3. Novos velhos estudantes vimaranenses depois do encontro de saudade com velhos companheiros e gastronomicamente satisfeitos com uma soberba Ceia Nicolina, sobem ao Cano para ir buscar o maior mastro - o Pinheiro Magno - da região. PINHEIRO
4. Numa das praças maiores da cidade - o Campo da Feira – é levantado e anuncia as Festas da Academia, da Juventude de Guimarães.
5. As posses remontam ao Convento das Clarissas. Lá aconteciam festas onde participava toda a classe fidalga do burgo e onde apareciam doces confeccionados pelas próprias freiras. POSSES
6. As posses são herdadas do dízimo da freguesia de Urgeses a que as casas senhoriais da região também aderiram. Os estudantes vão, a cada casa ou estabelecimento combinado, buscar ou aguardar a Posse quase sempre bem gritada, mas dádiva generosa para a ceia daquela noite
7. MAGUSTO Hábito herdado dos festejos a S. Martinho - 11 de Novembro - e que acompanham desde tempos imemoriais a Festa de S. Nicolau. Os moços de uma comunidade iam pedindo "pau“, recolhiam madeira e castanhas pelas casas e pelas confrarias e no Rossio da freguesia - a praça maior - faziam fogueira e assavam castanhas: o magusto convidando todo o povo da freguesia.
8. ROUBALHEIRA Remonta a uma série de dimensões Sanjoaneiras do mundo rural e que como tantos outros foi caindo em desuso. O seu objectivo era fazer desaparecer objectos mais como partida ou brincadeira do que intenção. Claro que a comunidade procurava ter algumas precauções mas os vasos eram sempre a grande e principal vitima desta brincadeira
9. PREGÃO Nasce o Pregão à boa maneira das academias francesas ou do simples decreto real que era anunciado e que pelos Bandos Escolares eram apresentados e declamados, acompanhados de cavalgadas e mascaradas que incomodavam o poder instituído, para gáudio da populaça, provocando truculências e desafios às autoridades.
10. Bando Escolástico ou Pregão, tal qual se fazia no séc. XVIII, com o pregão real. Os estudantes em grande grupo e com toques de caixa repicada e bombo ritmado, agreste e barulheira própria, apresentando-se à cidade apregoando as suas reivindicações, criticas e desejáveis aspirações para futuro.
11. MAÇÃZINHAS São a alma essencial das Nicolinas numa relação natural da descoberta do homem e da mulher. Cumpre-se aqui o ciclo natural do acasalamento no solstício de Inverno. O jovem oferece na ponta da lança a maçã - símbolo do pecado original - à menina da janela que a rejeita ou lhe oferece em troca a prenda.
12. A lança está engalanada de fitas coloridas oferecidas pelas outras meninas das suas relações. A grande fita do laço, mais larga que ata as restantes, é oferecida pela mãe ou pela namorada comprometida. A razão do compromisso entre o masculino e o feminino que neste acto público se exprime está ligado à relação social e de maternidade .
13. É o centro das Nicolinas e realiza-se sempre na tarde do dia 6 de Dezembro, com um cortejo de apresentação dos jovens mascarados e travestidos, que percorre as ruas da cidade e antecede o erguer das lanças com a maçã na ponta à procura da "prenda" especial daquela menina ou dama por quem o jovem arde de paixão, no coração do centro histórico : a Praça de Santiago e o Largo da Oliveira.
15. As danças começaram por ser apresentadas em cena pública no Rossio do Toural; na Praceta do Convento das Claristas ou nos Pátios e casas Senhoriais. A exploração de Comédias e Danças pelos escholásticos e sua organização possibilitaram a construção da Capela de S. Nicolau anexa à Colegiada e hoje novamente restaurada DANÇAS
16. Novenas de Azurei ou de Azurem, foram implantadas enquanto hábito cultural no séc. XVIII pela obrigação de realizar missas cantadas todos os anos, a 7 e 8 de Dezembro NOVENAS
17. Em tempos mais recentes as Novenas e Matinas eram repetidas dia a dia até ao fim da festa e mantendo o seu imaginário temporal, tinham um percurso feito pelos jovens em direcção à cidade, trazendo com eles tudo o que fosse de comer que entregavam à senhora Aninhas ou na Casa dos Pobres.
18. BAILE DA SAUDADE Uma noite onde com rigor e protocolo se realiza uma ceia e um baile de reencontro de amigos e de companheiros de outros tempos onde pontificam as recordações dos amores e paixões que se entregam com saudade e como herança às gerações mais novas A música de outros tempos, de todos os tempos, paira no ar à mistura com as conversas discretas, as gargalhadas brejeiras e os sorrisos de saudade.
19. MOINAS Eram oferecidas pelas vendas ou pelas casas de Velhos Nicolinos aos jovens tocadores de caixas e bombos Figos de ceira; Maçãs; Broa; Nozes; Castanhas; Bacalhau demolhado com cebola; Cebola com sal e tremoços e sempre a Malga de tinto a acompanhar. Em algumas casas mais abundantes era acrescentada a Bola de Carne
20. Festividades Religiosas Desde 1691 que a “Irmandade de São Nicolau”, de que são irmãos todos os nicolinos e vimaranenses em geral, tem tido um papel fundamental na manutenção do culto ao Padroeiro dos Estudantes.
21. Actualmente celebra-se missa em honra de S. Nicolau, na Igreja da Oliveira, no domingo mais próximo do dia 6 de Dezembro, seguida de procissão para a capela do Santo. Tem a participação dos irmãos, estudantes novos e velhos e os populares em geral. A eucaristia e a procissão são acompanhadas pelo toque das novenas.