1. INTRODUÇÃO
Problemática teórica
Com o intuito de sermos avaliadas na cadeira de História das Ideais Políticas,
apresentamos este trabalho que tem como tema: “O COMUNISMO”, enquanto
doutrina ou sistema social que preconiza a comunidade de bens e a supressão da
propriedade privada dos meios de produção, abordando no enquadramento teórico do
presente trabalho a noção do respectivo tema, uma síntese daquilo que é a história do
Comunismo entre outros aspectos. Desta feita no decorrer da formação do presente
trabalho surgiram questões das quais ressaltam as seguintes:
O que é o Comunismo?
Quais o objectivos do mesmo?
Relação entre Socialismo e Comunismo?
Em que países teve origem e seus efeitos?
Quais os idealistas deste sistema?
Metodologia
No tocante a metodologia optada para a elaboração deste trabalho de pesquisa,
e tendo em conta a acessiblidade do material correspondente ao objecto de trabalho,
odoptou-se a pesquisa bibliográfica, efectuada nas bibliotecas da Universidade católica
de Angola, entre outras instituições, bem como recurso a Internet em detrimento da
pesquisa pela entrevista ou inquérito por razões de escassez de tempo e
indisponibilidade de pessoas para dar respostas aos mesmos métodos.
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2. CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO
1.1 Noção
Comunismo enquanto doutrina ou sistema social, preconiza a comunidade de bens e
a supressão da propriedade privada dos meios de produção,visando em geral a luta contra
a exploração do homem pelo homem pressupondo a eliminação de toda e qualquer
desigualdade social abolindo grupos e classes sociais. O objetivo do comunismo é atingir
assim a mais ampla igualdade entre os membros da sociedade. Segundo Karl Marx,
revolucionário socialista alemão o comunismo seria a fase final na sociedade humana, o
que seria alcançado através de uma revolução proletária. O "comunismo puro", no sentido
marxista refere-se a uma sociedade sem classes, sem Estado e livre de opressão, onde as
decisões sobre o que produzir e quais as políticas devem prosseguir são tomadas
democraticamente, permitindo que cada membro da sociedade possa participar do
processo decisório, tanto na esfera política e econômica da vida.
Como uma ideologia política, o comunismo é geralmente considerado como a
etapa final do socialismo, um grupo amplo de filosofias econômicas e políticas que
recorrem a vários movimentos políticos e intelectuais com origens nos trabalhos de
teóricos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa. O comunismo pode-se dizer
que é o contrário do capitalismo, oferecendo uma alternativa para os problemas da
economia de mercado capitalista e do legado do imperialismo e do nacionalismo. Marx
afirma que a única maneira de resolver esses problemas seria pela classe trabalhadora
(proletariado), que, segundo Marx, são os principais produtores de riqueza na sociedade
e são explorados pelos capitalistas de classe (burguesia), para substituir a burguesia, a
fim de estabelecer uma sociedade livre, sem classes ou divisões raciais.
1.2- Breve historial sobre o comunismo
A origem da expressão comunismo é associada à república de Platão onde ficavam
restritas as classes superiores da sociedade (Silva,2001, p.23). Com o fim da II guerra
mundial em 1945, havia que reconstruir uma nova ordem internacional. Mas os povos
europeus economicamente destruídos e fragilizados cedo perceberam que a grande
aliança vencedora da guerra não ia durar muito uma vez que nela estavam representados
dois sistemas políticos cujas diferenças acabariam inevitavelmente por emergir uma vez
alcançada a paz. O equilíbrio geopolítico e geoestratégico organizado pelos vencedores
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3. da II guerra mundial constitui um dado essencial na regulação do sistema mundial, pois
deu origem a dois subsistemas organizada escala mundial, são eles:
Bloco ocidental, liderado pelos E.U. A e tinha como política o capitalismo;
Bloco do leste, liderado pela U.R.S. S que tinham como política o comunismo.
A doutrina comunista apresenta numerosas correntes, como o Leninismo e o
Maoísmo são baseados no Marxismo, embora cada uma dessas variantes tenha
modificado as ideias originais, todas elas preconizando a abolição da propriedade
privada e a apropriação e comum de todas as coisas que satisfazem, direta ou
indiretamente, necessidades humanas.
A instauração do comunismo foi feita em alguns países, principalmente na União
Soviética e República Popular da China onde, adeptos da doutrina comunista,
procuraram transformar a sociedade mediante a conquista revolucionária do poder
político. Em outros países o comunismo foi imposto pela União Soviética ao final da
Segunda Guerra Mundial, formando-se o bloco socialista, incluindo Polônia,
Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Albânia e Alemanha Oriental. Outros países,
pertencentes ao Terceiro Mundo (como a Argélia), passaram a integrar o bloco
socialista em decorrência das chamadas guerras de libertação nacional. Como passo
inicial, eles tem promovido a estatização dos meios de produção (fábricas, fazendas,
etc.) e de distribuição (transporte, comércio), instaurando diferentes sistemas de
planejamento que variam, segundo o país e o momento, no seu grau de países, no
entanto, os mecanismos de mercado foram inteiramente abolidos.
