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SEXTA-FEIRA - Recife, 22 de março de 2013                                                         www.pronto2013.wordpress.com
                                                  VERSÃO
                                                 IMPRESSA




Recife interligado de Norte a Sul por

CICLOFAIXAS
Projeto lançado pela Prefeitura vai segregar 25 quilômetros de vias para as bicicletas aos domingos e feriados.
                                                                                                                             Pág. 1

                                                                   Luiz Filipe Freire



                                                                                        Preços baixos
                                                                                        atraem
                                                                                        consumidores
                                                                                        ao comércio
                                                                                        de rua e dos
                                                                                        mercados
                                                                                                                            Pág. 4




INICIATIVA                                                                   TENDÊNCIA
Instituto promove a inclusão de                                              A moda das lousas                            Bárbara Buril
cegos por meio das artes Pág. 1
                                                 Handerley Souza




                                                                             Pinturas especiais permitem que o giz desenhe
                                                                             verdadeiras obras de arte na parede. Estilo já está
                                                                             presente em restaurantes e casas dos pernambucanos.
                                                                                                                             Pág. 3
2                                                                                                             Recife, 22 de março de 2013 - SEXTA-FEIRA




       Ciclofaixas móveis vão funcionar
           nos domingos e feriados
MAYRA CAVALCANTI                                                                                                           culturais de orquestras de fre-
                                                                                                                           vo, exposições fotográficas e


V
        ocê já imaginou poder                                                                                              teatro. Ainda não se sabe por
        deslocar-se, com segu-                                                                                             quanto tempo o projeto vai
        rança e exclusivamente                                                                                             durar, mas, dependendo da
por meio de bicicleta, em uma                                                                                              demanda, espera-se que ele
via que liga as zonas Norte e                                                                                              seja prolongado pelos domin-
Sul do Recife? A partir do pró-                                                                                            gos e feriados que seguem.
ximo domingo, isso será pos-                                                                                                  A ciclofaixa passará pelos
sível. É que a Prefeitura lan-                                                                                             bairros de Parnamirim, Casa
çou um projeto que consiste na                                                                                             Amarela, Casa Forte, Espi-
implantação de 25,5 quilôme-                                                                                               nheiro e Graças, na Zona
tros de ciclofaixas aos domin-                                                                                             Norte, além de São José, Ca-
gos e feriados, que funciona-                                                                                              banga e Recife Antigo, na área
rão das 7h às 16h.                                                                                                         central, e Boa Viagem, na
   De acordo com o secretário                Quem não tiver bicicleta, poderá alugar uma por R$ 5, a hora.                 Zona Sul. Serão duas rotas
de Turismo e Lazer do mu-                                                                                                  que se conectam, totalizando,
nicípio, Felipe Carreras, para               rota vai passar, o qual deve               terditar as ruas do Recife An-     aproximadamente, 25 quilô-
as pessoas que não possuem                   contemplar importantes monu-               tigo, na área central da cidade,   metros, levando em con-
o meio de transporte próprio,                mentos históricos da cidade,               a fim de transformá-lo em um       sideração os sete quilômetros
serão disponibilizadas bicicle-              como o Teatro de Santa Isabel              grande espaço de atividades        já existentes na ciclovia da
tas para aluguel no valor de R$              e o Museu do Estado de Per-                culturais em família. O objetivo   avenida Boa Viagem. O ponto
5 a hora. O secretário comen-                nambuco.                                   é que as pessoas compareçam        de convergência é o Marco
ta, ainda, que a importância do                A ação ocorre em paralelo                ao local para andarem de bi-       Zero. Já a rota da Zona Norte
projeto também se dá pelo                    com o projeto Recife Antigo de             cicleta ou patins, por exemplo,    tem aproximadamente sete
caminho por onde a nova ciclo-               Coração, o qual pretende in-               e assistirem a apresentações       quilômetros.


