de ser apenas médico, o enfermeiro deixa de ser apenas enfermeiro e assim,
sucessivamente, todos alcançam o status de profissionais da saúde, integrantes de uma equipe
de saúde.

          Claro que há limites para isso. Todo autor faz a sua figurinha para
exemplificar o conceito de multi-inter-trans. Não fujo a regra. A Figura 1, além de
demonstrar este gradiente, também mostra os desagradáveis extremos da
hegemonia uniprofissional e da perda de identidade profissional.




                     MULTI           INTER         TRANS

    Figura 1 – O Caminho do meio: O gradiente multi-inter-trans e os extremos da hegemonia
    uniprofissional e da perda da identidade profissional.
34

           Estes limites profissionais foram tratados dentro dos conceitos de campo e
núcleo:

           Conforme Campos (1997):

                          (...) o núcleo 8 de responsabilidade de cada profissional indica uma identidade: o
                          compromisso com certo saber e com um conjunto de práticas e tarefas. O campo,
                          uma ampliação situacional do núcleo, orientada pela necessidade de se cumprirem
                          objetivos acordados em um dado contexto, ou seja, a definição de campo depende da
                          existência de recursos (financeiros, técnicos, humanos, etc.). A co-gestão de campo
                          e de núcleo é uma forma de assegurar, na prática, o trabalho interdisciplinar,
                          discutindo e recompondo, de modo permanente, a distribuição de encargos e a
                          circulação de saber em uma equipe. A co-gestão do campo e do núcleo dos vários
                          papéis profissionais põe em questão o saber monopolizado pelos especialistas, a
                          negociação das responsabilidades e o encargo de tarefas; democratizando, em
                          decorrência, o poder.



           O conceito de campo não significa que enfermeiros ou nutricionistas irão
brincar de médico, nem vice-versa. O campo é um pacto de confiança entre
profissionais de áreas diferentes que para ser firmado exige no mínimo, convivência
e diálogo. São os saberes de meu núcleo profissional que posso transferir para
outrem, sem ferir nenhum preceito da minha ética profissional, para que possamos
realizar tarefas conjuntas com maior resolutividade. Da mesma forma, é tudo que
posso aprender com meus colegas sem invadir suas áreas profissionais, mas
acrescentado qualidade as minhas condutas.

           Não significa que todos poderão se meter a fazer neurocirurgia, como alguns
paranóicos temem, mas coisas mais simples como um médico aprender a fazer a
higiene umbilical de um recém nascido com a enfermeira de sua equipe. Este
mesmo médico pode ensinar noções do mecanismo da dor para facilitar o trabalho
de uma psicóloga que esteja acompanhando um paciente depressivo com hérnia
discal, afinal os dois estarão vendo o paciente em conjunto.

           O limite do campo é, portanto, um limite de confiança em constante
construção e reformulação.

           No exercício prático destes conceitos é possível formar grupos de trabalhadores
capacitados para migrar da visão médico-centrada, passando por uma visão centrada no
paciente para chegar a um estado mais avançado, ou seja, a implementação de novos modelos



8
    Os grifos são meus.
35

de saúde, onde todos os atores, inclusive os usuários (na forma do controle social), atuem lado
a lado para a produção da saúde (Figura 2).

                                              Us
                                    M              Fon

                                 Fis                 Enf
                                          Saúde

                                   Nut               Od
                                         SS    Psi




                     Pac                                          M
               Fis         Fon                              Fis         Fon

             Nut     M       Enf                          Nut     Pac    Enf

              SS           Od                              SS           Od
                     Psi                                          Psi
         Figura 2 – Evolução dos modelos de saúde. Partindo do modelo médico-
         centrado, passando pelo modelo paciente-centrado e chegando ao modelo
         centrado na produção de saúde, onde o paciente figura como um usuário
         participante através do controle social. Enf=enfermagem; Fis=fisioterapia,
         Fon=fonoaudiologia; M=medicina; Nut=nutricionista; Od=odontologia;
         Pac=paciente Psi=psicologia; SS=Serviço social; Us=usuário.
       Animação



       Esta figura gerou um grande frisson nas primeiras vezes em que a apresentei
em SM. Era uma novidade um médico ser o portador deste tipo de discurso. A
princípio parecia óbvio que isso me traria problemas com os médicos e facilitaria as
coisas com as demais profissões. Mais tarde, veremos que se formaram grupos
simpáticos e antipáticos à idéia, entretanto sem nenhum preconceito de categoria.

       A figura, além de cometer a heresia de colocar o médico no mesmo nível dos
outros profissionais, ainda convidava um paciente para fazer parte desta roda e o
elevava ao patamar de usuário com direito de voz 9 . Isto chamava atenção para o
temido “Controle Social” que era visto como uma instância policialesca de esquerda.



9
 Segundo Levorin (2001), para os gregos, na democracia, o governo era feito por iguais. Neste
ponto é bom lembrar que os iguais, os que tinham direito a voz, eram somente os cidadãos gregos.
O resto eram os escravos e as mulheres. Ter direito a voz é uma das prerrogativas da cidadania.
Claro que é necessário querer ter este direito e assumir os decorrentes deveres.
36

Era necessário, portanto, exorcizar mais este demônio e incluir este conceito no
discurso.

       Aí complicou mais ainda. Controle social? Princípios do SUS? SUS? Para não
tornar este tópico extenso demais, se você, como muitos habitantes de SM, não tem
a menor idéia do que é o SUS, de onde ele veio e para que ele serve, dê uma
espiada no Apêndice A - UM PASSEIO PELO SUS, caso contrário siga lendo
abaixo.



       4.3            A REFORMULAÇÃO DO MODELO DE ATENÇÃO


       Para reforçar a idéia da Figura 2 e também a idéia de reformulação de modelo
de atenção, foram utilizados os seguintes conceitos:

       Clínica ampliada 10 :

                        Considera-se que todo profissional de saúde que atende ou cuida de pessoas realiza
                        clínica, havendo, portanto, várias modalidades de clínica: a do enfermeiro, do
                        psicólogo, do médico, etc. Clínica ampliada é a redefinição (ampliada) do “objeto,
                        do objetivo e dos meios de trabalho da assistência individual, familiar ou a grupos”.
                        Considerar que o “objeto de trabalho” da assistência à saúde é uma pessoa, ou um
                        grupo, ou uma família, ou um coletivo institucional, com doença ou risco de
                        adoecer. O novo modelo de trabalho visa superar a clínica tradicional que toma
                        como objeto somente a doença. Construir, portanto, um objeto ampliado para o
                        trabalho da clínica: tomar o sujeito enfermo ou com possibilidade de adoecer e não
                        somente a doença. E ainda outra ampliação: considerar não somente um paciente,
                        mas também o grupo de sujeitos (a família e outros coletivos, uma classe, um
                        agrupamento institucional) como objeto da clínica ampliada. De qualquer forma, no
                        horizonte, não há como fugir da evidência de que o objeto de trabalho inclui a
                        doença, ainda quando como uma possibilidade remota; a saúde é o objetivo, o
                        resultado almejado (CAMPINAS, 2001);



       Acolhimento e responsabilização:

                        São conceitos amplos e que exigem mudança de postura em todo o sistema de saúde,
                        no sentido de receber os casos e de responsabilizar-se de modo integral por eles.
                        Acolher é receber bem, ouvir a demanda, buscar formar de compreendê-la e
                        solidarizar-se com ela. Desenvolver maneiras adequadas de receber os distintos
                        modos com que a população busca ajuda nos serviços de saúde, respeitando o
                        momento existencial de cada um sem abrir mão de colocar limites necessários
                        (CAMPINAS, 2001);



10
  Para Ferla (2002), também é necessária uma clínica nômade, que cartografe a clínica, passeando
por seus vários territórios e diversos atores.
37

       Sistema de co-gestão:

                         Consideramos que o SUS tem três objetivos básicos: a produção de saúde; a
                         realização profissional e pessoal de seus trabalhadores; e a sua própria reprodução
                         enquanto política democrática e sistema solidário. A gestão participativa reconhece
                         que não há combinação ideal pré-fixada destes distintos interesses, e que é no
                         exercício da co-gestão que se irão construindo contratos e compromissos entre os
                         sujeitos envolvidos com o sistema.
                          Operamos com a idéia de um sistema de co-governo: conselhos locais de saúde -
                         coordenação, equipe e usuários compartilhando o poder; colegiados de gestão – o
                         poder centrado na equipe interdisciplinar e não nas corporações; dispositivos
                         variados – oficinas, reuniões por categoria profissional, sala de espera, assembléia
                         com usuários, etc. - ; e, finalmente, gestão cotidiana democrática – com análise de
                         temas e tomada de decisão envolvendo os interessados. Cada um destes Espaços
                         Coletivos deve ser considerado deliberativo e tomar decisões no seu âmbito de
                         governo e em conformidade aos contratos e diretrizes definidas (CAMPINAS,
                         2001).



       4.4            INTERINSTITUCIONALIDADE,                                     REDES                  E
                      NECESSIDADE DE ASSOCIAÇÃO


       Construir uma RIS era algo complexo e caro demais para ser tratado por uma
única instituição ou nível de governo. O embasamento para a realização de um
movimento interinstitucional foi dado pelo seguinte discurso:

       O SUS é um organismo que deve se retroalimentar para garantir sua manutenção, ou
seja, ao mesmo tempo que é construído por sujeitos, deve construí-los, empoderá-los,
construindo cidadania.

       O aumento da capacidade instalada e da complexidade do sistema, levando em
consideração o fator humano como principal sustentáculo do SUS, torna imprescindível um
sistema de formação de recursos humanos.

       No momento em que o SUS busca, e alcança, uma mudança significativa no modelo
de atenção em saúde, o mesmo passa a ser necessário no modelo de educação em saúde. O
novo modelo de saúde que se apresenta, um modelo mutante, como apregoava em seus
discursos, o ex-Secretário Executivo do Ministério da Saúde, Gastão W. S. Campos, é um
modelo capaz de absorver as várias tecnologias (principalmente as leves) e se configurar e re-
configurar de acordo com as necessidades locais de saúde, que por sua vez também são
dinâmicas.
38

       Não basta apenas formar os profissionais que alimentarão e darão sustentação a este
sistema, temos que, permanentemente, educá-los, permanentemente municiar suas “caixas de
ferramentas” (FERLA, 2002).

       O SUS é complexo demais para ser concretizado por poucas pessoas, poucas áreas
profissionais ou poucas instituições. A transdisciplinaridade, a intersetorialidade e a
interinstitucionalidade são vitais para a consecução plena dos princípios doutrinários e
organizativos do sistema.

       Neste ponto, o conceito de rede é importante. Segundo Feuerwerker et al (2000):

                       (...) a proposição de rede traz em si a idéia de articulação de conexão. As redes são
                       formas de organização multicêntricas, cujos múltiplos nós constituem-se nos lugares
                       de articulação, e a propulsão do conjunto não está localizada em um lugar fixo.
                       Existem, sim, nós de maior densidade, que, em determinadas situações conjunturais,
                       tornam-se mais visíveis ou ativos.
                       Trata-se, portanto, de heterogeneidades que se articulam e se organizam. Apesar de
                       nesse processo estarem envolvidas instituições e projetos, são sempre pessoas que
                       articulam e conectam. ‘São sempre pessoas que constroem vínculos’ (Rovere, 1998).



       Pelo mesmo texto, a unidade básica do vínculo é a relação entre sujeitos e o vínculo
se desenvolve em diferentes níveis de complexidade: reconhecimento do outro, como par,
como interlocutor, com direito a existir e a emitir opiniões; conhecimento: quem é o outro e
como ele vê o mundo; depois de conhecido o outro, criam-se vínculos de reciprocidade e
colaboração; cooperação: processo mais complexo, implica a existência ou a identificação
de um problema comum e uma forma sistemática e estável de atividades; associação:
contratos ou acordos e utilização conjunta de recursos.

       Esta relação de vínculos e de parcerias relativas ao conceito de redes, geram as
condições de desenvolvimento de intersetorialidade e interinstitucionalidade necessárias ao
SUS. Não se trata de relações instituídas por programas verticais, emanados de um nível
central totipotente, mas sim desenvolvidas a partir de sujeitos, em direção às instituições,
passando pelos diversos setores.

