Este documento discute as ciências sociais e seus campos de estudo. 1) As ciências sociais estudam o ser humano individual e em sociedade, incluindo psicologia, sociologia, economia, antropologia, história e linguística. 2) Cada campo tem seu objeto de estudo, como a psicologia estuda a mente humana e o comportamento, enquanto a sociologia estuda estruturas e instituições sociais. 3) O documento também discute conceitos como isolamento, contato, interação e cooperação entre indivíduos e grupos na
2. Quanto se refere comuninidade isolada pretende-se referir contactos pouco frequentes com outras comunidades, isto por um lado, e por outro, o isolamento pode ser individual, quer dizer, do indivíduo dentro do seu grupo ou sociedade.
4. De acordo com Park e Burgess Apoud LAKATOS E MARCONI (1999:82) indicam quatro tipos de isolamento: espacial, estrutural, funcional e psiquico.
5. Espacial ou físico – ocasionada por factores geofísico, como por exemplo, montanhas, vales, florestas, desertos, pântanos, rios, oceanos. Em Moçambique esses factores verificam-se regularmente nas zonas rurais.
6. Isolamento estrutural – é dado pelas diferenças biológicas, exemplos de sexo, raça, idade. A sociedade atribui funções e actividades diversas a homens e mulheres e, em consequência, cria diferença de interesses. A diferenciação por sexo é praticamento é situação geral, em todas as sociedades. Mas a cultura do grupo tem sido a condição particular. Exemplos: nas religiões; em Moçambique, nas idades ( jovens e velhos)
7. Isolamento funcional – tem origem nos defeitos físicos ( cegueira, surdez, mudez, e outras limitações físicas). Actualmente os Governos têm desempenhado um papel muito importante na abertura para imperdir as difentes maneiras de discriminação, e, muitos dos portadores de deficiências diversas têm vencido a barreira da comunicação entretanto, em muitas ocasiões sofrem limitações na participação das actividades grupais.
8. Isolamento psiquico – baseado na própria personalidade, casos de gostos, interesses diferentes, temperamentos, pontos de vistas, atitudes e sentimentos até por indivíduos pertencente a mesma cultura. ( ex. Entre o cientista e o analfabeto, entre o homem do campo e o da cidade, clubes, partidos políticos, seitas religiosas, e outros).
10. Isolamento habitual – separação ocasionada pela de hábitos, costumes, usos, linguagem, religião e outros factores.
11. O etnocentrismo – concorre para o isolamento, pois, é uma atitude de supervalorização das características de “ nosso grupo” e de menosprezo por tudo o que é do “ grupo alheio”.
12. Contacto - Ao se referir às relações sociais, deve-se compreender em seus aspectos dinâmicos. Os indivíduos, por meio de relações sociais, podem aproximarem-se ou afastarem-se, dando assim as formas de associação ou dissociação.
13. No processo social, pode-se verificar um aspecto primário, fundamental, que é o contacto social.
14. Pode-se dizer que o contacto é a fase inicial da interestimulação, e que as modificações resultantes são denominadas de interacção
15. O aspecto social do contacto está baseado na comunicação de significados.
16.
17. Contactos Voluntários – fruto de vontade própria dos participantes, de maneira espontânea, sem coação.Opõem-se aos contactos involuntários, que derivam da imposição de uma das partes sobre a outra.
18. Contactos primários – são pessoais, íntimos, e espontâneos, permite fusão de individualidade que dãoorigem ao “nós”.
19. ( ex.: família grupo de amigos, vizinhança) contrário aos contactos secundários, pois esses são formais, impessoais, geralmente superficiais, em termos gerais envolvendo apenas uma faceta da personalidade. Ex.: comprador e vendedor, enfermeiro e o paciente, passageiro de um avião.
22. Expressões de alegria, tristeza, desagrado ou raiva, movimentos de olhos, movimentos da boca e suspiros, o empalidecer-se, chorar ou rir, movimentos de mãos e ombros etc. Condicionam respostas que são baseadas em seus significados, interpretados através de expariências anteriores..
23. Sons inarticulados, baseados em emoções e inflexões de voz. Muitas vezes o homem reage não às palavras, mas à maneira como são ditas.
24.
25. Directa e/ou indirecta ( trabalhos associados – na sala de operação cirrurgica e /ou a multidisciplinaridade)- engenheiro necessita do médico, este do agricultor e vice-versa.
41. Compromisso – as partem em conflitos possuem igual poder e chegam à acomodação por meio de concessões mútuas;
42. Tolerância – quandos as divrgências e interesses vitais estão em jogo e são inconciliáveis e não fazem concessões somente a uma cooperação e a uma convivência;
43.
44. Linguagem – uma linguagem comum ou bastante semelhante colabora na rapidez da assimilação, pois, facilita contactos primários;
55. O que distingue a sociedade humana das outras é a cultura, isto é, a capacidade de criar ou de recriar a partir dos elementos recebidos das gerações anteriores ou seja tudo aquilo que o homem acrescenta à natureza.
56. A cultura é património de cada sociedade, constituída por todos os objectos materiais ou simbólicos que servem de elementos aglutinadores dos indivíduos em relação ao grupo e dos grupos entre si.
57. A cultura é um sistema organizados do comportamento, não resultando pura e simplesmente de uma acumulação de hábitos ou de normas.
58. Cada padrão de cultura contém certos traços, que constituem as menores unidades identificáveis dessa mesma cultura.
59. Os traços de cultura incluem tanto os aspectos materiais quanto os não materiais.
63. As culturas, de modo geral, diferem umas das outras em relação aos postulados básicos, embora tenham características comuns.