INCLUSÃO

Educação e arte para quem não pode ver
HANDERLEY SOUZA                              rar o direito desses indivíduos            põe de atendi-
                                             de exercerem sua cidadania.                mento odontoló-
    A educação é um bem im-                  Sendo assim, existem institui-             gico e psicoló-
prescindível a qualquer indiví-              ções especializadas nisso, não             gico. O IAPQ fun-
duo para a aquisição de conhe-               vinculadas ao Estado.                      ciona de segunda
cimento, possibilitando o aper-                  Uma dessas é o Instituto de            a sexta.
feiçoamento das ideias, o de-                Cegos Antônio Pessôa de                       Dos 104 cegos
senvolvimento das relações in-               Queiroz (IAPQ), localizado no              que fazem ativi-
terpessoais e o preparo para o               bairro das Graças, no Recife.              dades regulares,
exercício da cidadania. Edu-                 O espaço é mantido pela Santa              62 participam do Espaço promove
car significa passar o conteú-               Casa de Misericórdia e se ca-              curso de Música, inclusão de cegos.
do de forma abrangente para a                racteriza como uma entidade                que é ministrado
assimilação de todos os alu-                 filantrópica cujo objetivo é               pelo professor                   ratifica. “Já que a gente não
nos, por mais diferentes que                 prestar serviços gratuitos de              Carlos Magal, o qual se espe- usa tanto a visão, tem que
eles sejam. Para isso, é im-                 reabilitação para pessoas com              cializou em Musicografia em explorar a audição”, explica.
portante que haja o acesso de                deficiência visual. Dentre eles,           Braille. As aulas têm duração      Para facilitar na aprendiza-
pessoas com deficiência à                    são oferecidos cursos de                   de dois anos e nelas os alunos gem dos estudantes de tecla-
educação de maneira eficaz,                  Braille, Estimulação visual e tá-          aprendem instrumentos como do, Magal utiliza emborracha-
como uma forma de promover                   til, Artes Musicais, Teatro e              violão, teclado, bateria e acor- dos para sinalizar as teclas de
a inclusão social e de assegu-               Dança. Além disso, o lugar dis-            deom, além de participarem da Dó e, enquanto toca uma mú-
                                                                                        banda do instituto, chamada sica, anuncia as notas poste-
 EXPEDIENTE                                                                             Mistura Visual. Segundo o pro- riores. “Mas que eles não se
                                                                                        fessor, “a audição das pessoas enganem, que isso não vai
 Fundado em 1º de março de 2013
 Um veículo do Grupo Pronto de Comunicação                                              com deficiência visual é agu- durar muito tempo. Nas pró-
 Endereço: Av. Jorn. Aníbal Fernandes, Cid. Universitária - CEP 50740-560 - Recife-PE   çada. Por isso dizem que elas ximas aulas, vão tocar sem ne-
 Reportagem: Bárbara Buril, Handerley Souza, Luiz Filipe Freire,                        têm ouvido de 'tuberculoso'”. O nhuma ajuda”, brinca o pro-
 Mayra Cavalcanti e Renatta Gorga                                                       estudante Melquizedeke, que fessor.
 Editoração e edição: Luiz Filipe Freire
                                                                                        frequenta as aulas há um ano,
Recife, 22 de março de 2013 - SEXTA-FEIRA                                                                                   3




                            Lousa                                            A NOVA
                                                                    TENDÊNCIA ANTIGA

                                Quadros e pinturas que remetem ao equipamento escolar
                                    passaram a ser usados em casas e escritórios
       BÁRBARA BURIL                                              estéticas de jovens, que buscam estilos modernos,
                                                                  criativos e antenados quando decoram os seus quar-


