SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 18
Downloaden Sie, um offline zu lesen
lcorô,rúig.io,.ÍlórrêSiaÈ..rrr,, t ,,di ,iiificq
. Relqtório Forler . Colçqdo investe
DESTAQUE
I
PoSAT-l
PORTUGAT EM ORBITA
Ersm O3ho7m35s do dio 26 de Setembro, em Portugal continentol,
quando o primeiro satélite no,cíono,l foi largodo no espsço
pelo foguetão Ariqne 4O, que descolarq dq bqse frqncesq dq Guio,nq.
Assistindo so qconlecimento em directo pela televisão,
o País inteiro enlrou em ôrbito com o PoSAT- I .
ez-se Histório no último domingo de Se-
tembro de 1994. Pelo primeiro vez, Por-
tugol colocou no espoço um obiecto construído
por iécnicos nocionois. O significodo completo
deste ocontecimento só o futuro escloreceró
completomente, mos ió nõo restom dúvidqs de
que - contro o descrenço e o negotivismo lõo
corocterísticos de um certo modo de ser portu-
guês - existe no nosso Poís umo equipo de
cientistos e técnicos superiormente preporodos
e com determinoçõo suficiente poro levor o
bom Ìermo umo missõo complexo, que colocou
Portugol no clube dos quinze poíses com sqté-
lites ortificioìs próprios.
Enquonto em Portugol muito gente seguio o
ocontecimento otrovés do televisõo, no Guiono
Fronceso um grupo de portugueses vivio minuto
q minuto o desenrolor do missõo do Arione,
porticipondo, codo um o seu modo, no nosci-
mento oficiol do primeiro sotélite nocionol.
Do expediçõo ò Guionq foziom porte, olóm
dos técnicos do missõo portugueso, o Ministro
do lndústriq e Energio, Miro Amorol, represen-
tqntes dos membros do consórcio PoSAT-l e
iornolistos de vórios orgõos de comunicoçõo
sociol, que encherom olgumos póginos dos
respectivos iornois e horos de emissõo dos
respectivos ródios e televisões, contondo o
oventuro tim tim por Ìim tim.
Atrqso de 24 horqs
Ao contrório do que estovo progromodo
iniciolmente, o Arione nõo descolou no dio 25
de Setembro, pois controtempos operocionois
obrigorom oo odiomento por 24 horos do lon-
çomento do foguetõo.
Foi mois um dio de ongústio poro todos
quontos se tinhom deslocodo ò Américo do Sul
poro testemunhor o evento. Foi tombém umo
rozõo ocrescido poro comemoror o pleno su-
cesso do lonçomento no dio seguinte, com
chomponhe, muito olegrio e hino nocionol.
Depois de lorgodo no espoço, o PoSAT ficou
o dor combolhotos, onimodo de um movimento
complexo e em estodo de vido lotente, quer
dizer, com os sisÌemos operocionois o funcio-
nor mos ò espero que sinois enviodos de Terro
lhe ìndicossem o que devio fozer.
Nesto oliuro, os suos movimentoções ió esÌo-
vom o ser seguidos no estoçõo de controlo do
PoSAT-1, instolodo no Centro Operocionol de
Sotélites do Morconi, em Sintro. Foltovom l4
minutos poro o meio-dio de 26 de Setembro,
domingo, quondo o estoçõo de Sintro fez os
primeiros contoctos com o sotélite, iniciondo
entõo o missõo de estobilizoçõo do oporelho,
indispensóvel porq o suo completo opero-
cionolidode.
Como o sotélite nõo tem sistemos de propul-
sõo próprios, o trobolho de estobilizoçõo é
feito ò bose de ordens ródio, que induzem
correntes eléctricos em bobinos situodqs em
vórios locois do oporelho. Estos correntes eléc-
tricos criom compos mognéticos que, por suo
vez, reogem oo compo mognético do Terro,
obrigondo o sotélite o inclinor-se poro quol-
quer dos lodos, olterondo deste modo o suo
posiçõo e velocidode.
Rópido confrolo
lniciolmente o equipo técnico do PoSAT ovo-
liovo em vórios semonos o tempo necessório
poro reolizor o suo perfeito estobilizoçõo, mos
oté nesÌe ospecto o missõo superou os expecto-
tivos. Em menos de umo semqno, o estoçõo de
Sintro ió ero dono e senhoro do sotéliïe, contro-
londo-o completomente, enviondo "softwqre"
poro os computodores de bordo e completondo
todo o processo técnico indispensóvel ò suo
utilizoçõo comum.
Nestq qlturo o PoSAT cumpre ió o suo mis-
sõo, que oliós é voriodo, como se pode verifi-
cor pelo "rodiogrofio" que publicomos nos
póginos seguintes.
Muitos dos torefos de observoçõo e mediçõo
espociol que os técnicos portugueses só podi-
om reolizor em oporelhos estrongeiros võo ser
ogoro reolizodos otrovés do PoSAT. Seró certo-
mente umo formo de potencior o formoçõo de
novos geroções de cientistqs interessodos no
indústrio do espoço, criondo um sober nocio-
nol nestos motérios e dondo sentido prótico oo
investimento público reolizodo nesto missõo.
Quqse cinquento onos depois do escritor
britônìco de ficçõo científico Arthur C. Clorke
ter proposto q utilizoçõo de plotoformos no
espoço poro focilitor os telecomunicoções en-
tre dois pontos do Terro, os técnicos portugue-
ses conseguem tornqr o teorio reolidode. Nõo
fomos os primeiros, mos chegómos ló no grupo
do frente.
KOUROU - Cenlro Espociol
no Guiqnq Frqncesq
A implontoçõo de umo centrol espociol em
Kourou, em finois do décodo de I9ó0, foi de
certo modo prometedoro poro o futuro econó-
mico do Guiono Fronceso. Proporcionou pos-
tos de trobolho oos hobiÌontes locois, mqs de
momento o consequêncio mois evidente foi
ogrovor o desequilíbrio entre importoções e
exporÌoções e oumentor tonto os preços como
os solórios. A Guionq Fronceso é sensivelmente
mois pequeno do que Portugol e enconïro-se
dividldo em duos regiões: os plonícies coslei-
ros e o meseto interior. A moior porte dos seus
hobitontes vive oo longo do costo, especiol-
mente em Coyenne, o copitol.
A Guiono Fronceso situo-se o poucos grous
de lotitude norte do equodor. A temperoturo
médio onuol é de 26,6"C e o humidode é
elevodo. A médio onuol de precipitoçõo é de
2795 mm. Emboro nõo hoio umo estoçõo seco
propriomente dito, os quontidodes de precipi-
toçõo mqis elevodos ocorrem em Dezembro e
Joneiro e de Abril o Julho.
A elevodq temperoturo, oliodo o chuvos obun-
donÌes, foz com que nove décimos do poís
estejom cobertos de denso floresto tropicol; o
modeiro ó um dos grondes recursos oindo
inexplorodos dq Guionq Fronceso, mos o suo
obtençõo torno-se muito difícil, dodo o escos-
sez de tronsportes e o gronde voriedode de
órvores, visto nõo existirem florestos nqturois
de umq único espécie, como qs que se situqm
nqs loÌitudes médios. Nõo obstonte, os produ-
tos florestqis representom o principol fonte de
exploroçõo e incluem óleos essenciois de pou-
roso/ gomo dos órvores "boloto" e modeiro
poro construçõo. Poro um futuro oproveitomen-
Ìo industriol, plontorom-se em vórios regiões
coiu e pinheiro-dos-coroíbos. A Guionq Frqnce-
so possui grondes depósitos de bouxite perto
de Kow, o 48 km de Coyenne, mos otó ò doto
nenhum foi explorodo. Hó tombém pequenos
lozigos de lítio, urônio e chumbo.
Situodo no costo setentrionol do Américo do
Sul, bonhodo pelo Oceono Atlôntico o norte, e
fozendo fronteiro o sul com o Brqsil e q oeste
com o Surinom, o Guiono é um Deportqmento
ultromorino de Fronço e quolquer cidodõo de
um dos Estodos-membros do Comunidode pos-
so o olfôndego como quolquer fronteiro Ìerres-
tre do Fronço europeio.
Um territórÌo ultromorino que o Fronço troto
com especiolcuidodo considerqndo o nível dos
técnicos que trobolhom no Centro Espociol do
Guiono, em Kourou,e que desenvolvem o proiec-
to Ariqne. Esto cidode, situodo o 50 km do co-
pitol Coyenne, é cloromente mois desenvolvido
e benef icio de inf roestruturos que o copitol nõo
dispõe. Ali tudo giro ò volto dos que trobolhom
no Centro Espociol e os hóteis ficom repletos
quondo estomos o poucos dios de um lonçomento.
PoSAT'
ENTREVISTA
a
PoSAT E DOS tìtuAlS A/ANçADOS
NA CTASSE DOS 50 GIUILOS
O "pai" do satêlíte português explica que o seu "rebenro"-
só ê mini no tsmqnho e no Pesot Porque de resto
é um outêntico camPeão do esPaço
Foctor 4' O sqtélite português é um sotélite ou é
um sotelitezínho?
Corvqlho Rodrigues - O soÌéliÌe português sõo
45,8 quilos de electrónico.
As pessoos estqvom hobituodos o ver sqtélites
com vórios tonelodos, porque tinhom que ter moto-
res próprios poro reolizor funções que foziom sen-
tido quondo erom os grondes orgonizoções que
consÌruíom os sotélites.
Por outro lodo, os lonçodores erqm muito cqros e,
por isso, vqlio o peno meÌer muiÌos quilos de codo
vez. Entretonto, houve umo gronde revoluçõo nesto
coiso dos lonçodores e hoie vê empresos privodos,
como o Motorolo, o fozer mini-sotólites iguois oo
nosso poro construir umo rede de comunicoções
globol.
Como todqs os tecnologios, os espociois estõo
Ìombém no sendo do minioturi zoçõo. As grondes
estruturos, como o NASA, oindq nõo perceberom
isto, e por isso qrriscorom-se ò fqlêncio, conforme
ressolto do recente Relotório do Congresso
Norte-Americono. Só esÌruturqs leves e com óptico
empresoriol võo sobreviver nesie mercodo.
P - Mos em termos de copocidode o PoSAT tombém
é mìní, ou é, de focto, um sqtélite normol?
R - Dos sotólites do closse dos 50 quilos, é um dos
mois ovonçodos que se fizerom oÌé hoie no mundo,
quer no domínio dos telecomunicoções,,quer fundo-
mentolmenÌe no sistemo de novegoçõo. E o primeiro
vez num sotélite que voi um GPS - um sistemo de
posicionomento globol - e um sensor de estrelos,
poro que o posiçõo do sotélite seio obsolutomente
conhecidq.
P - O sotelite é um proiecto com iustíficação
económico?
R - O consórcio PoSAT teve um obiectivo triplo. Em
primeiro lugor, fozer com que emPresos portuguesos
enÌrossem no clube e no negócio do espoço. Conse-
guiu-se. Só no óreo dos serviços, que foi o coso dos
seguros, Portugol ló recuperou o investimento qqe
suportou o fqzer o mini-sotélite, Porque o sindicoto de
segurodoros que fez o seguro do PoSAT-l tem hoie em
corÌeiro poro ossinor opólices de ó0 soïélites, entre
lonçomentos e colocoçõo em órbito.
P - Componhìos portuguesos concorrem nessa
órea?
R - Sim, sim, um sindicoto de segurodoros portugue-
sos que é liderodo pelo Ïronquilidode e que inclui
quose todos os empresos de seguros.
Fozio oindo porÌe deste primeiro obiectivo entror
no negócio do Uniõo do Europo Ocidentol. Troto-
-se de um negócio que consiste em fozer portes,
peços, horos de engenhorio poro outros sotélites.
O segundo obiecÌivo do controto do consórcio
erq formor umo equipo de engenheiros, mestres e
operórios copozes de fozer equipomentos susceptí-
