O preço pago ao produtor de leite aumentou pelo terceiro mês consecutivo em abril, impulsionado pela queda na oferta. A expectativa é de que os preços continuem subindo em maio, apesar da possível elevação da produção no Sul. Os custos de produção, no entanto, permanecem altos, exigindo planejamento dos produtores.
1. PREÇO SOBE PELO 3º MÊS CONSECUTIVO E DEVE SE MANTER FIRME
O preço do leite pago ao produtor aumentou pelo
terceiro mês consecutivo, atingindo R$
0,8766/litro (preço líquido, “média Brasil”) em
abril, aumento de 3,4 centavos/litro em relação a
março. Essa média calculada pelo Cepea (Centro
de Estudos Avançados em Economia Aplicada),
da Esalq/USP, é ponderada pelo volume captado
nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA em
março. Contabilizando-se o frete e impostos, o
preço bruto teve média de R$ 0,9526/litro, valor
3,7% superior ao de abril/12 e o maior desde
outubro/11, em termos reais – considerando-se a
inflação (IPCA) do período.
Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento
esteve atrelado à queda na produção em março,
como normalmente ocorre nesse período, por
conta do início da entressafra. Com essa restrição
na captação de leite, agentes consultados pelo
Cepea relataram disputa acirrada entre os
laticínios.
O volume adquirido pelas indústrias em março
diminuiu em todos os estados da pesquisa. Assim,
o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-
Leite) caiu 4,62% de fevereiro para março. No
Nordeste, a queda na produção de leite
ocasionada pela forte seca é tão crítica que o
Ministério da Agricultura autorizou a
reconstituição de leite em pó (em 35% da
capacidade produtiva de cada fábrica) por três
anos. Em março, para se ter uma ideia, a
captação nos estados do Ceará e Bahia recuaram
12,7% e 11,4%, respectivamente.
Para maio, a expectativa é de que os preços do
leite sigam em alta, ainda impulsionados pela
oferta restrita de matéria-prima. No Sul do País,
por outro lado, a utilização das pastagens de
inverno inicia-se em algumas praças e deve ser
intensificada em maio, podendo elevar a
produção da região. Ainda assim, 85,7% dos
agentes entrevistados pelo Cepea (que
representam 91,9% do volume amostrado)
acreditam em nova alta nos preços do leite em
maio, enquanto o restante (14,3% que
representam 8,1% do volume) acredita em
estabilidade nas cotações. Nenhum dos
colaboradores consultados estima queda de
preços para o próximo mês.
Concomitantemente, os preços dos derivados
também subiram em abril (cotação até o dia 25).
No atacado do estado de São Paulo, o leite UHT
e o queijo muçarela se valorizaram 5,4% e 1,8%,
respectivamente. O UHT teve média de R$
2,07/litro em abril, a maior da série do Cepea,
iniciada em março/10, em termos nominais. O
queijo muçarela teve média de R$ 11,79/kg.
Segundo relatos de atacadistas, o consumo
segue firme mesmo com os valores mais elevados.
Esses agentes alegam, no entanto, que não há
mais espaço para grandes aumentos nos preços,
visto que isso limitaria a demanda do consumidor
final. Essa pesquisa do Cepea é realizada
diariamente com laticínios e atacadistas e tem o
apoio financeiro da Organização das
Cooperativas Brasileiras (OCB) e da
Confederação Brasileira de Cooperativas de
Laticínios (CBCL).
– Em abril, dentre os estados
que compõem a “média Brasil”, Goiás
apresentou a maior alta no preço bruto pago aos
produtores, de 5,3% ou de 5,1 centavos/litro,
fechando a R$ 1,0201/litro. Em seguida, o preço
do leite em Minas Gerais subiu 4,5% ou 4,2
centavos/litro, com a média a R$ 0,9716/litro.