       As articulações interinstitucionais necessitam ser providenciadas e apoiadas pelo SUS
de modo que, uma articulação interinstitucional para a educação permanente, com uma gestão
colegiada, quebre a regra da verticalidade única e hierarquizada nos fluxos organizativos e
venha para superar a racionalidade gerencial hegemônica e a tradicional concepção educativa
dos treinamentos para pessoal de serviço.
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde
Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Aliança pelo Amor Puro (Livro)
Aliança pelo Amor Puro (Livro)Aliança pelo Amor Puro (Livro)
Aliança pelo Amor Puro (Livro)ManuelDantas1976
 
Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015
Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015
Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015Marcos Gimenes Salun
 
Morte por causas externas: um estudo sobre a identificação da raça/cor da pel...
Morte por causas externas: um estudo sobre a identificação da raça/cor da pel...Morte por causas externas: um estudo sobre a identificação da raça/cor da pel...
Morte por causas externas: um estudo sobre a identificação da raça/cor da pel...pesquisaracaesaude
 
MULHERES E HOMENS NEGROS: SAÚDE, DOENÇA E MORTE.
MULHERES E HOMENS NEGROS: SAÚDE, DOENÇA E MORTE.MULHERES E HOMENS NEGROS: SAÚDE, DOENÇA E MORTE.
MULHERES E HOMENS NEGROS: SAÚDE, DOENÇA E MORTE.pesquisaracaesaude
 
Vamos falar-de-cuidados-paliativos-vers--o-online
Vamos falar-de-cuidados-paliativos-vers--o-onlineVamos falar-de-cuidados-paliativos-vers--o-online
Vamos falar-de-cuidados-paliativos-vers--o-onlineMárcio Cristiano de Melo
 
Manual para cuidadores de idosos
Manual para cuidadores de idososManual para cuidadores de idosos
Manual para cuidadores de idososgcmrs
 
QUALIDADE DE VIDA DO PORTADOR DE ESQUIZOFRENIA E SEUS FAMILIARES
QUALIDADE DE VIDA DO PORTADOR DE ESQUIZOFRENIA E SEUS FAMILIARESQUALIDADE DE VIDA DO PORTADOR DE ESQUIZOFRENIA E SEUS FAMILIARES
QUALIDADE DE VIDA DO PORTADOR DE ESQUIZOFRENIA E SEUS FAMILIARESMuriel Pereira das Neves
 
Relacao da cognicao e qualidade de vida entre idosos comunitarios estudo tr...
Relacao da cognicao e qualidade de vida entre idosos comunitarios   estudo tr...Relacao da cognicao e qualidade de vida entre idosos comunitarios   estudo tr...
Relacao da cognicao e qualidade de vida entre idosos comunitarios estudo tr...Temas para TCC
 
Cuidadores de Idosos - VR Medcare
Cuidadores de Idosos - VR MedcareCuidadores de Idosos - VR Medcare
Cuidadores de Idosos - VR MedcareVr Medcare
 
A (RE)CONSTRUÇÃO DO CAMINHAR: ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE PESSOAS COM DOENÇA FA...
A (RE)CONSTRUÇÃO DO CAMINHAR: ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE PESSOAS COM DOENÇA FA...A (RE)CONSTRUÇÃO DO CAMINHAR: ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE PESSOAS COM DOENÇA FA...
A (RE)CONSTRUÇÃO DO CAMINHAR: ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE PESSOAS COM DOENÇA FA...pesquisaracaesaude
 
Cópia de dinâmicas para-idosos
Cópia de dinâmicas para-idososCópia de dinâmicas para-idosos
Cópia de dinâmicas para-idososAlexandre Moreira
 
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
 UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no IdosoNome Sobrenome
 

Was ist angesagt? (20)

Aliança pelo Amor Puro (Livro)
Aliança pelo Amor Puro (Livro)Aliança pelo Amor Puro (Livro)
Aliança pelo Amor Puro (Livro)
 
Tcc luclecia impressão_final
Tcc luclecia impressão_finalTcc luclecia impressão_final
Tcc luclecia impressão_final
 
Informativojanfevmarço 2012
Informativojanfevmarço 2012Informativojanfevmarço 2012
Informativojanfevmarço 2012
 
Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015
Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015
Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015
 
Morte por causas externas: um estudo sobre a identificação da raça/cor da pel...
Morte por causas externas: um estudo sobre a identificação da raça/cor da pel...Morte por causas externas: um estudo sobre a identificação da raça/cor da pel...
Morte por causas externas: um estudo sobre a identificação da raça/cor da pel...
 
MULHERES E HOMENS NEGROS: SAÚDE, DOENÇA E MORTE.
MULHERES E HOMENS NEGROS: SAÚDE, DOENÇA E MORTE.MULHERES E HOMENS NEGROS: SAÚDE, DOENÇA E MORTE.
MULHERES E HOMENS NEGROS: SAÚDE, DOENÇA E MORTE.
 
Vamos falar-de-cuidados-paliativos-vers--o-online
Vamos falar-de-cuidados-paliativos-vers--o-onlineVamos falar-de-cuidados-paliativos-vers--o-online
Vamos falar-de-cuidados-paliativos-vers--o-online
 
Manual para cuidadores de idosos
Manual para cuidadores de idososManual para cuidadores de idosos
Manual para cuidadores de idosos
 
QUALIDADE DE VIDA DO PORTADOR DE ESQUIZOFRENIA E SEUS FAMILIARES
QUALIDADE DE VIDA DO PORTADOR DE ESQUIZOFRENIA E SEUS FAMILIARESQUALIDADE DE VIDA DO PORTADOR DE ESQUIZOFRENIA E SEUS FAMILIARES
QUALIDADE DE VIDA DO PORTADOR DE ESQUIZOFRENIA E SEUS FAMILIARES
 
Tcc Avaliação da Qualidade de Vida em Idosos que Praticam e não Praticam Cami...
Tcc Avaliação da Qualidade de Vida em Idosos que Praticam e não Praticam Cami...Tcc Avaliação da Qualidade de Vida em Idosos que Praticam e não Praticam Cami...
Tcc Avaliação da Qualidade de Vida em Idosos que Praticam e não Praticam Cami...
 
Apostila de cuidador
Apostila de cuidador Apostila de cuidador
Apostila de cuidador
 
Relacao da cognicao e qualidade de vida entre idosos comunitarios estudo tr...
Relacao da cognicao e qualidade de vida entre idosos comunitarios   estudo tr...Relacao da cognicao e qualidade de vida entre idosos comunitarios   estudo tr...
Relacao da cognicao e qualidade de vida entre idosos comunitarios estudo tr...
 
Cuidadores de Idosos - VR Medcare
Cuidadores de Idosos - VR MedcareCuidadores de Idosos - VR Medcare
Cuidadores de Idosos - VR Medcare
 
Lesher
LesherLesher
Lesher
 
Guia autocuidado_grupos_de_apoio
Guia  autocuidado_grupos_de_apoioGuia  autocuidado_grupos_de_apoio
Guia autocuidado_grupos_de_apoio
 
Quem cuida do cuidador?
Quem cuida do cuidador?Quem cuida do cuidador?
Quem cuida do cuidador?
 
A (RE)CONSTRUÇÃO DO CAMINHAR: ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE PESSOAS COM DOENÇA FA...
A (RE)CONSTRUÇÃO DO CAMINHAR: ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE PESSOAS COM DOENÇA FA...A (RE)CONSTRUÇÃO DO CAMINHAR: ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE PESSOAS COM DOENÇA FA...
A (RE)CONSTRUÇÃO DO CAMINHAR: ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE PESSOAS COM DOENÇA FA...
 
Cópia de dinâmicas para-idosos
Cópia de dinâmicas para-idososCópia de dinâmicas para-idosos
Cópia de dinâmicas para-idosos
 
Tese de laudemir alves na puccamp em 2010
Tese de laudemir alves na puccamp em 2010Tese de laudemir alves na puccamp em 2010
Tese de laudemir alves na puccamp em 2010
 
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
 UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
 

Andere mochten auch

Políticas afirmativas e inclusão no curso de medicina da UFFS-PF
Políticas afirmativas e inclusão no curso de medicina da UFFS-PFPolíticas afirmativas e inclusão no curso de medicina da UFFS-PF
Políticas afirmativas e inclusão no curso de medicina da UFFS-PFjorge luiz dos santos de souza
 
Cartilha saude mental
Cartilha saude mentalCartilha saude mental
Cartilha saude mentalkarol_ribeiro
 
13/03/1989
13/03/198913/03/1989
13/03/1989jupia87
 
Comunicação na relação terapêutica
Comunicação na relação terapêutica   Comunicação na relação terapêutica
Comunicação na relação terapêutica Oficina Psicologia
 
Comunicação terapêutica em saúde mental
Comunicação terapêutica em saúde mentalComunicação terapêutica em saúde mental
Comunicação terapêutica em saúde mentalFrancisco Santos
 
Processos de comunicação
Processos de comunicaçãoProcessos de comunicação
Processos de comunicaçãoCarina Duarte
 
Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,
Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,
Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,Jaqueline Sarges
 
Animales raros del mundo
Animales raros del mundoAnimales raros del mundo
Animales raros del mundoDollyStarlie
 

Andere mochten auch (20)

Comunicação na Saúde
Comunicação na Saúde Comunicação na Saúde
Comunicação na Saúde
 
Saúde mental (Comunicação Efetiva)
Saúde mental (Comunicação Efetiva)Saúde mental (Comunicação Efetiva)
Saúde mental (Comunicação Efetiva)
 
Políticas afirmativas e inclusão no curso de medicina da UFFS-PF
Políticas afirmativas e inclusão no curso de medicina da UFFS-PFPolíticas afirmativas e inclusão no curso de medicina da UFFS-PF
Políticas afirmativas e inclusão no curso de medicina da UFFS-PF
 
Transporte de vítimas
Transporte de vítimasTransporte de vítimas
Transporte de vítimas
 
Apresentação ASSAC-PF 2016/2
Apresentação ASSAC-PF 2016/2Apresentação ASSAC-PF 2016/2
Apresentação ASSAC-PF 2016/2
 
Cartilha saude mental
Cartilha saude mentalCartilha saude mental
Cartilha saude mental
 
13/03/1989
13/03/198913/03/1989
13/03/1989
 
Comunicação na relação terapêutica
Comunicação na relação terapêutica   Comunicação na relação terapêutica
Comunicação na relação terapêutica
 
Comunicação com o paciente
Comunicação com o pacienteComunicação com o paciente
Comunicação com o paciente
 
Jose_Clemente_PTS
Jose_Clemente_PTSJose_Clemente_PTS
Jose_Clemente_PTS
 
Modelo de capa seminario
Modelo de capa seminarioModelo de capa seminario
Modelo de capa seminario
 
Capa trabalho slides
Capa trabalho slidesCapa trabalho slides
Capa trabalho slides
 
Comunicação terapêutica em saúde mental
Comunicação terapêutica em saúde mentalComunicação terapêutica em saúde mental
Comunicação terapêutica em saúde mental
 
Processos de comunicação
Processos de comunicaçãoProcessos de comunicação
Processos de comunicação
 
Aula 1 o ..
Aula 1 o ..Aula 1 o ..
Aula 1 o ..
 
Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,
Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,
Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,
 
Billar aaron
Billar aaronBillar aaron
Billar aaron
 
Fabiorodrigueztarea1
Fabiorodrigueztarea1Fabiorodrigueztarea1
Fabiorodrigueztarea1
 
Animales raros del mundo
Animales raros del mundoAnimales raros del mundo
Animales raros del mundo
 
Caçadores de mitos
Caçadores de mitosCaçadores de mitos
Caçadores de mitos
 

Ähnlich wie Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde

Tese de doutorado versaofinal2
Tese de doutorado versaofinal2Tese de doutorado versaofinal2
Tese de doutorado versaofinal2Perisson Dantas
 
Livro Tecendo experiências no SUS ESP-MG
Livro Tecendo experiências no SUS ESP-MGLivro Tecendo experiências no SUS ESP-MG
Livro Tecendo experiências no SUS ESP-MGJacqueline Castro
 
CadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdf
CadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdfCadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdf
CadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdfBeacarol
 
Caderno pressesecundario conhecimentovalorizacaocorpo
Caderno pressesecundario conhecimentovalorizacaocorpoCaderno pressesecundario conhecimentovalorizacaocorpo
Caderno pressesecundario conhecimentovalorizacaocorpoProfessoraCarlaFerna
 
CadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdf
CadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdfCadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdf
CadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdfProfessoraCarlaFerna
 
No Seio Da FamíLia AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...
No Seio Da FamíLia   AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...No Seio Da FamíLia   AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...
No Seio Da FamíLia AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...Biblioteca Virtual
 
Tcc a articulação entre psicologia e religião
Tcc a articulação entre psicologia e religiãoTcc a articulação entre psicologia e religião
Tcc a articulação entre psicologia e religiãoAviner Viana
 
A ação dos acs nos cuidados de saúde
A ação dos acs nos cuidados de saúdeA ação dos acs nos cuidados de saúde
A ação dos acs nos cuidados de saúdepriarod
 
Apresentação jerônimo mendonça projeto cacheado
Apresentação jerônimo mendonça projeto cacheadoApresentação jerônimo mendonça projeto cacheado
Apresentação jerônimo mendonça projeto cacheadoIndio Brasil
 
Dissertação sobre gestão de políticas públicas para infancia e adolescencia.pdf
Dissertação sobre gestão de políticas públicas para infancia e adolescencia.pdfDissertação sobre gestão de políticas públicas para infancia e adolescencia.pdf
Dissertação sobre gestão de políticas públicas para infancia e adolescencia.pdfLeonardoSouzaUnespar
 
Apostila espiritualidade
Apostila espiritualidadeApostila espiritualidade
Apostila espiritualidadeLuiz Januario
 
A IMPORTÂNCIA DO CONVÍVIO FAMILIAR ENTRE PAIS E FILHOS DE 0 A 4 ANOS
A IMPORTÂNCIA DO CONVÍVIO FAMILIAR ENTRE PAIS E FILHOS DE 0 A 4 ANOSA IMPORTÂNCIA DO CONVÍVIO FAMILIAR ENTRE PAIS E FILHOS DE 0 A 4 ANOS
A IMPORTÂNCIA DO CONVÍVIO FAMILIAR ENTRE PAIS E FILHOS DE 0 A 4 ANOSflaviaalessio
 
