O documento discute a objetividade jornalística, argumentando que é um mito a ideia de que notícias podem ser totalmente desvinculadas de subjetividade. A seleção de fatos, perspectiva, valores da organização, condições de produção e visão cultural do jornalista influenciam a cobertura. Embora a objetividade deva ser um ideal, a imparcialidade total é impossível.
1. A objetividade jornalística
Prof. Leandro Ramires Comassetto
ramires@uncnet.br
UNIPAMPA – CAMPUS CAMPUS SÃO BORJA
COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO
INTRODUÇÃO AO JORNALISMO
22/10/2010
VALORES DO
JORNALISMO
3. Um valor possível?
É possível a OBJETIVIDADE no Jornalismo?
Rigor, clareza, exatidão, neutralidade
“Objetividade é a representação da realidade tal
como ela é”
Manual de Comunicação de Massa e
Pesquisa de Mídia (apud kunczik, 2002, p. 328)
4. O conceito de objetividade
Um apanhado histórico
O conceito de objetividade jornalística data
das primeiras décadas do séc. XX, em meio
a um momento histórico de descrença na
democracia, que terminava por afetar a
idéia da capacidade do jornalismo de ser um
instrumento capaz de relatar os fatos com
isenção.
(A 1ª Guerra Mundial; A propaganda;
As relações públicas)
5. Crise na democracia → crise no jornalismo
A própria crença dos jornalistas é afetada
“A objetividade surge porque há uma percepção de que
os fatos são subjetivos, ou seja, construídos a partir
da mediação de um indivíduo, que tem preconceitos,
ideologias, carências, interesses pessoais ou
organizacionais e outras idiossincrasias”
(PENA, 2005, p.50)
6. Walter Lippmann (Autor do clássico Opinião Pública,
1922) e outros defenderam a criação de um método
científico para o jornalismo.
Rituais estratégicos (na rotina da profissão)
- citar fontes contraditórias
- Documentar (buscar evidências adicionais)
- Uso máximo de citações (aspas)
- Lead (vai direto ao ponto e facilita o trabalho aos
jornalistas generalistas)
- Informar sem emoções
- selecionar palavras neutras para descrever o contexto
Jornalismo como método científico
7. Um conceito, uma falsa idéia
Objetividade X Subjetividade
Notícia (informação) X Opinião
Criou-se o mito de que a objetividade é
possível no campo da notícia.
Que o jornalismo em sua essência (notícia) é
desvinculado de subjetividade.
E muitos jornalistas tem essa idéia como
valor de verdade absoluta
8. Mas por que a objetividade
(como idéia de neutralidade)
é um MITO?
9. Desmistificando a OBJETIVIDADE
Seleção dos fatos (impossível contar tudo)
“Os jornalistas têm “óculos” especiais a partir
dos quais vêem certas coisas e não outras; e
vêem de certa maneira as coisas que vêem.
Eles operam uma seleção e uma construção do
que é selecionado”
Nos dias atuais, “o princípio de seleção é a
busca do sensacional, do espetacular”
(Pierre Bourdieu, 1997, p.25)
“as más notícias são as boas notícias”
+
10. Ângulo de observação (perspectiva de quem e
de onde se vê o fato)
Os valores (interesses) da organização
As condições de produção (tempo, recursos
disponíveis para a cobertura)
A disponibilidade de fontes
A visão (cultural) do jornalista
“Uma comparação com os resultados de uma análise de conteúdos dos
jornais e programas de televisão (sobre desemprego, na Alemanha) revelou
que em geral os jornalistas escolhem as informações e as opiniões que
estão de acordo com sua própria visão a respeito dos problemas”
(Kunczik, 2002, p. 256)
11. A guerra no Rio
A guerra no RJ na
capa dos jornais
- Ação histórica no Rio
- O crime está acuado
- Tropa de Elite real
- O tráfico está com os
dias contados
12. A guerra no Rio (uma outra versão)
Operação policial no Rio está fadada ao fracasso,
diz autor de "Violência Urbana"
FABIO ANDRIGHETTO
da Livraria da Folha
Usar tanques contra "chefetes"
do crime carioca é, para o
cientista político Paulo Sérgio Pinheiro,
a receita do fracasso em curto prazo.
Em entrevista à Livraria da Folha, disse ser favorável à
ocupação dos morros no Rio, mas pondera que o governo toma
apenas medidas reativas. Para ele, a cidade precisa de política de
segurança, não de uma política bélica.
13. Luiz Eduardo Soares: por ora, nada mudou nos morros do Rio
Blog do Noblat
A retumbante cobertura jornalística e a visão triunfalista da ocupação de morros do
Rio escondem distorções gravíssimas e crônicas do esquema de segurança pública,
adverte no Roda Viva desta segunda-feira o antropólogo Luiz Eduardo Soares.