       C
               om a chegada dos assépticos quadros bran-          tos. Já os pequenos podem, finalmente, riscar as pa-
               cos nas salas de aulas, o giz tinha tudo para se   redes quantas vezes quiserem, dando espaço à ima-
               aposentar e desaparecer de vez, mas, pelo          ginação e sem enfurecer as mães.
       contrário, migrou do ambiente escolar para dentro
       das casas e dos estabelecimentos comerciais. As lou-       Uma bagatela
       sas, que antes atendiam a necessidades puramente
       funcionais, se ressignificaram e ganharam uma iden-           Além de deixar o ambiente mais descontraído, as
       tidade estética própria. De uns tempos para cá, pas-       paredes-lousas também dão um ar chique ao espaço,
       saram a ser utilizadas em lares, escritórios, brinque-     pois mostram rapidamente que o bom gosto está pre-
       dotecas e até restaurantes para dar um toque des-          sente. Quem pensa, no entanto, que a ideia exige um
       colado ao ambiente.                                        alto investimento financeiro está muito enganado: as
          Na contramão da era tecnológica, em que pratica-        tintas não custam caro, podem ser encontradas em
       mente todos os textos são digitados, ter uma parede-       qualquer loja de casa e construção e não exigem o tra-
       lousa em casa é voltar-se às criações manuais, cada        balho especializado de um pintor na hora do aplique.
       vez mais raras hoje em dia. "Resolvi pintar uma parte          A escolha da tinta é mais simples do que parece. Há
       da minha parede para deixar o quarto mais vivo. Ele        as opções de cores da Coralit, caso do Esmalte Sin-
       era muito sóbrio, com uma parede branca e os móveis        tético Coralit Fosco, em cores preta e verde-escolar, e
       amarronzados. Pensei em fazer um quadro negro pa-          da Suvinil, com a linha Esmalte Fosco, na cor verde-
       ra poder desenhar nele. Quase sempre, apago tudo e         escolar.
       faço desenhos novos. É sempre divertido chamar                 Além da tinta, são necessárias água para diluir com
       amigos para desenhar na parede", diz a estudante de        a tinta fosca, uma bandeja para misturar as duas solu-
       gastronomia Mayara Marques.                                ções, um rolo de espuma e fita crepe para impedir que
          Rafael Chamie, proprietário do restaurante Capitão      a tinta se espalhe por outras áreas indesejadas da pa-
       Lima, no bairro de Santo Amaro, área central do Re-        rede. Todos os materiais podem ser encontrados por
       cife, explica que a opção por utilizar o giz como utili-   uma bagatela em casas de construção. Para ficar bo-
       dade e decoração vai além da linguagem. Segundo            nito, basta um pouco de bom gosto (e ousadia) na ho-
       ele, no início, o cardápio dos bares, cafés e restauran-   ra de rabiscar, ilustrar e anotar a giz os pensamentos
       tes eram decorados pelos garçons. Como começa-             e imagens do dia.
       ram a ficar muito extensos, passou a ficar difícil me-
       morizar todos os itens e os donos dos esta-
       belecimentos escreviam em pequenas lou-                                                             Lousas
       sas e penduravam de cabeça para baixo no                                                            deixam o
                                                                                                           ambiente
       pescoço dos funcionários.
                                                                                                           mais
          Ocorreu que os próprios clientes consul-                                                         “descolado”
       tavam o cardápio no pescoço do garçom e,                                                            e transmitem
       então, ele foi ampliado e instalado nas en-                                                         bom gosto.
       tradas e paredes dos lugares. “Minha espo-
       sa é arquiteta e chegou com essa ideia de
       explorarmos o visual dos botecos antigos,
       que é útil também porque permite uma inte-
       ração com o cliente”, diz Rafael. “Queremos
       expandir isso. A divulgação de sorteios e
       promoções de última hora, por exemplo,
       passará a ser feita através dos quadros-lou-
       sa no Capitão Lima em breve”, conclui.
          O Bogart Café, também localizado no
       Centro do Recife, aposta na nova e antiga
       tendência da lousa por questão estética mesmo. Lá,
       algumas paredes são cobertas pelas sugestões do
       dia, desenhos e frases deixadas pelos clientes.
          A solução também cai bem em quartos de crianças
       e adolescentes. Além de tornar os ambientes mais co-
       loridos, devido à possibilidade de usar diversos tons
       de giz, as lousas também atendem às necessidades
4                                                                                            Recife, 22 de março de 2013 - SEXTA-FEIRA




Mercado de São José:
                 garantia de preço baixo
Com vendedores antigos, o mercado de São José possui mais de 500 boxes, além de ambulantes pelos arredores



                                                                                                            Maurício dos Passos (esq.)
                                                                                                            vende, por R$ 2, produtos
                                                                                                            que custam R$ 6 em
                                                                                                            grandes mercados. Já o
                                                                                                            comerciante Miguel da Silva
                                                                                                            se destaca na venda de
                                                                                                            refrigerantes e bebidas
                                                                                                            alcoólicas. Preços mais em
                                                                                                            conta atraem a costureira
                                                                                                            Alba Pereira.