As tentativas de aplicar o planejamento geral esbarraram com dificuldades que,
em parte, eram esperadas e que se acentuam na medida em que a melhoria do nível de
bem-estar permitia a elevação e a diversificação das aspirações. Quando tais
dificuldades foram sendo reconhecidas, novas modalidades de planejamento foram
desenvolvidas. Essas novas modalidades procuram combinar, de diferentes maneira, o
planejamento com mecanismos de mercado. A procura de critério objetivos de avaliação
de eficiência e de incentivos ao aumento da produtividade tem levado a um significativa
diferenciação entre os chamados "regimes comunistas". Enquanto alguns, como o da
Iugoslávia, recorreram ao mecanismos de mercados, restringindo a área do
planejamento e recorrendo crescentemente a incentivos materiais, outros, como o da
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4. China, restringem a ação dos mecanismos de mercado e dão ênfase cada vez maior aos
incentivos psicológicos e à criação de padrões de conduta segundo uma ética
revolucionária.
1.2.1- O Comunismo Utópico
Considerado por muitos enquanto utópico ou seja fantasioso pelo facto de
considerar que todas as formas políticas até então existentes como superficiais náo
corrigiram as desigualdades do sistema económico, assumindo um caractér político
mais amplo a partis da Revolução Francesa em 1789. As primeiras grandes utopias do
comunismo foram formuladas no sec. XV e XVII, quando se consolidou como
irremediável a transição para a vida burguesa (Silva,2001, p.21). A partir da idade
moderna os ideais comunistas não eram mais apenas nascidos dos grandes pensadores,
mas emergiam juntos dos movimentos revolucionários populares.
1.3- Distinção entre Comunismo e Socialismo
Tal como ja fora supracitado, o comunismo é uma ideologia política e socioeconômica,
que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, baseada na
propriedade comum sendo por isto distinto de Socialismo, enquanto fase de transição
para o comunismo.O conceito tem sua origem no radical Sócio cuja transcrição
corresponde: Associado, companheiro, ou ainda do termo francês socialisme, do latim
Socialismus,(Grade dicionário etimológico-Prosódico da língua portuguesa pg:3791 ).
Como uma ideologia política, o comunismo é geralmente considerado como a etapa
final do socialismo, um grupo amplo de filosofias econômicas e políticas que recorrem
a vários movimentos políticos e intelectuais com origens nos trabalhos de teóricos da
Revolução Industrial e da Revolução Francesa.
CAPÍTULO II- OS IDEALIZADORES DO COMUNISMO
As doutrinas comunistas mais antigas, anteriores à Revolução Industrial,
punham toda ênfase nos aspectos distributivistas, colocando a igualdade social, isto é, a
abolição das classes, como o objetivo supremo. Com Karl Heinrich Marx (1818-1883) e
Freidrich Engels (1820-1895), fundadores do chamado "socialismo científico", a ênfase
deslocou-se para a plena satisfação das necessidades humanas, possibilitada pelo
desenvolvimento tecnológico: mediante a elevação da produtividade do trabalho
4
5. humano, a tecnologia proporcionaria ampla abundância de bens, cuja distribuição
poderia deixar de ser antagônica, realizando-se a igualdade numa situação de bem-estar
geral.O comunismo, que corresponderia ao pleno "reino da liberdade e da abundância",
poderia instaurar a repartição segundo o princípio de "a cada um segundo sua
necessidade". Muitos foram os idealizadores desta doutrina, todavia importa salientar
com maior precisão os ideais do principal mentor da mesma doutrina, Karl Marx.
2.1- Karl Heinrich Marx
Idealizador de uma sociedade com uma distribuição de renda justa e
equilibrada, o economista, cientista social e revolucionário socialista alemão
Karl Heinrich Marx, nasceu na data de 05 de maio de 1818, cursou Filosofia,
Direito e História nas Universidades de Bonn e Berlim e foi um dos seguidores
das idéias de Hegel.
Karl Marx foi o responsável pela análise econômica e histórica mais detalhada
da evolução das relações econômicas entre as classes sociais, razão pela qual é
considerado o pai do "socialismo científico".Marx procurou demonstrar a dinâmica
econômica que levou a sociedade, partindo do comunismo primitivo, até a concentração
cada vez mais acentuada do capital e o aparecimento da classe operária. Esta, ao mesmo
tempo seria filha do capitalismo, e a fonte de sua futura ruína. Marx se diferenciou dos
seus precursores por explicar a evolução da sociedade em termos puramente
econômicos, e se referir à acumulação do capital através da mais-valia de forma mais
clara que seus antecessores.
Marx considerava, ao contrário de muitos dos seus contemporâneos e de muitos críticos
actuais, o comunismo um "movimento real" e não um "ideal" ou "modelo de sociedade"
produzido por intelectuais. Este movimento real, para Marx, se manifestava no
movimento operário. Inicialmente ele propôs que a classe operária fizesse um processo
de estatização dos meios de produção ao derrubar o poder da burguesia, para depois
haver a supressão total do Estado. Após a experiência da Comuna de Paris, ele revê esta
posição e passa a defender a abolição do Estado e o "autogoverno dos produtores
associados". No entanto, também diferentemente dos outros autores, Marx acreditava
que a sociedade era regida por leis econômicas que eram alheias à vontade humana.