ARTES DE VIVER: A TENDA DO CONTO (Recordações, Dores e Sensibilidade no Cuida...
ARTES DE VIVER: A TENDA DO CONTO (Recordações, Dores e Sensibilidade no Cuida...ARTES DE VIVER: A TENDA DO CONTO (Recordações, Dores e Sensibilidade no Cuida...
ARTES DE VIVER: A TENDA DO CONTO (Recordações, Dores e Sensibilidade no Cuida...humanizasus
 
Aleitamento Materno. Uma PráTica De EducaçãO Para A SaúDe No âMbito Da Enferm...
Aleitamento Materno. Uma PráTica De EducaçãO Para A SaúDe No âMbito Da Enferm...Aleitamento Materno. Uma PráTica De EducaçãO Para A SaúDe No âMbito Da Enferm...
Aleitamento Materno. Uma PráTica De EducaçãO Para A SaúDe No âMbito Da Enferm...Biblioteca Virtual
 
Hanseníase políticas públicas e qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores
Hanseníase  políticas públicas e qualidade de vida dos doentes e seus cuidadoresHanseníase  políticas públicas e qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores
Hanseníase políticas públicas e qualidade de vida dos doentes e seus cuidadoresAlbertina Sousa
 
Como trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúde
Como trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúdeComo trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúde
Como trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúdeAssociação Viva e Deixe Viver
 
Projeto final visita ao ique
Projeto final visita ao iqueProjeto final visita ao ique
Projeto final visita ao iquePaula Assumpção
 
Tfg caderno 2 final cópia final rosi
Tfg caderno 2 final   cópia final rosiTfg caderno 2 final   cópia final rosi
Tfg caderno 2 final cópia final rosirosilda candido
 

Ähnlich wie Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde (20)

Tese de doutorado versaofinal2
Tese de doutorado versaofinal2Tese de doutorado versaofinal2
Tese de doutorado versaofinal2
 
Livro Tecendo experiências no SUS ESP-MG
Livro Tecendo experiências no SUS ESP-MGLivro Tecendo experiências no SUS ESP-MG
Livro Tecendo experiências no SUS ESP-MG
 
CadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdf
CadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdfCadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdf
CadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdf
 
Caderno pressesecundario conhecimentovalorizacaocorpo
Caderno pressesecundario conhecimentovalorizacaocorpoCaderno pressesecundario conhecimentovalorizacaocorpo
Caderno pressesecundario conhecimentovalorizacaocorpo
 
CadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdf
CadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdfCadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdf
CadernoPresseSecundario_conhecimentoValorizacaoCorpo.pdf
 
No Seio Da FamíLia AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...
No Seio Da FamíLia   AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...No Seio Da FamíLia   AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...
No Seio Da FamíLia AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...
 
Tcc a articulação entre psicologia e religião
Tcc a articulação entre psicologia e religiãoTcc a articulação entre psicologia e religião
Tcc a articulação entre psicologia e religião
 
A ação dos acs nos cuidados de saúde
A ação dos acs nos cuidados de saúdeA ação dos acs nos cuidados de saúde
A ação dos acs nos cuidados de saúde
 
Redes sociais Pensando em saúde
Redes sociais Pensando em saúdeRedes sociais Pensando em saúde
Redes sociais Pensando em saúde
 
Apresentação jerônimo mendonça projeto cacheado
Apresentação jerônimo mendonça projeto cacheadoApresentação jerônimo mendonça projeto cacheado
Apresentação jerônimo mendonça projeto cacheado
 
Dissertação sobre gestão de políticas públicas para infancia e adolescencia.pdf
Dissertação sobre gestão de políticas públicas para infancia e adolescencia.pdfDissertação sobre gestão de políticas públicas para infancia e adolescencia.pdf
Dissertação sobre gestão de políticas públicas para infancia e adolescencia.pdf
 
Apostila espiritualidade
Apostila espiritualidadeApostila espiritualidade
Apostila espiritualidade
 
A IMPORTÂNCIA DO CONVÍVIO FAMILIAR ENTRE PAIS E FILHOS DE 0 A 4 ANOS
A IMPORTÂNCIA DO CONVÍVIO FAMILIAR ENTRE PAIS E FILHOS DE 0 A 4 ANOSA IMPORTÂNCIA DO CONVÍVIO FAMILIAR ENTRE PAIS E FILHOS DE 0 A 4 ANOS
A IMPORTÂNCIA DO CONVÍVIO FAMILIAR ENTRE PAIS E FILHOS DE 0 A 4 ANOS
 
ARTES DE VIVER: A TENDA DO CONTO (Recordações, Dores e Sensibilidade no Cuida...
ARTES DE VIVER: A TENDA DO CONTO (Recordações, Dores e Sensibilidade no Cuida...ARTES DE VIVER: A TENDA DO CONTO (Recordações, Dores e Sensibilidade no Cuida...
ARTES DE VIVER: A TENDA DO CONTO (Recordações, Dores e Sensibilidade no Cuida...
 
Aleitamento Materno. Uma PráTica De EducaçãO Para A SaúDe No âMbito Da Enferm...
Aleitamento Materno. Uma PráTica De EducaçãO Para A SaúDe No âMbito Da Enferm...Aleitamento Materno. Uma PráTica De EducaçãO Para A SaúDe No âMbito Da Enferm...
Aleitamento Materno. Uma PráTica De EducaçãO Para A SaúDe No âMbito Da Enferm...
 
Hanseníase políticas públicas e qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores
Hanseníase  políticas públicas e qualidade de vida dos doentes e seus cuidadoresHanseníase  políticas públicas e qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores
Hanseníase políticas públicas e qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores
 
Como trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúde
Como trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúdeComo trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúde
Como trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúde
 
Projeto final visita ao ique
Projeto final visita ao iqueProjeto final visita ao ique
Projeto final visita ao ique
 
Renas Ser Ierp
Renas Ser IerpRenas Ser Ierp
Renas Ser Ierp
 
Tfg caderno 2 final cópia final rosi
Tfg caderno 2 final   cópia final rosiTfg caderno 2 final   cópia final rosi
Tfg caderno 2 final cópia final rosi
 

Mehr von jorge luiz dos santos de souza

EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS
EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS
EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS jorge luiz dos santos de souza
 
Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...
Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...
Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...jorge luiz dos santos de souza
 
MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...
MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...
MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...jorge luiz dos santos de souza
 
REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...
REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...
REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...jorge luiz dos santos de souza
 
PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...
PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...
PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...jorge luiz dos santos de souza
 
INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...
INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...
INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...jorge luiz dos santos de souza
 
EDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
EDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SULEDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
EDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SULjorge luiz dos santos de souza
 
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...jorge luiz dos santos de souza
 
Bem estar e qualidade de vida para profissionais da saúde
Bem estar e qualidade de vida para profissionais da saúdeBem estar e qualidade de vida para profissionais da saúde
Bem estar e qualidade de vida para profissionais da saúdejorge luiz dos santos de souza
 

Mehr von jorge luiz dos santos de souza (20)

Comunicação Não Violenta e Escuta Qualificada
Comunicação Não Violenta e Escuta QualificadaComunicação Não Violenta e Escuta Qualificada
Comunicação Não Violenta e Escuta Qualificada
 
NAAF Campus Vacaria
NAAF Campus VacariaNAAF Campus Vacaria
NAAF Campus Vacaria
 
Projeto Escuta!
Projeto Escuta!Projeto Escuta!
Projeto Escuta!
 
Princípios da Administração Pública
Princípios da Administração PúblicaPrincípios da Administração Pública
Princípios da Administração Pública
 
Comunicação Não Violenta
Comunicação Não ViolentaComunicação Não Violenta
Comunicação Não Violenta
 
Outubro rosa e novembro azul 2018
Outubro rosa e novembro azul 2018Outubro rosa e novembro azul 2018
Outubro rosa e novembro azul 2018
 
Cuidado de Si & Saúde Neurofisiológica
Cuidado de Si & Saúde NeurofisiológicaCuidado de Si & Saúde Neurofisiológica
Cuidado de Si & Saúde Neurofisiológica
 
EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS
EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS
EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS
 
Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...
Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...
Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...
 
MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...
MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...
MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...
 
REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...
REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...
REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...
 
PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...
PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...
PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...
 
INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...
INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...
INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...
 
EDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
EDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SULEDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
EDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
 
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...
 
Bem estar e qualidade de vida para profissionais da saúde
Bem estar e qualidade de vida para profissionais da saúdeBem estar e qualidade de vida para profissionais da saúde
Bem estar e qualidade de vida para profissionais da saúde
 
Perímetros corporais trabalho cds-ufsc
Perímetros corporais trabalho cds-ufscPerímetros corporais trabalho cds-ufsc
Perímetros corporais trabalho cds-ufsc
 
Educação Física Especial
Educação Física EspecialEducação Física Especial
Educação Física Especial
 
O Nado golfinho
O Nado golfinhoO Nado golfinho
O Nado golfinho
 
Relatório de estágio profissionalizante ufsm 2003
Relatório de estágio profissionalizante ufsm 2003Relatório de estágio profissionalizante ufsm 2003
Relatório de estágio profissionalizante ufsm 2003
 

Kürzlich hochgeladen

O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasRicardo Diniz campos
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 

Kürzlich hochgeladen (20)