64. Toda a cultura é considerada como configuração saudável para os indivíduos que a praticam. Todos os povos formulam juízos em relação aos modos de vida diferentes dos seus. Por isso, o relativismo cultural não concorda com a idéia de normas e valores absolutos e defende o pressuposto de que as avaliações devem ser sempre relativas à próppria cultura onde surgem.
65. Os padrões ou valores de certo ou errado, dos usos e costumes, das sociedades em geral, estão relacionados com a cultura da qual fazem parte. Portanto, um costume pode ser válido há um certo hambiente cultural e não a um outro, e, até ser repudiado.
66. Etnocentrismo – o etnocentrismo relaciona-se directamente com o relativismo cultural. A posição relativa liberta o indivíduo de preconceitos deturpadoras do etnocentrismo, que significa a supervalorização da própria cultura em detrimento das demais. Todos os indivíduos são afetados por esse tipo de sentimento e a tendência na avaliação é julgar as culturas alheias segundo o seu modu vivendi cultural.
67. Toda a referência a povos primitivos e civilizados deve ser feita em termos de culturas diferntes e não na relação superioe / inferior.
68. O etnocentrismo pode promover um comportamento agressivo ou em atitudes de superioridade e até de hostilidade, discriminação, à violência e outras atitudes e comportamentos.
69. Porém, o etnocentrismo apresenta um quadro positivo, ao ser agente de valorização do próprio grupo. Seus membros passam a considerar e aceitar o seu modo de vida como melhor, o mais aceitável, o que favorece o bem estar individual e a integração social.
70. Mudança de Cultura – é qualquer alteração na cultura, sejam traços, complexos, padrões ou toda uma cultura, o que é muito raro. A mudança de cultura pode ocorrer com maior ou menor facilidade, dependendo do grau de resistência ou de aceitação. O aumento ou diminuição das populações, as migrações, os contactos com outros povos de culturas diferentes, as inovações científicas e tecnológica, as catástrifes ( epidemias, guerras, calamidades naturais), as depressões económicas, as descobertas, mudança violente de governo etc. Podem constitur como factores de mudança cultural de uma determinada sociedade.
71. A mudança cultural pode surgir em consequência de factores internos – Endógenos ( descobertas e invenções) ou externos – exógenos ( difusão cultural)
78. Função - é a meta ou o prop’osito do grupo, cujo objectivo seria regular suas necessidades.
79. Estrutura – é composta de pessoal (elementos humanos); equipamentos (aparelhamento material ou imaterial); organização (disposição do pessoal e do equipamento, observando-se uma hiererquia-autoridade e subordinação); comportamento( normas que regulam a conduta e a atitude dos indivíduos).
81. Estrutura , pessoal – direcção, funcionários (médicos, enfermeiros e outros especialistas e técnicos); equipamentos – imóvel, máquinas, reputação (imateriais), organização – democracia ou autocracia, centralizada ou descentralizada, comportamento – normas para a constituição e funcionamento, direitos e deveres regulados por leis vigentes e estatutos.
87. Matrilinear: Sistema que liga Ego a grupos de parentes relacionados através da linha feminina. Os filhos de ambos os sexos pertencem ao grupo de sua mãe, que, por sua vez, ‘e o grupo da mãe de sua mãe, e assim por diante.
88.
89. Clã – Formado por várias linhagens, com um passado remoto que chega a ser mitológico.
90. Fratria – Um conjunto de clãs (dicionário = conjunto de irmãos)
91.
92. O conceito Estado implica a inclusão do elemento governo, que mantém a ordem e estabelece as normas relativas às relações entre os cidadãos.
93. Nem todo governo é sinónimo de Estado, porque existem governos sem Estado, caso dos bosquímanos da África.
94. O Estado constitui uma parte essencial, mas não a totalidade da estrutura social, comfunções externas e importantes, embora limitadas, porque só pode supervisionar os aspectos exteriores da vida social.
95. A diferença entre Estado e Governo pode-se observar na monarquia constitucional, caso da Inglaterra, onde a rainha é chefe de Estado, e o primeiro-ministro chefe do Governo. Nos EEUU, Brasil e em Moçambique o presidente exerce as duas funções.
96. A caracteristica de soberania do Estado é o monopólio da regulamentação da força dentro de suas fronteiras.Só o Estado possui autoridade - poder legítimo – para regulamentar o uso da força: manipulação física, aprisionamento ou execução dos indivíduos.
97. Povo – um agrupamento humano com cultura semelhante ( língua, religião, tradições) e antepassados comuns; supõe certa homogeneidade e desenvolvimento de laços espirituais entre si.
98. Nação – É um povo fixado em determinada área geográfica. Alguns autores afirmam que Nação é um povo com certa organização. Para que haja nação é necessário haver povo, um território e a consciência comum.
101. Manter a ordem – Estado diferencia-se das demais instituições por ser o único que se encontra investido de poder coercivo, proibindo uma série de atos ou obrigando os cidadãos a agir de uma ou de outra maneira, por meios de leis ou da força física.
102.
103. Isolamento – processo do qual o indivíduo se adapta as normas e ou permace rentringida a elas.
104. Hierarquia – além do factor tempo e lugar, as normas e valores integrantes de um sistema sociocultural encontram-se classificados por ordem de precedência. Esta hierarquia permite uma escolha mais adequada, em ocasiões em que mais de uma pode ser aplicada no mesmo momento e no mesmo lugar;
105. Controle social – quando conhecido, o controle social pode funcionar através da antecipação, pois a pessoa socializada pode prever as consequências que advirão de seu comportamento desviado se ferir expectativas dos demais;
106.
