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Monitoramento em área de catastrofe ambiental ... DE CATASTROFE AMBIENTAL ATRAVÉS
              MONITORAMENTO EM ÁREA                                                                                                   133
                            DE TÉCNICA DE DETECÇÃO DE MUDANÇAS

                                        Jorgeane Schaefer dos Santos1, Christel Lingnau2

(recebido: 16 de março de 2010; aceito: 28 de outubro de 2012)

RESUMO: O uso de imagens de satélites tem sido muito eficaz para o monitoramento da dinâmica do uso e ocupação do solo ao longo
do tempo. Para isso, as técnicas de detecção de mudança têm sido fortes aliadas. Essas técnicas têm múltiplas complexidades
dependendo do objetivo que se pretende alcançar. No presente estudo, buscou-se avaliar a aplicação da técnica de detecção de
mudanças no monitoramento do uso e ocupação do solo nas áreas atingidas pela catástrofe ambiental de novembro de 2008 em SC, na
região do Morro do Baú. Foram utilizadas 04 (quatro) imagens do sensor Landsat de datas distintas entre 1992 e 2009 (pós-
catástrofe). As imagens foram transformadas em índice de vegetação, com a utilização das bandas 7 e 4 para minimizar os efeitos
atmosféricos e radiométricos. Máscara de sombreamento, utilizando o modelo digital do terreno, foi desenvolvida de modo a evitar
falsas mudanças causadas por sombra. Concluiu-se que o georreferenciamento deve ser muito preciso na aplicação dessas técnicas de
detecção de mudanças; que o índice de vegetação com bandas 7 e 4, bem como a máscara de sombreamento, foram eficazes na
minimização de falsas mudanças e; que as técnicas aplicadas mostraram-se eficientes para detectar mudanças ocorridas nas áreas
atingidas pela catástrofe.
Palavras-chave: Bacia do Itajaí, monitoramento uso do solo, deslizamentos de terra.

MONITORING ENVIRONMENTAL CATASTROPHE AREA THROUGH CHANGE DETECTION TECHNIQUES

ABSTRACT: The use of satellite images has been very effective for monitoring the dynamics of the land use and occupation over
time. For this purpose , the change detection techniques have been strong allies. These techniques have multiple complexities
depending on the objective to be achieved. This study aims to evaluate the technique for land use and land cover changing detection
in areas affected by the environmental disaster of November 2008 in the region of Morro do Baú, Santa Catarina, Brazil. A total
of 04 (four) images from different dates between 1992 and 2009 (post-disaster) were used. The images were processed in
vegetation index using bands 7 and 4 in order to minimize atmospheric and radiometric distortions. Shadow mask, construted
from the digital terrain model, was developed to avoid false changes caused by shade. It was concluded that the georeferencing
must be very accurate in applying these techniques. The vegetation index by using bands 7 and 4and the shadow mask, were
effective in minimizing false changes. It showed that the techniques applied are effective to detect changes in areas affected by the
disaster.
Key-words: Itajaí wattershed, land use monitoring, landslides.


                      1 INTRODUÇÃO                                     ocupação se deu nas encostas e fundos de vale desta
                                                                       região bastante montanhosa.
         A bacia do Itajaí compreende municípios de grande
importância para o Estado de Santa Catarina, sendo                            O monitoramento do uso e ocupação do solo por
especialmente um pólo industrial de destaque do estado.                meio de imagens de satélite se dá pela aplicação de técnicas
Essa bacia tem sofrido com os problemas causados por                   de detecção de mudanças as quais constituem na análise
enchentes, erosões, poluição, assoreamento, inadequado                 de um par de imagens adquiridas da mesma área geográfica,
planejamento urbano (SCHAEFER-SANTOS, 2003) e, mais                    em datas diferentes, de modo a identificar possíveis
recentemente, em novembro de 2008, a região do médio                   alterações ocorridas (BOVOLO; BRUZZONE, 2005). A
Itajaí foi afetada por uma catástrofe ambiental nunca antes            relativa disponibilidade de imagens bem como o
ocorrida na região, com inúmeros deslizamentos de terra,               aprimoramento das técnicas de interpretação, facilitam o
soterramentos e mortes. Ao longo do tempo, com o êxodo                 mapeamento de mudanças temporais de pequena, média
rural crescente, a população das cidades pólo cresceu e a              ou larga escala de tempo e/ou espaço.


1
  Engenheira Florestal, Doutoranda em Engenharia Florestal – Universidade Federal do Paraná/UFPR – Programa de Pós-graduação em
  Engenharia Florestal – Av. Pref. Lothário Meissner, 900, Jardim Botânico – Campus III – 80210-170 – Curitiba, PR, Brasil –
  eng_jorgeane@yahoo.com.br
2
  Engenheira Florestal, Professora Doutora em Engenharia Florestal – Universidade Federal do Paraná/UFPR – Departamento de
  Ciências Florestais – Av. Pref. Lothário Meissner, 900, Jardim Botânico – Campus III – 80210-170 – Curitiba, PR, Brasil – lingnau@ufpr.br


                                                                            Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
134                                                                                                  Santos, J. S. e Lingnau, C.