O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 

Uma história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde

  • 1. CAPA MINISTÉRIO DA SAÚDE FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA em convênio com o ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM SAÚDE PÚBLICA CARLOS ANDRÉ AITA SCHMITZ DECIFRA-ME E DEVORO-TE: A história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde no interior do Estado DECIPHER ME AND I DEVOUR YOU: The history of how was born and how died the idea of an Integrated Residence in Health in the interior of the State. Porto Alegre - RS 2006
  • 2. CONTRACAPA CARLOS ANDRÉ AITA SCHMITZ DECIFRA-ME E DEVORO-TE: A história de como nasceu e morreu a idéia de uma Residência Integrada em Saúde no interior do estado Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Sanitarista, do curso de pós-graduação Lato sensu em Saúde Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca em convênio com a Escola de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul. Orientador: Prof. Manoel Mayer Jr. Co-orientadores: Nilson Maestri Carvalho Benildes Maria Mazzorani Nara Rúbia Zardin Porto Alegre 2006
  • 3. FICHA CATALOGRÁFICA S355d Schmitz, Carlos André Aita Decifra-me e devoro-te : a história de como nasceu e morreu a idéia de uma residência integrada em saúde no interior do estado / por Carlos André Aita Schmitz. – 2006. 242 f. : il. ; 30 cm. Orientador: Manoel Mayer Jr. Co-orientadores, Nilson Maestri Carvalho, Benildes Maria Mazzorani, Nara Rúbia Zardin Monografia (especialização) – Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca em convênio com a Escola de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul, 2006 1. Educação em saúde 2. Saúde pública 3. Residência integrada em saúde 4. Residência médica 5. Formação profissional 6. Educação permanente 7. SUS 8. Santa Maria 9. Rio Grande do Sul I. Mayer Júnior, Manoel II. Carvalho, Nilson Maestri III. Mazzorani, Benildes Maria, IV. Zardin, Nara Rúbia V. Título. CDU 614:378.24 616-051:378.24 Ficha catalográfica elaborada por Maristela Eckhardt - CRB-10/737
  • 4. DEDICATÓRIA Para Elieser: Ah! Menina dos olhos profundos... Não sei de que cor eles são, mas que são profundos eu sei... Dedico todas as linhas aqui contidas a minha mulher, por ser ela a primeira a ler, gostar, desgostar, criticar e incentivar tudo o que aqui está. Por ser ela também causa, motivo e inspiração de muitas linhas, lágrimas, risos e sorrisos. Por ser também ela a pessoa que mais amo neste mundo e em todos os outros que haveremos de trilhar juntos.
  • 5. AGRADECIMENTOS A minha mulher Não basta apenas a dedicatória. Há que agradecer pela paciência, por ter suportado as muitas ausências, por ter apoiado meus sonhos, por ter rido e chorado comigo, pela revisão gramatical de todo o texto e, principalmente, por não ter me deixado desistir ou recuar em nenhum momento. Aos orientadores Pela paciência em, num curto espaço de tempo (44 dias), ler todo o texto, não só a versão final, como todas as preliminares, acrescentando várias contribuições e removendo alguns exageros. E, sobretudo, pela coragem de terem sido participantes ativos em todas as etapas. Aos familiares Que mesmo sem entender muito bem que diabos de loucura era esta estória de RIS, tinham certeza que era algo muito bom. Aos amigos Por não terem sido poucos. Aos inimigos Que, de uma forma apaixonada, gastaram seu tempo, suas influências, suas forças, seus recursos e até o que não tinham. Fizeram o que nenhum amigo seria capaz de fazer: penhor de ouro, de sangue, de alma e de honra. A eles rendo minha sincera homenagem. Ao sujeito que realmente manda Por nos ter permitido tudo isso.
  • 6. EPÍGRAFE Meus sonhos são vasos. Seus cacos colados não querem quebrar.
  • 7. RESUMO Neste estudo qualitativo, utilizando narrativa em primeira pessoa e de forma passional, enumero e detalho os passos e percalços transcorridos na tentativa de implantação de uma Residência Integrada em Saúde no interior do estado do Rio Grande do Sul, mais especificamente no município universitário de Santa Maria. Procuro abranger fatos ocorridos no período de 2003 a 2005, englobando a passagem de três secretários municipais de saúde, um pleito eleitoral municipal e a implantação local do Programa de Saúde da Família com isonomia salarial e valorização da formação profissional. O desenho metodológico situa-se em algum ponto entre uma pesquisa-ação, uma pesquisa participante e um estudo descritivo. No referencial teórico, passeio pelos conceitos de residência, residência integrada e modelo pedagógico; transdisciplinaridade e limites profissionais; reformulação do modelo de atenção em saúde; interinstitucionalidade, redes e necessidade de associação e pelo quadrilátero da formação para a área da saúde, não esquecendo um pouco de história da saúde no Brasil e estrutura do Sistema Único de Saúde. Torno público, na íntegra ou em parte, todos os projetos escritos no decorrer dos trabalhos: um curso de formação de preceptores, a estrutura de uma residência integrada, um projeto de Residência em Medicina de Família e Comunidade, e projetos de informatização para a atenção primária em saúde, geoprocessamento e radiologia digital, embora estes três últimos possam parecer um pouco deslocados. As considerações finais são apresentadas à luz da Teoria dos Jogos, da Teoria da Produção Social e de alguns aspectos do Postulado de Coerência, contando com o inusitado apoio de Mr. Hide (alter-ego do Dr. Jekyll). PALAVRAS CHAVE: Residência Integrada em Saúde, Educação em Saúde, Educação Permanente, Formação de Recursos Humanos.
  • 8. ABSTRACT In this qualitative study, using narrative in the first person and in a passionate form, i enumerate and detail the steps and profits elapsed in the attempt of the implantation of an Integrated Residence in Health in interior of the state of Rio Grande do Sul, more specifically in the academical city of Santa Maria. I try to include facts happened in the period that goes from 2003 to 2005, including the passage of three municipal secretaries' of health, a municipal election and the local implantation of the Program of Health of the Family with wage equality and valorization of the professional formation. The methodological drawing is located in some point between an action- research, a participant research and a descriptive study. In the theoretical referential, I walk through the concepts of residence, integrated residence and pedagogic model; transdisciplinarity and professional limits; reformulation of the model of the attention in health; interinstitucionality, nets and the need of association and for the quadrilateral formation for the health area, not forgetting a small health history in Brazil and the structure of the Unique Health System. I turn public, completely or in part, all projects written during the elapsing of the works: a course of mentors' formation, the structure of an integrated residence, a project of Residence in Family and Community Medicine, and informatization projects for the primary attention in health, geoprocessment and digital radiology, although these last three may seem a little dislocated. The final considerations are presented at the light of the Games Theory, of the Social Production Theory and some aspects of the Postulate of Coherence, counting with the unusual support of Mr. Hide (alter-ego of the Dr. Jekyll). KEY WORDS: Integrated Residence in Health, Health Education, Permanent Education, Formation of Human Resources.
  • 9. LISTA DE ABREVIATURAS 4ª CRS 4ª Coordenadoria Regional de Saúde APS Atenção Primária em Saúde CA Coordenação de Atenção CCS Centro de Ciências da Saúde CEP Coordenação de Ensino e Pesquisa CG Colegiado Gestor CG Coordenação Geral CMS Conselho Municipal de Saúde CNRM Comissão Nacional de Residência Médica COREME Comissão de Residência Médica e Especialização CRRM Comissão Regional de Residência Médica CSEM Centro de Saúde Escola Murialdo DEGES Departamento de Gestão da Educação na Saúde EAD Ensino À Distância EC-29 Emenda Constitucional - 29 EM Executivo Municipal ESF Estratégia de Saúde da Família ESP Escola de Saúde Pública GA Grupo Apartidário Aberto GF Grupo Partidário Fechado GPABA Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada GPSM Gestão Plena do Sistema Municipal GSSS Gestão de Serviços e Sistemas de Saúde HCS Hospital Casa de Saúde HUSM Hospital Universitário de Santa Maria IAR Inserção Acadêmica na Rede IS&VP Isonomia Salarial e Valorização da Formação Profissional IVAP Instrumento Virtual de Apoio Pedagógico LM Legislativo Municipal ME Ministério da Educação MFC Medicina de Família e Comunidade
  • 10. MRCO Macro Região Centro Oeste MS Ministério da Saúde NC Núcleo de Coordenação NV Nascidos Vivos PA Pesquisa-Ação PEPS Pólo de Educação Permanente em Saúde PES Planejamento Estratégico Situacional PET Programa Especial de Treinamento PMDB Partido do Movimento Democrático Brasileiro PMSM Prefeitura Municipal de Santa Maria POA Porto Alegre PP Pesquisa Participante PROESF Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família PROMED Projeto de Incentivo a Mudanças Curriculares nos Cursos de Medicina PSF Programa de Saúde da Família PT Partido dos Trabalhadores R3 Residente de terceiro ano RIS Residência Integrada em Saúde SBMFC Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade SES Secretaria Estadual de Saúde SG Secretaria Geral SGTES Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde SM Santa Maria SMAP Saúde Mental na Atenção Primária SMS Secretaria de Município da Saúde SUS Sistema único de Saúde UBS Unidade Básica de Saúde UFSM Universidade Federal de Santa Maria UNIFRA Centro Universitário Franciscano
  • 11. LISTA DE FIGURAS Figura 1 O Caminho do meio: O gradiente multi-inter-trans e os extremos da hegemonia uniprofissional e da perda da identidade profissional. ........................................................33 Figura 2 Evolução dos modelos de saúde. Partindo do modelo médico-centrado, passando pelo modelo paciente-centrado e chegando ao modelo centrado na produção de saúde, onde o paciente figura como um usuário participante através do controle social. Enf=enfermagem; Fis=fisioterapia, Fon=fonoaudiologia; M=medicina; Nut=nutricionista; Od=odontologia; ; Pac=paciente Psi=psicologia; SS=Serviço social; Us=usuário. ...................35 Figura 3 Logomarca da RIS..................................................................................................................40 Figura 4 Distribuição espacial esquemática da RIS. .....................................................................46 Figura 5 Detalhamento das estruturas. Foi utilizado o eixo oeste como exemplo. Todas as áreas subentendem um preceptor e dois residentes, com exceção dos dois residentes de campo aberto. ..................................................................................................46 Figura 6 Organograma da RIS. ............................................................................................................47 Figura 7 Distribuição e paridade do Colegiado Gestor. Us = Usuários; T = Trabalhadores de Saúde; G = Gestores; OS = Prestadores de Serviços. ......................48 Figura 8 Alguns problemas de Santa Maria...........................................................................................55 Figura 9 O modelo de tripé...................................................................................................................65 Figura 10 Basta remover um pé: Ilustrações extraídas do álbum Liga Extraordinária Volume 2 (MOORE ET AL, 2004). Esta HQ (história em quadrinhos) ilustra uma versão do clássico “A Guerra dos Mundos” ambientada na Londres do final do século XIX. Nesta seqüência o personagem Mr. Hide enfrenta os tripés marcianos e ressalta na sua ótica, dois importantes problemas de projeto: “Você tem um problema agora. Atire em mim e irá arrebentar o próprio pé!” e “Não me leve a mal: Deus criou um monte de criaturas inúteis e de aparência estúpida neste mundo. Mas Ele decidiu não fazer nenhuma delas com três pés! Você imagina porque ele fez isso?” Ele mesmo responde na última ilustração.......................67 Figura 11 Divisão da roda de problematização. ................................................................................72 Figura 12 Perfil antropofágico e integrador da Saúde Coletiva....................................................81 Figura 13 IVAP: Tela Principal onde são apresentados os últimos textos publicados. O sistema dá acesso total dos textos aos visitantes, acesso limitado das funcionalidades aos alunos, acesso semi-total aos professores e acesso pleno aos administradores.................................................................................................................83 Figura 14 IVAP: Estrutura de tópicos. Cada vez que um texto é publicado, ele é associado a um tópico especifico de forma a permitir visualização estruturada. O sistema também permite pesquisa aleatória, alfabética ou cronológica dos textos. ....................83 Figura 15 IVAP: Fórum. O módulo de fóruns permite o cadastro e incremento de várias discussões. ................................................................................................................................84 Figura 16 IVAP: Postagem de testes. O sistema permite que os professores enviem tanto questões objetivas, quanto questões discursivas................................................................84 Figura 17 IVAP: Realização do teste pelo aluno...................................................................................84 Figura 18 IVAP: Estatísticas.....................................................................................................................85 Figura 19 Geoprocessamento: Capacidade de detalhamento do sistema, partindo de um mapa geral do município até a planta baixa de uma clínica de traumato- ortopedia. ...................................................................................................................................86
  • 12. Figura 20 Geoprocessamento: Instrumento de coleta de dados. A frente apresenta o mapa da microregião a ser analizada, a legenda de eventos a serem observados e os dados de identificação. O verso apresenta uma mapa de localização da microregião................................................................................................................................87 Figura 21 Levantamento topográfico ...................................................................................................89 Figura 22 Ferramentas de territorialização. a)Mapa digital da cidade; b)Mapas impressos para as equipes, identificando cada micro área com uma cor padrão, a situação espacial da micro área na área e da área no município; c) Prontuário com codificação padronizada e identificação da cor da micro área; d) Cartão provisório de identificação do usuário. ..................................................................................95 Figura 23 Capacidade da rede pública municipal de saúde/Fluxo espontâneo e dirigido da população. ..........................................................................................................96 Figura 24 As redes de Santa Maria.......................................................................................................97 Figura 25 Vila Maringá: situação geográfica. As seis micro áreas da Vila Maringá e sua posição em relação ao município.........................................................................................114 Figura 26 O Castelo de cartas. Em amarelo as ações de curto prazo, em vermelho as de médio e em verde as de longo prazo. .................................................................................123
  • 13. LISTA DE TABELAS Tabela 1 Coeficientes e números absolutos de mortalidade em Santa Maria.............................................56 Tabela 2 Mortalidade proporcional (%) por grupo de causas - CID10 em Santa Maria. ...........................57 Tabela 3 Causas de óbitos por grupo de doenças no ano de 2003 Santa Maria/RS ...................................57 Tabela 4 Quantidade de profissionais por área de atuação, classificados nos três processos seletivos do PSF. ....................................................................................... 106 Tabela 5 Perfil profissional do PSF em julho de 2005, considerando graduação, especialização em Saúde Coletiva e Residência Integrada em Saúde ou Residência em Medicina de Família e Comunidade................................................... 106 Tabela 6 Evasões até julho de 2005, considerando graduação, especialização em Saúde Coletiva e Residência Integrada em Saúde ou Residência em Medicina de Família e Comunidade. ............................................................................................... 106