107. Sanções Fracas – quando as sanções aplicadas são fracas perdem muito de seu poder de orientação ou de determinação do comportamento;
108. Alcance indefinido da norma – muitas vezes, o alcance ou os limites de uma norma não são claramente definidos;
114. Mudança de estrutura: altera certos componentes da organização social ou sua totalidade. É necessário identificar os elementos estruturais ou culturais da organização social que sofreram alterações;
115. Deve-se ter um ponto de partida a partir do qual o conjunto de metamorfoses possa ser localizado no tempo;
116. Permanência: as transformações, observadas e analisadas, devem ter certo carácter de durabilidade, ou melhor, não devem ser passageiras (efêmeras) nem superficiais;
119. Os movimentos sociais apresentam-se sob várias formas, sendo que o conteúdo específico do que se pretende permite diferenciá-l-s. De entre esses vários abordaremos os movimentos migratórios, Conservacionistas ou de resistências, reformistas e revolucionários.
120. Movimentos Migratórios: Independentemente do facto de esse movimento ser composto por grupos organizados, por famílias ou por indivíduos, sua característica principal é o acentuado descontentamento com a situação na sociedade de origem, o que determina a tomada de decisão de se transferir para outro local.
121. Movimentos Progressistas - Actuam em um segmento da sociedade, tentendo exercer influência nas instituições e organizações da mesma; também chamados de libarais, pois desejam a introdução de mudanças positivas.
122. Exemplo: movimentos sindicais, que passaram por várias fases: sindicalismo de ofício; sindicalismo de indústria e outros.
124. Tentativa de preservação da sociedade de mudanças. Opõem-se tanto a transformações propostas quanto a já realizadas, quando então propugnam a volta à situação anterior.
125. Exemplo: Manifestações contra a legalização do aborto, contra o divórcio, vários tipos de movimentos ecologistas.Movimentos Reformistas: Agem como uma tentetiva de introduzir melhoramentos em alguns aspectos da sociedade, sem transformar sua estrutura básica. Esses movimentos encontram dificuldades para se firmarem em sociedades autoritárias, porque os poderes autoritários reprimem violentamente as críticas; mas tem maior campo de acção nas sociedades democráticas, o que em parte limita suas reivindicaçãos, pois as democracias relacionam-se com poder do povo.Exemplos: movimento feminista, que procura elevar o status da mulher e dar-lhe condições de igualdade na sociedade actual; os diferentes movimentos homossexuais que lutam pela igualdade e protecção legal de seus membros.<br />Movimentos Revolucionários - Procuram alterar a totalidade do sistema social existente, substituindo-o por outro completamente diferente. Propondo assim, dentro da sociedade mudanças mais rápidas e radicais. Isto ocorre muitas das vezes nos governos autoritários, que bloqueiam os movimentos de reforma, concentrando deste modo o descontentamento social.<br />Reflexão Crítica, sobre porquê as diferenças entre homem e mulher mesmo as óbvias favorecem em grande medida o sexo masculino<br />Introdução<br />O desenvolvimento humano reconhece que as escolhas dos indivíduos são em princípio múltiplas e infinitas e evoluem ao longo do tempo. Estas escolhas elementares incluem o anseio de viver vidas longas material e espiritualmente ricas, ter um padrão de vida adequado, ter acesso ao saber para fazer escolhas informadas e em igualdade de circunstâncias sobre as suas vidas e participar livremente e sem discriminação ou impedimentos nos processos de decisão sobre os destinos da sociedade e do mundo em que se inserem.<br />As escolhas de querer viver vidas longas, o acesso ao saber para fazer escolhas informadas, o processo de decisão para os destinos da sociedade e do mundo e outros aspectos, estão reservados para todos os membros da sociedade em igual proporção e doses, quer homem, quer mulher. Todos nós estamos na mesma causa e queremos atingir os mesmos objectivos, logo, não deve existir o sexo mais favorito para isso.<br />Pretendo neste trabalho, reflectir de maneira crítica porque as diferenças entre homem e mulher mesmo as óbvias favorecem em grande medida o sexo masculino. <br />Para melhor comprensão do tema será objecto da abordagem um resumo estatístico da PNUD- 2001 que reflecte a discriminação da mulher, a socialização vigente nas familias e o papel da educação formal na reversão do favoritismo do sexo masculino e as estrtégias para conseguir esse fim.<br />Situação da mulher em diferentes quadrantes da sociedade<br />A situação da mulher constitui um dos exemplos mais eloquentes das desigualdades que os paises escamoteiam . É usual constatarmos que, uma vez desagregados por sexo, os indivíduos sociais nos revelem uma clara tendência para o favoretismo do sexo masculino em contra partida a marginalização ou discriminação por vezes até institucionalizada da mulher. <br />Esta realidade é aplicável a qualquer país, independentemente do nível de desenvolvimento . De acordo com UNDP ( 1995:2 ) citado por PNUD ( 2001: 12 ) quot;
…as questões das diferenças de desenvolvimento entre os sexos , levaram á constatação de que em nenhuma sociedade a mulher tem o mesmo estatuto que o homem. A mulher sofre a privação duplo: da desigualdade do género, e um nível relativamente baixo de progressão na vidaquot;
. <br />Conforme o documento em questão, no limiar do século XX1 as disparidades entre o desenvolvimento das mulheres e dos homens continuam a ser uma realidade embaraçosa para a humanidade, não obstante os progressos assinaláveis em todas as esferas de vida e as inúmeras iniciativas globais para a eliminaçao de todas as formas de discriminação da mulher nas últimas décadas.<br /> O RDH de Moçambique ( 2001:12 ) revelou que quot;
