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Reforma Religiosa
As Reformas Religiosas Prof. Jorge Miklos
Março/2012
O que foi a Reforma Religiosa?
• Rompimento da unidade cristã na Europa do século XVI,
devido às transformações na ordem feudal que levaram a um
afastamento entre os homens e a Igreja Católica.
• A substituição da mentalidade teocêntrica, típica da Idade
Média, pela antropocêntrica que valorizava o ser humano e
suas capacidades individuais, levou ao questionamento da
doutrina católica, assim como o comportamento pouco
adequado do clero gerou críticas à instituição.
• O desenvolvimento das forças capitalistas exigia uma nova
ética religiosa frente às atividades econômicas da burguesia.
Contexto Histórico
Mundo Moderno
• Individualismo
• Os ideais do homem burguês
• A centralização política das
monarquias
• As navegações e a descoberta da
América
• As transformações econômicas,
sociais e culturais da
modernidade
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Fatores da Reforma Religiosa
• FATORES RELIGIOSOS
– Corrupção
• Indulgências (O Papa
Leão X com o intuito de
construir a Basílica de S.
Pedro negociou a venda
das indulgências com o
banqueiro Jacob Füguer, Uma indulgência de Tetzel 1517 que
dando-lhes um caráter de diz: "Pela autoridade de todos os
operação mercantil santos, e misericórdia para com você,
• Simonia (vendas de eu te absolvo de todos os pecados
cargos e relíquias e más ações e remeter todos os
castigos por dez dias.
religiosas)
Fatores da Reforma Religiosa
Caricatura
anônima
representando o
frade dominicano
Johann Tetzel
durante a
campanha de
venda de
indulgências na
Alemanha: “ Logo
que o ouro tilinta
na caixa, o céu
recebe uma alma”
Fatores da Reforma Religiosa
Recibo de indulgência impresso e dado a dois irmãos e Einsiedeln, em 1521
por um monge beneditino
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Fatores da Reforma Religiosa
• POLÍTICOS
– Universalismo da Igreja X
Interesses do Estado Nacional
– Conflito poder Espiritual X
Poder Temporal
– Interferência da Igreja em
assuntos internos dos Estados
e vice-versa
Reforma Religiosa
• IDEOLÓGICOS
• Humanismo
renascentista buscava
um cristianismo
modernizado
A idéia de que a Igreja estava
afundando. Gravura de 1497.
Fatores da Reforma Religiosa
• Ilustração dos altos e
baixos da Reforma.
• A Igreja está com o teto
para baixo; um
camponês celebra a
missa; um nobre e um
monge lavram a terra.
• Gravura de 1548.
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Reforma Luterana
• Liderança de Lutero:
• Religioso alemão
• Atormentado com a
noção do pecado
original, queria saber o
que poderia garantir a
salvação
Reforma Luterana
Em 31/10/1517
Lutero Publica as
95 Teses em que
condena a venda
das indulgências
Foi na porta da Igreja do
Castelo de Wittenberg que
Martinho Lutero pregou suas
95 teses.
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Princípios Teológicos de Lutero
• só a fé salva: portanto,
nenhuma instituição
religiosa poderia ser
intermediária entre Deus
e os homens
• só a leitura bíblica tem os
ensinamentos: assim a
autoridade dos religiosos
era restrita
• só a graça, um fator
divino, poderia assegurar
aos homens a salvação
Reforma Luterana
• Lutero é
excomungado
pelo Papa
Leão X
Reforma Luterana
– Lutero é também
perseguido pelo
Imperador
– Carlos V
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Reforma Luterana
• Porém Lutero recebe a
proteção de alguns
nobres alemães
• Frederico da Saxônia
• Em 1502 ele fundou a
Universidade de
Wittenberg, onde
Martinho Lutero
ensinava Teologia
GUERRAS CAMPONESAS
Na esteira dessas novas idéias surgiram na
Alemanha rebeliões camponesas que
passaram a contestar alem da Igreja, a própria
estrutura feudal.
Reforma Luterana
• Liderados por
Thomas Münzer
• Münzer liderou os
Anabatistas – ala
radical dos
reformadores
alemães.