veis de irem poro o espoço.
Em terceiro lugor hovio o meto principol, que ero
colocor um obiecto no espqço. Todos os oblectivos
forom reolizodos.
P - Mos, no prótíco, o que é que este sotélite
ocrescento oo que iá temos disponível?
R - Este sotélite tem melhorios signifìcotivos foce o
idênticos obiectos, estó muitíssimo ovonçodo no
sisÌemo de novegoçõo. E um sistemo que voi permitir
tiror imogens muito concretos ò superfície do Terro
e é de tol moneiro ovonçodo que lhe posso dizer, em
primeiro mõo, que no dio ó de Setembro de
,l993,
mesmo ontes do sotélite estor lonçodo, o generol
Chefe do Estodo-Moior-Generol dos Forços Armo-
dos, generol Soores Corneiro, encomendou oo
consóicio três estoções poro estorem em locois
diversos do Poís e umo delos colocodo em meios
novois, o que voi permitir comunicoções iócticos.
O sotélite permite tombém fozer correio electróni-
co ò escolo globol e oumentor o competitividode
dos empresoi. Pot
"^"tplo,
dizio-me o engenheiro
Nobre do Costo que gosÌo rios de dinheiro o
mondor mensogens doqui poro Mocou Poro o
Efocec, que estô o implontor-se no Oriente' Diz ele
que, só no Efocec, sõo milhores de contos por mês
que voi poupor utilizondo o sqtélite como correio
electrónico.
P - AIém do mobilízação empresoriol que outros
resuhodos feve esÍe proiecto?
R - Vqi permitir ò Efqcec e òs OGMA, por exemplo,
qbsorver o moior porte dos 80 milhões de conÌos
que Portugol vqi ter que pogor por ser membro do
Uniõo do Europo Ocidentol e comporticipor numo
froto de sotólites.
P - Mos como é que võo recuperor esse dínheiro?
R - Por encomendos que o UEO voi fozer o essos
empresos, poro lhes fozerem portes, peços e horos
de engenhorio poro os cinco sotélites que o UEO voi
lonçor e que võo custor o Portugol 80 milhões de
contos, quer foço olgumo coiso poro esses sotélites,
quer nõo foço.
P - Quo/ o volor do PoSAT em termos de comuníco-
ções?
R - Hó umo mensogem que escopo o muito gente que
vive com o monio dos comunicoções. A mensogem
fundomentol é: isto é um negócio do espoço, nôo é um
negócio dos telecomunicoções. O negócio dos teleco-
municoções estó o dor prejuízo em todo o mundo. O
negócio que interesso é o negócio do oeroespociol,
nõo ó o negócio dos comunicoções.
P - Mos o sotélite fem ou não umo volêncío de
comunicoções?
R - Tem. Foz correio electrónico e foz de
"tronsponder" em tempo reol poro voz, dodos e
imogem. Senõo, o generol Soores Corneiro nõo o
querio poro nodo.
P - Permite tronsaccionor ots chomodos telefónicos?
R - Chomodos telefónicos nõo. Permite fozer comu-
nicoçõo entre duos esÌoções e em tempo reol, se
estiver ò visto dqs duos estoções.
P - Então, os utilizodores têm de ter umo estoção?
R - Certomente.
P - Quonto é que custa umo estoção?
R. - Umo estoçõo pode vorior entre 25 mil contos e
cento e poucos contos. Ou oté só ter um "bip-bip",
que custo uns quontos contos. Pode receber menso-
gens num "bip-bip" do tomonho de um grovodor.
P - Como é que um porticulor ou umo pequena
empreso utílizom os volêncios de comunicoção do
sotélite?
R. - Dirigese ò Morconi, estobelece um ocordo e, vio o
estoçõo de controle de SinÌro, vio Morconi, tem ocesso o
umo bose de dodos mundiol e tem ocesso o poder
comunicor com quem quiser no ploneto, desde que esse
olguém tenho um receptor, que pode ser um "bipbip",
que pode receber mensogens em tempo reol.
P - Portonb, o Morconi foz a exploroçõo do
negócio do comunícação?
R. - A Morconi é o responsóvel pelo missõo e pelo
exploroçõo do sotélite, que se lrodvz, fundomentol-
menle, no ocesso o boses de dodos o nível globol e
fozer de correio electrónico como encominhodor de
mensogens. Mos isso é o porte mois ínfimo do que
este sotélite foz. Devo dizer-lhe que, nos telecomu-
nicoções, Ìemos poro ió o cliente mois ovonçodo
que hó no Poís, que é o Sistemo lntegrodo de
Comunicoções Militores - o SICOM.
P - Quo/ é o pertil do clienteJipo em telecomunico-
ções poro este safêlite?
R - Sõo os Forços Armodos, os emboixodos e empre-
sos que se internocionolizorom e operom ò escolo
globol, desde os empresos de construçõo civil, posson-
do pelos empresos que fozem qs inÍro-estruturos, como
é o coso do Efqcec, que se implontou por exemplo em
Mocou. Agoro os mensogens que mondom poro ló
enviom-nos vio PoSAT.
P - Agoro folo-se 1á em rede, em NefSAï. Quolé o
mudonço? Nõo é openos umo multiplicoção...
R - Nõo é só umo multiplicoçõo. Existiom vórios
proiectos relqtìvos o mini-sotélites, o sistemos glo-
bois plonetórios, porque o nosso sotélite dó umo
volto codo I l0 minutos, ou novento e tol minutos e,
portonto, nõo se pode fozer tudo em ligoçõo direc-
to. A ideio ogoro é envior poro o espoço umo rede
de sotélites que permito umo coberturo globol e
directo o nível.plonetório.
P - /sso represento um gronde posso...
R - Houve umo gronde tronsformoçõo no indústriq
oeroespociol. Deu.se este fenómeno: os lonçodores
erom muilo coros, portonto iustìficovo-se fozer soté-
lites geoestocionórios. Num geoestocionório pu-
nhom-se 100 quilos de telecomunicoções e 10
tonelodos de motores. A moior porte do sqtélite
geoestocionório nõo é poro fozer comunicoções.
Sõo motores de hidrozino poro o monterem quieto,
porque, como o Terro nõo é redondo, se os motores
do geoestocionório nõo estiverem octivodos, eles
ficom q 3ó mil quilómetros mos o22 grous Norte,
que é conhecido como o cemitério dos geoesto-
cionórios.
Subitomente, com o fim do guerro-frio, ocobo-
rom-se os mísseis intercontinentois, possou o hover
muitos lonçodores e o preço do lonçomento veio por
oí obqixo. Pioneiro nisto foi o Motorolo, que ió
encomendou ò Federocõo Russo o lonçomento de
2l mini-soÌéliÌes, que só pesom Z0 quilos, mqs que
sõo Z0 quilos de electrónicq e nõo de motores.
O sistemq de observoçõo do Terro do UEO
ïombém é Ìudo órbitq bqixo. A Federoçõo Russo fez-
-nos umo proposto de meter I 0 sotélites dos nossos
de umo virodo, o bordo de um míssil.
P - Quonfo é que cusfo ogoro um lançomenfo?
R - Um lonçomento, com seguro, custo
.l20
mil
contos. Produzir o sotélite custo
,l50
mil. Portonto,
o outocorro custo tonÌo como o possogeiro.
P - Quonto d NetSAL O que é que se voí fozer, em
concreto?
R - Pois. As empresos porticipontes ficorqm o sober
que tinhom o copocidode poro fozer sotólites. A
Efocec, o INETI e os OGMA fozem os sotélites que
forem precisos. Fozemos porque nõo precisomos de
ter motores. E com os focilidodes no lonçomento é
possível pô-los no espoço.
A Motorolo, por exemplo, controtou com o Fede-
roçõo Russo o lonçomento de 77 sotélites, poro o
seu sistemo lridium de comunicoções públicos.
Nós pretendemos construir um sistemo privotivo
de comunicoções ò escolo globol.
P - Privotívo de quem?
R - Privqtivo de Portugol. AnÌigomente nõo hovio
telefones internos em nenhumq orgonizoçõo. Sobe
porquê? Porque o lomonho do centrol poro os
telefones internos ero o edificio. Mos hoje nõo hó
edifício que nõo ienho telefone interno. Porquê?
Porque o tomonho do centrol é mínimo. Como nós
fozemos sotélites muito bqrotos, como o lonçomento
é muito boroÌo, nós podemos ter um sistemo privo-
tivo de comunicoções. Privotivo neste sentido, de
telefone interno de comunicoções.
P - Mesmo no sentido de telefone?
R - Mesmo no sentido de telefone.
P - A NetSAT permite um telefone ínterno nacionol?
R - Exoctomente. lnterno ò escolo globol.
P - A rede NefSAI permile ofirmor que o custo da
comunicaçõo voi boixor estrondosomente?
R - Por exemplo, se vir os contos entre emboixodos,
verificoró que é umo pouponço brutol.
P - É possível substituir a utilizoçõo de cobos
submorinos e de sotélites internocionois?
R - Compleiomente. Nõo poro todo o genÌe, nõo é
poro o comum dos mortois.
P - Porque nõo?
R - Porque o sistemq nõo foi desenhodo pqro esse
fim. Foi desenhodo poro Portugol ter um sistemo
privotivo de comunicoções poro qs suos obrigoções
como Estodo e pqrq o oumento do competitividode
dos suos empresos que operom ò escolo globol.
rË!tü
P - Instituições públicos, grondes empresos...
R. - A bonco, os seguros e empresos que trobolhom
ò escqlo globol.
P - Poro funcionar em termos de telecomunicoções
wlgares o copocidode exigido serio muíto diferente?
R. - Nõo. Nõo é muito mois diferente. Posso dizer-
Jhe que o nosso sistemo é composto por 26 sotéliÌes,
con 40/50 quilos, e que o sistemo do Motorolo,
que é poro comunicoções públicos, sõo77 sotélites
camTO/100 quilos de peso.
Outro mistificoçõo que os pessoos têm no cobeço
é que hó muiios sotélites. Sobe quontos sotélites hó
desde o início, de 1957 oIê hoie, colocodos em
órbitq? 2084. Veio quem é que os pôs ló. Nós
somos o décimo quinto poís o pôr um objecto desÌes
no esPoço.
P - A tecnologio do satélite não é de origem
porlugueso. Quol é o suo roiz?
R - Americono.
P - Como é que houve o transferêncio de lecnologio
poro os técnícos portuguesesr poro os empresos
envolvidas?
R - Foi otrovés de um controto com umo universido-
de
- o Universidode de Surrey
- que estó ouiorì-
zodo pelos omericonos o fozê-lo. Os omericonos
nõo o podem fozer, de modo que utilizom esso vio,
que foi o vio que os coreonos tombém utilizorom.
P - Como vê os ofirmoções de olguns críticos que
considerom o Satélite PoSAT-l como muíto pouco
português?
R - Nõo devemos dor importônciq o esse tipo de
questões. Bostovo ler o obiecto do Contrqto de
constiiuiçõo do consórcio poro se perceber que o
que estovo em couso ero o tronsferênciq de tecnolo-
gio. Mos ió ogoro ó bom que se soibo que nodo dos
2 modelos de sotélite
- um que estó o voor e outro
que estó nqs OGMA
- foi produzido, montodo e
testodo senõo por operórios, técnicos e engenheiros
de empresos portuguesos porticipontes no Consór-
cio. lsto é "know-how" que nõo se odquirio de outro
modo e sem que tivesse hovido o tronsferêncio de
tecnologio referido.
Resultou de tol moneiro bem que em Kourou os
operoções finois do sotélite omericono HeolthSAT
forom entregues ò equipo de engenheiros portugue-
ses oí presentes e que forom o Monuel Seixos e o
Deodoto Cordoso dos OGMA, o Fernondo Costo
dq Morconi
"
o Ór.or" Borboso do EFACEC.
P - E o pivot de todo esso operoçõo de tronsferêncio
