O documento descreve a filosofia medieval na Europa entre os séculos V e XV. Durante este período, a Igreja Católica teve grande influência e os temas religiosos predominaram no campo filosófico. Dois grandes estágios foram a patrística entre os séculos I e VII e a escolástica entre os séculos IX e XIV, quando filósofos procuraram conciliar a fé cristã com o pensamento de Aristóteles e Platão.
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
1ª série filosofia medieval-
1. CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FILOSOFIA
FILOSOFIA MEDIEVAL – PATRÍSTICA E ESCOLÁSTICA
MÉDIO
ALUNO....................................................................Nº .......
1ª SÉRIE - TURMA: .............DATA:......./......./.........
ANO BASE
2013/14
Chamamos de filosofia Medieval a filosofia que
se desenvolveu na Europa durante a Idade Média (entre
os séculos V e XV). Como este período foi marcado
por grande influência da Igreja Católica nas diversas
áreas do conhecimento, os temas religiosos
predominaram no campo filosófico. Durantes esses
anos, houve diversos pensadores árabes, europeus e
judeus. Uma das características deste período era o
domínio da Igreja Romana sobre a Europa,
organizando Cruzadas à Terra Santa, sagrando e
coroando reis.
Nesta fase aconteceu um sincretismo entre as
crenças religiosas e o conhecimento clássico. Assim, os
filósofos medievais foram influenciados pelas obras de
Aristóteles, que foram conservadas e traduzidas pelos
árabes Averróis e Avicena. Platão também influenciou
o pensamento medieval. Porém, os filósofos da época
só conheciam o neoplatônico, pela Filosofia de Plotino
do século VI d.C.
2.
Características e principais questões debatidas e
analisadas pelos filósofos medievais:
Relação entre razão e fé;
Existência e natureza de Deus;
Fronteiras entre o conhecimento e a liberdade
humana;
Individualização das substâncias divisíveis e
indivisíveis.
3.1.
O período patrístico, que durou do século I d.C.
à VII d.C., ficou caracterizado pelos esforços dos
apóstolos João e Paulo e dos primeiros Padres da igreja
para fazer uma ligação entre a nova religião e o
pensamento filosófico da época. Os padres da igreja
foram os filósofos que, nesse período, tentaram
conciliar a herança clássica greco-romana, com o
pensamento cristão. Essa corrente filosófica é
conhecida como patrística. Essa doutrina tinha também
um propósito evangelizador: converter os pagãos à
nova religião cristã.
Ela introduziu ideias antes desconhecidas para os
filósofos greco-romanos: a ideia de criação do mundo,
de pecado original, de Deus como trindade una, de
encarnação e morte de Deus, de juízo final ou de fim
dos tempos e ressurreição dos mortos, etc.
Precisou também explicar como o mal pode
existir no mundo, já que tudo foi criado por Deus, que
é pura perfeição e bondade e ideia de que todo homem
possui uma consciência moral e um livre arbítrio, que
todos temos a consciência do que é certo e errado, do
mesmo jeito que temos o direito de escolha, para fazer
ou não cada coisa, mesmo sabendo que acarretarão
consequências.1
Os nomes mais destacados desse período foram:
Justino Mártis, Tertuliano, Clemente de Alexandria,
1
3.
Principais estágios da Filosofia Medieval
Transição para o Mundo Cristão (século V e VI)
– filosofia Patrística
1
1. Introdução
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Página
Profº Jorge Marcos
ENSINO
2. Santo Agostinho converteu-se ao Cristianismo
aos 32 anos de idade. Antes de sua conversão,
Agostinho procurou a sabedoria através da
filosofia. Primeiramente com o Maniqueísmo de
Fausto (doutrina que prega a existência absoluta do
bem e do mal), e depois com o Neoplatonismo de
Plotino.
Após sua conversão, ele organizou uma espécie
de comunidade monástica, onde pretendia passar o
resto da vida em recolhimento, aprofundando a
vocação religiosa e fundamentando racionalmente a fé
que abraçara.
Entre as principais obras de Agostinho, situamse: Confissões (400), A Cidade de Deus (413-426) e As
Retratações (413-426).
Apesar disso, Agostinho é considerado um
grande filósofo pela penetração filosófica na análise de
alguns problemas e na sua grandiosa concepção do
mundo, do homem e de Deus.
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Para Agostinho, a fé e a razão complementamse na busca da felicidade. A razão se relaciona com a
fé no sentido de provar a sua correção. A fé é
precedida por certo trabalho da razão e, após obtê-la, a
razão a sedimenta.
É necessário compreender para crer, e crer para
compreender. Para Agostinho, a filosofia é apenas um
instrumento destinado a um fim que transcende seus
próprios limites: a Teologia e a Mística.
4.