        Os algoritmos para a detecção de mudanças em                 mudanças, pode se tornar uma ferramenta de indicação de
imagens de satélite são muitos e foram evoluindo com o               cenários frágeis e propícios a novos eventos.
passar do tempo. Eles vão dos mais simples aos mais
complexos dependendo da necessidade e dos objetivos de                             2 MATERIAL E MÉTODOS
cada estudo (CARVALHO JÚNIOR; SILVA, 2007). São vários               2.1 Área de Estudo
os exemplos de aplicação de detecção de mudanças citados
em Lu et al. (2004): Prakash e Gupta (1998) usou, diferença                   A área de estudo situa-se entre as latitudes 26º20’ e
de imagens, razão de imagens e diferença de NDVI na                  27º50’ e longitudes 48º40’ e 50º20’ no curso médio do rio
detecção de mudanças de uso do solo em uma área de recife            Itajaí, e compreende a sub-bacia do Médio Itajaí e parte da
de corais na India e concluiu que não existem diferenças             sub-bacia do Rio Luis Alves, englobando as áreas da
entre os métodos analisados; Haynes e Sader (2001)                   catástrofe de novembro de 2008. O relevo da região é
compararam diferenças de NDVI, Análise de Componentes                caracterizado por intensa dissecação do Rio Itajaí com vales
Principais e composição colorida vermelho, verde e azul              profundos com encostas separadas por cristas bem
(RGB)-NDVI para a detecção de mudanças em clareiras                  marcadas na paisagem. Os processos erosivos,
florestais e regeneração florestal na Guatemala e perceberam         principalmente nas encostas desmatadas, ocasionam
que o método RGB-NDVI produziu os melhores resultados.               movimentos de massa, uma vez que o material resultante
        Muitas técnicas de detecção de mudança, tais como            da alteração da rocha pode atingir até 20 m de profundidade
técnicas de álgebra e de categorias de transformação,                (Gabinete de Planejamento do Estado de Santa Catarina -
requerem a seleção de algoritmos de limiaridade para a               GAPLAN, 1986).
definição de “mudança” e “não-mudança” (FUNG;                        2.2 Base de Dados
LEDREW, 1988 citados por LU et al., 2004). Lu et al. (2004)
                                                                             O estudo foi desenvolvido com base em imagens
classificam as técnicas de detecção de mudanças em 7
                                                                     Landsat 5 TM, entre o periodo de 1992 e 2008 (Tabela 1). A
(sete) categorias: (1) álgebra; (2) transformação; (3)
                                                                     base cartográfica consiste em cartas planimétricas na escala
classificação; (4) modelos avançados; (5) abordagens em
                                                                     1:50.000 e do modelo digital de elevação (MDE) produzido
Sistema de Informações Geográficas; (6) análises visuais;
                                                                     por meio de projeto conjunto entre agência espacial
e (7) outras abordagens. Essas categorias são classificadas
                                                                     americana (NASA) e a agência de inteligência geoespacial
também quanto ao nível de complexidade.                              (NGA) e disponibilizado pela Epagri em sua Mapoteca
        Para avaliar a dinâmica de uso e ocupação do solo            Digital (http://ciram.epagri.rct-sc.br).
nas áreas atingidas pelos deslizamentos, foi realizada                       Para que não sejam detectadas mudanças
análise multitemporal de imagens do satélite Landsat 5 TM,           inexistentes, é necessário sanar problemas de ruídos de
objetivando testar o método de diferenca simples para                georreferenciamento, por meio de corregistro das imagens
detectar mudancas em paisagens com relevo acidentado.                com o mínimo de erro admissível; ruídos de diferença de
Como objetivos específicos, o estudo visou a identificar             reflectância, pela minimização dos efeitos fenológicos de
mudanças espaço-temporais na cobertura florestal, assim              datas diferentes e das diferenças radiométricas; e
como identificar as áreas de deslizamentos de terra da               diferenças de sombreamento entre imagens. Dessa forma,
catástrofe ambiental de novembro de 2008. O mapeamento               a seguir são descritos os procedimentos metodológicos
de áreas de catástrofe ambiental, por meio da detecção de            sobre os aspectos citados acima.

Tabela 1 – Especificações técnicas das imagens de satélite utilizadas no estudo.
Table 1 – Technical specification of the satellite images used in the study.
                                                                               Imagens
Especificações técnicas
                                            t1                        t2                      t3                      t4
Data de Passagem                       10/6/1992                 30/6/1999                4/6/2007                 1/2/2009
Tempo Central (GMT)                     12:35:10                  12:49:29                13:05:58                 12:57:14
Azimuth Sol (°)                           41,14                   38,8352                  34,7336                 81,5054
Elevação do Sol (°)                     26,6324                   28,0045                  31,5528                 53,8078


Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
Monitoramento em área de catastrofe ambiental ...                                                                       135


2.3 Modelo de Sombreamento do Relevo                          satélite (BACA, 2005), pois, ao fazer a diferença entre as
                                                              bandas do infravermelho próximo e do vermelho, evidencia-
        A geração da máscara de sombra faz-se necessário
                                                              se a absorção de luz solar pela clorofila e também ao
em estudos multitemporais, sobretudo em áreas de relevo
                                                              espalhamento que a radiação eletromagnética sofre no
acidentado. Áreas podem ser detectadas como alteradas,
                                                              interior da folha. À medida que uma floresta se adensa, na
em razão do fator de sombreamento diferente que ocorre
                                                              região do visível a reflectância cai, por outro lado, na região
entre as imagens. Para a geração da máscara de sombra,
                                                              do infravermelho próximo, a reflectância aumenta. Ambos
foram inseridas as informações relativas à imagem com a
                                                              quase em relação exponencial, segundo Ponzoni (2002).
menor inclinação do sol, representada em sua data de
                                                              Todavia, foi utilizada, neste estudo, nova proposta de
aquisição. Essa máscara foi sobreposta às imagens
                                                              índice de vegetação (IV) com as bandas 4 e 7, a qual
classificadas sendo eliminadas as falsas mudanças.
                                                              evidenciou as diferenças existentes na área bem e efeitos
2.4 Processamento das Imagens                                 atmosféricos não são observados nas bandas 4 e 7.
                                                                      Foram utilizados no IV (Equação 1) a banda do
2.4.1 Georreferenciamento das imagens                         infravermelho próximo (B4, 0.76 - 0.90 µm) e do infravermelho
                                                              médio (B7, 2.08 - 2.35 µm).
        Na aplicação da detecção de mudanças usando
várias imagens de datas diferentes de uma mesma área, a       IV = (B4 – B7)/(B4 + B7)
correpondência geográfica pixel a pixel deverá ser muito
criteriosa. Segundo Bruzzone e Cossu (2002, 2003) e           Onde:
Bruzzone et al. (2007), ao se comparar duas imagens para a    B4 = 0.76 - 0.90 µm
detecção de mudanças, faz-se primordial que seja feito        B7 = 2.08 - 2.35 µm
corregistro das imagens. O método utilizado para a correção
geométrica foi o do Vizinho Mais Próximo, aplicando um        2.5 Análise de Detecção das Mudanças
polinômio de segunda ordem. No georreferenciamento em                  O objetivo da aplicação das técnicas de detecção
questão foi encontrado um erro de 0,25 a 0,37 pixel.          de mudanças é, dentro de um conjunto de pixels, identificar
2.4.2 Correção radiométrica e atmosférica                     aqueles que são significantemente diferentes entre a
                                                              primeira e a última imagem da sequência (RADKE et al.,
        Segundo Ponzoni e Santos (2008), quando os dados      2005). Seleciona-se a imagem inicial (t1) e a imagem final
a serem analisados provêm de sensores diferentes, torna-se    (t2), sendo que o procedimento é repetido entre os pares
obrigatória a normalização radiométrica. Hall et al. (1991)   “t 2 – t 1”, “t 3 – t 2” e “t 4 – t 3” , gerando três imagens
afirmam que a correção radiométrica se justifica dentro das   classificadas (Detecção de Mudanças1 – DM1, Detecção
bandas do visível, pois os algoritmos da correção             de Mudanças2 – DM2 e Detecção de Mudanças3 – DM3). A
radiométrica ajustam a reflectância da superfície para os     classificação do presente estudo seguiu valores de
efeitos das diferenças relativas da atmosfera dentro de 1%,
                                                              mudança entre –5 e +5. Mudanças próximas a zero (entre -
mas, as bandas do infra-vermelho próximo. médio sofrem
                                                              2 a +2) foram ignoradas, representando “não-mudança”, e
menor influência da atmosfera. Assim sendo, no presente
                                                              “mudança abrupta” foram identificadas como acréscimo
estudo, sendo que todas as imagens analisadas pertencem
                                                              ou redução da biomassa. O método de diferenças simples
ao mesmo sensor e optou-se por utilizar as bandas 4 e 7 no
índice de vegetação, a aplicação de algoritmos de correção    e o percentual de diferença entre os IVs em quatro
radiométrica não se faz necessária.                           momentos (t1, t2, t3 e t4) foi utilizado, como segue:

2.4.3 Índice de Vegetação (IV)                                DM ( x)  t 2 ( x )  t1 ( x )
       O comportamento espectral da vegetação nos             Onde:
produtos de sensoriamento remoto responde a fatores
                                                              DM(x) = imagem classificada por diferença simples;
inerentes à planta e outros ao meio, tais como clorofila,
estrutura celular, quantidade de água nas folhas, tipologia   t2(x) = índice de vegetação no tempo final da análise;
florestal, densidade do dossel, entre outros                  t1(x) = índice de vegetação no tempo inicial da análise.
(HILDEBRANDT, 1985; PONZONI, 2002). O índice de                        A imagem obtida, pós-classificação, chamada de
vegetação normalizado (NDVI - Normalized Difference           máscara de mudança (RADKE et al. 2005), é gerada de acordo
Vegetation Index) traduz o “verdor” de uma imagem de          com as classes de limiaridade, identificadas pelo analista:


                                                                  Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
136                                                                                                             Santos, J. S. e Lingnau, C.


B( x)   se D( x)   n ;
         1                                                               índice de vegetação entre t1, t2 e t3, é semelhante. No
                                                                           entanto, nos locais em que ocorreram os deslizamentos e a
       
B( x)  0 se  
                                                                         deposição dos sedimentos carreados, o valor do IV diminui
Onde:                                                                      até muito próximo a 0,0 em t4. As áreas afetadas pelos
                                                                           deslizamentos são facilmente identificadas (cinza escuro)
B(x) = máscara de mudança
                                                                           e são reconhecidas nas imagens analisadas (Figura 1).
 n = limiaridade em n classes.
        O valor para as classes de limiaridade foi definido a              3.1.2 Detecção de Mudanças
partir dos valores de desvio padrão das imagens do índice de
                                                                                   O fator de limiaridade das classes de detecção de
vegetação (LU et al., 2004; RICHARDS; JIA, 2006), sendo que,
                                                                           mudanças adotado foi o desvio padrão médio 0,20 dos
para o presente estudo, foi adotado o desvio padrão médio
                                                                           índices de vegetação obtidos das imagens da área de
dos IV’s de 0,20 para um total de 11 classes de limiaridade.
                                                                           estudo como um todo. Para fins dessa análise, restringe-
           3 RESULTADOS E DISCUSSÃO                                        se, no entanto, apenas a uma pequena área da bacia, na
                                                                           qual ocorreram muitos deslizamentos, totalizando 11.215
3.1 Processamento das imagens                                              ha. As 11 classes encontradas foram reagrupadas, conforme
                                                                           Tabela 2. As mudanças próximas a zero (-2 a +2) foram
3.1.1 Índice de Vegetação
                                                                           eliminadas da análise, sendo, no entanto incluídas no
       No detalhamento de cada área afetada pelos                          histograma apenas para a compreensão da classificação
deslizamentos do evento de novembro de 2008, o valor do                    global de mudanças.


                                       696.000 698.000 700.000 702.000 704.000   696.000 698.000 700.000 702.000 704.000
                       7.038.000
                                   A                                             B
                       7.036.000


                       7.034.000


                       7.032.000


                       7.030.000


                       7.038.000
                                   C                                             D
                       7.036.000


                       7.034.000


                       7.032.000


                       7.030.000




                                                         0
                                                                      Metros
                                                             1.500 3.000             ¯
Figura 1 – Índice de vegetação para as 4 datas. A – 1992; B – 1999; C – 2007 e D 2009.
Figure 1 – Vegetation index for the 4 dates. A – 1992; B – 1999; C – 2007 and D – 2009.


Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
Monitoramento em área de catastrofe ambiental ...                                                                          137


       Os histogramas de DM1, DM2 e DM3 (Figura 2)                    3.2 Análise de Detecção das Mudanças
revelam que a maior parte das mudanças, ocorreu ao redor
                                                                             A aplicação da máscara de sombreamento promoveu
do eixo zero, inidicando a ocorrência de mudanças pouco
expressivas. O acréscimo de biomassa pode ser observado               a eliminação de falsas mudanças na área de estudo,
na sequência dos histogramas (Figura 2), sendo que entre              especialmente quando referentes ao acréscimo da biomassa.
A (1992) e D (2009) ocorreu aumento da biomassa florestal.            Na bacia do Itajaí, como um todo, tem ocorrido aumento da
       As áreas de deslizamentos de terra e com deposição             ocupação das áreas por florestas (VIBRANS, 2003), o
de sedimentos locais de forte movimentação de terra, foram            mesmo processo foi identificado na área de estudo
registrados como redução moderada a severa (classe de                 (SCHAEFER-SANTOS, 2003), especialmente em razão do
mudança -4 e -5).                                                     abandono de áreas agrícolas e pastagens.