RENATTA GORGA                       cro dele nunca foi fixo. Afinal,   têm variedade. Além disso, são     do comerciante Miguel da Sil-
                                    ele depende de a freguesia         mais baratas do que nos su-        va, de 49 anos. Há oito anos,


O
          Recife é conhecido        comparecer ao local e, dentre      permercados", atesta. Um qui-      ele possui um ponto que fica
        pela beleza das pon-        a concorrência de outros 545       lo de goiaba, em grandes mer-      próximo ao Cais de Santa Rita,
        tes, o ritmo do frevo e a   boxes, escolhê-lo. No entanto,     cados, custa em torno de R$ 6.     onde há um complexo de ba-
simpatia dos nativos. Mas uma       ele garante que, com o valor       Já no ponto de Seu Maurício,       res. "Geralmente, vendo a do-
das características é a presen-     arrecadado, "dá para sobrevi-      qualquer produto é R$ 2. "E se     nos de estabelecimentos, que
ça de 24 mercados públicos          ver". "Eu herdei esse ponto do     o cliente pechinchar, até posso    compram em grande quantida-
espalhados pelo território de       meu pai. Já é uma tradição es-     dar um desconto", comenta.         de. Mas também vendo a uni-
218 quilômetros quadrados.          tar aqui e não gostaria de me          O mesmo pensamento é           dade para aqueles fregueses
Um dos mais populares é o de        mudar para outro canto", diz.      compartilhado pela costureira      que querem tomar em casa,
São José, situado no Centro. O         Diariamente, Seu Maurício       Alba Pereira, de 47 anos. Mes-     junto aos amigos, ou sozinhos
espaço é visitado, diariamente,     acorda às quatro horas da ma-      mo vivendo no bairro de Dois       mesmo, enquanto assistem à
por mais de duas mil pessoas.       nhã, vai à Ceasa e chega ao        Unidos, Zona Norte do Recife,      televisão", conta.
Os baixos preços dos produ-         mercado por volta das 6h. A        ela prefere se dirigir ao Merca-      Dentre a bebida alcoólica
tos chamam a atenção.               clientela, por sua vez, aprova a   do de São José toda semana.        mais procurada está a cerveja.
  O comerciante Maurício José       qualidade das frutas e verdu-      "Aqui, é 20% mais barato. Vale     Contudo, desde que a Lei Seca
dos Passos, de 50 anos, é um        ras que ele vende. A profes-       a pena me deslocar", afirma.       ficou mais rígida, Miguel teve
dos vendedores mais antigos         sora Cláudia de Aguiar, de 42         Ainda há quem consiga ven-      prejuízo. "Posso dizer que as
dos arredores do mercado.           anos, já é freguesa há uma dé-     der refrigerantes e bebidas al-    vendas caíram 50%. Se o fei-
Instalado há 35 anos no mes-        cada. "As frutas dele são as       coólicas, seguindo a mesma         rante comprava 20 caixas, ele
mo ponto, ele revela que o lu-      melhores daqui do mercado e        lógica da economia. É o caso       só compra dez agora", pontua.