Escolástica (século IX ao XIV)
Entre os assuntos encontrados na Filosofia
medieval estão a hierarquia entre os seres existentes
(relação de domínio entre superiores e inferiores),
domínio de papas e bispos sobre reis e barões,
separação e diferença entre espírito e corpo, fé e razão,
Deus e homem.
Do século IX ao século XVI aconteceu o
movimento que tinha como interesse entender e
explicar a religiosidade cristã por meio das ideias dos
filósofos gregos Platão e Aristóteles. Os filósofos
queriam utilizar esse conhecimento grego e romano
para provar a existência da alma humana e de Deus,
caso conseguissem, facilitaria para que obtivessem
ainda mais adeptos a religião. Os filósofos dessa época
acreditavam piamente que a igreja tinha um papel
fundamental na salvação dos fieis, guiando-lhes ao
caminho do paraíso.3
A Escolástica foi um movimento que pretendia
usar os conhecimentos greco-romanos para entender e
explicar a revelação religiosa do cristianismo. As
ideias dos filósofos gregos Platão e Aristóteles
adquirem grande importância nesta fase. A Filosofia
escolástica apareceu com o intuito de promover a
harmonização entre os campos da fé e da razão.
Criou-se uma teologia, preocupada em provar a
existência de Deus e da alma. Os teólogos e filósofos
cristãos começam a se preocupar em provar a
existência da alma humana e de Deus. Para os filósofos
escolásticos a Igreja possuía um importante papel de
conduzir os seres humanos à salvação.
O método da escolástica é o método da disputa.
A disputa consiste na apresentação de uma tese, que
pode ser defendida ou refutada por argumentos
encontrados na Bíblia, na obra de Platão, Aristóteles; e
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3.2. Santo Agostinho – Elementos fundamentais de sua
doutrina
Em seus escritos, Agostinho sintetizou os
componentes da filosofia Patrística como fundamento
racional da fé cristã. À síntese que realizou, ele mesmo
denominou de filosofia cristã.
Página
Orígenes, Gregório de Nazianzo, Basílio de Cesaréia e
Gregorio de Nissa.
Eles não apenas eram envolvidos em com a
filosofia grega, a cultura helênica como também foram
educados no ambiente desse tipo de filosofia, e assim
sendo, queriam usar essa forma de pensamento para
ajudar na expansão do cristianismo.2
Para Santo Agostinho, o homem não teria
autonomia para alcançar a própria salvação espiritual.
Defende a ideia de subordinação do homem em relação
a Deus e da razão à fé acabou tendo grande
predominância durante vários séculos no pensamento
filosófico medieval.
Santo Agostinho de Hipona (354 – 430) buscou
a razão para justificar as crenças.
As ideias filosóficas tornam-se verdades
reveladas (reveladas por Deus, através da Bíblia e dos
santos) e inquestionáveis. Tornaram-se dogmas.
3. demais Padres da Igreja.. Trata-se de um pensamento
subordinado a um princípio de autoridade.4
No século XII, os conhecimentos passam a ser
debatidos, armazenados e transmitidos de forma mais
eficiente com o surgimento de várias universidades na
Europa.
Entre os principais representantes dessa época
Anselmo de Cantuária, Albertus Magnus, São Tomás
de Aquino, John Duns Scotus e Guilherme de
Ockham.5
concordância da fé e da razão, bem como a compilação
do conhecimento neste assunto.
Um dos seus feitos mais marcantes para o
conjunto de ideias ocidentais foi sua confiança de que
o avanço da civilização ocidental possui um
significado real e que a existência espiritual e
intelectual são assaz preciosa neste sentido.6
QUESTÕES PROPOSTAS
1) Durante a Idade Média, a questão dos universais
foi um dos grandes problemas debatidos pelos
filósofos da época. Realismo, conceitualismo e
nominalismo foram as
soluções típicas do
problema. Outra preocupação da época foi o da
possibilidade ou impossibilidade de conciliar fé e
razão. Santo Agostinho, sobre a relação fé e
razão, protagonizou uma tese que se pode resumir
na frase: "Credo ut intelligam" (Creio para
entender).
4.1. São Tomas de Aquino – dados
A partir dos seus conhecimentos sobre a questão dos
universais e da filosofia medieval, identifique as
proposições verdadeiras:
5
(http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofiamedieval-2-filosofos-cristaos-conciliaram-fe-e-razao.htm)
http://www.estudopratico.com.br/historia-dafilosofia-medieval-escolas-efilosofos/#ixzz2poPgtv6B
3
4
6
http://www.infoescola.com/biografias/sao-tomas-deaquino/
Página
São Tomás de Aquino, filho do Conde de
Aquino, foi um importante teólogo, filósofo e padre
dominicano do século XIII. Foi declarado santo pelo
papa João XXII em 18 de julho de 1323. É
considerado um dos principais representantes da
escolástica (linha filosófica medieval de base cristã).