Tabela 2 – Reclassificação das imagens DM1, DM2 e DM3.
Table 2 – Re-classification of the images CD1, CD2 e CD3.
         Classes Change Detection                       Valores                       Classes de mudança de biomassa
               Change (+5):                              > 0,80                             Acréscimo severo
               Change (+4):                           0,60 a 0,80                          Acréscimo moderado
               Change (+3):                           0,40 a 0,60                            Acréscimo leve
               Change (+2):                           0,20 a 0,40
               Change (+1):                             0 a 0,20
                  No Change:                            0,0 a 0,0                             Sem mudanças
                  Change (-1):                         0,0 a -0,20
                  Change (-2):                        -0,20 a -0,40
                  Change (-3):                        -0,40 a -0,60                           Redução leve
                  Change (-4):                        -0,60 a -0,80                         Redução moderada
                  Change (-5):                          < -0,80                              Redução severa


             % Pixels
             80
             70                                                                               CD1 (1992 a 1999)
                                                                                              CD2 (1999 a 2007)
             60
                                                                                              CD3 (2007 a 2009)
             50
             40
             30
             20
             10
              0
                      (-5)       (-4)   (-3)   (-2)      (-1)    0     (+1) (+2)            (+3)    (+4)      (+5)
                                                           Classes de Mudança
Figura 2 – Histograma das imagens da Detecção de Mudanças.
Figure 2 – Histogram of Change Detection images.


                                                                         Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
138                                                                                             Santos, J. S. e Lingnau, C.


       Confrontando a interpretação dos IV’s (Figura 3),        áreas que eram ocupadas por florestas nas encostas,
nota-se que ocorreu aumento da biomassa florestal ao            expondo o solo, essas mesmas áreas podem ser
longo do tempo. Em DM1, conforme também notado pelo             identificadas em toda a imagem IV4, detectadas na imagem
histograma, perdas e ganhos de biomassa se equivalem.           DM3 (Figura 3).
Porém, especialmente observado em DM1 e DM3 há ganho                    No período analisado em toda a área de estudo
de biomassa, exceto, nesta última, nas áreas de deslizamento    houve acréscimo de biomassa. Em se tratando das causas
ocorridas em novembro de 2008 (Figura 3). Os                    dos deslizamentos naquela área, não se afirma que os
deslizamentos foram registrados pela classe ‘redução leve       mesmos ocorreram em decorrência da exposição do solo
da biomassa’ justificada pelos deslizamentos de terra nas       ou da redução da biomassa nos anos estudados.




Figura 3 – Imagens da Detecção de Mudanças, com aplicação do modelo de sombreamento e no detalhe áreas em que ocorreram
deslizamentos.
Figure 3 – Change Detection Images with application of the shadow model and landslides areas in detail.

                    4 CONCLUSÕES                                eliminar falsas mudanças relacionadas ao sombreamento
       As conclusões gerais deste estudo foram:                 do terreno.
       - O índice de vegetação gerado a partir das bandas               - O georreferenciamento das imagens com
7 e 4 mostrou-se eficiente por não apresentar efeitos           precisão é fundamental para evitar a detecção de falsas
atmosféricos que possam representar falsas mudanças.            mudanças.
       - Faz-se necessário apli car má scara de                         - O desmatamento não é justificativa isolada para
sombreamento quando da aplicação da análise de                  os deslizamentos ocorridos naquele local, uma vez que as
detecção de mudanças em áreas com relevo acidentado.            áreas de deslizamento apresentavam cobertura florestal
A máscara aplicada neste artigo mostrou-se eficiente para       na série observada. A intensidade do evento pluviométrico

Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
Monitoramento em área de catastrofe ambiental ...                                                                          139


pode ter sido o fator mais determinante associado aos           GABINETE DE PLANEJAMENTO DO ESTADO DE
deslizamentos de terra na área estudada.                        SANTA CATARINA. Atlas de Santa Catarina. Rio de
       - A análise de detecção de mudanças por diferença        Janeiro: Aerofoto Cruzeiro, 1986. 173 p.
simples aplicadas aos índices de vegetação de imagens
Landsat 5 TM, tornou-se eficiente para identificar as áreas     HALL, F. G.; STREBEL, D. E.; NICKESON, J. E.; GOETZ, S.
de deslizamentos de terra e de deposição de solo carreado       J. Radiometric rectification: toward a common radiometric
na catástrofe de novembro de 2008.                              response among multidate, multisensor imagens. Remote
       - Aliada aos sistemas de informações geográficas,        Sensing of Environment, New York, v. 91, p. 90062-B, 1991.
a detecção de mudanças aplicada a imagens em séries
temporais é ferramenta eficaz no controle de processos de       HAYES, D. J.; SADER, S. A. Change detection techniques for
dinâmicos de uso e ocupação do solo.                            monitoring forest clearing and regrowth in a tropical moist
                                                                forest. Photogrammetric Engineering and Remote
                 5 AGRADECIMENTOS                               Sensing, Falls Church, v. 67, n. 9, p. 1067-1075, 2001.
       Agradecemos ao CNPq pela bolsa de estudos.
                                                                HILDEBRANDT, G. Waldschaden und ihre Erfassung durch
                     6 REFERÊNCIAS                              Fernerkundung. In: NIESSLEIN, E.; VOSS, G. (Ed.). Was wir
BACA, J. F. M. Dinâmica do NDVI para América do Sul: 1981-      über das Waldsterben wissen. Cologne: Deutscher Institutes
2001. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO                  Verlag, 1985. p. 97-111.
REMOTO, 12., 2005, Goiânia. Anais... São José dos Campos:
INPE, 2005. p. 3487-3494. 1 CD-ROM.                             LU, D.; MAUSEL, P.; BRONDÍZIOS, E.; MORAN, E.
                                                                Change detection techniques. International Journal of
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                                                                MORAES, E. C.; PONZONI, F. J.; CAMARGO JÚNIOR, H.;
BRUZZONE, L.; BOVOLO, F.; MARCHESI, S. A multiscale             CONFORTE, J. C.; MOREIRA, J. C.; EPIPHANIO, J. C. N.;
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temporais. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE                           detection algorithms: a systematic survey. IEEE Transaction
SENSORIAMENTO REMOTO, 13., 2007, Florianópolis.                 on Geoscience and Remote Sensing, New York, v. 14, n. 3,
Anais... Florianópolis: INPE, 2007. p. 5635-5641.               p. 294-307, Mar. 2005.


                                                                    Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
140                                                                                            Santos, J. S. e Lingnau, C.


RICHARDS, J. A.; JIA, X. Remote sensing digital image         p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) -
analysis: an introduction. 4th ed. Berlin: Springer-Verlag,   Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2003.
2006.
                                                              VIBRANS, A. C. A cobertura florestal da bacia do Rio
SCHAEFER-SANTOS, J. Ocupação do solo e                        Itajaí: elementos para uma série histórica. 2003. 239 p. Tese
comportamento hidrológico da sub-bacia do Rio Luis            (Doutorado em Geografia) - Universidade Federal de Santa
Alves, bacia do Rio Itajaí, Santa Catarina. 2003. 199         Catarina, Florianópolis, 2003.