  • 14. COLABORADORES Pessoas que, em alguma etapa, de forma direta ou indireta trabalharam junto, orientaram, colaboraram, opinaram ou criticaram de forma construtiva os trabalhos. ANA MARIA FERNANDES PITTA Médica psiquiátrica, mestre, doutora e Phd em saúde mental, professora da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal da Bahia, consultora do Ministério da Saúde ADRIANE FLEIG Médica de família e comunidade, médica do trabalho, estratégia de saúde da família, Prefeitura Municipal de Santa Maria ALCINDO ANTÔNIO FERLA Médico, doutor em educação, professor de enfermagem da Universidade de Caxias do Sul ALEXANDER FABIANE DO REGO Acadêmico do Curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Santa Maria, integrante do Programa Especial de Treinamento – PET ALINE DOMINGUES CHAVES AITA Fonoaudióloga, mestre e doutora em distúrbios da comunicação humana, coordenadora do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade Fátima de Caxias do Sul ALINE LUIZA HAAS Acadêmica do Curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Santa Maria, integrante do Programa Especial de Treinamento – PET CÉZAR AUGUSTO BASTIANELO VAZ Engenheiro eletricista, mestre em sistemas de informação, diretor de transportes da Prefeitura Municipal de Santa Maria CLARA L. M. COLOMÉ Enfermeira, mestre em enfermagem, professora da Universidade Regional Integrada – Campus Santiago CLAÚDIA SALA ANDRADE Farmacêutica, representante dos trabalhadores de saúde, pela Associação Santa-mariense de Farmácia, no Conselho Municipal de Saúde de Santa Maria CLAÚDIA TERRA DO NASCIMENTO Pedagoga, mestre em desenvolvimento humano, especialista em psicopedagogia, professora substituta do Departamento de Fundamentos da Educação – Centro de Educação da Universidade Federal e Santa Maria CLAÚDIO BERNARDI NETO Enfermeiro, especialista em Saúde Coletiva, estratégia de saúde da família, Prefeitura Municipal de Santa Maria ELAINE VERENA RESENER Médica ginecologista, mestre e doutora em medicina, professora adjunta do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Santa Maria, Diretora Geral do Hospital Universitário de Santa Maria EMÉRSON ELIAS MERHY Médico, mestre e doutor em saúde coletiva, professor da Universidade Estadual de Campinas, consultor do Ministério da Saúde
  • 15. FELIPE MARTINS MÜLLER Engenheiro eletricista, mestre e doutor em engenharia elétrica, diretor do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria FERNANDO BEVILACQUA Acadêmico do Curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Santa Maria, integrante do Programa Especial de Treinamento – PET FERNANDO RITTER Cirurgião-dentista, residente do Centro de Saúde Escola Murialdo, Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul GILMOR JOSÉ FARENZENA Médico pediatra, mestre em saúde comunitária, professor assistente do Departamento de Saúde da Comunidade da Universidade Federal de Santa Maria GIOVANI GRACIOLI Acadêmico do Curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Santa Maria, integrante do Programa Especial de Treinamento – PET ILSE MEINKE MELO Enfermeira, especialista em saúde pública, secretária de município da saúde da Prefeitura Municipal de Santa Maria IVAN PORCIÚNCULA JR. Cirurgião-dentista, Prefeitura Municipal de Santa Maria JADETE LAMPERT Médica, mestre em administração pública, doutora em saúde pública, professora adjunta do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Maria JAMES FERREIRA GRESSLER Médico cardiologista, professor titular do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Maria JONHY AIRTON PEREIRA XAVIER Médico, Prefeitura Municipal de Santa Maria JOSÉ ALMIRO P. DA ROSA Representante dos usuários, pela CUT-Regional Centro, no Conselho Municipal de Saúde de Santa Maria JOSÉ F. SANTIN Representante dos usuários, pela Associação Comunitária Tancredo Neves, no Conselho Municipal de Saúde de Santa Maria JOSÉ WELLINGTON ALVES DOS SANTOS Médico pneumologista, mestre, doutor e Phd em pneumologia, professor adjunto do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Maria, Coordenador da Residência Médica do Centro de Ciências da Saúde da UFSM LAURA CAMARGO MACRUZ FEUERWERKER Mestre e doutora em saúde pública, pesquisadora da Rede Unida, coordenadora de ações estratégicas de educação na saúde no Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde LERIS SALETE BONFANTI HAEFFNER Médica pediatra, mestre em desenvolvimento humano, doutora em medicina, professora adjunta do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de Santa Maria, coordenadora do Curso de Medicina da UFSM LIEGE FONTANIVE
  • 16. Cirurgiã-dentista. especialista em saúde coletiva, estratégia de saúde da família, Prefeitura Municipal de Santa Maria LUCIANE SILVA RAMOS Enfermeira, especialista em gestão de serviços e sistemas de saúde e em saúde pública, diretora de saúde coletiva da Secretaria de Município da Saúde da Prefeitura Municipal de Santa Maria LUIZ OSÓRIO CRUZ PORTELA Educador físico, doutor em filosofia, professor titular do Departamento de Desportos Coletivos Da Universidade Federal de Santa Maria MÁRCIA DIAS VIANNA Enfermeira, Prefeitura Municipal de Santa Maria MÁRCIA HELENA BOLSON RADINS Médica de família e comunidade, Prefeitura Municipal de Santa Maria MARCOS CAUDURO TROIAN Diabetólogo, professor adjunto, chefe do departamento de Clínica Médica do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Maria MARIA LÚCIA PRESTES Enfermeira, Prefeitura Municipal de Santa Maria MARIA CELESTE LANDERDHAL Enfermeira, mestre em enfermagem, professora adjunta do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria MARIO ROBERTO DA SILVEIRA Médico psiquiatra, diretor da Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul MARIO ROBERTO GARCIA TAVARES Médico de família e comunidade, mestrando em educação, professor do departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul MÔNICA ROSA ZENI Fisioterapeuta, especialista em produtos e processos fisioterapêuticos, CEDAS, Prefeitura Municipal de Santa Maria OLMIRO CEZIMBRA DE SOUZA FILHO Médico ginecologista, mestre em educação, professor assistente do Departamento de Morfologia da Universidade Federal de Santa Maria PAULO JORGE SARKIS Engenheiro civil, mestre em engenharia civil, reitor da Universidade Federal de Santa Maria PAULO VINÍCIUS NASCIMENTO FONTANIVE Cirurgião-dentista, residente do Centro de Saúde Escola Murialdo, Escola de Saúde Pública do rio Grande do Sul REGINA P. LOUREIRO Enfermeira sanitarista, mestre em epidemiologia, doutoranda em medicina social, professora de epidemiologia e método de pesquisa da Escola de Saúde pública do RS RICARDO BURG CECCIM Enfermeiro sanitarista, mestre e doutor em educação e saúde, professor de educação em saúde do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde RODRIGO CARIRI
  • 17. Médico de família e comunidade, consultor técnico para ações populares de educação na saúde, Ministério da Saúde ROSA MARIA WOLF Médica pediatra e homeopata, especialista em gestão de sistemas de saúde, presidente do Conselho Municipal de Saúde de Santa Maria ROSE DORIGON Pedagoga da Escola de Saúde pública do RS ROSE MAYER Psicóloga, sanitarista, mestre em psicologia social, professora de metodologia científica da Escola de Saúde pública do RS SÉRGIO VERGUEIRO Farmacêutico, diretor da Secretaria de Município da Saúde da Prefeitura Municipal de Santa Maria SILVANA FLORES Pedagoga, Residência Multiprofissional em Saúde, Grupo Hospitalar Conceição SIMONE MEYER Terapeuta ocupacional, sanitarista, especialista em saúde mental, Curso de Terapia Ocupacional, Centro Universitário Franciscano SOELI GUERRA Enfermeira, representante dos prestadores de serviço, pelo Hospital Casa de Saúde, no Conselho Municipal de Saúde de Santa Maria SOLANGE CAPAVERDE SANTOS Mestre em educação, doutora em informática, consultora científica da Fundação de Apoio à Tecnologia VÂNIA MARIA FIGHERA OLIVO Enfermeira, mestre em assistência de enfermagem, doutoranda em administração, professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria VERA REGINA REAL LIMA GARCIA Enfermeira, mestre em educação, doutora em aprendizagem, coordenadora da pós- graduação em enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria WILSON JUCHEM Pediatra, professor aposentado do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de Santa Maria Vale lembrar também todos os colegas da UFSM, da PMSM, da 4ª CRS e da UNIFRA que participaram (e não foram apenas alunos) do I (e único) Curso de Saúde Pública Voltado Para a (De)Formação de Preceptores, assim como os colegas do PSF, dos Centros de Atenção Psicossocial, do Ambulatório de Saúde Mental, do grupo nacional de discussão de residências em saúde mental e do Curso de Administração do UFSM. Se por acaso esqueci de alguém, o que é bem provável dada a quantidade de pessoas que conviveram com este projeto no período de 2003 a 2005, por favor, reclame. Uma cópia eletrônica desta monografia será publicada na internet e sempre será um prazer atualizá-la.
  • 18. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 20 2 OBJETIVOS ............................................................................................... 23 2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................... 23 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................................... 23 3 METODOLOGIA......................................................................................... 24 3.1 PRÓLOGO DA METODOLOGIA............................................................................................ 24 3.2 METODOLOGIA EM SI............................................................................................................ 25 3.2.1 ESTUDO DESCRITIVO............................................................................................................... 25 3.2.2 PESQUISA PARTICIPANTE - PP E PESQUISA-AÇÃO – PA .................................................. 26 3.2.3 DESENHO DA MONOGRAFIA.................................................................................................. 28 PARTE I ........................................................................................................... 29 4 ALGUNS CONCEITOS PRELIMINARES................................................... 30 4.1 RESIDÊNCIA, RESIDÊNCIA INTEGRADA E MODELO PEDAGÓGICO....................... 30 4.2 A TRANSDISCIPLINARIDADE E OS LIMITES PROFISSIONAIS................................... 32 4.3 A REFORMULAÇÃO DO MODELO DE ATENÇÃO........................................................... 36 4.4 INTERINSTITUCIONALIDADE, REDES E NECESSIDADE DE ASSOCIAÇÃO ........... 37 4.5 O QUADRILÁTERO .................................................................................................................. 39 5 A ESTRUTURA DA RIS ............................................................................. 40 5.1 ESTUDO DA LOGOMARCA.................................................................................................... 40 5.2 ESTRUTURA EM SI .................................................................................................................. 41 5.2.1 ALGUMAS VANTAGENS .......................................................................................................... 41 5.2.2 DA DURAÇÃO E CARGA HORÁRIA ....................................................................................... 41 5.2.3 DAS ÊNFASES............................................................................................................................. 42 5.2.4 DAS ATIVIDADES ...................................................................................................................... 42 5.2.5 DOS ESPAÇOS E ATORES......................................................................................................... 42 5.2.6 DAS ÁREAS PROFISSIONAIS POR ÊNFASE .......................................................................... 43 5.2.7 DA DINÂMICA DAS ÊNFASES, DOS ESPAÇOS E DOS ATORES........................................ 44 5.2.8 DA FORMA DE GESTÃO ........................................................................................................... 47 5.2.9 DAS ESPECIALIZAÇÕES DE NÍVEL MÉDIO.......................................................................... 50 6 MAS POR QUE SANTA MARIA?............................................................... 51 6.1 SITUAÇÃO GEOPOLÍTICA..................................................................................................... 51 6.1.1 O PAPEL DO MUNICÍPIO NA EFETIVAÇÃO DO SUS........................................................... 52 6.1.2 MAIS ALGUNS DADOS SOBRE MUNICÍPIO.......................................................................... 55 7 COMO IR PARA SANTA MARIA?.............................................................. 58 7.1 OS PRIMEIROS PASSOS.......................................................................................................... 58 7.2 AS PRIMEIRAS ESTRATÉGIAS ............................................................................................. 58 7.3 UMA OUTRA ESTRATÉGIA: A DILUIÇÃO DA AUTORIA .............................................. 61 7.4 DE VOLTA A POA ..................................................................................................................... 62 PARTE II .......................................................................................................... 63 8 O FILHO PRÓDIGO A CASA TORNA........................................................ 64 8.1 INICIEI COM UM TRIPÉ ......................................................................................................... 64 8.2 O QUE DEU E O QUE NÃO DEU CERTO ............................................................................. 67 8.3 COMEÇOU A CHOVER DENTRO DO BARCO ................................................................... 68 9 E COMEÇA O CURSO DE PRECEPTORES............................................. 70 9.1 A PRIMEIRA AULA: SUS......................................................................................................... 71 9.2 CONTROLE SOCIAL X MANIPULAÇÃO SOCIAL: A DINÂMICA DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE .............................................................................................................................. 71
  • 19. 9.3 A DINÂMICA “O PACIENTE IN(TER)DISCIPLINADO”:.................................................. 74 9.4 O DEBATE DO NÚCLEO E CAMPO DA SAÚDE COLETIVA........................................... 80 9.5 ATIVIDADES VIRTUAIS.......................................................................................................... 81 9.6 O GEOPROCESSAMENTO...................................................................................................... 86 9.7 INTERLÚDIO I – TIME IS ON MY SIDE ................................................................................ 90 10 CONTINUAVA A CHOVER DENTRO DO BARCO ................................. 92 11 E COMEÇA A SURGIR O PSF DE SM ................................................... 93 12 A ISONOMIA SALARIAL E A VALORIZAÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL - IS&VP ................................................................................. 98 12.1 INTERLÚDIO II - SUBVERTENDO UMA LÓGICA: UM ARTIGO QUE ENTRA AO INVÉS DE SAIR.............................................................................................................................................. 98 12.2 O impacto da adoção da isonomia salarial e valorização da formação profissional (IS&VP) no Programa de Saúde da Família ............................................................................................................... 101 12.2.1 Autores do artigo: ........................................................................................................................ 101 12.2.2 Introdução do artigo..................................................................................................................... 101 12.2.3 Objetivo do artigo........................................................................................................................ 102 12.2.4 Metodologia do artigo ................................................................................................................. 102 12.2.5 Resultados do artigo .................................................................................................................... 102 12.2.5.1 Extratos documentais .............................................................................................................. 103 12.2.5.2 Tabelas funcionais .................................................................................................................. 106 12.2.6 Discussão do artigo...................................................................................................................... 