Foi o fundador da escola tomista de filosofia e
teologia. São Tomás de Aquino nasceu na cidade de
Roccasecca (Itália) em 1225 e morreu em Fossanova
(Itália) em 7 de março de 1274. Em 1244 ingressou na
ordem religiosa dos Dominicanos, abdicando de todos
os bens e títulos que possuía. Em 1273 escreveu
a Suma Teológica, sua principal obra.
Enquanto era vivo, sempre seguiu as ideias de
Aristóteles e as condimentou com a disposição
habitual para a prática do bem; pregou constantemente
a esperança e a caridade.
Ele apresentou uma proposta filosófica e
educacional denominada Escolástica – que era a
I - O apogeu da patrística aconteceu no século XIII
com Santo Tomás de Aquino (1225-1274), que,
retomando o pensamento de Platão, fez a síntese mais
bem elaborada da filosofia com o cristianismo durante
a Idade Média.
II - O pensamento filosófico medieval, a partir do
século IX, é chamado de escolástica. A filosofia
escolástica tinha por problema fundamental levar o
homem a compreender a verdade revelada pelo
exercício da razão, contudo apoiado na Auctoritas, seja
da Bíblia, seja de um padre da Igreja.
III - Para os nominalistas, o universal é apenas um
conteúdo da nossa mente, expresso por um nome. O
que significa dizer que os universais são apenas
palavras, sem nenhuma realidade específica
correspondente.
IV - No conceitualismo de Pedro Abelardo, os
universais são conceitos, entidades mentais, que não
existem na realidade, nem são meros nomes.
V - De acordo com a teoria da iluminação de Santo
Agostinho, o ser humano recebe de Deus o
conhecimento das verdades eternas. Tal como o sol,
Deus ilumina a razão e torna possível o pensar correto.
Em verdade, Santo Agostinho não conflita a fé com a
razão, sendo esta última auxiliar e subordinada da fé.
4. Assinale a alternativa que contém as afirmativas
VERDADEIRAS:
a) I, II e III
b) I, III e V
c) II e V
d) I, II e IV
e) II, III, IV e V
2)
Para Santo Tomas de Aquino, um dos princípios
do conhecimento humano era o princípio da causa
eficiente. Esse princípio da causa eficiente exigia
que o ser contingente:
a) não exigisse causa alguma.
b) fosse causado pelo intelecto humano.
c) fosse causado pelo ser necessário.
d) fosse causado por acidentes casuais
e) fosse causado pelo nada.
3)
Assinale
a
alternativa
que
responde
CORRETAMENTE à pergunta abaixo:
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Somente as afirmativas I,II e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas I,II,V e VI são corretas.
c) Somente as afirmativas III, V e VI são corretas.
d) Somente as afirmativas I,V e VI são corretas.
e) Somente as afirmativas II, V e VI são corretas
5) Para Santo Tomás, filosofia e teologia são
ciências distintas porque:
a) A filosofia se funda no exercício da razão humana e
a teologia na revelação divina.
b) A filosofia é uma ciência complementar à teologia.
c) A filosofia nos traz a compreensão da verdade que
será comprovada pela teologia.
d) A revelação é critério de verdade, por isso não se
pode filosofar.
e) A teologia é a mãe de todas as ciências e a filosofia
serve apenas para explicar pontos de menor
importância.
GABARITO
Sabemos das lutas de Santo Agostinho contra as
heresias, especialmente no que tange às suas
interpretações do sentido histórico da religião cristã.
Uma destas heresias foi o Pelagianismo. Segundo
Santo Agostinho, em que consiste o erro a que essa
heresia conduz?
1.
2.
3.
4.
5.
E
C
B
D
A
a) Todos os seres humanos são hereges.
b) Se não há pecado original, então tampouco pode
haver a missão salvadora de Jesus Cristo.
c) O ser humano é mau por natureza, não por escolha.
d) Deus, ao criar o ser humano, também criou o mal.
e) Não há como superar o mal.
I. A Patrística é um movimento de pensadores cristãos
que procura justificar teórica e filosoficamente a
concepção de vida e de mundo depreendida da Bíblia.
II. Boécio não é considerado um pensador da
Patrística.
III. Plotino é um pensador considerado como
participante da patrística.
IV. A Patrística sempre rejeitou a filosofia Grecoromana em seu todo.
V. Santo Agostinho é considerado o maior pensador da
Patrística latina.
VI. Um dos temas fundamentais da Patrística é a
discussão do sentido da Santíssima Trindade.
4
A Patrística é o primeiro momento da filosofia
cristã. Sobre esta tendência filosófica, leia as
seguintes afirmativas:
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4)