O documento descreve a rivalidade histórica entre a França e a Alemanha, desde a unificação alemã no século XIX sob a Prússia, que levou à derrota francesa e perda de território, gerando um sentimento de revanche. A rivalidade continuou nas duas guerras mundiais, com a Alemanha sendo derrotada e dividida após a segunda guerra.
1. Professor Jorge Marcos
FRANÇA ALEMANHA
Esse confronto vai muito mais além das quatro linhas do gramado. A
rivalidade é histórica. Vejamos: final do século XIX, o que hoje chamamos de Alemanha
não passava de uma mera configuração geográfica. Eram 39 estados que formavam a
Confederação Germânica. A Confederação era governada por uma assembleia com
representantes de todos os estados. Foi aí que entrou em cena Guilherme III, rei da Prússia
e seu Chanceler Otton Von Bismarck (Chanceler de Ferro), e com eles, o início da
formação, unificação da Alemanha.
Otto Von Bismarck, principal articulador da unificação alemã
Entretanto, essa unificação sofria serias resistências por parte da Inglaterra,
Áustria e França, na época governada por Luiz Napoleão ou Napoleão III. Adotando uma
política agressiva e militarista, a Prússia derrota a Áustria (Guerra das Seis Semanas) e
passa a investir contra a França que vai ser derrotada na Guerra Franco-Prussiana.
Napoleão III é aprisionado, a França invadida e a população da capital Paris, assiste o
desfile pelas ruas da cidade das tropas prussianas triunfantes. A noite, em Versalhes, na
2. Sala dos Espelhos, Guilherme III da Prússia é coroado Rei (Kaiser) da Alemanha
Unificada (II Reich).
Derrotada, a França teve que assinar o Tratado de Frankfurt (1871) e com ele,
cedeu a região da Alsácia e Lorena (rica em ferro e carvão) à Alemanha. A França foi
derrotada, humilhada, tripudiada. Surgem daí as condições para o nacionalismo francês
chamada de revanchismo francês.
O processo de unificação da Alemanha marco o início de um período de
acirramento das disputas entre as economias europeias. A partir do estabelecimento
dessas novas potências econômicas, observamos uma tensão política gerada pelas
disputas imperialistas responsáveis pela montagem do delicado cenário preparatório da
Primeira e da Segunda Guerra Mundial.
O troco da França.
Com a I Guerra Mundial, a França realiza-se. Vinga-se da derrota sofrida na
Guerra Franco-Prussiana. A Alemanha, agora, derrotada, assina o Tratado de Versalhes
ou a Paz dos Vencedores. Com ele, impõem-se as mais duras condições aos derrotados:
a Alemanha devolveu a Alsácia e Lorena e viu-se privada das menores condições de
existência. O sentimento de vingança, revanche troca de lado. Nascia o revanchismo
alemão que vai alimentar, preparar os caminhos da II Guerra Mundial.
3. Durante o conflito, parte do território francês foi ocupado por tropas alemãs.
Novamente as ruas de Paris assistia ao desfile das tropas de ocupação alemã. Tal situação
só começa a ser alterada após a decisão de libertação francesa (Operação Overlord -
"suserano", na tradução para o português): “Dia D” – Desembarque na Normandia, região
norte da França.
Esse episódio representa o início da retomada Aliada de territórios na
Europa Ocidental às forças nazistas, em meio à Segunda Guerra Mundial. Sob o comando
do general Eisenhower, mais de 185.000 homens e 20.000 veículos aéreos, marítimos e
terrestres desembarcam na Normandia, naquela que é considerada maior operação
anfíbia na história.
Mapa do Dia D Desembarque de tropas
Ao final do conflito, o território alemão é fatiado, dividido, ocupado por
soviéticos, franceses, ingleses e norte-americanos. Desse fatiamento surgiu uma
Alemanha dividida em duas: Alemanha Oriental (socialista) e Alemanha Ocidental
(capitalista). Esse quando só foi alterado na década de 1980 quando se deu a queda do
muro de Berlim e o início do processo de unificação das duas Alemanhas.
Daqui a pouco saberemos quem vai prosseguir na Copa Fifa 2014 e quem
se despede e volta a sonhar com 2018.
Bom jogo a todos que vão torcer!