Em São Paulo, o valor pago ao produtor alcançou
AO PRODUTOR
ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - MARÇO/13. (Base 100=Junho/2004)
Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP | Ano 19 nº 218 | Maio 2013
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP
Déficit da balança comercial piora
Oferta de derivados lácteos
recua em abril
Produção integrada de leite:
certificação pode assegurar
Credibilidade ao leite brasileiro
2. Sul / Sudoeste de Minas
0,9659
1,0014
0,9710
1,0177
0,9664
1,0065
1,0316
0,9705
1,0087
0,9419
0,9676
0,9876
1,0399
1,0280
1,0151
1,0610
0,9921
1,0976
1,1258
0,9850
1,0362
1,1015
1,0713
1,0812
0,8689
1,0219
1,0252
1,0969
1,0082
1,0701
0,8849
0,9980
1,0119
1,0561
0,9897
1,1261
1,0442
1,0780
1,0621
0,8469
0,9478
0,9183
0,6613
0,7151
0,6671
0,9366
0,8515
0,9204
0,9410
0,8608
0,8893
0,9839
0,9803
1,0111
0,8269
0,8675
0,8722
1,0055
0,9153
1,0945
1,0041
0,9688
0,9962
1,0358
0,9470
1,0000
0,7909
0,9017
0,9002
0,9704
0,9158
1,0658
0,9833
1,0243
1,0019
0,7915
0,8877
0,8516
0,5724
0,6253
0,5632
0,8535
0,7808
0,8647
0,8823
0,8120
0,8317
0,9255
0,9204
0,9425
0,7342
0,7742
0,7637
0,9209
0,8432
1,0349
0,9440
0,9175
0,9367
2,12%
5,38%
5,31%
6,69%
7,56%
8,49%
6,49%
4,22%
7,21%
3,49%
0,06%
3,66%
2,11%
5,86%
5,2%
6,09%
7,77%
8,9%
6,73%
4,3%
8,66%
3,24%
0,10%
4,2%
0,7291
0,6925
0,7325
0,7595
0,7188
0,7606
0,9481
0,8837
0,5976
0,7848
0,8368
0,7847
0,9358
0,9427
0,8373
0,8770
0,8269
0,9369
0,9381
0,8559
0,8745
0,9088
0,8395
0,8622
0,7458
0,9190
0,8343
0,8715
0,8808
0,8738
0,9226
0,8664
0,9137
1,0145
0,9266
0,8764
0,9004
0,9247
0,9336
1,0068
0,9840
0,9574
1,0028
0,9435
1,0149
1,0239
0,9234
0,9716
1,0376
1,0115
1,0201
0,7862
0,9783
0,9210
0,8809
0,8957
0,8876
0,9454
0,8651
0,9296
0,9593
0,8964
0,9185
0,8539
0,8877
0,9149
0,9529
0,9616
0,9404
0,9903
0,9162
0,9726
0,9810
0,9168
0,9549
1,0093
0,9952
0,9998
0,7838
0,9401
0,9465
0,6495
0,5939
0,6548
0,6932
0,6231
0,6894
0,8799
0,8116
0,5168
0,7002
0,7602
0,7166
0,8512
0,8774
0,7651
0,8137
0,7599
0,8506
0,8450
0,7906
0,8059
0,8344
0,7816
0,7990
0,6635
0,8396
0,7600
0,7893
0,7778
0,7931
0,8526
0,7673
0,8390
0,9361
0,8535
0,7892
0,8131
0,8448
0,8621
0,9205
0,9182
0,8840
0,9283
0,8734
0,9271
0,9291
0,8566
0,8985
0,9569
0,9340
0,9415
0,7027
0,8975
0,8445
2,65%
0,96%
3,07%
4,59%
-0,64%
3,54%
2,81%
5,69%
1,58%
3,26%
3,56%
3,40%
-2,25%
2,34%
2,96%
3,92%
4,10%
3,35%
4,14%
4,29%
4,46%
4,43%
5,74%
5,30%
1,05%
2,77%
1,64%
2,63%
1,51%
3,1%
4,87%
-0,97%
3,7%
0,21%
6,20%
1,82%
3,18%
3,3%
3,30%
-0,08%
3,33%
3,1%
4,37%
4,04%
3,30%
3,67%
4,30%
4,7%
4,78%
5,15%
5,0%
0,36%
2,71%
1,4%
Abr/Mar Abr/Mar
R$ 0,9574/litro, alta de 3% frente à de março (ou
2,7 centavos/litro). O preço bruto no Paraná
aumentou 3,6% (3,2 centavos/litro), de modo
que o litro foi comercializado a R$ 0,9247.
