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A QUESTÃO DA INFORMAÇÃO:
USO ECONÔMICO E POLÍTICO DA
INFORMAÇÃO
Texto de Aldo A. Barreto
Prof. Jônatas Souza de Abreu
Quais são as perguntas?
•
•
•
•
•

Que é informação?
Para que serve a informação?
Quem usa a informação?
Quais são os usos da Informação?
Qual a natureza da informação?
– O que define a natureza da informação?

• “Como trabalhar informação enquanto
estruturas significantes, no sentido de
direcioná-la ao seu propósito de produtora de
conhecimento para a sociedade”?
Que é “economia da
informação”?
Economia política da
informação
– Não há como minimizar a importância da
informação na organização inicial dos
mercados. O monopólio do conhecimento
de rotas e caminhos marítimos, bem
como demais informações comerciais
foram da maior importância não só para
o enriquecimento de reis nobres e
mercadores, mas principalmente para o
estabelecimento de um sistema
capitalista de produção. (TAUILLE,
1981,p.91)
Economia política da
informação
– Essa revolução tecnológica, entre outras características,
potencializa enormemente a eficiência de funcionamento
(dos fluxos de informação e autoridade, que se contrapõem)
das estruturas que formam os gigantescos organismos das
grandes empresas, corporações multinacionais e dos estados
nacionais. Como consequência imediata se colocam questões
como as da privacidade, do controle social, do controle dos
mercados de trabalho etc. (TAUILLE, 1981,p.89)
– Estes mercados, por sua vez, definem hoje uma divisão
internacional do trabalho onde a uma descentralização e
hierarquização da produção através das fronteiras nacionais
desbotadas, corresponde uma centralização da decisão e,
consequentemente, do poder, polarizado nos chamados
países desenvolvidos.(TAUILLE, 1981,p.89)
Economia política da
informação
– Redefine-se assim a divisão social internacional
do trabalho apoia- da numa base técnica que
passa por uma evolução tão acelerada e com
consequências sociais tão profundas (em termos
de acirrar tendências e distorções previamente
existentes) que este período pode ser
considerado como de uma verdadeira revolução
tecnológica. (TAUILLE, 1981, p.108)
– Esta revolução na tecnologia do tratamento
eletrônico e massificado das informações altera e
acelera os processos de formação de merca- dos
e sistemas financeiros internacionais.(TAUILLE,
1981, p.108)
Recapitulando
• Os produtores de informação estão
limitados pelas competências
contextuais e cognitivas dos
habitantes de realidades
diferenciadas; necessitam, pois,
adotar estratégias de distribuição,
que viabilizem a aceitação de seu
produto.
Distribuição da Informação e
necessidades de informação
• A hierarquia das necessidades humanas,
que determina o comportamento dos
indivíduos, foi mapeada por A. Maslow
(Maslow , 1970) para indicar os fatores
determinantes da motivação, desempenho e
satisfação no trabalho. No seu estudo
empírico, Maslow (1970) apresenta uma
pirâmide das necessidades humanas e o
comportamento associado a cada nível desta
pirâmide.
Necessidades de Informação

Autorealização

Participação

Necessidades Básicas

BARRETO, 1994

Informação
Seletiva
Informação
Contextual
Informação
Utilitária
Distribuição da informação
Considerando, portanto, o volume e a estrutura dos
estoques de informações disponíveis, a transferência de
informação poderia efetuar-se, do ponto de vista do
controlador, de acordo com três estratégias que
considerassem os aspectos do contexto do receptor:
1. uma estratégia que procure atingir e criar grandes
grupos homogêneos de receptores;
2. uma que procure identificar interesses e
necessidades comuns de entonação para grupos
diferenciados; e, finalmente,
3. uma estratégia em que a disseminação da
informação privilegie uma elite informacional.
Distribuição da informação
1. uma estratégia que procure atingir e
criar grandes grupos homogêneos de
receptores;