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Monitoramento ambiental

  • 1. Monitoramento em área de catastrofe ambiental ... DE CATASTROFE AMBIENTAL ATRAVÉS MONITORAMENTO EM ÁREA 133 DE TÉCNICA DE DETECÇÃO DE MUDANÇAS Jorgeane Schaefer dos Santos1, Christel Lingnau2 (recebido: 16 de março de 2010; aceito: 28 de outubro de 2012) RESUMO: O uso de imagens de satélites tem sido muito eficaz para o monitoramento da dinâmica do uso e ocupação do solo ao longo do tempo. Para isso, as técnicas de detecção de mudança têm sido fortes aliadas. Essas técnicas têm múltiplas complexidades dependendo do objetivo que se pretende alcançar. No presente estudo, buscou-se avaliar a aplicação da técnica de detecção de mudanças no monitoramento do uso e ocupação do solo nas áreas atingidas pela catástrofe ambiental de novembro de 2008 em SC, na região do Morro do Baú. Foram utilizadas 04 (quatro) imagens do sensor Landsat de datas distintas entre 1992 e 2009 (pós- catástrofe). As imagens foram transformadas em índice de vegetação, com a utilização das bandas 7 e 4 para minimizar os efeitos atmosféricos e radiométricos. Máscara de sombreamento, utilizando o modelo digital do terreno, foi desenvolvida de modo a evitar falsas mudanças causadas por sombra. Concluiu-se que o georreferenciamento deve ser muito preciso na aplicação dessas técnicas de detecção de mudanças; que o índice de vegetação com bandas 7 e 4, bem como a máscara de sombreamento, foram eficazes na minimização de falsas mudanças e; que as técnicas aplicadas mostraram-se eficientes para detectar mudanças ocorridas nas áreas atingidas pela catástrofe. Palavras-chave: Bacia do Itajaí, monitoramento uso do solo, deslizamentos de terra. MONITORING ENVIRONMENTAL CATASTROPHE AREA THROUGH CHANGE DETECTION TECHNIQUES ABSTRACT: The use of satellite images has been very effective for monitoring the dynamics of the land use and occupation over time. For this purpose , the change detection techniques have been strong allies. These techniques have multiple complexities depending on the objective to be achieved. This study aims to evaluate the technique for land use and land cover changing detection in areas affected by the environmental disaster of November 2008 in the region of Morro do Baú, Santa Catarina, Brazil. A total of 04 (four) images from different dates between 1992 and 2009 (post-disaster) were used. The images were processed in vegetation index using bands 7 and 4 in order to minimize atmospheric and radiometric distortions. Shadow mask, construted from the digital terrain model, was developed to avoid false changes caused by shade. It was concluded that the georeferencing must be very accurate in applying these techniques. The vegetation index by using bands 7 and 4and the shadow mask, were effective in minimizing false changes. It showed that the techniques applied are effective to detect changes in areas affected by the disaster. Key-words: Itajaí wattershed, land use monitoring, landslides. 1 INTRODUÇÃO ocupação se deu nas encostas e fundos de vale desta região bastante montanhosa. A bacia do Itajaí compreende municípios de grande importância para o Estado de Santa Catarina, sendo O monitoramento do uso e ocupação do solo por especialmente um pólo industrial de destaque do estado. meio de imagens de satélite se dá pela aplicação de técnicas Essa bacia tem sofrido com os problemas causados por de detecção de mudanças as quais constituem na análise enchentes, erosões, poluição, assoreamento, inadequado de um par de imagens adquiridas da mesma área geográfica, planejamento urbano (SCHAEFER-SANTOS, 2003) e, mais em datas diferentes, de modo a identificar possíveis recentemente, em novembro de 2008, a região do médio alterações ocorridas (BOVOLO; BRUZZONE, 2005). A Itajaí foi afetada por uma catástrofe ambiental nunca antes relativa disponibilidade de imagens bem como o ocorrida na região, com inúmeros deslizamentos de terra, aprimoramento das técnicas de interpretação, facilitam o soterramentos e mortes. Ao longo do tempo, com o êxodo mapeamento de mudanças temporais de pequena, média rural crescente, a população das cidades pólo cresceu e a ou larga escala de tempo e/ou espaço. 1 Engenheira Florestal, Doutoranda em Engenharia Florestal – Universidade Federal do Paraná/UFPR – Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal – Av. Pref. Lothário Meissner, 900, Jardim Botânico – Campus III – 80210-170 – Curitiba, PR, Brasil – eng_jorgeane@yahoo.com.br 2 Engenheira Florestal, Professora Doutora em Engenharia Florestal – Universidade Federal do Paraná/UFPR – Departamento de Ciências Florestais – Av. Pref. Lothário Meissner, 900, Jardim Botânico – Campus III – 80210-170 – Curitiba, PR, Brasil – lingnau@ufpr.br Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
  • 2. 134 Santos, J. S. e Lingnau, C. Os algoritmos para a detecção de mudanças em mudanças, pode se tornar uma ferramenta de indicação de imagens de satélite são muitos e foram evoluindo com o cenários frágeis e propícios a novos eventos. passar do tempo. Eles vão dos mais simples aos mais complexos dependendo da necessidade e dos objetivos de 2 MATERIAL E MÉTODOS cada estudo (CARVALHO JÚNIOR; SILVA, 2007). São vários 2.1 Área de Estudo os exemplos de aplicação de detecção de mudanças citados em Lu et al. (2004): Prakash e Gupta (1998) usou, diferença A área de estudo situa-se entre as latitudes 26º20’ e de imagens, razão de imagens e diferença de NDVI na 27º50’ e longitudes 48º40’ e 50º20’ no curso médio do rio detecção de mudanças de uso do solo em uma área de recife Itajaí, e compreende a sub-bacia do Médio Itajaí e parte da de corais na India e concluiu que não existem diferenças sub-bacia do Rio Luis Alves, englobando as áreas da entre os métodos analisados; Haynes e Sader (2001) catástrofe de novembro de 2008. O relevo da região é compararam diferenças de NDVI, Análise de Componentes caracterizado por intensa dissecação do Rio Itajaí com vales Principais e composição colorida vermelho, verde e azul profundos com encostas separadas por cristas bem (RGB)-NDVI para