106 12.2.6.1 A trajetória: ........................................................................................................................ 106 12.2.6.2 Os fatos seguintes: ............................................................................................................. 109 12.3 INTERLÚDIO III – DADOS QUE NÃO CONSTARAM NO ARTIGO ............................. 110 12.3.1 UM TRIPÉ MANCO................................................................................................................... 110 12.3.2 NO FRESCOR DO VERÃO DE 2004 – A PRIMEIRA GELADEIRA...................................... 113 12.3.3 RESSURGINDO DAS CINZAS (OU DA LAMA) .................................................................... 114 12.2.6.3 O impacto no perfil profissional do PSF:........................................................................... 116 12.2.6.4 Análise de cenários: ........................................................................................................... 117 12.2.7 Considerações finais do artigo..................................................................................................... 120 12.2.8 Referências do artigo ................................................................................................................... 120 13 CONSIDERAÇÕES FINAIS - POR QUE O TRIPÉ DESPENCOU E LEVOU O QUADRILÁTERO JUNTO .............................................................................. 122 12.1 DA FRAGILIDADE .................................................................................................................. 122 12.2 DOS JOGOS DE PODER E DAS PERDAS............................................................................ 123 12.3 DA COERÊNCIA, DA DETERMINAÇÃO E DO CONDICIONAMENTO....................... 126 12.4 DA CONTABILIDADE FINAL ............................................................................................... 127 13 EPÍLOGO .............................................................................................. 129 13.1 O TEMPO NÃO EXISTE ......................................................................................................... 129 14 REFERÊNCIAS..................................................................................... 131 APÊNDICES................................................................................................... 135 APÊNDICE A: UM PASSEIO PELO SUS ................................................................................................. 136 O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE:............................................................................................................. 136 E UM POUCO DA SUA PRODUTIVIDADE: .......................................................................................... 136 UMA RÁPIDA VIAGEM NO TEMPO...................................................................................................... 137 PRINCÍPIOS ............................................................................................................................................... 138 BASE LEGAL E FINANCIAMENTO ....................................................................................................... 140 ESTRUTURAS DE CONTROLE............................................................................................................... 141 ESTRUTURAS DE GESTÃO .................................................................................................................... 141 INSTRUMENTOS DE GERENCIAMENTO............................................................................................. 141 APÊNDICE B – PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE ......................................................................................................................................................................... 143 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 150 2. OBJETIVO GERAL.................................................................................................................... 151
  • 20. 3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................... 151 4. METODOLOGIA........................................................................................................................ 151 4.1. Visão geral................................................................................................................................... 151 4.2. Preceptores .................................................................................................................................. 152 4.3. Vagas ........................................................................................................................................... 152 4.4. Espaços ........................................................................................................................................ 153 4.5. Familiarização ............................................................................................................................. 153 4.6. Bibliografia disponível ................................................................................................................ 154 4.7. Acesso a Internet ......................................................................................................................... 155 4.8. Refeições ..................................................................................................................................... 155 4.9. Carga Horária .............................................................................................................................. 155 4.10. Distribuição das atividades .......................................................................................................... 156 4.10.1. Atividades na USF e na comunidade........................................................................................... 158 4.10.1.1. Sala de Espera......................................................................................................................... 159 4.10.1.2. Acolhimento ........................................................................................................................... 160 4.10.1.3. Agenda.................................................................................................................................... 160 4.10.1.4. Pós-plantões e plantões ........................................................................................................... 161 4.10.1.5. Assistência domiciliar............................................................................................................. 163 4.10.1.6. Territorialização e pesquisa .................................................................................................... 163 4.10.1.7. Grupos .................................................................................................................................... 166 4.10.1.8. Gestão de serviços .................................................................................................................. 166 4.10.1.9. Atividades comunitárias ......................................................................................................... 168 4.10.1.10. Atualização ........................................................................................................................ 168 4.10.2. Estágios ....................................................................................................................................... 170 4.10.3. Eixos teóricos .............................................................................................................................. 171 4.11. Avaliação..................................................................................................................................... 173 5. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 173 APÊNDICE C - TRECHO AUTOBIOGRAFIA ........................................................................................ 174 APÊNDICE D – MINHA VISÃO METAFÓRICA DO INFERNO.......................................................... 177 APÊNDICE E – PRIMEIRO PROJETO R3 .............................................................................................. 179 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 181 2. OBJETIVOS................................................................................................................................ 181 2.1. Objetivo geral: ............................................................................................................................. 181 2.2. Objetivos específicos:.................................................................................................................. 181 3. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................ 182 4. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA............................................................................................ 182 5. DEFINIÇOES CONCEITUAIS .................................................................................................. 184 7. CRONOGRAMA ........................................................................................................................ 185 8. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 186 APÊNDICE F – PROPOSTA SUMÁRIA ................................................................................................... 187 APÊNDICE G – A CAPA DO TRIPÉ ......................................................................................................... 190 APÊNDICE H – CURSO DE PRECEPTORES ......................................................................................... 191 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 194 2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................ 195 3. OBJETIVO GERAL.................................................................................................................... 195 4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................... 195 5. METODOLOGIA........................................................................................................................ 196 5.1. SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES........................................................................................... 196 5.2. PERÍODO E ESTRUTURA DO CURSO ................................................................................... 196 5.2.1. Atividades virtuais .................................................................................................................. 196 5.2.1.1. Realização do pré-teste:............................................................................................ 197 5.2.1.2. Leitura de instrumentalização:.................................................................................. 197 5.2.1.3. Debate prévio: .......................................................................................................... 197 5.2.1.4. Realização do pós-teste: ........................................................................................... 197 5.2.1.5. Digitação das avaliações:.......................................................................................... 197 5.2.1.6. Acréscimos ao banco de referências:........................................................................ 197 5.2.1.7. Consulta de dados pessoais: ..................................................................................... 198 5.2.1.8. Consulta de dados gerais: ......................................................................................... 198 5.2.2. Atividades teóricas.................................................................................................................. 199 5.2.3. Atividades práticas.................................................................................................................. 199
  • 21. 5.2.3.1. Contato inicial .......................................................................................................... 200 5.2.3.2. Equipamentos de saúde: ........................................................................................... 200 5.2.3.3. Controle social:......................................................................................................... 200 5.2.3.4. Territorialização ....................................................................................................... 201 5.2.4. Eixos Temáticos para 2004..................................................................................................... 201 5.2.5. Estratégias de avaliação .......................................................................................................... 202 6. CRONOGRAMA ............................................................................................................................ 203 7. ORÇAMENTO................................................................................................................................ 203 8. REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 204 ANEXO I - Objetivos Projeto I ................................................................................................................... 205 ANEXO II – Estrutura do curso .................................................................................................................. 206 APÊNDICE I – O “CAUSO” DO GERALDÃO......................................................................................... 214 APÊNDICE J - NEM CAFÉ NEM PÃO, SÓ PAPELÃO.......................................................................... 215 APÊNDICE L – UMA SINGELA PIADA................................................................................................... 216 APÊNDICE M – HISTÓRIA DA SAÚDE NO BRASIL............................................................................ 217 PERÍODO PRÉ-REPUBLICANO (1500-1889) ......................................................................................... 218 A REPÚBLICA VELHA (1889-1930)........................................................................................................ 219 A ERA VARGAS (1930-1945)................................................................................................................... 221 O PERÍODO DESENVOLVIMENTISTA (1945-1964)............................................................................. 221 A NOVA DITADURA................................................................................................................................ 222 A DÉCADA DE 80: ECLOSÃO DA CRISE ESTRUTURAL E CONSOLIDAÇÃO DAS PROPOSTAS REFORMADORAS .................................................................................................................................... 223 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................... 225 ANEXOS ........................................................................................................ 226 ANEXO A - MARAGATOS E PICA-PAUS ............................................................................................... 227 ANEXO B - PRIORIDADES EM SAÚDE DO GOVERNO ESTADUAL............................................... 228 ANEXO C – EIXOS, VETORES E ESTÁGIOS DO PROJETO DE INCENTIVO A MUDANÇAS CURRICULARES NOS CURSOS DE MEDICINA. ................................................................................. 229 ANEXO D – PROJETO INFORMATIZAÇÃO APS: OFÍCIO HUMBERTO COSTA ........................ 230 ANEXO E – FRAGMENTO PROJETO HUSM ........................................................................................ 232 ANEXO F - COMISSÃO MULTIDISCIPLINAR DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE.......................... 233 ANEXO G – DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA......................................................................................... 239
  • 22. 20 1 INTRODUÇÃO Bem, antes de explicar o porquê do título desta monografia, quero alertar qualquer leitor desavisado sobre o estilo do texto. Escreverei em primeira pessoa e será um texto bastante passional. Será o relato de uma queda, uma queda silenciosa que deixou alguns estragos interessantes. Busco suporte para isso em Gilson Carvalho (2001) que nos brinda com um texto sanguíneo sobre os desatinos administrativos impingidos ao Sistema Único de Saúde - SUS e defende uma escrita mais pessoal, mais emotiva. Não há como ser de outra forma, posto que vivi na pele e na alma todos os acontecimentos que irei narrar. Farei, portanto, uma tentativa de expressar em moldes ditos científicos, uma história de paixão. Claro que a terceira pessoa também será inevitável, afinal este trabalho envolveu muita gente. Também vou procurar descrever estes participantes da forma mais humana possível, pedindo desde já escusas por algum eventual exagero descritivo, pois haverá um certo toque de bom humor. Isto posto, vamos ao porquê do título. Passando os olhos por Minayo (1993) encontrei uma citação que ela faz de Pascal (Pensée, frase nº 19): “A última coisa que se encontra ao fazer uma obra é o que se deve colocar em primeiro lugar.”. O poema a seguir é como uma conclusão desta monografia. Expressa tudo o que passei e aprendi neste três últimos anos de imersão total no SUS. É o desafio/enigma com que a saúde pública me confrontou:
  • 23. 21 DECIFRA-ME E DEVORO-TE Há um lobo em pele de cordeiro. Há uma pele ordeira de olhar faminto. A cada piscar, ora há um lobo, ora há um cordeiro. Não há mais lobo, não há mais cordeiro. Há um cordeiro com alma de lobo... Tenho certeza que muitos que passaram por vivências semelhantes perceberam que, diferente da bondosa esfinge de Sófocles, o SUS não nos dá o benefício do ou... Não, não é o discurso de alguém que apanhou muito e não quer mais brincar, é apenas a fala de alguém um pouco mais experiente que vai apanhar menos e se divertir mais. Como eu já disse, os estragos foram interessantes. Quanto mais estudo e vivo o SUS, mais me convenço de que ele é uma utopia impossível e impraticável. Acredito que a maior explicação para sua manutenção é a mesma que mantém a maioria de seus conterrâneos vivos, a sua naturalidade: nós nascemos no Brasil e sempre sobrevivemos a qualquer quarta- feira de cinzas 1 . Pretendo relatar, nas próximas páginas, como minha cidade natal, Santa Maria - SM, no interior do Rio Grande do Sul, quase se transformou numa referência nacional na formação de recursos humanos para o SUS e como passei três anos da minha vida trabalhando nisso; o que deu e o que não deu certo, o que ganhei e o que perdi, o que ganhamos e o que perdemos. 1 Como bem lembram alguns de nossos melhores professores, sus é um verbete que consta no dicionário como uma interjeição que quer dizer: Ânimo! Coragem!
  • 24. 22 É o relato de um sonho que implodiu e que, na sua morte intra-útero, gerou efeitos colaterais significativos. Este relato estará dividido em duas partes e vários capítulos: A Parte I relaciona os acontecimentos, estratégias e negociações que precederam o início dos trabalhos em SM (antes de 2003 e início de 2003). A Parte II descreve o período de 2003, onde o combustível era total e o sonho ainda era possível. Decididamente o ano em que mais se produziu. Também versa sobre as primeiras (e importantes) derrotas e o período de resistência de 2004. Por fim, falo sobre a vitória da mediocridade no ano de 2005 e faço os últimos arremates nas considerações finais. Como todo escorpiano, tenho vários rostos e uso várias máscaras 2 . Logo, teremos vários Carlos Andrés contando esta história, mas dois extremos se destacarão entre os diversos matizes: um que se comportará de uma forma mais próxima ao Carlos André do período dos acontecimentos e outro que será mais parecido com o Carlos André dos dias de hoje. Haverá ainda um terceiro, que relatará, em tempo real, alguns acontecimentos que ocorreram, mais ou menos, no momento em que estavam sendo relatados. Para facilitar um pouco o posicionamento temporal, os Carlos Andrés mais antigos usarão o formato de letra Times New Roman e os Carlos Andrés mais atuais o formato de letra Arial. Quando houver dois narradores temporalmente muito próximos, para evitar atritos, enquanto um estiver no corpo do texto, o outro freqüentará as notas de rodapé. Haverão alguns confrontos inevitáveis e várias discordâncias entre eles, mas no final todos se (nos) encontrarão (emos). 2 Esta monografia desvelará algumas delas.
  • 25. 23 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL O objetivo desta monografia é registrar os fatos que cercaram a tentativa de implantação de uma Residência Integrada em Saúde - RIS no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, discutindo, desta forma, a estratégia utilizada, os caminhos percorridos e a experiência e os avanços alcançados. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Relacionar a produção científica dos vários grupos de trabalho que participaram do projeto, no período de 2003-2005; • Elencar os principais fatos políticos produzidos; • Correlacionar a produção científica com a produção política, descrevendo as alterações provocadas no âmbito da saúde de SM, bem como na minha subjetividade e na daqueles que também vivenciaram a experiência; • Gerar uma referência local para experiências futuras mais exitosas.
  • 26. 24 3 METODOLOGIA 3.1 PRÓLOGO DA METODOLOGIA Quando recebi o telefonema da professora de metodologia científica, psicóloga, sanitarista, mestre em psicologia social Rose Mayer 3 , dando um toquezinho que o prazo final para entregar uma cópia desta monografia para o orientador era 18/03/06 (“Ó, gurizinho! Não esquece de botar em formato de projeto, hein?”) e, no momento em que digito o presente trecho de texto, faltando só cinco dias para esta data, lembrei de quando eu tinha 16 anos. Estava no 2º grau 4 e a professora de português, indignada com a turma (não lembro o porquê), nos sentenciou a uma avaliação relâmpago, valendo a nota do bimestre: uma redação com introdução, desenvolvimento e conclusão (o tema era livre). No improviso do momento e inspirado em um de meus ídolos literários da época (e da atualidade – Luis Fernando Veríssimo), saiu o que segue abaixo. Previamente justifico o linguajar e as idéias ressalvando fato de que eu só tinha 16 anos: Uma crônica qualquer Escrever, tenho que escrever. E agora? O que eu faço? Minha nota depende disso e nenhuma idéia me vem a cabeça, sinto-me como se esti- vesse num beco sem saída e um Scania, a 120 por hora, sem motorista e com um carregamento de trilhos, viesse para cima de mim. Não que eu queira exagerar, mas eu desespero-me facilmente. Estou até pensando em ir a um psicólogo, mas antes quero estudar psicologia para saber o que ele vai estar achando da minha cara. Bom, voltando ao assunto, a crônica, eu verifico que estou sem as- sunto e o jeito é escrever mais algumas abobrinhas para fazer com que a professora perca mais tempo com o meu texto antes de passar para o se- guinte. Trazer a senhora até esta linha eu consegui, não adianta negar. E olhe bem, largar o texto agora por pensar que eu estou gozando da sua cara seria admitir que não conseguiu lê-lo até o fim. O que seria bom, pois eu não precisaria escrever mais. Eu sei que é uma afirmação idiota, mas eu precisava ocupar aquele espaço com alguma coisa. 3 É fácil descrever a Rose, além de ter um currículo semelhante ao do Manoel (orientador desta monografia, ver adiante), ela é irmã dele. 4 Colégio Técnico Industrial da UFSM. Eu cursei o segundo grau profissionalizante em mecânica industrial.
  • 27. 25 Para terminar, eu poderia dissertar sobre a importância da cereja na menopausa da tartaruga ou sobre o tarecômetro do bagulhômetro impulsio- nado por um trequímetro, talvez até falasse sobre meu projeto de uma bomba atômica, inflável, com silenciador, impulsionada por um compressor de ar movido a vácuo, mas estes são assuntos muito longos e eu não tenho mais saco para escrever tanta besteira, portanto: - FIM. Depois disso achei que seria encaminhado para o serviço de orientação educacional ou coisa pior. Ao invés disso a professora escolheu a minha crônica como a melhor do colégio e me fez pagar o mico de lê-la em público. Achei que seria vaiado. Para minha surpresa, o tal público (colegas e outros professores) gostou. Comecei a descobrir pelo menos três coisas que eu fazia relativamente bem: correr riscos 5 , falar em público e escrever. Correr riscos, falar em público e escrever. Por um lado, posso dizer que estas foram as metodologias mais utilizada durante meus três últimos anos em Santa Maria. Mas, por outro lado, há uma maneira mais técnica de falar sobre isso: 3.2 METODOLOGIA EM SI Quando olho os rascunhos, anotações e diários de campo não sei bem se estou descrevendo, participando ou agindo. Com esta dúvida em mente busquei suporte nos conceitos de estudo descritivo, pesquisa participante e pesquisa-ação, que serão correlacionados para a apresentação dos resultados. 3.2.1 ESTUDO DESCRITIVO Os estudos não experimentais são usados para construir o quadro de um fenômeno ou explorar acontecimentos, pessoas ou situações na medida em que eles ocorrem naturalmente (LOBIONDO e HABER, 2001). Os estudos descritivos exploratórios figuram na categoria mais ampla dos desenhos não experimentais. Eles coletam descrições detalhadas de variantes e 5 Eu era o típico aluno tímido, bem comportado, que não faltava aula, não se atrasava e corria atrás de boas notas, mas às vezes fazia coisas como escrever esta crônica e escalar o arco do pórtico de entrada da UFSM..
  • 28. 26 usam os dados para justificar e avaliar condições e práticas decorrentes ou planejar intervenções para melhorar as práticas em saúde existentes. Segundo Pereira (2005), um estudo descritivo é aquele que tenciona estimar apenas parâmetros de uma população sem a necessidade de elaborar hipóteses de estudo. Será sempre o primeiro passo da investigação. Dele podem nascer as hipóteses que serão estudadas em trabalhos analíticos. Como nessa monografia estou descrevendo os últimos três anos de trabalho em SM, a metodologia de um estudo descritivo exploratório poderia dar conta dos objetivos propostos, na forma de um relato de experiência ou até mesmo de um relatório. Mas não é assim tão simples (nem tão fácil). Com certeza estarei trabalhando com os elementos de um estudo descritivo, mas quando tenciono relacionar produção científica com produção política e, conseqüentemente as alterações (resultados) que isto provocou no âmbito da saúde de SM, bem como na minha subjetividade e na daqueles que também vivenciaram a experiência, estarei entrando no campo da pesquisa social. Para tanto, busco as seguintes referências: 3.2.2 PESQUISA PARTICIPANTE - PP E PESQUISA-AÇÃO – PA Para Gianotten e Wit (1987), pesquisa participante: (...) é um enfoque de investigação social por meio do qual se busca a plena participação da comunidade na análise de sua própria realidade com o objetivo de promover a participação social para o benefício dos participantes da investigação. Estes participantes são os oprimidos, os marginalizados, os explorados. Trata-se, portanto, de uma atividade educativa, de investigação e ação social. Thiollent (1987) coloca como necessária uma distinção entre PP e PA, pois para este autor, a PA é uma forma de PP, mas nem toda PP é uma PA. A PP se preocupa com o papel do pesquisador dentro da investigação, problematizando a relação investigador / investigado e a PA, além disso, centra sua atenção na relação entre a investigação e a ação dentro da situação considerada. Esta última é, pois,
  • 29. 27 um tipo de pesquisa centrada na questão do agir. Para o mesmo autor (1992), pesquisa-ação: (...) trata-se de um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Cheguei a SM em 2003 com uma pesquisa-ação na bagagem. Como residente de terceiro ano – R3 da Escola de Saúde Pública – ESP eu havia recebido da direção da escola a missão de implantar uma RIS no interior. Já nos primeiros contatos percebi que isso era impossível. Ninguém em SM tinha a menor idéia do que era uma RIS. Residência era um termo exclusivamente médico e não passava pela cabeça de ninguém sequer discutir isso. Não havia massa crítica. Era necessário começar como o “Incrível Exército de Brancaleone” e arrecadar os colaboradores pelo caminho. Neste ponto, parti para uma pesquisa participante. Os participantes desta pesquisa (grupo que me inclui) não foram os, habitualmente oprimidos camponeses, operários ou minorias étnicas, mas sim especialistas, mestres e doutores que guardavam (e guardam) uma relação de opressão, marginalização e exploração frente a um sistema hegemônico que, muito antes de ser médico-centrado e hospitalocêntrico já era mercado-centrado. Estes participantes foram convidados a vivenciar de forma crítica (e educativa) a sua própria realidade profissional, um SUS cujos princípios e estruturas de regulação e financiamento eram algo vago e distante. Tão distante que chegavam a acreditar não fazer parte dele. Como ferramenta de imersão teórico-prática na realidade profissional foi utilizado um curso de preparação de preceptores para uma futura RIS. A descrição deste curso, desde o seu planejamento, passando por sua negociação política e chegando aos resultados de sua implementação prática demonstrará tanto a criação de laços de confiança e colaboração entre pesquisador e pesquisados, como de focos de resistência à idéia da RIS.
  • 30. 28 No final de 2003, o curso gerou massa crítica suficiente para uma pesquisa- ação: a implantação de uma RIS e, também, um movimento contrário que conseguiu derrubar a idéia em 2005 (ou, quem sabe, apenas retardar um pouco um processo inevitável). Thiollent (1987), diz que a PA pode ser concebida como procedimento de natureza exploratória e os resultados da exploração podem ser úteis para elucidar a ação. Elucidar a ação é o foco do objetivo geral deste trabalho. A ação em questão, a tentativa de implantação de uma RIS, necessita ter desveladas e detalhadas as suas estratégias e caminhos, registrando também os projetos que foram elaborados e não implementados, de forma a devolver este material a todos os participantes e gerar um ponto de partida para tentativas futuras. Não se trata, portanto, de uma simples descrição sistemática de dados e de fatos, mas de um desvelamento técnico e subjetivo (passional) de uma ação que requereu incremento de teoria (pesquisa), divulgação de cultura em formação de recursos humanos (educação local) e alterações marcantes nas regras do jogo da saúde (genoprodução, MATUS, 1994). 3.2.3 DESENHO DA MONOGRAFIA Pelo exposto acima, opto pelo desenho de uma pesquisa-ação com atravessamentos metodológicos descritivos e participantes que, em algum momento, poderia ser vista como uma pesquisa participante, com componentes de pesquisa- ação e estudos descritivos (muito embora eu reconheça que alguns poderão optar pela leitura de um estudo descritivo com temperos de pesquisa participante e pesquisa-ação).
  • 32. 30 4 ALGUNS CONCEITOS PRELIMINARES Como dito na metodologia RIS, em 2003, era um conceito que absolutamente não existia na cabeça da grande maioria dos santa-marienses 6 . Integralidade era uma concepção apropriada por poucos. Mesmo Medicina de Família era apenas uma referência nostálgica aos médicos do passado que iam de casa em casa, quase sempre a cavalo. E SUS, infelizmente, não passava daquele paciente chato que abarrotava o pronto socorro. Foi dentro deste contexto que comecei a trabalhar. Hoje, após três anos, o cenário está bastante diferente. Não digo que fui o grande arauto da mudança de um paradigma, até porque muitas e muitas pessoas são necessárias para mudar um paradigma. O fato é que este foi um dos efeitos colaterais interessantes: hoje, em função de tudo o que foi feito, estas muitas e muitas pessoas, em SM, estão apropriadas dos conceitos discutidos abaixo e de vários outros que virão a baila no decorrer da narrativa. Quanto à utilização dada a estes conceitos... Bem, esta é outra estória. A seqüência com que os conceitos abaixo estão dispostos imita a estrutura do discurso que utilizei para popularizar a idéia da RIS e das idéias correlatas a ela. Vale o posicionamento temporal descrito na introdução. 4.1 RESIDÊNCIA, RESIDÊNCIA INTEGRADA E MODELO PEDAGÓGICO O primeiro passo foi desmistificar a exclusividade médica sobre o termo residência. Como ainda não estávamos no período de histeria multiprofissional de 6 Mais tarde, pude perceber que a ignorância local em relação a RIS foi um fator de proteção para a idéia, que perdurou até dezembro de 2003, quando o grupo oriundo do curso de preceptores resolveu alçar asas e granjeou as primeiras resistências mais sérias.