Na UFPE, comerciantes faturam
 em meio à rotina dos alunos
LUIZ FILIPE FREIRE                     O vendedor João Oliveira, de    cêdo, 21, se
                                    69 anos, enxergou a UFPE co-       abastece ao
  Nos arredores da Universida-      mo ponto de trabalho há mais       longo de
de Federal de Pernambuco            de duas décadas. Ele aposta        suas jorna-
(UFPE), muitos vendedores           na venda de doces e refrescos      das diárias.
perceberam que oferecer ser-        para atrair quem passa pelo        O consumo
viços essenciais à rotina cor-      Centro de Artes e Comunica-        de água sem-
rida de alunos e professores        ção (CAC). “O bom é que a ren-     pre é feito lá, João Oliveira vende refresco e doces há 20 anos.
era uma boa saída para ala-         da aqui é certinha. Cada unida-    mas também
vancar a renda da família. Não      de sai por R$ 1 e, por dia, con-   há espaço pa-
                                                                                                         ços de fora, porque dentro dos
é à toa que dezenas de comer-       sigo vender umas 80. Dá para       ra compras nem tão necessá-
                                                                                                         centros eles são mais caros. É
ciantes negociam desde pro-         tirar um dinheirinho”, atesta.     rias assim. “Às vezes, peço do-
                                                                                                         algo bem prático mesmo”, opi-
dutos alimentícios a serviços          É no ponto de dele que a es-    ces. A gente passa o dia aqui e
                                                                                                         na a aluna de Design.
de cópia e impressão.               tudante Maria Eduarda Ma-          precisa mesmo desses servi-

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Ciclofaixas móveis vão ligar Norte e Sul do Recife aos domingos