tenta associar a produtividade dos estoques
à produtividade na transferência da
informação. Ao pretender atingir um
público homogêneo em sua competência de
assimilação, transfere dos estoques a
informação que comprometa, somente, um
menor conhecimento comum, acessível ao
maior número de receptores
Distribuição da informação
2. identificar interesses e necessidades
comuns de entonação para grupos
diferenciados:
a transferência de informação é direcionada
a grupos de receptores com um perfil de
assimilação, interesses e necessidades
comuns. A transferência é diferenciada
para atender a um público selecionado,
com competência para reelaborar as
informações recebidas e realimentar os
estoques com informação nova.
Distribuição da informação
3. uma estratégia em que a disseminação da
informação privilegie uma elite
informacional.
– A transferência elitiza-se para um pequeno
número de receptores com acesso à
informação que é restrita aos demais
grupos, até porque este grupo de elite
possui, além das competências dos grupos
anteriores, características políticas e
econômicas que permitem assegurar e
manter o seu poder político e econômico.
Distribuição da Informação: o
que ocorre realmente
• Grandes estoques crescentes de informação, que se
acumulam em um tempo sem limites, degeneram a vivência
cotidiana em que o conhecimento se realiza no indivíduo. A
sintonia do sujeito consciente se dispersa em um mundo de
informações irrelevantes, imprecisas e ultrapassadas e em
uma distribuição inadequada.
• O conhecimento, potencialmente armazenado em estoques de
informação, acumula-se exponencialmente em estruturas que
lhe servem de repositório.
• Mesmo colocando-se filtro de entrada para limitar
qualitativamente o crescimento destes estoques, a coisa toda
tenderá a ruir em pedaços, devido ao seu próprio peso, a
menos que se modifique as proporções relativas da estrutura
em relação ao seu conteúdo físico (Thompson).
Conclusão
• O produtor de informação decide sobre quais os
itens de informação devem ser estocados e quais
as estratégias para sua distribuição à sociedade.
• Decide, ainda, sobre o “empacotamento”
tecnológico para esta distribuição.
• Alguns destes pacotes, ou canais de distribuição,
são tão intensivos em tecnologias emergentes
que confundem-se com o conteúdo, ou então o
canal é mais valorizado que a mensagem, como
acontece com as redes eletrônicas de
transmissão de mensagens (internet).
Conclusão
• O produtor de informação tem condições de
manipular a disponibilidade e o acesso à
informação. Contudo, não pode determinar
o seu uso e, principalmente, a assimilação
que produz o conhecimento.
• No mundo da produção e distribuição da
informação, a oferta pode criar demanda,
mas não pode transformar esta demanda
em ação dinâmica e diferenciadora, que
através da assimilação gera conhecimento
e promove o desenvolvimento, destino
final da informação como fenômeno
cognoscível.
referências
• BARRETO, Aldo de Albuquerque. A questão da
informação. Revista São Paulo em Perspectiva,
Fundação Seade, v 8, n 4 , 1994.
• BARRETO, AA. O mercado de informação no Brasil.
Transinformação, v. 10, n. 2, p. 55–67, 1998.
Disponível em:
<http://repositorio.ibict.br/handle/123456789/333>.
Acesso em: 16 Jun. 2013.
• HERSCOVICI, Alain. A Economia Política da Informação
, da Cultura e da Comunicação : questões
metodológicas e epistemológicas . Uma apresentação
geral . p. 5–14, 2003.
• TAUILE, José Ricardo. UMA INTRODUÇÃO À
ECONOMIA POLÍTICA DA INFORMAÇÃO. Ensaios FEE,
v. 2, n. 2, p. 89–108, 1981.

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Informação: uso econômico e político