854 milhões de adultos que, em 1999, não sabiam ler nem escrever no mundo, 583 milhões ou seja 78% são mulheres. Por outro lado, dos 325 milhões de crianças que se encontravam fora do sistema educacional no mesmo ano 183 milhões, ou seja 56% eram raparigasquot;
. <br />Reflectindo sobre a definição do desenvolvimento humano, como processo de alargamento de escolhas de todas as pessoas e não só de uma parte da sociedade, então o facto das mulheres não usufruirem do mesmo nível de desenvolvimento que as suas contrapartes do sexo masculino é o sinal mais elucidativo do favoretismo do sexo masculino e marginalização do sexo feminino.<br />É importante e relevante ter a consciência de que a fraca realização individual das mulheres resulta não de debilidade imputáveis a aspectos fisiológicos, mas ao processo de socialização vigente nas sociedades. Por exemplo, em algumas sociedades a habilidade da rapariga de contribuir no trabalho doméstico, muitas vezes em prejuizo da sua própria formação escolar, é interpretado como símbolo da boa educação. Na vida adulta, a mulher tem de velar pelo bem estar da família, uma responsabilidade que nem sempre encontra uma valorização comensurável com a sua importância na escala de valores da sociedade. <br />Quer dizer, o favoretismo do sexo masculino e a discriminação da mulher não-se conjuga na diferença do sexo mas do género. Pois, quanto aos aspectos fisiológicos é sabido que há coisas que as mulheres podem fazer que os homens não podem; exemplo: a mulher tem potencial de gerar filho por possuir útero, o homem não pode por não-o possuir, a mulher amamenta e o homem não pode, e outros mais aspectos fisiológicos. Portanto, está claro que o sexo identifica as diferenças biológicas entre mulheres e os homens, e isto não constitui nenhum problema. O problema do favoretismo do sexo masculino reside no gémero. O que virá a ser género nesse caso ?<br />Género - quot;
refere-se aos diferentes papéis que as mulheres e os homens desempenham, os quais são determinados de acordo com os usos, costumes e desenvolvimento da sua sociedadequot;
( WALTER,et al. 1997 : 11 ).<br />LICHTENBERG,et al. ( 2000:25 ) abordam o género de forma ampla, de como realmente as familias encaram a mulher e o homem, principalmente nas comunidades rurais, o que correspondem perfeitamente a sociedade moçambicana. Eles focam o género como uma criação social que através de várias formas de aprendizagem dentro da família e na comunidade, muitas vezes sob forma não registadas adquirem comportamento, hábitos e atitudes. Durante o seu crescimento, a criança na família aprende por exemplo que é o homem que deve construir a casa, e nunca a mulher, que é a mulher que deve buscar a água, cozinhar e lavar roupa, e nunca o homem, que a menina e o menino também têm de se vestir diferentemente. É portanto assim em Moçambique e na maioria dos paises no mundo. É durante a própria infância que se aprende como se comportar como mulher, e como se comportar como homem.<br />O que dizem as pessoas<br />Os nossos antepassados ensinaram-nos que o homem é o chefe da família, por isso deve tomar cuidado dos seus filhos e da sua esposa - a mulher é sua auxiliar<br />A moda do homem leva-o a cobrir cada vez mais o seu corpo. A moda da mulher leva-a a descobrir cada vez mais o seu corpo. É porque somos mesmo diferentes. A mulher tem espirito feminino, o homem tem espirito masculino.<br />Consequência dessa assimilação<br />De acordo com WALKER, ( 1997 :12 ) a criança ao entrar na escola já vem marcada pelas disparidades de género na sua comunidade.Deste modo, é frequente as meninas serem retraídas, inibidas na participação na sala de aula em relação ao rapaz.<br />As relações de género são contextualmente específicas, variando de acordo com o universo social-cultural ( exemplo: grupos sociais, etnia, raça ) e frequentemente alteram-se em resposta a circunstâncias económicas diferentes.<br />A questão de género não é nova, mas abrange gerações longícuas que constituiu a base da educação não formal.<br />ANDRADE, et al. ( 1998:137 ) sobre a educação e relação de género focalizam que a educação deve ser entendida como um sistema que actuando ao nível formal e informal organiza, sustenta e orienta a reprodução da ordem social. Esta concepção de educação abrange fundamentalmente dois espaços socials; a família e a escola.<br />Quanto a família e educação - remata ANDRADE ; a família como primeiro agente de socialização é o meio de pertença onde ao longo do seu ciclo de vida as pessoas exercem e cumprem função e papéis reguladores de codutas e construtores de identidade. Os membros da família comunicando e participando entre sí exprimem a adesão a uma ordem de valores e modos de pertença quot;
conformesquot;
simbolicamente ao grupo onde agem socialmente. Se a família como primeiro agente de socialização e que exerce função e papéis reguladora de condutas quot;
é lícito, então perguntar o que explica que a maioria delas continue na quot;
caudaquot;
da vidaquot;