  • 1. SEXTA-FEIRA - Recife, 22 de março de 2013 www.pronto2013.wordpress.com VERSÃO IMPRESSA Recife interligado de Norte a Sul por CICLOFAIXAS Projeto lançado pela Prefeitura vai segregar 25 quilômetros de vias para as bicicletas aos domingos e feriados. Pág. 1 Luiz Filipe Freire Preços baixos atraem consumidores ao comércio de rua e dos mercados Pág. 4 INICIATIVA TENDÊNCIA Instituto promove a inclusão de A moda das lousas Bárbara Buril cegos por meio das artes Pág. 1 Handerley Souza Pinturas especiais permitem que o giz desenhe verdadeiras obras de arte na parede. Estilo já está presente em restaurantes e casas dos pernambucanos. Pág. 3
  • 2. 2 Recife, 22 de março de 2013 - SEXTA-FEIRA Ciclofaixas móveis vão funcionar nos domingos e feriados MAYRA CAVALCANTI culturais de orquestras de fre- vo, exposições fotográficas e V ocê já imaginou poder teatro. Ainda não se sabe por deslocar-se, com segu- quanto tempo o projeto vai rança e exclusivamente durar, mas, dependendo da por meio de bicicleta, em uma demanda, espera-se que ele via que liga as zonas Norte e seja prolongado pelos domin- Sul do Recife? A partir do pró- gos e feriados que seguem. ximo domingo, isso será pos- A ciclofaixa passará pelos sível. É que a Prefeitura lan- bairros de Parnamirim, Casa çou um projeto que consiste na Amarela, Casa Forte, Espi- implantação de 25,5 quilôme- nheiro e Graças, na Zona tros de ciclofaixas aos domin- Norte, além de São José, Ca- gos e feriados, que funciona- banga e Recife Antigo, na área rão das 7h às 16h. central, e Boa Viagem, na De acordo com o secretário Quem não tiver bicicleta, poderá alugar uma por R$ 5, a hora. Zona Sul. Serão duas rotas de Turismo e Lazer do mu- que se conectam, totalizando, nicípio, Felipe Carreras, para rota vai passar, o qual deve terditar as ruas do Recife An- aproximadamente, 25 quilô- as pessoas que não possuem contemplar importantes monu- tigo, na área central da cidade, metros, levando em con- o meio de transporte próprio, mentos históricos da cidade, a fim de transformá-lo em um sideração os sete quilômetros serão disponibilizadas bicicle- como o Teatro de Santa Isabel grande espaço de atividades já existentes na ciclovia da tas para aluguel no valor de R$ e o Museu do Estado de Per- culturais em família. O objetivo avenida Boa Viagem. O ponto 5 a hora. O secretário comen- nambuco. é que as pessoas compareçam de convergência é o Marco ta, ainda, que a importância do A ação ocorre em paralelo ao local para andarem de bi- Zero. Já a rota da Zona Norte projeto também se dá pelo com o projeto Recife Antigo de cicleta ou patins, por exemplo, tem aproximadamente sete caminho por onde a nova ciclo- Coração, o qual pretende in- e assistirem a apresentações quilômetros. INCLUSÃO Educação e arte para quem não pode ver HANDERLEY SOUZA rar o direito desses indivíduos põe de atendi- de exercerem sua cidadania. mento odontoló- A educação é um bem im- Sendo assim, existem institui- gico e psicoló- prescindível a qualquer indiví- ções especializadas nisso, não gico. O IAPQ fun- duo para a aquisição de conhe- vinculadas ao Estado. ciona de segunda cimento, possibilitando o aper- Uma dessas é o Instituto de a sexta. feiçoamento das ideias, o de- Cegos Antônio Pessôa de Dos 104 cegos senvolvimento das relações in- Queiroz (IAPQ), localizado no que fazem ativi- terpessoais e o preparo para o bairro das Graças, no Recife. dades regulares, exercício da cidadania. Edu- O espaço é mantido pela Santa 62 participam do Espaço promove car significa passar o conteú- Casa de Misericórdia e se ca- curso de Música, inclusão de cegos. do de forma abrangente para a racteriza como uma entidade que é ministrado assimilação de todos os alu- filantrópica cujo objetivo é pelo professor ratifica. “Já que a gente não nos, por mais diferentes que prestar serviços gratuitos de Carlos Magal, o qual se espe- usa tanto a visão, tem que eles sejam. Para isso, é im- reabilitação para pessoas com cializou em Musicografia em explorar a audição”, explica. portante que haja o acesso de deficiência visual. Dentre eles, Braille. As aulas têm duração Para facilitar na aprendiza- pessoas com deficiência à são oferecidos cursos de de dois anos e nelas os alunos gem dos estudantes de tecla- educação de maneira eficaz, Braille, Estimulação visual e tá- aprendem instrumentos como do, Magal utiliza emborracha- como uma forma de promover til, Artes Musicais, Teatro e violão, teclado, bateria e acor- dos para sinalizar as teclas de a inclusão social e de assegu- Dança. Além disso, o