de tecnologio quem foì?
R - O pivot foi um coniunto de treze engenheiros.
Mos desde operórios oté mestres e engenheiros
todq o gente fez tudo do sotélite.
P - Tudo bem, mos o tecnologia é suficientemente
sofisticodo poro exígir...
R - ...O entendimento o diversos níveis. Umo coiso
é o gesto do profissõo, outro é o entendimento.No
gesto de tudo somos umos vinte e tol pessoos. Sete
têm um entendimento completo. Sou eu,,José
Rebordõo, Miguel Leitmon, Deodoto Cqrdoso, Oscor
Borboso, Joõo Botolho e Fernondo Costo.
P - E quem é que construiu, de focfo, o sotélite?
R - Quem o ossernb/ou todo e quem opertou os
porofusos todos foi o enge Deodoto Cordoso.
P-Equoléoseupopel?
R - E formor e monter umo equipo de instituições que
nõo têm nodq o ver umos com os outros. Fozercom que
os pessoos que trobolhom no proiecto tenhom mois
leoldode oo proiecto que o quolquer dos orgonismos
de origem. Resolver os ospectos legois, finonceiros,
motrículos nos Noções Unidos e obtençõo dessos
coisos todos. Foi gerir o gronde proiecto.
sw W'. a8lllt
ffiffiM
liÍ
ol
Alritude dq órbito
- 820 quilómetros
Anfenqs de emissão
(UHF) e recepçõo(VHF)
- Tqnto os quotro ontenos de emis-
sõo, colocodos nos vértices infe-
riores do sotéliÌe, como o onteno
de recepçõo, que é centrol, sõo
de oço inoxidóvel niquelodo e
têm umo secçõo em meio cono,
como umo fito métrico metólico.
Bqteriqs
- Como duronte mois de um terço
do seu tempo de vido o PoSAT-l
se encontroró em condições de
eclipse (sem sol), os poinéis solo-
res nõo sõo suficientes poro for-
necer o energio de que necessi-
to. O sotélite possui ossim dez
boterios recorregóveis níquel-
códmio, que sõo corregodos
pelos poinóis solores.
€usto do totql PoSAT-l
- 930.000contos, dosquois Z0 por
cento forom suportodos pelo PEDIP
e'30 por cenlo pelos empresos
porticipontes; 300.000 contos fo
rom usodos no pogomento ò Uni-
versidode de Surrey pelo honsfe
rêncio de tecnologio; os restontes
ó30.000 destinqrom-se oo pessG
ol, equipomento, estoçõo de terro,
lonçomento, seguro.
Deteclor
de poÉículqs cósmicqs
- Experiêncio quetem comoobiec-
tivo medir os portículos que bom-
bordeiom o sotélite duronte o suq
órbito e identificor possíveis cou-
sqs de funcionomento qnómolo
dos componentes electrónicos.
Dimensões
- O corpo do sotélite é um porolele
pípedo de secçõo quodrqdo onde
codq foce lem 55 cm por 35,ó cm.
O mosÌro de estobilizoçõo possui
seis metros de comprimento.
Electroímqnes
- Os seus cinco electroímones sõo o
único "meio de propulsõo" do
PoSAT-1. Sõo oquilo o que os
técnicos chomom "sistemos possi-
vos de estobilizoçõo". AÌrovés do
induçõo de correntes mognéticos
nos electroímqnes, e usondo o oc-
çõo do co mpo mog nético terrestre,
é possível olteror o posiçõo do
sotélite e o suo oltitude-o sítio poro
onde o sotélite estó voltodo. Pod+
se tombém poror, inverter ou ocel+
ror o rotoçõo do PoSAT.
Estruturq
- O corpo do PoSAT-l é cons-
tituido por umo série de I I ele-
mentos modulores de olumínio,
sobrepostos como umo série de
govetos. Codo umo destos gove-
tos contém equipomenÌo electró-
nico diverso. A goveto inferior
olbergo os bocterios e cômqros
de detecçõo remotq e estó ligodo
qo qnel de fixoçõo qo Arione. A
goveto superior tem denÌro o
mostro de estobilizqçõo e os sis-
temos de novegoçõo (sensor de
estrelos, GPS, mognetómetro ex-
terior, sensores do Sol e de hori-
zonte).
Groços oos seus sistemos de no-
vegoçõo, o posiçõo do PoSAT no
espoço pode ser conhecido em
quolquer momento com umo pre-
cisõo de 200 metros.
Mognetómetros
Aporelhos que medem o compo
mognético do Terrq nos três eixos
relotivos oo sotélite. O PoSAT
possuidois desies sensores. Como
o compo mognético que envolve
o Terro vorio do Equodor poro os
pólos, o PoSATI pode obter in-
formoçõo sobre o o suo locolizo-
çõo otrovés do mediçõo do com-
po mognético e do formo como
este vorio.
Locqlizqcõo
Mqstro de estqbilizqcõo
ou ttboomtt
' O "boom" é umo espécie de
onteno telescópico que serve poro
estobilizor o sotélite opós o seu
lonçomento, reduzindo a suo ve-
locidode de rotoçõo no espoço.
E constituído por umo molo enro-
lodo que, umq vez oberto, formo
um mostro de seis metros de
comprimenio. No porto tem umo
mosso de 2,5 quilos. O "boom"
tem o corocterísticq de ser q úni-
co peço móvel do PoSAï-l . Umo
vez oberto, nõo pode ser recolhi-
do.
órbitq
- Órbito Circulor, polor, heliossín-
crono, com umo inclinoçõo de
98,ó grous. Codo órbito é reoli-
zodo em l0l minuÌos. O sotélite
efectuo I 4 ou I 5 órbitos pordio,
em médiq. Cinco ou seis vezes
por dio o PoSAT I estoró oo
olconce do estoçõo terrestre, du-
ronte períodos de
'l
2 o
'15
minu-
tos. Só de lB em lB dios o
sqtélite possoró exoctomente so-
bre o mesmo ponto do Terro.
Pqinéis solqres
- As quotro foces do PoSAT encon-
trom-se cobertos por quotro poi-
néis solores de orsenioto de gólio,
codo um dos quois possui 1 344
célulos solores com umo eficiên-
cio de conversõo do luz solor em
electricidode de 19 por cento.
Os poinéis constituem o fonie de
energio de todos os sistemos o
bordo. Codo poinel gero 34
wotts. A estruturq dos poinéis é
de olumínio, sendo o seu interior
em formo de "ninho de obelhq".
Peso
- 50 quilos
Processqdor centrql
(8OC r 8ó)
- Apesor do seu ospecto modesto,
é este o cérebro do PoSAT. Todo
c gestõo do sotélite é feito por
este "chip". Em cqso ovorio,
corém, é possível encqrregor
cukos processqdores do gestõo
cc oporelho.
R.eceptor GPS
' )ernnite conhecer o locolizoçõo
:c PoSAT I relotivomente q um
::nlunto de sotélites que dó pelo
-crne de Globol Positioning
S',,stem (GPS). Os receptores ou
sersores GPS chegom o possuir
-*c precisõo de dez meÌros no
:e, posicìonomento. No enton-
': devido ò gronde velocidode
:e Ceslocoçõo do PoSAT 1 (mois
:e 25 mil quilómetros por horo),
: s sïemq só permitiró, nestecoso,
-*c precisõo dq ordem dos 200
-e-ros. Os dodos obtidos pelo
3)S serõo depois relocionodos
:.* os do sensor de estrelos, de
::'no o obter o moior precisõo
::'ssível no posicionomento do
:ccrelho. O PoSAT 1 é o primei-
-: rricrossotélite do mundo lon-
::Co com um sensor GPS.
R.otoções
- 3 PoSAT-l doró em médio umo
,clio sobre si próprio de seis em
seìs ou de dez em dez minutos.
lste movimento de rotoçôo tem
:cmo principol obleciivo evitor
:ue o sotélite opresente sempre o
'iesmo lodo oo Sol, poro impe,-
:ir um oquecimento excessivo. E
cossível, no entonto, ocelerqr q
.otoçõo do sqtélite, retordó-lo,
oqró-lo ou mesmo virólo de "co-
ceço poro boixo".
Sensor de estrelqs
- Troto-se de umo cômqrq seme-
lhonte òs vídeo, cujo sensor é
sensível ò rodioçõo dos estrelos.
Cbservo em permonêncio umo
:-:: do céu de nove por sete
:-l,s e seleccionq qí cinco ou
seis dos dez estrelos mois bri-
ihontes, visíveis no olturs. O sisie-
mo estudo o posiçõo relotivo des-
sos estrelqs e comporo esso infor-
moçõo com umo bose de dodos
que é de focto um "cotólogo" dos
estrelqs mois brilhqntes dos dois
hemisférios. A portir do identifi-
coçõo dessos estrelqs e dq qnóli-
se do formo como esso informo-
çõo mudo, é possível conhecer o
posiçõo e otitude do sotélite com
gronde rigor. Os dodos do sensor
de estrelos permitirõo determinor
o posiçõo do PoSAT I com um
rigor de 100 metros e o suo
qtitude (poro onde estó virodo)
com o precisõo de 0,'l grou.
Sensores de deteccõo
remolq
- Sõo duos cômorqs semelhontes
òs cômorqs de vídeo comerciois,
colocodqs no goveto de boixo
do sotélite. Umo delos possui
umo resoluçõo de dois quilóme-
tros, o outrq umo resoluçõo de
220 meÌros. Os dodos do sisÌe-
mo de novegoçõo nõo permitem
soberexoctqmente, em codo mo-
mento, poro onde estõo o opon-
tor os cômqrqs. Hó umo impreci-
sõo de ó0 quilómetros que só
poderó ser resolvidq otrovés do
observoçõo de um mopo. As cô-
moros obtêm imogens dqs zonos
pretendidos e o sistemq qrmoze-
no os imogens qté pqssor oo
qlconce do estoçõo terresÌre,
enviqndo-qs nesse momento. As
imogens ïombém podem ser pro-
cessqdqs o bordo.
Sensores do 5ol
- Troto-se de duos coixos pretos
ocos com ronhuros que deixom
entrqr o luz e cuio superfície é
sensível ò mesmo. A qnólise do
ôngulo de entrodo do luz do Sol
permite conhecer o otitude do
sqtélite.
Temperoturo
do sqrélire no espqço
- A Ìemperoturo ombiente dentro
do sotélite seró de 25 grous no
porte inferior e 0 grous no porte
superior. A temperoturo é contro-
lqdq usqndo o rotoçõo do pró-
prio sotélite e q suo exposiçõo oo
Sol. Em médio, o PoSAT estó
exposto ò luz solor durqnte cerco
de ó0 minutos e ò sombrq do
Terrq qo longo de pouco mois de
30 minutos. A temperoiurq exte-
rior o que o sotélite estoró suieito
fico próximo do zero obsoluto
l27e grous negotivos).
ttTronspulers"
- Codq "tronsputer é, por si, um
computodor de pequeno copoci-
dode especiolmentevococionodo
poro processomento porolelo. Em
oplicoções como o onólise de
imogens, os redes dos "trons-
puters" irobolhom muito mqis
depresso do que os computodo-
res hobituois. Os "tronsputers"
do PoSAT võo servir poro proces-
sor os dodos obtidos pelo siste-
mo de detecçõo remoto, pelo
sensor GPS e pelo sensor de
estrelos e poro, com eles, olimen-
tor o sistemo de novegoçõo, de
modo q que este posso fozer os
correcções eventuolmente neces-
sórios.
Velocidqde
- Umq vez em órbito, o PoSAT
'l
voo o 2000 meÌros por segundo
(25.200 quilómetros por horo).
Vidq útil
- O PoSAT I foi concebido poro
um tempo de vido de cinco onos
mos, se Ìudo correr bem, poderó
monter-se operocionol duronte
oito. Os seus componentes pos-
suem umo vidq útil muito superi-
or, emboro nõo seio de esperor
que o sotélite se posso monter em
órbito depois disso. Ao fim de
oito o dez onos, o órbito do
sotélite começoró o degrodor-se
e o PoSAT 1 desintegror-se-ó no
oimosfero.
le
TO
)U
'e
o.
'ìo
le
lo
rtt
ri-
ìo
ni-
tn-
le
ll r-
ite
o/
es
lo
lu-
ìu-
o
ìq
)n-
oi-
to,
+4
in-
)m
to.
de
,o
34
;é
ior
,ll
).
EMPRESA
AS O.G.M.A. E O DESENVOTVIMENTO
DA INDUSTRIA ESPACIAI
Mqnuel dos Ssnlos Coelho*
s Oficinos Gerois de Mote-
riol Aeronóutico (OGMA)
:-:ederom em
,l928
oo entõo
::-cminqdo Porque de Moteriol
:="oróuiico criodo em I9,l8 e
- : orom o suo octividode
:e"*qdo no monufqcturo, sob li-