? ( OSÓRIO, et al. 2001 :33). As mulheres continuam a ser a maioria da população de pobres, de analfabetos, não estão adequadamente representadas nas estruturas políticas, morrem desproporcionalmente de doenças de fácil prevenção, são sujeitas á violência e descriminação de género, e têm de viver em sociedade que, muitas vezes não tomam em consideração os seu interesses específicos e fazem tábua raza do seu potencial como agente de transformação.<br />Grande parte das privações a que as mulheres estão sujeitas têm como base as relações do género que por sua vez emanam das relações de poder enraizados na cultura e tradição. Isto não quer dizer que todas as práticas tradicionais sejam inerentemente nocivas. Elas são parte integrante da identidade cultural dos povos. Entretanto, o que é inegável é que parte delas ( práticas tradicionais) são declaramente obstâculos á igualdade entre homens e mulheres. Exemplo de Moçambique:<br />Em caso de viuvez as normas culturais que regem a sucessão de herança particularmente no centro e sul de Moçambique estabelecem que a mulher nunca ocupa, uma posição superior ao terceiro lugar na hierarquia familiar depois dos filhos e irmãos. <br />b) O lobolo significa adquirida e pertence inteiramente marido e a sua família, a condição de decisão é terminada.<br />c) A poligamia agrava a vulnerabilidade da mulher.<br />Portanto, pode-se dizer no caso vertente que a discriminação inicia na família e se extende por toda a sociedade.<br />Apesar de tudo isso, Moçambique e os seu instrumentos jurídicos legais têm se esforçado pela igualdade entre mulher e homem, não obstante o baixo nível de escolarização das mulheres e a existência de algumas práticas culturais que ainda promovem a subalternização e ainda dificultam a integração plena da mulher na modernidade. Exemplo; a proporção da educação formal da mulher em Moçambique até ano 2000 era de 71,2% de analfabetos, enquanto que os homens era de 40,2%, a participação da mulher em cargos de decisão na Administração pública é de 9,2%, ainda não há em Moçambique nenhuma mulher governadora de Província, etc.<br />Como se pode ver, a educação ou promoção do género sempre favoreceu ao sexo masculino partindo da célula base da sociedade ( família ). Esta não é uma situação isolada mas é evidente em todo o mundo, apesar que alguns Governos caso de Moçambique e outros estarem a evidar muitos esforços com intenção de reverter a clássica situação que a sociedade criou.<br />Gostaria de dar a minha contribuição pessoal acerca do assunto usando dois grandes vertentes: <br />A primeira vertente é Educação - é que os Governos devem concentrar os esforços na educação da célula base ( família ) promovendo proporcionalmente a mulher junto ao seu parceiro ( homem ) na formação técnica profissional de base. Isto é, as familias devem ver no concreto o potencial feminino partindo dos cursos de profissionalização de pequena dimensão; como cursos básicos agro-pecuário, saúde, administração, assistência social e outros, executados lá no campo pelas raparigas. As famílias devem ver as vantagens da mulher ter uma formação partindo do ensino geral básico. Para dizer, segundo o meu ponto de vista que, o ensino geral deve-se associar a profissionalização da rapariga na proporção justa com os rapazes para que a sociedade observe na prática as capacidades das mulheres. Principalmente lá no campo, primeiro, porque é lá onde habita a maioria da população moçambicana, segundo, porque a educação do género promove mais ao homem que a mulher, terceiro, porque é lá onde se observa o maior número de mulheres analfabetas, quarto, porque é lá onde se observa menos mulheres profissionais e outros aspectos. Portanto, seguindo o meu raciocínio, a intensificação da educação para a igualdade deve ser no campo onde vive a maioria e onde a tradição ainde é muito forte principalmente aquela que discrimina a mulher. É preciso atacar de forma ordeira, sistemática e de forma contínua as zonas rurais com uma formação direccionada e de qualidade. As cidades onde a mulher estudou não é muito difícil observar o grande potencial da mulher, mas isso constitui pequenos exemplos em relação a toda a sociedade moçambicana. É verdade que mesmo nas cidades ainda se observa o favoretismo do sexo masculino mas já não é naquela proporção das zonas rurais. Porque as cidades de quando em vez se observa mulheres a ocuparem diversos cargos, e até cargos de decisão.<br />Portanto, é função do Governo, porque, possue instrumentos para isso com a participação de toda a sociedade civil principalmente, lutar por reverter essa situação. Para isso passa necessariamente pela educação formal partindo das familias onde a educação do género começa. Porque se as familias não forem atacadas pela educação no concernente a valorização da mulher o favoretismo do sexo masculino continuará por muitos e longos anos vindouros. A direcção do meu raciocínio aponta que as localidades, Distritos o sistema de educação formal deve ser mais agressivo . As familias devem ser sistemática e metódicamente persuadidas a enviarem as suas filhas a escola na idade estabelecida pelo governo. A persuação acompanhada pela supervisão, inspecção e control das familias partindo da estrutura de base ( régulado e outras estruturas de base) com o objectivo de verificar a situação das familias que não enviam os seus filhos á escola e principalmente ás raparigas e não só, mas acompanhar a progressão das meninas no ensino formal. É necessário criar uma quot;
implicação positivaquot;