lugar dis- deom, além de participarem da Dó e, enquanto toca uma mú- banda do instituto, chamada sica, anuncia as notas poste- EXPEDIENTE Mistura Visual. Segundo o pro- riores. “Mas que eles não se fessor, “a audição das pessoas enganem, que isso não vai Fundado em 1º de março de 2013 Um veículo do Grupo Pronto de Comunicação com deficiência visual é agu- durar muito tempo. Nas pró- Endereço: Av. Jorn. Aníbal Fernandes, Cid. Universitária - CEP 50740-560 - Recife-PE çada. Por isso dizem que elas ximas aulas, vão tocar sem ne- Reportagem: Bárbara Buril, Handerley Souza, Luiz Filipe Freire, têm ouvido de 'tuberculoso'”. O nhuma ajuda”, brinca o pro- Mayra Cavalcanti e Renatta Gorga estudante Melquizedeke, que fessor. Editoração e edição: Luiz Filipe Freire frequenta as aulas há um ano,
  • 3. Recife, 22 de março de 2013 - SEXTA-FEIRA 3 Lousa A NOVA TENDÊNCIA ANTIGA Quadros e pinturas que remetem ao equipamento escolar passaram a ser usados em casas e escritórios BÁRBARA BURIL estéticas de jovens, que buscam estilos modernos, criativos e antenados quando decoram os seus quar- C om a chegada dos assépticos quadros bran- tos. Já os pequenos podem, finalmente, riscar as pa- cos nas salas de aulas, o giz tinha tudo para se redes quantas vezes quiserem, dando espaço à ima- aposentar e desaparecer de vez, mas, pelo ginação e sem enfurecer as mães. contrário, migrou do ambiente escolar para dentro das casas e dos estabelecimentos comerciais. As lou- Uma bagatela sas, que antes atendiam a necessidades puramente funcionais, se ressignificaram e ganharam uma iden- Além de deixar o ambiente mais descontraído, as tidade estética própria. De uns tempos para cá, pas- paredes-lousas também dão um ar chique ao espaço, saram a ser utilizadas em lares, escritórios, brinque- pois mostram rapidamente que o bom gosto está pre- dotecas e até restaurantes para dar um toque des- sente. Quem pensa, no entanto, que a ideia exige um colado ao ambiente. alto investimento financeiro está muito enganado: as Na contramão da era tecnológica, em que pratica- tintas não custam caro, podem ser encontradas em mente todos os textos são digitados, ter uma parede- qualquer loja de casa e construção e não exigem o tra- lousa em casa é voltar-se às criações manuais, cada balho especializado de um pintor na hora do aplique. vez mais raras hoje em dia. "Resolvi pintar uma parte A escolha da tinta é mais simples do que parece. Há da minha parede para deixar o quarto mais vivo. Ele as opções de cores da Coralit, caso do Esmalte Sin- era muito sóbrio, com uma parede branca e os móveis tético Coralit Fosco, em cores preta e verde-escolar, e amarronzados. Pensei em fazer um quadro negro pa- da Suvinil, com a linha Esmalte Fosco, na cor verde- ra poder desenhar nele. Quase sempre, apago tudo e escolar. faço desenhos novos. É sempre divertido chamar Além da tinta, são necessárias água para diluir com amigos para desenhar na parede", diz a estudante de a tinta fosca, uma bandeja para misturar as duas solu- gastronomia Mayara Marques. ções, um rolo de espuma e fita crepe para impedir que Rafael Chamie, proprietário do restaurante Capitão a tinta se espalhe por outras áreas indesejadas da pa- Lima, no bairro de Santo Amaro, área central do Re- rede. Todos os materiais podem ser encontrados por cife, explica que a opção por utilizar o giz como utili- uma bagatela em casas de construção. Para ficar bo- dade e decoração vai além da linguagem. Segundo nito, basta um pouco de bom gosto (e ousadia) na ho- ele, no início, o cardápio dos bares, cafés e restauran- ra de rabiscar, ilustrar e anotar a giz os pensamentos tes eram decorados pelos garçons. Como começa- e imagens do dia. ram a ficar muito extensos, passou a ficar difícil me- morizar todos os itens e os donos dos esta- belecimentos escreviam em pequenas lou- Lousas sas e penduravam de cabeça para baixo no deixam o ambiente pescoço dos funcionários. mais Ocorreu que os próprios clientes consul- “descolado” tavam o cardápio no pescoço do garçom e, e transmitem então, ele foi ampliado e instalado nas en- bom gosto. tradas e paredes dos lugares. “Minha espo- sa é arquiteta e chegou com essa ideia de explorarmos o visual dos botecos antigos, que é útil também porque permite uma inte- ração com o cliente”, diz Rafael. “Queremos expandir isso. A divulgação de sorteios e promoções de última hora, por exemplo, passará a ser feita através dos quadros-lou- sa no Capitão Lima em breve”, conclui. O Bogart Café, também localizado no Centro do Recife, aposta na nova e antiga tendência da lousa por questão estética mesmo. Lá, algumas paredes são cobertas pelas sugestões do dia, desenhos e frases deixadas pelos clientes. A solução também cai bem em quartos de crianças e adolescentes. Além de tornar os ambientes mais co- loridos, devido à possibilidade de usar diversos tons de giz, as lousas também atendem às necessidades