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O que pensavam os Anabatistas?
1. Desconsideravam o batismo da Igreja Católica
Apostólica Romana. Assim, rebatizavam todos os
que já tivessem sido batizados em criança,
crendo que o verdadeiro batismo só tem valor
quando as pessoas se convertem
conscientemente a Cristo.
2. Münzer proclamou uma guerra contra todas as
autoridades instituídas, e uma tentativa de
estabelecer pela força o seu ideal de irmandade
cristã, com a igualdade absoluta e a igualdade
dos bens.
O que pensavam os Anabatistas?
“O mais pobre dos homens possui título tão
autêntico e direito tão justo à terra quanto o
mais rico dentre eles... A verdadeira liberdade
reside no livre desfrute da terra... Se o comum
do povo não tem maior liberdade na
Alemanha do que a de viver em meio a seus
irmãos mais velhos e para esses trabalhar em
troca de salário, então que liberdade tem ele
na Alemanha a mais do que na Inglaterra ou
na França?”
Camponeses saqueando um mosteiro na Alemanha em 1525. Alguns
tiram os peixes do viveiro, outros apoderam-se dos sacos de farinha,
outros se embriagam no átrio enquanto os chefes comem no refeitório
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Reforma Luterana
• Em 1525 Lutero escreveu Contra as Turbas de
Camponeses Assassinos e Saqueadores,
documento no qual afirmava que somente
com o extermínio das insurreições seria
possível salvar os homens para a vida eterna e
restaurar a autoridade política.
Reforma Luterana
“Só há uma maneira desse turba fazer sua
obrigação. É constrangendo-o pela lei e pela
espada, prendendo-o em cadeias e gaiolas, da
mesma forma como se faz com bestas
selvagens . . . melhor a morte de todos os
camponeses do que a morte dos príncipes . . .
estrangulem os rebeldes como fariam com
cães raivosos. Que todo seu sangue recaia
sobre mim"
Reforma Religiosa
• Esse discurso forneceu
aos príncipes alemães a
justificativa moral para
desencadear violenta
repressão aos
camponeses.
• Os exércitos dos príncipes
massacraram milhares de
camponeses.
• Com isso consolidou-se o
poder e a estrutura feudal
na Alemanha.
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A guerra religiosa na Alemanha
encerrou em 1555 com a
Paz de Augsburg
Cujus regio, ejus religio
É uma frase em latim que significa,
"De acordo com a sua região, sua religião".
Características do Luteranismo:
Basicamente, a doutrina luterana divergia
do catolicismo nos seguintes pontos:
Características do Luteranismo
• Livre-exame.
– O crente teria direito de
ler a Bíblia e tirar suas
próprias conclusões.
– Desta forma, Lutero
negava à Igreja o direito
de ser a intérprete da
palavra divina. A Bíblia de Lutero é uma tradução alemã da Bíblia, produzida por
Martinho Lutero, impressa pela primeira vez em 1534. Esta
tradução é considerada como sendo em grande parte
responsável pela evolução da moderna língua alemã.
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Características do Luteranismo
• Salvação pela fé.
– Com base em uma
interpretação que Lutero
faz do texto Bíblico contido
nas epístolas de São Paulo
(Romanos), Lutero
afirmava que o homem
está destinado a pecar.
– Para São Paulo o homem
não é capaz de fazer o bem
que quer mas faz o mal
que não quer.
– Assim não se salvará pelas
obras, mas sim pelo
arrependimento e pela fé.
Características do Luteranismo
• Condenação do
celibato.
– Para Lutero não havia
fundamento bíblico para
o celibato do clero.
Sendo assim, os
ministros da Igreja
deveriam se casar.
Características do Luteranismo
• Negação da
infalibilidade papal.
– Para Lutero os papas
estavam sujeitos ao erro
como qualquer ser
humano.
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Reforma Religiosa
CALVINISMO
CALVINISMO
• O francês João Calvino
(Jean Calvin) encontrou
em Genebra (Suíça) um
clima favorável para
divulgar suas idéias.
CALVINISMO
• Calvino defendia a idéia
da Predestinação, isto
é, que a Salvação
precedia a existência.