Mesmo com a queda na produção na Bahia, o
preço aumentou somente 1,6%, a R$
0,9210/litro. Por fim, os estados de Santa
Catarina e de Rio Grande do Sul tiveram
aumentos de 3,5% e 3,1%, respectivamente, com
o preço bruto a R$ 0,9137 e a R$ 0,8738/litro.
Quanto aos estados que não compõem a “média
nacional Cepea”, Mato Grosso do Sul teve
disparado o maior aumento, de expressivos 8,5%
(ou 6,8 centavos), alcançando R$ 0,8722/litro.
O maior preço foi registrado no Rio de Janeiro, de
R$ 1,0111/litro, onde houve elevação de 5,3%
(ou 5,1 centavos). No Ceará, estado em que a
redução da captação foi grande, o preço chegou
a R$ 0,9962/litro. No Espírito Santo, o preço do
litro teve média de R$ 0,9153 em abril.
ABRIL /13
MARÇO /13
Flávia Romanelli - Mtb: 27540
4. Por Pedro Parzewski Neves, graduando Eng. Agronômica – Esalq/USP; equipe Leite Cepea
PREÇO DO LEITE SOBE, MAS PRODUTOR AINDA DEVE FICAR ATENTO AOS CUSTOS
Evolução do Custo Operacional Efetivo (COE), preço da tonelada de ureia e preços pagos aos produtor entre
abril/2012 e abril/2013 em São Paulo.
Considerando-se que o preço do leite pago ao
produtor paulista subiu 5,2% entre janeiro e
abril/13 e que o Custo Operacional Efetivo
(COE) caiu 2,1% no mesmo período, seria
possível apontar que o cenário neste ano é
favorável ao pecuarista de leite. Entretanto,
apesar das recentes quedas, o custo de produção
em abril/13 ainda está em patamar mais elevado
que o observado no mesmo mês de 2012.
Daqui para frente, o volume de leite a ser
produzido tende a diminuir, por conta da
entressafra. Assim, é muito importante que
produtores realizem um planejamento forrageiro,
visando reduzir o estresse nutricional do rebanho
e consequente impacto na produção de leite.
Fertilizantes nitrogenados têm importante papel
na formação e na manutenção de pastagens e
forrageiras suplementares (cana-de-açúcar,
silagem de milho e outras) e também na
complementação do teor de proteína da cana-de-
açúcar. Nesse sentido, o uso desse insumo é
bastante elevado neste período do ano, o que
pode influenciar nos custos nos próximos meses.
Em abril, o preço tonelada de ureia, principal
fonte nitrogenada da pecuária de leite, subiu
6,8% frente a março no mercado paulista e
14,3% em relação a abril de 2012. Neste mesmo
período, o preço do leite pago ao produtor
paulista aumentou apenas 7,9%.
Mar/13
Fev/13
Mar/12
Mar/13
Fev/13
Mar/12
Mar/13
Fev/13
Mar/12
Mar/13
Fev/13
Mar/12
Mar/13
Fev/13
Mar/12
Mar/13
Fev/13
Mar/12
(130g de Fósforo)
703,3 litros/tonelada
788,9 litros/tonelada
674,1 litros/tonelada
8,2 litros/frasco 10 ml
7,9 litros/frasco 10 ml
8,0 litros/frasco 10 ml
79,3 litros/sc 25 kg
81,4 litros/sc 25 kg
75,2 litros/sc 25 kg
54,0 litros/litro de herbicida
53,3 litros/litro de herbicida
58,7 litros/litro de herbicida
1600,1 litros/tonelada
1641,8 litros/tonelada
1489,8 litros/tonelada
14,6 litros/frasco 50 ml
15,0 litros/frasco 50 ml
15,5 litros/frasco 50 ml
5. DÉFICIT DA BALANÇA COMERCIAL PIORA EM ABRIL
Por Tiago Teixeira da Silva Siqueira, Analista de Mercado equipe Leite Cepea
Pelo segundo mês consecutivo, o déficit da
balança comercial de lácteos cresceu, fechando
abril em 89 milhões de equivalentes litros de leite
frente à aproximadamente 80 no mês anterior.
Esse volume equivale a US$ 44,7 milhões, ou US$
1,6 milhão a mais que o déficit de março.