a detecção de mudanças em clareiras marcadas na paisagem. Os processos erosivos, florestais e regeneração florestal na Guatemala e perceberam principalmente nas encostas desmatadas, ocasionam que o método RGB-NDVI produziu os melhores resultados. movimentos de massa, uma vez que o material resultante Muitas técnicas de detecção de mudança, tais como da alteração da rocha pode atingir até 20 m de profundidade técnicas de álgebra e de categorias de transformação, (Gabinete de Planejamento do Estado de Santa Catarina - requerem a seleção de algoritmos de limiaridade para a GAPLAN, 1986). definição de “mudança” e “não-mudança” (FUNG; 2.2 Base de Dados LEDREW, 1988 citados por LU et al., 2004). Lu et al. (2004) O estudo foi desenvolvido com base em imagens classificam as técnicas de detecção de mudanças em 7 Landsat 5 TM, entre o periodo de 1992 e 2008 (Tabela 1). A (sete) categorias: (1) álgebra; (2) transformação; (3) base cartográfica consiste em cartas planimétricas na escala classificação; (4) modelos avançados; (5) abordagens em 1:50.000 e do modelo digital de elevação (MDE) produzido Sistema de Informações Geográficas; (6) análises visuais; por meio de projeto conjunto entre agência espacial e (7) outras abordagens. Essas categorias são classificadas americana (NASA) e a agência de inteligência geoespacial também quanto ao nível de complexidade. (NGA) e disponibilizado pela Epagri em sua Mapoteca Para avaliar a dinâmica de uso e ocupação do solo Digital (http://ciram.epagri.rct-sc.br). nas áreas atingidas pelos deslizamentos, foi realizada Para que não sejam detectadas mudanças análise multitemporal de imagens do satélite Landsat 5 TM, inexistentes, é necessário sanar problemas de ruídos de objetivando testar o método de diferenca simples para georreferenciamento, por meio de corregistro das imagens detectar mudancas em paisagens com relevo acidentado. com o mínimo de erro admissível; ruídos de diferença de Como objetivos específicos, o estudo visou a identificar reflectância, pela minimização dos efeitos fenológicos de mudanças espaço-temporais na cobertura florestal, assim datas diferentes e das diferenças radiométricas; e como identificar as áreas de deslizamentos de terra da diferenças de sombreamento entre imagens. Dessa forma, catástrofe ambiental de novembro de 2008. O mapeamento a seguir são descritos os procedimentos metodológicos de áreas de catástrofe ambiental, por meio da detecção de sobre os aspectos citados acima. Tabela 1 – Especificações técnicas das imagens de satélite utilizadas no estudo. Table 1 – Technical specification of the satellite images used in the study. Imagens Especificações técnicas t1 t2 t3 t4 Data de Passagem 10/6/1992 30/6/1999 4/6/2007 1/2/2009 Tempo Central (GMT) 12:35:10 12:49:29 13:05:58 12:57:14 Azimuth Sol (°) 41,14 38,8352 34,7336 81,5054 Elevação do Sol (°) 26,6324 28,0045 31,5528 53,8078 Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
  • 3. Monitoramento em área de catastrofe ambiental ... 135 2.3 Modelo de Sombreamento do Relevo satélite (BACA, 2005), pois, ao fazer a diferença entre as bandas do infravermelho próximo e do vermelho, evidencia- A geração da máscara de sombra faz-se necessário se a absorção de luz solar pela clorofila e também ao em estudos multitemporais, sobretudo em áreas de relevo espalhamento que a radiação eletromagnética sofre no acidentado. Áreas podem ser detectadas como alteradas, interior da folha. À medida que uma floresta se adensa, na em razão do fator de sombreamento diferente que ocorre região do visível a reflectância cai, por outro lado, na região entre as imagens. Para a geração da máscara de sombra, do infravermelho próximo, a reflectância aumenta. Ambos foram inseridas as informações relativas à imagem com a quase em relação exponencial, segundo Ponzoni (2002). menor inclinação do sol, representada em sua data de Todavia, foi utilizada, neste estudo, nova proposta de aquisição. Essa máscara foi sobreposta às imagens índice de vegetação (IV) com as bandas 4 e 7, a qual classificadas sendo eliminadas as falsas mudanças. evidenciou as diferenças existentes na área bem e efeitos 2.4 Processamento das Imagens atmosféricos não são observados nas bandas 4 e 7. Foram utilizados no IV (Equação 1) a banda do 2.4.1 Georreferenciamento das imagens infravermelho próximo (B4, 0.76 - 0.90 µm) e do infravermelho médio (B7, 2.08 - 2.35 µm). Na aplicação da detecção de mudanças usando várias imagens de datas diferentes de uma mesma área, a IV = (B4 – B7)/(B4 + B7) correpondência geográfica pixel a pixel deverá ser muito criteriosa. Segundo Bruzzone e Cossu (2002, 2003) e Onde: Bruzzone et al. (2007), ao se comparar duas imagens para a B4 = 0.76 - 0.90 µm detecção de mudanças, faz-se primordial que seja feito B7 = 2.08 - 2.35 µm corregistro das imagens. O método utilizado para a correção geométrica foi o do Vizinho Mais Próximo, aplicando um 2.5 Análise de Detecção das Mudanças polinômio de segunda ordem. No georreferenciamento em O objetivo da aplicação das técnicas de detecção questão foi encontrado um erro de 0,25 a 0,37 pixel. de mudanças é, dentro de um conjunto de pixels, identificar 2.4.2 Correção radiométrica e atmosférica aqueles que são significantemente diferentes entre a primeira e a última imagem da sequência (RADKE et al., Segundo Ponzoni e Santos (2008), quando os dados 2005). Seleciona-se a imagem inicial (t1) e a imagem final a serem analisados provêm de sensores diferentes, torna-se (t2), sendo que o procedimento é repetido entre os pares obrigatória a normalização radiométrica. Hall et al. (1991) “t 2 – t 1”, “t 3 – t 2” e “t 4 – t 3” , gerando três imagens afirmam que a correção radiométrica se justifica dentro das classificadas (Detecção de Mudanças1 – DM1, Detecção bandas do visível, pois os algoritmos da correção de Mudanças2 – DM2 e Detecção de Mudanças3 – DM3). A radiométrica ajustam a reflectância da superfície para os classificação do presente estudo seguiu valores de efeitos das diferenças relativas da atmosfera dentro de 1%, mudança entre –5 e +5. Mudanças próximas a zero (entre - mas, as bandas do infra-vermelho próximo. médio sofrem 2 a +2) foram ignoradas, representando “não-mudança”, e menor influência da atmosfera. Assim sendo, no presente “mudança abrupta” foram identificadas como acréscimo estudo, sendo que todas as imagens analisadas pertencem ou redução da biomassa. O método de diferenças simples ao mesmo sensor e optou-se por utilizar as bandas 4 e 7 no índice de vegetação, a aplicação de algoritmos de correção e o percentual de diferença entre os IVs em quatro radiométrica não se faz necessária. momentos (t1, t2, t3 e t4) foi utilizado, como segue: 2.4.3 Índice de Vegetação (IV) DM ( x)  t 2 ( x )  t1 ( x ) O comportamento espectral da vegetação nos Onde: produtos de sensoriamento remoto responde a fatores DM(x) = imagem classificada por diferença simples; inerentes à planta e outros ao meio, tais como clorofila, estrutura celular, quantidade de água nas folhas, tipologia t2(x) = índice de vegetação no tempo final da análise; florestal, densidade do dossel, entre outros t1(x) = índice de vegetação no tempo inicial da análise. (HILDEBRANDT, 1985; PONZONI, 2002). O índice de A imagem obtida, pós-classificação, chamada de vegetação normalizado (NDVI - Normalized Difference máscara de mudança (RADKE et al. 2005), é gerada de acordo Vegetation Index) traduz o “verdor” de uma imagem de com as classes de limiaridade, identificadas pelo analista: Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
  • 4. 136 Santos, J. S. e Lingnau, C. B( x)   se D( x)   n ; 1  índice de vegetação entre t1, t2 e t3, é semelhante. No entanto, nos locais em que ocorreram os deslizamentos e a  B( x)  0 se    deposição dos sedimentos carreados, o valor do IV diminui Onde: até muito próximo a 0,0 em t4. As áreas afetadas pelos deslizamentos são facilmente identificadas (cinza escuro) B(x) = máscara de mudança e são reconhecidas nas imagens analisadas (Figura 1).  n = limiaridade em n classes. O valor para as classes de limiaridade foi definido a 3.1.2 Detecção de Mudanças partir dos valores de desvio padrão das imagens do índice de O fator de limiaridade das classes de detecção de vegetação (LU et al., 2004; RICHARDS; JIA, 2006), sendo que, mudanças adotado foi o desvio padrão médio 0,20 dos para o presente estudo, foi adotado o desvio padrão médio índices de vegetação obtidos das imagens da área de dos IV’s de 0,20 para um total de 11 classes de limiaridade. estudo como um todo. Para fins dessa análise, restringe- 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO se, no entanto, apenas a uma pequena área da bacia, na qual ocorreram muitos deslizamentos, totalizando 11.215 3.1 Processamento das imagens ha. As 11 classes encontradas foram reagrupadas, conforme Tabela 2. As mudanças próximas a zero (-2 a +2) foram 3.1.1 Índice de Vegetação eliminadas da análise, sendo, no entanto incluídas no No detalhamento de cada área afetada pelos histograma apenas para a compreensão da classificação deslizamentos do evento de novembro de 2008, o valor do global de mudanças. 696.000 698.000 700.000 702.000 704.000 696.000 698.000 700.000 702.000 704.000 7.038.000 A B 7.036.000 7.034.000 7.032.000 7.030.000 7.038.000 C D 7.036.000 7.034.000 7.032.000 7.030.000 0 Metros 1.500 3.000 ¯ Figura 1 – Índice de vegetação para as 4 datas. A – 1992; B – 1999; C – 2007 e D 2009. Figure 1 – Vegetation index for the 4 dates. A – 1992; B – 1999; C – 2007 and D – 2009. Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
  • 5. Monitoramento em área de catastrofe ambiental ... 137 Os histogramas de DM1, DM2 e DM3 (Figura 2) 3.2 Análise de Detecção das Mudanças revelam que a maior parte das mudanças, ocorreu ao redor A aplicação da máscara de sombreamento promoveu do eixo zero, inidicando a ocorrência de mudanças pouco expressivas. O acréscimo de biomassa pode ser observado a eliminação de falsas mudanças na área de estudo, na sequência dos histogramas (Figura 2), sendo que entre especialmente quando referentes ao acréscimo da biomassa. A (1992) e D (2009) ocorreu aumento da biomassa florestal. Na bacia do Itajaí, como um todo, tem ocorrido aumento da As áreas de deslizamentos de terra e com deposição ocupação das áreas por florestas (VIBRANS, 2003), o de sedimentos locais de forte movimentação de terra, foram mesmo processo foi identificado na área de estudo registrados como redução moderada a severa (classe de (SCHAEFER-SANTOS, 2003), especialmente em razão do mudança -4 e -5). abandono de áreas agrícolas e pastagens. Tabela 2 – Reclassificação das imagens DM1, DM2 e DM3. Table 2 – Re-classification of the images CD1, CD2 e CD3. Classes Change Detection Valores Classes de mudança de biomassa Change (+5): > 0,80 Acréscimo severo Change (+4): 0,60 a 0,80 Acréscimo moderado Change (+3): 0,40 a 0,60 Acréscimo leve Change (+2): 0,20 a 0,40 Change (+1): 0 a 0,20 No Change: 0,0 a 0,0 Sem mudanças Change (-1): 0,0 a -0,20 Change (-2): -0,20 a -0,40 Change (-3): -0,40 a -0,60 Redução leve Change (-4): -0,60 a -0,80 Redução moderada Change (-5): < -0,80 Redução severa % Pixels 80 70 CD1 (1992 a 1999) CD2 (1999 a 2007) 60 CD3 (2007 a 2009) 50 40 30 20 10 0 (-5) (-4) (-3) (-2) (-1) 0 (+1) (+2) (+3) (+4) (+5) Classes de Mudança Figura 2 – Histograma das imagens da Detecção de Mudanças. Figure 2 – Histogram of Change Detection images. Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