:i-:c. de qviões e motores poro
: :'.,'cçõo militor, pois no olturo
:: -ecessidodes de monutençõo
:-:- muito reduzidos.
i :rioçõo do Forço Aéreo Por-
--:-eso (FAP) em 1952 e o focto
:: : .nesmo possqr o operor fro-
-:: :e elevqdo coriz tecnológico
: -: , ocou nos OGMA sucessivos
octuolizoções dq suo copocido-
de de resposto, o que implicou o
grodotivo operfeiçoomento e es-
peciolizoçõo do pessool, o
melhorio dos infro-estruturos, o
modernizoçõo do equipomento,
o oquisiçõo de novos iecnologios,
técnicos de orgonizoçõo e rocio-
nolizoçõo dos métodos de trobo-
lho.
Duronte q décodo de sessento,
os necessidodes de regeneroçõo
do moteriol do Forço Aéreo ou-
mentorom e os OGMA tiverom
um crescimento importonte, de
formo o poderem cumprir o suo
missõo estrotégico.
Com o fim do guerrq coloniol
ossisie-se o umo reduçõo quonti-
Ìotivq do octividode do FAP, cons-
tituindo este período umo fose
extremomente difícil foce oo ele-
vodo desoiustomento entre os ne-
cessidodes de trobolho e os mei-
os disponíveis, com reolce poro
os recursos humonos.
No entonto, no porte finol do
décodo de setento, como resultq-
do de umq estrotégio definido em
reloçõo òs OGMA pelo Forço
Aéreo, centrodo no modernizo-
çõo dos seus sistemos de ormos,
deu-se início o um esforço signifi-
cotivo de promoçõo do suo copo-
cidode técnico no mercodo exter-
no, de modo o obter trobolho que
gorontisse o utilizoçõo do copo-
cidode instqlqdo, tonto oo nível
de pessool como de meios de
equipomento.
Esto estrotégio, que teve pleno
sucesso, foi vióvel grqços oo Estq-
tuto de Estqbelecimento Fobrilcom
outonomio qdminisÌrotivq e finon-
ceiro e qindo oo reconhecimento,
em 1972, como umo Orgonizo-
çõo lndustriol o cuio octividode
se oplicom os princípios e normos
que regulom os empresos privo-
dos.
A lndústrio Aeroespociol, inte-
grondo os vectores Aeronóutico e
Espociol, represento hoie um for-
te foctor de progresso, porquon-
to, poro olém de compreenderem
umo omplo gomo de produtos e
de possibilidodes de desenvolvi-
mento e de cooperaçõo, obron-
gem umq diversidode significoti-
vo de óreos de octividode e de
sectores de ponto desde o electró-
nistério do Ploneomen-
e do Administroçõo
do Território
nico oos moteriois compósiÌos,
mecônico de precisõo, qerodinô-
mico, metolurgio ovonçodo, pro-
pulsõo e mesmo ò próprio medici-
no oeroespociol.
No linho dos olteroções octuol-
mente em curso e no perspectivo
de mudonço de estoÌuto, os
OGMA, emboro solvoguordon-
do no suo missõo os ospectos
relocionodos com o prossecuçõo
de objectivos essenciois e vitois
poro o segurqnço nocionol, irõo
prosseguir o seu esforço no senti-
do do desenvolvimenio de umo
lndústrio Aeroespociol codo vez
mois forte.
Esse esforço incide fundomen-
iolmente nos óreos de lnvestigo-
çõo e DesenvolvimenÌo, de Con-
cepçôo e Proiecto, incluindo
grondes modificoções de oerono-
ves e de fobricoçõo de componen-
tes e sistemqs oeroespociois, sem
preluízo dq continuidqde e conso-
Ministêrio do
Defeso
Progromos de
Noturezo
Espociol
lidoçõo do prestoçõo de serviços
no óreq de monutençõo oeronóu-
tico e dos fqbricos mois simples.
O modelo utilizodo poro otin-
gir os objectivos de desenvolvi-
mento pretendidos previo, entre
outros, qs linhos de forço refe-
renciodos no quodro desto pógi-
no (ver oboixo).
De umo formo mois concreto,
enumerom-se seguidomente olgu-
mqs dos ocções mois relevontes
que levorom os OGMA ò situo-
çõo octuol:
- A cricçõo recente de um Depor-
Ìomento de Engenhorio Centrol
tendo em visÌo, por um lodo,
optimizor o esforço que vinho
sendo feito em olgumos óreos
e, por ouiro, orientor os recur-
sos disponíveis numo perspecti-
vo de desenvolvimento foi, de
entre outros, umo dos medidos
de corócter orgonizocionol
reolizodos.
Ministério do
lndústrio e Energio
Empresos
Universidodes e
lnstitutos
Progromos
Europeus
de l+D
Progromos
lndusiriois
Europeus
- Reforço de recursos
humonos quolificodos
- Reforço de meios
informóticos
- Medidos de noturezo
orgonizocionol
A por destos medidqs proce-
leu-se ò odmissõo de Enge-
nheiros e ò oquisiçõo de meios
nformóticos, nomeodomente
um sistemo de CAD (Computer
Aided Design) poro proiecto
cerospociol.
- A porticipoçõo em Esponho
Ce Engenheiros no proiecto
Co simulodor pqrq o qviõo AZ
- P do Forço Aéreo Portugueso
{FAP}, no seguimento do políti-
co de controportidos indus-
-riois, consiitui um focto deÌer-
ninonte em termos de oqui-
siçõo de "know - how" que
cossibilitou o octuol posiçõo
de lideronço dos OGMA, no
Cesenvolvi mento e fobricoçõo
de um simulodor poro o oviõo
Epsilon do FAP.
De solientor oindo que, com
visto o potencior o grupo de
simuloçõo que entretonto se
constitui nqs OGMA, foi recen-
iemente ossinodo um protocolo
de cooperoçõo com o INETI no
referido óreo, o quol se consi-
dero de gronde imporÌôncio
poro o resposto òs necessido-
des nocionqis e estrongeiros.
O desenvolvimento de reloções
industriois com diversos empre-
sos de reconhecido competên-
cio oeronóutico no Europo, seio
em termos de "risk-shoring" ou
em mero conÌrqto de sub-
controtoçõo, solientondo-se o
fobricoçõo de componentes
pqro o Airbus, o Eurocopter e o
Dornier.
A lógico industriql subiocente o
esto octividode de molde o otin-
gir-se um estódio de "prime -
controctor" consiste em proce-
der groduolmente como se indi-
co:
l.e Montqr coniunÌos com pqr-
tes fornecidos do exlerior.
2.e Fobricor portes com moteri-
ol fornecido do exÌerior e
executor o montogem Íinol.
3.e Compror moteriol, fobricor
portes, e proceder ò monto-
gem finol.
4.q Porticipor com Engenhorio
no processo e no concep-
çõo.
5.e Assumir o responsobilido-
de de "prime controctor"
No fobricoçõo Aeronóutico os
OGMA encontrom-se entre o
I .e e4.n posso, dependendo do
"poriner" com o quol se tem
controto.
Nesto óreo, diversos proiectos
que implicorom reopetrecho-
mento industriol forqm co-finqn-
ciqdos pelo PEDIP.
- A intervençõo, ob-inítio, em
grondes progromos europeus
de desenvolvimento de novqs
qeronqves permitindo o por-
ticipoçõo no proiecto de formo
o oumentor o copocidode de
Engenhorio, qo mesmo tempo
que se identificqm "niches"
tecnológicos de moior interesse
e se osseguro posteriormenÌe
umo quoto no segmento de fo-
bricoçõo e no suporte logístico
duronte o respectivo ciclo de
vido.
Neste sentido estõo os OGMA
o porticipor, por indicoçõo do
MinisÌério dq Defeso, no con-
sórcio europeu poro o desen-
volvimento do oeronqve de
tronsporte que viró o suceder
oo C-130, o FLA (Future Lorge
AircrofÌ) . Neste consórcio poro
olém dos OGMA porticipom o
Alénio (ltólio), Aerospotiole
{Fronço) o Deutsche Aerospoce
(Alemonho), o Bristish Aeros-
poce (lngloterro), o CASA
(Esponho) o Flobel (Bélgico) e
o Tusos (Turquio).
Neste momento, o progromo
FLA encontro-se no fose de
viobilidode, o quol precede o
desenvolvimento que se espe-
ro inicior em
,l995.
Por ouÌro lodo, os OGMA
ocomponhom o evolu-
çõo dos estudos reloÌi-
vos oo Advqnced Am-
phi bious Ai rcroft - AAA,
oviõo cuio principol
missõo é o de otoque o
incêndios, esperondo-
se que ovonce em bre-
ve o seu desenvolvimen-
to.
A octividode em pro-
iectos de invesÌigoçõo
e Desenvolvimento tem
sido executodo quer no
enquodromento de pro-
gromos euroPeus/ como
o BRITE /EURAM e o
EUCLID, quer no ômbi-
to do AGARD, princi-
polmente no óreo de
moÌeriois e de electró-
nico. Diversos proiec-
tos de desenvolvimen-
to, nomeodomente no
óreo de fobricoçõo de
componenÌes qeronóu-
ticos, foro m co-fi nqncio-
dos pelo PEDIP. De no-
Ìor oindo o proiecto de
desenvolvimento de um
ATE {Automoted Test Equip-
menÌ) finonciodo pelo Ministé-
rio do Defeso, desenvolvimen-
to que complemento o copoci-
dode ió existenie nos OGMA
de geroçõo de softwore de tes-
te, permitindo no suo globoli-
dode o exploroçõo do impor-
tonte mercodo de tesÌe de
equ ipomento oeronóutico.
A porÌicipoçõo em progromos
de nqturezo espociol, Ìois
como o do Estoçõo de Troto-
mento de lmogem vio sotélite
em Modrid, no ômbito do
Uniõo Europeio Ocidentol
(UEO), proiecto que é desen-
volvido em ombiente de con-
sórcio europeu lìderodo pelo
empreso Croy Systems. Com-
plementormente, os OGMA
porticipom no consórcio do
sotélite português PoSAT-,ì, no
quol fobricorom componentes
e porticiporom no integroçõo
de subconiuntos de corócter
espociol e no execuçõo de
e n so ios.
Construírom oindo um Mode-
lo de Engenhorio e irõo porti-
cipor no execuçõo do Modelo
Didóctico.
- Por fim, sublinho-se o inten-
sificoçõo do cooperoçõo com
Universidodes, Empresos e
lnstitutos, quer nocionois quer
estrongeiros, com visto o
potencior os sinergios existen-
tes.
É neste ombiente que se es-
pero implementor o Plono Di-
rector de Engenhorio Aeros-
pociol, octuolmente em exe-
cuçõo nos OGMA, o quol per-
mitiró identificor os óreos
tecnológicos de moior interes-
se, em reloçõo òs quois se ou-
mentoró o esforço de de-
senvolvimento com me-
todologio bem defi-
nido.
O corócter multidis-
ciplinor no lndústrio
Aerospociol, o necessi-
dode de recursos hu-
monos de elevodo quo-
lificoçõo, os ferro-
mentos de proiecto e
equipomenÌo, o orgo-
nizoçõo de normos e
de processos poro se
obter os certif icoções
de Quolidode impres-
cindíveis, qcqrretom
sem dúvido um esforço
tecnológico consideró-
vel, um nível de investi-
mento importonte e umo
cloro determinoçõo
poro se trqbolhor em
cooperoçõo.
Espero-se que o im-
plementoçõo do Plono
Director de Engenhorio
Aerospociol, em elobo-
roçõo de formo hormó-
nico com o Progromo No-
cionol de Ciêncios e
Tecnologios do Espoço, obte-
nho o decisivo opoio do Gover-
no, permitindo que se ossumo
umo posiçõo codo vez mois for-
te e competitivo no seio de ln-
dústrio Aerospociol mundiol e
oiude o consolidor os "niches"
Ìecnológicos de moior interesse
poro Portugol.
* Coronel Engenheiro Elecïrolécnico
cHEFE DE SERVIçOS
ENGENHARIAE PROGRAMAS
,**T€R Ul'Í sAïELlï6ï á ÊLJïnA C0{ çAf *,n
ç -'
' .j:
'1:
'
d' ,.. r
./"a;*-: {'
i
l,
;.
i
:t' l
"r:#"@
..':ì1,
'...-... ,l' : rfÀ
STãLLÃ
Micrasaï :
í r- A I f-L LÔ
^
T-
f-1.l1L I n)r'] I
KIïSÊ,T-3
PCSAï .i
IYESÁ.T 1
iïÂ1,Ì5Aï
. __;*
%
f,H',#p#
KÜUROtJ I??3 t
I
'fii; f
ift'
Á -;4",
.or1Ët :
w
#ffi