Quando se compara ao mesmo período do ano
passado, observa-se que a diferença negativa em
volume é aproximadamente 10% maior.
O déficit registrado, tanto em volume quanto em
valor, é o segundo maior deste ano, sendo
somente inferior ao de janeiro. Este cenário é
resultado da alta demanda interna associada à
baixa no volume captado em abril, como
consequência da queda na produção de
pastagens na maior parte do País.
Em abril, o volume em equivalentes litros de leite
comprado pelo Brasil no mercado externo foi
11% superior ao de março. Praticamente 93%
vieram da Argentina e do Uruguai. Destaca-se o
aumento de 28% na importação de queijos –
segundo principal produto importado pelo País –
frente a março. Quanto ao leite em pó, produto
mais comprado pelo Brasil, houve acréscimo de
7% no volume, também frente ao mês anterior.
Quanto às exportações, a quantidade vendida foi
4% inferior à de março, passando de 10,6
milhões em equivalentes litros de leite em março
para 10,1 milhões em abril. Os principais países
importadores, tanto em volume quanto em valor,
foram respectivamente: Venezuela, Arábia
Saudita e Angola. Apesar de não ser o principal
produto na pauta de exportação de lácteos, é
importante ressaltar que o leite em pó teve
redução de 23% do volume exportado frente a
março.
– Os efeitos da
seca na Nova Zelândia, ainda foram sentidos no
mercado internacional de derivados lácteos na
segunda quinzena de abril. O período foi
marcado pelos maiores preços do leite em pó na
Oceania desde 2005, segundo dados do USDA.
A média do leite desnatado foi de US$
5.562,50/tonelada, e a do integral, US$
PREÇOS INTERNACIONAIS
5.500,00/tonelada. Porém, com o retorno das
chuvas na Nova Zelândia, no fim da segunda
quinzena de abril e início de maio, as condições
a d e q u a d a s d e p r o d u ç ã o v ê m s e
reestabelecendo, ocasionando leve redução no
preço do leite em pó desnatado no início de maio.
Devido aos elevados preços na Oceania, o leite
em pó na Europa também teve importantes
reajustes, fechando o mês de abril a US$
4.262,50/tonelada para o desnatado e a US$
4.800/tonelada para o integral. Estes valores são
os maiores registrados desde dezembro de 2007.
– Em abril, o Índice de Preços de
Exportação de Lácteos do Cepea (IPE-L) caiu 6%
em dólar e 5% em Reais frente ao mês de março,
com as médias a US$ 3,28/kg e a R$ 6,56/kg.
As principais quedas ocorreram nos grupos do
leite fluido, iogurte e doce de leite, nessa ordem.
Já o principal acréscimo foi observado para a
manteiga, enquanto os outros permaneceram
praticamente estáveis.
IPE-L/Cepea
US$ 5.150
US$ 4.750
US$ 4.700
US$ 4.100
US$ 3.075
US$ 3.162,5
US$ 2.837,5
US$ 2.575
+67,5%
+50,2%
+65,6%
+62,8%
Dados referem-se à média entre 29/04/2013 e 10/05/2013; para 2012, foram tomados dados de período semelhante.
Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹
Mar – Abr (%) Participação no total exp. em Abr/13 Abr/12 – Abr/13 (%)
10.108
1.707
5.681
1.994
690
-4%
-23%
-3%
6%
20%
-
17%
56%
20%
7%
-12%
-
2%
-27%
54%
Total de janeiro a abril/13 frente ao mesmo período de 2012: 18%
Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹
Mar – Abr (%) Participação no total imp. em Abr/13 Abr/12 – Abr/13 (%)
²
88.748
58.950
22.262
1.034
1.441
11%
7%
28%
-34%
-12%
-
66,4%
32,1%
0,8%
-
7%
-
13%
-49%
-44%
Total de janeiro a abril/13 frente ao mesmo período de 2012: -27,3%
Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido
em quilos, não sendo convertido em litro. Fonte: Secex / Elaboração: Cepea.