  • 6. 138 Santos, J. S. e Lingnau, C. Confrontando a interpretação dos IV’s (Figura 3), áreas que eram ocupadas por florestas nas encostas, nota-se que ocorreu aumento da biomassa florestal ao expondo o solo, essas mesmas áreas podem ser longo do tempo. Em DM1, conforme também notado pelo identificadas em toda a imagem IV4, detectadas na imagem histograma, perdas e ganhos de biomassa se equivalem. DM3 (Figura 3). Porém, especialmente observado em DM1 e DM3 há ganho No período analisado em toda a área de estudo de biomassa, exceto, nesta última, nas áreas de deslizamento houve acréscimo de biomassa. Em se tratando das causas ocorridas em novembro de 2008 (Figura 3). Os dos deslizamentos naquela área, não se afirma que os deslizamentos foram registrados pela classe ‘redução leve mesmos ocorreram em decorrência da exposição do solo da biomassa’ justificada pelos deslizamentos de terra nas ou da redução da biomassa nos anos estudados. Figura 3 – Imagens da Detecção de Mudanças, com aplicação do modelo de sombreamento e no detalhe áreas em que ocorreram deslizamentos. Figure 3 – Change Detection Images with application of the shadow model and landslides areas in detail. 4 CONCLUSÕES eliminar falsas mudanças relacionadas ao sombreamento As conclusões gerais deste estudo foram: do terreno. - O índice de vegetação gerado a partir das bandas - O georreferenciamento das imagens com 7 e 4 mostrou-se eficiente por não apresentar efeitos precisão é fundamental para evitar a detecção de falsas atmosféricos que possam representar falsas mudanças. mudanças. - Faz-se necessário apli car má scara de - O desmatamento não é justificativa isolada para sombreamento quando da aplicação da análise de os deslizamentos ocorridos naquele local, uma vez que as detecção de mudanças em áreas com relevo acidentado. áreas de deslizamento apresentavam cobertura florestal A máscara aplicada neste artigo mostrou-se eficiente para na série observada. A intensidade do evento pluviométrico Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
  • 7. Monitoramento em área de catastrofe ambiental ... 139 pode ter sido o fator mais determinante associado aos GABINETE DE PLANEJAMENTO DO ESTADO DE deslizamentos de terra na área estudada. SANTA CATARINA. Atlas de Santa Catarina. Rio de - A análise de detecção de mudanças por diferença Janeiro: Aerofoto Cruzeiro, 1986. 173 p. simples aplicadas aos índices de vegetação de imagens Landsat 5 TM, tornou-se eficiente para identificar as áreas HALL, F. G.; STREBEL, D. E.; NICKESON, J. E.; GOETZ, S. de deslizamentos de terra e de deposição de solo carreado J. Radiometric rectification: toward a common radiometric na catástrofe de novembro de 2008. response among multidate, multisensor imagens. Remote - Aliada aos sistemas de informações geográficas, Sensing of Environment, New York, v. 91, p. 90062-B, 1991. a detecção de mudanças aplicada a imagens em séries temporais é ferramenta eficaz no controle de processos de HAYES, D. J.; SADER, S. A. Change detection techniques for dinâmicos de uso e ocupação do solo. monitoring forest clearing and regrowth in a tropical moist forest. Photogrammetric Engineering and Remote 5 AGRADECIMENTOS Sensing, Falls Church, v. 67, n. 9, p. 1067-1075, 2001. Agradecemos ao CNPq pela bolsa de estudos. HILDEBRANDT, G. Waldschaden und ihre Erfassung durch 6 REFERÊNCIAS Fernerkundung. In: NIESSLEIN, E.; VOSS, G. (Ed.). Was wir BACA, J. F. M. Dinâmica do NDVI para América do Sul: 1981- über das Waldsterben wissen. Cologne: Deutscher Institutes 2001. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO Verlag, 1985. p. 97-111. REMOTO, 12., 2005, Goiânia. Anais... São José dos Campos: INPE, 2005. p. 3487-3494. 1 CD-ROM. LU, D.; MAUSEL, P.; BRONDÍZIOS, E.; MORAN, E. Change detection techniques. International Journal of BOVOLO, F.; BRUZZONE, L. A detail-preserving scale- Remote Sensing, Basingstoke, v. 25, n. 12, p. 2365-2407, driven approach to change detection in multitemporal SAR June 2004. images. IEEE Transaction on Geoscience and Remote Sensing, New York, v. 43, n. 12, p. 2963-2972, Dec. PONZONI, F. J. Sensoriamento remoto no estudo da vegetação: 2005. diagnosticando a mata atlântica. In: RUDORFF, B. F. T.; MORAES, E. C.; PONZONI, F. J.; CAMARGO JÚNIOR, H.; BRUZZONE, L.; BOVOLO, F.; MARCHESI, S. A multiscale CONFORTE, J. C.; MOREIRA, J. C.; EPIPHANIO, J. C. N.; change detection technique robust to registration noise. In: MOREIRA, M. A.; KAMPEL, M.; ALBUQUERQUE, P. C. G. GHOSH, R. K.; PAL, S. K. (Ed.). PReMI 2007, LNCS 4815. de; MARTINI, P. R.; FERREIRA, S. H.; TA VARES JÚNIOR, Berlin: Springer-Verlag, 2007. p. 77-86. S. S.; SANTOS, V. M. N. dos (Ed.). Curso de uso de sensoriamento remoto no estudo do meio ambiente. São BRUZZONE, L.; COSSU, R. An adaptive approach to José dos Campos: INPE, 2002. cap. 8, p. 27. reducing registration noise effects in unsupervised change detection. IEEE Xplore Transaction on Geosciences and PONZONI, F. J.; SANTOS, S. B. Conversão de números Remote Sensing, Ann Arbor, v. 41, n. 11, p. 2455-2465, Nov. digitais de imagens orbitais em valores de FRB de superfície. 2003. Boletim de Ciências Geodésicas, Curitiba, v. 14, n. 4, p. 541-556, out./dez. 2008. BRUZZONE, L.; COSSU, R. An unsupervised change detection technique robust to registration noise. IEEE Xplore PRAKASH, A.; GUPTA, R. P. Land-use mapping and change Transaction on Geoscience and Remote Sensing, Ann detection in a coal mining area: a case study of the Jharia Arbor, v. 1, p. 306-308, 2002. coalfield, India. International Journal of Remote Sensing, Basingstoke, v. 19, p. 391-410, 1998. CARVALHO JÚNIOR, O. A.; SILVA, N. C. da. Detecção de mudança espectral uma nova metodologia para análise de séries RADKE, R. J.; AL-KOFAHI, O.; ROYSAM, B. Image change temporais. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE detection algorithms: a systematic survey. IEEE Transaction SENSORIAMENTO REMOTO, 13., 2007, Florianópolis. on Geoscience and Remote Sensing, New York, v. 14, n. 3, Anais... Florianópolis: INPE, 2007. p. 5635-5641. p. 294-307, Mar. 2005. Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013
  • 8. 140 Santos, J. S. e Lingnau, C. RICHARDS, J. A.; JIA, X. Remote sensing digital image p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - analysis: an introduction. 4th ed. Berlin: Springer-Verlag, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2003. 2006. VIBRANS, A. C. A cobertura florestal da bacia do Rio SCHAEFER-SANTOS, J. Ocupação do solo e Itajaí: elementos para uma série histórica. 2003. 239 p. Tese comportamento hidrológico da sub-bacia do Rio Luis (Doutorado em Geografia) - Universidade Federal de Santa Alves, bacia do Rio Itajaí, Santa Catarina. 2003. 199 Catarina, Florianópolis, 2003. Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 133-140, jan./mar. 2013