  • 4. 4 Recife, 22 de março de 2013 - SEXTA-FEIRA Mercado de São José: garantia de preço baixo Com vendedores antigos, o mercado de São José possui mais de 500 boxes, além de ambulantes pelos arredores Maurício dos Passos (esq.) vende, por R$ 2, produtos que custam R$ 6 em grandes mercados. Já o comerciante Miguel da Silva se destaca na venda de refrigerantes e bebidas alcoólicas. Preços mais em conta atraem a costureira Alba Pereira. RENATTA GORGA cro dele nunca foi fixo. Afinal, têm variedade. Além disso, são do comerciante Miguel da Sil- ele depende de a freguesia mais baratas do que nos su- va, de 49 anos. Há oito anos, O Recife é conhecido comparecer ao local e, dentre permercados", atesta. Um qui- ele possui um ponto que fica pela beleza das pon- a concorrência de outros 545 lo de goiaba, em grandes mer- próximo ao Cais de Santa Rita, tes, o ritmo do frevo e a boxes, escolhê-lo. No entanto, cados, custa em torno de R$ 6. onde há um complexo de ba- simpatia dos nativos. Mas uma ele garante que, com o valor Já no ponto de Seu Maurício, res. "Geralmente, vendo a do- das características é a presen- arrecadado, "dá para sobrevi- qualquer produto é R$ 2. "E se nos de estabelecimentos, que ça de 24 mercados públicos ver". "Eu herdei esse ponto do o cliente pechinchar, até posso compram em grande quantida- espalhados pelo território de meu pai. Já é uma tradição es- dar um desconto", comenta. de. Mas também vendo a uni- 218 quilômetros quadrados. tar aqui e não gostaria de me O mesmo pensamento é dade para aqueles fregueses Um dos mais populares é o de mudar para outro canto", diz. compartilhado pela costureira que querem tomar em casa, São José, situado no Centro. O Diariamente, Seu Maurício Alba Pereira, de 47 anos. Mes- junto aos amigos, ou sozinhos espaço é visitado, diariamente, acorda às quatro horas da ma- mo vivendo no bairro de Dois mesmo, enquanto assistem à por mais de duas mil pessoas. nhã, vai à Ceasa e chega ao Unidos, Zona Norte do Recife, televisão", conta. Os baixos preços dos produ- mercado por volta das 6h. A ela prefere se dirigir ao Merca- Dentre a bebida alcoólica tos chamam a atenção. clientela, por sua vez, aprova a do de São José toda semana. mais procurada está a cerveja. O comerciante Maurício José qualidade das frutas e verdu- "Aqui, é 20% mais barato. Vale Contudo, desde que a Lei Seca dos Passos, de 50 anos, é um ras que ele vende. A profes- a pena me deslocar", afirma. ficou mais rígida, Miguel teve dos vendedores mais antigos sora Cláudia de Aguiar, de 42 Ainda há quem consiga ven- prejuízo. "Posso dizer que as dos arredores do mercado. anos, já é freguesa há uma dé- der refrigerantes e bebidas al- vendas caíram 50%. Se o fei- Instalado há 35 anos no mes- cada. "As frutas dele são as coólicas, seguindo a mesma rante comprava 20 caixas, ele mo ponto, ele revela que o lu- melhores daqui do mercado e lógica da economia. É o caso só compra dez agora", pontua. Na UFPE, comerciantes faturam em meio à rotina dos alunos LUIZ FILIPE FREIRE O vendedor João Oliveira, de cêdo, 21, se 69 anos, enxergou a UFPE co- abastece ao Nos arredores da Universida- mo ponto de trabalho há mais longo de de Federal de Pernambuco de duas décadas. Ele aposta suas jorna- (UFPE), muitos vendedores na venda de doces e refrescos das diárias. perceberam que oferecer ser- para atrair quem passa pelo O consumo viços essenciais à rotina cor- Centro de Artes e Comunica- de água sem- rida de alunos e professores ção (CAC). “O bom é que a ren- pre é feito lá, João Oliveira vende refresco e doces há 20 anos. era uma boa saída para ala- da aqui é certinha. Cada unida- mas também vancar a renda da família. Não de sai por R$ 1 e, por dia, con- há espaço pa- ços de fora, porque dentro dos é à toa que dezenas de comer- sigo vender umas 80. Dá para ra compras nem tão necessá- centros eles são mais caros. É ciantes negociam desde pro- tirar um dinheirinho”, atesta. rias assim. “Às vezes, peço do- algo bem prático mesmo”, opi- dutos alimentícios a serviços É no ponto de dele que a es- ces. A gente passa o dia aqui e na a aluna de Design. de cópia e impressão. tudante Maria Eduarda Ma- precisa mesmo desses servi-