Weitere ähnliche Inhalte

Empfohlen

Product Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage EngineeringsProduct Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage EngineeringsPixeldarts
 
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthHow Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthThinkNow
 
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfAI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfmarketingartwork
 
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024Neil Kimberley
 
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)contently
 
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024Albert Qian
 
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsSocial Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsKurio // The Social Media Age(ncy)
 
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Search Engine Journal
 
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summarySpeakerHub
 
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd Clark Boyd
 
Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Tessa Mero
 
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentGoogle's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentLily Ray
 
Time Management & Productivity - Best Practices
Time Management & Productivity -  Best PracticesTime Management & Productivity -  Best Practices
Time Management & Productivity - Best PracticesVit Horky
 
The six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementThe six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementMindGenius
 
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...RachelPearson36
 
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...Applitools
 
12 Ways to Increase Your Influence at Work
12 Ways to Increase Your Influence at Work12 Ways to Increase Your Influence at Work
12 Ways to Increase Your Influence at WorkGetSmarter
 

Empfohlen (20)

Product Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage EngineeringsProduct Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
 
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthHow Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
 
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfAI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
 
Skeleton Culture Code
Skeleton Culture CodeSkeleton Culture Code
Skeleton Culture Code
 
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
 
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
 
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
 
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsSocial Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
 
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
 
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
 
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
 
Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next
 
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentGoogle's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
 
How to have difficult conversations
How to have difficult conversations How to have difficult conversations
How to have difficult conversations
 
Introduction to Data Science
Introduction to Data ScienceIntroduction to Data Science
Introduction to Data Science
 
Time Management & Productivity - Best Practices
Time Management & Productivity -  Best PracticesTime Management & Productivity -  Best Practices
Time Management & Productivity - Best Practices
 
The six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementThe six step guide to practical project management
The six step guide to practical project management
 
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
 
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
 
12 Ways to Increase Your Influence at Work
12 Ways to Increase Your Influence at Work12 Ways to Increase Your Influence at Work
12 Ways to Increase Your Influence at Work
 