  • 1. A QUESTÃO DA INFORMAÇÃO: USO ECONÔMICO E POLÍTICO DA INFORMAÇÃO Texto de Aldo A. Barreto Prof. Jônatas Souza de Abreu
  • 2. Quais são as perguntas? • • • • • Que é informação? Para que serve a informação? Quem usa a informação? Quais são os usos da Informação? Qual a natureza da informação? – O que define a natureza da informação? • “Como trabalhar informação enquanto estruturas significantes, no sentido de direcioná-la ao seu propósito de produtora de conhecimento para a sociedade”?
  • 3. Que é “economia da informação”?
  • 4. Economia política da informação – Não há como minimizar a importância da informação na organização inicial dos mercados. O monopólio do conhecimento de rotas e caminhos marítimos, bem como demais informações comerciais foram da maior importância não só para o enriquecimento de reis nobres e mercadores, mas principalmente para o estabelecimento de um sistema capitalista de produção. (TAUILLE, 1981,p.91)
  • 5. Economia política da informação – Essa revolução tecnológica, entre outras características, potencializa enormemente a eficiência de funcionamento (dos fluxos de informação e autoridade, que se contrapõem) das estruturas que formam os gigantescos organismos das grandes empresas, corporações multinacionais e dos estados nacionais. Como consequência imediata se colocam questões como as da privacidade, do controle social, do controle dos mercados de trabalho etc. (TAUILLE, 1981,p.89) – Estes mercados, por sua vez, definem hoje uma divisão internacional do trabalho onde a uma descentralização e hierarquização da produção através das fronteiras nacionais desbotadas, corresponde uma centralização da decisão e, consequentemente, do poder, polarizado nos chamados países desenvolvidos.(TAUILLE, 1981,p.89)
  • 6. Economia política da informação – Redefine-se assim a divisão social internacional do trabalho apoia- da numa base técnica que passa por uma evolução tão acelerada e com consequências sociais tão profundas (em termos de acirrar tendências e distorções previamente existentes) que este período pode ser considerado como de uma verdadeira revolução tecnológica. (TAUILLE, 1981, p.108) – Esta revolução na tecnologia do tratamento eletrônico e massificado das informações altera e acelera os processos de formação de merca- dos e sistemas financeiros internacionais.(TAUILLE, 1981, p.108)
  • 7. Recapitulando • Os produtores de informação estão limitados pelas competências contextuais e cognitivas dos habitantes de realidades diferenciadas; necessitam, pois, adotar estratégias de distribuição, que viabilizem a aceitação de seu produto.
  • 8. Distribuição da Informação e necessidades de informação • A hierarquia das necessidades humanas, que determina o comportamento dos indivíduos, foi mapeada por A. Maslow (Maslow , 1970) para indicar os fatores determinantes da motivação, desempenho e satisfação no trabalho. No seu estudo empírico, Maslow (1970) apresenta uma pirâmide das necessidades humanas e o comportamento associado a cada nível desta pirâmide.
  • 9. Necessidades de Informação Autorealização Participação Necessidades Básicas BARRETO, 1994 Informação Seletiva Informação Contextual Informação Utilitária
  • 10. Distribuição da informação Considerando, portanto, o volume e a estrutura dos estoques de informações disponíveis, a transferência de informação poderia efetuar-se, do ponto de vista do controlador, de acordo com três estratégias que considerassem os aspectos do contexto do receptor: 1. uma estratégia que procure atingir e criar grandes grupos homogêneos de receptores; 2. uma que procure identificar interesses e necessidades comuns de entonação para grupos diferenciados; e, finalmente, 3. uma estratégia em que a disseminação da informação privilegie uma elite informacional.
  • 11. Distribuição da informação 1. uma estratégia que procure atingir e criar grandes grupos homogêneos de receptores; tenta associar a produtividade dos estoques à produtividade na transferência da informação. Ao pretender atingir um público homogêneo em sua competência de assimilação, transfere dos estoques a informação que comprometa, somente, um menor conhecimento comum, acessível ao maior número de receptores
  • 12. Distribuição da informação 2. identificar interesses e necessidades comuns de entonação para grupos diferenciados: a transferência de informação é direcionada a grupos de receptores com um perfil de assimilação, interesses e necessidades comuns. A transferência é diferenciada para atender a um público selecionado, com competência para reelaborar as informações recebidas e realimentar os estoques com informação nova.
  • 13. Distribuição da informação 3. uma estratégia em que a disseminação da informação privilegie uma elite informacional. – A transferência elitiza-se para um pequeno número de receptores com acesso à informação que é restrita aos demais grupos, até porque este grupo de elite possui, além das competências dos grupos anteriores, características políticas e econômicas que permitem assegurar e manter o seu poder político e econômico.
  • 14. Distribuição da Informação: o que ocorre realmente • Grandes estoques crescentes de informação, que se acumulam em um tempo sem limites, degeneram a vivência cotidiana em que o conhecimento se realiza no indivíduo. A sintonia do sujeito consciente se dispersa em um mundo de informações irrelevantes, imprecisas e ultrapassadas e em uma distribuição inadequada. • O conhecimento, potencialmente armazenado em estoques de informação, acumula-se exponencialmente em estruturas que lhe servem de repositório. • Mesmo colocando-se filtro de entrada para limitar qualitativamente o crescimento destes estoques, a coisa toda tenderá a ruir em pedaços, devido ao seu próprio peso, a menos que se modifique as proporções relativas da estrutura em relação ao seu conteúdo físico (Thompson).
  • 15. Conclusão • O produtor de informação decide sobre quais os itens de informação devem ser estocados e quais as estratégias para sua distribuição à sociedade. • Decide, ainda, sobre o “empacotamento” tecnológico para esta distribuição. • Alguns destes pacotes, ou canais de distribuição, são tão intensivos em tecnologias emergentes que confundem-se com o conteúdo, ou então o canal é mais valorizado que a mensagem, como acontece com as redes eletrônicas de transmissão de mensagens (internet).
  • 16. Conclusão • O produtor de informação tem condições de manipular a disponibilidade e o acesso à informação. Contudo, não pode determinar o seu uso e, principalmente, a assimilação que produz o conhecimento. • No mundo da produção e distribuição da informação, a oferta pode criar demanda, mas não pode transformar esta demanda em ação dinâmica e diferenciadora, que através da assimilação gera conhecimento e promove o desenvolvimento, destino final da informação como fenômeno cognoscível.
  • 17. referências • BARRETO, Aldo de Albuquerque. A questão da informação. Revista São Paulo em Perspectiva, Fundação Seade, v 8, n 4 , 1994. • BARRETO, AA. O mercado de informação no Brasil. Transinformação, v. 10, n. 2, p. 55–67, 1998. Disponível em: <http://repositorio.ibict.br/handle/123456789/333>. Acesso em: 16 Jun. 2013. • HERSCOVICI, Alain. A Economia Política da Informação , da Cultura e da Comunicação : questões metodológicas e epistemológicas . Uma apresentação geral . p. 5–14, 2003. • TAUILE, José Ricardo. UMA INTRODUÇÃO À ECONOMIA POLÍTICA DA INFORMAÇÃO. Ensaios FEE, v. 2, n. 2, p. 89–108, 1981.