No programa que a TV Cultura de São Paulo transmite a partir das 10h da noite, o
entrevistado lembra que a necessidade de envolvimento das Forças Armadas,
embora necessária e positiva, comprova o fracasso da política de combate à
violência. E afirma que não faz sentido deduzir que, desde o fim de semana, o
Estado Democrático de Direito recuperou o controle sobre as zonas conflagradas.
Por enquanto, reitera Luiz Eduardo, nada mudou nas favelas amputadas do mapa
da União. E nada mudará de essencial se não forem removidos velhos tumores,
como a corrupção na Polícia.
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/11/30/luiz-eduardo-soares-por-ora-nada-mudou-nos-morros-do-
rio-345197.asp
14. As fontes preferenciais dos jornalistas
• Pessoas de influência, autoridades (uma elite social)
- é mais provável que estas fontes tomem parte em eventos notáveis e
que suas opiniões interessem aos outros;
- os jornalistas dependem de um número de fontes que lhes assegure o
fluxo contínuo de informações;
“Há entre os jornalistas uma tendência fundamental no sentido de adotar os pontos
de vista de suas fontes”
(Kunczik, 2002, p. 260)
O Roda Viva dessa segunda-feira recebe um homem acostumado com a violência. O sociólogo Luiz Eduardo Soares foi secretário de
segurança pública nacional e do Rio de Janeiro. Além disso, ele é co-autor do livro Elite da Tropa que inspirou o filme Tropa de elite.
Na pauta do programa, os ataques do crime organizado na cidade do Rio de Janeiro.
“As fontes são um fator determinante para a qualidade da
informação produzida pelos meios de comunicação de
massa”
(Wolf, 2003, p.233)
15. Um ideal a ser perseguido
A objetividade, embora impossível em sua
totalidade, deve preponderar como um ideal a ser
perseguido, até como forma para inibir a
parcialidade no jornalismo.
Objetividade # Imparcialidade
+
21. Atividade
- Leitura do texto “Uma leitura consistente da Objetividade Jornálística”- Entrevista de Josenildo Luís
Guerra a Victor Gentilli
Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/jd201198a.htm
(Para reflexão e debate na próxima aula)
www.observatoriodaimprensa.com.br
22. BIBLIOGRAFIA
BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Zahar, 1997
KUNCZIK, Michael. Conceitos de Jornalismo. São Paulo: Edusp, 2002.
PENA, Felipe. Teoria do Jornalismo. São Paulo: Contexto, 2005.
TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo (vol. I): Por que as notícias são como são.
Florianópolis: Insular, 2004.
WOLF, Mauro. Teorias das comunicações de massa. São Paulo: Martins Fontes,
2003.
Segundo (ROCHA et al, 2001): Para a avaliação da qualidade de um software educacional, é importante considerar as seguintes características Critérios de ensino-aprendizagem - didáticos e de conteúdo (condução do aprendiz; estruturação do conteúdo; sistemas de ajuda; objetivos de aprendizagem; clareza dos conteúdos; validade do conteúdo); emocionais e afetivos (autonomia; motivação intrínseca/extrínseca; maturação/experiência); componente cognitiva (carga mental; experiência do aprendiz; estilos de aprendizagem); • Critérios de dispositivos da formação - conformidade, aceitabilidade, compatibilidade, coerência; • Critérios de controle e gestão do processo - componente prática, avaliação, tutoria; • Critérios de validade político-pedagógica - pertinência, coerência, filosofia pedagógica.
Segundo (ROCHA et al, 2001): Para a avaliação da qualidade de um software educacional, é importante considerar as seguintes características Critérios de ensino-aprendizagem - didáticos e de conteúdo (condução do aprendiz; estruturação do conteúdo; sistemas de ajuda; objetivos de aprendizagem; clareza dos conteúdos; validade do conteúdo); emocionais e afetivos (autonomia; motivação intrínseca/extrínseca; maturação/experiência); componente cognitiva (carga mental; experiência do aprendiz; estilos de aprendizagem); • Critérios de dispositivos da formação - conformidade, aceitabilidade, compatibilidade, coerência; • Critérios de controle e gestão do processo - componente prática, avaliação, tutoria; • Critérios de validade político-pedagógica - pertinência, coerência, filosofia pedagógica.
Squires e Preece (1996) ressaltam a importância de a avaliação de material didático digital levar em conta tanto a aprendizagem quanto a usabilidade, buscando a integração dos dois aspectos.
Squires e Preece (1996) ressaltam a importância de a avaliação de material didático digital levar em conta tanto a aprendizagem quanto a usabilidade, buscando a integração dos dois aspectos.