6. OFERTA DE DERIVADOS LÁCTEOS RECUA EM ABRIL
Por Ana Paula Negri, graduanda em Ciências dos Alimentos, e Jacqueline Betim Barbieri,
graduanda em Eng. Agronômica – Esalq/USP; equipe Leite Cepea
Em abril, os preços dos derivados lácteos
aumentaram em relação ao mês anterior. A baixa
oferta fez com que indústrias elevassem os
preços. Quanto à demanda, colaboradores do
Cepea afirmam que se manteve firme no último
mês, o que levou algumas regiões a apresentar
dificuldade para supri-la.
De acordo com pesquisas do Cepea, o leite UHT
foi negociado, em média, a R$ 2,07/litro (inclui
frete e impostos) em abril no atacado paulista,
5,5% maior que o de março e 17,08% superior à
média de abril/12, em termos nominais. Essa
pesquisa é realizada com o apoio da OCB
(Organização das Cooperativas Brasileiras) e da
CBCL (Confederação Brasileira de Cooperativas
de Laticínios).
Por meio do gráfico de evolução de preços do
leite longa vida (em valores reais), é possível
observar que as cotações neste ano têm seguido
o mesmo movimento observado em 2011, mas
estão diferentes da estabilidade de 2012, que foi
bastante atípica e prejudicou as margens da
indústria. Assim, ao analisar o movimento do
mercado em 2013, considera-se que a alta nos
preços é comum neste período, visto que é
entressafra.
Acompanhando o mesmo movimento, o queijo
muçarela (negociado no atacado paulista) teve
média de R$ 11,79/kg (inclui frete e impostos),
com alta de 1,86% em relação à de março/13 e
de 14,49% na comparação com abril/12.
Agentes consultados pelo Cepea afirmam que os
preços de queijo muçarela podem aumentar
ainda mais devido à baixa oferta, que pode ser
uma consequência da queda na captação da
matéria-prima.
O período de alta
nos preços dos derivados lácteos começou em
março. A exceção é o valor do leite em pó (sachê
de 400g), que permaneceu praticamente estável
em relação ao mês anterior (queda de 0,7% e
média de R$ 11,32/kg).
As altas mais expressivas foram observadas nos
preços dos derivados que têm maior influência no
MERCADO EM MARÇO:
mercado de lácteos. O leite UHT registrou
valorização de 3,9% na média nacional em
relação a fevereiro, com o litro a R$ 1,83. No
mesmo período, o queijo muçarela teve média de
R$ 13,04/kg, alta de 3,7% em relação ao mês
anterior.
O leite pasteurizado se valorizou 1,3% frente a
fevereiro, com média de R$ 1,46/litro. O preço
do queijo prato apresentou alta de 2,5%, com o
quilo cotado a R$ 14,26. O valor da manteiga
(200g) teve ligeiro aumento de 0,7% em relação
ao mês anterior, com média de R$ 11,35/kg.
1,44
1,91
13,27
12,40
12,18
11,25
1,44
1,87
13,68
12,41
12,39
11,05
1,48
1,82
12,80
12,23
9,65
11,11
1,47
1,71
17,00
16,28
11,10
11,90
1,48
1,83
14,56
11,87
11,41
11,28
1,46
1,83
14,26
13,04
11,35
11,32
0,3%
5,5%
8,2%
3,7%
3,8%
2,3%
1,0%
4,8%
0,5%
-1,2%
0,5%
-3,4%
1,0%
2,4%
-1,9%
4,8%
0,0%
-5,6%
3,5%
2,8%
10,6%
8,8%
1,0%
0,0%
0,6%
4,1%
-4,9%
1,3%
-1,8%
3,5%
1,3%
3,9%
2,5%
3,7%
0,7%
-0,7%
Fonte:Cepea/ESALQ-USP
em abr/13 mar/13 abr/12
R$ 2,07/litro
R$ 11,79/kg
5,51%
1,86%
17,08%
14,49%
Fonte: Cepea – OCB/CBCL
Evolução de preços do leite UHT no mercado atacadista paulista (em valores reais)
em 2011, 2012 e 2013 (até abril)
Preços médios dos derivados praticados em MARÇO e as variações em relação ao mês anterior
7. As recentes constatações de fraudes em lotes de
leite no Rio Grande do Sul tendem a acentuar o
interesse do consumidor por certificação do
produto. Podem ser atestadas tanto a
procedência dos produtos lácteos quanto
questões de segurança alimentar, de bem-estar
animal e de adequações sociais e ambientais dos
agentes/empresas que formam a cadeia.