• Para ele o homem já
nascia predestinado, ou
seja escolhido por Deus,
para a vida eterna ou
para a danação eterna.
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CALVINISMO
• A doutrina calvinista
estabelecia para seus
adeptos uma vida
regrada, disciplinada,
dedicada ao trabalho,
afastada do ócio, dos
vícios e da ostentação.
CALVINISMO
• “O trabalhador é o que
mais se assemelha a
Deus... Um homem que
não quer trabalhar não
deve comer... O pobre é
suspeito de preguiça, o
que constitui uma
injúria a Deus.”
CALVINISMO
• Esse código de conduta levou alguns autores a
considerar esses princípios do calvinismo
como fatores que favoreceriam o processo de
acumulação capitalista.
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ANGLICANISMO
Reforma Anglicana
• Na Inglaterra durante o
governo de Henrique
VIII, o monarca se
desentendeu com o
papa.
Reforma Anglicana
• Sedento por riquezas e
desejoso de confiscar as
terras e bens da Igreja o
rei solicitou a anulação
de seu casamento com
Catarina de Aragão
alegando a falta de um
sucessor masculino.
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Reforma Anglicana
• Diante da negativa do
Papa em conceder-lhe o
divórcio o rei rompeu
com o papado
promovendo uma
reforma na igreja
inglesa. Casou-se com
Ana Bolena.
Reforma Anglicana
• Em 1534 Henrique VIII
decretou o Ato de
Supremacia
consolidando a
separação entre a
Inglaterra e o papa
criando uma Igreja
Nacional chamada de
Anglicana.
Reforma Anglicana
• Henrique VIII
transformou-se no
chefe do
Anglicanismo
fortalecendo o poder
real consolidado no
reinado de
• Elizabeth I.
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Curiosidade
Henrique VIII casou-se seis vezes!!
Catherine of Aragon Jane Seymour
Anne Boleyn
Anne of Cleaves Catherine Howard Catherine Parr
CONTRARREFORMA
Apesar do termo, Contrarreforma, o movimento de reação iniciado pela Igreja Católica a partir da
expansão do protestantismo na Europa ocidental apresentou muito mais um caráter reformista. Ou
seja, ainda que reagindo violentamente à expansão das novas doutrinas religiosas pelo continente
europeu, a alta hierarquia do clero católico percebeu a necessidade de alterar importantes aspectos
de sua existência, sob risco de perder ainda mais fiéis.
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Reforma Católica
• Papa Paulo III reuniu o Concilio de Trento (1545-1563)
Reforma Católica
O Index Librorum
Prohibitorum ou Index
Librorvm Prohibithorvm
("Índice dos Livros
Proibidos”) foi uma lista
de publicações
proibidas pela Igreja
Católica, de "livros
perniciosos" contendo
ainda as regras da igreja
relativamente a livros.
Index Librorvm Prohibithorvm
• Galileu Galilei, Nicolau Copérnico, Giordano
Bruno, Nicolau Maquiavel, Erasmo de Rotterdam,
Baruch de Espinosa, John Locke, Berkeley, Denis
Diderot, Blaise Pascal, Thomas Hobbes, René
Descartes, Rousseau, Montesquieu, David Hume
e Immanuel Kant pertenceram a esta lista
• O índice foi abolido em 1966 pelo Papa Paulo VI,
sendo anunciado formalmente em 15 de junho
de 1966.
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Reforma Católica
Tribunal
do
Santo
Ofício
Reforma Católica
• Foi restaurada a
Inquisição, de origem
medieval, cujo objetivo
era perseguir hereges.
• Agiu com extrema
violência e conteve o
Galileu diante do Santo Ofício, pintura do
avanço do século XIX de Joseph-Nicolas Robert-Fleury.
protestantismo onde
atuou: Portugal,
Espanha e Itália
Auto-da-fé ou Auto-de-fé refere-se a
eventos de penitência realizados
publicamente ou (em espaços reservados
para isso) com humilhação de heréticos e
apóstatas bem como punição aos cristãos-
novos pelo não cumprimento ou vigilância
da nova fé lhes outorgada, postos em
prática pela Inquisição, principalmente em
Portugal e Espanha.