Factor4 outubro 1993 sobre o PoSAT-1

  • 1. lcorô,rúig.io,.ÍlórrêSiaÈ..rrr,, t ,,di ,iiificq . Relqtório Forler . Colçqdo investe
  • 2. DESTAQUE I PoSAT-l PORTUGAT EM ORBITA Ersm O3ho7m35s do dio 26 de Setembro, em Portugal continentol, quando o primeiro satélite no,cíono,l foi largodo no espsço pelo foguetão Ariqne 4O, que descolarq dq bqse frqncesq dq Guio,nq. Assistindo so qconlecimento em directo pela televisão, o País inteiro enlrou em ôrbito com o PoSAT- I . ez-se Histório no último domingo de Se- tembro de 1994. Pelo primeiro vez, Por- tugol colocou no espoço um obiecto construído por iécnicos nocionois. O significodo completo deste ocontecimento só o futuro escloreceró completomente, mos ió nõo restom dúvidqs de que - contro o descrenço e o negotivismo lõo corocterísticos de um certo modo de ser portu- guês - existe no nosso Poís umo equipo de cientistos e técnicos superiormente preporodos e com determinoçõo suficiente poro levor o bom Ìermo umo missõo complexo, que colocou Portugol no clube dos quinze poíses com sqté- lites ortificioìs próprios. Enquonto em Portugol muito gente seguio o ocontecimento otrovés do televisõo, no Guiono Fronceso um grupo de portugueses vivio minuto q minuto o desenrolor do missõo do Arione, porticipondo, codo um o seu modo, no nosci- mento oficiol do primeiro sotélite nocionol. Do expediçõo ò Guionq foziom porte, olóm dos técnicos do missõo portugueso, o Ministro do lndústriq e Energio, Miro Amorol, represen- tqntes dos membros do consórcio PoSAT-l e iornolistos de vórios orgõos de comunicoçõo sociol, que encherom olgumos póginos dos respectivos iornois e horos de emissõo dos respectivos ródios e televisões, contondo o oventuro tim tim por Ìim tim. Atrqso de 24 horqs Ao contrório do que estovo progromodo iniciolmente, o Arione nõo descolou no dio 25 de Setembro, pois controtempos operocionois
  • 3. obrigorom oo odiomento por 24 horos do lon- çomento do foguetõo. Foi mois um dio de ongústio poro todos quontos se tinhom deslocodo ò Américo do Sul poro testemunhor o evento. Foi tombém umo rozõo ocrescido poro comemoror o pleno su- cesso do lonçomento no dio seguinte, com chomponhe, muito olegrio e hino nocionol. Depois de lorgodo no espoço, o PoSAT ficou o dor combolhotos, onimodo de um movimento complexo e em estodo de vido lotente, quer dizer, com os sisÌemos operocionois o funcio- nor mos ò espero que sinois enviodos de Terro lhe ìndicossem o que devio fozer. Nesto oliuro, os suos movimentoções ió esÌo- vom o ser seguidos no estoçõo de controlo do PoSAT-1, instolodo no Centro Operocionol de Sotélites do Morconi, em Sintro. Foltovom l4 minutos poro o meio-dio de 26 de Setembro, domingo, quondo o estoçõo de Sintro fez os primeiros contoctos com o sotélite, iniciondo entõo o missõo de estobilizoçõo do oporelho, indispensóvel porq o suo completo opero- cionolidode. Como o sotélite nõo tem sistemos de propul- sõo próprios, o trobolho de estobilizoçõo é feito ò bose de ordens ródio, que induzem correntes eléctricos em bobinos situodqs em vórios locois do oporelho. Estos correntes eléc- tricos criom compos mognéticos que, por suo vez, reogem oo compo mognético do Terro, obrigondo o sotélite o inclinor-se poro quol- quer dos lodos, olterondo deste modo o suo posiçõo e velocidode. Rópido confrolo lniciolmente o equipo técnico do PoSAT ovo- liovo em vórios semonos o tempo necessório poro reolizor o suo perfeito estobilizoçõo, mos oté nesÌe ospecto o missõo superou os expecto- tivos. Em menos de umo semqno, o estoçõo de Sintro ió ero dono e senhoro do sotéliïe, contro- londo-o completomente, enviondo "softwqre" poro os computodores de bordo e completondo todo o processo técnico indispensóvel ò suo utilizoçõo comum. Nestq qlturo o PoSAT cumpre ió o suo mis- sõo, que oliós é voriodo, como se pode verifi- cor pelo "rodiogrofio" que publicomos nos póginos seguintes. Muitos dos torefos de observoçõo e mediçõo espociol que os técnicos portugueses só podi- om reolizor em oporelhos estrongeiros võo ser ogoro reolizodos otrovés do PoSAT. Seró certo- mente umo formo de potencior o formoçõo de novos geroções de cientistqs interessodos no indústrio do espoço, criondo um sober nocio- nol nestos motérios e dondo sentido prótico oo
  • 4. investimento público reolizodo nesto missõo. Quqse cinquento onos depois do escritor britônìco de ficçõo científico Arthur C. Clorke ter proposto q utilizoçõo de plotoformos no espoço poro focilitor os telecomunicoções en- tre dois pontos do Terro, os técnicos portugue- ses conseguem tornqr o teorio reolidode. Nõo fomos os primeiros, mos chegómos ló no grupo do frente. KOUROU - Cenlro Espociol no Guiqnq Frqncesq A implontoçõo de umo centrol espociol em Kourou, em finois do décodo de I9ó0, foi de certo modo prometedoro poro o futuro econó- mico do Guiono Fronceso. Proporcionou pos- tos de trobolho oos hobiÌontes locois, mqs de momento o consequêncio mois evidente foi ogrovor o desequilíbrio entre importoções e exporÌoções e oumentor tonto os preços como os solórios. A Guionq Fronceso é sensivelmente mois pequeno do que Portugol e enconïro-se dividldo em duos regiões: os plonícies coslei- ros e o meseto interior. A moior porte dos seus hobitontes vive oo longo do costo, especiol- mente em Coyenne, o copitol. A Guiono Fronceso situo-se o poucos grous de lotitude norte do equodor. A temperoturo médio onuol é de 26,6"C e o humidode é elevodo. A médio onuol de precipitoçõo é de 2795 mm. Emboro nõo hoio umo estoçõo seco propriomente dito, os quontidodes de precipi- toçõo mqis elevodos ocorrem em Dezembro e Joneiro e de Abril o Julho. A elevodq temperoturo, oliodo o chuvos obun- donÌes, foz com que nove décimos do poís estejom cobertos de denso floresto tropicol; o modeiro ó um dos grondes recursos oindo inexplorodos dq Guionq Fronceso, mos o suo obtençõo torno-se muito difícil, dodo o escos- sez de tronsportes e o gronde voriedode de órvores, visto nõo existirem florestos nqturois de umq único espécie, como qs que se situqm nqs loÌitudes médios. Nõo obstonte, os produ- tos florestqis representom o principol fonte de exploroçõo e incluem óleos essenciois de pou- roso/ gomo dos órvores "boloto" e modeiro poro construçõo. Poro um futuro oproveitomen- Ìo industriol, plontorom-se em vórios regiões coiu e pinheiro-dos-coroíbos. A Guionq Frqnce- so possui grondes depósitos de bouxite perto de Kow, o 48 km de Coyenne, mos otó ò doto nenhum foi explorodo. Hó tombém pequenos lozigos de lítio, urônio e chumbo. Situodo no costo setentrionol do Américo do Sul, bonhodo pelo Oceono Atlôntico o norte, e fozendo fronteiro o sul com o Brqsil e q oeste com o Surinom, o Guiono é um Deportqmento ultromorino de Fronço e quolquer cidodõo de um dos Estodos-membros do Comunidode pos- so o olfôndego como quolquer fronteiro Ìerres- tre do Fronço europeio. Um territórÌo ultromorino que o Fronço troto com especiolcuidodo considerqndo o nível dos técnicos que trobolhom no Centro Espociol do Guiono, em Kourou,e que desenvolvem o proiec- to Ariqne. Esto cidode, situodo o 50 km do co- pitol Coyenne, é cloromente mois desenvolvido e benef icio de inf roestruturos que o copitol nõo dispõe. Ali tudo giro ò volto dos que trobolhom no Centro Espociol e os hóteis ficom repletos quondo estomos o poucos dios de um lonçomento. PoSAT'
  • 5. ENTREVISTA a PoSAT E DOS tìtuAlS A/ANçADOS NA CTASSE DOS 50 GIUILOS O "pai" do satêlíte português explica que o seu "rebenro"- só ê mini no tsmqnho e no Pesot Porque de resto é um outêntico camPeão do esPaço Foctor 4' O sqtélite português é um sotélite ou é um sotelitezínho? Corvqlho Rodrigues - O soÌéliÌe português sõo 45,8 quilos de electrónico. As pessoos estqvom hobituodos o ver sqtélites com vórios tonelodos, porque tinhom que ter moto- res próprios poro reolizor funções que foziom sen- tido quondo erom os grondes orgonizoções que consÌruíom os sotélites. Por outro lodo, os lonçodores erqm muito cqros e, por isso, vqlio o peno meÌer muiÌos quilos de codo vez. Entretonto, houve umo gronde revoluçõo nesto coiso dos lonçodores e hoie vê empresos privodos, como o Motorolo, o fozer mini-sotólites iguois oo nosso poro construir umo rede de comunicoções globol. Como todqs os tecnologios, os espociois estõo Ìombém no sendo do minioturi zoçõo. As grondes estruturos, como o NASA, oindq nõo perceberom isto, e por isso qrriscorom-se ò fqlêncio, conforme ressolto do recente Relotório do Congresso Norte-Americono. Só esÌruturqs leves e com óptico empresoriol võo sobreviver nesie mercodo. P - Mos em termos de copocidode o PoSAT tombém é mìní, ou é, de focto, um sqtélite normol? R - Dos sotólites do closse dos 50 quilos, é um dos mois ovonçodos que se fizerom oÌé hoie no mundo, quer no domínio dos telecomunicoções,,quer fundo- mentolmenÌe no sistemo de novegoçõo. E o primeiro vez num sotélite que voi um GPS - um sistemo de posicionomento globol - e um sensor de estrelos, poro que o posiçõo do sotélite seio obsolutomente conhecidq.
  • 6. P - O sotelite é um proiecto com iustíficação económico? R - O consórcio PoSAT teve um obiectivo triplo. Em primeiro lugor, fozer com que emPresos portuguesos enÌrossem no clube e no negócio do espoço. Conse- guiu-se. Só no óreo dos serviços, que foi o coso dos seguros, Portugol ló recuperou o investimento qqe suportou o fqzer o mini-sotélite, Porque o sindicoto de segurodoros que fez o seguro do PoSAT-l tem hoie em corÌeiro poro ossinor opólices de ó0 soïélites, entre lonçomentos e colocoçõo em órbito. P - Componhìos portuguesos concorrem nessa órea? R - Sim, sim, um sindicoto de segurodoros portugue- sos que é liderodo pelo Ïronquilidode e que inclui quose todos os empresos de seguros. Fozio oindo porÌe deste primeiro obiectivo entror no negócio do Uniõo do Europo Ocidentol. Troto- -se de um negócio que consiste em fozer portes, peços, horos de engenhorio poro outros sotélites. O segundo obiecÌivo do controto do consórcio erq formor umo equipo de engenheiros, mestres e operórios copozes de fozer equipomentos susceptí- veis de irem poro o espoço. Em terceiro lugor hovio o meto principol, que ero colocor um obiecto no espqço. Todos os oblectivos forom reolizodos. P - Mos, no prótíco, o que é que este sotélite ocrescento oo que iá temos disponível? R - Este sotélite tem melhorios signifìcotivos foce o idênticos obiectos, estó muitíssimo ovonçodo no sisÌemo de novegoçõo. E um sistemo que voi permitir tiror imogens muito concretos ò superfície do Terro e é de tol moneiro ovonçodo que lhe posso dizer, em primeiro mõo, que no dio ó de Setembro de ,l993, mesmo ontes do sotélite estor lonçodo, o generol Chefe do Estodo-Moior-Generol dos Forços Armo- dos, generol Soores Corneiro, encomendou oo consóicio três estoções poro estorem em locois diversos do Poís e umo delos colocodo em meios novois, o que voi permitir comunicoções iócticos. O sotélite permite tombém fozer correio electróni- co ò escolo globol e oumentor o competitividode dos empresoi. Pot "^"tplo, dizio-me o engenheiro Nobre do Costo que gosÌo rios de dinheiro o mondor mensogens doqui poro Mocou Poro o Efocec, que estô o implontor-se no Oriente' Diz ele que, só no Efocec, sõo milhores de contos por mês que voi poupor utilizondo o sqtélite como correio electrónico. P - AIém do mobilízação empresoriol que outros resuhodos feve esÍe proiecto? R - Vqi permitir ò Efqcec e òs OGMA, por exemplo, qbsorver o moior porte dos 80 milhões de conÌos que Portugol vqi ter que pogor por ser membro do Uniõo do Europo Ocidentol e comporticipor numo froto de sotólites. P - Mos como é que võo recuperor esse dínheiro? R - Por encomendos que o UEO voi fozer o essos empresos, poro lhes fozerem portes, peços e horos de engenhorio poro os cinco sotélites que o UEO voi lonçor e que võo custor o Portugol 80 milhões de contos, quer foço olgumo coiso poro esses sotélites, quer nõo foço. P - Quo/ o volor do PoSAT em termos de comuníco- ções? R - Hó umo mensogem que escopo o muito gente que vive com o monio dos comunicoções. A mensogem fundomentol é: isto é um negócio do espoço, nôo é um negócio dos telecomunicoções. O negócio dos teleco- municoções estó o dor prejuízo em todo o mundo. O negócio que interesso é o negócio do oeroespociol, nõo ó o negócio dos comunicoções. P - Mos o sotélite fem ou não umo volêncío de comunicoções? R - Tem. Foz correio electrónico e foz de