Certificações permitem também a rastreabilidade
do produto e lhe conferem identidade e
visibilidade diferenciadas, o que ajuda na venda
por um preço mais elevado que o comumente
praticado no mercado. Para os fornecedores,
portanto, configura-se uma oportunidade de
alcançar novos nichos e tornar seu produto mais
competitivo.
No caso do programa de certificação “Produção
Integrada de Leite”, o sistema adotado baseia-se
na sustentabilidade, no uso racional de recursos
naturais e na regulação de mecanismos para a
substituição de insumos poluentes. Porém, a
certificação pela produção integrada não
representa garantia de venda do leite ou melhora
do preço recebido, ainda que favoreça muito a
condição diferenciada de negociação. O número
de laticínios que pagam por qualidade no Brasil
tem crescido, estimulando o aumento de
produtores que se adéquam completa ou
parcialmente às normas, mesmo não sendo
necessariamente certificados (o que exige
investimento para realizar as auditorias).
O estímulo a certificações ocorre paralelo a
vários desafios que o setor lácteo brasileiro tem a
PRODUÇÃO INTEGRADA DE LEITE: CERTIFICAÇÃO PODE ASSEGURAR
CREDIBILIDADE AO LEITE BRASILEIRO
Principais elementos analisados para a certificação.
Por Pedro Parzewski Neves, graduando Eng. Agronômica – Esalq/USP; equipe Leite Cepea
superar em sua base. O baixo acesso de
produtores a informações é um deles, com
reflexos nos índices de produtividade e de
qualidade do leite. Diante de países como
Uruguai, Nova Zelândia e EUA, o Brasil é o que
mais possui propriedades leiteiras, mas não é
capaz de atender a demanda interna em sua
totalidade, justamente por sua baixa
produtividade média.
-
8. O avanço da colheita no Brasil, a opção de
compradores por adquirir apenas pequenos
volumes e também as quedas externas mantiveram
os preços do milho em baixa em todo o País no correr
de abril.
No início do mês, o que chamou atenção foi o
descolamento entre as cotações de algumas praças
e a dos portos. Isso foi resultado dos custos de
transporte e de problemas de disponibilidades de
armazéns, além da baixa liquidez para exportação.
As regiões do Paraná foram as que mais sentiram o
distanciamento de preços em relação ao porto em
abril. Dados do Cepea apontam que a média no
oeste paranaense, por exemplo, ficou
aproximadamente 20% inferior à de Paranaguá –
deságio tão grande havia sido observado pela
última vez em agosto e setembro de 2006. No norte
do estado, a diferença com Paranaguá foi de 15% e,
no sudoeste, de 17%.
Em abril, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa,
referente à região de Campinas (SP), acumulou
queda de 14,3%. Se considerados os negócios
também em Campinas, mas cujos prazos de
pagamento são descontados pela taxa de desconto
NPR, o preço médio caiu 14,3% no mês.
MILHO: Avanço da colheita e quedas externas pressionam
cotações em abril
Os valores do farelo de soja caíram no físico
brasileiro no acumulado de abril. Na média das
regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços
recuaram 2% entre 28 de março e 30 de abril.
Pesquisadores do Cepea comentam que a pressão
veio da colheita de soja no Brasil, que caminha para
a reta final, e na Argentina, onde os trabalhos de
campo se aproximaram de 70% da área no final de
abril, segundo dados da Bolsa de Cereales.
Outro fator que influenciou a queda nos preços foi a
gripe aviária nos países asiáticos, que reduziu a
demanda por farelo de soja em abril, já que
ocasionou uma retração no consumo de ração
animal. Com isso, a China – maior importado
mundial – reduziu os negócios em abril.
Os embarques de farelo de soja totalizaram 1,26
milhão de tonelada em abril, volume 9,8% superior
ao de abril/12. O preço médio obtido pelo farelo
exportado foi de US$ 480,70/t, o menor desde
julho/12. No ano, os embarques se limitam a 3,16
milhões de toneladas, 25,6% a menos que no
mesmo período de 2012 – dados da Secex.
32,30
31,91
30,29
25,97
1012,45
903,48
792,12
793,10Abril