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Companhia de Jesus
Ad Maiorem Dei Gloriam ou ad majorem Dei gloriam ("para maior glória de Deus", em latim),
também conhecido pelo acrônimo AMDG, é o lema da Sociedade de Jesus, cujos membros são
comumente conhecidos como jesuítas. A sociedade é uma ordem religiosa dentro da Igreja
Católica Romana
Reforma Católica
• Foi fundada
por Ignácio de
Loyola e
ratificada pelo
Papa Paulo III
em 1540
Sua ação foi fundamental para a Conquista Espiritual da América
onde fundaram missões e reduções construindo escolas e
universidades
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No espírito da Contrarreforma difundiu-se o
estilo artístico Barroco
Distingue-se pelo esplendor
exuberante
Caravaggio
O Martírio de São Matheus, 1599 - 1600
Óleo sobre tela
323 x 343cm
Capela Contarelli, San Luigi dei Francesi, Roma
Caravaggio
Cupido, 1602
Óleo sobre tela
156x113cm
Berlin
Staatliche Museen Preussischer
Kulturbesitz, Gemäldegalerie
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Rembrandt
Palestra de anatomia do Dr. Nicolaes Tulp, 1632
Óleo sobre tela
169,5 x 216,5 cm
Mauritshuis, The Hague
Vermeer
A empregada da cozinha, 1658
45,5 x 41 cm
Rijksmuseum, Amsterdam
Vermeer
Moça com brinco de pérola, 1662
46x40cm
Óleo sobre tela
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Bernini
O êxtase de Santa Teresa, 1645-52
350cm
Mármore
Capela Cornaro, Roma
Andrea Pozzo
A Apoteose de Santo Inácio, 1688-90
Afresco
Rubens
A união da terra com a água, 1618
Óleo sobre tela
222,5 x 180,5 cm
Hermitage, São Petersburgo
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Rubens
O Julgamento de Paris, 1635-38
Óleo sobre painel
144,8 x 193,7 cm
National Gallery, London
Velázquez
Las Meninas, 1656
Óleo sobre tela
318x276cm
Museo del Prado, Madrid
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Poussin
Estupro da mulher Sabina, 1633-34
Óleo sobre tela
154,6 x 209,9 cm
Metropolitan Museum of Art, New York
Le Brun
O Chanceler Séguier, 1655
Óleo sobre linho
295 x 351 cm
Louvre, Paris
Serpente de bronze, 1714-15
Lã e seda
367x604
Autor do modelo: Le Brun em 1650
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Simon Vouet
Alegoria da saúde, 1649
Óleo sobre tela
170x124cm
Coleção de Luis XIII
Jean-Antoine Watteau
La gamme d'amour, 1717-20
Óleo sobre tela
51,3 x 59,4 cm
National Gallery, London
François Boucher
La Toilette, 1742
Óleo sobre tela
1742
Coleção Particular
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Divina Providência, 1633-1639.
Pietro da Cortona: O triunfo da
Afresco em teto do Palazzo
Barberini, Roma
Referências
• BRONOWSKI, J. e MAZLISCH, B. A Reforma. In: A Tradição Intelectual do Ocidente.
Lisboa, Ed. 70, 1988, pp. 93-122.
• DAVIDSON, N. S. A Contrarreforma. SP: Martins Fontes, 1991.
• DELUMEAU, Jean. Nascimento e afirmação da reforma. SP: Pioneira, 1989.
• GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: Guanabara, 1998.
• LA COUTURE, Jean. Os jesuítas: os conquistadores. Porto Alegre: L&PM, 1994.
• LEBRUN, F. As Reformas: devoções comunitárias e piedade individual. In: História
da Vida Privada, Renascença. Lisboa, Afrontamento, 1990, pp. 71-111.
• MULLET, Michel. A contrarreforma. Lisboa: Gradiva, 1985 [1984].
• TREVOR-ROPPER, H.R. Religião, reforma transformação social. Lisboa: Editorial
• Presença/Martins Fontes, 1981. (II-IV)
• WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São
Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1987.
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