  • 7. "tronsponder" em tempo reol poro voz, dodos e imogem. Senõo, o generol Soores Corneiro nõo o querio poro nodo. P - Permite tronsaccionor ots chomodos telefónicos? R - Chomodos telefónicos nõo. Permite fozer comu- nicoçõo entre duos esÌoções e em tempo reol, se estiver ò visto dqs duos estoções. P - Então, os utilizodores têm de ter umo estoção? R - Certomente. P - Quonto é que custa umo estoção? R. - Umo estoçõo pode vorior entre 25 mil contos e cento e poucos contos. Ou oté só ter um "bip-bip", que custo uns quontos contos. Pode receber menso- gens num "bip-bip" do tomonho de um grovodor. P - Como é que um porticulor ou umo pequena empreso utílizom os volêncios de comunicoção do sotélite? R. - Dirigese ò Morconi, estobelece um ocordo e, vio o estoçõo de controle de SinÌro, vio Morconi, tem ocesso o umo bose de dodos mundiol e tem ocesso o poder comunicor com quem quiser no ploneto, desde que esse olguém tenho um receptor, que pode ser um "bipbip", que pode receber mensogens em tempo reol. P - Portonb, o Morconi foz a exploroçõo do negócio do comunícação? R. - A Morconi é o responsóvel pelo missõo e pelo exploroçõo do sotélite, que se lrodvz, fundomentol- menle, no ocesso o boses de dodos o nível globol e fozer de correio electrónico como encominhodor de mensogens. Mos isso é o porte mois ínfimo do que este sotélite foz. Devo dizer-lhe que, nos telecomu- nicoções, Ìemos poro ió o cliente mois ovonçodo que hó no Poís, que é o Sistemo lntegrodo de Comunicoções Militores - o SICOM. P - Quo/ é o pertil do clienteJipo em telecomunico- ções poro este safêlite? R - Sõo os Forços Armodos, os emboixodos e empre- sos que se internocionolizorom e operom ò escolo globol, desde os empresos de construçõo civil, posson- do pelos empresos que fozem qs inÍro-estruturos, como é o coso do Efqcec, que se implontou por exemplo em Mocou. Agoro os mensogens que mondom poro ló enviom-nos vio PoSAT. P - Agoro folo-se 1á em rede, em NefSAï. Quolé o mudonço? Nõo é openos umo multiplicoção... R - Nõo é só umo multiplicoçõo. Existiom vórios proiectos relqtìvos o mini-sotélites, o sistemos glo- bois plonetórios, porque o nosso sotélite dó umo volto codo I l0 minutos, ou novento e tol minutos e, portonto, nõo se pode fozer tudo em ligoçõo direc- to. A ideio ogoro é envior poro o espoço umo rede de sotélites que permito umo coberturo globol e directo o nível.plonetório. P - /sso represento um gronde posso... R - Houve umo gronde tronsformoçõo no indústriq oeroespociol. Deu.se este fenómeno: os lonçodores erom muilo coros, portonto iustìficovo-se fozer soté- lites geoestocionórios. Num geoestocionório pu- nhom-se 100 quilos de telecomunicoções e 10 tonelodos de motores. A moior porte do sqtélite geoestocionório nõo é poro fozer comunicoções. Sõo motores de hidrozino poro o monterem quieto, porque, como o Terro nõo é redondo, se os motores do geoestocionório nõo estiverem octivodos, eles ficom q 3ó mil quilómetros mos o22 grous Norte, que é conhecido como o cemitério dos geoesto- cionórios. Subitomente, com o fim do guerro-frio, ocobo- rom-se os mísseis intercontinentois, possou o hover muitos lonçodores e o preço do lonçomento veio por oí obqixo. Pioneiro nisto foi o Motorolo, que ió encomendou ò Federocõo Russo o lonçomento de
  • 8. 2l mini-soÌéliÌes, que só pesom Z0 quilos, mqs que sõo Z0 quilos de electrónicq e nõo de motores. O sistemq de observoçõo do Terro do UEO ïombém é Ìudo órbitq bqixo. A Federoçõo Russo fez- -nos umo proposto de meter I 0 sotélites dos nossos de umo virodo, o bordo de um míssil. P - Quonfo é que cusfo ogoro um lançomenfo? R - Um lonçomento, com seguro, custo .l20 mil contos. Produzir o sotélite custo ,l50 mil. Portonto, o outocorro custo tonÌo como o possogeiro. P - Quonto d NetSAL O que é que se voí fozer, em concreto? R - Pois. As empresos porticipontes ficorqm o sober que tinhom o copocidode poro fozer sotólites. A Efocec, o INETI e os OGMA fozem os sotélites que forem precisos. Fozemos porque nõo precisomos de ter motores. E com os focilidodes no lonçomento é possível pô-los no espoço. A Motorolo, por exemplo, controtou com o Fede- roçõo Russo o lonçomento de 77 sotélites, poro o seu sistemo lridium de comunicoções públicos. Nós pretendemos construir um sistemo privotivo de comunicoções ò escolo globol. P - Privotívo de quem? R - Privqtivo de Portugol. AnÌigomente nõo hovio telefones internos em nenhumq orgonizoçõo. Sobe porquê? Porque o lomonho do centrol poro os telefones internos ero o edificio. Mos hoje nõo hó edifício que nõo ienho telefone interno. Porquê? Porque o tomonho do centrol é mínimo. Como nós fozemos sotélites muito bqrotos, como o lonçomento é muito boroÌo, nós podemos ter um sistemo privo- tivo de comunicoções. Privotivo neste sentido, de telefone interno de comunicoções. P - Mesmo no sentido de telefone? R - Mesmo no sentido de telefone. P - A NetSAT permite um telefone ínterno nacionol? R - Exoctomente. lnterno ò escolo globol. P - A rede NefSAI permile ofirmor que o custo da comunicaçõo voi boixor estrondosomente? R - Por exemplo, se vir os contos entre emboixodos, verificoró que é umo pouponço brutol. P - É possível substituir a utilizoçõo de cobos submorinos e de sotélites internocionois? R - Compleiomente. Nõo poro todo o genÌe, nõo é poro o comum dos mortois. P - Porque nõo? R - Porque o sistemq nõo foi desenhodo pqro esse fim. Foi desenhodo poro Portugol ter um sistemo privotivo de comunicoções poro qs suos obrigoções como Estodo e pqrq o oumento do competitividode dos suos empresos que operom ò escolo globol. rË!tü
  • 9. P - Instituições públicos, grondes empresos... R. - A bonco, os seguros e empresos que trobolhom ò escqlo globol. P - Poro funcionar em termos de telecomunicoções wlgares o copocidode exigido serio muíto diferente? R. - Nõo. Nõo é muito mois diferente. Posso dizer- Jhe que o nosso sistemo é composto por 26 sotéliÌes, con 40/50 quilos, e que o sistemo do Motorolo, que é poro comunicoções públicos, sõo77 sotélites camTO/100 quilos de peso. Outro mistificoçõo que os pessoos têm no cobeço é que hó muiios sotélites. Sobe quontos sotélites hó desde o início, de 1957 oIê hoie, colocodos em órbitq? 2084. Veio quem é que os pôs ló. Nós somos o décimo quinto poís o pôr um objecto desÌes no esPoço. P - A tecnologio do satélite não é de origem porlugueso. Quol é o suo roiz? R - Americono. P - Como é que houve o transferêncio de lecnologio poro os técnícos portuguesesr poro os empresos envolvidas? R - Foi otrovés de um controto com umo universido- de - o Universidode de Surrey - que estó ouiorì- zodo pelos omericonos o fozê-lo. Os omericonos nõo o podem fozer, de modo que utilizom esso vio, que foi o vio que os coreonos tombém utilizorom. P - Como vê os ofirmoções de olguns críticos que considerom o Satélite PoSAT-l como muíto pouco português? R - Nõo devemos dor importônciq o esse tipo de questões. Bostovo ler o obiecto do Contrqto de constiiuiçõo do consórcio poro se perceber que o que estovo em couso ero o tronsferênciq de tecnolo- gio. Mos ió ogoro ó bom que se soibo que nodo dos 2 modelos de sotélite - um que estó o voor e outro que estó nqs OGMA - foi produzido, montodo e testodo senõo por operórios, técnicos e engenheiros de empresos portuguesos porticipontes no Consór- cio. lsto é "know-how" que nõo se odquirio de outro modo e sem que tivesse hovido o tronsferêncio de tecnologio referido. Resultou de tol moneiro bem que em Kourou os operoções finois do sotélite omericono HeolthSAT forom entregues ò equipo de engenheiros portugue- ses oí presentes e que forom o Monuel Seixos e o Deodoto Cordoso dos OGMA, o Fernondo Costo dq Morconi " o Ór.or" Borboso do EFACEC. P - E o pivot de todo esso operoçõo de tronsferêncio de tecnologio quem foì? R - O pivot foi um coniunto de treze engenheiros. Mos desde operórios oté mestres e engenheiros todq o gente fez tudo do sotélite. P - Tudo bem, mos o tecnologia é suficientemente sofisticodo poro exígir... R - ...O entendimento o diversos níveis. Umo coiso é o gesto do profissõo, outro é o entendimento.No gesto de tudo somos umos vinte e tol pessoos. Sete têm um entendimento completo. Sou eu,,José Rebordõo, Miguel Leitmon, Deodoto Cqrdoso, Oscor Borboso, Joõo Botolho e Fernondo Costo. P - E quem é que construiu, de focfo, o sotélite? R - Quem o ossernb/ou todo e quem opertou os porofusos todos foi o enge Deodoto Cordoso. P-Equoléoseupopel? R - E formor e monter umo equipo de instituições que nõo têm nodq o ver umos com os outros. Fozercom que os pessoos que trobolhom no proiecto tenhom mois leoldode oo proiecto que o quolquer dos orgonismos de origem. Resolver os ospectos legois, finonceiros, motrículos nos Noções Unidos e obtençõo dessos coisos todos. Foi gerir o gronde proiecto. sw W'. a8lllt ffiffiM
  • 11. Alritude dq órbito - 820 quilómetros Anfenqs de emissão (UHF) e recepçõo(VHF) - Tqnto os quotro ontenos de emis- sõo, colocodos nos vértices infe- riores do sotéliÌe, como o onteno de recepçõo, que é centrol, sõo de oço inoxidóvel niquelodo e têm umo secçõo em meio cono, como umo fito métrico metólico. Bqteriqs - Como duronte mois de um terço do seu tempo de vido o PoSAT-l se encontroró em condições de eclipse (sem sol), os poinéis solo- res nõo sõo suficientes poro for- necer o energio de que necessi- to. O sotélite possui ossim dez boterios recorregóveis níquel- códmio, que sõo corregodos pelos poinóis solores. €usto do totql PoSAT-l - 930.000contos, dosquois Z0 por cento forom suportodos pelo PEDIP e'30 por cenlo pelos empresos porticipontes; 300.000 contos fo rom usodos no pogomento ò Uni- versidode de Surrey pelo honsfe rêncio de tecnologio; os restontes ó30.000 destinqrom-se oo pessG ol, equipomento, estoçõo de terro, lonçomento, seguro. Deteclor de poÉículqs cósmicqs - Experiêncio quetem comoobiec- tivo medir os portículos que bom- bordeiom o sotélite duronte o suq órbito e identificor possíveis cou- sqs de funcionomento qnómolo dos componentes electrónicos. Dimensões - O corpo do sotélite é um porolele pípedo de secçõo quodrqdo onde codq foce lem 55 cm por 35,ó cm. O mosÌro de estobilizoçõo possui seis metros de comprimento. Electroímqnes - Os seus cinco electroímones sõo o único "meio de propulsõo" do PoSAT-1. Sõo oquilo o que os técnicos chomom "sistemos possi- vos de estobilizoçõo". AÌrovés do induçõo de correntes mognéticos nos electroímqnes, e usondo o oc- çõo do co mpo mog nético terrestre, é possível olteror o posiçõo do sotélite e o suo oltitude-o sítio poro onde o sotélite estó voltodo. Pod+ se tombém poror, inverter ou ocel+ ror o rotoçõo do PoSAT. Estruturq - O corpo do PoSAT-l é cons- tituido por umo série de I I ele- mentos modulores de olumínio, sobrepostos como umo série de govetos. Codo umo destos gove- tos contém equipomenÌo electró- nico diverso. A goveto inferior olbergo os bocterios e cômqros de detecçõo remotq e estó ligodo qo qnel de fixoçõo qo Arione. A goveto superior tem denÌro o mostro de estobilizqçõo e os sis- temos de novegoçõo (sensor de estrelos, GPS, mognetómetro ex- terior, sensores do Sol e de hori- zonte). Groços oos seus sistemos de no- vegoçõo, o posiçõo do PoSAT no espoço pode ser conhecido em quolquer momento com umo pre- cisõo de 200 metros. Mognetómetros Aporelhos que medem o compo mognético do Terrq nos três eixos relotivos oo sotélite. O PoSAT possuidois desies sensores. Como o compo mognético que envolve o Terro vorio do Equodor poro os pólos, o PoSATI pode obter in- formoçõo sobre o o suo locolizo- çõo otrovés do mediçõo do com- po mognético e do formo como este vorio. Locqlizqcõo Mqstro de estqbilizqcõo ou ttboomtt ' O "boom" é umo espécie de onteno telescópico que serve poro estobilizor o sotélite opós o seu lonçomento, reduzindo a suo ve- locidode de rotoçõo no espoço. E constituído por umo molo enro- lodo que, umq vez oberto, formo um mostro de seis metros de comprimenio. No porto tem umo mosso de 2,5 quilos. O "boom" tem o corocterísticq de ser q úni- co peço móvel do PoSAï-l . Umo vez oberto, nõo pode ser recolhi- do. órbitq - Órbito Circulor, polor, heliossín- crono, com umo inclinoçõo de 98,ó grous. Codo órbito é reoli- zodo em l0l minuÌos. O sotélite efectuo I 4 ou I 5 órbitos pordio, em médiq. Cinco ou seis vezes por dio o PoSAT I estoró oo olconce do estoçõo terrestre, du- ronte períodos de 'l 2 o '15 minu- tos. Só de lB em lB dios o sqtélite possoró exoctomente so- bre o mesmo ponto do Terro. Pqinéis solqres - As quotro foces do PoSAT encon- trom-se cobertos por quotro poi- néis solores de orsenioto de gólio, codo um dos quois possui 1 344 célulos solores com umo eficiên- cio de conversõo do luz solor em electricidode de 19 por cento. Os poinéis constituem o fonie de energio de todos os sistemos o bordo. Codo poinel gero 34 wotts. A estruturq dos poinéis é de olumínio, sendo o seu interior em formo de "ninho de obelhq". Peso - 50 quilos Processqdor centrql (8OC r 8ó) - Apesor do seu ospecto modesto,