com as familias que deixam os seus filhos fora do sistema educativo em particular as meninas e mesmo na situação de desistência. Criar nas familias a consciência de que a responsabilidade de formação dos filhos depende em grande medida da família e responde por isso perante a sociedade e o Governo. Se a sociedade civil cultivar esta conciência muitas situações de discriminação que temos assistido poderão reduzir seriamente.<br />As regras culturais e a educação formal devem-se completar, constituindo assim bases fortes para a promoção de todo o cidadão moçambicano tanto homem como mulher na participação da produção social.<br />Em jeito de síntese, dizer que a educação formal deve ser agressiva para toda a sociedade civil pois, ela ( escola ) constitui o instrumento importante nas mãos do Governo para a promoção de igualdade entre homem e mulher. O objecto principal da agressividade deve ser a família com a base do vector o campo em direcção á cidade. <br />Associado a educação deve-se promover a profissionalização a nível básico da mulher em proporção ao homem. <br />A segunda vertente é Política - é preciso preparar a mulher e exercer as funções nas regiões da sua influência como na agricultura, pecuária, saúde, educação, postos Administrativos, localidades, Distritos, e outros. A sociedade civil deve ver a sua filha a trabalhar e ocupar cargos visíveis se possível cargos de decisão. Ver e não admirar porque a sua filha está a conduzir carro, porque ela é chefe do posto administrativo, porque ela é directora da escola, Administradora do Distrito, etc. Os esforços que estão sendo feitos a nível de alguns paises e em moçambique devem ser ainda maiores. A mulher deve igualmente se preparar ou melhor, prporcionar condições para que ela se prepare e exerça funções sem nenhum pré-conceito de sexo mais fraco, pelo contrário ocupar posições de decisão de acordo com a sua capacidade e preparação, assim estar-se-ia pararelamente a brandar o pré-conceito de que só o homem é que pode fazer grandes obras e não a mulher.<br />O quadro apresenta o ideal de igualdade entre sexos <br />Área da VidaAspectos a ObservarAutonomia do corpoproteção jurídica contra violência com base no sexo,controlo da sexualidade,controlo da reproduçãoAutonomia dentro da família e do agregado familiarliberdade para se casar e divorciar,direito á custódia dos filhos em caso de divórcio e / ou viúvez,poder de tomar decisões e acesso a bens dentro do agregado familiar.Poder políticotomada de decisão a nível acima do agregado familiar ( municípios, sindicatos, Governo, parlamento…),percentagens de mulheres com altos cargos executivos.Recursos sociaisAcesso a educação,Acesso á águaRecursos materiaisAcesso a terras,Acesso a casaAcesso a créditoTempoacesso relativo ao lazer e ao descanso.<br />Fonte: OSÓRIO,Conceição et al.: Relatório nacional do desenvolvimento humano-PNUD, 2001: 49.<br />Conclusão<br />O favoretismo do sexo masculino é uma questão que dura a partir dos tempos dos nossos antepassados e que tem-se alastrado até os nossos dias. Com o desenvolvimento sócio-económico e tecnológico dos paises não faz sentido continuar a conservar essa cultura nociva. Porque as diferenças realmente existentes entre homem e mulher são meramente bio-físicas, de resto o homem é igual a mulher em direitos e deveres. Quer dizer, ela possue igualmente um imenso potencial para construção activa da sociedade, sem constrangimento bio-física. Ela não precisa ser dada a oportunidade como fosse um objecto do destino mas deve ser um sujeito activo das oportunidades existentes para o desenvolvimento de toda a sociedade sendo o seu maior e inato parceiro o homem. Portanto, nada de favoretismo do sexo masculino. Este comportamento pertence aos nossos ancestrais. Agora é tempo de deixar atrás as coisas que ficam e erguer a cabeça para a frente de igualdade, progressão e globalização consciente.<br />Bibliografia<br />ANDRADE, Ximena; LOFORTE, Ana Maria , et al : familias em contexto de mudanças em Moçambique. Maputo, 1998.<br />LICHTENBERG,Elise; MAMBUQUE,Alberto Jaime; LICHTENBERG, Jonas: Géneros - juntos melhoramos a nossa vida. ADPP- Moçambique,2000.<br />WALKER, Bridget; MARTINS, Aldovanda, et al.: Género, desenvolvimento e educação. Manual do formador,-R. de Moçambique,1997.<br />OSÓRIO, Conceição ; GOMES, Sandra ; MAGAWA, Elisa Mónica Ana et al. : Relatório Nacional do desenvolvimento humano- PNUD, 2001.<br />A ciência e a busca da verdade<br />Algumas fontes da verdade<br />Verdade é a manifestação daquilo que é realmente ou do que existe realmente tal como se manifesta ou se mostra. O verdadeiro se opõe ao falso. O verdadeiro é o plenamente visível para a razão ou o evidente ( pois a palavra quot;
evidentequot;
significa quot;
visão completa e total de alguma coisaquot;
).<br />Assim, a verdade é uma auto manifestação da realidade au a manifestação dos seres à visão intelectual dos humanos.<br />quot;
O desejo da verdade aparece muito cedo nos seres humanos e se manifesta como desejo de confiar as coisas e as pessoas, isto é, de acreditar que as coisas são exactamente tais como as percebemos e o que as pessoas nos dizem é digno de confiança e créditoquot;
(CHAUI, 2003: 8 8)<br />1.2 A Génese das fontes<br />A intuição visão interior cuja origem o receptor ou o sujeito não consegue identificar ou explicar totalmente. <br />A intuição pode conduzir a soluções correctas pela apresentação de muitas hipóteses brilhantes que posteriormente, podem ser verificadas por outros métodos.<br />A autoridade a humanidade não pode passar sem autoridade num ou noutro campo. A acumulação de conhecimento obriga a que tenhamos de confiar em especialistas que, tendo adquirido saber nesta ou naquela área, se tornaram autênticas autoridades.<br />As autoridades podem ser:<br />A autoridade sagrada repousa na fé que se tem de que certa tradição au documento assenta em origem sobrenatural. É o caso Bíblia ou do Alcorão. Mas pode também essa fé recair sobre um grupo au instituição, como pastores, feiticeiros ou a igreja, acreditando-se que recebem orientação do alto. <br />A autoridade secular surge não de revelação divina, mas da percepção humana produto da convivência e experiência social, técnica e científica.