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6. Para ele, tanto as mudanças passadas, quanto a Revolução socialista que poria fim ao
capitalismo, eram necessidades históricas que fatalmente aconteceriam.
2.2- Problemas da doutrina Comunista
Os críticos do comunismo, baseados na observação dos problemas que surgiram
nos países socialistas, apresentam dois argumentos:
1. O mecanismo do mercado não pode ser inteiramente substituído pelo
planejamento numa sociedade que adota extensa divisão social do trabalho, na
qual dezenas de milhares de produtos diferentes tem que ser repartidos entre
milhões de pessoas, cujas necessidades diferem de acordo com suas
características de sexo, idade, origem cultural e idiossincrasias pessoais;
2. O planejamento geral, ao não tomar em consideração as necessidades e
vontades dos consumidores, requer uma férrea ditadura, em que as liberdades
individuais devem ser abolidas, não só no terreno econômico como no político.
A aplicação prática dos princípios comunistas tem sido tentada desde a mais remota
antiguidade. Certas sociedades tribais viviam em comunismo, não devido à sua elevada
produtividade, mas em virtude de sua pobreza. É o chamado "comunismo primitivo".
2.2.1- O Anticomunismo
Segundo Luciano Bunet, citado por Carla L. Silva (2001), o anticomunismo
deveria ser obviamente entendida como oposição a ideologia e os objectivos
comunistas. Após a Revolução de Outubro de 1917, o Comunismo entrou na cena
mundial não como um movimento organizado e difuso mas também como uma
alternativa política real em relação aos regimes tradiconais. Bonet aponta ainda que o
anticomunismo pode atingir um comportamento fundamental da cultura política dos
regimes democráticos, assumindo uma função importante na integração sócio-política e
na legitimação do sistema. Todavia um sistema que tenta colocar dos os membros de
uma sociedade ao mesmo nível de igualdade não poderia ter êxito, partindo do princípio
que cada ser humano é especial na sua particularidade com aptidões próprias que nos
destinguem uns dos outros, razão pela qual em 1516, Thomas More publicou
“UTOPIA”, onde afirmara que dinheiro e justiça não poderiam conviver.
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7. 2.3- O fim do Comunismo
Após a queda do muro de Berlim, em 1989 o comunismo foi considerado morto
por vários pensadores, intelectuais e pela mídia. O marxismo manteve-se sob outras
formas, como na China, com o maoísmo, em Cuba, com Fidel Castro e, mais
duramente, na Coreia do Norte, com Kim Il-sung e o seu filho Kim Jong-il. Segundo
alguns pensadores, mais como uma referência filosófica e política geradora de alguma
polêmica do que propriamente um ente político de largo espectro, pois ter-se-ia limitado
ao nível de Governo, deixando o povo com relativa liberdade de acordo com cada
norma vigente no respectivo país. O marxismo mantém-se, contudo, como uma
referência filosófica e política, (polémica, é certo), que não deve ser desprezada no
contexto da globalização.
Os seguidores desta doutrina política defrontam-se, entretanto, com as novas
realidades históricas que têm originado movimentos reformadores que pretendem
repensá-la. O projeto de instauração de uma sociedade comunista ainda é defendido por
diversas correntes e pensadores, alguns mantendo a concepção que inspirou a
Revolução Bolchevique, o leninismo (para quem as "renovações" são apenas sinal de
subjugação ao capitalismo), e outros, fazendo revisão ou aderindo às correntes
comunistas antileninistas. O socialismo continuou de outra maneira em diversos países
do mundo.
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8. CONCLUSÃO
Em jeito de conclusão do nosso trabalho podemos averiguar que o Comunismo
enquanto sistema político-económico possuía grandes ideais uma vez que visavam em
geral o bem- estar social, tendo sempre em conta a dignidade da pessoa humana, porém
a sua aplicação falhou por inúmeras razões das quais ressalta a individualidade de cada
um, pois um sistema que tenta colocar dos os membros de uma sociedade ao mesmo
nível de igualdade não poderia ter êxito, partindo do princípio que cada ser humano é
especial na sua particularidade com aptidões próprias que nos destinguem uns dos
outros, razão pela qual em 1516, Thomas More publicou “UTOPIA”, onde afirmara
que dinheiro e justiça não poderiam conviver.
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9. BIBLIOGRAFIA
Nsiangengo, P.,Kianzowa B., Silva, N.F., Pereira,R., Emanuel,V.G, et al, (2011).
“ Manual de História 9ª classe” 1ª Edição. Livraria Mensagem
SILVA,C,L.(2001). “Onda vermelha. Imaginários comunistas brasileiros (1931-1934)”.
1ª Edição. Volume I
http://www.algosobre.com.br/historia/comunismo.html
http://www.suapesquisa.com/biografias/marx/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunismo
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