  • 12. é este o cérebro do PoSAT. Todo c gestõo do sotélite é feito por este "chip". Em cqso ovorio, corém, é possível encqrregor cukos processqdores do gestõo cc oporelho. R.eceptor GPS ' )ernnite conhecer o locolizoçõo :c PoSAT I relotivomente q um ::nlunto de sotélites que dó pelo -crne de Globol Positioning S',,stem (GPS). Os receptores ou sersores GPS chegom o possuir -*c precisõo de dez meÌros no :e, posicìonomento. No enton- ': devido ò gronde velocidode :e Ceslocoçõo do PoSAT 1 (mois :e 25 mil quilómetros por horo), : s sïemq só permitiró, nestecoso, -*c precisõo dq ordem dos 200 -e-ros. Os dodos obtidos pelo 3)S serõo depois relocionodos :.* os do sensor de estrelos, de ::'no o obter o moior precisõo ::'ssível no posicionomento do :ccrelho. O PoSAT 1 é o primei- -: rricrossotélite do mundo lon- ::Co com um sensor GPS. R.otoções - 3 PoSAT-l doró em médio umo ,clio sobre si próprio de seis em seìs ou de dez em dez minutos. lste movimento de rotoçôo tem :cmo principol obleciivo evitor :ue o sotélite opresente sempre o 'iesmo lodo oo Sol, poro impe,- :ir um oquecimento excessivo. E cossível, no entonto, ocelerqr q .otoçõo do sqtélite, retordó-lo, oqró-lo ou mesmo virólo de "co- ceço poro boixo". Sensor de estrelqs - Troto-se de umo cômqrq seme- lhonte òs vídeo, cujo sensor é sensível ò rodioçõo dos estrelos. Cbservo em permonêncio umo :-:: do céu de nove por sete :-l,s e seleccionq qí cinco ou seis dos dez estrelos mois bri- ihontes, visíveis no olturs. O sisie- mo estudo o posiçõo relotivo des- sos estrelqs e comporo esso infor- moçõo com umo bose de dodos que é de focto um "cotólogo" dos estrelqs mois brilhqntes dos dois hemisférios. A portir do identifi- coçõo dessos estrelqs e dq qnóli- se do formo como esso informo- çõo mudo, é possível conhecer o posiçõo e otitude do sotélite com gronde rigor. Os dodos do sensor de estrelos permitirõo determinor o posiçõo do PoSAT I com um rigor de 100 metros e o suo qtitude (poro onde estó virodo) com o precisõo de 0,'l grou. Sensores de deteccõo remolq - Sõo duos cômorqs semelhontes òs cômorqs de vídeo comerciois, colocodqs no goveto de boixo do sotélite. Umo delos possui umo resoluçõo de dois quilóme- tros, o outrq umo resoluçõo de 220 meÌros. Os dodos do sisÌe- mo de novegoçõo nõo permitem soberexoctqmente, em codo mo- mento, poro onde estõo o opon- tor os cômqrqs. Hó umo impreci- sõo de ó0 quilómetros que só poderó ser resolvidq otrovés do observoçõo de um mopo. As cô- moros obtêm imogens dqs zonos pretendidos e o sistemq qrmoze- no os imogens qté pqssor oo qlconce do estoçõo terresÌre, enviqndo-qs nesse momento. As imogens ïombém podem ser pro- cessqdqs o bordo. Sensores do 5ol - Troto-se de duos coixos pretos ocos com ronhuros que deixom entrqr o luz e cuio superfície é sensível ò mesmo. A qnólise do ôngulo de entrodo do luz do Sol permite conhecer o otitude do sqtélite. Temperoturo do sqrélire no espqço - A Ìemperoturo ombiente dentro do sotélite seró de 25 grous no porte inferior e 0 grous no porte superior. A temperoturo é contro- lqdq usqndo o rotoçõo do pró- prio sotélite e q suo exposiçõo oo Sol. Em médio, o PoSAT estó exposto ò luz solor durqnte cerco de ó0 minutos e ò sombrq do Terrq qo longo de pouco mois de 30 minutos. A temperoiurq exte- rior o que o sotélite estoró suieito fico próximo do zero obsoluto l27e grous negotivos). ttTronspulers" - Codq "tronsputer é, por si, um computodor de pequeno copoci- dode especiolmentevococionodo poro processomento porolelo. Em oplicoções como o onólise de imogens, os redes dos "trons- puters" irobolhom muito mqis depresso do que os computodo- res hobituois. Os "tronsputers" do PoSAT võo servir poro proces- sor os dodos obtidos pelo siste- mo de detecçõo remoto, pelo sensor GPS e pelo sensor de estrelos e poro, com eles, olimen- tor o sistemo de novegoçõo, de modo q que este posso fozer os correcções eventuolmente neces- sórios. Velocidqde - Umq vez em órbito, o PoSAT 'l voo o 2000 meÌros por segundo (25.200 quilómetros por horo). Vidq útil - O PoSAT I foi concebido poro um tempo de vido de cinco onos mos, se Ìudo correr bem, poderó monter-se operocionol duronte oito. Os seus componentes pos- suem umo vidq útil muito superi- or, emboro nõo seio de esperor que o sotélite se posso monter em órbito depois disso. Ao fim de oito o dez onos, o órbito do sotélite começoró o degrodor-se e o PoSAT 1 desintegror-se-ó no oimosfero. le TO )U 'e o. 'ìo le lo rtt ri- ìo ni- tn- le ll r- ite o/ es lo lu- ìu- o ìq )n- oi- to, +4 in- )m to. de ,o 34 ;é ior ,ll ).
  • 13. EMPRESA AS O.G.M.A. E O DESENVOTVIMENTO DA INDUSTRIA ESPACIAI Mqnuel dos Ssnlos Coelho* s Oficinos Gerois de Mote- riol Aeronóutico (OGMA) :-:ederom em ,l928 oo entõo ::-cminqdo Porque de Moteriol :="oróuiico criodo em I9,l8 e - : orom o suo octividode :e"*qdo no monufqcturo, sob li- :i-:c. de qviões e motores poro : :'.,'cçõo militor, pois no olturo :: -ecessidodes de monutençõo :-:- muito reduzidos. i :rioçõo do Forço Aéreo Por- --:-eso (FAP) em 1952 e o focto :: : .nesmo possqr o operor fro- -:: :e elevqdo coriz tecnológico : -: , ocou nos OGMA sucessivos octuolizoções dq suo copocido- de de resposto, o que implicou o grodotivo operfeiçoomento e es- peciolizoçõo do pessool, o melhorio dos infro-estruturos, o modernizoçõo do equipomento, o oquisiçõo de novos iecnologios, técnicos de orgonizoçõo e rocio- nolizoçõo dos métodos de trobo- lho. Duronte q décodo de sessento, os necessidodes de regeneroçõo do moteriol do Forço Aéreo ou- mentorom e os OGMA tiverom um crescimento importonte, de formo o poderem cumprir o suo missõo estrotégico. Com o fim do guerrq coloniol ossisie-se o umo reduçõo quonti- Ìotivq do octividode do FAP, cons- tituindo este período umo fose extremomente difícil foce oo ele- vodo desoiustomento entre os ne- cessidodes de trobolho e os mei- os disponíveis, com reolce poro os recursos humonos. No entonto, no porte finol do décodo de setento, como resultq- do de umq estrotégio definido em reloçõo òs OGMA pelo Forço Aéreo, centrodo no modernizo- çõo dos seus sistemos de ormos, deu-se início o um esforço signifi- cotivo de promoçõo do suo copo- cidode técnico no mercodo exter- no, de modo o obter trobolho que
  • 14. gorontisse o utilizoçõo do copo- cidode instqlqdo, tonto oo nível de pessool como de meios de equipomento. Esto estrotégio, que teve pleno sucesso, foi vióvel grqços oo Estq- tuto de Estqbelecimento Fobrilcom outonomio qdminisÌrotivq e finon- ceiro e qindo oo reconhecimento, em 1972, como umo Orgonizo- çõo lndustriol o cuio octividode se oplicom os princípios e normos que regulom os empresos privo- dos. A lndústrio Aeroespociol, inte- grondo os vectores Aeronóutico e Espociol, represento hoie um for- te foctor de progresso, porquon- to, poro olém de compreenderem umo omplo gomo de produtos e de possibilidodes de desenvolvi- mento e de cooperaçõo, obron- gem umq diversidode significoti- vo de óreos de octividode e de sectores de ponto desde o electró- nistério do Ploneomen- e do Administroçõo do Território nico oos moteriois compósiÌos, mecônico de precisõo, qerodinô- mico, metolurgio ovonçodo, pro- pulsõo e mesmo ò próprio medici- no oeroespociol. No linho dos olteroções octuol- mente em curso e no perspectivo de mudonço de estoÌuto, os OGMA, emboro solvoguordon- do no suo missõo os ospectos relocionodos com o prossecuçõo de objectivos essenciois e vitois poro o segurqnço nocionol, irõo prosseguir o seu esforço no senti- do do desenvolvimenio de umo lndústrio Aeroespociol codo vez mois forte. Esse esforço incide fundomen- iolmente nos óreos de lnvestigo- çõo e DesenvolvimenÌo, de Con- cepçôo e Proiecto, incluindo grondes modificoções de oerono- ves e de fobricoçõo de componen- tes e sistemqs oeroespociois, sem preluízo dq continuidqde e conso- Ministêrio do Defeso Progromos de Noturezo Espociol lidoçõo do prestoçõo de serviços no óreq de monutençõo oeronóu- tico e dos fqbricos mois simples. O modelo utilizodo poro otin- gir os objectivos de desenvolvi- mento pretendidos previo, entre outros, qs linhos de forço refe- renciodos no quodro desto pógi- no (ver oboixo). De umo formo mois concreto, enumerom-se seguidomente olgu- mqs dos ocções mois relevontes que levorom os OGMA ò situo- çõo octuol: - A cricçõo recente de um Depor- Ìomento de Engenhorio Centrol tendo em visÌo, por um lodo, optimizor o esforço que vinho sendo feito em olgumos óreos e, por ouiro, orientor os recur- sos disponíveis numo perspecti- vo de desenvolvimento foi, de entre outros, umo dos medidos de corócter orgonizocionol reolizodos. Ministério do lndústrio e Energio Empresos Universidodes e lnstitutos Progromos Europeus de l+D Progromos lndusiriois Europeus - Reforço de recursos humonos quolificodos - Reforço de meios informóticos - Medidos de noturezo orgonizocionol
  • 15. A por destos medidqs proce- leu-se ò odmissõo de Enge- nheiros e ò oquisiçõo de meios nformóticos, nomeodomente um sistemo de CAD (Computer Aided Design) poro proiecto cerospociol. - A porticipoçõo em Esponho Ce Engenheiros no proiecto Co simulodor pqrq o qviõo AZ - P do Forço Aéreo Portugueso {FAP}, no seguimento do políti- co de controportidos indus- -riois, consiitui um focto deÌer- ninonte em termos de oqui- siçõo de "know - how" que cossibilitou o octuol posiçõo de lideronço dos OGMA, no Cesenvolvi mento e fobricoçõo de um simulodor poro o oviõo Epsilon do FAP. De solientor oindo que, com visto o potencior o grupo de simuloçõo que entretonto se constitui nqs OGMA, foi recen- iemente ossinodo um protocolo de cooperoçõo com o INETI no referido óreo, o quol se consi- dero de gronde imporÌôncio poro o resposto òs necessido- des nocionqis e estrongeiros. O desenvolvimento de reloções industriois com diversos empre- sos de reconhecido competên- cio oeronóutico no Europo, seio em termos de "risk-shoring" ou em mero conÌrqto de sub- controtoçõo, solientondo-se o fobricoçõo de componentes pqro o Airbus, o Eurocopter e o Dornier. A lógico industriql subiocente o esto octividode de molde o otin- gir-se um estódio de "prime - controctor" consiste em proce- der groduolmente como se indi- co: l.e Montqr coniunÌos com pqr- tes fornecidos do exlerior. 2.e Fobricor portes com moteri- ol fornecido do exÌerior e executor o montogem Íinol. 3.e Compror moteriol, fobricor portes, e proceder ò monto- gem finol. 4.q Porticipor com Engenhorio no processo e no concep- çõo. 5.e Assumir o responsobilido- de de "prime controctor" No fobricoçõo Aeronóutico os OGMA encontrom-se entre o I .e e4.n posso, dependendo do "poriner" com o quol se tem controto. Nesto óreo, diversos proiectos que implicorom reopetrecho- mento industriol forqm co-finqn- ciqdos pelo PEDIP. - A intervençõo, ob-inítio, em grondes progromos europeus de desenvolvimento de novqs qeronqves permitindo o por- ticipoçõo no proiecto de formo o oumentor o copocidode de Engenhorio, qo mesmo tempo que se identificqm "niches" tecnológicos de moior interesse e se osseguro posteriormenÌe umo quoto no segmento de fo- bricoçõo e no suporte logístico duronte o respectivo ciclo de vido. Neste sentido estõo os OGMA o porticipor, por indicoçõo do MinisÌério dq Defeso, no con- sórcio europeu poro o desen- volvimento do oeronqve de tronsporte que viró o suceder oo C-130, o FLA (Future Lorge AircrofÌ) . Neste consórcio poro olém dos OGMA porticipom o Alénio (ltólio), Aerospotiole
  • 16. {Fronço) o Deutsche Aerospoce (Alemonho), o Bristish Aeros- poce (lngloterro), o CASA (Esponho) o Flobel (Bélgico) e o Tusos (Turquio). Neste momento, o progromo FLA encontro-se no fose de viobilidode, o quol precede o desenvolvimento que se espe- ro inicior em ,l995. Por ouÌro lodo, os OGMA ocomponhom o evolu- çõo dos estudos reloÌi- vos oo Advqnced Am- phi bious Ai rcroft - AAA, oviõo cuio principol missõo é o de otoque o incêndios, esperondo- se que ovonce em bre- ve o seu desenvolvimen- to. A octividode em pro- iectos de invesÌigoçõo e Desenvolvimento tem sido executodo quer no enquodromento de pro- gromos euroPeus/ como o BRITE /EURAM e o EUCLID, quer no ômbi- to do AGARD, princi- polmente no óreo de moÌeriois e de electró- nico. Diversos proiec- tos de desenvolvimen- to, nomeodomente no óreo de fobricoçõo de componenÌes qeronóu- ticos, foro m co-fi nqncio- dos pelo PEDIP. De no- Ìor oindo o proiecto de desenvolvimento de um ATE {Automoted Test Equip- menÌ) finonciodo pelo Ministé- rio do Defeso, desenvolvimen- to que complemento o copoci- dode ió existenie nos OGMA de geroçõo de softwore de tes- te, permitindo no suo globoli- dode o exploroçõo do impor- tonte mercodo de tesÌe de equ ipomento oeronóutico. A porÌicipoçõo em progromos de nqturezo espociol, Ìois como o do Estoçõo de Troto- mento de lmogem vio sotélite em Modrid, no ômbito do Uniõo Europeio Ocidentol (UEO), proiecto que é desen- volvido em ombiente de con- sórcio europeu lìderodo pelo empreso Croy Systems. Com- plementormente, os OGMA porticipom no consórcio do sotélite português PoSAT-,ì, no quol fobricorom componentes e porticiporom no integroçõo de subconiuntos de corócter espociol e no execuçõo de e n so ios. Construírom oindo um Mode- lo de Engenhorio e irõo porti- cipor no execuçõo do Modelo Didóctico. - Por fim, sublinho-se o inten- sificoçõo do cooperoçõo com Universidodes, Empresos e lnstitutos, quer nocionois quer estrongeiros, com visto o potencior os sinergios existen- tes. É neste ombiente que se es- pero implementor o Plono Di- rector de Engenhorio Aeros- pociol, octuolmente em exe- cuçõo nos OGMA, o quol per- mitiró identificor os óreos tecnológicos de moior interes- se, em reloçõo òs quois se ou- mentoró o esforço de de- senvolvimento com me- todologio bem defi- nido. O corócter multidis- ciplinor no lndústrio Aerospociol, o necessi- dode de recursos hu- monos de elevodo quo- lificoçõo, os ferro- mentos de proiecto e equipomenÌo, o orgo- nizoçõo de normos e de processos poro se obter os certif icoções de Quolidode impres- cindíveis, qcqrretom sem dúvido um esforço tecnológico consideró- vel, um nível de investi- mento importonte e umo cloro determinoçõo poro se trqbolhor em cooperoçõo. Espero-se que o im- plementoçõo do Plono Director de Engenhorio Aerospociol, em elobo- roçõo de formo hormó- nico com o Progromo No- cionol de Ciêncios e Tecnologios do Espoço, obte- nho o decisivo opoio do Gover- no, permitindo que se ossumo umo posiçõo codo vez mois for- te e competitivo no seio de ln- dústrio Aerospociol mundiol e oiude o consolidor os "niches" Ìecnológicos de moior interesse poro Portugol. * Coronel Engenheiro Elecïrolécnico cHEFE DE SERVIçOS ENGENHARIAE PROGRAMAS
  • 17. ,**T€R Ul'Í sAïELlï6ï á ÊLJïnA C0{ çAf *,n
  • 18. ç -' ' .j: '1: ' d' ,.. r ./"a;*-: {' i l, ;. i :t' l "r:#"@ ..':ì1, '...-... ,l' : rfÀ STãLLà Micrasaï : í r- A I f-L LÔ ^ T- f-1.l1L I n)r'] I KIïSÊ,T-3 PCSAï .i IYESÁ.T 1 iïÂ1,Ì5Aï . __;* % f,H',#p# KÜUROtJ I??3 t I 'fii; f ift' Á -;4", .or1Ët : w #ffi