<br />A busca da verdade é muitas vezes baseada pela consulta de livros de grande reputação científica.<br />A tradição esta é outra fonte da verdade que se baseia na acumulação de experiências, e a sabedoria das idades. Esta autoridade tem como pressuposto de que, se determinado modelo funcionou bem no passado não há razão para que não se continue a acreditar nele.<br />Ora se intuição, autoridade, tradição buscando embora a verdade, nos podem encaminhar para situações enganosas, colocando-nos mesmo em posição oposta àquela que procuramos, não é possível confiar apenas e só em tais fontes, quando queremos, de facto, buscar a verdade. Para isso, há que recorrer ao conhecimento científico.<br />O conhecimento científico<br />O conhecimento científico lida com ocorrências ou factos reais. Tem por base a evidência verificável.<br />Constitui um conhecimento contigente, pois suas proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não apenas pela razão.<br /> É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos.<br />Falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e por este motivo, é aproximadamente exacto: novas proporções e o desenvolvimento de técnicas podem reformular as teorias existentes.<br />O quadro abaixo mostra os quatro tipos de conhecimentos e suas características<br />ConhecimentopopularConhecimento científicoConhecimentofilosóficoConhecimentoReligioso ( teológico)ValorativoReflexivoAssistemáticoVerificávelFalívelInexactoreal (factual)contigentesistemáticoverificávelfalível, exactoValorativoRacionalSistemáticoNão verificávelInfalível, exactoValorativoInspiracionalSistemáticoNão verificávelInfalível, exacto<br />Bibliografia<br />CORREIA, José Faia P. Introdução às Ciências Sociais: Guia. AM.,1994<br />CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. SP.:Àtica,2000<br />MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 5.ed. SP.: Atlas,2000<br />LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. 7.ed. .SP. : Atlas, 1999<br />Evolução do conceito de ciência<br />No pensamento antigo, a palavra quot;
ciênciaquot;
designava o saber em geral, fosse qual fosse a sua origem ou natureza. Ciência e filosofia eram considerados sinónimos. <br />No pensamento moderno, ciência passou a ser o saber baseado na observação e na experimentação que conduzem ao conhecimento racional. <br />Alguns autores entendem por ciência como:<br />conhecimento racional, sistemático, exacto, verificável e, por conseguinte falível.<br />Conjunto de enunciados lógica e dedutivamente justificados por outros enunciados.<br />Estudo de problemas solúveis, mediante método científico.<br />Forma sistematicamente organizada de pensamento objectivo.<br />CHAUI (2003:19) citando Ander-Egg quot;
ciência um conjunto de conhecimentos racionais, certos au prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objectos de uma mesma naturezaquot;
. Portanto, pode-se dizer que este conceito é o mais abrangente por conter quase todas as partes da ciência ora veja-se:<br />conhecimento racional - que tem exigências de métodos e hipóteses;<br />certo ou provável - não se pode atribuir à ciência a certeza indiscutível de todo o saber que a compõe. Ao lado dos conhecimentos certos, é grande a quantidade dos prováveis;<br />obtidos metodicamente - pois não se adquire ao acaso ou na vida quotidiana, mas mediante regras lógicas e procedimentos;<br />Sistematizados - não se trata de conhecimentos dispersos e desconexos, mas de um saber ordenado logicamente, constituindo um sistema de ideias ( teoria);<br />Verificável - que necessita para incorporá-las de afirmações comprovadas pela observação;<br />Relativos a objectos de uma mesma natureza - ou seja, objectos pertencentes a determinada realidade, que guarda em si certos caracteres de homogeneidade.<br />A palavra ciência pode ser entendida em duas acepções: <br />Lato Sensu - tem simplesmente o significado de quot;
conhecimentoquot;
.<br />Strictu Sensu - não se refere a um conhecimento qualquer, mas àquele que, além de apreender ou registrar factos, os demonstra pelas suas causas constituintes ou determinantes. <br />Portanto, como ciência evolui, o seu conceito igualmente evolui com todas às suas técnicas e metodologias. Por isso, o conceito de ciência não foi o mesmo em todos os tempos sempre sofreu certa evolução como se pode ler no pensamento antigo e moderno. <br />Limites éticos da ciência<br />A ciência tem possibilidade de responder a questões de facto, não é capaz de provar que um valor é melhor que o outro. <br />Ciência é eticamente neutra, procurando tão só conhecimento, enquanto que a determinação de forma como aquele conhecimento deve ser utilizado vai ser limitado pelo campo de valores que cada sociedade estabelece para si própria.<br />Sendo eticamente neutra, a ciência por si só, pode invadir sem limitações todo e qualquer campo, por mais íntimo ou intocável que pareça ser de acordo com as normas ou tradições em uso. Muitas descobertas científicas destruíram reverenciados sensos comuns, mitos ou contestam valores ancestrais tidos como tabus sagrados e invioláveis. Galileu Galilea destruiu através das sistemáticas observações o mito de que a terra era centro do universo.<br />Mas se a ciência é eticamente neutra, e se para ela qualquer hipótese que possa ser verificável pela evidência é de todo válida, já o mesmo não se passa com o homem da ciência. Cada cientista tem o seu próprio referencial de valores, construído com base na sociedade em que está inserido. Nesta ordem de ideia, é consentâneo perguntar até onde podem ir os cientistas, ou quais os limites normais que lhe podem ser impostos.<br />A observação como base do conhecimento científico<br />quot;