  • 33. 31 caça às bruxas, desencadeada pela discussão do ato médico 7 , isso foi relativamente fácil. Na época, utilizei a seguinte argumentação: Em primeiro lugar, vamos passear pelos conceitos de residência, ensino em serviço e residência integrada em saúde: O termo residência, sedimentado por seu uso na área médica, refere-se a uma modalidade de especialização latu sensu centrada na idéia de ensino em serviço, onde o pós- graduando imerge em atividades práticas de sua ênfase de aprendizado, sob a supervisão presencial de um profissional experiente (preceptor). Conforme Feuerwerker (1998) a residência possui um duplo papel: complementar a graduação e oferecer especialização. O ensino em serviço subentende assistência concomitante ao aprendizado, tanto prático como teórico. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal 9.394/96), em seus artigos de 39 a 42, afirma que a preparação para o trabalho poderá ser desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação permanente, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho. O ensino em serviço para a formação de profissionais, dentro da ótica de criação de uma cultura local em saúde pública e coletiva, ou seja, a construção do conhecimento novo, segundo Freire, (1976), tem que necessariamente partir dos conhecimentos e experiências prévias destes profissionais. Para adultos (FEUERWERKER ET AL, 2000), “o motor da aprendizagem é a superação de desafios, a resolução de problemas.” O uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem perpassa o ensino em serviço, colocando o estudante frente a desafios concretos e na posição de sujeito do ato de construção do conhecimento. O professor ocupa a posição de problematizador/facilitador do processo de educação e ambos, professor e aluno, passam pelo ato de aprender a aprender e aprender a ensinar. Conforme Ceccim e Feurwerker (2004) existe uma diferença fundamental entre educação continuada e educação permanente: (…) enquanto a educação continuada aceita o acúmulo sistemático de informações e o cenário de práticas como território de aplicação da teoria, a educação permanente 7 Veja um interessante e atual debate sobre este tema em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1413-812320050005&lng=pt&nrm=iso (retirado em 13/01/2006).
  • 34. 32 entende que o cenário de práticas informa e recria a teoria necessária, recriando a própria prática. (…) A lógica da educação permanente é descentralizadora, ascendente e transdisciplinar. Não vou entrar no mérito de quem defende um ou outro conceito, seria o mesmo que perguntar para um médico de família se ele usa o termo atenção primária ou atenção básica em saúde ou perguntar para duas pedagogas se o melhor termo é formar ou capacitar alguém. O que me importa é a filosofia de educação contida na citação acima, que vai ao encontro das idéias de Ferla (2002), segundo o qual também se faz necessária uma pedagogia mestiça, capaz de considerar a alteridade, de se misturar, de se mestiçar no processo pedagógico, se alterando ao mesmo tempo em que altera. Finalmente, segundo Ceccim e Ferla (2003), Residência Integrada em Saúde é: (...) constituída como uma modalidade de educação profissional pós-graduada multiprofissional, de caráter interdisciplinar, desenvolvida em ambiente de serviço, mediante educação pelo trabalho, mantendo orientação técnica direta e orientação docente em sala de aula. (...) cumprir o desígnio de uma reforma das residências médicas para se adequarem à reforma sanitária nos moldes brasileiros: trabalho em equipe multiprofissional, interdisciplinaridade, especialização em serviço, base epidemiológica para o planejamento, utilização da educação popular em saúde para a interação com os grupos sociais, mediando-se pela satisfação do usuário. 4.2 A TRANSDISCIPLINARIDADE E OS LIMITES PROFISSIONAIS A RIS é uma ampliação do conceito de residência. Além das práticas de núcleo de sua área, o pós-graduando toma contato, de forma integrada, com outros núcleos de especialidade, dentro da sua área profissional e, mais além, integra-se com núcleos de outras áreas profissionais, através de um gradiente multi-inter-transdisciplinar (JAPIASSU, 1976), agregando todos no campo da saúde. Estando introduzido o conceito de Residência Integrada, era necessário discutir bem esta integração. Como na maioria dos lugares, o médico e o hospitalo- centrismo eram as palavras da hora (zeitgeist): Os dados dos relatórios de gestão e da produção científica local, apontavam, em 2002, para 57,66% das consultas médicas, realizadas na rede pública do município, ocorrendo nos serviços de pronto atendimento. Nas
  • 35. 33 equipes de saúde 45,53% eram médicos, 27,44% auxiliares de saúde, 12,34% enfermeiros, 7,4% dentistas e sobravam apenas 7,25% para os demais membros da equipe (psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e farmacêuticos) (SANTA MARIA, 2002). Era necessário exorcizar o demônio da eterna briga entre o “doutorzão” e a “enfermeirosa”, ou da clínica médico-centrada versus a administração enfermeiro- centrada, uma polarização que, por si só, excluía todas as demais profissões do debate: Falemos agora deste gradiente e de sua interação com os conceitos de campo e de núcleo: A multiprofissionalidade, ou seja, a presença de profissionais de várias áreas de conhecimento trabalhando juntos no mesmo espaço, pode ocasionar saltos (sublimações) em direção à interdisciplinaridade - ou seja, à troca de informações e conhecimentos entre esses profissionais – e/ou em direção à transdisciplinaridade, onde há aquisição de saberes, experiências e valores, respeitadas as especificidades, entre os elementos envolvidos. Esta permuta contínua infla e borra os limites profissionais. Os profissionais se transformam num caminho de duas vias, pois a troca, ao mesmo tempo em que empodera e dá responsabilidades ao receptor, gera confiança e aceitação no transmissor. Exemplificando, o médico deixa de ser apenas médico, o enfermeiro deixa de ser apenas enfermeiro e assim, sucessivamente, todos alcançam o status de profissionais da saúde, integrantes de uma equipe de saúde. Claro que há limites para isso. Todo autor faz a sua figurinha para exemplificar o conceito de multi-inter-trans. Não fujo a regra. A Figura 1, além de demonstrar este gradiente, também mostra os desagradáveis extremos da hegemonia uniprofissional e da perda de identidade profissional. MULTI INTER TRANS Figura 1 – O Caminho do meio: O gradiente multi-inter-trans e os extremos da hegemonia uniprofissional e da perda da identidade profissional.
  • 36. 34 Estes limites profissionais foram tratados dentro dos conceitos de campo e núcleo: Conforme Campos (1997): (...) o núcleo 8 de responsabilidade de cada profissional indica uma identidade: o compromisso com certo saber e com um conjunto de práticas e tarefas. O campo, uma ampliação situacional do núcleo, orientada pela necessidade de se cumprirem objetivos acordados em um dado contexto, ou seja, a definição de campo depende da existência de recursos (financeiros, técnicos, humanos, etc.). A co-gestão de campo e de núcleo é uma forma de assegurar, na prática, o trabalho interdisciplinar, discutindo e recompondo, de modo permanente, a distribuição de encargos e a circulação de saber em uma equipe. A co-gestão do campo e do núcleo dos vários papéis profissionais põe em questão o saber monopolizado pelos especialistas, a negociação das responsabilidades e o encargo de tarefas; democratizando, em decorrência, o poder. O conceito de campo não significa que enfermeiros ou nutricionistas irão brincar de médico, nem vice-versa. O campo é um pacto de confiança entre profissionais de áreas diferentes que para ser firmado exige no mínimo, convivência e diálogo. São os saberes de meu núcleo profissional que posso transferir para outrem, sem ferir nenhum preceito da minha ética profissional, para que possamos realizar tarefas conjuntas com maior resolutividade. Da mesma forma, é tudo que posso aprender com meus colegas sem invadir suas áreas profissionais, mas acrescentado qualidade as minhas condutas. Não significa que todos poderão se meter a fazer neurocirurgia, como alguns paranóicos temem, mas coisas mais simples como um médico aprender a fazer a higiene umbilical de um recém nascido com a enfermeira de sua equipe. Este mesmo médico pode ensinar noções do mecanismo da dor para facilitar o trabalho de uma psicóloga que esteja acompanhando um paciente depressivo com hérnia discal, afinal os dois estarão vendo o paciente em conjunto. O limite do campo é, portanto, um limite de confiança em constante construção e reformulação. No exercício prático destes conceitos é possível formar grupos de trabalhadores capacitados para migrar da visão médico-centrada, passando por uma visão centrada no paciente para chegar a um estado mais avançado, ou seja, a implementação de novos modelos 8 Os grifos são meus.
  • 37. 35 de saúde, onde todos os atores, inclusive os usuários (na forma do controle social), atuem lado a lado para a produção da saúde (Figura 2). Us M Fon Fis Enf Saúde Nut Od SS Psi Pac M Fis Fon Fis Fon Nut M Enf Nut Pac Enf SS Od SS Od Psi Psi Figura 2 – Evolução dos modelos de saúde. Partindo do modelo médico- centrado, passando pelo modelo paciente-centrado e chegando ao modelo centrado na produção de saúde, onde o paciente figura como um usuário participante através do controle social. Enf=enfermagem; Fis=fisioterapia, Fon=fonoaudiologia; M=medicina; Nut=nutricionista; Od=odontologia; Pac=paciente Psi=psicologia; SS=Serviço social; Us=usuário. Animação Esta figura gerou um grande frisson nas primeiras vezes em que a apresentei em SM. Era uma novidade um médico ser o portador deste tipo de discurso. A princípio parecia óbvio que isso me traria problemas com os médicos e facilitaria as coisas com as demais profissões. Mais tarde, veremos que se formaram grupos simpáticos e antipáticos à idéia, entretanto sem nenhum preconceito de categoria. A figura, além de cometer a heresia de colocar o médico no mesmo nível dos outros profissionais, ainda convidava um paciente para fazer parte desta roda e o elevava ao patamar de usuário com direito de voz 9 . Isto chamava atenção para o temido “Controle Social” que era visto como uma instância policialesca de esquerda. 9 Segundo Levorin (2001), para os gregos, na democracia, o governo era feito por iguais. Neste ponto é bom lembrar que os iguais, os que tinham direito a voz, eram somente os cidadãos gregos. O resto eram os escravos e as mulheres. Ter direito a voz é uma das prerrogativas da cidadania. Claro que é necessário querer ter este direito e assumir os decorrentes deveres.
  • 38. 36 Era necessário, portanto, exorcizar mais este demônio e incluir este conceito no discurso. Aí complicou mais ainda. Controle social? Princípios do SUS? SUS? Para não tornar este tópico extenso demais, se você, como muitos habitantes de SM, não tem a menor idéia do que é o SUS, de onde ele veio e para que ele serve, dê uma espiada no Apêndice A - UM PASSEIO PELO SUS, caso contrário siga lendo abaixo. 4.3 A REFORMULAÇÃO DO MODELO DE ATENÇÃO Para reforçar a idéia da Figura 2 e também a idéia de reformulação de modelo de atenção, foram utilizados os seguintes conceitos: Clínica ampliada 10 : Considera-se que todo profissional de saúde que atende ou cuida de pessoas realiza clínica, havendo, portanto, várias modalidades de clínica: a do enfermeiro, do psicólogo, do médico, etc. Clínica ampliada é a redefinição (ampliada) do “objeto, do objetivo e dos meios de trabalho da assistência individual, familiar ou a grupos”. Considerar que o “objeto de trabalho” da assistência à saúde é uma pessoa, ou um grupo, ou uma família, ou um coletivo institucional, com doença ou risco de adoecer. O novo modelo de trabalho visa superar a clínica tradicional que toma como objeto somente a doença. Construir, portanto, um objeto ampliado para o trabalho da clínica: tomar o sujeito enfermo ou com possibilidade de adoecer e não somente a doença. E ainda outra ampliação: considerar não somente um paciente, mas também o grupo de sujeitos (a família e outros coletivos, uma classe, um agrupamento institucional) como objeto da clínica ampliada. De qualquer forma, no horizonte, não há como fugir da evidência de que o objeto de trabalho inclui a doença, ainda quando como uma possibilidade remota; a saúde é o objetivo, o resultado almejado (CAMPINAS, 2001); Acolhimento e responsabilização: São conceitos amplos e que exigem mudança de postura em todo o sistema de saúde, no sentido de receber os casos e de responsabilizar-se de modo integral por eles. Acolher é receber bem, ouvir a demanda, buscar formar de compreendê-la e solidarizar-se com ela. Desenvolver maneiras adequadas de receber os distintos modos com que a população busca ajuda nos serviços de saúde, respeitando o momento existencial de cada um sem abrir mão de colocar limites necessários (CAMPINAS, 2001); 10 Para Ferla (2002), também é necessária uma clínica nômade, que cartografe a clínica, passeando por seus vários territórios e diversos atores.
  • 39. 37 Sistema de co-gestão: Consideramos que o SUS tem três objetivos básicos: a produção de saúde; a realização profissional e pessoal de seus trabalhadores; e a sua própria reprodução enquanto política democrática e sistema solidário. A gestão participativa reconhece que não há combinação ideal pré-fixada destes distintos interesses, e que é no exercício da co-gestão que se irão construindo contratos e compromissos entre os sujeitos envolvidos com o sistema. Operamos com a idéia de um sistema de co-governo: conselhos locais de saúde - coordenação, equipe e usuários compartilhando o poder; colegiados de gestão – o poder centrado na equipe interdisciplinar e não nas corporações; dispositivos variados – oficinas, reuniões por categoria profissional, sala de espera, assembléia com usuários, etc. - ; e, finalmente, gestão cotidiana democrática – com análise de temas e tomada de decisão envolvendo os interessados. Cada um destes Espaços Coletivos deve ser considerado deliberativo e tomar decisões no seu âmbito de governo e em conformidade aos contratos e diretrizes definidas (CAMPINAS, 2001). 4.4 INTERINSTITUCIONALIDADE, REDES E NECESSIDADE DE ASSOCIAÇÃO Construir uma RIS era algo complexo e caro demais para ser tratado por uma única instituição ou nível de governo. O embasamento para a realização de um movimento interinstitucional foi dado pelo seguinte discurso: O SUS é um organismo que deve se retroalimentar para garantir sua manutenção, ou seja, ao mesmo tempo que é construído por sujeitos, deve construí-los, empoderá-los, construindo cidadania. O aumento da capacidade instalada e da complexidade do sistema, levando em consideração o fator humano como principal sustentáculo do SUS, torna imprescindível um sistema de formação de recursos humanos. No momento em que o SUS busca, e alcança, uma mudança significativa no modelo de atenção em saúde, o mesmo passa a ser necessário no modelo de educação em saúde. O novo modelo de saúde que se apresenta, um modelo mutante, como apregoava em seus discursos, o ex-Secretário Executivo do Ministério da Saúde, Gastão W. S. Campos, é um modelo capaz de absorver as várias tecnologias (principalmente as leves) e se configurar e re- configurar de acordo com as necessidades locais de saúde, que por sua vez também são dinâmicas.
  • 40. 38 Não basta apenas formar os profissionais que alimentarão e darão sustentação a este sistema, temos que, permanentemente, educá-los, permanentemente municiar suas “caixas de ferramentas” (FERLA, 2002). O SUS é complexo demais para ser concretizado por poucas pessoas, poucas áreas profissionais ou poucas instituições. A transdisciplinaridade, a intersetorialidade e a interinstitucionalidade são vitais para a consecução plena dos princípios doutrinários e organizativos do sistema. Neste ponto, o conceito de rede é importante. Segundo Feuerwerker et al (2000): (...) a proposição de rede traz em si a idéia de articulação de conexão. As redes são formas de organização multicêntricas, cujos múltiplos nós constituem-se nos lugares de articulação, e a propulsão do conjunto não está localizada em um lugar fixo. Existem, sim, nós de maior densidade, que, em determinadas situações conjunturais, tornam-se mais visíveis ou ativos. Trata-se, portanto, de heterogeneidades que se articulam e se organizam. Apesar de nesse processo estarem envolvidas instituições e projetos, são sempre pessoas que articulam e conectam. ‘São sempre pessoas que constroem vínculos’ (Rovere, 1998). Pelo mesmo texto, a unidade básica do vínculo é a relação entre sujeitos e o vínculo se desenvolve em diferentes níveis de complexidade: reconhecimento do outro, como par, como interlocutor, com direito a existir e a emitir opiniões; conhecimento: quem é o outro e como ele vê o mundo; depois de conhecido o outro, criam-se vínculos de reciprocidade e colaboração; cooperação: processo mais complexo, implica a existência ou a identificação de um problema comum e uma forma sistemática e estável de atividades; associação: contratos ou acordos e utilização conjunta de recursos. Esta relação de vínculos e de parcerias relativas ao conceito de redes, geram as condições de desenvolvimento de intersetorialidade e interinstitucionalidade necessárias ao SUS. Não se trata de relações instituídas por programas verticais, emanados de um nível central totipotente, mas sim desenvolvidas a partir de sujeitos, em direção às instituições, passando pelos diversos setores. As articulações interinstitucionais necessitam ser providenciadas e apoiadas pelo SUS de modo que, uma articulação interinstitucional para a educação permanente, com uma gestão colegiada, quebre a regra da verticalidade única e hierarquizada nos fluxos organizativos e venha para superar a racionalidade gerencial hegemônica e a tradicional concepção educativa dos treinamentos para pessoal de serviço.