Um ano e meio de "Lei Seca"
Um levantamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional Espírito Santo (SBOT-ES) sobre o comportamento, no trânsito, de universitários da Grande Vitória depois da entrada em vigor da lei n° 11.705/2008.
1. UM ANO E MEIO DE “LEI SECA” Um levantamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional Espírito Santo (SBOT-ES) sobre o comportamento, no trânsito, de universitários da Grande Vitória depois da entrada em vigor da lei n° 11.705/2008.
11. Frequência com que costuma sair de carro para se divertir com os amigos: Como mostra o gráfico, a maioria dos universitários (tanto do sexo masculino quanto feminino) costuma sair de carro com maior frequência no fim de semana .
12. Como age ao sair de carro para se divertir com os amigos: Neste ponto, percebe-se claramente que as universitárias respeitam mais a “Lei Seca” do que os estudantes do sexo masculino. Enquanto mais de 60% das mulheres disseram que vão e voltam dirigindo sem beber quando saem para se divertir com os amigos, menos de 40% dos homens disseram fazer o mesmo. Já a porcentagem de homens que, ao saírem de carro para se divertir, vão e voltam dirigindo mesmo bebendo (muito ou pouco) é bem maior que a porcentagem de mulheres que tem o mesmo comportamento.
13. Frequência com que alguém da roda de amigos volta dirigindo, mesmo depois de beber: Mais uma vez, fica evidente a diferença de comportamento entre os sexos. A frequência com que alguém da roda de amigos volta dirigindo mesmo depois de beber apurada nas respostas masculinas é bem mais expressiva do que aquela notada nas respostas femininas. Destaque: 24% dos homens disseram que alguém da roda de amigos “muitas vezes” volta dirigindo depois de beber enquanto 15% das mulheres relataram a mesma situação.
14. Alguém do grupo de saída/balada já esteve envolvido em colisão de trânsito após ter ingerido algum tipo de bebida: Aqui, vê-se que a combinação álcool-direção ainda é responsável por um número expressivo de ocorrências de acidentes no universo dos universitários. Aproximadamente 30% dos entrevistados relataram que alguém do grupo de saída/balada já esteve envolvido em colisão de trânsito após ter ingerido algum tipo de bebida.
15. Frequência com que dirige/já dirigiu após ter bebido mais de um copo de chopp/cerveja ou mais de uma taça de vinho: Percebe-se que os universitários de um modo geral tem evitado de dirigir após ter bebido. Porém, se levada em conta a diferença por sexo, vê-se que o comportamento das mulheres é mais exemplar do que o dos homens.
16. Costuma utilizar o cinto de segurança do carro, no banco dianteiro, como motorista : Costuma utilizar o cinto de segurança do carro, no banco dianteiro, como carona : Mas. (%) Fem. (%) Total (%) Sim. 98,3% 99,4% 98,8% Não. 1,7% 0,6% 1,2% Mas. (%) Fem. (%) Total (%) Sim. 97,9% 98,2% 98% Não. 2,1% 1,8% 2%
17. Utilização do cinto de segurança O resultado das entrevistas mostrou que a utilização do cinto de segurança no banco dianteiro, seja como motorista ou como passageiro, é uma prática recorrente entre os universitários. Quase 100% dos entrevistados disseram fazer uso de tal recurso de segurança no banco dianteiro. Na comparação entre os sexos, a taxa de utilização do cinto pelas mulheres é maior que a revelada pelos homens.
18. Frequência com que usa o cinto de segurança quando está no banco traseiro: Diferente do que foi constatado em relação à utilização do cinto de segurança no banco dianteiro, quando se trata de utilizar o cinto no banco traseiro, os universitários demonstraram um péssimo hábito: apenas 20% disseram utilizar o recurso sempre. No caso dos homens, mais da metade disse nunca utilizar o cinto no banco traseiro.
19. Comportamento com a implantação da “Lei Seca: Percebe-se aqui que os universitários foram bastante afetados pelo caráter punitivo da “Lei Seca”. Tanto homens quanto mulheres evitam beber e dirigir por conta da multa cara e da possibilidade de prisão . No caso dos homens, os riscos de beber e dirigir também são levados em conta na hora de evitar a combinação álcool-direção. Mas. (%) Fem. (%) Total (%) Hoje, quando vou sair, uso transporte alternativo em vez de meu carro. 21% 27,2% 23,6% Evito sair dirigindo, pois reconheço os riscos de beber e dirigir. 40,3% 28,4% 35,3% Não bebo, se vou dirigir, por causa da multa cara e da possibilidade de prisão. 38,6% 44,4% 41%
20. Com a entrada em vigor da “Lei Seca”... Porém, mesmo os universitários assumindo o peso do caráter punitivo da “Lei Seca, quando se trata de avaliar a eficácia da lei não há unanimidade nas opiniões. Uma parcela considerável dos entrevistados ( mais de 40% ) acredita que a “Lei Seca” não muda em nada o comportamento dos jovens e que eles continuam bebendo e dirigindo. Mas. (%) Fem. (%) Total (%) Diminuiu bastante o percentual de jovens que bebiam e dirigiam. 55,4% 59,2% 57% Continua a mesma coisa, os jovens continuam bebendo e dirigindo. 44,6% 40,8% 43%
21. Hoje, você anda de carona com um motorista que tenha bebido? Com que frequência pega carona com um motorista que tenha bebido? Mas. (%) Fem. (%) Total (%) Sim. 47,6% 24,9% 38,1% Não. 52,4% 75,1% 61,9% Mas. (%) Fem. (%) Total (%) Sempre. 7,2% 14,3% 9,2% Muitas vezes. 29,7% 9,5% 24,2% Raramente. 63,1% 76,2% 66,7%
22. Carona com motorista que tenha bebido Uma grande parcela dos universitários assume que pega carona com alguém que tenha bebido. Isso mostra que mesmo com a implementação da “Lei Seca” ainda é evidente o comportamento arriscado por parte desse grupo. Os universitários do sexo masculino mostraram que dão menos atenção ainda aos riscos de pegar carona com motorista que tenha bebido. Quase metade dos entrevistados disseram fazer isso atualmente. Já as mulheres pensam diferente. Mais de 75% das entrevistadas disseram não pegar carona com motorista que tenha bebido. Do total daqueles que assumiram pegar carona com alguém que tenha bebido, os homens também se destacaram por fazer isso com mais frequência. Quase 30% dos entrevistados disseram que muitas vezes recorrem a essa prática, enquanto 9% das mulheres disseram fazer o mesmo.
23. É a favor ou contra a “Lei Seca”? Por fim, uma avaliação curiosa. Para os universitários, o caráter punitivo da “Lei Seca é um dos fatores que mais influencia no comportamento no trânsito. Por outro lado, a maioria acredita que com a implantação da lei, não muda nada e os jovens continuam bebendo e dirigindo. Mesmo assim, quase 97% dos entrevistados se declararam a favor da “Lei Seca”. Isso mostra que mesmo alguns universitários sendo descrentes quanto à eficácia da lei, ela ainda assim é bem recebida pela maioria. Mas. (%) Fem. (%) Total (%) A favor. 96,1% 97% 96,5% Contra. 3,9% 3% 3,5%