O método científico fundamenta-se na observação do mundo que nos rodeia. Observação em termos amplos não está restrita apenas ao que vemos, inclui todos os nossos sentidos. Portanto, devemos aprender a observar da maneira mais aberta possível para que possamos questionar-nos sobre o que, porque e como são os fenómenosquot;
( RICHARDSON, 1999:26).<br />A observação constitui elemento básico de investigação científica. Ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objectivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. Do ponto de vista científico, a observação oferece uma série de vantagens e limitações, como as outras técnicas de pesquisa, havendo, por isso, necessidade de se aplicar mais de uma técnica ao mesmo tempo. <br /> Vantagens<br />Possibilita meios directos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade de fenómenos;<br />Exige menos do observador do que outras técnicas;<br />Permite a colecta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicos ;<br />Depende menos da, introspecção ou da reflexão.<br /> Limitações<br />O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no observador;<br />A ocorrência espontânea não pode ser prevista, o que impede muitas vezes, o observador de prevenir o facto;<br />Factores imprevistos podem interferir na tarefa do pesquisador<br />A duração dos acontecimentos é variável: pode ser rápida ou demorada e os factos podem ocorrer simultaneamente; nos dois casos, torna-se difícil a colecta dos dados;<br />Vários aspectos da vida quotidiana, particular, podem não ser acessíveis ao pesquisador.<br />Modalidades de Observação<br />segundo os meios utilizados<br />observação não estruturada (assistematica)<br />observação estruturada (sistemática)<br />segundo a participação do observador<br />observação não participante<br />observação participante<br />segundo o número de observadores<br />observação individual<br />observação em equipe<br />segundo o lugar onde se realiza<br />observação efectuada na vida real ( trabalho da campo)<br />observação efectuada em laboratório<br />Objecto de Estudo das ciências Sociais: O ponto de vista de CHAUI (2003:345) é que embora seja evidente que toda e qualquer ciência é humana, porque resulta da actividade humana de conhecimento, a expressão “ciências humanas” refere-se àquelas ciências que têm o próprio ser humano em sociedade como objecto de estudo<br />Factos Sociais: é qualquer situação, acontecimento ou realidade que, de uma forma ou de outra, exprime acontecimentos da vida do homem em grupo ou em sociedade.<br />Para Durkheim Apoud CORREIA (1994:17), o fenómeno social resulta da existência de uma autonomia exterior às pessoas e que as condiciona socialmente segundo um processo que se designa de socialização. Portanto, Naturalmente, o facto social será aquele que decorre na nossa vida, mas em sociedade.<br />Há muitos exemplos na nossa vida que se podem nomear como ocorrências de factos sociais como por exemplo: casamento – divórcio, trabalho – desemprego, homossexualismo, movimentos migratórios, droga, guerras, êxodo rural, emancipação da mulher, casamentos prematuros e outros.<br />Factores que influenciam os factos sociais<br />1 . Factores Geográficos<br />Fenómenos como cataclismo, secas, inundações, pragas, ciclones, erupção vulcânica terramotos, maremotos, furacões e outros podem altera de forma transitória ou permanente, a organização ou a estrutura de uma comunidade.<br />Podem ocasionar migração, extinção de comunidade, reconstrução ou fundação de novas cidades.<br />2 . Factores Demográficos ou Biológicos<br />As variações nas taxas de crescimento populacional, associado a êxodos populacionais, epidemias, elevadas taxas de mortalidade, dão origem a diversas transformações sociais. Podem ocasionar desajustamento e desequilíbrios nos mais diversos sectores da sociedade, alterando a estrutura económica, a organização do trabalho, a distribuição do poder e modo de vida das populações.<br />Ex.; os emigrantes ingleses a continente americano e asiático, europeus a África, trouxe grandes alterações ao modo de vida das populações autóctones. <br />3 . Factores Socio-Políticos<br />guerras, invasões e conquistas, luta de classes e revolução, a acção das elites sociais , o aparecimento de movimentos sociais portadores de valores e modelos culturais diferentes, constituem exemplos de forças capazes de espoletar situações de mudanças. Alteram as estruturas sociais , modificam o status de nações, escravizam povos, transformam a vida e destoem culturas. <br />4 . Factores Culturais<br />A evolução das ideias, o contacto entre culturas, descobertas científicas, o desenvolvimento filosófico, a difusão de religião e ideologias constituem aspectos importantes para a mudança social.<br />5 . Factores Tecnológicos<br />As descobertas científicas, quando postas em prática podem provocar mudanças sociais de vulto. Isto é, a introdução de novas técnicas de produção numa fábrica pode trazer várias modificações:<br />modificações dos métodos de trabalho<br />da organização das equipas de trabalho<br />modificações nos níveis de autoridade.<br />A instalação num meio rural de uma nova indústria vai implicar transformação do mercado de trabalho o que promove a mobilidade da população. Traz mudanças de costumes, de culturas, de organização social da comunidade.<br />6 . Factores Psicossociológicos<br />A receptividade que as diferentes populações manifestam em relação ao quot;
novoquot;
. A vida tem demonstrado que o grau de instrução, a cultura geral e informação, são factores que contribuem para uma maior